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LEGISLAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Equipe de Elaboração
Instituto Mineiro de Formação Continuada

Coordenação Geral
Ana Lúcia Moreira de Jesus

Gerência Administrativa
Marco Antônio Gonçalves

Professor-autor

Coordenação de Design Instrucional do Material Didático


Eliana Antonia de Marques

Diagramação e Projeto Gráfico


Cláudio Henrique Gonçalves

Revisão
Ana Lúcia Moreira de Jesus
Mateus Esteves de Oliveira

ZAYN –Instituto Mineiro de Formação


Continuada

Travessa Antônio Olinto, 33 – Centro

Carmópolis de Minas – MG

CEP: 35.534-000

TEL: (37) 3333-2233

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Legislação para a Educação à Distância.


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Boas-vindas

Olá!

É com grande satisfação que o ZAYN – Instituto Mineiro de Formação


Continuada agradece por escolhê-lo para realizar e/ou dar continuidade aos seus
estudos. Nós do ZAYN estamos empenhados em oferecer todas as condições para que
você alcance seus objetivos, rumo a uma formação sólida e completa, ao longo do
processo de aprendizagem por meio de uma fecunda relação entre instituição e aluno.

Prezamos por um elenco de valores que colocam o aluno no centro de nossas


atividades profissionais. Temos a convicção de que o educando é o principal agente de
sua formação e que, devido a isso, merece um material didático atual e completo, que
seja capaz de contribuir singularmente em sua formação profissional e cidadã. Some-
se a isso também, o devido respeito e agilidade de nossa parte para atender à sua
necessidade.

Cuidamos para que nosso aluno tenha condições de investir no processo de


formação continuada de modo independente e eficaz, pautado pela assiduidade e
compromisso discente.

Com isso, disponibilizamos uma plataforma moderna capaz de oferecer a você


total assistência e agilidade da condução das tarefas acadêmicas e, em consonância, a
interação com nossa equipe de trabalho. De acordo com a modalidade de cursos on-
line, você terá autonomia para formular seu próprio horário de estudo, respeitando os
prazos de entrega e observando as informações institucionais presentes no seu espaço
de aprendizagem virtual.

Por fim, ao concluir um de nossos cursos de pós-graduação, segunda


licenciatura, complementação pedagógica e capacitação profissional, esperamos que
amplie seus horizontes de oportunidades e que tenha aprimorado seu conhecimento
crítico acerca de temas relevantes ao exercício no trabalho e na sociedade que atua.
Ademais, agradecemos por seu ingresso ao ZAYN e desejamos que você possa colher
bons frutos de todo o esforço empregado na atualização profissional, além de pleno
sucesso na sua formação ao longo da vida.

Legislação para a Educação à Distância.


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“Educai as crianças para que não


seja necessário punirdes os
homens.”

PITÁGORAS

Legislação para a Educação à Distância.


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LEGISLAÇÃO PARA A
EDUCAÇÃO À ZAYN
DISTÂNCIA

EMENTA: CONTEÚDO PROGRAMÁTICO


Na disciplina legislação para a -Introdução: A história da legislação
da educação à distância no Brasil
educação à distância será estudado:
1. O futuro da educação á distância; 2.
A história da legislação da educação MEC facilita abertura de cursos EAD e
prevê uso em situações emergenciais
à distância no Brasil; O futuro da
na educação básica;
educação á distância; MEC facilita 3. O crescimento à distância no Brasil;
Educação superior à distância cresce
abertura de cursos EAD e prevê uso
em ritmo acelerado. .
em situações emergenciais na -Referências.
educação básica; O crescimento à
distância no Brasil; Educação superior
à distância cresce em ritmo
acelerado.

Organização do conteúdo:
Prof.ª

Legislação para a Educação à Distância.


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CARACTERIZAÇÃO DA DISCIPLINA
Curso:
Disciplina: Legislação para a Educação à distância.
Carga Horária:

EMENTA
Na disciplina legislação para a educação à distância será estudado: A história da
legislação da educação à distância no Brasil; O futuro da educação á distância;
MEC facilita abertura de cursos EAD e prevê uso em situações emergenciais na
educação básica; O crescimento à distância no Brasil; Educação superior à
distância cresce em ritmo acelerado.

OBJETIVOS

Estudar as legislações que regem o Ensino à distância

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

-Introdução: A história da legislação da educação à distância no Brasil

1. O futuro da educação à distância;

2. MEC facilita abertura de cursos EAD e prevê uso em situações emergenciais


na educação básica;

3. O crescimento à distância no Brasil; Educação superior à distância cresce em


ritmo acelerado. .

-Referências.

Legislação para a Educação à Distância.


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SUMÁRIO

Introdução: a história da legislação da educação à distância no Brasil 07


1. O futuro da educação à distância 09
2. MEC facilita abertura de cursos EAD e prevê uso em situações 12
emergenciais na educação básica
3. O crescimento do ensino à distância no Brasil 20

4.educação superior à distância cresce em ritmo acelerado 21


Referências 25

Legislação para a Educação à Distância.


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LEGISLAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO: A HISTÓRIA DA LEGISLAÇÃO DA EDUCAÇÃO À

DISTÂNCIA NO BRASIL

Estudos revelam que pouco antes de 1900, já haviam anúncios em jornais a


respeito de cursos de datilográfica oferecidos por professores particulares.
Formalmente em 1904 é que as escolas de Ensino a Distância foram
oficialmente instaladas. Essas escolas tinham o intuito de capacitar pessoas
que desejavam estar empregadas principalmente no comércio e setor de
serviços. Seu material didático era enviado por correspondência através dos
correios e trens.

Com o passar dos anos os métodos de ensino foram evoluindo, novos cursos
foram surgindo juntamente com novas escolas. As correspondências passaram
a ser obsoletas e aos poucos, sendo substituídas por meios de ensino mais
rápidos e modernos, como rádio, TV, internet, chats, vídeo conferência entre
outros.

Com tamanho crescimento desta modalidade de ensino, foi necessário


estabelecer regras para que não fosse comprometido a qualidade do ensino.

Em 1961 foi criado no Brasil a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional), primeira legislação sobre a educação, porém em 1996 é que a EAD
(Educação a Distância) passou a ser reconhecida como modalidade de ensino
em todos os níveis, fossem eles de graduação, educação básica ou técnicos.

Atualmente, existem diversos decretos, portarias e normativas que


regulamentam a EAD no Brasil. Elas têm como objetivo, regulamentar, fazer

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com que as instituições sigam essas normas pré-estabelecidas para de que o


ensino seja transmitido de maneira formal.

Abaixo, é possível observar, um pequeno histórico de alguns dos decretos e


portarias que regulamentaram e regulamentam a educação a distância no
Brasil.

 Decreto nº 5.622/2005:
Além de regulamentar o art. 80 da Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996,
o decreto que possui 6 artigos, dentre outros aspectos, instituiu orientações
gerais para este tipo de ensino tais como metodologia, avaliação do
desempenho do aluno, o credenciamento de instituições entre outros.

 Decreto 5.773/2006:
Datado de 09 de maio de 2006, o decreto tem por finalidade regulamentar,
supervisionar e avaliar as instituições de educação superior e também de
cursos sequenciais no sistema federal de ensino. O decreto conta com 5
capítulos que falam sobre a regulamentação e competências que cada
Entidade deve compor, o credenciamento específico (art.26) das
instituições de ensino, fases do processo de credenciamento das
instituições tanto como Mantenedora ou como Mantida.

 Decreto 6.303/2007:
O Decreto 6.303 foi editado para adequações nos decretos nº 5.622/2005 e
5.773/2006. No primeiro decreto, com o intuito de ajustar o credenciamento
junto a SINAES (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior)
incluindo novas regras as unidades de educação com atividade presencial.
Já no segundo Decreto, altera o processo de Credenciamento de Campus
Fora de Sede onde originalmente,
tratava do processo de Credenciamento de Curso ou Campus Fora de
Sede, entretanto o decreto de 2007 fez esta alteração em virtude de não
existir a prática de credenciamento de cursos.

 Decreto Nº 9.057/2017:
Publicado em 26 de maio de 2017, tal decreto tem o objetivo de atualizar a

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legislação que regulamenta a educação à distância no país. Define, ainda,


que a oferta de pós-graduação lato sensu EAD, não necessita de
credenciamento específico, ou seja, as instituições que já possuem o
credenciamento EAD, estão autorizadas a ofertar essa modalidade. O
Decreto também regulamenta a oferta de cursos a distância para o ensino
médio e para a educação profissional técnica de nível médio.

 Portaria 2.051/2004
Esta portaria trata da regulamentação dos procedimentos de avaliação do
(SINAES), instituído na Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004. Trata de
procedimentos específicos de avaliação.

 Portaria MEC nº 1.016/2007:


Nesta portaria, o instrumento de avaliação elaborado pelo INEP (Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) para
credenciamento de novas Instituições de Educação Superior possui
algumas dimensões tais como:

o Organização Institucional
o Corpo social
o Instalações físicas

Podemos confirmar que essa prática vem sendo adotada a partir de 2006.
Porém de acordo com a Lei do SINAES, determinam a existência de no
mínimo, dez dimensões, são elas:

o a política para o ensino incluídos os procedimentos para estímulo


acadêmico;
o a responsabilidade social da instituição;
o a comunicação com a sociedade;
o as políticas de pessoal;
o organização e gestão da instituição;
o infraestrutura física;
o resultados e eficácia da auto-avaliação institucional;

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o políticas de atendimento aos estudantes;


o sustentabilidade financeira.

Analisando desde o surgimento do EAD no Brasil, podemos observar que


tivemos várias mudanças desde o âmbito tecnológico à legislação vigente.
Novas tecnologias foram criadas, novos pólos estão em expansão, novos
cursos surgindo e juntamente com todo esse avanço, a legislação segue se
atualizando, procurando se adequar cada vez mais e fazer com que as
instituições também se adequem as novas exigências.Toda essa mudança,
esse avanço, tem o intuito de melhorar essa modalidade de educação e levar a
educação a estudantes de qualquer nível de estudo.

O FUTURO DA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Além de estimular a entrada de novos competidores, novo marco regulatório


deve incentivar o surgimento de parcerias e modelos inovadores de curso.
Depois de muita espera, a educação a distância finalmente ganhou uma
regulação adequada aos tempos atuais. Essa é a avaliação geral do setor
sobre a publicação das novas normas que passaram a reger a oferta de cursos
a distância no Brasil: o decreto 9.057 e portaria nº 11/2017. A partir de agora,
as instituições bem-avaliadas têm autorização prévia para criar, no mínimo, 50
polos por ano, o acervo poderá ser exclusivamente on-line, as instituições
poderão oferecer exclusivamente cursos a distância e parcerias com outras
figuras jurídicas estão liberadas.

As regras recém-publicadas poderão mudar sensivelmente a cara da educação


a distância no Brasil. É quase certo que elas estimularão a entrada de novas
instituições no mercado, o que significa um aumento da concorrência. De
acordo com Henrique Sartori, secretário da Secretaria de Regulação e
Supervisão da Educação Superior (Seres), o objetivo é esse mesmo: “A
expectativa é que este novo marco regulatório permita às pequenas instituições
crescer e concorrer com aquelas que já estão no mercado hoje ofertando esse
tipo de modalidade, favorecendo assim a desconcentração do mercado”,
declarou.

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Leia também: À frente da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação


Superior, Henrique Sartori espera a entrada de novos competidores no
mercado para expandir a EAD

Em 2015, os 10 maiores grupos de EAD eram responsáveis por 79% do total


de matrículas em graduações a distância no Brasil, informa Rodrigo Capelato,
diretor executivo do Semesp. Esses 10 grupos também detinham 70% do total
de polos de ensino EAD. Há também uma concentração geográfica. Segundo
Sartori, grande parte dos pólos encontra-se nos estados de São Paulo, Rio de
Janeiro, Minas Gerais e Bahia.

Na avaliação de Bruno Giardino, analista do Santander, a barreira do acesso


caiu com o novo marco regulatório. Num exercício hipotético, o especialista
calcula que, em um ano, seria possível dobrar o número de pólos no país, que
hoje é de 3,6 mil, aproximadamente.

Fazendo outras projeções, Capelato afirma que se as instituições criarem 25%


dos pólos aos quais elas têm direito – considerando que, dependendo do
Conceito Institucional, é possível abrir de 50 a 250 pólos –, a concentração nas
mãos dos 10 maiores grupos poderá cair de 80% (estimativa para 2017) para
52% em 2018, chegando a 35% em 2027.

A busca da diferenciação
Em um mercado mais competitivo, a solução será buscar diferenciais para se
destacar. É a partir desse ponto que especialistas de mercado, gestores e
educadores vislumbram o surgimento de inovações.

“Hoje, a educação a distância dá muita ênfase ao baixo preço e grande parte


das instituições apenas reproduz no on-line o modelo das aulas gravadas. Com
o mercado mais acirrado, as IES vão se forçar a ser mais criativas”, afirma o
analista do Santander.

Uma inovação possível é a formação de redes de cooperação entre IES, como


aposta João Otávio Bastos Junqueira, reitor do Centro Universitário Octávio
Bastos (Unifeob). Nessa configuração, se juntariam instituições de porte e

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perfis semelhantes para somar forças e, assim, oferecer cursos em conjunto,


se fortalecer numa determinada área ou atingir um novo mercado. Outra
grande vantagem seria compartilhar custos operacionais e também os
investimentos, como aqueles relacionados ao desenvolvimento tecnológico. A
formação de redes de cooperação entre IES vem sendo incentivada pelo
Semesp, que já estruturou dois consórcios do gênero.

Junqueira também enxerga no modelo um meio de sobrevivência para as


instituições de menor porte. “As grandes IES vão aumentar muito a
capilaridade de seus pólos. Aquelas que se achavam distantes dessa
concorrência vão se deparar com um competidor de grande porte atuando em
suas praças com estratégias de marketing muito mais agressivas”, acredita.

A cooperação entre IES também pode ser uma alternativa para a formação de
nichos. Instituições que atuam em segmentos específicos poderão se juntar
para formar um corpo docente notável e se estabelecer como grandes
especialistas, analisa Josiane Tonelotto, reitora do EAD Laureate, que reúne os
cursos a distância das instituições da Rede LaureateInternationalUniversities
no Brasil, incluindo Anhembi Morumbi, Unifac, UnP e FMU.

Com mais liberdade para formar parcerias, outro movimento esperado é o da


aproximação com o mercado. Se hoje empresas e indústrias investem milhares
de recursos na criação de universidades corporativas, o caminho a ser trilhado
agora pode ser o da associação com instituições de ensino superior para o
desenvolvimento de cursos sob demanda. Josiane acredita que esse é um
modelo viável de negócios, pois os dois lados vão sair ganhando. “As
instituições também vão poder usar as dependências desses ambientes
profissionais para a prática de seus alunos”, pontua.

Na visão de Rodrigo Capelato, a diversificação de modelos para a EAD é


positiva e pode, inclusive, contribuir com a redução dos índices de evasão, que
hoje giram em torno de 34%, contra 29% no presencial.

As possibilidades abertas pela tecnologia


Quanto à experiência dos alunos, é esperada uma maior variedade no

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emprego de ferramentas e tecnologias educacionais. A reitora do EAD


Laureate acredita que o aumento dos investimentos nessa área trará ao
professor que leciona em cursos a distância outras possibilidades de atuação.
Para citar um exemplo, ela fala sobre os recursos que auxiliam a correção de
questões discursivas, algo hoje pouco disponível, mas que poderá crescer com
a busca por diferenciação.

A tecnologia também é o que permitirá a estruturação de cursos totalmente a


distância, outro modelo que tende a ganhar espaço. “Hoje isso já é
perfeitamente possível. Temos softwares para atestar a identidade do aluno,
como os de reconhecimento facial, e metodologias para trabalhar de diferentes
maneiras com esse estudante. A gamificação é uma delas, para citar um
exemplo”, revela Josiane.

Como os avanços tecnológicos também influenciam os cursos presenciais –


que estão trabalhando cada vez mais com uma parte do currículo a distância –,
é possível que caia a distinção entre cursos presenciais e a distância no futuro,
acredita Esmeralda Rizzo, coordenadora do Centro de Educação a Distância
Mackenzie, que apenas recentemente (2016) começou a oferecer cursos on-
line.

Os desafios
Apesar das possibilidades de expansão e inovação abertas com o novo marco
regulatório, os gestores concordam que não será fácil dar um salto de
crescimento, considerando que, para estruturar um pólo, antes é preciso
percorrer uma série de etapas. Começa com a busca de um parceiro, passa
pelo alinhamento de interesses e só se concretiza depois de acertados todos
os trâmites legal. “Qualquer acordo do gênero demanda uma estrutura muito
forte de acompanhamento e controle”, pondera Esmeralda.

“Mantendo os mesmos padrões de qualidade, é difícil expandir de forma tão


rápida”, concorda Josiane, do EAD Laureate. “Mas é claro que o tempo foi
abreviado. Certa vez, demoramos quase três anos para ter um pólo aprovado”,
revela.

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Além disso, com uma rede maior de pólos, a gestão precisará ser reforçada.
“Sem a barreira do acesso, o jogo agora passa a ser o da execução Serão
bem-sucedidas as IES que conseguirem operar, de forma lucrativa, com uma
grande rede de pólos”, afirma Giardino, do Santander. Por isso, não será tão
simples em sua opinião “tirar mercado” dos competidores mais experientes,
que detêm infraestrutura robusta e expertise na oferta de cursos a distância.

Contudo, é esperado um crescimento da oferta de cursos no curto e médio


prazo, o que contribuirá para aumentar a taxa de escolarização dos brasileiros,
uma das metas do Plano Nacional de Educação.
Segundo Capelato, hoje 60% dos alunos que estudam a distância têm entre 25
e 40 anos. “Apenas nessa faixa etária, há 20 milhões de pessoas no Brasil com
apenas o ensino médio completo e, que, portanto, poderiam ingressar em um
curso de graduação. Se apenas 10% desse contingente optar pela EAD,
teremos 2 milhões de novos alunos”, destaca. Hoje, há em torno de 1,5 milhão
de matriculados em cursos de graduação a distância. Com todos os desafios,
as oportunidades de crescimento estão postas e tanto o setor como os
estudantes e potenciais estudantes poderão sair ganhando.

MEC FACILITA ABERTURA DE CURSOS EAD E PREVÊ USO EM 'SITUAÇÕES


EMERGENCIAIS' NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Governo deixa de exigir que somente faculdades habilitadas para oferecer curso
presencial possam abrir a modalidade EaD.

O Ministério da Educação (MEC) aprovou nova regulamentação que facilita a


oferta de Educação a Distância (EaD) no país. As medidas do Decreto
9.057/2017 vão afetar toda a educação básica e o ensino superior, incluindo
cursos superiores de graduação e pós-graduação.

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As principais mudanças são:

 Instituições de Ensino Superior (IES) podem criar pólos sem a exigência de vistoria do
MEC

 Curso a distância poderá ser oferecido mesmo se a IES não tiver curso presencial
equivalente

 Permite cursos a distância para educação básica (fundamental, médio e profissional)


em situações especiais

De acordo com o MEC, a meta é ampliar a oferta de ensino superior no país para
atingir a Meta 12 do Plano Nacional de Educação (PNE), que exige elevar a taxa bruta
de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida em 33% da população
de 18 e 24 anos.

No caso dos novos pólo EaD, as IES deverão informá-los ao MEC, respeitados os
limites quantitativos definidos pelo ministério com base em avaliações institucionais
baseadas na qualidade e infraestrutura.

Em nota, o ministro da Educação, Mendonça Filho, justifica a atualização da legislação


ao comparar o percentual de jovens entre 18 e 24 anos matriculados no ensino
superior em diferentes países. Enquanto Argentina e o Chile têm cerca de 30% de
seus jovens na educação superior – percentual que ultrapassa os 60% nos Estados
Unidos e no Canadá –, o Brasil amarga um índice inferior aos 20%.

“Essa realidade é resultado tanto do fato de que se trata de uma modalidade ainda
muito recente na educação superior brasileira quanto da constatação de que a
regulamentação atual data de 2005 e não incorpora as atualizações nas tecnologias
de comunicação e informação, nem os modelos didáticos, pedagógicos e tecnológicos
consolidados no momento presente”, explica.

De acordo com o Censo da Educação Superior realizado em 2015 pelo Instituto


Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), há no país
1.473 mil cursos superiores a distância ofertados cujo crescimento é de 10% ao ano,
desde 2010. Atualmente, são mais de 1,3 milhão de estudantes matriculados, com
crescimento de 50% entre os anos de 2010 e 2015.

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Educação básica

O governo federal diz que seguiu a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB) para regulamentar a oferta de EaD durante as etapas da educação básica.

A primeira regulamentação é para o ensino fundamental, que já teve sua base


nacional enviada para aprovação do Conselho Nacional de Educação. Para essa
etapa da formação, o decreto aponta situações em que a modalidade EaD é
permitida para estudantes que:

 estejam impedidos, por motivo de saúde, de acompanhar o ensino presencial;

 se encontram no exterior;

 vivam em localidades que não possuam rede regular de atendimento presencial;

 são transferidos compulsoriamente para regiões de difícil acesso (incluídas as missões


localizadas em regiões de fronteira);

 estejam privados de liberdade;

 ou estejam matriculados nas séries finais do ensino fundamental regular e privados da


oferta de disciplinas obrigatórias do currículo escolar

O MEC não detalhou em quais condições o EaD poderá ser aplicado no ensino médio
e para a educação profissional técnica de nível médio.

"As mudanças devem atender ao Novo Ensino Médio e ainda terão seus critérios
definidos pelo MEC em conjunto com sistemas de ensino, Conselho Nacional de
Educação (CNE), conselhos estaduais e distrital de educação e secretarias de
educação estaduais e distrital, para aprovação de instituições que desejam ofertar
educação a distância", informou o MEC em nota.

Legislação para a Educação à Distância.


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DECRETO Nº 9.057, DE 25 DE MAIO DE 2017

Regulamenta o art. 80 da Lei nº 9.394,


de 20 de dezembro de 1996, que
estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere


o art. 84, caput, incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o
disposto no art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, na Lei
nº 10.861, de 14 de abril de 2004 e na Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014,

DECRETA:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Para os fins deste Decreto, considera-se educação a distância a


modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos
de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e tecnologias de
informação e comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de acesso,
com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e desenvolva
atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que estejam
em lugares e tempos diversos.

Art. 2º A educação básica e a educação superior poderão ser ofertadas na


modalidade a distância nos termos deste Decreto, observadas as condições de
acessibilidade que devem ser asseguradas nos espaços e meios utilizados.

Art. 3 A criação, a organização, a oferta e o desenvolvimento de cursos a


distância observarão a legislação em vigor e as normas específicas expedidas
pelo Ministério da Educação.

Art. 4º As atividades presenciais, como tutorias, avaliações, estágios,


práticas profissionais e de laboratório e defesa de trabalhos, previstas nos

Legislação para a Educação à Distância.


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projetos pedagógicos ou de desenvolvimento da instituição de ensino e do curso,


serão realizadas na sede da instituição de ensino, nos pólos de educação a
distância ou em ambiente profissional, conforme as Diretrizes Curriculares
Nacionais.

Art. 5º O pólo de educação a distância é a unidade acadêmica e


operacional descentralizada, no País ou no exterior, para o desenvolvimento de
atividades presenciais relativas aos cursos ofertados na modalidade a distância.

Art. 5º O pólo de educação a distância é a unidade descentralizada da


instituição de educação superior, no País ou no exterior, para o desenvolvimento
de atividades presenciais relativas aos cursos ofertados na modalidade a
distância.

Parágrafo único. Os pólos de educação a distância deverão manter


infraestrutura física, tecnológica e de pessoal adequada aos projetos
pedagógicos ou de desenvolvimento da instituição de ensino e do curso.

§ 1º Os pólos de educação a distância manterão infraestrutura física,


tecnológica e de pessoal adequada aos projetos pedagógicos dos cursos ou de
desenvolvimento da instituição de ensino. (Redação dada pelo Decreto nº
9.235, de 2017)

§ 2º São vedadas a oferta de cursos superiores presenciais em instalações


de pólo de educação a distância e a oferta de cursos de educação a distância
em locais que não estejam previstos na legislação. (Incluído pelo Decreto nº
9.235, de 2017)

Art. 6º Compete ao Ministério da Educação, em articulação com os órgãos


e as entidades a ele vinculados:

I - o credenciamento e o recredenciamento de instituições de ensino dos


sistemas de ensino federal, estaduais e distrital para a oferta de educação
superior na modalidade a distância; e

Legislação para a Educação à Distância.


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II - a autorização, o reconhecimento e a renovação de reconhecimento de


cursos superiores na modalidade a distância de instituições de ensino
integrantes do sistema federal de ensino, respeitadas as prerrogativas de
autonomia.

Art. 7º Os sistemas de ensino, em regime de colaboração, organizarão e


manterão abertos ao público os dados e atos referentes a:

I - credenciamento e recredenciamento institucional para oferta de cursos


na modalidade a distância;

II - autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos


na modalidade a distância; e

III - resultados dos processos de avaliação e de supervisão da educação


na modalidade a distância.

CAPÍTULO II

DA OFERTA DE CURSOS NA MODALIDADE A DISTÂNCIA NA


EDUCAÇÃO BÁSICA

Art. 8º Compete às autoridades dos sistemas de ensino estaduais,


municipais e distrital, no âmbito da unidade federativa, autorizar os cursos e o
funcionamento de instituições de educação na modalidade a distância nos
seguintes níveis e modalidades:

I - ensino fundamental, nos termos do § 4º do art. 32 da Lei nº 9.394, de 20


de dezembro de 1996;

II - ensino médio, nos termos do § 11 do art. 36 da Lei nº 9.394, de 1996;

III - educação profissional técnica de nível médio;

IV - educação de jovens e adultos; e

V - educação especial.

Legislação para a Educação à Distância.


20

Art. 9º A oferta de ensino fundamental na modalidade a distância em


situações emergenciais, previstas no § 4º do art. 32 da Lei nº 9.394, de 1996, se
refere a pessoas que:

I - estejam impedidas, por motivo de saúde, de acompanhar o ensino


presencial;

II - se encontrem no exterior, por qualquer motivo;

III - vivam em localidades que não possuam rede regular de atendimento


escolar presencial;

IV - sejam transferidas compulsoriamente para regiões de difícil acesso,


incluídas as missões localizadas em regiões de fronteira; ou

V - estejam em situação de privação de liberdade.

Art. 10. A oferta de educação básica na modalidade a distância pelas


instituições de ensino do sistema federal de ensino ocorrerá conforme a sua
autonomia e nos termos da legislação em vigor.

CAPÍTULO III

DA OFERTA DE CURSOS NA MODALIDADE A DISTÂNCIA NA


EDUCAÇÃO SUPERIOR

Art. 11. As instituições de ensino superior privadas deverão solicitar


credenciamento para a oferta de cursos superiores na modalidade a distância ao
Ministério da Educação.

§ 1º O credenciamento de que trata o caput considerará, para fins de


avaliação, de regulação e de supervisão de que trata a Lei nº 10.861, de 14 de
abril de 2004, a sede da instituição de ensino acrescida dos endereços dos polos
de educação a distância, quando previstos no Plano de Desenvolvimento
Institucional e no Projeto Pedagógico de Curso.

Legislação para a Educação à Distância.


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§ 2º É permitido o credenciamento de instituição de ensino superior


exclusivamente para oferta de cursos de graduação e de pós-graduação lato
sensu na modalidade a distância.

§ 3º A oferta de curso de graduação é condição indispensável para a


manutenção das prerrogativas do credenciamento de que trata o § 2º.

§ 4º As escolas de governo do sistema federal credenciadas pelo Ministério


da Educação para oferta de cursos de pós-graduação lato sensu poderão
ofertar seus cursos nas modalidades presencial e a distância.

§ 5º As escolas de governo dos sistemas estaduais e distrital deverão


solicitar credenciamento ao Ministério da Educação para oferta de cursos de pós-
graduação lato sensu na modalidade a distância.

Art. 12. As instituições de ensino superior públicas dos sistemas federal,


estaduais e distrital ainda não credenciadas para a oferta de cursos superiores
na modalidade a distância ficam automaticamente credenciadas, pelo prazo de
cinco anos, contado do início da oferta do primeiro curso de graduação nesta
modalidade, condicionado à previsão no Plano de Desenvolvimento
Institucional.

Parágrafo único. As instituições de ensino de que trata o caput ficarão


sujeitas ao recredenciamento para oferta de educação na modalidade a distância
pelo Ministério da Educação, nos termos da legislação específica.

Art. 13. Os processos de credenciamento e recredenciamento institucional,


de autorização, de reconhecimento e de renovação de reconhecimento de
cursos superiores na modalidade a distância serão submetidos à avaliação in
loco na sede da instituição de ensino, com o objetivo de verificar a existência e
a adequação de metodologia, de infraestrutura física, tecnológica e de pessoal
que possibilitem a realização das atividades previstas no Plano de
Desenvolvimento Institucional e no Projeto Pedagógico de Curso.

Parágrafo único. Os processos previstos no caput observarão, no que


couber, a disciplina processual aplicável aos processos regulatórios da

Legislação para a Educação à Distância.


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educação superior em geral, nos termos da legislação específica e das normas


expedidas pelo Ministério da Educação.

Art. 14. As instituições de ensino credenciadas para a oferta de educação


superior na modalidade a distância que detenham a prerrogativa de autonomia
dos sistemas de ensino federal, estaduais e distrital independem de autorização
para funcionamento de curso superior na modalidade a distância.

Parágrafo único. Na hipótese de que trata o caput, as instituições de


ensino deverão informar o Ministério da Educação quando da oferta de curso
superior na modalidade a distância, no prazo de sessenta dias, contado da data
de criação do curso, para fins de supervisão, de avaliação e de posterior
reconhecimento, nos termos da legislação específica.

Art. 15. Os cursos de pós graduação lato sensu na modalidade a distância


poderão ter as atividades presenciais realizadas em locais distintos da sede ou
dos pólos de educação a distância.

Art. 16. A criação de pólo de educação a distância, de competência da


instituição de ensino credenciada para a oferta nesta modalidade, fica
condicionada ao cumprimento dos parâmetros definidos pelo Ministério da
Educação, de acordo com os resultados de avaliação institucional.

§ 1º As instituições de ensino deverão informar a criação de pólos de


educação a distância e as alterações de seus endereços ao Ministério da
Educação, nos termos a serem estabelecidos em regulamento.

§ 2º A extinção de pólo de educação a distância deverá ser informada ao


Ministério da Educação após o encerramento de todas as atividades
educacionais, assegurados os direitos dos estudantes matriculados e da
comunidade acadêmica.

Art. 17. Observado o disposto no art. 14, os pedidos de autorização, de


reconhecimento e de renovação de reconhecimento de cursos superiores na
modalidade a distância, ofertados nos limites dos Estados e do Distrito Federal
nos quais estejam sediadas as instituições de ensino dos sistemas estaduais e

Legislação para a Educação à Distância.


23

distrital, deverão tramitar nos órgãos competentes de âmbito estadual ou distrital,


conforme o caso, aos quais caberá a supervisão das instituições de ensino.

Parágrafo único. Os cursos das instituições de ensino de que trata


o caput cujas atividades presenciais forem realizadas fora do Estado da sede da
instituição de ensino, estarão sujeitos à regulamentação do Ministério da
Educação.

Art. 18. A oferta de programas de pós-graduação stricto sensu na


modalidade a distância ficará condicionada à recomendação da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Capes, observadas as diretrizes
e os pareceres do Conselho Nacional de Educação.

Art. 19. A oferta de cursos superiores na modalidade a distância admitirá


regime de parceria entre a instituição de ensino credenciada para educação a
distância e outras pessoas jurídicas, preferencialmente em instalações da
instituição de ensino, exclusivamente para fins de funcionamento de polo de
educação a distância, na forma a ser estabelecida em regulamento e respeitado
o limite da capacidade de atendimento de estudantes.

§ 1º A parceria de que trata o caput deverá ser formalizada em documento


próprio, o qual conterá as obrigações das entidades parceiras e estabelecerá a
responsabilidade exclusiva da instituição de ensino credenciada para educação
a distância ofertante do curso quanto a:

I - prática de atos acadêmicos referentes ao objeto da parceria;

II - corpo docente;

III - tutores;

IV - material didático; e

V - expedição das titulações conferidas.

Legislação para a Educação à Distância.


24

§ 2º O documento de formalização da parceria de que trata o §1º , ao qual


deverá ser dada ampla divulgação, deverá ser elaborado em consonância com
o Plano de Desenvolvimento Institucional de cada instituição de ensino
credenciada para educação a distância.

§ 3º A instituição de ensino credenciada para educação a distância deverá


manter atualizadas junto ao Ministério da Educação as informações sobre os
pólos, a celebração e o encerramento de parcerias, na forma a ser estabelecida
em regulamento, a fim de garantir o atendimento aos critérios de qualidade e
assegurar os direitos dos estudantes matriculados.

CAPÍTULO IV

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 20. Os órgãos competentes dos sistemas de ensino poderão,


motivadamente, realizar ações de monitoramento, de avaliação e de supervisão
de cursos, pólos ou instituições de ensino, observada a legislação em vigor e
respeitados os princípios do contraditório e da ampla defesa.

Art. 21. O disposto neste Decreto não afasta as disposições específicas


referentes aos sistemas públicos de educação a distância, à Universidade Aberta
do Brasil e à Rede e-Tec Brasil.

Art. 22. Os atos de credenciamento para a oferta exclusiva de cursos de


pós-graduação lato sensu na modalidade a distância concedidos a instituições
de ensino superior serão considerados também para fins de oferta de cursos de
graduação nesta modalidade, dispensado novo credenciamento ou aditamento.

Art. 23. Os processos de credenciamento para oferta de educação a


distância e de autorização de cursos a distância vinculados, em tramitação na
data de publicação deste Decreto, cujas avaliações in locona sede tenham sido
concluídas, terão a fase de análise finalizada pela Secretaria competente no
Ministério da Educação.

Legislação para a Educação à Distância.


25

§ 1º Os processos de autorização de cursos a distância vinculados de que


trata o caput protocolados por instituições de ensino detentoras de autonomia,
sem avaliação in loco realizada na sede, serão arquivados e a autorização ficará
a cargo da instituição de ensino, após o credenciamento.

§ 2º Nos processos mencionados no caput, somente serão considerados


para fins de credenciamento de pólos de educação a distância os endereços nos
quais a avaliação in loco tenha sido realizada, e aqueles não avaliados serão
arquivados, sem prejuízo de sua posterior criação pela instituição de ensino,
conforme o disposto no art. 16.

§ 3º O disposto no § 2º se aplica, no que couber, aos processos de


aditamento de credenciamento de pólos de educação a distância em tramitação
na data de publicação deste Decreto.

§ 4º Eventuais valores de taxas recolhidas para avaliações não realizadas


ficarão disponíveis para utilização em outros processos de avaliação referentes
à mesma instituição de ensino.

§ 5º As instituições de ensino poderão optar pelo não arquivamento dos


endereços não avaliados, na forma a ser estabelecida em regulamento.

Art. 24. Ficam revogados:

I - o Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005; e

II - o art. 1º do Decreto nº 6.303, de 12 de dezembro de 2007.

Art. 25. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 25 de maio de 2017; 196º da Independência e 129º da República.

MICHELTEMER
José Mendonça Bezerra Filho

Este texto não substitui o publicado no DOU de 26.5.2017 e retificado em


30.5.2017.

Legislação para a Educação à Distância.


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O CRESCIMENTO DO ENSINO À DISTÂNCIA NO BRASIL

O ensino a distância (EAD) é uma modalidade de


ensino que consiste na ideia de que a
aprendizagem pode acontecer mesmo sem
professor e aluno estarem em um mesmo
ambiente físico, sem a necessidade de uma sala
de aula convencional. Dessa forma, as aulas e atividades são desenvolvidas de
diferentes formas, principalmente utilizando a internet.

Nos últimos anos esse modelo de ensino cresceu consideravelmente, não só


no Brasil, mas em todo o mundo. Diversas tecnologias foram criadas e
melhoradas a fim de propiciar um ambiente completo para alunos e
professores, além do crescente incentivo por parte do governo.

Esse método de ensino possibilita uma série de benefícios a quem deseja


estudar e aumentar seu conhecimento, como, principalmente, a flexibilidade de
horários. Através do EAD é possível, inclusive, fazer cursos técnicos, de
graduação, ou até mesmo uma pós-graduação, sendo esses reconhecidos da
mesma forma que os cursos presenciais.

EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA CRESCE EM RITMO ACELERADO

A educação superior a distância cresce no país em ritmo mais acelerado que


a educação presencial. Os dados do último Censo da Educação Superior – de
2015 – mostram que enquanto o ensino presencial teve um crescimento de
2,3% nas matrículas em 2015 em relação a 2014, o ensino a distância (EaD)
teve expansão de 3,9%. O ensino, no entanto, ainda não é o ideal.

Legislação para a Educação à Distância.


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Um dos aspectos que mais pesam na permanência dos alunos, segundo o


fundador da Educa Insights, que trabalha com pesquisas de mercado, Luiz
Trivelato, é o relacionamento com estudantes. A Educa Insights fez uma
pesquisa para ver como agiam as instituições que ofertam EaD. "Houve
instituições que durante o ciclo que experimentamos estar com eles, durante
quatro meses não nos procuraram nenhuma vez. A gente não ia às aulas e
simulava não fazer as atividades e não éramos procurados", disse.

A falta de contato, segundo ele, é um dos fatores que leva à evasão dos
estudantes. "Aquelas instituições que conseguiram manter uma proximidade
com os alunos, foram as que obtiveram êxito na pesquisa. "Foram aquelas que
provocaram, que buscaram, que reforçaram para o aluno a importância de
estudar, que ofereceram opções de estudo", afirmou Trivelato.

Outra questão apontada por Trivelato é a infraestrutura do pólo, que ajuda no


encantamento do estudante e dá condições de aprendizado. Ele mostrou casos
em que o pólo tinha ar condicionados que não funcionavam e laboratórios de
informática "claramente improvisados".

A rede privada concentra a maior parte das matrículas na modalidade –


1.265.359 – o representa 90,8% do total de 1.393.752 registradas em 2015.
Apesar do aumento do número de concluintes, que cresceu 23,1%, índice
maior que nos presenciais, que foi de 9,4%, muitos estudantes ainda deixam o
curso sem concluí-lo. Nas instituições privadas, a taxa de evasão nos cursos a
distância é 35,2%, superior à evasão nos cursos presenciais, que é 27,9%.

Crescimento
O ensino superior privado tem apostado na EaD, que permite uma flexibilidade
maior de preço. As mensalidades geralmente são mais baratas que os cursos
presenciais, e é possível atender a um número maior de estudantes. A
expectativa, segundo Trivelato, é de expansão. Ele acredita que, em cinco
anos, o número de vagas em EaD poderá ultrapassar o presencial. O ensino a
distância foi amplamente discutido no 10º Congresso Brasileiro de Educação

Legislação para a Educação à Distância.


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Superior Particular (Cbesp). O assunto ganhou destaque também após a


publicação de decreto na sexta-feira (26), que flexibiliza as regras para a
abertura de cursos a distância.

Segundo o analista de investimentos do Santanter, Bruno Giardino, o mercado


de EaD é muito concentrado no país, e a tendência com as mudanças
anunciadas é que outras instituições, principalmente pequenas e médias, que
tenham bons indicadores de qualidade, consigam se inserir mais facilmente.
"Pequenas e médias devem despontar, mas terão que ter um bom produto, não
basta apenas ter EaD, senão não decola, não têm sucesso", ressaltou.

De acordo com levantamento apresentado por Giardino, o mercado hoje é


concentrado em cinco grupos, sendo Kroton o principal, com uma fatia de 37%.
Os cinco detêm 72%. Nos últimos anos, houve uma maior entrada de
instituições locais. No entanto, apenas 43% foram bem sucedidas e
conseguiram se estabelecer no mercado.

Para o presidente da Anima Educação, grupo de educação de capital aberto,


Daniel Castanho, o ensino a distância é o caminho para onde a educação está
caminhando. "Não tem diferença entre [o ensino superior] presencial e a
distância em relação ao produto que a gente entrega. Eu costumo dizer:
quantos por cento do seu tempo são presenciais e quantos são a distância.
Você não sabe. Hoje a questão não é só se tem presencial ou distância, mas
como a tecnologia vai impactar professores e alunos e como vai fazer com que,
na sala de aula, aqueles momentos sejam mais valiosos", afirmou.

Castanho acredita que a educação será híbrida, a distância e presencial. O


grupo fez uma pesquisa comparando o desempenho dos estudantes de
diferentes modalidades na mesma disciplina. Os estudantes presenciais
conseguiram um desempenho 37% acima dos estudantes exclusivamente a
distância. Os estudantes de modelo híbrido, com 50 a 70% das aulas
presenciais, tiveram o melhor desempenho, 16% acima do presencial.

Legislação para a Educação à Distância.


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"Daqui a alguns anos, não se vai mais saber o que é ensino presencial ou a
distância. O modelo do Brasil será híbrido, o uso da tecnologia será feito em
casa. O tempo com o professor será mais rico, com outras metodologias".

Acesso
Uma das apostas, principalmente do governo, na educação a distância é levar
o ensino para regiões onde o acesso presencial é dificultado. A EaD tem tido
papel importante na formação de professores. O número de cursos de
licenciatura a distância cresceu 5,04% em 2015 em relação a 2014. Já as
licenciaturas presenciais, que vinham aumentando até 2012, registram quedas
constantes desde 2013.

Na avaliação do secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior


do MEC, Henrique Sartori, haverá uma interiorização da EaD. "As pequenas e
médias instituições vão poder entrar em um sistema em que antes demorariam
para encontrar um ideal de competição". Atualmente, a EaD está concentrada
em São Paulo, Paraná e Minas Gerais.

Para além da permissão de expansão, o ensino a distância demanda também


tecnologia. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no
ano passado, o percentual de pessoas que acessaram a internet alcançou
57,5% da população de 10 anos ou mais de idade, o que corresponde a 102,1
milhões de pessoas.

Legislação para a Educação à Distância.


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REFERÊNCIAS

ATUALIZADA LEGISLAÇÃO QUE REGULAMENTA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO PAÍS ...


DISPONÍVEL EM : PORTAL.MEC.GOV.BR/.../EDUCACAO.../49321-MEC-ATUALIZA-
LEGISLACAO-QUE-REGULAMENTA-EDU. ACESSO EM: 02.03.18

LEGISLAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO


DISPONÍVEL EM : PORTAL.MEC.GOV.BR › ... › SECRETARIAS › SEED - EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA ACESSO EM: 02.03.18

A HISTÓRIA DA LEGISLAÇÃO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL - ARTIGOS ...


DISPONÍVEL EM : WWW.ADMINISTRADORES.COM.BR/...LEGISLACAO-DA-EDUCACAO-A-
DISTANCIA-NO-BRASIL/106611/

ACESSO EM: 02.03.18

MEC APROVA DIRETRIZES DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PARA ENSINO BÁSICO E ...

DISPONÍVEL EM
WWW.CORREIOBRAZILIENSE.COM.BR/.../ENSINO_EDUCACAOBASICA/.../ENSINO_EDUC
ACAOBASICA.. ACESSO EM: 02.03.18

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL


DISPONÍVEL EM : HTTPS://WWW.NEAD.UFRR.BR/INDEX.PHP/SOBRE-A-EAD ACESSO
EM: 02.03.18

EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA CRESCE EM RITMO ... - AGÊNCIA BRASIL


DISPONÍVEL EM : AGENCIABRASIL.EBC.COM.BR/EDUCACAO/.../EDUCACAO-SUPERIOR-
DISTANCIA-CRESCE-EM-RITMO-AC. ACESSO EM: 02.03.18

A EXPANSÃO DO EAD (ENSINO A DISTÂNCIA) NO BRASIL


DISPONÍVEL EM : HTTPS://WWW.EAD.COM.BR/EAD/EXPANSAO-EAD-BRASIL.HTM
ACESSO EM: 02.03.18

Legislação para a Educação à Distância.


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Legislação para a Educação à Distância.

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