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Curso Técnico em Administração

Administração da Produção

Profº. Fernanda Góes da Silva

Inconfidentes
2020
INVENTÁRIO
Uma organização possui um número de itens de materiais muitas vezes de forma elevada. Se
pararmos para analisar em um simples bar ou lanchonete a quantidade de itens que é comercializado
varia em torno 300 a 500 itens. Em um hipermercado pode se atingir uma marca superior a 45.000
itens diferentes.
Podemos verificar no quadro abaixo algumas informações das quantidades de itens que
existem dentro destes tipos de empresas.

Em uma indústria o número de itens é também bastante elevado, o basta imaginar o número
de com ponentes de cada tipo e modelo de um produto fabricado. Para podermos mensurar isto
basta imaginarmos a montagem de uma simples bicicleta, que se aproxima dos 5.000 mil itens de
matéria-prima e componentes da sua estrutura.

Durante todo um processo de montagem ou fabricação, devemos considerar alguns outros


itens que fazem parte de alguns outros tipos de estoque. Vamos compreender todo este processo
abaixo:

Matérias-primas: são insumos materiais que sofrem algum tipo de transformação antes de serem
incorpora dos ao produto acabado. Um exemplo de matéria-prima pode ser representa do por um a
chapa de aço, em um a fábrica de fogões a gás. A chapa, antes de ser incorporada ao produto, é
cortada em pedaços menores, denominados blanks, sofrem um processo de estampagem na forma
de uma peça específica, como, por exemplo, um a porta de forno de fogão, após o que passam por
um processo de limpeza, fosfatização e pintura, transformando-se em um componente, para então
ser montada ao produto. Um tubo de aço em uma fábrica de bicicletas também é um exemplo de
matéria-prima, pois precisa ser corta do, soldado, fosfatizado e pintado.

Componentes: são insumos materiais direta mente incorpora dos ao produto acabado sem sofrer
nenhum tipo de transformação interna. Como exemplo de com ponente, pode-se citar u m pedal de
bicicleta, comprado de um fornecedor externo, utiliza do pela fábrica de bicicletas, ou a lâmpada
que é colocada nos fornos dos fogões domésticos, a qual é comprada de um fornecedor externo pela
fábrica de fogões.

Produto acabado: são os produtos terminados em uma fábrica ou uma montadora. São denomina
dos como mercadorias quando estão em uma loja, transportadora ou distribuidora

Produtos ou materiais em processo: trata-se de matérias-primas ou componentes que ingressaram,


porém ainda não saíram do processo de produção.
Materiais de manutenção: trata-se de materiais adquiridos para a manutenção de máquinas e
equipamentos, em empresas industriais, ou manutenção em geral, nos outros tipos de organização.
Como exemplo de materiais de manutenção é possível citar um rolamento de máquina, correias,
fusíveis, lâmpadas, fios, interruptores etc. E m determinadas indústrias o estoque deste tipo de
material pode atingir valores expressivos.

Materiais de expediente, de limpeza e de segurança: Além dos materiais que já citamos acima,
devemos considerar a existência de outros tipos de materiais dentro da empresa que são os materiais
destinados ao expediente do dia a dia, tais como: lápis, caneta, papéis, cartuchos de impressão,
destinados à segurança como os equipamentos de proteção individual, ou materiais de limpeza,
como detergentes, alvejantes e vassouras.

Classificação de materiais

Para que se possa ter um controle do grande número de materiais que circulam um estoque
de uma organização é preciso que se faça uma classificação destes materiais através de um código e
uma descrição de cada item de uma forma padronizada.
Este padrão de código vai variar de uma empresa para outra. Mas, a empresa precisa criar
seu próprio padrão.
Os atuais sistemas informatizados de gestão de empresas, como os sistemas ERP, por
exemplo, não permitem a entrada em estoque de nenhum material que não esteja previamente
cadastrado no sistema.
A classificação de materiais é definida como sendo a atividade responsável em identificar
um novo item de material qualquer através da atribuição de um código e de uma descrição a este
item, e seu respectivo cadastro no sistema informatizado de acordo com um padrão pré-estabelecido
pela empresa.
É interessante que somente um setor da empresa fique responsável por esta inclusão,
alteração ou eliminação de dados no sistema de controle e classificação dos materiais. Desta forma
se evita desencontros de informações. Geralmente o setor responsável por esta tarefa nas empresas é
o setor de compras ou de engenharia de produtos.

Dica:
Qual a diferença entre almoxarifado e depósito?
É usual fazer uma distinção entre estes locais de armazenagem. Os almoxarifados geralmente se
destinam à guarda de matérias-primas, componentes, materiais de manutenção e de expediente, já
os depósitos, geralmente, se destinam ao armazenamento de produtos acabados e mercadorias

Como fazer a descrição do material

A descrição do material deve apresentar, de forma padronizada, todas as características


individuais e particulares do item que o identifique dentro da empresa, independente das variações
externas de referência comerciais do mercado ou do fornecedor que possa existir.
Não existe um padrão obrigatório para se fazer a descrição de itens, mas abaixo vamos
descrever uma estrutura que pode ajudar na elaboração da descrição de itens na sua empresa:

1º passo – Nome do item: No primeiro momento é necessário se ter em mãos o nome do item a se
classificado.
2º passo – Descrição Padronizada: Descrição padronizada do item que trata-se da denominação
mais elementar de um item de material. Isto é o primeiro elemento a ser definido na identificação de
um material.

3º passo – Descrição Técnica: Fazer a descrição técnica do item que nada mais é do que um
complemento da descrição padronizada que informa dados relativos aos aspectos físicos, químicos,
elétricos e de construção do item de material.
Exemplos:

Nome básico Descrição Técnica


Parafuso M4 AA x 12mm
Lâmpada Philips 20 w
Lâmpada LG 40 w

4º passo – Descrição Auxiliar: Nas organizações é com um incluir algumas informações auxiliares
no final da própria descrição do item, para facilitar algum tipo de verificação ou controle. Algumas
em presas, por exemplo, optam em incluir o código do fornecedor do item no final da descrição
para facilitar a conferência do material no recebimento, uma vez que o código do item constante na
nota fiscal é do fornecedor, e não do comprador.

As informações complementares geralmente utilizadas no final da descrição de um item de material


geralmente se resumem a:

Tipo de em b alagem: Caixa com doze; galão com 3,6 litros; rolos de 50 m etc.
Unidade de fornecimento: Milheiros, dúzias, litros, quilos, metros, unidades etc.
Código do fornecedor: Lembrar que cada empresa utiliza um sistema de codificação próprio.

Inventário Físico

Inventário Físico consiste na contagem física dos itens que compõem determinado estoque
para comparar a quantidade de que consta nos registros de estoque com a quantidade real de
material contada na prateleira.
Este tipo de inventário no passado era conhecido por “balanço”. Em uma determinada
época, geralmente no final do ano, as empresas faziam a contagem física deste estoque. Era comum
encontrarmos algumas lojas ou empresas fechadas com um cartaz na porta dizendo “fechada para
balanço”.

O inventário físico pode e deve ser feito em qualquer tipo de estoque: de matéria-prima, de
com ponentes, de material em processo, de materiais de manutenção, de materiais de expediente, de
produtos acabados, de mercadorias em uma loja ou supermercado, de bens do ativo imobiliza entre
outros.
Inventário Periódico

Um inventário físico pode ser feito em intervalos de tempo regulares, geralmente em


períodos semestrais ou anuais no final do exercício fiscal, ou a qualquer momento quando se julgar
necessário em algum a ocasião, como por exemplo a pedido dos acionistas da empresa, por algum
descontrole especifico no sistema, por suspeita de fraude ou furto de mercadorias, por mudanças de
local etc.
A realização do inventário físico periódico geralmente interrompe o processo produtivo em
uma indústria ou as vendas em uma loja, em função disto, um inventário periódico deve demorar o
menor tempo possível para ser realiza do, geralmente cerca de dois ou três dias em um final de
semana ou em dias de feriados.
Na ocasião da contagem, uma força tarefa constituída de um certo contingente de
funcionários é monta da exclusiva mente para este fim. Um inventário físico periódico representa
um expressivo custo de realização com horas extras, refeições, deslocamentos e custos de sistema
como geração e emissão de etiquetas, conferências e alimentação de dados

Inventário cíclico

Uma outra forma de inventário físico, consiste em contar uma pequena quantidade de itens
de estoque todos os dias de forma a não interromper as atividades da empresa nem ser apanhado de
surpresa pela necessidade de um grande ajuste de estoques, na maioria das vezes, para uma
quantidade inferior à a presenta da pelos registros do sistema, demonstrando um patrimônio inferior
que deverá ser justifica do em reunião de conselho.

Atividade de aprendizado

a. Além dos estoques de matéria-prima e componentes, uma indústria precisa administrar outros
tipos de inventários. Mencione quais são estes tipos de inventários e explique um pouco sobre cada
um deles.

b. Qual a diferença entre um almoxarifado e um depósito?


CLASSIFICAÇÃO ABC DE MATERIAIS

A classificação A B C de materiais consiste em atribuir uma importância relativa a um item


de estoque. Na classificação ABC os itens de material em estoque são classificados de acordo com
sua importância, geralmente financeira.

Devemos frisar que, na sistemática da Curva ABC, os itens de material em estoque são
usualmente classificados de acordo com seu valor de demanda, mas existe a possibilidade de
adoção de outros critérios, como, por exemplo, impacto na linha de produção, ou itens mais
requisitados pelos setores da organização.

No método da Curva ABC, os itens em estoque são classificados em três classes:

Classe A: itens de maior valor de demanda, em determinado período;


Classe B: itens de valor de demanda intermediário;
Classe C: itens de menor valor de demanda.

Os percentuais aproximados (e não fixos) são os relacionados a seguir na tabela:

CLASSE DESCRIÇÃO
A Cerca de 20% dos itens que correspondem a aproximadamente 80% do
valor utilizado
B Cerca de 30% dos itens que correspondem a aproximadamente 15% dos
valores utilizados
C Cerca de 50% dos itens, que correspondem a aproximadamente 5% do
valor utilizado

Importante: a Classificação ABC ou curva ABC segue o princípio básico do gráfico de Pareto, ou
seja, princípios 80/20.
20% das causas são responsáveis por 80% das consequências.
20% dos clientes representam 80% das vendas
20% dos produtos representam 80% do estoque que você tem na empresa.
20% das pessoas detém 80% da maior riqueza do mundo.

Assim, essa classificação dará evidência pra você do que é mais importante dentro da sua
empresa na questão dos estoques, ou seja, qual item é mais importante e te auxilia na tomada de
decisão dentro da sua empresa em termos de alocação de recurso e de compras a serem feitas.

Vamos ver abaixo como elaborar a Classificação ABC e o gráfico ABC a partir de um
exemplo em planilha do Excel.

1º momento: Faça o levantamento de todos os itens que a empresa possui e faça a classificação
destes itens de acordo com a planilha abaixo:
Para elaborar a tabela acima é necessário manter um controle e informações do que se
consumiu ou vendeu no último semestre ou ano.
A partir destas informações se consegue construir a Classificação ABC.

2º momento: Iniciar a Classificação ABC:

Após elaboração da planilha acima é necessário seguir estes passos:

Passo 1: Ordenar os itens de maneira decrescente em relação ao valor usado


Passo 2: Calcular o valor total de todos os itens
Passo 3: Calcular as porcentagens que cada item representa individualmente
Passo 4: Calcular a porcentagem acumulada
Passo 5: Definir os critérios de corte e classificação
3º momento: Fazer a elaboração do Gráfico ABC:
ESTOQUE

As organizações precisam administrar vários tipos de materiais que são necessários para a
realização das suas atividades. A administração dos estoques desses materiais é uma função
rotineira, ou seja, deve ocorrer diariamente, com maior ou menor representatividade dentre as
tarefas realizadas na empresa.
Nas indústrias os tipos de materiais encontrados são as matérias-primas, componentes,
materiais em processos, e produtos acabados ou mercadorias.
Além destes materiais, ligados ao processo produtivo, podem existir outros tipos de
materiais complementares, os quais também podem formar estoques que precisam ser
administrados, como peças de reposição para equipamentos e materiais de manutenção, expediente,
limpeza e segurança.

Os tipos de materiais mais utilizados pelas empresas são:

 Matéria-prima
 Componentes
 Produtos ou materiais em processos
 Produtos acabados
 Materiais de manutenção
 Materiais de expediente, de limpeza e de segurança

Sobre a definição de cada tipo acima, já vimos quando trabalhamos o conceito de


“Inventário” no início desta apostila.

Tipos de estoques

Os estoques sempre existirão, ou seja, onde existe necessidade de materiais para se produzir,
prestar serviço ou comercializar, vai existir estoque.
Os materiais são formadores naturais de estoques, que muitas vezes representam elevado
valor de capital e precisam ser administrados de forma correta, sob pena de afetarem negativamente
o desempenho da empresa, provocando comprometimento à sua lucratividade.
Por isto o bom conhecimento do seu estoque e o seu bom gerenciamento é importante para
que a empresa possa caminhar de forma segura e com lucratividade.

Existem três tipos de estoque, são eles:

 Estoque cíclico
 Estoque de segurança
 Estoque sazonais

1. Estoque cíclicos

Os estoques cíclicos existem somente, e tão somente, porque a produção ou compra de


material se dá em lotes, ou bateladas, que proporcionam economias que compensam os custos
associados à manutenção deste tipo de estoque.
Nem sempre comprar pouco estoque é compensador, nem sempre ligar uma máquina para
produzir poucas peças é interessante para a empresa.
Por isto a compra em lotes é uma estratégia interessante para a empresa.
Outro fator também que corrobora com esta teoria é que em muitos casos, além da economia
obtida na produção e transporte, também é possível obter descontos por quantidade, o que reforça
os motivos para a produção ou compra em lotes e a consequente manutenção deste tipo de estoque.
Assim, os estoques cíclicos existem para permitir uma economia de escala na compra ou
produto em lotes.

Mas, para acontecer esta “economia” é preciso saber qual a quantidade certa de se comprar
em lote. Assim, definir o lote ideal para a sua produção é a estratégia que se precisa tomar. Vamos
ver como isto funciona na prática.

Vamos imaginar um exemplo fictício1 de uma padaria cujo nome é “Utilibrás”.

A Utilibrás é uma empresa que produz e comercializa aparelhos eletrodomésticos. A


empresa possui uma linha de produção que monta 100 multiprocessadores domésticos por dia. Ela
compra os motores de uma fornecedora em lotes de 1.000 peças por pedido. Os 1.000 motores
demoram cerca de 10 dias para serem consumidos na produção.

Vamos ver como fica isto no gráfico “curva de dente de serra”

A Utilibrás terá 1000 unidades de motores em estoque no dia do recebimento do material.


Esses motores serão utilizados, a uma taxa de 100 unidades por dia e, ao final do décimo dia de
produção, a empresa não terá nenhum motor em estoque. Neste mesmo dia, um novo recebimento
acontece e o estoque salta novamente para 1000 unidades. Esta sequência de recebimento e
esgotamento de material se repete ao longo do tempo, formando ciclos de abastecimento e
consumo, veja n a figura acima, que, em função de sua forma, é conhecido como “curva dente de
serra” de estoques. Assim, considerando-se um estoque inicial de 1000 unidades e um estoque final
vazio, e considerando-se que a utilização do estoque se dê a um a taxa constante, tem-se um estoque
médio de 500 unida des, ou seja, a metade do lote de compra.

Temos que considerar o estoque médio da empresa, para isto precisamos saber:
LC = lote de compra
EM = Estoque médio

Equação do Estoque Médio

1 Exemplo retirado do livro: Administração da Produção (Operações Industriais e de Serviços).


A empresa poderia em vez de adquirir 1000 unidades de motor a cada dez dias e ter um
estoque médio de 500 unidades, poderia adquirir 500 unidades a cada cinco dias de produção e ter
um estoque médio de apena as 250 unidades.

Seguindo este raciocínio, o estoque teoricamente pode continuar sendo reduzido. Se as


entregas forem diárias em lotes de 100 unidades, por exemplo, o estoque médio cai para 50
motores.

As entregas em lotes menores e mais frequentes resultam em diminuição do estoque cíclico


o que gera diminuição de custos com estocagem para a empresa. Por outro lado, entregas mais
frequentes geram maiores custos de entrega.

Sendo assim, uma pergunta surgem: Qual é a melhor política de compras que a empresa
Utilibrás pode utilizar?

Primeiramente a empresa deve definir qual o seu tamanho do lote de compra e o número de
entregas por período. Para isto é necessário considerar dois custos envolvidos: custo de estocagem
e o custo de cada novo pedido.

Custo de estocagem

Os principais custos envolvidos neste item são:

 Custo de capital investido: talvez este seja o com ponente mais expressivo do custo de
estocagem. É representa do pela falta de remuneração financeira do capital, que permanece
"empatado" em estoques

 Custo de movimentação e armazenagem: estoques ocupam espaço físico. Os custos associa


dos a esta ocupação são, na maioria das vezes, representa dos pelo custo interno por metro
quadrado deste espaço ou pelo aluguel externo, quando necessário. É preciso levar em conta
algumas variáveis sobre este item, que são: da nos ocorridos na movimentação e
armazenagem dos materiais, necessidade de prateleiras, iluminação, almoxarifes, segurança,
acréscimo nos custos de a pólices de seguro, necessidade de condições específicas (por
exemplo, temperatura controlada ou necessidade de refrigeração), cuidados especiais com
materiais inflamáveis.

 Custo do risco de deterioração ou obsolescência: muitos materiais como alimentos, tintas,


adesivos etc., se deterioram com o passar do tempo e, por isto, a presentam prazo de
validade.
Por isto a análise se vale a pena manter uma grande quantidade destes materiais por mais
tempo em estoque ou diminuir o estoque médio e aumentar as entrega dos lotes de compra
em mais dias. Quanto maior o risco de deterioração ou obsolescência, maior o custo
envolvido na manutenção de estoques.

Custo com pedidos

O custo com pedidos envolve:

 Custo de transporte: o custo do frete do pedido geralmente é bastante representativo e diz


respeito ao lote de compra. Na maioria das vezes, o custo do frete a presenta forte com
ponente fixa, de forma que o preço do frete prática do para um pedido pequeno, contendo
poucas unidades, chega a ser praticamente o mesmo de um pedido maior, contendo mais
unidades de material.

 Custos administrativos: os custos administrativos envolvidos englobam os custos da mão


de obra para se emitir o pedido, os custos de conferência pelo almoxarife no recebimento do
material, os custos de carga e descarga, o custo de digitação do pedido no sistema, o custo
da inspeção da qualidade no recebimento, quando for o caso, e outros custos desta ordem.

2. Estoque de segurança

Estoque de segurança é uma forma da empresa se precaver por eventuais faltas e atrasos nos
lotes encomendados.
Este tipo de estoque visa proporcionar um certo nível de atendimento exigido, neutralizando
os riscos impostos por falta, variação na entrega de suprimentos para a produção e de demanda (se
acaso houver um aumento de demanda pelo produto).
Desta forma a empresa consegue atender as demandas que surgiram com este estoque de
segurança e a produção não para por conta de eventuais atrasos de fornecedores.

3. Estoques sazonais

Estoques sazonais podem ser necessários para atender a períodos de sazonalidade, tanto da
demanda pelo produto acabado como da oferta de matéria-prima.
Dependendo do tipo de produção em uma determinada época do ano a demanda por este produto é
maior, já em outros momento do ano a demanda é estável.

Exemplo: Uma indústria de chocolates durante a maior parte do ano a produção é estável pois a
demanda é estável, mas em períodos próximos a Páscoa a demanda aumenta (são as sazonalidades),
desta forma é necessário se ter mais estoques neste período para atender a demanda de produção,
estes estoques são sazonais.

Dica:
Lote de compra: quantidade de material adquirido e entregue em cada compra efetuada.

Lote de produção: quantidade de produtos produzidos de uma só vez.


LOTE DE COMPRA

Quanto maior for o lote de compra, maior será o custo de estocagem. Porém, lotes maiores
implicam em menor número de entregas ou de setups de máquina, o que reduz o custo com pedidos.
Por outro lado, lotes de compra menores implicam em custos de estocagem reduzidos, mas
exigem um maior número de lotes de produção ou de entregas, o que eleva o custo com pedidos.

O que fazer? Como encontrar o lote econômico de compra?

Veja a seguir os passos para isto.

1. Calcular o custo total de estoques

Abaixo a fórmula do custo de estocagem:

Fonte: Administração da produção (Operações Industriais e de Serviço), página, 685.

2. Calcular o custo com pedidos

Abaixo a fórmula do custo de estocagem:

Fonte: Administração da produção (Operações Industriais e de Serviço), página, 686.

3. Calcular o custo logístico total

O custo logístico total é dado a partir da soma dos custos com pedido e dos custos com estocagem.

Fonte: Administração da produção (Operações Industriais e de Serviço), página, 686.


Vamos exemplificar a situação:2

A Compubrás, uma empresa montadora de computadores, consome 1.000 chicotes elétricos


por mês. Supondo que a empresa adquira seus chicotes a um custo de R$ 20,00 cada, que o frete
praticado é de R$ 40,00 por viagem e que o custo de oportunidade de captação de recursos
financeiros é da ordem de 5% ao mês, qual o tamanho do lote de compra que minimiza o custo
total?

Resolução é apresentada na tabela abaixo:

Fonte: Administração da produção (Operações Industriais e de Serviço), página, 687.

Após o cálculo acima para os diversos tamanhos de lote é possível notar que a aquisição do
lote de 300 unidades é o mais compensador.

Como se pode perceber, analisando-se o quadro acima, quando se compra em pequenas


quantidades (lotes de 50 unidades, por exemplo), o custo financeiro de estocagem é baixo, já que há
pouco dinheiro “empatado” em estoques. Em contrapartida, são necessárias muitas viagens com
equipamentos de transporte subutilizados, ou com equipamentos de baixa capacidade, que
normalmente são menos eficientes em termos de custo por volume, o que acarreta eleva dos custos
com pedidos. Por outro la do, quando os lotes são grandes, há menos gastos com pedidos. Para lotes
de 1000 unidades, neste exemplo, bastaria um a única compra por ano. Mas, realizar um a única
compra no a no, significa que a empresa fica com bastante mercadoria estocada e que já pagou por
itens para os quais só vai dar um destino útil muito tempo depois.

No gráfico abaixo temos a influência do lote de compra nos custos logísticos totais.

2 Exemplo retirado do livro: Administração da Produção (Operações Industriais e Serviços), pág. 687.
Custos logísticos em função do lote de compra
Fonte: Administração da produção (Operações Industriais e de Serviço), página, 687.

Lote Econômico de Compra

Vamos fazer o cálculo do Lote Econômico de Compra na planilha do Excel.

Para isto vamos continuar utilizando as informações do exemplo acima.

IMPORTANTE:
Utilize as fórmulas abaixo seguindo a mesma estrutura (colunas e linhas) de dados da
planilha acima e você conseguirá ter o cálculo do lote econômico.

Fórmulas:
Lote Econômico: =RAIZ((2*E6*E4)/(E5*E3))
Lote de compra LC: =B13+$D$8
Custo de estocagem: =(B13/2)*$E$5*$E$3
Custo com pedidos =$E$6/B13*$E$4
Custo Total : =C13+D13
MÉTODO PEPS (FIFO)

Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair (First, in, First out). A avaliação por este método é feita
pela ordem cronológica das entradas. Sai o material que primeiro integrou o estoque, sendo
substituído pela mesma ordem cronológica em que foi recebido, devendo seu custo real ser
aplicado.
Quando o giro dos estoques ocorre de maneira rápida ou quando as oscilações normais nos
custos podem ser absorvidas no preço do produto, ou quando se dispõe de material que esteja
mantido por longo prazo, esse tipo de avaliação serve também para controlar os estoques.
Consequentemente, os estoques são mantidos em contas do ativo, com valores aproximados dos
preços atuais de mercado.
Veja o exemplo na imagem abaixo (planilha do Excel):
MÉTODO UEPS (LIFO)

Último a Entrar, Primeiro a Sair (Last In, First out). Este método de avaliação considera que
devem em primeiro lugar sair as últimas peças que deram entrada no estoque, o que faz com que o
saldo seja avaliado ao preço das últimas entradas.
É o método mais adequado em períodos inflacionários, pois uniformiza o preço dos produtos
em estoque para venda. Baseia-se na premissa de que o estoque de reserva é economicamente o
equivalente ao ativo fixo. O emprego desse método pela administração de material por certo
período de tempo, tende a estabilizar o estoque, enquanto é avaliada a utilização corrente do
mesmo, também em função dos preços, a fim de que sejam refletidos os valores e custos do
mercado.

Veja o exemplo na imagem abaixo (planilha do Excel)


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CHIAVENATO, Idalberto. Administração da produção: uma abordagem introdutória.


reimpr. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

MOREIRA, Daniel Agusto. Administração da Produção e Operações. 2. ed. São Paulo:


Cengage Learning, 2012.

PEINALDO, Jurandir, GRAEML, Alexandre. Administração da produção: operações


industriais e de serviços. Curitiba : UnicenP, 2007

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