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Universidade Federal Rural De Pernambuco - UFRPE

Unidade Acadêmica De Serra Talhada – UAST


Bacharelado em ciências econômicas

Disciplina: Economia Brasileira Contemporânea.


Docente: Adelson Santos.

Discente: Washington Viana da Silva Leite.

RESENHA CRITICA – Governo Sarney

Entre os anos de 1985 a 1989 se inicia um novo período na economia


brasileira, onde o presidente eleito de forma indireta por um colegial eleitoral (é
um órgão formado por um conjunto de eleitores com o poder de um corpo deliberativo
para eleger alguém a um posto particular) foi Tancredo Neves. No entanto, a
véspera da sua posse teve uma piora quanto a saúde que foi agravada e após
alguns dias não resistiu e veio a falecer. Diante essa situação, o então vice José
Sarney assumiu o governo em 1985 e conduziu a início de um período de
redemocratização política.
A situação brasileira era bastante difícil, pois até então o país vivia em um
regime militar e havia a necessidade de adotar políticas mais democráticas, além
disso passava por uma situação econômica agravante deixada por governos
anteriores, um processo hiperinflacionário, desigualdade social e concentração
de renda. A vista disso, o ministro da fazenda Francisco Dorneles junto com
Sarney adotou diversos planos econômicos como tentativa de estabilizar a
economia brasileira.
O primeiro plano foi o plano cruzado, que consistia primeiramente na
transição da moeda (cruzeiro para cruzado) como tentativa de valorizar a moeda
e ter um controle da hiperinflação, mas foi uma medida que não teve sucesso.
Com o fracasso do controle a inflação o governo com os mesmos objetivos
adotou um congelamento de preços, as consequências foram ainda piores pois
para as empresas não estava sendo lucrativa fornecer produtos aquele preço,
dessa forma começo a faltar mercadorias e à medida que o governo liberou os
preços em junhos, os preços estouraram, falhando mais uma vez e acabou
havendo a substituição do ministro da Fazenda.
O novo ministro da Fazenda é Dílson Funaro e umas das suas primeiras
politicas foi mais correta, pois adotou-se o gatilho salarial que se baseava na
correção salarial à medida que a inflação variasse 20%, em outras palavras essa
política foi um arrocho salarial, o salário só aumentava para corrigir o que a
inflação desvalorizou.
Todavia o governo volta a falhar na política seguinte, com o congelamento
de preços por tempo indeterminado. Em um primeiro momento, quando houve o
reajuste do salário aumentando o poder de compra e a permanência do preço
fixo teve uma explosão do consumo. No entanto, para as empresas não havia
lucro e começaram a não fornecer mais mercadorias havendo escassez de
produtos, por fim houve o descongelamento dos preços e a economia retornou
com altas taxas de inflação.
Vale ressaltar que além de questões econômicas internas o Brasil possuía
um grande problema economia externa, pois desde o governo de JK a dividas
externas tem aumentado a cada ano, em especial devido a taxa de juros. Dessa
forma, o governo de Sarney decreta “moratória” que consistia no pagamento da
dívida externa, no entanto o governo não ia se responsabilizar pelo o juros da
mesma dívida, isso traz algumas implicações como por exemplo: o cenário
internacional o país fica com maus olhares, e ninguém irá se interessar em
investir resultando na falta de capital externo na economia interna.
Em 1988 foi decretada a nova Constituição com inúmeros novos direitos
para a população, em especial para a classe trabalhadora, como exemplo o
direito para votar tanto para maiores de 18 anos assim como analfabetos.
Todavia, nesse mesmo ano foi assinado o “pacto social” entre governo,
empresário e trabalhadores com o intuito de conter a situação da inflação com
uma pré-fixação dos ajustes de preços.
No início dos anos de 1898 o governo lançou mais um plano, conhecido
como “plano verão” com a criação do Cruzado Novo, congelamento de preços e
salários, extinção da correção monetária, proposta de privatização de algumas
estatais e cortes nos gastos públicos. No entanto, o mérito do Plano Verão foi a
interrupção da rota hiperinflacionária. Porém, o descongelamento dos preços
numa trajetória de juros decrescentes, as defasagens dos preços públicos e
administrados, e a expansão da base monetária em 1000% tornaram possíveis
o retorno da inflação no curto prazo, gerando a necessidade de um novo
programa de estabilização.
De modo geral o governo dos anos de 1985 a 1989 comandado por
Sarney teve como principal objetivo o controle da hiperinflação, adotando
diversas políticas com o intuito de conter. Mas como resultado foram negativos,
pois os planos falharam e ainda foi um período em que houve uma baixa média
do crescimento da economia, considerada como a década perdida.

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