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Em relação a responsabilidade da PEPA, explico:

Durante muitos anos o entendimento jurisprudencial era que não se admitia a


responsabilidade subsidiária do dono da obra para as obrigações de natureza trabalhista,
salvo nas hipóteses nas quais o contratante fosse construtor ou incorporador imobiliário
(o que não é o caso da PEPA), isso com fundamento na OJ-SDI-1 n.º 191 do TST.

Ocorre que nos últimos anos passou-se a ter um novo entendimento (bem isolado, mas
existente), sendo que pode recair sobre o dono da obra a responsabilidade subsidiária
caso comprovada contratação do empreiteiro sem idoneidade econômico-financeira.

Poderá ser atribuído a empresa, a responsabilidade subsidiária do dono da obra, por


culpa in eligendo, quando este é uma pessoa física ou empresa privada, seja ela de
micro, pequeno, médio ou grande porte, e tenha contratado empreiteiro/empresa de
empreitada sem idoneidade econômico-financeira.

O entendimento acerca da matéria foi uniformizado no âmbito do TST, no julgamento


do TST-RR-190-53.2015.5.03.0090, em incidente de recursos repetitivos, no qual foi
fixada a seguinte tese jurídica:

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA - DONA DA OBRA -


APLICAÇÃO DA OJ 191 DA SDI-1 LIMITADA À PESSOA FÍSICA
OU MICRO E PEQUENAS EMPRESAS:

I) A exclusão de responsabilidade solidária ou subsidiária por obrigação


trabalhista a que se refere a Orientação Jurisprudencial n.º 191 da SDI-1
do TST não se restringe à pessoa física ou micro e pequenas empresas,
compreende igualmente empresas de médio e grande porte e entes
públicos;

II) A excepcional responsabilidade por obrigações trabalhistas prevista


na parte final da Orientação Jurisprudencial n.º 191, por aplicação
analógica do art. 455 da CLT, alcança os casos em que o dono da obra de
construção civil é construtor ou incorporador e, portanto, desenvolve a
mesma atividade econômica do empreiteiro;
 

III) Não é compatível com a diretriz sufragada na Orientação


Jurisprudencial n.º 191 da SDI-1 do TST jurisprudência de Tribunal
Regional do Trabalho que amplia a responsabilidade trabalhista do dono
da obra, excepcionando apenas "a pessoa física ou micro e pequenas
empresas, na forma da lei, que não exerçam atividade econômica
vinculada ao objeto contratado";

IV) Exceto ente público da Administração Direta e Indireta, se houver


inadimplemento das obrigações trabalhistas contraídas por empreiteiro
que contratar, sem idoneidade econômico-financeira, o dono da obra
responderá subsidiariamente por tais obrigações, em face de aplicação
analógica do art. 455 da CLT e culpa in elegendo.

De qualquer forma, continua sendo majoritário (inclusive nosso Tribunal Regional) o


entendimento de que quando se tratar de empreitada ou prestação de serviços, o dono da
obra ou tomador dos serviços que não sejam do  ramo da construção) não responderá
pelas verbas empregatícias devidas pela empresa encarregada de realizar a prestação de
serviços ou empreitada.

Por sua vez, a Orientação Jurisprudencial nº 191 da SBDI-1 do TST afasta apenas a
responsabilidade do dono da obra quanto às obrigações trabalhistas contraídas pelo
empreiteiro. Ou seja, tal isenção não alcança as ações indenizatórias decorrentes de
acidentes do trabalho, que têm cunho civilista e prescindem da existência do vínculo
de emprego ou da relação de trabalho. Logo, em tais reclamações, envolvendo
empregado contratado por empreiteiro ou subempreiteiro, é inaplicável o entendimento
anteriormente citado, uma vez que a responsabilidade decorre do disposto nos artigos
186, 927 e 932, III, do Código Civil.

RESUMINDO:

Segundo a jurisprudência majoritária a responsabilização do dono da obra somente


subsiste quando a atividade econômica por ele desenvolvida seja atinente ao ramo da
construção civil, o que não e o caso aqui abordado, ou seja, provavelmente a PEPA não
será considerada responsável.
 

Já em assuntos relacionados com segurança do trabalho, acidente do trabalho a empresa


poderá ser responsabilizada.

Em relação a fiscalização, orientamos a verificar se os empregados estão recebendo e


utilizando EPIs e também EPCs, bem como deve ser solicitada a ficha de entrega de
EPIs também.

Para maior garantia, ideal e fiscalizar também se todos os empregados da contratada


estão com o contrato de trabalho anotado em CTPS e, além disso, solicitar mensalmente
a apresentação dos seguintes documentos ao construtor: os comprovantes de pagamento
de salários dos empregados, bem como os comprovantes de recolhimento do FGTS e do
INSS.

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