Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
43784-It Apostila Unidade 6 Termo e Roto 2007
43784-It Apostila Unidade 6 Termo e Roto 2007
1 TERMOFORMAÇÃO
O nome termoformação (mais conhecido como termoformagem) é dado à vários processos
pelos quais são obtidas peças moldadas a partir de chapas planas previamente produzidas. Estas
chapas são temporariamente amolecidas por ação de calor, e, logo após forçadas a envolver a
superfície de um molde com a forma da peça requerida. Após o resfriamento sobre o molde o
produto é extraído e as sobras laterais aparadas.
A obtenção das chapas pode se dar vários modos. A extrusão é o processo mais empregado
para a transformação de material granulado ou em pó em chapas. Chapas co-extrudadas são cada
vez mais utilizadas, para incrementar as propriedades das peças termoformadas, especialmente
em casos que se deseja melhores características de barreira, proteção ou brilho superficial, sem
demasiado aumento no custo da matéria-prima. Chapas de PVC também podem ser obtidas pelo
processo de calandragem. E, especialmente para os acrílicos, as chapas podem ser obtidas pelo
processo de fundição (casting), pelo qual os reagentes (monômeros) em fase líquida são vazados
para o interior de uma forma com temperatura controlada, onde ocorre a polimerização do
material.
A termoformação é empregada em larga escala na indústria de embalagens e descartáveis,
mas também é aplicado na indústria automobilística, na produção de carcaças de equipamentos
industriais, em produtos de linha branca (refrigeradores e freezers) e na construção civil.
Todo o processo de termoformação possui três etapas fundamentais, além de uma quarta
etapa, que não transforma a matéria-prima, mas que intrínseca ao processamento a partir de
chapas:
• aquecimento da chapa
• conformação
• resfriamento
• corte e estampagem
1
Introdução à Transformação – versão 2007
Curso Técnico em Transformação de termoplásticos –– CEFET/RS Unidade Sapucaia do Sul
1
Texto extraído de BLASS, Arno. Processamento de Polímeros; 2ª edição. Editora da UFSC, Florianópolis, 1988.
2
Texto extraído de BLASS, Arno. Processamento de Polímeros; 2ª edição. Editora da UFSC, Florianópolis, 1988.
2
Introdução à Transformação – versão 2007
Curso Técnico em Transformação de termoplásticos –– CEFET/RS Unidade Sapucaia do Sul
lento que o aquecimento por radiação, mas a produção pode ser aumentada aquecendo várias
chapas ao mesmo tempo. Conforme o tipo de material, a chapa pode apresentar tendência a
“embarrigar” quando mantidos à temperatura de conformação por mais do que um período breve.
Por essa razão, este tipo de aquecimento costuma ser empregado apenas para materiais de
elevada resistência a quente, como PMMA ou ABS.
variação de
espessura nas peças
moldadas macho
molde macho ou positivo
variação de
espessura nas
peças moldadas
numa fêmea
molde fêmea ou negativo
3
Introdução à Transformação – versão 2007
Curso Técnico em Transformação de termoplásticos –– CEFET/RS Unidade Sapucaia do Sul
4
Introdução à Transformação – versão 2007
Curso Técnico em Transformação de termoplásticos –– CEFET/RS Unidade Sapucaia do Sul
Figura 5- Termoformação por sopro livre. Figura 6- Termoformação com moldes combinados.
ESTIRAMENTO E RECOBRIMENTO
Primeiro a chapa aquecida é expandida como uma bolha. depois, o molde avança contra a
mesma e é recoberto. Ar comprimido pode se encarregar de moldar detalhes da peça (figura 7).
Em relação ao recobrimento simples, tem a vantagem de produzir peças com maior uniformidade
de espessura. A formação da bolha (almofada) por ar comprimido, com seu conseqüente
estiramento, reduzirá as diferenças de espessura entre as diversas regiões do produto. A figura 8
mostra uma variação deste método.
5
Introdução à Transformação – versão 2007
Curso Técnico em Transformação de termoplásticos –– CEFET/RS Unidade Sapucaia do Sul
ESTIRAMENTO E VÁCUO
Após o estiramento da chapa feito por ar comprimido, a depressão causada pelo vácuo
molda a chapa contra um molde fêmea (figura 9). É um método adequado para peças com
cavidades profundas, como potes e copos, pois o estiramento prévio da chapa permite uma maior
uniformidade de espessuras entre as paredes e o fundo.
6
Introdução à Transformação – versão 2007
Curso Técnico em Transformação de termoplásticos –– CEFET/RS Unidade Sapucaia do Sul
Figura 13.2 – Termoformação por recobrimento, vácuo e auxílio por plugue para conformação de uma
região profunda. Caixas internas de refrigeradores, como a mostrada na figura 13.3, são
moldadas dessa forma, mas com pré-estiramento da chapa por sopro antes do recobrimento.
Figura 13.4 – Molde de termoformação por vácuo para uma caixa interna
de poliestireno de alto impacto [9].
Figura 13.3 – Caixa interna de refrigerador.
7
Introdução à Transformação – versão 2007
Curso Técnico em Transformação de termoplásticos –– CEFET/RS Unidade Sapucaia do Sul
Figura 13.5 – À esquerda, o ferramental para termoformação de copos por vácuo, com pré-estiramento por
plugue. A ferramenta inferior é o molde com 21 cavidades por vácuo. Em cima, a placa de
alojamento dos plugues para estiramento. À direita, dois plugues de epóxi em destaque.
8
Introdução à Transformação – versão 2007
Curso Técnico em Transformação de termoplásticos –– CEFET/RS Unidade Sapucaia do Sul
Figura 15- As chapas, devidamente aquecidas (A), são sopradas contra seus respectivos moldes fêmea através
de uma agulha (f) que trespassa uma das chapas. Opcionalmente, plugues (g) podem auxiliar a
conformação das chapas, como em (C), para a formação de nervuras de reforço.
1.3 RESFRIAMENTO 3
A etapa de resfriamento também merece atenção cuidadosa, pois o tempo requerido para
resfriar adequadamente as peças conformadas pode ser maior do que as outras etapas do ciclo.
As peças são resfriadas por condução, do lado do molde, e por convecção, do lado oposto.
Por essa razão os moldes devem ser feitos de materiais de elevada condutividade térmica. O
feito pode ser acelerado provendo-se os moldes de dutos para circulação de água. À medida que
a peça resfria, a velocidade de resfriamento cai, devido a redução do diferencial de temperatura
entre peça e molde. Esse feito é ainda mais acentuado por que a peça tende, com a contração, a
se soltar do molde, reduzindo a área de contato, se o molde for fêmea. Porém, se o molde for
macho, a peça tende a prende-se sobre o mesmo, dificultando a extração
O resfriamento a partir da outra face pode ser conseguido com ventiladores. Isso se torna
especialmente necessário quando se usam moldes de materiais maus condutores, como madeira,
plásticos termofixos ou gesso. Jatos de água não se recomendam por que geralmente mancham a
superfície da peça.
4
CONTRAÇÃO
Durante o tempo de resfriamento ocorre considerável alteração dimensional, devida tanto a
contração térmica como a variações de densidade, decorrentes da cristalização do material. Até
15 a 30 minutos apôs a moldagem ainda se observam efeitos de contração. Esse efeito é
particularmente observável em polímeros cristalinos, como as poliolefinas (PP, PE). A fim de
manter tolerâncias estreitas em peças conformadas, o intervalo de tempo entre conformação e
aparado deve ser mantido constante. Contudo, esse problema é menos critico quando o tempo
decorrido entre a conformação e o corte dos excesso laterais (aparas) for maior. Se as peças são
aparadas logo após a conformação, a contração posterior deve ser considerada no cálculo das
dimensões externas da peça. Ás vezes é desejável manter as peças por quinze minutos, pelo
menos, antes de apara-las.
Quando as peças moldadas já estiverem suficientemente frias para nao correrem o risco de
empenamento, podem ser removidas do molde. Para tanto, normalmente, sopra-se ar sob a peça.
3
Texto extraído de BLASS, Arno. Processamento de Polímeros; 2ª edição. Editora da UFSC, Florianópolis, 1988.
4
Texto extraído de BLASS, Arno. Processamento de Polímeros; 2ª edição. Editora da UFSC, Florianópolis, 1988.
5
Texto extraído de BLASS, Arno. Processamento de Polímeros; 2ª edição. Editora da UFSC, Florianópolis, 1988.
9
Introdução à Transformação – versão 2007
Curso Técnico em Transformação de termoplásticos –– CEFET/RS Unidade Sapucaia do Sul
Uma vez solta do molde, ela é elevada através da estrutura de fixação ou o molde é baixado. A
extração pode ser provida por pinos ou anéis atuados mecanicamente. A figura 16 mostra a
extração por elevação de parte do molde. Uma vez removidas do molde as peças podem ser
dispostas em dispositivos ou prateleiras para resfriamento adicional, ou, em conformação
continua, podem ser alimentadas diretamente à prensa de corte das aparas.
Figura 17- À esquerda, duas vistas de uma termoformadora por vácuo, com estação única. À direita, o processo
executado pela máquina
Máquinas com mais de uma estação permitem maior produção, pois as etapas do processo
podem ser feitas simultaneamente. A máquina representada na figura 18 recebe uma bobina com
a chapa fina ou filme (à esquerda). O semi-acabado é aquecido por placas de contato (Heating
station) antes da estação de conformação (Forming station), cujo método não é revelado pela
figura. Após o resfriamento, feito na própria estação de moldagem, uma prensa (Trimming
station) corta a chapa transversalmente e destaca as peças, além de poder realizar operações de
estampagem. Finalmente, as peças produzidas são empilhadas na última estação (Stack).
10
Introdução à Transformação – versão 2007
Curso Técnico em Transformação de termoplásticos –– CEFET/RS Unidade Sapucaia do Sul
alguns casos, pode-se usar um rolo para calibração de temperatura ou acabamento superficial da
chapa logo após a matriz (como mostrado na figura). Contudo, esse sistema energeticamente
econômico só pode ser usado para peças rasas, como tampas.
(a)
(b)
(c)
2 ROTOMOLDAGEM
É um processo alternativo ao sopro para produção de peças ocas em material
termoplásticos, que vem tendo crescente aplicação, inclusive para peças técnicas. É um processo
ideal para baixas produções de produtos ocos de média e grande dimensão. As matérias primas
mais processadas por rotomoldagem são os polietilenos em pó e o PVC plastisol (PVC com
grandes proporções de plastificante)
DOSAGEM E CARREGAMENTO
Primeiramente, de forma semelhante à a moldagem por compressão, uma determinada
quantidade de material deve ser medida.
As máquinas de rotomoldagem podem ser providas de vários moldes, e para cada um deles,
abertos, a matéria-prima dosada é carregada manualmente ou através de dispositivos
automatizadores. O molde possui duas metades, que juntas moldam apenas a parte externa da
peça. Após o carregamento, fecha-se o molde, manualmente, na maioria das vezes.
12
Introdução à Transformação – versão 2007
Curso Técnico em Transformação de termoplásticos –– CEFET/RS Unidade Sapucaia do Sul
AQUECIMENTO E M OLDAGEM
Carregados e fechados, os moldes são postos em rotação e conduzidos para um forno
(geralmente a gás), absorvendo calor por convecção e radiação e transferindo-o, por condução
através de suas paredes, para o material plástico. A matéria-prima em forma de grãos não é
adequada à este processo tanto em função da dificuldade de preenchimento de detalhes
geométricos quanto, principalmente, em função do aquecimento mais lento. Matéria-prima em pó
sofre um aquecimento muito mais rápido devido à maior relação superfície/volume. Além disso,
a quantidade de ar presente entre pellets é muito maior do que entre partículas de pó, o que
representaria a formação de bolhas grandes em meio a massa plástica fundida.
Enquanto é aquecido, o molde gira simultaneamente em torno de dois eixos
perpendiculares, provocando o tombamento do pó em seu interior. A velocidade de rotação
costuma fica entre 1 e 8 rpm, raramente excedendo 25 rpm. Por isso, as forças centrífugas são
desprezíveis. A moldagem se dá pela adesão do pó fino à parede do molde a partir do momento
em que a temperatura de adesão característica do polímero é alcançada. À medida que o molde
gira e o calor é conduzido da parede do molde para o material já aderido e deste para o ainda não
aderido, a espessura do moldo aumenta, deixando o centro do molde sem material, ou seja,
moldando uma peça plástica oca (figura 20, número 1). Ao atingirem a temperatura de fusão, as
partículas são sinterizadas (difusão molecular entre duas partículas vizinhas em contato) e os
espaço livre entre as partículas torna-se uma bolha de ar. Com o tempo e sob temperaturas
crescentes, as bolhas são eliminadas, na etapa conhecida como densificação (figura 20, de 2 a 4).
As bolhas não migram para o interior do molde, mas sim desaparecem pela difusão do ar em
meio às moléculas poliméricas.
ar interno
molde
ar externo (forno)
Dependendo da máquina, as velocidades de rotação dos dois eixos podem ser controladas
de forma independente. Este recurso é desejável para melhor controle da espessura e da forma do
produto que está sendo moldado.
O aquecimento deve ser uniforme sobre o molde, pois regiões menos aquecidas retém
menos material na parte interior, gerando áreas de menor espessura. Esta característica do
processo pode ser utilizada intencionalmente para produzir aberturas nos produtos, construindo-
se o molde com isolantes térmicos, como o amianto, nestas regiões. Seguindo o mesmo
raciocínio, regiões mais espessas podem ser obtidas com redução da espessura do molde,
texturização da superfície ou pintura preta.
Com o aquecimento, o ar no interior do produto sofre expansão, aumentando a pressão
interna. Esse efeito pode provocar severos danos ao molde e até mesmo comprometer a
segurança da operação. Especialmente no caso de peças grandes, é fundamental a existência de
ao menos um ponto de escape do ar para fora do molde. Tubos de ventagem são posicionados em
regiões nas quais uma pequena abertura não comprometa o
desempenho funcional do produto ou em regiões que são
removidas do produto após a desmoldagem, uma vez que o
moldado apresentará um furo com a geometria e dimensão
equivalente ao tubo. Com esse dispositivo, a pressão interna
de ar é automaticamente equilibrada com pressão
atmosférica. Para que o pó não escape do molde durante as
rotações iniciais, a extremidade interna do tubo deve
alcançar uma posição pela qual o pó não passe durante o
tombamento. Mesmo assim, palha de aço costuma ser
colocada no interior do tubo, para reter o pó. Os tubos
devem ser feitos ou revestidos de materiais de baixa
condutividade térmica (aço inoxidável, teflon, etc..), para
Figura 22- tubo de ventagem
minimizar a adesão do pó.
RESFRIAMENTO
Uma vez que o material plastificado dentro molde já formou uma camada contínua,
homogênea e de espessura constante sobre a parede interna dos moldes, o conjunto todo é
transferido para uma câmara de resfriamento, geralmente com aspersão d’água ou apenas ar
forçado, mas com os molde ainda girando, já que o resfriamento. Máquinas mais simples, para
produção de peças menos técnicas, não dispõem de cabine de resfriamento. Neste caso, o
resfriamento é feito por ar forçado de ventiladores ou mesmo naturalmente, apenas com os
moldes girando fora do forno.
Dependendo da geometria da peça, durante o resfriamento, a contração do material pode
provocar a desmoldagem total ou localizada do moldado. Embora esta separação entre peça e
molde facilite a operação de desmoldagem, pode comprometer a qualidade do produto se for
prematura. Além de empenamentos e distorções, a desmoldagem muito antecipada faz com que
se forme uma camada de ar entre a peça e o molde, prejudicando a transferência de calor e, com
isso, gerando uma microestrutura mais grosseira e prejudicial à resistência ao impacto. O tempo
de ciclo também pode aumentar consideravelmente por isso.
DESMOLDAGEM
Com o molde resfriado até cerca de 40-70 °C, a rotação é desligada. A ainda com o molde
preso ao braço da máquina, os grampos de fixação da “tampa” são manualmente acionados e a
14
Introdução à Transformação – versão 2007
Curso Técnico em Transformação de termoplásticos –– CEFET/RS Unidade Sapucaia do Sul
Figura 23-Rotomoldadora em carrossel, de pequeno porte, para produção de bolas em PVC plastisol.
15
Introdução à Transformação – versão 2007
Curso Técnico em Transformação de termoplásticos –– CEFET/RS Unidade Sapucaia do Sul
2.3 MOLDES
Diferentemente dos moldes de injeção e de sopro, nos quais a cavidade é um espaço vazio
formado dentro de uma “caixa” bipartida, os moldes para rotomoldagem são uma casca bipartida.
Ou seja, a geometria interna e externa dos moldes é praticamente igual. Esses moldes costumam
ser produzidos de 3 formas: a) dobramento e soldagem de chapas de aço; b) fundição de alumínio
e c) deposição de níquel sobre um modelo.
Os moldes são montados em uma armação, que facilita sua fixação no braço ou suporte das
máquinas rotomoldadoras. A armação abriga também os grampos de fechamento do molde. Em
moldes mais simples, ao invés dos grampos são usados parafusos para unir as flanges de cada
uma das metades do molde.
16
Introdução à Transformação – versão 2007
Curso Técnico em Transformação de termoplásticos –– CEFET/RS Unidade Sapucaia do Sul
17
Introdução à Transformação – versão 2007