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ECONOMIA BRASILEIRA

ALUNA: LETÍCIA CRISÓSTOMO DE SOUZA BARCELLOS

PROFESSORA: DENISE CUNHA TAVARES TERRA

CAMPOS DOS GOYTACAZES


08/12/2022
No final do governo de Itamar Franco, foi criado um plano econômico a partir da
liderança de Fernando Henrique Cardoso como ministro da Fazenda do governo,
criou o plano real, um marco na economia brasileira e que devido ao sucesso abriu
o caminho para sua candidatura à presidência. Fernando Henrique Cardoso
consegue vencer o Lula no primeiro turno, com o objetivo de conter o avanço da
esquerda e também a inflação. FHC assume em 1995 já com o plano real pronto,
tendo uma moeda forte de governo, conseguindo combater a inflação através da
modernização da indústria brasileira e também ampliando o mercado exterior, tendo
maior oferta de produtos e um controle do consumo através dos juros altos, ou seja,
o indivíduo iria consumir de acordo com o que ele tem sem pegar empréstimos em
bancos visto que os juros eram exorbitantes nesse período. O plano real surge
como grande marco do primeiro governo de FHC, gerando popularidade do
governo, tendo apoio do povo e também da elite, pois as indústrias passaram a se
modernizar e ter acesso ao capital externo, logo, muitas coisas avançaram através
do plano real, e assim consegue reeleição em 1998 pelo sucesso econômico do
plano real.

Com o sucesso do plano real e o controle da inflação e se manteve estabilizada por


muitos anos e como consequência pode-se ter anos de prosperidade econômica no
Brasil, possibilitando que a população tivesse acesso a coisas que anteriormente
não se tinha, e que isso teve continuidade nos governos Lula e só após o primeiro
governo Dilma que teve uma mudança brusca na construção da economia
brasileira.

Por ser um modelo neoliberal, o plano real possuem muitas críticas na sua
implementação como a falta de incentivo na produção nacional, aumento na taxa de
desemprego, os juros altos dificultam o acesso ao capital dos indivíduos, os bancos
cresceram muito grande parte dos bancos públicos foram privatizados, como o
Banespa, banco que pertencia ao Estado de São Paulo, e a partir disso pode-se ter
um mercado financeiro se erguendo com um capital especulativo ganhando muito
destaque principalmente por causa dos empréstimos, tanto de pessoas físicas e
jurídicas quanto do próprio governo que pegava empréstimos para pagar dívidas
públicas, para manter serviços básicos para a população. E também, não só os
bancos sofreram com as privatizações mas também empresas estatais como a
companhia Vale do Rio Doce (empresa do setor de mineração e siderurgia) e a
Telebras (empresa de telecomunicações).

O governo FHC combateu a inflação mas o governo econômico ficou muito solto
pelo que se esperava na relação importação e exportação, mantendo o real
supervalorizado externamente, assim fazendo com que as importações sofrem um
certo impacto, o valor do real naquele momento a busca pela as exportações
sofreram bastante porque os compradores buscavam lugares que o valor estava
mais baixo, então como o dólar perdia em relação ao real o produto interno ficava
muito caro para ser exportado, sendo assim, tivemos um aumento na exportação e
uma redução na exportação e a balança comercial ficando desequilibrada.
Atualmente, por exemplo, com a alta do dólar muitos produtores preferem exportar
do que vender no mercado interno, diferente do período de FHC que muitas coisas
eram seguradas para serem comercializadas no mercado interno. Logo, esse
desequilíbrio causou muitos problemas para a economia brasileira, com os juros
altos atraindo o mercado especulativo para emprestar tanto para a população
quanto para o Estado. Até porque, os Estados gastavam mais do que podiam, pois
ainda não havia sido criada a Lei de Responsabilidade Fiscal (que foi criada ainda
no governo FHC) e também não havia uma política de superávit primário que
norteasse para a diminuição gradativa das dívidas externas e internas do Brasil.

Nesse período, surge o Mercosul, as relações comerciais externas aumentam e foi


uma porta de abertura de fronteiras na época, principalmente porque naquele
período estava tendo conflitos com a ALCA o que abriu oportunidade para novas
relações comerciais como a União Européia. Com a utilização do plano real como
política de campanha, FHC conseguiu ser eleito e reeleito, pela primeira vez na
história do país, em primeiro turno, mas com o aumento da esquerda na política
brasileira, tendo assim um contexto político menos confortável para Fernando
Henrique no Brasil, os aumentos dos empréstimos tanto interno quanto externos
aumentaram muito a dívida pública; o aceleramento das privatizações no auge do
neoliberalismo, com o argumento de estimular modernização e a saldar a dívida
pública.

O Brasil naquele momento acabou se endividando, mas isso possibilitou preparar a


base dos programas sociais criados no governo Lula e que dão seguimento até os
dias atuais como: Bolsa Alimentação, Bolsa Escola e o Programa Vale Gás (a
junção dos três se formou o bolsa família). No início do segundo governo FHC, a
oposição ainda não era alta visto que o Lula já tinha perdido duas eleições para
Fernando Henrique, e muito dessa enfraquecimento se deu pelo plano real mas no
final do segundo governo houve uma grande crise política principalmente causada
pelo apagão, já que o sistema energético no país estava sem investimento, devido à
crise o governo FHC teve de adotar um rígido controle dos gastos públicos,
diminuindo investimentos em todas as áreas e elevando ainda mais as taxas de
juros, a indústria tinha necessidade de crescer e gerar emprego, com a inflação
controlada mas com os juros muito alto e com o endividamento do Estado muito
grande também, com a indústria nacional sem competitividade com o mercado
externo, o dólar começa começa a subir, o desemprego se mantém alto e com isso
também começa a fortalecer os movimentos sociais e toda a esquerda começa a se
capacitar e montar uma estrutura principalmente de conciliação com a indústria
nacional(nas primeiras eleições a campanha do Lula tinha um viés mais radical e
socialista aos olhos da elite), assim o governo FHC abre espaço para a primeira
eleição do governo Lula.

No primeiro momento a política econômica no Brasil no início do governo Lula


tiveram dois nomes de muita relevância para o contexto que eram o Antonio Palocci
e o Henrique Meirelles, para iniciar essa nova transição deram eles deram
continuidade em alguns projetos mas também criaram novas dinâmicas políticas
econômicas, e criando algumas medidas de ajustes em dois campos importantes: 1)
Ajustes fiscais 2) Ajustes monetários.

Naquele período se iniciou o desenvolvimento do mercado interno e externo em


diversos países e no Brasil não foi diferente, ainda mais com o novo governo Lula
que estava tomando um novo posicionamento econômico social, assim começa o
desenvolvimento do mercado interno e externo no país. Com os ajustes
rapidamente feitos, Palocci e Meirelles sofreram muita pressão vinda do próprio
governo Lula por um posicionamento, visto que o que era dito na época era que
ambos estavam dando continuidade ao governo anterior, que era o governo do
Fernando Henrique Cardoso, a qual, o presidente Lula era oposição. Porém, como
pode ser visto na história econômica do país, nem todas as coisas foram
continuidades do governo FHC, e o que se deu continuidade, pode-se observar uma
qualidade muito maior no seu desenvolvimento.

Teve-se muitas coisas que foram mexidas e de extrema importância para a


economia do Brasil naquela época, onde por exemplo, teve-se a inflação em
declínio, batendo já no segundo semestre do primeiro governo Lula abaixo de 4%,
devido às novas práticas econômicas e políticas que estavam sendo tomadas no
governo. Isso acaba mexendo também na taxa de juros, tendo uma brusca redução
principalmente comparando ao governo de FHC e a partir dessa redução, pode se
aumentar o poder de compra da população, pois era mais viável buscar por
empréstimos nos bancos para consumir, o que veio como uma valorização do
trabalhador no mercado nacional. O que também fez com que aumentasse o poder
econômico naquele momento foi a desvalorização do real, o que possibilitou o
aumento da exportação de produtos nacionais. Esse crescimento se deu também
visto que o mercado exterior consumia muito dos nossos produtos/commodities,
assim fazendo que o crescimento de exportações em dinheiro passasse de 60
bilhões para os 100 bilhões. Boa parte desse dinheiro fica dentro do país, o que
contribui para o giro da economia nacional e no desenvolvimento do país.

Nesse desenvolvimento do mercado nacional, uma categoria que teve muito


crescimento foi o mercado agrícola, principalmente por conta da relação
político-econômica do Brasil com a China, que funcionou muito bem, tendo a China
iniciado a fazer muitas trocas de produto, ou seja, muitos produtos brasileiros sendo
exportados para lá e muitos produtos chineses sendo importados no país. E essa
política de troca faz com que o Brasil acumule mais capital, aumente a taxa de
geração de empregos e aumente seu poder financeiro e político.

Teve-se o crescimento do mercado interno, o Brasil com toda produção, gerou mais
empregos e novas áreas de trabalho, principalmente no segundo período do
governo que foi de 2004-2008. Essa dinâmica de exportação quase triplicou, ou
seja, os 100 bilhões que já era um grande aumento comparado ao valor anterior de
60 bilhões, agora, ele vai passar para 200 bilhões. Então, essa dinâmica faz com
que aumente as oportunidades de emprego, possibilita o aumento da produção,
consegue vender mais para outros países e tudo isso só é possível através de uma
construção acertada na relação político-econômica do Brasil com outros países E
também, em seu governo, Lula conseguiu cumprir com a dívida externa do país
contraída no governo anterior.

Com todo esse capital acumulado, o Banco Central desenvolve uma nova política
de acumulação de reservas, pois nesse momento o que é mais forte não é mais o
mercado externo e sim o Brasil começa a pagar uma certa dívida, acumular capital,
o banco começa a colocar um capital de reserva nacional, o que vai ajudar o país a
manter essa dinâmica de desenvolvimento econômico de uma forma mais saudável
e nesse período o mercado que domina e traz força economicamente é o mercado
econômico de consumo interno. Ou seja, internamente no Brasil as pessoas
estavam consumindo mais e a partir disso o mercado está girando e as demais
coisas estão se desenvolvendo, visto que, muitas vagas de empregos são criadas
principalmente porque havia uma grande necessidade de produção para vender
para os outros países e também para consumo interno, pois se há empregos e as
pessoas têm um maior acesso ao capital, maior é o consumo e maior é a facilidade
de acesso ao produto produzido internamente no Brasil.

Nesse período teve-se o salário mínimo acima da inflação, ou seja, o poder de


compra era muito maior principalmente comparado aos dias atuais; também teve a
expansão de programas de transferência de renda, pois agora o projeto do governo
Lula era tirar uma classe da miséria e assim com parte da população saindo da
margem da extrema pobreza, se cria uma nova classe social que também possui o
poder de compra, então isso vai fazendo com que a população não só produza mais
mas também consuma muito mais do que antes, e assim podendo estabelecer toda
uma indústria, como a Petrobras, que naquele período teve muita importância no
desenvolvimento econômico. A partir disso, também houve a ampliação do acesso
ao crédito, ou seja, agora existe o poder aquisitivo de algumas classes sociais que
aumentam, existe uma nova classe surgindo que antes estava na miséria e não
estava produzindo mas que agora tem um poder de consumo e é produtiva com o
aumento do salário mínimo, e a partir daí o sistema de crédito consignado na folha é
criado, ou seja, o indivíduo vai comprar/consumir algo e isso será descontado
diretamente na folha de pagamento dele, isso começou através dos servidores
públicos visto que de certo modo, já haveria um certo controle do Estado na
situação econômica do salário dessas pessoas. E a partir disso, começam a ver que
isso é algo bom para o comércio e para a dinâmica econômica e política e isso
passa a ser expandido para os trabalhadores do setor privado (CLT), então a partir
daí a pessoa tem o controle sobre o pagamento do que é comprado, ou seja, antes
dele decidir se ele vai pagar a dívida ou não, ela já é descontada do salário e claro
que esse sistema possuía uma porcentagem máxima de possibilidade de
gasto/desconto de/do salário. Porém isso é interessante pois garante uma
segurança para o consumidor na hora da compra e o Estado e o comércio possuem
segurança no recebimento do pagamento da compra em questão. Logo, pode-se
observar algumas movimentações econômicas ocorrendo nesse período do governo
Lula, através de uma equipe econômica e política forte tendo a capacidade de
seguir um plano de desenvolvimento para o país.

Em 2004, tem a criação anual de 1 milhão e meio em média de portas de trabalho e


todo esse crescimento pode ser visto em todo período do governo Lula, tanto no
primeiro como no segundo mandato com o desenvolvimento da indústria, da
agricultura e todo o setor que aquecia a economia naquele período, com a elevação
das classes sociais, com isso também tendo a abertura e a elevação dessas áreas
de geração de emprego.
Após um período houve a interrupção desse crescimento, e isso não se deu
necessariamente por uma falha de dinâmica nacional e sim porque começou uma
crise econômica internacional, a crise de 2008 que também afetou o Brasil e
estagnou esse crescimento na oportunidade de emprego.

No final do segundo governo Lula, pode se ter com o desenvolvimento econômico e


político no país mais de 10 milhões de empregos formais criados que são fruto
dessa crescente e também da estrutura político-econômica criada durante os anos
do governo Lula.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GIAMBIAGI, F. Economia Brasileira Contemporânea. São Paulo: Campus, 2004.


FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp. 2009.

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