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Sistemas e tipos de etiquetagem

Apresentação
O sistema de etiquetagem permite a identificação das mercadorias ao longo da cadeia de
suprimentos. As empresas que utilizam o sistema de etiquetagem em suas mercadorias, agilizam
suas atividades, aumentam a produtividade e reduzem custos e erros, pois as etiquetas dos
produtos têm códigos de barras com sistema padronizado internacionalmente, facilitando o
comércio exterior com o fluxo de produtos e informações.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você conhecerá o endereçamento por meio de códigos de barras
EAN, o sistema de códigos de barras na armazenagem, assim como as principais vantagens do
sistema de etiquetagem EAN e UPC.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Reconhecer o endereçamento por meio de códigos de barras EAN.


• Identificar o sistema de códigos de barras na armazenagem.
• Analisar as vantagens do sistema de etiquetagem EAN e UPC.
Desafio
O sistema de etiquetagem contribui imensamente para a realização das mais diferentes atividades
de armazenagem. Existem dois padrões mundiais: UPC, usado no Canadá e nos Estados Unidos
e EAN, utilizado na Europa. Os demais países optam por adotar um dos sistemas, sendo o EAN o
mais utilizado, inclusive no Brasil. Alguns tipos de códigos EAN podem ser escolhidos para as
mercadorias. A empresa define o tipo de codificação mais adequado aos seus produtos e ao
negócio, após diagnosticar as necessidades existentes com a ajuda dos colaboradores. A GS1 Brasil
é a empresa que gerencia os códigos de barras no Brasil e fornece todo suporte relacionado à
seleção, adoção e manutenção dos códigos de barras.

Veja a seguinte situação:

Considerando essas informações:

a) Indique qual o código de barras que já é utilizado no armazém e o motivo.

b) Indique quais códigos de barras você recomenda que sejam usados para o novo cliente. Lembre-
se de justificar a sua resposta.
Infográfico
O sistema de codificação pode fazer uso do SKU, largamente adotado. Esse sistema proporciona
diversos benefícios, principalmente para a organização dos estoques e identificação dos produtos.

Neste Infográfico, você vai conhecer mais sobre essa codificação.

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Conteúdo do livro
A etiquetagem dos produtos possibilita sua identificação por meio de informações nos códigos de
barras que têm padrão global. O endereço das mercadorias no armazém é facilitado pelo uso das
etiquetas, como códigos de barras. No transporte externo, as informações estão com os produtos
nas suas etiquetas, o que facilita a sua identificação para carregamento/descarregamento.

No capítulo Sistemas e tipos de armazenagem de etiquetagem, da obra Gestão da tecnologia e


informação em logística, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai ver como o sistema
de etiquetagem possibilita maior agilidade na localização e na movimentação interna de
mercadorias no armazém.

Boa leitura.
GESTÃO DA
TECNOLOGIA E
INFORMAÇÃO EM
LOGÍSTICA

Charlene Bitencourt Soster Luz


Sistemas e tipos
de etiquetagem
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Reconhecer o endereçamento por meio de códigos de barras EAN.


 Identificar o sistema de códigos de barras na armazenagem.
 Analisar as vantagens dos sistemas de etiquetagem EAN e UPC.

Introdução
A etiquetagem é a identificação de mercadorias visando facilitar a sua
localização, seja na empresa ou em ambiente externo. Com a correta
etiquetagem, os produtos são recebidos, armazenados, movimentados
internamente no armazém, expedidos e distribuídos de forma prática e ágil.
As etiquetas possuem códigos de barras que contêm diversas informa-
ções sobre os produtos, com padrão universal, que podem ser coletadas
por leitores de códigos de barras. Esses leitores conseguem transferir as
informações para os sistemas das empresas, devido ao fato de os códigos
de barras apresentarem um padrão global chamado de EAN (do inglês
european article numbering). Esse padrão possibilita que as mercadorias
sejam identificadas em qualquer parte do mundo, agregando valor para
as importações e exportações, pois as informações são disponibilizadas
no próprio produto. No fluxo interno da armazenagem, a maior vantagem
da adoção da etiquetagem com códigos de barras é o endereçamento
e, consequentemente, a rápida e exata localização do produto.
Considerando esse cenário, neste capítulo, você vai estudar o endere-
çamento por meio de códigos de barras EAN. Você também vai identificar
o sistema de códigos de barras na armazenagem de mercadorias e, por
fim, vai analisar as principais vantagens dos sistemas de etiquetagem
EAN e UPC (do inglês universal product code) nas atividades logísticas.
2 Sistemas e tipos de etiquetagem

Endereçamento por códigos de barras EAN


Nos centros de distribuição, os produtos são armazenados nos locais mais
adequados, de acordo com o tipo de item, a previsão de saída, dentre outros
aspectos. O local onde o produto está armazenado corresponde ao seu endereço
no armazém. Segundo Russo (2013), existem diferentes sistemas de estocagem
para que os produtos sejam organizados e armazenados dentro do centro de
distribuição. Destacamos, a seguir, alguns desses sistemas.

 Sistema de estocagem por memória — a localização dos produtos


está na cabeça, ou seja, na memória dos colaboradores, que sabem onde
colocaram os produtos e, teoricamente, onde encontrá-los. É muito
fácil de perder produtos dessa forma, especialmente se forem produtos
pequenos, bastando alguém tirar o produto do lugar sem avisar às demais
pessoas. Por isso, esse sistema não é recomendado, apesar de ser o mais
antigo. Alguns negócios pequenos e com poucos produtos e poucos
colaboradores ainda adotam esse sistema, mas, assim que começam a
crescer, já buscam outro sistema de estocagem.
 Sistema de estocagem fixa — os materiais têm lugar determinado no
armazém, ou seja, já está pré-fixado onde as mercadorias devem ser
colocadas, e os colaboradores já sabem disso. Esse sistema possui duas
desvantagens. Uma desvantagem aparece quando faltam mercadorias,
e os espaços ficam vazios, em vez de serem utilizados para outros pro-
dutos. A outra desvantagem acontece quando, por algum motivo, como
erro nas compras, há excesso de produtos, e o espaço pré-fixado não é
suficiente para acomodá-los; assim, esses produtos ficam geralmente
próximos do local, aguardando liberação de espaço nas prateleiras.
 Sistema de estocagem livre — nesse caso, não são definidos locais para
os produtos, com exceção dos produtos que necessitam de local especial,
como é o caso de refrigerados. Esse sistema de estocagem é flexível e
possibilita o aproveitamento do espaço disponível para armazenagem.
Para esse sistema funcionar com sucesso, torna-se necessário ter um
rigoroso controle de estoques. Nesse caso, deve existir pelo menos dois
tipos de controle: quantidade do produto e quantidade de produto por
endereçamento.
 Sistema de estocagem misto — integra o sistema fixo para determina-
dos produtos, mas, para outros, não há local definido. Ou seja, alguns
produtos são prioridade para serem armazenados, e outros ficam onde
sobrar espaço.
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 Códigos de endereçamento — podem ser compostos por números ou


números e letras (alfanuméricos), que identificam o endereço do produto.
Também podem-se utilizar letras como código de endereçamento (Figura 1),
configurando o chamado SKU (stock keeping unit, ou unidade de ma-
nutenção de estoque). Os códigos mais utilizados informam a área
de estocagem, a rua do armazém, a prateleira, a posição vertical e a
posição horizontal dentro da posição vertical. Um exemplo utilizando
essa lógica é o código 1.2.3.4.8, em que se sabe que o produto está na
área 1 do armazém, na rua 2, na prateleira 3 e no local vertical 4, sendo
8 o número do box (caixa/local) horizontal.

Figura 1. Código de endereçamento.


Fonte: Russo (2013, p. 86).

Os códigos de endereçamento podem ser dispostos em códigos de barras para


a movimentação interna do produto no armazém. Os códigos de barras também
são comuns nos produtos que estão à venda para o consumidor final e contêm
diversas informações importantes. Nesse sentido, para Russo (2013, p. 87):

A tecnologia do código de barras e dos bancos de dados relacionais utiliza


apenas um número sequencial e um dígito de autocontrole para cadastrar um
material em um sistema de controle. No ato do cadastramento, identifica-se
numericamente também o grupo e o subgrupo dos materiais para análises
e informações necessárias. Desse modo, o código do material passa a ser
apenas o número sequencial.

Assim, os códigos de barras são números que estão relacionados com


informações dos produtos. Essas informações disponibilizadas nos códigos de
barras são consideradas as mais importantes pela empresa. O código de barras
se constitui por linhas de diferentes larguras e com espaços entre si. Existem
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padrões universais de código de barras: UPC e EAN. O padrão UPC é usado


nos Estados Unidos e no Canadá. Já o padrão EAN é utilizado na Europa. A
maioria dos outros países adota o sistema EAN, inclusive o Brasil. A empresa
GS1 (Global System), antigamente chamada de EAN Brasil, administra os
códigos de barras, ou seja, o Cadastro Nacional de Produtos (CNP), sendo
vinculado ao sistema EAN internacional.
No Brasil, o sistema EAN foi adotado inicialmente no varejo, para agilizar
e oferecer maior precisão no reabastecimento das mercadorias. Logo, o sistema
passou a ser adotado por outros segmentos, como indústria e agropecuária.
Hoje, o código de barras no Brasil está presente em diversos produtos que o
consumidor final adquire. A leitura dos códigos de barras se realiza por leitores,
chamados de scanners, com um procedimento simples, bastando aproximar o
scanner do código de barras e as informações já passam de forma instantânea
ao sistema da empresa.
Conforme Russo (2013), o sistema EAN de códigos de barras é composto
por quatro elementos principais:

 sistema para numerar itens, para que todos os produtos sejam


identificados;
 sistema que represente informações suplementares, como medidas e datas;
 códigos de barras padronizados para representar as informações a
serem lidas pelo scanner;
 um conjunto de mensagens, para que seja possível utilizar o EDI (intercâm-
bio eletrônico de dados) entre diferentes empresas da cadeia de suprimentos.

Apesar de padronizados, existem diferentes tipos de códigos de barras.


O sistema EAN Brasil possui quatro principais tipos de códigos de barras a
serem utilizados nas empresas, que são: EAN-13, EAN-8, EAN/UCC-14 e
EAN-128. Cada um possui particularidades que tornam possível a identificação
de diferentes tipos de produtos.
O EAN-8 (Figura 2) é utilizado quando a embalagem do produto possui
pouco espaço. Produtos pequenos geralmente utilizam o padrão EAN-8,
composto por oito dígitos, que estão dispostos na seguinte ordem:
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 três dígitos (fornecidos pela EAN) que informam o país de origem


da mercadoria;
 quatro dígitos (fornecidos pela EAN Brasil) que têm informações sobre
o produto;
 um dígito verificador (obtido por algoritmo do sistema) para controle.

Figura 2. Código de barras EAN-8.


Fonte: Entenda... ([2018?], documento on-line).

O EAN-13 (Figura 3) é o padrão de código de barras mais utilizado pelas


empresas. No padrão EAN-13, cada número está representado por duas barras
e dois espaços. Assim, formam-se quatro elementos para o mesmo número.
A etiqueta deve ter tamanho padronizado de 37,29 mm de comprimento,
25,87 mm nas barras maiores e 22,87 mm nas barras menores do código. O
padrão EAN-13 possui 13 dígitos, ordenados da seguinte forma:

 três dígitos (fornecidos pelo EAN) que informam o país de origem


da mercadoria;
 cinco, quatro ou três dígitos (fornecidos pela EAN Brasil) que contêm
informações sobre a empresa;
 quatro, cinco ou seis dígitos (fornecidos pela EAN Brasil) que contêm
informações sobre o produto;
 um dígito verificador (obtido por algoritmo do sistema) para controle.
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Figura 3. Código de barras EAN-13.


Fonte: Adaptada de EAN/UPC ([2018?]).

O EAN-14 (Figura 4) possui 14 dígitos, sendo um dígito a mais que o sistema


EAN-13; esse dígito serve para identificar a quantidade de produtos ou de
embalagens de vendas. Esse código é utilizado em caixas de papelão, fardos,
etc., ou seja, em embalagens que contêm outras embalagens com produtos.
Segundo o GS1, os códigos EAN-14 são comumente utilizados para itens que
necessitam de impressão na própria caixa, uma vez que esses códigos não são
utilizados diretamente nos itens que cruzam os pontos de venda.

Figura 4. Código de barras EAN-14.


Fonte: ITF-14 ([2018?], documento on-line).

O EAN-128 (Figura 5) é um código especial, ao qual os consumidores


finais não têm acesso. Esse código tem maior utilização na área do transporte
e da saúde, para contribuir para o rastreamento dos produtos. Nesse sentido,
segundo a GS1 Brasil (GS1-128, [2018?], documento on-line):
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O código de barra GS1-128 assumiu importância consideravelmente maior


nos últimos anos, devido aos requisitos crescentes de rastreabilidade mais
rigorosa de produto; de fato, uma etiqueta de transporte com um código
de barra GS1-128 sobre o produto é o ponto central de qualquer sistema
de rastreamento baseado em padrões globais. O GS1-128 é flexivelmente
configurável, tornando-o totalmente adaptável a uma grande variedade de
necessidades e casos de uso. Pode ser lido com diversos leitores óticos a laser
comercialmente disponíveis.

O padrão EAN-128, também chamado de GS1-128, é mais flexível do


que os demais padrões EAN, pois permite que sejam contidas muito mais
informações. Assim, na movimentação interna, na expedição e no transporte,
é possível ter dados completos sobre produto, empresa e, até mesmo, dados
complementares importantes sobre o produto, como dimensões, validade,
temperatura de conservação, etc.

Figura 5. Código de barras EAN-128.


Fonte: EAN/UPC ([2018?], documento on-line).

O EAN-128 pode adotar o sistema alfanumérico, podendo conter números,


letras e caracteres especiais, com espaço para até 128 caracteres. Assim,
o código de barras EAN-128 representa liberdade para a empresa inserir
as informações que julga essenciais, para disponibilizar a outras empresas
fornecedoras, transportadoras, distribuidoras e demais parceiras.
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Lembrando que GS e EAN têm o mesmo significado. Assim, falar em EAN-128 ou GS1-128,
por exemplo, é a mesma coisa. Por anos, utilizou-se o termo EAN, ainda muito conhecido
pelas empresas em nível mundial; hoje, o termo mais utilizado é GS, de global system.

Sistema de códigos de barras na armazenagem


As rotinas das operações de armazenagem se tornam mais fáceis e ágeis com
a implementação do sistema de códigos de barras. Para a implementação do
código de barras ser bem-sucedida, é recomendado seguir pelo menos seis fases:

1. diagnóstico;
2. escolha do modelo de codificação;
3. planejamento;
4. aquisição dos materiais;
5. treinamento;
6. impressão das etiquetas.

No diagnóstico, ocorre o mapeamento de todos os locais onde o sistema de


códigos de barras pode ser implantado no armazém. Isso inclui a participação
dos colaboradores para indicarem as tarefas que podem ser melhoradas com
a adoção dos códigos de barras.
No momento de escolha do modelo de codificação, deve-se definir quais
os tipos de códigos que serão adotados, conforme as necessidades diagnostica-
das. O EAN-13 é o código mais utilizado para produtos, mas também se pode
utilizar o EAN-8 para produtos pequenos, com pouco espaço na embalagem.
Também pode-se usar o EAN-14 para embalagens que contêm outros produ-
tos com embalagem, como caixas de papelão de leite. Para casos especiais,
recomenda-se o uso do EAN-128, com informações complementares a que o
consumidor final não tem acesso.
O planejamento consiste em estipular objetivos e metas a serem cumpridos
durante a implementação do sistema de códigos de barras, de forma a suprir
as necessidades diagnosticadas. A aquisição dos materiais corresponde às
compras dos materiais de acordo com o planejamento. Tais materiais são
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leitores de códigos de barras (scanners), impressoras e etiquetas. O uso de


computadores também é essencial. Existem vários tipos de leitores de códigos
de barras: esferográficos, wireless, fixos, de mesa e de parede, entre outros.
O treinamento para o uso do sistema de códigos de barras é simples e
de fácil entendimento, em geral. É sempre necessário treinamento antes de
qualquer procedimento novo na empresa, para que haja acompanhamento
sobre possíveis dificuldades e pontos de melhoria. O treinamento pode ser
focado em usar o sistema em si, na impressão dos códigos de barras, em evitar
desperdícios com impressões erradas das etiquetas, etc.
A impressão das etiquetas é o momento da ação, quando os equipamentos
foram comprados, estando prontos para uso, o software do sistema de códigos
de barras está instalado e os colaboradores já fizeram o treinamento. A GS1
recomenda que, para uma impressora comum, seja acessado o CNP para gerar
do número do código de barras, que possibilitará a impressão das etiquetas.
Também podem ser utilizadas empresas externas de impressão, como gráficas.
A GS1 fornece em seu site uma lista de prestadores desse serviço. Na sequência,
as etiquetas são impressas e colocadas nos produtos e/ou embalagens, que
seguem o seu fluxo, seja para armazenagem, expedição, transporte, etc.
Os centros de distribuição possuem atividades para as quais o código
de barras pode contribuir de diferentes maneiras. Identificar os produtos,
localizá-los, obter informações de forma rápida e simples torna-se possível
com o uso dos códigos de barras na armazenagem. Assim, os processos ficam
menos suscetíveis a erros, e a produtividade aumenta. A seguir, estão listados
alguns exemplos de atividades de armazenagem que podem utilizar o sistema
de códigos de barras.

 Inventários — consiste em verificar se as mercadorias que constam no


sistema existem fisicamente no estoque. O uso dos códigos de barras
facilita muito essa atividade, pois, considerando que toda a movimen-
tação de produtos está registrada no sistema, por meio da coleta do
código de barras, a discrepância entre sistema e produtos físicos pode
deixar de existir.
 Recepção — corresponde à entrada das mercadorias no armazém,
quando as mercadorias são endereçadas e etiquetadas com o código
de barras. É determinado o local em que esses produtos ficarão arma-
zenados, e isso pode ocorrer com o uso do sistema WMS (warehouse
management system, ou sistema de gerenciamento de armazém).
O código de barras age como número identificador e facilitador para se
encontrar o produto de forma rápida, indicando diretamente o seu endereço.
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 Movimentação interna — refere-se ao deslocamento do produto dentro


do armazém, que pode ocorrer para diferentes fins, como ir da recepção
até o local de armazenagem, ou cross-docking, ser encaminhado para
o setor de embalagem, ou ir para a expedição, dentre outras opções,
conforme as operações que o armazém realiza. Para essa movimentação,
é preciso saber onde o produto está e para onde deve ir; o código de
barras permite o conhecimento dessas localizações, poupando tempo
para que se encontre o produto no armazém.
 Embalagem — alguns armazéns possuem área específica para embala-
gem, reembalagem ou, até mesmo, retirada de embalagem de transporte,
deixando somente a embalagem da unidade do produto. Nesse setor,
podem ser colocadas as etiquetas com códigos de barras nos produtos.
 Cross-docking — ocorre quando o produto entra e já é encaminhado
para expedição; ou seja, na operação de cross-docking não existe o
armazenamento, como ocorre com outros produtos. Assim, com o
código de barras, há maior agilidade nas operações de cross-docking,
pois, assim que o código do produto é escaneado, o item já pode ser
encaminhado para expedição.
 Expedição — refere-se à saída dos produtos do armazém para serem
transportados externamente, seja para outra empresa ou para o con-
sumidor final, no caso das compras pela internet. Nesse momento, os
códigos de barras são escaneados, para que os produtos possam ser
carregados no caminhão e sigam viagem.
 Logística reversa — trata-se da gestão do retorno dos produtos. Alguns
armazéns possuem uma área específica para cuidar das devoluções
dos produtos, fazendo, quando possível, a sua restauração, a troca
de embalagem e a destinação ecologicamente correta. Os códigos de
barras deixam registrada a história do produto no sistema, o que torna
possível detectar os motivos das devoluções, para que sejam tomadas
providências para reduzir o índice de retorno dos produtos.

Assim, pode-se notar que o sistema de códigos de barras pode estar pre-
sente em diferentes atividades dos centros de distribuição dos mais diversos
tipos de produtos. Para Bowersox et al. (2014, p. 260): “O papel mais evidente
da comunicação é a identificação do conteúdo de embalagem para todos os
membros do canal”. Assim, a relação entre os parceiros de negócios na cadeia
de suprimentos também se torna mais ágil com o uso dos códigos de barras,
pois o fluxo de produtos e informações ocorre de forma simultânea.
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Segundo a GS1 (ENTENDA... [2018?]), por dia, são ouvidos pelo menos 6 bilhões de
bips de leitura de códigos de barras no planeta inteiro, e esse número vai aumentar
cada vez mais. A presença do código de barras e de outros sistemas de codificação,
como QR Code (quick response, ou resposta rápida), já é comum nas empresas e, até
mesmo, na rotina do consumidor, que pode, por exemplo, usar o celular para fazer a
leitura do QR Code.

Vantagens dos sistemas de etiquetagem


EAN e UPC
A implementação do sistema de códigos de barras proporciona diferentes
vantagens para as atividades da empresa, especialmente para a armazenagem
e o transporte. Empresas de diferentes tipos de negócios e produtos podem
adotar o sistema de etiquetagem por códigos de barras, sendo o sistema EAN
usado no Brasil e na Europa, e o sistema UPC, nos Estados Unidos e no Canadá,
como visto anteriormente. Oliveira, Marins e Muniz Júnior (2016) destacam
algumas vantagens da adoção dos sistemas de etiquetagem:

 Existência de padrões mundiais — facilita o fluxo de mercadorias em


nível global no comércio exterior, em que exportações e importações
podem ser realizadas de modo mais prático, rápido e integrado.
 Integra parceiros nas cadeias de suprimentos direta e reversa — o
fato de as informações estarem junto com o produto no transcorrer na
cadeia de suprimentos aumenta a confiabilidade, impactando positiva-
mente nos negócios com parceiros nas cadeias de suprimentos direta e
reversa, com as devoluções.
 Tecnologia disseminada em nível global — os sistemas de códigos de
barras estão amplamente presentes nos países, sendo uma tecnologia
de padrão globalmente conhecido. Assim, quando se fala em códigos
de barras, este já é um conhecimento de senso comum.
 Velocidade e exatidão no processo de leitura e disponibilização da
informação — basta passar o leitor pelo código de barras para que a
informação seja disponibilizada, o que acontece em menos de um segundo.
O código de barras contém exatamente as informações necessárias.
 Infraestrutura simples e de fácil implementação — para implementar
o sistema de etiquetagem, não é necessário muito espaço nem muitos
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equipamentos. O essencial é ter pelo menos um computador, um leitor


de códigos de barras, etiquetas e uma impressora — esse serviço pode
ser terceirizado e dispensar qualquer infraestrutura.
 Baixo custo de implementação e manutenção — o sistema de código
de barras tem valor cobrado pela GS1, empresa que gerencia o sistema
no Brasil, sendo um valor acessível; a empresa fornece, além do sistema,
toda a orientação e o suporte necessários.
 Não exige formação especial dos colaboradores — as instruções
quanto ao uso do sistema de etiquetagem são simples e de curta duração.
 Reduz custos em relação à coleta manual de dados — em vez de digi-
tar dados manualmente ou anotar à caneta, os colaboradores aproximam
o leitor do código de barras da mercadoria. Isso reduz significativamente
erros, retrabalhos e o tempo nessa tarefa, que são custos para a empresa.
 Não danifica o material em que a etiqueta é colocada — a etiqueta
com o código de barras não estraga a embalagem do produto, pois sua
função consiste unicamente em identificar o produto.

Uma empresa de porte médio possui vários modelos dos seus produtos, e as encomen-
das aumentam a cada dia. A gestora do estoque sentiu a necessidade de proporcionar
maior confiabilidade nas informações aos importadores e, para isso, decidiu implantar
códigos de barras. A principal vantagem apontada pela gestora é o fato de o padrão
ser mundial e ser utilizado pelos seus clientes, e por chamar a atenção de outros
investidores internacionais.

Acesse o link a seguir e conheça as vantagens das soluções em códigos de barras para
as empresas na cadeia de suprimentos.

https://goo.gl/o94MNJ
Sistemas e tipos de etiquetagem 13

BOWERSOX, D. et al. Gestão logística da cadeia de suprimentos. São Paulo: AMGH, 2014.
EAN/UPC. GS1 Brasil, [s. l.], [2018?]. Disponível em: https://www.gs1br.org/codigos-e-
-padroes/codigo-de-barras/ean-upc. Acesso em: 5 abr. 2019.
ENTENDA como funciona o código de barras. GS1 Brasil, [s. l.], [2018?]. Disponível em:
https://www.gs1br.org/codigos-e-padroes/Paginas/entenda-como-funciona-o-codigo-
-de-barras.aspx. Acesso em: 5 abr. 2019.
GS1-128. GS1 Brasil, [s. l.], [2018?]. Disponível em: https://www.gs1br.org/codigos-e-
-padroes/codigo-de-barras/Paginas/GS1-128.aspx. Acesso em: 5 abr. 2019.
ITF-14. GS1 Brasil, [s. l.], [2018?]. Disponível em: https://www.gs1br.org/codigos-e-padroes/
codigo-de-barras/Paginas/ITF-14.aspx. Acesso em: 5 abr. 2019.
OLIVEIRA, E. R.; MARINS, F. A. S.; MUNIZ JÚNIOR, J. Logística reversa e identificação
de produtos: revisão teórica para indústria eletroeletrônica. Revista Produção Online,
Florianópolis, v. 16, n. 2, p. 633-677, jun. 2016. Disponível em: https://producaoonline.
org.br/rpo/article/view/2049/1403. Acesso em: 5 abr. 2019.
RUSSO, C. P. Armazenagem, controle e distribuição. Curitiba: Intersaberes, 2013.

Leitura recomendada
CONHEÇA soluções GS1 para sua cadeia de logística. GS1 Brasil, [s. l.], [2018?]. Disponível
em: https://www.gs1br.org/codigos-e-padroes/Paginas/Conheca-solucoes-GS1-para-
-sua-cadeia-de-logistica.aspx. Acesso em: 5 abr. 2019.
Dica do professor
O sistema de codificação de barras foi adotado inicialmente pelo varejo. Atualmente, esse sistema
está presente em todos os setores da economia, facilitando cada vez mais os processos nas
empresas.

Nesta Dica do Professor, você vai conhecer os índices de crescimento do uso do código de barras
nos setores da indústria, comércio e serviços.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Exercícios

1) Os produtos precisam ser organizados no armazém e, para isso, as empresas adotam


sistemas de estocagem que possam agilizar os seus processos de forma que as mercadorias
sejam facilmente localizadas.

Nesse sentido, o sistema de estocagem que utiliza unidade de manutenção de estoque se


chama:

A) sistema de estocagem livre.

B) sistema de estocagem fixa.

C) códigos de endereçamento.

D) sistema de estocagem por memória.

E) sistema de estocagem misto.

2) Existem diferentes tipos de padrões de códigos de barras que são utilizados pelas empresas
conforme as suas necessidades.

Todavia, o tipo de código de barras mais utilizado é o:

A) padrão UPC.

B) padrão EAN-13.

C) padrão EAN/UPC-14.

D) padrão EAN-14.

E) padrão EAN-128.

3) Todo sistema precisa seguir alguns passos para a implementação acontecer com sucesso.

No sistema de código de barras existe pelo menos seis passos a serem observados, sendo
que um deles se chama diagnóstico, o qual equivale a etapa de:

A) planejamento.
B) treinamento.

C) aquisição.

D) escolha do modelo de codificação.

E) mapear onde os códigos de barras serão utilizados.

4) Os códigos de barras estão presentes em diversas atividades dos centros de distribuição.

Nessa perspectiva, quando os códigos de barras são escaneados para haver o carregamento
dos produtos no veículo, a atividade executada se chama:

A) logística reversa.

B) movimentação interna.

C) inventário.

D) expedição.

E) recepção.

5) O sistema de código de barras tem diversas vantagens para as empresas que decidem adotá-
lo.

Entre essas vantagens, está a implementação desse sistema, a qual está relacionada com:

A) a simplicidade e o baixo custo.

B) a disseminação global.

C) a velocidade na leitura das informações.

D) a existência de padrões globais.

E) a integração com parceiros.


Na prática
O sistema de códigos de barras facilita as atividades empresariais e também pode gerar benefícios
aos clientes finais. Assim, até mesmo o momento da compra de produtos se torna mais rápido e
prático por intermédio da codificação.

Carlos é um pequeno comerciante, o qual tem um estabelecimento em uma cidade do interior. Ele
está implementando um sistema de código de barras em seu comércio. Neste Na Prática, você vai
ver como a codificação em diferentes setores da mesma empresa pode facilitar a vida de Carlos e
de seus clientes.
Aponte a câmera para o
código e acesse o link do
conteúdo ou clique no
código para acessar.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Código de barras GS1 EAN-13


Para saber mais, assista ao vídeo a seguir e conheça dicas preciosas para implantar o código de
barras EAN-13 nas empresas.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.

Automação
Para saber mais, acesse o seguinte site e conheça um pouco sobre a história da automação e sua
relação com os códigos de barras.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.

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