Entre os anos de 1985 a 1989 se inicia um novo período na economia
brasileira, onde o presidente eleito de forma indireta por um colegial eleitoral (é um órgão formado por um conjunto de eleitores com o poder de um corpo deliberativo para eleger alguém a um posto particular) foi Tancredo Neves. No entanto, a véspera da sua posse teve uma piora quanto a saúde que foi agravada e após alguns dias não resistiu e veio a falecer. Diante essa situação, o então vice José Sarney assumiu o governo em 1985 e conduziu a início de um período de redemocratização política. A situação brasileira era bastante difícil, pois até então o país vivia em um regime militar e havia a necessidade de adotar políticas mais democráticas, além disso passava por uma situação econômica agravante deixada por governos anteriores, um processo hiperinflacionário, desigualdade social e concentração de renda. A vista disso, o ministro da fazenda Francisco Dorneles junto com Sarney adotou diversos planos econômicos como tentativa de estabilizar a economia brasileira. O primeiro plano foi o plano cruzado, que consistia primeiramente na transição da moeda (cruzeiro para cruzado) como tentativa de valorizar a moeda e ter um controle da hiperinflação, mas foi uma medida que não teve sucesso. Com o fracasso do controle a inflação o governo com os mesmos objetivos adotou um congelamento de preços, as consequências foram ainda piores pois para as empresas não estava sendo lucrativa fornecer produtos aquele preço, dessa forma começo a faltar mercadorias e à medida que o governo liberou os preços em junhos, os preços estouraram, falhando mais uma vez e acabou havendo a substituição do ministro da Fazenda. O novo ministro da Fazenda é Dílson Funaro e umas das suas primeiras politicas foi mais correta, pois adotou-se o gatilho salarial que se baseava na correção salarial à medida que a inflação variasse 20%, em outras palavras essa política foi um arrocho salarial, o salário só aumentava para corrigir o que a inflação desvalorizou. Todavia o governo volta a falhar na política seguinte, com o congelamento de preços por tempo indeterminado. Em um primeiro momento, quando houve o reajuste do salário aumentando o poder de compra e a permanência do preço fixo teve uma explosão do consumo. No entanto, para as empresas não havia lucro e começaram a não fornecer mais mercadorias havendo escassez de produtos, por fim houve o descongelamento dos preços e a economia retornou com altas taxas de inflação. Vale ressaltar que além de questões econômicas internas o Brasil possuía um grande problema economia externa, pois desde o governo de JK a dividas externas tem aumentado a cada ano, em especial devido a taxa de juros. Dessa forma, o governo de Sarney decreta “moratória” que consistia no pagamento da dívida externa, no entanto o governo não ia se responsabilizar pelo o juros da mesma dívida, isso traz algumas implicações como por exemplo: o cenário internacional o país fica com maus olhares, e ninguém irá se interessar em investir resultando na falta de capital externo na economia interna. Em 1988 foi decretada a nova Constituição com inúmeros novos direitos para a população, em especial para a classe trabalhadora, como exemplo o direito para votar tanto para maiores de 18 anos assim como analfabetos. Todavia, nesse mesmo ano foi assinado o “pacto social” entre governo, empresário e trabalhadores com o intuito de conter a situação da inflação com uma pré-fixação dos ajustes de preços. No início dos anos de 1898 o governo lançou mais um plano, conhecido como “plano verão” com a criação do Cruzado Novo, congelamento de preços e salários, extinção da correção monetária, proposta de privatização de algumas estatais e cortes nos gastos públicos. No entanto, o mérito do Plano Verão foi a interrupção da rota hiperinflacionária. Porém, o descongelamento dos preços numa trajetória de juros decrescentes, as defasagens dos preços públicos e administrados, e a expansão da base monetária em 1000% tornaram possíveis o retorno da inflação no curto prazo, gerando a necessidade de um novo programa de estabilização. De modo geral o governo dos anos de 1985 a 1989 comandado por Sarney teve como principal objetivo o controle da hiperinflação, adotando diversas políticas com o intuito de conter. Mas como resultado foram negativos, pois os planos falharam e ainda foi um período em que houve uma baixa média do crescimento da economia, considerada como a década perdida.