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O PAEG — Plano de Ação Econômica do Governo — (1964-1967)

A primeira fase econômica dos governos militares no Brasil foi de 1964 até
1967, com o presidente Castelo branco. O presidente Castelo Branco implantou o
chamado Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG) quem executou o PAEG
foram os ministros Roberto Campos e Otávio de Bulhões, do planejamento e da
fazenda respectivamente.

As reformas do PAEG podem ser divididas em ações conjunturais e reformas


estruturais. Nas ações conjunturais, a grande preocupação da época em que os
militares tomaram o poder era a inflação; ela crescia fortemente e chegava perto de
noventa porcento ao ano em 1964. Para tentar combater a inflação os militares
adotaram uma política econômica tradicional restritiva que visava redução de gastos
públicos, aumento de juros, redução de crédito, etc. Essa política conjuntural de
combate à inflação conseguiu ter um certo resultado positivo, onde o número de
noventa por cento caiu para trinta por cento. Entretanto, as ações de maior importância
foram as reformas estruturais; a reforma tributária e reforma monetário-financeira.

Com a reforma tributária o governo extinguiu os impostos sobre o valor total


dos produtos e serviços, chamado imposto em cascata, que ocorre quando um mesmo
bem ou serviço é tributado mais de uma vez. Outra ação do governo na reforma
tributária foi a maior centralização dos impostos (Imposto de renda, Imposto sobre
Produtos Industrializados, Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural) nas mãos da
união, que arrecadava esses impostos e parte deles depois era repassado de volta
pros estados e municípios e para isso o governo criou os chamados Fundos de
Participação de Estados e Municípios (FPEM). O governo criou o Fundo de Garantia
do Tempo e de Serviço (FGTS) e o Programa de Integração Social (PIS) que
passaram a ser fontes de poupança compulsória para o governo.

Na reforma monetária-financeira o governo criou a correção monetária e


revogou a Lei da Usura que limitava os juros a doze por cento ao ano e passou a
autorizar com que todos os preços da economia pudessem ser reajustados com base
na inflação. Depois, o governo criou a chamada a ORTN (Obrigação Reajustável do
Tesouro Nacional) que foi o primeiro título público que o governo emitia papeis e
conseguia captar recursos, o governo criou o Banco Central (antes havia a
Superintendência da Moeda e do Credito) e em seguida criou o Sistema Financeiro
da Habitação (SFH) que foi o elemento essencial para a criação do Banco Nacional
da Habitação (BNH), que tinha a função de financiar a construção de casas próprias
no Brasil para então encaminhar recursos das poupanças para construção civil. O
governo também reformulou o mercado de capitais estimulando as bolsas de valores
como instrumento de absorção de recursos.

O PAEG na história do Brasil foram grandes reformas na economia, essas feitas por
um governo autoritário, na base do decreto. O que causou uma drástica mudança na
estrutura institucional da economia brasileira aumentando de enorme forma a sua
capacidade de arrecadação de recursos porque passou a cobrar mais impostos e
passou a centralizar os impostos nas mãos da união, o que consequentemente a
colocou na posição de poder gastar em investimentos produtivos. Preparando a base
para a segunda parte da fase econômica dos governos militares no Brasil que durou
de 1968-1973, o milagre econômico.

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