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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9

Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE


NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO
PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA

TURMA - PDE/2013
Título: Valorização da identidade negra na escola através do filme “Vista Minha Pele”.

Autor Osmar Bergamim

Disciplina/Área HISTÓRIA

Escola de Implementação do Projeto Colégio Estadual Godoy Moreira


e sua localização

Município da escola Godoy Moreira

Núcleo Regional de Educação


Ivaiporã

Professor Orientador José Carlos Vilardaga

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Londrina

Resumo Este trabalho tem o objetivo de apresentar, e problematizar, o


tema do preconceito racial utilizando a metodologia do uso do cinema
em sala de aula. Para tanto, a proposta é analisar juntamente com os
alunos o filme Vista Minha Pele (2003), do cineasta Joel Zito de Araújo.
A partir dele quer-se discutir o preconceito em geral, e o racismo em
particular, trazendo reflexões que promovam o respeito aos direitos
humanos e à igualdade. O trabalho objetiva também demonstrar o
quanto pode ser importante para os professores modificarem suas
metodologias de ensino, incorporando novas ferramentas e novas
temáticas, de maneira a superar barreiras e buscar transformações
sociais, dentre elas a valorização da identidade negra e da cultura
afrodescendente no Brasil.
Este trabalho justifica-se na importância, e necessidade
urgente, de desmistificar os estereótipos associados à identidade
negra, quebrando preconceitos e promovendo a autoestima e orgulho
do ser negro. Entender o racismo no Brasil é também entender o
racismo na escola, e a atuação do professor nesta realidade é
fundamental na mediação de conhecimentos e transmissão de valores.

Palavras-chave Preconceito racial; Identidade; Cinema.

Formato do Material Didático Unidade Didática


Alunos do 9º ano do Ensino Fundamental do
Público Alvo Colégio Estadual Godoy Moreira – E.F.M.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
Superintendência da Educação
Diretoria de Políticas e Programas Educacionais
Programa de Desenvolvimento Educacional

OSMAR BERGAMIM

UNIDADE DIDÁTICA
Valorização da identidade negra na escola através do
filme “Vista Minha Pele”.
Valorização da identidade negra na escola através do
filme “Vista Minha Pele”.

Material didático pedagógico apresentado


como requisito do Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE), da
Secretaria de Estado da Educação do
Paraná, na área de História, com o tema
Valorização da identidade negra na escola
através do filme “Vista Minha Pele”. sob
orientação da Profº Drº. José Carlos
Vilardaga.

IVAIPORÃ- PR

2013
APRESENTAÇÃO

A escolha deste tema para a elaboração e posterior execução de um


projeto de pesquisa justifica-se pela importância de realizar ações que se
proponham a diminuir, e gradativamente eliminar, todos os tipos de preconceitos
praticados no âmbito da sociedade, em todas as classes sociais, culturais e
econômicas.
A escola, por sua vez, vista como instituição fundamental e estruturante da
sociedade, é um lugar que faz ecoar e que muitas vezes reproduz preconceitos
sociais em suas variadas e espantosas formas.
Por isso mesmo, é cada vez mais necessária a criatividade por parte das
instituições públicas e privadas para discutir e problematizar a questão do
preconceito, propondo soluções viáveis e lógicas para este problema, cabendo a
escola e aos profissionais da educação a responsabilidade de agentes
transformadores desta triste realidade.
Diante disso, optamos pela utilização de uma metodologia de trabalho a
partir do uso de som e imagem - o cinema - para apresentar aos alunos em sala
de aula o tema do preconceito racial, discutindo com eles novos valores que
deveriam integrar a sociedade brasileira presente e futura. Parece-nos que o
cinema, e a linguagem visual, podem ser um excelente instrumento de
intervenção junto aos alunos; e o documentário proposto, “Vista Minha Pele”
(2003), do diretor Joel Zito Araújo, cineasta, escritor, professor, diretor e roteirista
de filmes, vídeos educacionais e institucionais, programas e campanhas eleitorais
de TV, pode nos ajudar enormemente nessa tarefa. O filme tem uma linguagem
acessível, dialoga bem com a realidade escolar, se constrói na inversão de
situações e ainda guarda certo conteúdo de humor, o que mantém os alunos
entretidos e atentos ao longo dos seus quase 24 minutos, aproximadamente, de
duração. O filme trata da questão do preconceito racial numa linha inversa, para
dar sentido ao título. O autor trabalhou as duas raças (negro e banco), como se
uma vivesse a situação de preconceito na pele da outra.
Seu enredo apresenta uma festa junina na qual seria eleita a miss da festa.
Nela, concorreram duas alunas, sendo a branca considerada de classe social
inferior e a negra superior. O cunho racista da disputa não se reflete apenas nos
alunos, mas os professores também deixam transparecer o preconceito.
Trava-se uma luta na disputa dos votos vendidos por cada candidata e sua
assessoria. Na apuração são dadas idéias de que haverá um empate, mas a
estratégia do diretor foi de não mostrar qual das duas foi eleita miss.
As manifestações de preconceito refletidas no filme foram muito fortes, com
relação aos brancos, numa demonstração do que realmente parece acontecer em
nossa sociedade num sentido inverso.
Por isso consideramos este um ótimo filme para debater a questão e
voltado mesmo para o uso em sala de aula.
A Unidade Didática desenvolvida aqui está dividida em 17 partes de
atividades que somam 32 aulas. Elas serão aplicadas no primeiro semestre de
2014, e objetivam apresentar o uso do cinema em sala de aula, como meio de
incentivo aos alunos do 9º ano, do Colégio Estadual Godoy Moreira, do município
de Godoy Moreira, Paraná, fazerem uma reflexão acerca do preconceito racial
presente na sociedade brasileira. Buscamos construir e estimular na escola um
ambiente de maior paz e harmonia social.
O Colégio Estadual Godoy Moreira está localizado no Município de Godoy
Moreira, Paraná, na Rua Daniel Moura, nº 532.

ATIVIDADES-01

1- Elabore ficha técnica do filme, de acordo com a cena.


http://www.youtube.com/watch?v=4nzEu7wdltg&feature=youtu.be
2- Assista ao filme completo e responda:
a)- Na sua opinião, o que o autor do filme está querendo demonstrar com
relação a brancos e negros?
b)- O que existe de verdadeiro nas situações refletidas nas cenas, se o autor
não tivesse feito uma inversão dos papéis?
c)- O que mais lhe chamou a atenção durante o desenrolar do filme?
d)- Após responder as perguntas anteriores, será feito um debate.
http://www.youtube.com/watch?v=bxJvKnW9JYs
3- Faça uma pesquisa sobre o diretor do filme.
ATIVIDADES-02

Comentário Vista Minha Pele parte – 02

Luana (personagem negra) conversando pelo telefone com Maria


(personagem branca) a encoraja a ser miss festa junina da escola. Luana Justifica
dizendo que a amiga branca é linda e que a cor da pele não tem relevância
alguma para isso, pois o que conta é ser comunicativa e vender o máximo de
votos. Maria acha que vai ser impossível conseguir, pois está concorrendo com
uma garota negra, e garotas brancas nunca são escolhidas para estas coisas. Ela
questiona a respeito de quantas atrizes da cor dela existem em novelas. Quantas
vezes uma menina branca foi miss festa junina? Destaca-se que Luana estava
lendo revistas nas quais os personagens são negros, bem como no quarto de
Maria os quadros, pôsteres e suas bonecas são de pessoas negras. Ainda, na
imagem da TV aparece um quadro de formatura acadêmica de um negro,
detalhes que visam a mostrar o valor que o negro tem para si mesmo e para os
brancos.
Para enfatizar a inversão de papéis, Maria apresenta-se com o cabelo
trançado, no intuito de encrespar o cabelo. Percebe que na televisão todo mundo
é negro: os galãs, as crianças são negras, etc. Por isso, pergunta-se: “como pode
ser miss festa junina, se não tem os cabelos crespos, a pele de chocolate, nem o
jeitinho que só as negras têm?”
1- Faça uma descrição analítica da cena.
http://www.youtube.com/watch?v=sEEvGz4aB1U&feature=youtu.be
2- Assista ao vídeo “Especial Consciência Negra: exclusão na mídia afeta a
formação da identidade do negro” e compare com a fala de Maria dizendo o que
mais chamou a atenção.
http://www.youtube.com/watch?v=NJ3WqRlIs9c
3- O que é “Democracia Racial”? Faça uma pesquisa e elabore um pequeno
comentário para debate.

ATIVIDADES-03
Comentário Vista Minha Pele parte – 3

Nesta cena, Maria e seus pais estão na cozinha de sua casa. A mãe tenta
estimulá-la dizendo que as coisas mudaram e, por isso, tem certeza que ela vai
conseguir realizar seu sonho. Mas diz “não é bom ficar contando com ovo dentro
da galinha, pois há quinhentos anos os brancos vêm carregando este país nas
costas e os negros é que ficam com poder e dinheiro, melhor é não ficar
imaginando coisas”. Maria diz que sonha em ser miss desde que estudava na
escolinha e está cansada de desistir de tudo só porque não é negra. A mãe,
dando força à filha, diz que ela tem o direito de sonhar. O pai repreende a mãe,
pois ele entende que possuem a obrigação de preparar a filha para o mundo,
devendo esta caminhar com os pés bem firmes no chão.
http://www.youtube.com/watch?v=XBGlh9271x8ATIVIDADES

1- Faça uma descrição analítica da cena.


2- Quando o pai de Maria diz que “há quinhentos anos os brancos vêm
carregando este país nas costas e os negros é que ficam com poder e
dinheiro, melhor é não ficar imaginando coisas", a que se deve o
comentário pessimista do pai? A que fato histórico ele quis se referir?
3- Ler o texto com o título "Abolição, sim. Igualdade, ainda não", e fazer uma
análise comparativa com a fala do pai de Maria.
http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/abolicao-sim-
igualdade-ainda-nao-627161.shtml

Abolição, sim. Igualdade, ainda não


Quase um século e meio após a abolição da escravatura, os negros ainda
não alcançaram igualdade de oportunidades e sofrem com o racismo
institucionalizado, que vai aos poucos sendo superado.
Em uma assinatura, fomos de um passado vergonhoso de dor e
humilhação de centenas de milhares de negros para uma pré-democracia com
igualdade de direitos e oportunidades, no dia 13 de maio de 1888.
Essa é a história conhecida sobre a abolição da escravatura no Brasil, a
última colônia nas Américas a abrir mão do trabalho forçado, mas pouco se fala
sobre as verdadeiras intenções do ato de Princesa Isabel - que seguiu um
movimento de pressão externa e interna contra a Coroa portuguesa, sendo um
fato mais político que humanitário - e das verdadeiras mudanças, refletidas até os
dias de hoje.
Mais de um século após a assinatura da Lei Áurea, muita coisa mudou, a
população negra soma hoje 50,1% dos cidadãos brasileiros, mas ainda existe um
fosso entre negros e brancos no país difícil de transpor e a democracia racial
continua sendo um mito.
De acordo com especialistas, essa diferença entre brancos e negros no
Brasil tem reflexos basicamente econômicos - na renda e no emprego - mas
podem ser notadas também no acesso a serviços básicos, como saúde,
Educação Superior, saneamento básico e previdência. Para o professor Marcelo
Paixão, coordenador do Laboratório de Análises Econômicas, Sociais e
Estatísticas das Relações Raciais (Laeser) da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, avaliar o tamanho do fosso entre brancos e negros depende de qual
aspecto se analisa. "Se vamos analisar mercado de trabalho, renda e emprego,
tivemos redução das disparidades. Se falamos em mortalidade materna e taxa de
homicídios, o índice ainda assusta", comenta ele. O especialista alerta também
para a Previdência Social, que não cobre nem metade da população negra
feminina no país.
Outro aspecto que evidencia as desigualdades no país pode ser visto ao
analisar a distribuição de renda. Segundo dados do Censo de 2010, o Brasil tem
hoje 16,3 milhões de miseráveis (renda inferior a R$70 mensais). Destes, cerca
de 70% são negros. Mesmo assim, houve a ascensão de uma classe média negra
nos últimos oito anos, que hoje engloba 53,5% dos negros e 47,3% dos mestiços,
centrados nas classes A, B e C.
Edson Cardoso, assessor especial da Secretaria de Políticas de Promoção
da Igualdade Racial (SPPIR) observa também que a população negra capturada
pelo Censo cresceu, indo de encontro a uma taxa de natalidade decrescente da
população brasileira. Essa mudança, segundo ele, não reflete um aumento real,
mas sim uma mudança de atitude. "Houve uma conscientização, empreendida
principalmente pelo movimento negro no país, que fez com que essa população
se autoafirmasse. Aquelas pessoas que anteriormente se diziam brancas, agora
se sentem à vontade para se declarar pretas ou pardas", explica.
O acesso à Educação é outro bom parâmetro para entender a questão do
negro no Brasil. "Quando analisamos os dados de quase 100 anos após a
abolição, tínhamos 40% da população negra de analfabetos. Hoje, 20 anos depois
desse estudo, não conseguimos superar o quadro. A população de negros
analfabetos, em números absolutos, ainda é quase o dobro da de brancos",
afirma Marcelo Paixão.
O problema se reflete no Ensino Superior. Apesar dos investimentos feitos
nos últimos dez anos, com a adoção de políticas afirmativas para a área, os
números indicam que ainda há muito por fazer. Cardoso acredita que é preciso
uma combinação entre as políticas afirmativas e uma discussão na sociedade.
"Precisamos entender como funcionam certas instituições, para entender
porque determinados grupos ficam de fora", diz. Para o pesquisador, a própria
reação negativa inicial gerada em determinados setores da sociedade com as
políticas afirmativas beneficiou o debate sobre a função da universidade e o
racismo no Brasil. "A demanda pelo acesso dos negros ao terceiro grau beneficiou
toda a sociedade, pois acabou abrindo discussões sobre o aluno do sistema
público, sobre o indígena. Quando paramos para discutir, vimos que estávamos
criando um terceiro grau muito excludente”, afirma.
O especialista acredita que somente uma tomada de consciência para
excluir o racismo da cultura e Educação vai trazer eficácia a qualquer política
pública para diversidade. "Uma parcela da sociedade acha que quando você usa
a palavra racismo, ela é tarefa dos negros, mas na verdade é de toda a sociedade
brasileira", resume.
Ricardo Ampudia (novaescola@atleitor.com.br)

ATIVIDADES-04

Comentário Vista Minha Pele parte – 4

A amiga negra de Maria (tomando café com seu pai num cenário de luxo,
onde a empregada é branca) ouve de seu pai que poucos tiveram a experiência
de vida dela, uma vez que já pôde morar em outros países pobres como França e
Inglaterra, onde a maioria da população é branca. Este conhecimento faz muita
diferença para enxergar os problemas da desigualdade e, por isso, a filha tem que
estar ciente de que as crianças da escola não pensam como ela. Todavia, Luana
diz que não pode cruzar os braços diante de tanta injustiça. O pai, por sua vez, diz
que embora seja importante ajudar os brancos, Maria tem que aprender a lutar
pelos seus próprios direitos, e que não podem ser paternalistas. Isso porque as
leis no Brasil dão oportunidades iguais a todos, e aqueles que batalham, vencem!
1- Faça uma descrição analítica da cena.
http://www.youtube.com/watch?v=a9CJMoP-XnA&feature=youtu.be
2- Qual a mensagem do filme quando o pai de Luana diz que “Todo mundo
sabe que as leis no Brasil dão oportunidades iguais a todos, e que basta batalhar
para vencer”? Responda esta questão analisando o texto "Mérito e cotas: dois
lados da mesma moeda”.
http://www.ongcidade.org/site/arquivos/artigos/cotasmarenco4680006e499e0.pdf.
3- Posicione-se acerca da adoção, pelo Estado brasileiro, de ações afirmativas
como forma de viabilizar uma igualdade material entre as pessoas.

Mérito e cotas: dois lados da mesma moeda


Os argumentos de críticos e defensores de políticas afirmativas convergem
em um ponto: para ambos, haveria uma oposição entre a instituição da
meritocracia como regra para recrutamento acadêmico e a implantação de
mecanismos compensatórios, sociais ou raciais. Adversários das cotas,
retomando uma espécie de retórica da ameaça (Hirschman, 1992) afirmam que
sua adoção eliminaria o mérito e o conhecimento prévio, premiando os menos
capazes, com efeitos agregados sob a forma de mediocrização universitária.
Defensores das cotas subestimam o significado racionalizador de instituições
meritocráticas, resumindo a discussão com o argumento de que fins socialmente
justos justificam a adoção dos meios necessários para atingi-los.
O equívoco de ambos consiste em não perceber a coerência existente
entre meritocracia e a adoção de uma regra de cotas como procedimento para a
ocupação de vagas universitárias. Em suas origens, meritocracia surge como
alternativa ao status herdado pelo nascimento como critério para ocupação de
postos públicos. Trata-se de substituir ascription por achievement, premiando a
capacidade individual e não o berço na configuração da hierarquia social. A ironia
é que vantagens adscritivas foram capazes de adaptar-se às novas regras
impostas pela individualização das sociedades modernas, reconvertendo capital
econômico e social familiar, em capital escolar (Bourdieu, 1989, Boltanski, 1982).
Investindo, desde o ensino fundamental, na formação escolar de seus herdeiros,
famílias bem providas asseguram sua continuidade no interior das instituições
universitárias de maior prestígio e qualidade, que oferecem títulos e diplomas
mais valorizados no mercado, reproduzindo hierarquias plutocráticas dissimuladas
em capacidade intelectual individual.
A conversão de exames vestibulares em simulacros de mérito individual
não deve induzir-nos ao desprezo pela relevância de regras meritocráticas, como
condição para o estabelecimento de instituições racionais e impessoais. Trata-se
de controlar as descorçoes provocadas pela origem social, neutralizando o efeito
path-dependent berço=diploma=renda.
John Rawls, o maior expoente do liberalismo político do século XX, ao
apresentar sua concepção de justiça como eqüidade, ressalta que as
desigualdades sociais e econômicas para serem aceitáveis, devem satisfazer
duas condições: estar ligadas a posições abertas a todos, segundo condições de
igualdade de oportunidades, e beneficiar aos membros menos favorecidos da
sociedade (Rawls, 1971). Quem quer ser liberal, que ao menos seja coerente, e
honre o significado desta consigna.
Meritocracia constitui um sistema distributivo, que confere de modo
desigual vagas e títulos universitários, premiando a capacidade, responsabilidade
e talento individuais. Para que seja justo, é preciso que esteja baseado em uma
efetiva igualdade de oportunidades, julgando apenas o esforço e competência
individual, e não o sobrenome (o que, parece óbvio, não constitui mérito próprio).
Desta forma, instituir um sistema de cotas é a alternativa eficaz e racional para
assegurar um indispensável critério meritocrático, como procedimento para o
recrutamento aos bancos universitários.
A probabilidade de um branco ingressar na universidade é, no Brasil, 137
vezes superior a de um negro. O percentual de negros com diploma universitário
hoje no Brasil equivale ao dos Estados Unidos dos anos 40, quando leis
segregacionistas estaduais impediam negros de frequentar, como alunos,
universidades para brancos. Equivale ao percentual de negros com diploma na
África do Sul, durante o apartheid (PNUD, 2005).
Frente a estes números, questionar se existe racismo ou se a implantação
de cotas raciais poderia introduzir o racismo no Brasil, é um modo de tergiversar
sobre o problema. Na ausência de oportunidades e de mobilidade social reais,
conflitos raciais estão presentes da pior forma possível, traduzidos nos
indicadores de violência e criminalidade, enquanto nossa classe média vive seu
Baile da Ilha Fiscal, falando em harmonia racial e talento individual.
Políticas afirmativas devem oferecer oportunidades de mobilidade social
intergeracional, projetando as condições para a constituição de uma ampla classe
média negra, que incremente uma economia de mercado no Brasil. Trata-se de ir
além da hipocrisia de falar em cursos técnicos e profissionalizantes para jovens
pobres e negros, como se fosse suficiente oferecer a estes a auspiciosa
perspectiva de serem, no futuro, balconistas, garçons ou recepcionistas. Teremos
harmonia racial quando for corriqueiro consultar-nos com médicos negros, sermos
julgados por magistrados negros, dirigidos por executivos negros e ensinados por
professores negros. Mas, talvez, seja isso precisamente que amedronta nossa
classe média.
André Marenco (Ciência Política - UFRGS ) www.ufrgs.br/cienciapolitica

ATIVIDADES-05

Comentário Vista Minha Pele parte – 5

Quando Maria se preparava para ir à escola, sua mãe entregou-lhe o talão


de venda de votos para miss festa junina. Desacreditada, a menina diz que a
campanha para ser miss só servia para eleger a garota mais rica da escola,
questionando se o sacrifício seria capaz de resultar alguma vitória. Isso porque
jamais vira garota de sua cor de pele ser miss. Porém, a mãe, concordando com o
fato de que as meninas brancas de seu tempo também não conseguiam o posto
almejado por Maria, tenta convencê-la de que todos têm a mesma chance, e a
vitória ocorrerá para aquele que lutar mais. Além do mais, as coisas podem
começar a mudar. Maria tem um pouco de esperança depois de ouvir a mãe, e
lembra que a professora sempre dizia que todos no Brasil são considerados
iguais.

1- Faça uma descrição analítica da cena.


http://www.youtube.com/watch?v=fmu-JGm11hc&feature=youtu.be

2- Analise a frase da professora de Maria: “no Brasil todos são iguais” e a


compare com o vídeo Racismo no Brasil, comentando os pontos de vista.
http://www.youtube.com/watch?v=AwUYRJ0sBCo
3- Como a Constituição Federal do Brasil trata o racismo? Apesar de a
igualdade ser prevista como um Direito Fundamental da pessoa, ela ocorre
concretamente em sua escola e comunidade? Justifique e cite exemplos de
igualdade ou de desigualdades.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729169/inciso-xlii-do-artigo-5-da-
constituicao-federal-de-1988
Art. 5, inc. XLII da Constituição Federal de 88
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

ATIVIDADES-06

Comentário Vista Minha Pele parte – 6

A cena mostra Maria isolada, no fundo da sala, em relação aos alunos


negros, que sentam mais a frente. A maioria dos alunos, e a professora, são
negros. Esta ensina que “no Brasil todo mundo é igual, independente do sexo, da
raça, da origem ou classe social, e todos tem os mesmo direitos e deveres!”.

1- Faça uma descrição analítica da cena.


http://www.youtube.com/watch?v=OvZfcpfU5R8&feature=youtu.be
2- Compare a fala da professora "no Brasil todo mundo é igual, independente
do sexo, da raça, da origem ou classe social, e todos tem os mesmo direitos e
deveres", compare com o texto "Declaração Universal dos Direitos Humanos"
A professora tem razão? Quem tem o dever de proteger os direitos humanos?
Para alcançar a igualdade material é necessário tratar os desiguais na medida em
que se desigualam o que significa esta afirmação?
http://www.ohchr.org/EN/UDHR/Documents/UDHR_Translations/por.pdf

Declaração Universal dos Direitos do Homem


Preâmbulo
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os
membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o
fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo; Considerando que o
desconhecimento e o desprezo dos direitos do homem conduziram a atos de
barbárie que revoltam a consciência da Humanidade e que o advento de um
mundo em que os seres humanos sejam livres de falar e de crer, libertos do terror
e da miséria, foi proclamado como a mais alta inspiração do Homem;
Considerando que é essencial a proteção dos direitos do homem através
de um regime de direito, para que o homem não seja compelido, em supremo
recurso, à revolta contra a tirania e a opressão;
Considerando que é essencial encorajar o desenvolvimento de relações
amistosas entre as nações;
Considerando que, na Carta, os povos das Nações Unidas proclamam, de
novo, a sua fé nos direitos fundamentais do Homem, na dignidade e no valor da
pessoa humana, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres e se
declararam resolvidos a favorecer o progresso social e a instaurar melhores
condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla;
Considerando que os Estados membros se comprometeram a promover,
em cooperação com a Organização das Nações Unidas, o respeito universal e
efectivo dos direitos do homem e das liberdades fundamentais;
Considerando que uma concepção comum destes direitos e liberdades é
da mais alta importância para dar plena satisfação a tal compromisso:
A Assembléia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos
do Homem como ideal comum a atingir por todos os povos e todas as nações, a
fim de que todos os indivíduos e todos os órgãos da sociedade, tendo-a
constantemente no espírito, se esforcem, pelo ensino e pela educação, por
desenvolver o respeito desses direitos e liberdades e por promover, por medidas
progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua
aplicação universais e efectivos tanto entre as populações dos próprios Estados
membros como entre as dos territórios colocados sob a sua jurisdição.
Artigo 1°
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em
direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros
em espírito de fraternidade.
Artigo 2°
Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades
proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de
raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de
origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra
situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto
político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da
pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autônomo ou sujeito
a alguma limitação de soberania.
Artigo 3°
Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo 4°
Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o
trato dos escravos, sob todas as formas, são proibidos.
Artigo 5°
Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis,
desumanos ou degradantes.
Artigo 6°
Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento, em todos os lugares,
da sua personalidade jurídica.
Artigo 7°
Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual proteção
da lei. Todos têm direito a proteção igual contra qualquer discriminação que viole
a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo 8°
Toda a pessoa tem direito a recurso efectivo para as jurisdições nacionais
competentes contra os actos que violem os direitos fundamentais reconhecidos
pela Constituição ou pela lei.
Artigo 9°
Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo 10°
Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua causa seja
equitativa e publicamente julgada por um tribunal independente e imparcial que
decida dos seus direitos e obrigações ou das razões de qualquer acusação em
matéria penal que contra ela seja deduzida.
Artigo 11°
1. Toda a pessoa acusada de um acto delituoso presume-se inocente até
que a sua culpabilidade fique legalmente provada no decurso de um processo
público em que todas as garantias necessárias de defesa lhe sejam asseguradas.
2. Ninguém será condenado por acções ou omissões que, no momento da
sua prática, não constituíam acto delituoso à face do direito interno ou
internacional. Do mesmo modo, não será infligida pena mais grave do que a que
era aplicável no momento em que o acto delituoso foi cometido.
Artigo 12°
Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida privada, na sua
família, no seu domicílio ou na sua correspondência, nem ataques à sua honra e
reputação. Contra tais intromissões ou ataques toda a pessoa tem direito a
protecção da lei.
Artigo 13°
1. Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua
residência no interior de um Estado.
2. Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra,
incluindo o seu, e o direito de regressar ao seu país.
Artigo 14°
1. Toda a pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de
beneficiar de asilo em outros países.
2. Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de processo
realmente existente por crime de direito comum ou por actividades contrárias aos
fins e aos princípios das Nações Unidas.
Artigo 15°
1. Todo o indivíduo tem direito a ter uma nacionalidade.
2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua nacionalidade nem do
direito de mudar de nacionalidade.
Artigo 16°
1. A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm o direito de casar e de
constituir família, sem restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião.
Durante o casamento e na altura da sua dissolução, ambos têm direitos iguais.
2. O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento
dos futuros esposos.
3. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito
à proteção desta e do Estado.
Artigo 17°
1. Toda a pessoa, individual ou colectivamente, tem direito à propriedade.
2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade.
Artigo 18°
Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de
religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção,
assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em
comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e
pelos ritos.
Artigo 19°
Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que
implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar,
receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e idéias por
qualquer meio de expressão.
Artigo 20°
1. Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação
pacíficas.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo 21°
1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direcção dos negócios,
públicos do seu país, quer directamente, quer por intermédio de representantes
livremente escolhidos.
2. Toda a pessoa tem direito de acesso, em condições de igualdade, às
funções públicas do seu país.
3. A vontade do povo é o fundamento da autoridade dos poderes públicos:
e deve exprimir-se através de eleições honestas a realizar periodicamente por
sufrágio universal e igual, com voto secreto ou segundo processo equivalente que
salvaguarde a liberdade de voto.
Artigo 22°
Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança
social; e pode legitimamente exigir a satisfação dos direitos econômicos, sociais e
culturais indispensáveis, graças ao esforço nacional e à cooperação internacional,
de harmonia com a organização e os recursos de cada país.
Artigo 23°
1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a
condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à protecção contra o
desemprego.
2. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho
igual.
3. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória,
que lhe permita e à sua família uma existência conforme com a dignidade
humana, e completada, se possível, por todos os outros meios de protecção
social.
4. Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e
de se filiar em sindicatos para defesa dos seus interesses.
Artigo 24°
Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres, especialmente, a uma
limitação razoável da duração do trabalho e as férias periódicas pagas.
Artigo 25°
1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe
assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à
alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto
aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na
doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios
de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade.
2. A maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais.
Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozam da mesma
protecção social.
Artigo 26°
1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita,
pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino
elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional dever ser generalizado; o
acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em
função do seu mérito.
2. A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao
reforço dos direitos do homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a
compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos
raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das actividades das Nações
Unidas para a manutenção da paz.
3. Aos pais pertence a prioridade do direito de escholher o género de
educação a dar aos filhos.
Artigo 27°
1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural da
comunidade, de fruir as artes e de participar no progresso científico e nos
benefícios que deste resultam.
2. Todos têm direito à protecção dos interesses morais e materiais ligados
a qualquer produção científica, literária ou artística da sua autoria.
Artigo 28°
Toda a pessoa tem direito a que reine, no plano social e no plano
internacional, uma ordem capaz de tornar plenamente efectivos os direitos e as
liberdades enunciadas na presente Declaração.
Artigo 29°
1. O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é
possível o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade.
2. No exercício destes direitos e no gozo destas liberdades ninguém está
sujeito senão às limitações estabelecidas pela lei com vista exclusivamente a
promover o reconhecimento e o respeito dos direitos e liberdades dos outros e a
fim de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar
numa sociedade democrática.
3. Em caso algum estes direitos e liberdades poderão ser exercidos
contrariamente aos fins e aos princípios das Nações Unidas.
Artigo 30°
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada de
maneira a envolver para qualquer Estado, agrupamento ou indivíduo o direito de
se entregar a alguma actividade ou de praticar algum acto destinado a destruir os
direitos e liberdades aqui enunciados.

ATIVIDADES-07

Comentário Vista Minha Pele parte – 7

Saindo de casa, Maria reflete o fato de que todos que moravam na favela
eram brancos como ela. Tudo era sempre igual, apenas ela que tinha algum
diferencial. Por isso, passou a acreditar ter chances de ganhar o posto de miss.
Afinal, contava com apoio de suas duas melhores amigas: a própria mãe e Luana.
No caminho, encontra um amigo branco trabalhando como entregador de
gás. Pergunta a ele por que parou de ir à escola. O menino responde que não
queria ser reprovado novamente, e que apenas a professora de religião gostava
dele. Maria indaga-lhe sobre o futuro sem estudo, ressaltando a importância dele.
Ele a responde dizendo que a saída é fazer um curso supletivo de 45 dias ou um
cursinho qualquer, já que tem um monte espalhado ai. Naquela escola, ninguém
lhe ensinava nada mesmo. Maria insiste e o aconselha não jogar a oportunidade
de estudar, lembrando-o que já foi uma grande sorte ganhar uma bolsa de
estudos: agora tem que correr atrás e batalhar, igual a todo mundo! Ele a contesta
novamente, justificando ter que ajudar a mãe no sustento, e que andava com os
pés no chão. Deixou claro que estudar era coisa de gente que não precisava
trabalhar, como a amiga rica de Maria, Luana.

1- Faça uma descrição analítica da cena.


http://www.youtube.com/watch?v=VAVOq0_O_PA&feature=youtu.be
2- O que você acha que é uma favela? Explique.
3- Analisar a letra musical “Morador de Favela” da banda “Realidade Cruel” e
Elabore um comentário da letra, levantando pontos para debate em sala de aula.
http://letras.mus.br/realidade-cruel/949198.

Morador di favela Realidade Cruel


É... eu sou apenas mais um morador de favela sem dinheiro,
Sem estudo sempre na perspectiva de uma vida melhor
Se deus quiser um dia isso vai ser possível,o crime!
Quem que inventou o crime? deus que não foi com certeza,
Nem o favelado por essas e outras sou mais a liberdade
E a vida um dia após o outro firmão...escuta ai,porque!
Se o país ta em crise sou + um numero quem se importa
Aqui dentro a esperança tá morta fecharam as porta
As vezes eu penso que Deus nem se lembra de mim
Um barraco aos pedaços uns pensamentos ruim
Saudades da minha infância que que era aquilo
Havia inocência mas hoje os menino é bandido
Os bairro pobre em meio a precariedade a
Maldade infelizmente sempre é na dificuldade
Amor ao próximo é extinção o mundo é assim
Quem não tem não é nada, então vou atrás da melhora enfim
Criar meus pivete e tô novão 21,sonho como
Qualquer um favela comum, irmão que deus me perdoe
Pela tristeza, nas oração agradecendo o arroz puro na mesa
Na terra de passagem pra criar filho com fome,isso não!...
-meu ego me faz sentir menos homem!
Isso memo a vida por aqui nunca mais foi bela,
A falta de dinheiro arrasta meus irmãos para a guerra
Na rua prefiro presenciar as primaveras...mais um morador di favela!
(*refrão*)
Você não sabe não, que liberdade não conhece oque que é solidão,
Você não sabe não...
Você não sabe não, o que que é perder alguém pras ruas em vão,
Você não sabe não!
É que ontem memo aqui o clima tava tenso,
A vizinhança tudo correndo ao memo tempo,
Gritos...eu vi ali um semblante entristecendo
Mais uma dona maria com o filho nos braços morrendo
Vai vendo bandido sinceramente eu entendo,
Corrompemos, matamos por droga, mulher e dinheiro, tudo desunido
Tudo desinformado antes dos 25 dentro dos caixão lacrado
É embaçado mas que é ta ciente aliado
Se isso é ser malandro prefiro ser chapéu atolado
Assim que cê vive muleque assim que cê age
Você num ta vendo sua coroa quase morrendo de infarte?
A jóia de infinitos kilates se desfazendo vendo os bonde
Pro fundão nos carceres cê sofreu num aprendeu mas só
Ela sentiu como o crime consumiu sua vida cê viu?
Só frustrações,cicatrizes por dentro sequélas
Quantos corações bons vi trancados em celas,
Na rua prefiro presenciar as primaveras...mais um morador de favela.
(*refrão*)
Você não sabe não,que liberdade não conhece oque que é solidão,
Você não sabe não...
Você não sabe não,oque que é perder alguém pras ruas em vão,
Você não sabe não!!!
Guerreiro quanto vale sua vida? irmão me intenda!
Quantos eu ja vi sem o crime vivão aos 80 e com saúde,
Enquanto hoje os muleque novão pum marra de cão pique
Malandrão, pres'tenção,progresso na vida não só destruição
Ladrão moscão de hora extra no mundão...
Aii doidão!!! cê ta firmão? cade seu pote de ouro?
Seus crime já deu pra tua mãe uma casa de tijolo?
Qualquer no bolso,diploma na parede do quarto?
Ao invés de acabar igual o mano que morreu baleado!
Injustiçado se pá num caminho errado
Não deu pra sumariar quem foi na grande são paulo
E vários caso policia nenhuma desvenda
Maioria eles memo arrebenta de .40 , diabo ostenta,
Irmão se orienta,o crime não compensa,peça pra deus paciência.
Pra subir degrau por degrau sem miséria, bang
Cadeia ,solidão vê se me erra ! -porque prefiro presenciar
As primaveras...mais um morador di favela...
(*refrão*)
Você não sabe não, que liberdade não conhece oque que é solidão,
Você não sabe não...
Você não sabe não, oque que é perder alguém pras ruas em vão,
Você não sabe não!!!
-desse jeito!...
Quantos e quantos se foram infelizmente na vida do crime?
Quantas famílias incompletas dia após dia choram a perda
Dos entes queridos...morô!...
Por dinheiro, ambição ou até mesmo necessidade,enfim!
Mesmo assim será que compensa? muita paz guerreiro,
Fé em Deus...pense nisso.

ATIVIDADES-08

Comentário Vista Minha Pele parte – 8

Nesta cena Luana, amiga de Maria, chega à escola em seu carro de luxo,
rodeada de alunos negros. Sueli, a negra que concorrerá com Maria comenta
que seu pai chegou da África do Sul, e a trouxe várias revistas de moda. Destaca-
se a exclusividade de modelos negros. Quando entram, Sueli é recebida com um
rap em que as pessoas colocam em evidência sua beleza negra.
Maria é recebida por sua única amiga, oportunidade em que sua
concorrente faz chacota, mostrando a exclusão dos brancos. Enquanto todos
voltam suas atenções a Sueli, Maria retira-se constrangida do lugar e senta-se na
escada. E ela começa a pensar: “resolvi ficar na minha, estava decidida a deixar
que nada me atrapalhasse, nem o preconceito das pessoas, nem a timidez, nem
o medo, nada iria tirar a minha vontade de lutar pelo meu sonho”. Naquela hora
ela preferia estar sonhando, imaginando um mundo que tivesse pessoas da sua
cor com suas características sociais, e que tivesse na TV gente igual a ela
apresentando programas para crianças adolescentes.

1- Faça uma descrição analítica da cena.


http://www.youtube.com/watch?v=muXMOxR9StA&feature=youtu.be
2- Maria disse que: “naquela hora ela preferia estar sonhando, viajar tranquila
pelo mundo da imaginação, um mundo que tivesse pessoas da minha cor com
minhas características sociais que tivesse na TV, gente igual a mim, apresentando
programas para crianças adolescentes”.
Analisando a fala de Maria e o texto do link citado abaixo, elabore um
comentário sobre a tímida presença de negros na mídia brasileira, assim como os
papéis que costumam ser reservados a eles. Tal comentário será posto em debate
entre os alunos.
http://www.geledes.org.br/racismo-preconceito/racismo-no-brasil/16567-
presenca-do-negro-na-tv-tambem-pode-ser-preconceito-considera-apresentadora

Presença do negro na TV também pode ser preconceito, considera


apresentadora
"Entrei na TV por uma brecha: vamos colocar um negro apresentando o
jornal. Isso já é um preconceito", afirmou a apresentadora do SBT, Joyce Ribeiro,
ao participar da mesa "Negro na Mídia", no 2º Vozes pela Igualdade, organizado
pela Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira), do Sindicato dos
Jornalistas do Estado de São Paulo, no mês de novembro (23).
Joyce contou que nunca foi barrada na profissão de jornalista, mas
considera que só conseguiu entrar na TV por conta desse novo "momento
politicamente correto" em que precisam ter negros na TV. "Já fui mais otimista,
mas hoje com uma situação que pouco mudou e há poucos colegas negros na
TV, percebo que foi uma condição de momento [entrada na TV] e o preconceito
ainda paira nas redações", avaliou. Ela ressaltou, dessa forma, que o número de
profissionais negros não reflete a população brasileira, que tem, em sua maioria,
pele negra e parda.
No cotidiano da profissão, Joyce afirmou que insiste na luta para fortalecer
a presença de negros na TV. "Tento mostrar para os colegas da pauta que há
profissionais negros gabaritados que podem falar de determinados assuntos e
podem fazer parte das matérias que estamos produzindo. Tento colocar esse
olhar diariamente em vários assuntos", afirmou.
Já sobre o visual, a apresentadora disse que nunca foi obrigada a alisar os
cabelos ou recebeu pedidos para moldar seu visual, mas lembra da falta de
preparo das emissoras televisivas para cuidar da imagem de uma mulher negra.
"Nós nos preparamos para entrar na casa das pessoas. Há um departamento na
TV para isso. Mas lá nunca houve produtos para o meu cabelo ou maquiagem
para o meu tom de pele. Se passasse o que tinha de maquiagem, tudo ficava
meio cinza. Sempre levei minhas coisas. Até hoje o aparato é para o padrão
branco de pele e cabelo", revelou.
Para Oswaldo Faustino, jornalista, escritor e membro da Cojira que
também participou da mesa, outra forma de preconceito é a maneira como negros
proeminentes são retratados pela mídia. "São mostrados como exceção e
transformados em heróis. Eles são validados porque 'nós brancos avaliamos e
acreditamos neles'", afirmou, dando como exemplos o novo presidente do
Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, e jogadores de futebol como
Neymar. E emendou: "Mas assim como nós te mostramos, também te colocamos
no limbo quando queremos'", citou exemplificando com o caso do jogador
Adriano.
Maioria é minoria
Já o outro integrante da mesa Rogério Ferro, jornalista e mestrando da
USP, ressaltou que uma das características da imprensa, de mostrar negros
proeminentes como casos de superação é agravado quando é individualizado.
"O problema maior é quando é mostrado como única história", afirmou.
Para Ferro, que é moçambicano e trabalhou na TV Globo, as situações de
preconceito racial só vão mudar quando tiverem mais negros tomando decisões.
"Precisamos de mais gente no poder e chegar aos mais de 50% como ocorre com
a população brasileira", ressalta.
O evento organizado pela Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial
(Cojira-SP), com apoio da Wapi Brasil e do CEERT- Centro de Estudos das
Relações de Trabalho e Desigualdades, teve também uma mesa sobre como o
jovem negro produz cultura e se comunica hoje, que contou com a participação de
Tatiana Cavalcante, jornalista e mestranda da USP; José Nabor do Amaral Júnior,
jornalista e criador da revista O Menelick 2º Ato – Africanidades & Afins; e Diego
Balbino, fotógrafo e educador.
O depoimento de Diego Balbino enfatizou o impacto da consciência racial e
do racismo na sua vida e na trajetória profissional como fotógrafo e professor,
suscitando rica e, em alguns momentos emocionada, discussão com a plateia de
cerca de 40 pessoas. Para o jovem, que socialmente é chamado de branco na
maior parte das vezes, a fotografia adquiriu um novo olhar a partir do auto
reconhecimento como negro.
Tatiana Cavalcante fez um resumo de sua pesquisa de mestrado sobre a
história do programa Manos e Minas, da TV Cultura, enfatizando o papel ativo do
público na garantia da sobrevivência do projeto. Já José Nabor apresentou um
relato do processo que o levou a se tornar editor de uma moderna e respeitada
publicação da imprensa negra paulista. Em seu depoimento, ele revelou que
inicialmente tinha como foco de seu trabalho apenas o universo urbano da
juventude, mas que a resposta do público o levou a direcioná-lo para a cultura
negra e os temas a ela relacionados.
Premiação
Durante o 2º Vozes pela Igualdade foi lançado o Prêmio "Negritude em
Pauta", concurso cultural voltado para estudantes de Jornalismo do Estado de
São Paulo. O objetivo da premiação é sensibilizar os estudantes de Jornalismo
para a temática racial, com a qual terão de se defrontar no exercício da profissão.
Os futuros jornalistas serão convidados a escrever reportagens sobre cultura
negra e/ou relações raciais em âmbito nacional. Os participantes concorrerão a
prêmios que contribuam para seus estudos e formação, como livros e computador
portátil, além da publicação das reportagens vencedoras no jornal do Sindicato.
Por Cojira/SP
Fonte: Mulher Negra

ATIVIDADES-09

Comentário Vista Minha Pele parte – 9

Esta cena se passa dentro de sala de aula, destacando que apenas Maria
e uma colega sua são brancas. O professor começa sua aula questionando um
cálculo no quadro e ninguém o responde. Então, dirige-se à Maria, causando
silêncio na sala. O professor a apressa. Sentindo-se pressionada, não consegue
respondê-lo. O professor pergunta se ela se alimentou bem pela manhã. Ao bater
o sinal, o professor fica pensando na dificuldade que as crianças brancas tinham
para aprender. “Meu Deus, Elas tinham que se esforçar mais! Também as famílias
não ajudam, o que eu posso fazer? Corta-me o coração ver esta garota assim,
mas ela precisa se esforçar”. Todos saem da sala e Maria fica por último,
folheando um livro em que todos os personagens são negros, e começa a refletir:
“Às vezes dava vontade de fazer que nem o José, nunca mais por os pés nesta
escola, todos ficam tirando sarro da minha cara, como se soubessem mais do que
eu! Eu não suportava mais, sentir os professores me olhando com cara de pena,
como se eu fosse uma criança abandonada, sem comida, sem família!”

1- Faça uma descrição analítica da cena.


http://www.youtube.com/watch?v=ifhK5nlEJ2s&feature=youtu.be

2- Compare a descrição desta cena com a realidade de sua escola. Leia o


texto com o título “Imagem social do negro melhora no livro didático” no link:
http://www.palmares.gov.br/2011/08/imagem-social-do-negro-melhora-no-
livro-didatico/ e elabore um comentário para debate.
3- Como esta relacionada esta questão ao conteúdo e imagens de seu livro
didático?

Imagem social do negro melhora no livro didático


Por Joceline Gomes
Na década de 80, os negros eram retratados de forma estereotipada e
desumanizada. Na década seguinte, houve uma mudança significativa nessa
representação. A doutora em educação, Ana Célia da Silva, analisou 15
publicações do ensino fundamental e percebeu que, em cinco delas, o negro foi
retratado sem sinais de preconceito.
Nesses livros, os personagens têm status de classe média e são
apresentados em atividades de lazer, interagindo com crianças de outras etnias,
com nome próprio, sem aspecto caricatural, frequentando a escola, ou já adultos
em profissões diversificadas.
“Os personagens têm roupas, fardas, se abraçam, não são citados como
filhos da empregada”, contou a educadora. Nos outros 10 livros, apesar de
algumas mudanças, os negros estão estereotipados, há pouca interação e não
vão muito à escola.
A convivência com afrodescendentes, o conhecimento sobre a cultura
africana e a aprovação de leis como a 10.639 foram apontados como fatores
determinantes para a mudança, segundo os ilustradores entrevistados. “Mas as
críticas sobre o livro didático, a mídia, a família e as ações do movimento negro
tiveram papel importante”, contou a professora.
PRESENÇA – Apesar da mudança na maneira em que são apresentados,
os negros continuam sendo menos frequentes nas páginas dos livros. “É senso
comum de que ainda somos minoria. Foram 1.360 ilustrações de brancos contra
151 de negros. Percebo que não é intencional por parte dos ilustradores. É um
desafio a ser vencido”, afirmou a pesquisadora.
Para a autora, a transformação mais significativa foi a desconstrução do
estigma da incompetência. Em uma ilustração do livro Porta de Papel, a
professora elogia o aluno Fábio depois de um trabalho. “Tirar a questão de
incapacidade do negro é muito importante”, disse Ana Célia.
OBRA – A análise completa pode ser conferida na obra “A representação
social do negro no livro didático: o que mudou? Por que mudou?”, que será
lançado nesta quarta-feira, 24/08, às 17h, no auditório do Centro de Educação
Afro-Orientais (Ceafro), Largo Dois de Julho. Salvador/BA. A entrada é franca.
Fonte: Jornal A Tarde

ATIVIDADES-10

Comentário Vista Minha Pele parte – 10

Nesta cena, Maria sai da sala pensando que se ganhasse a miss festa
junina teria mais consideração. No corredor da escola encontra sua amiga Luana,
que a motiva a não desistir e saem juntas para vender votos. São poucos os que
compram os votos. Até mesmo professores a ignoram. Luana tenta vender voto
para sua amiga negra, e esta a elogia dizendo que se fosse para ela compraria,
mas para Maria parecia piada. Esta que estava ao lado ouve e começa pensar:
“uma piada era isto que pensavam de mim. Depois daquela que zulu mandou,
fiquei com vontade de sumir, queira que um buraco se abrisse e eu fosse parar La
no Japão”.
1- Faça uma descrição analítica da cena.
http://www.youtube.com/watch?v=aVF2mtS9ouY&feature=youtu.be
2- Qual a relação entre os dois vídeos citados e a cena de Maria. Elabore um
comentário para debate.
http://www.youtube.com/watch?v=oHT1oNIEz2E
http://www.youtube.com/watch?v=EE3rGO1Sk14

ATIVIDADES-11

Comentário Vista Minha Pele parte – 11

Nesta cena, quando Maria esta pegando material no seu armário, chega
Sueli que pega nos cabelos dela e diz: é seu cabelo mesmo ou é cabelo de
plástico? Maria diz que é seu cabelo mesmo. Sueli responde, mais sabe de uma
coisa? Este cabelo até que fica legal para você, aliás, como diz aquela
propaganda de produtos para permanente: “Não se desespere, pois cabelo
escorrido tem solução”. Sueli pega um talão, do armário de Maria e diz: você não
se enxerga não é garota! Não vê que comprou um dos seus votos só por causa
da Luana! Você não tem a menor chance meu bem! Maria retruca dizendo; se tem
tanta certeza disto por que está perdendo tempo comigo?Sueli diz: Háaa! Mas tá
cheia de moral, né? Sabe desde quando eu sou a miss festa junina? Desde a
escolinha! E não vai ser uma branquela azeda e mocoronga que nem você, que
vai acabar com meu reinado não, ainda mais com ajuda daquela doidinha. Ela
ainda responde: Háaa! Tá explicado! Você esta morrendo de inveja da Luana
estar me apoiando.
1- Faça uma descrição analítica da cena.
http://www.youtube.com/watch?v=aRjNjtSh39c&feature=youtu.be
2- Quando Zulu chama Maria de “branquela azeda”, o que isto significa?
Baseado no texto Lei e Penalidade, quais medidas poderia tomar Maria, perante
a Lei?
http://racismo-no-brasil.info/mos/view/Lei_e_Penalidade/
3- Qual a relação deste vídeo com a cena em questão?
http://www.youtube.com/watch?v=6iEKT6EoIJA

Lei e Penalidade
Em 1951, foi criada a Lei 1390/51, mais conhecida como Lei Afonso
Arinos.Proposta por Afonso Arinos de Melo Franco, essa lei proibia a
discriminação racial no país, ou seja, a separação de raças diferentes. A lei
Afonso Arinos se mostrou ineficiente por faltar rigorosidade em suas punições,
mesmo em casos explícitos de discriminação racial em locais de emprego,
escolas e serviços públicos. Em 1989, foi criada a Lei 7716/89, mais conhecida
como “Lei Caó”. Proposta pelo jornalista, ex-vereador e advogado Carlos Alberto
Caó Oliveira dos Santos, essa lei determina a igualdade racial e o crime de
intolerância religiosa.
Um dos maiores triunfos com o aprimoramento da lei contra o racismo foi
sua pena. Crime de racismo é inafiançável, mas especifica a diferença entre
atitudes que podem ser consideradas como racismo.

Crime de racismo x Injúria racial


O tema racismo ainda é complicado para muitas pessoas, principalmente
quando se trata da lei. Mesmo com implantação de legislação contra o racismo,
existem aqueles que não sabem diferenciar determinadas atitudes como práticas
de crime de racismo ou não.
Uma das maiores confusões que as pessoas podem cometer é confundir
racismo e injúria racial.
Injúria racial ocorre quando são ditas ou expressadas ofensas a
determinados tipos de pessoas, tendo como exemplo chamar um negro de
“macaco”. Esse exemplo já ocorreu em vários casos no futebol, em que jogadores
foram ofendidos por essa palavra e alguns entraram com processo. No caso,
seriam julgados como injúria racial, onde há a lesão da honra subjetiva da vítima.
A acusação de injúria racial permite fiança e tem pena de no máximo oito anos,
embora geralmente não passe dos três anos.
Já o racismo é mais grave, considerado como um crime inafiançável e
imprescritível. Para o crime ser considerado como racismo, tem que menosprezar
a raça de alguém, seja por impedimento de acesso a determinado local, negação
de emprego baseado na raça da pessoa. Como exemplo, pode-se considerar o
impedimento de matrícula de uma criança em uma escola por ela ser negra.
Resumidamente, o racismo impede a prática de exercício de um direito que
a pessoa tenha. A injúria racial se determina pela ofensa às pessoas por raça.

Como denunciar
A vítima deve registrar um boletim de ocorrência em uma delegacia e , em
seguida, procurar um advogado para cuidar do processo, mas não é obrigatório
um advogado para poder dar entrada no processo de discriminação racial.
Se a discriminação ocorrer no ambiente de trabalho, a vítima pode procurar
o Ministério Público do Trabalho. Se a discriminação não se referir
especificamente a uma pessoa, pode procurar o Ministério Público do Estado.
Fonte: http://racismo-no-brasil.info/mos/view/Lei_e_Penalidade/

ATIVIDADES-12

Comentário Vista Minha Pele parte – 12

Nesta cena Maria se depara com sua mãe e Luana, que estavam otimistas.
Disseram-lhe que venderam bastantes votos, e que o próximo dia seria de
pagamento, e iriam vender muito mais.

1- Faça uma descrição analítica da cena.


http://www.youtube.com/watch?v=j_7Jbv-f7cQ&feature=youtu.be
2- Qual a relação da música, com a cena de Maria? Explique.
http://www.youtube.com/watch?v=_81QQKn2r7g
http://letras.mus.br/jeito-moleque/1545748/
ATIVIDADES-13

Comentário Vista Minha Pele parte – 13

Nesta cena Maria e Luana preparam o que chamam de “contra-ataque”.


Enquanto elaboram os cartazes para a campanha, o pai de Luana se aproxima e
as incentivam a prosseguir com o intento. Segundo ele, “são as pequenas ações
que vão somando e somando para fazer as grandes transformações. Sabem
meninas, eu concordo com vocês! O Brasil precisa parar de achar que só os
negros podem fazer tudo, não é? Como miss festa junina, Presidente da
República, artistas de televisão, vocês não acham isto?” E para provar o total
apoio a Maria ele trás um talão totalmente vendido.

1- Faça uma descrição analítica da cena.


http://www.youtube.com/watch?v=6fDewdxUSRk&feature=youtu.be
2- Relacionar o vídeo com o dilema de Maria, citando sugestões.
http://www.youtube.com/watch?v=uaGO6Zc8L5M
3- Com base no texto: “O Negro na Sociedade Brasileira - Importância da
cultura e do povo africano na cultura nacional” e com o dizer do pai de Luana
no vídeo “O Brasil precisa parar de achar que só os negros podem fazer tudo”,
disserte acerca da importância da inclusão social e cultural.
http://www.administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/o-
negro-na-sociedade-brasileira-importancia-da-cultura-e-do-povo-africano/67433/,

O Negro na Sociedade Brasileira - Importância da cultura e


do povo africano na cultura nacional.
As pessoas precisam se conscientizar da importância da raça negra e de
sua cultura na formação do povo brasileiro e da cultura do nosso país. Conhecer
melhor sobre os afro-descendentes que fogem ao estigma da escravidão mais do
que saciar curiosidades, nos ensina que, desde cedo, esses brasileiros
impuseram, com sua existência, o fato de que a cor jamais os condenou à
inferioridade intelectual.
Apesar do ambiente que lhes era desfavorável eles alcançaram admiração
e respeito assim como muitos outros que lutaram pela conquista de seu espaço.
Às vezes estamos muito próximos de referências históricas importantes e
não percebemos, nem tampouco nos alertam para isso na escola. Quando
ouvimos O Guarani, de Carlos Gomes, na abertura da Hora do Brasil, por
exemplo, é sem saber que o nosso compositor erudito era neto de uma escrava
forra. Também não nos damos conta de que o nome Rebouças que batiza
viadutos, túneis e avenidas nas maiores cidades brasileiras homenageia o
sobrenome de uma ilustre família de políticos baianos negros, do século XIX,
cujos membros foram importantes engenheiros, os irmãos André e Antônio
Pereira Rebouças Filho, construtores de ferrovias e obras de grande porte. E no
esporte: Ademar Ferreira da Silva e João do Pulo no atletismo, Leônidas da Silva,
e Edson Arantes do Nascimento (Pelé) no futebol, Janete no basquete, Machado
de Assis na literatura filho de um mulato que pintava paredes (Francisco José de
Assis). Chiquinha Gonzaga (filha de uma negra Rosa Maria Neves de Lima) na
música, o ex-escravo, filho de negros alforriados, escritor abolicionista Dante
Negro do Brasil (João da Cruz e Sousa), recentemente o Exmo. Ministro do
Supremo Tribunal Federal-STF, Joaquim Barbosa, não gosto de citar nomes, pois
sempre cometo a injustiça de esquecer vários.
No Brasil não fomos educados como uma nação multicultural e pluriétnica,
precisamos concentrar esforços para ampliar o olhar para além do negro escravo
e reconhecer o valor daqueles afro-descendentes em segmentos como a
literatura, a música, as artes cênicas, as artes plásticas, as ciências, a medicina, o
jornalismo, a diplomacia, a guerra, a política, a religião... É o conhecimento da
história real que, enfim, ainda precisamos resgatar. Há dezenas de
personalidades, passagens históricas e obras relacionadas à cultura afro-
descendente que, se conhecidas, mudarão a perspectiva que temos sobre o povo
brasileiro e que foram construídas com explícita parcialidade e má fé pela
historiografia oficial.
Precisamos buscar referências, pesquisar, demandar, estudar, perceber o
nosso entorno, ir além dos livros didáticos, observar e ouvir a expressão da vida e
da cultura nas várias formas em que ela se apresenta em nosso meio. Repito,
vivemos em uma sociedade multicultural, onde convivem inúmeras etnias e já não
é mais aceito que só os conhecimentos proporcionados pela visão de mundo
eurocêntrica, branca, católica e masculina estejam representados na maneira
como montamos os currículos escolares. A escola é um espaço que é direito de
todas as raças. Mas esse é um direito que para ser respeitado não basta a
presença física de seus descendentes na escola.
Enfim, idéias e práticas prepotentes de racismo que ainda permeiam a
mente e corações de alguns certamente estão sendo abaladas e eliminadas e as
mudanças de atitudes sendo concretizadas.
"o Brasil não é um país de população majoritariamente branca, pois
96.795.294 pessoas se declararam "pretas" ou "pardas", totalizando 50,74% do
total *(Caniello Márcio, Brasil mostra a sua cor)
Às instituições criadas em prol da causa negra, meus esfuziantes aplausos
e que continuem lutando para eliminar todas e quaisquer práticas racistas. Que o
Dia da Consciência Negra sirva, cada vez mais, para esclarecer sobre a grande
contribuição do negro na nossa cultura e para a luta por uma sociedade melhor e
mais igualitária e que a consciência negra não seja lembrada apenas no vinte de
novembro.
Zumbi somos todos nós!!!
Ricardo Machado. Administrador de Empresas, Ambientalista.
O Brasil mostra a sua cor. -Caniello , 09 de Maio 2011.
http://cdsa.ufcg.edu.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&
id=836:o-brasil-mostra-a-sua-cor&catid=92:artigos&Itemid=460
http://www.administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/o-
negro-na-sociedade-brasileira-importancia-da-cultura-e-do-povo-africano/67433/

ATIVIDADES-14

Comentário Vista Minha Pele parte – 14

Nesta cena, enquanto colava os cartazes nas paredes da escola, Maria


depara-se com pessoas que não concordam com preconceito e injustiça. Com tais
pessoas do seu lado, sente-se mais forte e mais confiante em si mesma para
prosseguir. Percebeu que a confiança em si própria refletia na confiança dos
outros em relação a ela, aumentando suas expectativas quanto as suas chances
de vencer.

1- Faça uma descrição analítica da cena.


http://www.youtube.com/watch?v=zST-zSnSmn4&feature=youtu.be
2- O que é preconceito? Elabore um comentário para um debate analisando
os vídeos citados, não deixando de mencionar as principais formas de preconceito
que você já presenciou e também apresentar sugestões como forma de
resistência para a promoção da igualdade.
http://www.youtube.com/watch?v=h4Et0z7KY5Q
http://www.youtube.com/watch?v=enykz8WJRjI
http://www.youtube.com/watch?v=nEvOGU4j-ck

ATIVIDADES-15

Comentário Vista Minha Pele parte – 15

Em sala de aula, a professora de História de Maria explica que “os brancos


que fugiam eram castigados em praça pública, num espetáculo de barbárie, que
atraia todo mundo para o largo do Pelourinho depois da missa de domingo. Agora
vamos observar estas gravuras aqui: o que nós podemos ver? Podemos ver que
não só os escravos eram brancos, mais também os carrascos eram brancos, o
que mostra como os brancos eram desunidos, dominados!” Zulu vira para trás e
diz à Maria que se vivessem naquela época, iria pedir para seu pai comprá-la, e
iria chicoteá-la tanto que ela iria ter que dormir de bruços. Em resposta ao insulto,
Maria disse que juntaria sua galera no quilombo e quando os negros “dessem
mole”, bateria neles também.

1- Faça uma descrição analítica da cena.


http://www.youtube.com/watch?v=NRBfq0ldlrM&feature=youtu.be
2- Pesquise nos livros da biblioteca de sua escola a história relativa à
escravidão e escreva sobre: o seu significado? Como se iniciou? Qual era
o valor humano do negro neste período? Quando e por qual razão se
findou?
3- Elabore uma síntese do vídeo citado abaixo, para debate, enfatizando a
questão da violência racial.
http://www.youtube.com/watch?v=68AApIpKuKc

ATIVIDADES-16

Comentário Vista Minha Pele parte – 16

Chega o dia da eleição. Todos atentos para a apuração dos votos. A


disputa estava acirrada. Havia torcidas para ambas concorrentes. Maria, mesmo
antes de terminar a apuração, se retira e começa a refletir: “a sorte estava
lançada, eu queria tanto vencer. Mas pensando bem, mesmo perdendo, ninguém
iria esquecer esta eleição, muito menos eu”. Embora todas estas aventuras
significassem algum avanço, ela sabia que certas perguntas ainda continuariam a
incomodando:
* Será que um dia a escola vai valorizar a diferença racial?
* Será que negros, brancos, índios, orientais, vão ser tratados em
condições de igualdade?
* Será que um dia vou poder ver nos cartazes, espalhados pela escola,
pessoas parecidas comigo?
* Será que os professores vãos contar que os brancos também construíram
este país?
* Será que encontraremos nos livros escolares, imagens, histórias de
nossos avôs?
* Será que a desigualdade racial vai deixar de ser um problema só para os
brancos?

1- Faça uma descrição analítica da cena.


http://www.youtube.com/watch?v=uEdp-K4jRhs&feature=youtu.be
2- Dentre uma das indagações de Maria, escolha uma delas para realizar uma
dissertação de pelo menos 40 linhas. Apóie-se no vídeo em destaque e também
em artigos ou matérias que tratem do tema escolhido.

ATIVIDADES-17

1- Qual o comentário pessoal da atriz que representou “Maria”, sobre o filme?


http://www.youtube.com/watch?v=B7TqyqGuvc&feature=youtu.be
2- Assista ao filme completo e faça um comentário, analisando os conteúdos
trabalhados nas atividades anteriores.
http://www.youtube.com/watch?v=bxJvKnW9JYs
3- Você já assistiu algum filme que discutisse o preconceito (tanto racial como
outros...)? Elabore um “argumento” (idéia central) simplificado do filme. Caso não
tenha assistido, pesquise ou aceite sugestões do professor ou colegas de sala.

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Foram elaboradas 17 atividades, com previsão aproximada de duas aulas,


para o desenvolvimento de cada atividade, somando uma aula para pesquisa e
uma aula para atividades em sala de aula. No mínimo 50% das atividades devem
ser aplicadas em contra turno.
Os alunos terão que montar uma pasta, onde todas as atividades
desenvolvidas deverão ser anexadas para futura avaliação.
Cabe ao professor elaborar uma ficha, onde anotará a cada atividade a
participação individual do aluno, oportunizando e explorando ao máximo a
participação em debates no final de cada atividade. Ao professor cabe ainda
disponibilizar aos alunos, se necessária, a utilização da TV pendrive para
apresentação de seus trabalhos.
No final das atividades, quando serão recolhidas as pastas para avaliação,
deverá comparar o comentário da atividade 01 com o comentário da atividade 17
e relatar qual o resultado obtido.
Foram utilizadas somente referências encontradas na internet, com o
intuito de fazer com que o aluno utilize-ás como fonte de pesquisas, para a
exploração destes recursos tecnológicos.

Referências Bibliográficas

http://www.youtube.com/watch?v=bxJvKnW9JYs acessado em
15/10/2013

http://oolhodahistoria.org/artigos/IMAGEM-
cinema%20na%20sala%20de%20aula-liz%20motta.pdf acessado em
15/10/2013

http://www.youtube.com/watch?v=NJ3WqRlIs9c acessado em
15/10/2013
http://blogueirasnegras.org/2013/07/11/negro-na-tv/ acessado em
17/10/2013
http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/abolicao-sim-
igualdade-ainda-nao-627161.shtml acessado em 31/10/2013
http://www.ongcidade.org/site/arquivos/artigos/cotasmarenco4680006e499e
0.pdf
acessado em 31/10/2013
http://www.youtube.com/watch?v=AwUYRJ0sBCo acessado em
31/10/2013
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729169/inciso-xlii-do-artigo-5-da-
constituicao-federal-de-1988 acessado em 31/10/2013
http://www.ohchr.org/EN/UDHR/Documents/UDHR_Translations/por.pdf
acessado em 31/10/2013
http://letras.mus.br/realidade-cruel/949198/ acessado em 31/10/2013
http://www.geledes.org.br/racismo-preconceito/racismo-no-brasil/16567-
presenca-do-negro-na-tv-tambem-pode-ser-preconceito-considera-apresentadora
acessado em 31/10/2013
http://www.palmares.gov.br/2011/08/imagem-social-do-negro-melhora-no-
livro-didatico/ acessado em 31/10/2013
http://www.youtube.com/watch?v=oHT1oNIEz2E acessado em
31/10/2013
http://www.youtube.com/watch?v=EE3rGO1Sk14 acessado em
31/10/2013
http://racismo-no-brasil.info/mos/view/Lei_e_Penalidade/ acessado em
31/10/2013
http://www.youtube.com/watch?v=6iEKT6EoIJA acessado em
31/10/2013
http://www.youtube.com/watch?v=_81QQKn2r7g acessado em
31/10/2013
http://letras.mus.br/jeito-moleque/1545748/ acessado em 31/10/2013
http://www.youtube.com/watch?v=uaGO6Zc8L5M acessado em
31/10/2013
http://www.administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/o-
negro-na-sociedade-brasileira-importancia-da-cultura-e-do-povo-africano/67433/
acessado em 31/10/2013
http://www.youtube.com/watch?v=h4Et0z7KY5Q acessado em
31/10/2013
http://www.youtube.com/watch?v=enykz8WJRjI acessado em 31/10/2013
http://www.youtube.com/watch?v=nEvOGU4j-ck acessado em
31/10/2013
http://www.youtube.com/watch?v=68AApIpKuKc acessado em
31/10/2013.

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