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Classificação de Materiais

A classificação de materiais é o procedimento de organizar itens do estoque


seguindo um critério específico. Esta categorização consiste em estabelecer grupos
ou famílias de materiais em uso pela organização, com base em fatores como
utilidade, natureza, forma, dimensão, peso, tipo, uso, entre outros critérios que a
administração de materiais identifique como benéficos para a eficiência
organizacional e rápida localização dos materiais.
Um sistema de classificação é essencial para qualquer departamento de
materiais, já que sem ele não é possível um controle efetivo do estoque, codificação
dos itens, procedimentos de armazenamento adequados, e a operação correta do
almoxarifado.
Escopo da Classificação

Existem várias maneiras de categorizar materiais, mas a mais eficaz será a


que melhor atender às necessidades da organização, da equipe de gestão de
materiais e que simplifique de maneira eficiente o processo de reabastecimento dos
produtos. A seguir, apresentaremos as principais formas de classificação:
● Catalogação – Consiste em listar todos os itens em um catálogo,
facilitando a consulta e fornecendo uma visão geral da coleção. Dependendo da
quantidade de produtos, o catálogo pode ser manual, digital ou baseado em
software.
● Simplificação – Envolve a redução da vasta gama de itens usados
para os mesmos propósitos, avaliando a necessidade real de manter uma grande
quantidade de produtos semelhantes para o mesmo fim.
● Identificação (especificação) – Trata-se da descrição de um item
através de suas características (atributos, propriedades). O termo especificação é
geralmente usado para identificar precisamente o material, tornando-o único (ou
seja, específico), especialmente para fins de aquisição. O conjunto de descrições de
materiais forma a nomenclatura de materiais da empresa.
● Normalização – Envolve a criação de normas ou instruções de uso,
definindo como o material deve ser utilizado. Isso permite maior segurança e maior
possibilidade de diferenciação, garantindo que o produto seja usado corretamente.
A entidade oficial de normalização no Brasil é a Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT).
● Padronização – Refere-se à definição de padrões para análise de
materiais, permitindo sua troca e reduzindo a variedade, o que leva a economias.
● Codificação – Conjuntos de números/letras através dos quais
identificamos e conhecemos facilmente o material. Uma boa classificação do
material permite sua codificação, ou seja, a representação de todas as informações
necessárias e desejadas por meio de números e/ou letras, baseada na classificação
do material.
Quando uma pequena fábrica ou empresa de serviços começa, a criação de
códigos manuais controlados por meio de planilhas pode ser suficiente. No entanto,
à medida que o negócio cresce, é necessário implementar medidas mais
profissionais e eficazes para aumentar a escalabilidade e reduzir os riscos de
desperdício e perda de produtos.
Existem várias formas de codificar produtos para atender a necessidades
específicas de identificação, dependendo do nível, tipo, grupo, unidade do item, etc.
A codificação de produtos é a segunda etapa da classificação de materiais e
envolve a atribuição de um código ao produto para identificá-lo e suas
características.
A ideia é padronizar dados para agilizar a identificação e localização de
produtos e permitir o uso de um sistema de informações. Isso facilita o fluxo de
informações na cadeia logística.
Essencial para uma boa gestão de estoques, a codificação se divide em
várias formas. É importante conhecer cada uma delas para identificar a mais
adequada à estrutura e às necessidades da organização.
● Sistema decimal, também conhecido como sistema numérico ou
codificação numérica, é um dos métodos mais utilizados por ser bastante simples e
de fácil implementação. Consiste no uso de algarismos arábicos para a ordenação
sequencial dos itens. Os produtos são codificados de acordo com suas
características gerais. Depois, são feitas subdivisões a fim de especificar o tipo de
item. Sendo assim, temos:
- grupo;
- classe;
- subclasse;
- número verificador;
- dígito de controle.
O método de classificação decimal é amplamente adotado por sua
simplicidade e pela capacidade de lidar com uma vasta gama de itens em estoque e
informações incalculáveis, como demonstrado no exemplo a seguir:

Figura – Exemplo de codificação decimal

Fonte: Elaborado pelo Professor Renato Fenil.

✔ Alfabética e alfanumérica, essa forma de codificação de mercadorias


emprega as letras do alfabeto para representar os produtos. Este tipo de codificação
é frequentemente encontrado na catalogação de livros em bibliotecas e tem sido
usado há séculos. Por outro lado, a codificação alfanumérica, como o nome sugere,
utiliza uma combinação de letras e números. Atualmente, é bastante utilizada na
identificação de peças de automóveis e placas de veículos.
A quantidade de números e letras é determinada pela empresa que adota
essa codificação, oferecendo uma grande flexibilidade de acordo com suas
necessidades específicas.

✔ Código de barras é um padrão que pode ser lido por máquinas e é


aplicado a produtos, matérias-primas ou mercadorias. Esses códigos armazenam
dados que são usados para controle e rastreamento de produtos ao longo de seu
ciclo de vida. Os códigos de barras são decodificados utilizando um scanner
especial equipado com luzes e lentes que interpretam as informações contidas nos
códigos. Estas informações são, então, transferidas para um banco de dados onde
podem ser registradas e monitoradas.
Uma parte da numeração do código é fornecida e gerenciada pela EAN Brasil
(Associação Brasileira de Automação Comercial), enquanto os dígitos restantes são
criados e geridos pela própria empresa que os utiliza. A adoção de códigos de
barras permite o rastreamento de lotes desde a produção até a entrega ao
consumidor final. Deste modo, são evitados problemas como falta, excesso ou até
mesmo a expiração de produtos devido à má gestão do estoque.

Figura: Tipos de códigos de barra


O QR Code funciona como uma versão bidimensional do código de barras,
mas age como um arquivo portátil de dados, capaz de codificar nomes, fotos e
sumários de registros. Este tipo de codificação é definido e publicado como um
padrão ISO (Organização Internacional de Normalização) e seu uso é livre de
licenças.
Estoques mal geridos e excessivamente altos aumentam o custo final dos
produtos. Para maximizar a rentabilidade da empresa e melhorar seus serviços para
os clientes, é crucial usar um método de controle de estoque adequado. Isso
impactará positivamente o processo de armazenamento, considerando a eficiência
na movimentação de materiais, seu controle e minimização de desperdícios.
Tipos de Estoque

As empresas gerenciam vários tipos de estoques, que podem ser


centralizados em um único armazém ou distribuídos por diversos pontos dentro da
organização. Alguns dos principais tipos de estoques incluem:
● Estoque de matéria-prima;
● Estoque de componentes comprados ou produzidos internamente;
● Estoque de produtos acabados;
● Estoque de produtos em processo;
● Estoque de ferramentas e dispositivos para as máquinas;
● Estoque de peças de manutenção;
● Estoque de materiais indiretos, entre outros.

O Fluxo de Materiais pode ser classificados em cinco diferentes tipos:


1. Matérias Primas;
2. Materiais em Processamento;
3. Materiais Semi Acabados;
4. Materiais Acabados ou Componentes;
5. Produtos Acabados.
Matérias-primas

As matérias-primas (MP) são os insumos e materiais fundamentais que


entram no processo de produção, representando todos os elementos iniciais
necessários para a produção. Frequentemente, precisam ser adquiridas de
fornecedores externos, pois nenhuma empresa é capaz de produzir todos os
materiais de que necessita, tornando-se assim dependente de fornecedores.

Materiais em Processamento

Os materiais em processo são aqueles que entram na empresa como


matérias-primas e passam por diversas etapas de produção. Estes materiais são
processados ao longo de várias seções que compõem o processo produtivo.

Materiais Semiacabados

Os materiais semi-acabados são aqueles que estão em algum estágio


intermediário de acabamento e encontram-se ao longo das várias seções do
processo produtivo. Diferem dos materiais em processo pelo seu estágio mais
avançado, estando quase finalizados para se transformarem em materiais ou
produtos acabados.

Materiais Acabados

Os materiais acabados são os componentes que já foram finalizados e estão


prontos para serem integrados ao produto. Eles representam partes completas que,
quando reunidas, formam o produto acabado.

Produtos Acabados
Os materiais acabados são os itens já concluídos que passaram por todas as
fases do processo produtivo e estão prontos para venda.

Planejamento de Materiais

As empresas geralmente orientam suas atividades para o direcionamento


onde acreditam que terão mais sucesso, normalmente traçado com base em
previsões - sendo a previsão da demanda a mais crucial.

A previsão de demanda é a base para o planejamento. A partir daí, as


empresas podem desenvolver planos de capacidade, fluxo de caixa, vendas,
produção, estoque, mão-de-obra, compras, entre outros. As previsões
desempenham um papel crucial nos processos de planejamento, pois permitem que
os gestores prevejam o futuro e planejem suas ações adequadamente.

Os materiais não são adquiridos dos fornecedores nem processados ao


acaso. Eles são programados com antecedência pelo PCP (Planejamento e
Controle da Produção). Ao detalhar a produção, especificando as máquinas e a
mão-de-obra necessárias, o PCP também detalha os materiais necessários para o
programa de produção da empresa. Uma consideração importante é que os
materiais precisam ser adquiridos com antecedência, o que pode levar dias,
semanas ou meses, para que possam ser encomendados, comprados, recebidos e
integrados ao processo produtivo. A programação de materiais determina a
necessidade de materiais para o processo produtivo, especificando a quantidade de
materiais e a data em que devem estar disponíveis para cada departamento
produtivo da empresa.

Existe um ponto importante a considerar: a compra de materiais demanda


tempo, exigindo, portanto, um planejamento prévio que pode se estender por dias,
semanas ou até meses. Esse tempo é necessário para que os materiais possam ser
solicitados, adquiridos, entregues e integrados ao processo de produção.

A programação de materiais é o método pelo qual se estabelece a


necessidade de materiais para o processo de produção. Esse planejamento deve
definir tanto a quantidade de materiais necessários quanto a data em que eles
devem estar prontos para uso em cada setor de produção da empresa.

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