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A Gestão de Suprimentos funciona como amortecedor das incertezas quanto à necessidade

de produtos para entregar ou, ainda, para consumo interno, pois trabalhar com estoque zero
é algo quase impossível, dependendo do setor de atuação da empresa. O que não pode
acontecer é a produção parar por falta de algum material necessário ao processo produtivo,
ou, ainda, uma venda ter sido frustrada em face da ausência de algum produto em estoque
para a entrega.

Diante disso, algumas providências são adotadas como forma de evitar a ruptura de
estoques (falta de um item) ou, simplesmente, melhorar os mecanismos de controle de
estoques. O desafio constante, então, é que a área não opere em colapso, com deficiência
de materiais em estoque ou com excesso de mercadorias, o que demonstra alguma
ineficiência no pedido feito, levando a investimentos em inventário, além da necessidade
real da empresa; é esse meio termo o grande desafio aos profissionais da área de Gestão
de Suprimentos.

Alguns autores apresentam organogramas com configurações variando quanto à forma,


mas, em tese, o que acontece no segmento da Gestão de Suprimentos está apresentado na
Figura 2, a seguir:
Um bom ponto de partida para elaborar a classificação de estoques está em conhecer os
produtos, itens ou materiais que trafegam no interior da empresa – como origem,
componentes, fabricantes, destino e aplicações –, pois esse amplo conhecimento facilitará o
processo de codificação.

Conheça a Sigla SKU SKU: Stock Keeping Unit ou Unidade de Manutenção de Estoque
indica o código que representa, de forma única, um produto, material ou item armazenado
em estoque, sendo essa a forma inicial para elaboração da política de codificação de
produtos na empresa.
Cuidados são importantes quando lidamos com a informação do SKU, pois a codificação
deve estar atenta a detalhes. Tomemos como exemplo uma empresa que, em seu interior,
gerencie a armazenagem de diversos itens, dentre eles relógios: um relógio de mergulho
com o código SKU 0530 e uma caixa de relógios, da mesma marca, com o código SKU
0550. Então, SKU 0530 trata de uma coisa e o código SKU 0550 trata de outra coisa, pois
um se refere a uma unidade e o outro a 10 unidades.

Os pilares da classificação de materiais servem de base para o Planejamento da Gestão de


Suprimentos. Tal processo precisa ser amadurecido no meio gerencial, sendo tema de
reuniões que permitam chegar a um consenso em relação à apresentação da informação e
como deve ser feito o tratamento, análise de dados e possíveis críticas quanto ao seu
emprego na gestão de estoques.

A definição do Padrão de Descrição de Material (PDM) deve ser o processo anterior à


classificação de materiais, pois, nesse acordo ou convenção, decidirão mecanismos
padrões e formas de cadastramento e identificação dos materiais, sendo adotados os
seguintes critérios de importância:

▪ nomenclatura comum do produto;


▪ atribuições associadas ao produto;
▪ siglas relacionadas ao produto;
▪ identificação fiscal e contábil;
▪ unidades de medida relacionada ao produto para controle e aquisição;
▪ especificações relacionadas ao produto;
▪ informações do fornecedor do produto;
▪ possibilidade de trocas.

A abordagem de classificação de materiais deve considerar toda a abrangência de produtos


dos quais a organização faz uso para atingir seus propósitos. Deve também permitir
flexibilidade em sua classificação, para possíveis ampliações de leque de produtos
relacionados a grupos comuns e, por fim, deve ter clara praticidade. Então, a classificação
de materiais deve ser: abrangente, flexível e prática.

A classificação de materiais obedece ao processo de quatro etapas que inclui: a


identificação do produto, a codificação do item, o seu cadastro no sistema de informações e,
por fim, a sua disponibilidade em um catálogo para facilitar o acesso ao público interessado.

A identificação do material representa, ainda, fator de grande importância quanto à


classificação de materiais, pois considera dados como: cor do produto, peso, dimensões,
fabricante, referências técnicas, periculosidade, perecibilidade, voltagem, garantia do
fabricante, condições de empilhamento etc.
A codificação de materiais tem como preocupação reunir um conjunto de dados com o
devido grau de importância e associar a um produto específico. O processo de codificação
contribui para as operações voltadas à produção como logística, armazenagem,
distribuição, faturamento e contas a pagar junto a fornecedores.

A fase de cadastro ou cadastramento de produtos reúne todas as etapas anteriores e


condensa informações no sistema utilizado na empresa para identificação posterior do
produto. Trata-se de um processo que requer atenção, pois um erro de digitação pode
trazer problemas sérios para a retirada do produto, contabilidade e até mesmo inventário. É
aconselhável que poucos funcionários tenham sido habilitados a esse acesso, a fim de
facilitar o controle da qualidade do cadastro.

A última etapa é a de catálogo do produto, que tem grande responsabilidade em todo o


processo de classificação de materiais, pois necessita de simplicidade, clareza de
informações, e principalmente, objetividade.

O catálogo precisa trazer formato agradável, identidade visual e, se possível, o produto “ser
igual à foto”; a codificação e identificação do produto deve ser precisa, preservadas as
restrições, pois, quanto mais clareza e precisão nas informações, mais fácil será o acesso
do cliente ao produto. Alguns exemplos de catálogos são: jornal de supermercados, linha de
beleza, roupas e lingeries, material de construção, e outros mais que focam a clareza de
informações e identidade visual como característica.

O código de barras congrega várias informações, representando um rico registro de


informações associados a uma unidade de produto. No Brasil, o padrão adotado é o da EAN
(Associação Brasileira de Automação Comercial), podendo adotar padrões de 8, 12, 13 ou
14 dígitos associados ao produto. Cada sequência é associada a um determinado grupo de
dados.
O código de barras apresenta sequência numérica que representa a identificação única de
um produto ou item a ele atribuído, que, por meio da leitura de equipamento óptico, captura
tais informações e as converte em dados relacionados ao estoque. Relacionado ao registro
por código de barras, é possível a atribuição de diversas informações, que vão de
características do produto a, simplesmente, seu registro.

A seguir, é apresentada a configuração básica do código de barras aqui no Brasil.

O substituto do código de barras é o RFID (Identificação por Radiofrequência), também


conhecido por EPC (Código Eletrônico de Produto). Por meio de banco de dados, antenas e
chips, em uma área de rastreamento por radiofrequência, faz-se a leitura do produto e, de
forma automática, efetua o cruzamento de informações com banco de dados; tal tecnologia
permite contabilizar a chegada de produtos ou, ainda, efetuar a “baixa” (desconto) em
estoque de produtos em poucos segundos. Observe, na Figura 6, a ilustração dessa
tecnologia.

Ao longo deste capítulo, compreendemos que a Gestão de Suprimentos atua de forma


estratégica para atender aos objetivos da organização, por meio das etapas de Gestão de
Materiais, que vão do controle de estoques até transporte e distribuição. Foi possível,
também, a compreensão dos aspectos integrantes do bom desempenho na Gestão de
Suprimentos, em que entender a quantidade ideal, o nível de estocagem e entendimento da
demanda são fatores críticos de sucesso para boa gestão de Materiais.

Entendemos, também, que a Gestão de Abastecimento em uma empresa deve ter muito
bem-estruturado o tripé Planejamento-ComprasArmazenagem, pois a boa gestão dessas
etapas permite atender, de forma estratégica, às necessidades de suprimentos das
operações em uma empresa.

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