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Sinopse

Disponibilização : Ana Rosa


Tradução : Ida
Revisão Inicial : Cris de Souza
Revisão Final : Faby
Leitura final : Dri e Faby
Formatação : Adrieli e Juuh
Sinopse
Nikolai Leokov nunca pensou que iria se apaixonar pela única
mulher com quem já fez amizade.
Valentina Tomic tem dificuldade para se comprometer depois
de sofrer uma grande traição. Quando Tina decide fazer algo para
melhorar o dia de Nik, ela não pensou que iria acabar por fazer
amizade com este homem duro.
Nik nunca esteve perto de uma mulher tão amorosa e que não
esperava nada em troca.
Tina e Nik, cordialmente convidam você a ler Friend-Zoned1,
uma história de amizade, humor e amor.

1
Friend-Zoned – Zona de Amigo
Capítulo Um
Meu nome é Tina

Rawr Raaawr...

Droga, eu esqueci de trocar as pilhas do sensor da


campainha. Agora, em vez do habitual Ding-Dong da maioria
das campainhas, a minha soa como uma gata no cio.
— Bom dia, senhoras. - Eu sorrio e cumprimento as
minhas primeiras clientes do dia. — Meu nome é Tina. Se
precisarem de ajuda com qualquer coisa, basta gritar.
Quando as vejo sorrir e acenar, volto à minha mesa de
suéteres, eles ficaram desarrumados no dia anterior e começo
a redobrá-los. A maioria das pessoas não faria isso com um
sorriso enorme no rosto, mas o que eu posso dizer? Estou
orgulhosa do meu trabalho.
Rawr Raaawr...
Eu começo falando animadamente antes de ver quem
está entrando pela porta.
— Bom D... Oh, é você! Como vai?
Eu vejo a minha, não muito feliz, funcionária Mimi
andar pela loja e ir diretamente para sala dos funcionários,
sem sequer um movimento cabeça.
Ooookay então.
Isso não é incomum em Mimi. Ela é muito áspera até
quando está de bom humor. Não se pode perguntar-lhe nada,
absolutamente nada e só pode lhe dar respostas diretas. Todo
mundo precisa de uma amiga como ela.
Ela sai da sala dos funcionários, atravessa a loja e sai
diretamente pela porta de entrada novamente.
Eu a vejo virar à esquerda e sorrio para mim mesma. Sei
que isso só levará alguns minutos, mas ela vai voltar com a
melhor saudação de "Bom dia" que ninguém mais poderia
conseguir.
Recomeço a dobrar os suéteres.
Cinco minutos depois, ouço o sino terrível novamente e
Mimi se aproxima levando o elixir da vida em suas mãos
delicadas. Tomo um copo e saboreio.
— Mmmmmm, Caramel Latte2. Eu te amo, Meems.
Toma seu lugar atrás do balcão e inicia a seção de
registros.
Ela olha para mim e pergunta: — Por que você está
sorrindo, Atomic?
Grosseira como sempre.
Ela me chama assim por causa do meu sobrenome. Eu
sorrio e balanço minha cabeça para ela. Vejo seu lábio contrair
quando olha lista de tarefas de seu dia de trabalho.

Latte Caramello – Bebida de café leite e caramelo.


2
Acho que eu deveria me apresentar. Meu nome é Tina
Tomic. Na verdade, meu nome é Valentina Tomic. Mas a
única vez que chamam Valentina é quando estou em
problemas.
Dirijo a Safira Boutique. Atualmente, na verdade, sou
dona da Safira Boutique. Ninguém da minha equipe sabe isso.
Todo mundo pensa que eu sou a gerente da loja, porque é isso
que eu os levei a acreditar. A Safira Boutique é o meu orgulho
e alegria.
Eu a comprei há dois anos. O prédio estava em muito
boa forma, mas ainda tive que gastar um pouco de dinheiro
em renovação. Consegui adereços modernos e acrescentei
uma pequena cozinha na parte de trás com geladeira, micro-
ondas, um pequeno fogão de duas bocas e uma pia para lavar
os pratos sujos. Eu também consegui novas prateleiras e um
gabinete completamente novo. É preto, muito moderno,
brilhante e alto; isto esconde a nossa caixa registradora e o
computador. Há também um pequeno provador na parte de
trás da loja. O depósito estava em boas condições, mas a
fiação geral necessitava ser refeita. Isso me custou uma
quantia enorme, mas valeu totalmente a pena.
A Safira é um edifício estreito, mas longo; parece
pequeno a partir da frente, mas é surpreendentemente
espaçoso.
Pintei-o de um profundo azul intenso, porque Safira
significa Sapphire em Croata, que é a minha origem étnica.
A janela da frente tem dois manequins; Troco suas
roupas a cada semana.
Eu adoro fazer isso.
Temos muitos tipos de roupas e para diferentes ocasiões.
Roupas para clubes noturnos ou festas, vestidos para coquetel,
roupa social, camisolas sexys (ooh la lá), e muitos acessórios.
Nossos acessórios são as nossas principais vendas. Temos
bolsas de mão, colares, pulseiras, braceletes, broches, anéis e
acessórios de cabelo. A razão pela qual os acessórios são os
que vendem mais é porque eles não custam muito, por isso
depois do horário escolar, estamos cheios de meninas do
ensino médio e universitárias que, infelizmente, não podem
pagar por nossas roupas, mas são loucas sobre nossas coisas
acessíveis.
Eu amo meu trabalho.
A Safira tem três funcionárias; Mimi, Lola e eu.
Trabalho em turno completo, das 09h às 17h. Mimi e Lola
têm turnos de três a quatro dias na semana, dependendo do
quão ocupadas nós estamos.
Em breve vamos adicionar uma quarta funcionária ao
nosso trio.
Minha melhor amiga Natalie vem morar em Nova York!
Animada?! Você perguntaria.
Quem eu?
Nãoooooo... Eu estou explodindo em êxtase.
Embora tenha nascido e fui criada na Califórnia, eu me
mudei para Nova York há dois anos. Natalie tem sido a minha
melhor amiga a maior parte da minha vida. Então, quando me
mudei, eu quebrei nossos corações. Eu tinha minhas razões
para mudar-me. Ela entendeu por que eu deixei a Cali3, mas
ela declarou que não podia viver sem mim, porque segundo
ela "Cali é uma merda sem você".
Então, esta semana eu vou ter um caminhão de
mudanças na frente do meu apartamento. Eu terei meu
segundo quarto cheio com as suas coisas e na próxima semana
a minha BFF4 não só vai morar comigo, mas também vai
trabalhar comigo.
Totalmente impressionante, se você me perguntar.
Mimi interrompe meus pensamentos com uma
cotovelada.
— Aí está ele de novo. - Droga, esse homem é bonito. E
eu quero dizer bonito com um B maiúsculo.
Eu olho pela janela da loja, mais além dos manequins e
meu coração palpita. Esta não é a primeira vez que eu o tenho
notado. E Mimi está certa. Ele é bonito.
Muito bonito.

3
Cali – Califórnia.
4
BFF – Best Friend Forever: melhores amigas para sempre.
Tão bonito que deveria estar em um outdoor ou na capa
de um livro. Mas há algo nele que me incomoda.

***
Duas semanas antes...
Ótimo. Simplesmente ótimo. Um engarrafamento e
tenho cerca de seis minutos para abrir a loja. De jeito nenhum
eu vou chegar na hora e isso me irrita. Abro a Safira às nove
horas e muitas vezes eu já tenho clientes esperando.
Dez minutos mais tarde, depois de estacionar o meu
carro em um estacionamento público, porque eu nunca
consigo um espaço em frente a minha loja e eu não tenho
estacionamento atrás do edifício. Eu tentei tomar o ônibus
algumas vezes, mas descobri que valorizo demais meu sono
para me levantar uma hora mais cedo do que quando uso meu
carro.
Quatro clientes estão esperando. Três delas estão
sorrindo quando me veem correndo em direção a elas. Uma
está franzindo o cenho para mim e faz com que seu rosto
bonito pareça tão feio.
— Sinto muito. Há um engarrafamento na rua abaixo e
acabei presa no trânsito. Espero que vocês não tenham
aguardado muito tempo.
Eu abro a porta e elas me seguem ao interior da loja.
Abro a porta da sala dos funcionários, atirando
literalmente minha bolsa no balcão da cozinha, e eu corro de
volta ao balcão para iniciar os registros.
A mulher com o cenho franzido está me esperando. Eu
sorrio e digo: — Bom Dia. Meu nome é Tina. Como posso te
ajudar?
Ela passa suas unhas contra uma peça sobre o balcão: —
Este vestido é horrível.
Ela tem um forte sotaque de Jersey.
Meu sorriso vacila e respondo: — Lamento que você não
gostou.
Eu estou tentando ser simpática, mas é um pouco difícil
quando ela me olha como se eu a obriguei a comprá-lo.
Seu cotovelo está descansando no balcão, mira de perto
suas unhas e diz: — Sim, bem, eu quero um reembolso.
Eu olho de perto o fabuloso vestido, sorrio e digo: —
Bem, vamos ver o que posso fazer.
A etiqueta não está mais no vestido e há manchas na
bainha.
Uh oh. Genial.
Ótimo. A merda ficou séria.
Eu odeio confrontações; elas me dão urticária.
Eu limpo minha garganta e digo: — Este vestido foi
usado, senhora. Eu não posso dar um reembolso ou trocá-lo.
Desculpe, mas as nossas políticas são claras. Elas estão na
parede e no recibo.
Sua carranca reaparece. Ela seria tão bonita se sorrisse.
Ela se inclina para frente e assovia bem na minha cara.
— Isso é besteira! Esse vestido me custou TREZENTOS
DÓLARES - Oh, eu sei. O vestido é uma das nossas peças
mais caras e é fabuloso. Eu realmente quero perguntar se foi
seu papai que o comprou, mas ela continua: — Parece um
maldito saco de batatas!
Sinto um rubor subir por meu pescoço e eu estou tão
ansiosa para arranhar sua cara. Mas eu digo em voz baixa: —
Como eu lhe disse, minha senhora, não há nada que eu possa
fazer.
Seus lábios se curvam e ela cospe.
— Eu quero falar com o gerente.
Concordo com a cabeça e respondo: — Eu sou a gerente.
Ela sorri quase cruelmente e diz: — Então eu quero falar
com o proprietário.
Eu olho fixamente nos olhos dela e eu sou grata que
minhas funcionárias não estão trabalhando.
E digo com voz firme: — Eu sou a proprietária.
Seu rosto se transformou em algo ainda mais feio do que
uma carranca. Não sei como descrever, mas se olhares
pudessem matar, eu estaria a dois metros abaixo da terra. Ela
arranca o vestido de minhas mãos e sai como uma tormenta
da minha loja.
Rawr Raaawr...
Caramba.
Merda! Me esqueci de comprar baterias para campainha. Mais
uma vez.
Eu olho para fora da janela, para além dos manequins, e
vejo a Mulher-Demônio andar pela rua até um homem em pé
de costas para mim. Ele parece grande. Sem gordura, forte. A
Mulher-Demônio fala a mil por hora apontando a Safira. O
homem está, obviamente, respondendo, porque ela para de
falar e começa a fazer beicinho. Em seguida, bate o pé no
chão. Sim, na verdade, ela pisa o pé e o empurra no peito
enquanto faz beicinho. Eu quase posso ouvir suas queixas. Ela
se afasta e o homem se volta para Safira e balança a cabeça
lentamente. Que pirralha mimada.
Eu tomo um segundo para perceber o homem.
Oh. Meu. Deus.
Os anjos devem ter se posto a cantar quando este homem
nasceu. Eu mesma me sinto como se fosse começar a cantar.
Ele é tão bonito.
Admito que não consigo ver seu rosto muito bem do
outro lado do rua, mas eu posso ver o suficiente para ver que
ele é quente. Tipo muito quente. E o resto dele é tão
impressionante. É alto, provavelmente 1.90 ou 1.92cm e tem
um belo tom de pele oliva. Está vestindo calça social e uma
camisa. Ele tem ombros largos e grandes braços; posso ver
seus músculos definidos através da sua camisa. Ele tem um
rosto feito de ângulos retos e lábios naturalmente cheios. O seu
cabelo tem um corte bem masculino5, raspado dos lados e na
parte superior é um pouco mais cheio, espetado para cima e
para o lado esquerdo da cabeça. Não posso ver a cor dos seus
olhos de onde eu estou, no entanto.
Isso me deixa triste.
Quero caminhar até ele e segurar seu rosto em minhas
mãos, para poder dar uma boa olhada nele, mas isto seria
grosseiro. E eu provavelmente acabaria presa depois que ele
chamasse a polícia.
A única desvantagem que eu posso ver do meu ponto de
vista é o tabagismo.
Ele parece irritado, também. Seus lábios estão curvados
enquanto ele olha para vitrine da Safira.
Eu tenho medo que ele venha e grite para devolver o
dinheiro do fabuloso vestido que sua namorada arruinou. Eu
só sei que o meu pescoço ficará vermelho, e me dará urticária.
Por favor, por favor, não venha aqui e grite comigo, Sr. grande
homem lindo.

5
algo assim.
Como uma resposta à minha oração silenciosa ele joga o
cigarro no meio-fio (apagando a pequena chama), e entra em
um edifício que as meninas dizem ser um clube muito popular.
A parte da frente do prédio não se parece muito com um.
As grandes portas duplas são as que você normalmente vê nos
clubes. Mas parece pequena. Não é tão estreita como a Safira,
mas ainda assim estreita para um clube. A placa acima da
porta chamou minha atenção.
‘The White Rabbit6’
A placa é de cor branca extravagante. As palavras são
escritas em preto e tudo parece muito simples, mas artístico.
Que nome estranho para um clube.
Estou confusa.
Porque ele estaria em uma boate durante o dia?
Talvez seja segurança? Ele é definitivamente construído
para isto.
Ele me intriga.
Quero saber mais sobre ele.
Passa a semana e observo o homem de longe. Tomei
notas mentais. Ele faz três pausas por dia para fumar. Ele está
sempre vestindo roupa social. E eu nunca o vejo sair. Mas há
algo sobre ele que me incomoda.
Eu nunca o vi sorrir.

6
The White Rabbit – O Coelho Branco.
***
Meems rompe meus pensamentos: — E então?
— Uh, o quê?
A confusão se assenta em meu rosto e contesto: — Bem,
o quê?
— Você teve uma boa viagem? — Mimi sorri. - Você
estava a quilômetros de distância, baby.
Oopsss.
Eu tremo e digo: — Sinto muito. O que você estava
dizendo?
Ela parece lívida. Seus olhos azuis piscam para mim e
solta. — Eu disse que o homem com uma bela bunda está lá
fora novamente!
Quero acariciar seu cabelo loiro longo e sedoso, mas esta
é uma área para não ultrapassar com Mimi. Eu sou muito
carinhosa e dei-lhe um abraço uma vez. Uma vez foi o
suficiente para eu perceber que este é um limite a não cruzar,
já que quando nos separamos do abraço, ela me olhou como
se eu tivesse atropelado o seu cão.
Eu mantenho todo o meu afeto no trabalho para Lola,
que é um pouco mais jovem do que eu e vem de uma família
amorosa. Ela corresponde ao meu carinho.
Suspiro quando eu respondo: — Sim. Eu já vi, Meems.
Parece muito bem hoje. O lilás cai bem nele.
Seus olhos se arregalam e ela quase grita: — Isso é tudo
que você tem a dizer? - E estreita seus olhos para mim.
— Você o está observando por duas semanas, Tina.
Arranje algumas bolas7 e o convide para sair.
Uh, Não.
Eu não tenho relações.
Tenho vinte e oito anos e eu só tive um relacionamento.
Foi bom no inicio, e totalmente uma merda no final. Nunca
mais.
Tenho saído com homens desde que minha relação
terminou, e não foram poucos na realidade. Porém, nenhum
destes homens rompeu o grosso muro que construí ao meu
redor. Eu gosto de me proteger. Funciona e estou apegada a
ele. É um pouco solitário, mas pelo menos eu tenho minhas
amigas.
Baixo os olhos, dobro outra camisola e sussurro: — Você
sabe que eu não posso fazer isso, querida. Creio que chegou
uma nova caixa destas camisas de linho. Você pode, por favor,
colocá-las na prateleira?
Seu rosto mostra sua frustração e murmura: — Bela
maneira para mudar de assunto, Sra. Chefa das chefas.
Eu a vejo entrar no depósito.
No balcão ao lado do registro existem dois sacos de
celofane transparente com doces embalados. Um tem balas de

7
Grow some balls – termo usado com o sentido de criar coragem.
framboesa nele, elas são as minhas favoritas de todos os
tempos; a outra contém lábios de caramelo vermelho.
Não tenho que falar com ele para ser gentil. Ele nunca vai saber
de onde vieram.
Deixo de lado os lábios de caramelo sobre o balcão e
pego um pedaço de papel ao lado da caixa registradora e
escrevo três pequenas palavras. Dobro minha nota, faço um
buraco e amarro em torno do caramelo vermelho com a fita de
alumínio que usamos para os artigos de presentes.
Olho a hora na caixa registradora.
Mais uma hora e ele estará de volta para mais um cigarro.
Entro no depósito e digo a Mimi que preciso de uma
pausa. Ela sai e lida com o homem no balcão para mim. Saio
da Safira e giro a esquerda, para o café ao lado.
Conheço cada pessoa que trabalha na lanchonete
Winnie, minhas meninas e eu somos bastante conhecidas
também. Vamos lá pelo menos três vezes ao dia para
conseguir nossa porção de café, e acredite em mim quando eu
digo ”Winnie, o café” é a bomba.
Não é um estabelecimento de grandes proporções. Na
verdade, há somente um sofá de três assentos porque é o único
que cabe na loja. Ela é um quarto do tamanho da Safira e
estou segura de que em algum momento nossas lojas foram
uma só.
Vou ao encontro de Sammi atrás do balcão.
Perfeito. Só preciso fazer.
Aproximo-me dele e lhe sorrio, e ele sorri timidamente.
Sammi tem dezoito anos; ele trabalha em tempo parcial
na Winnie e vai à universidade. Ele é bonito. Pelo menos, eu
acho que é por baixo de todo este cabelo escuro. Seu cabelo é
longo e é penteado para frente sobre um olho. O olho que
posso ver é uma cor marrom quente.
Ele sorri e diz: — Tina, baby, o que posso fazer por você?
Sempre encantador. Eu respondo:
— Na verdade, Sammi, preciso de um favor.
Seu rosto mostra uma surpresa indisfarçável. Ele forma
um pequeno sorriso nos lábios e diz com voz rouca.
— Claro! O que você precisa... - Ele lambe os lábios em
convite.
Eu sorrio, coloco a mão no meu peito e digo: — Oh, não
esse tipo de favor! Sammi, eu sou velha o suficiente como o
sua ma... uh, irmã mais velha.
Ele move as sobrancelhas e ele diz: — Minha irmã não é
tão quente.
Eu não consigo parar de rir. Nós brincamos assim o
tempo todo. É inofensivo e Sammi é um amor.
— Você pode me ajudar ou não? - Digo com fingida
severidade colocando as mãos nos quadris.
Esse sorriso encantador aparece novamente e ele diz: —
Qualquer coisa para você, baby.
Eu explico o que quero e ele me olha como se eu tivesse
perdido a cabeça.
Depois de suplicar um pouco e colocar um beijo
molhado na sua bochecha, ele finalmente concorda.
Salto pra cima e pra baixo vitoriosa, lhe agradeço e
caminho de volta a Safira. Eu levanto Mimi, tomo o meu
lugar no balcão e espero para ver o que acontece.
Uma meia hora passa e o belo homem aparece na rua,
justo a tempo, com o cigarro na mão. Eu vejo Sammi fazendo
seu caminho cruzando a rua e a ansiedade no meu estômago
dá um nó.
Esta foi uma má ideia. O que eu estava pensando?! Deus, eu
estou tão ferrada!
Sammi se aproxima do homem e em suas mãos ele
carrega uma pequena sacola papel marrom com ele. Diz
algumas palavras e vai embora. Ele me espiona pela vitrine da
Safira e pisca para mim.
Olho o “Sr. Gostoso” abrir o saco de papel marrom e
tirar os doces.
Ele parece confuso. Não me surpreende.
Ele arranca a nota da fita, abre e lê. Ele se vê ainda mais
confuso e meu coração se contrai.
O que vejo em seguida faz com que tudo valha a pena.
Seus olhos se enrugam e um pequeno sorriso aparece em
seus lábios.
Não é ótimo, mas é um progresso definitivo. Este é o
primeiro sorriso que vi em seu rosto bonito e foi muito bom.
Eu não posso deixar de sorrir também.
Viva, eu! Vê? Não foi uma má ideia depois de tudo.
Um suspiro profundo me escapa. Sinto-me em paz
novamente. E me ocupo do meu trabalho com um enorme
sorriso no meu rosto.

***
Rawr Raaawr...

Eu tremo por dentro e olho para maldita porta.


Um homem está lá, de pé.
Ele está sorrindo, mas seus olhos me miram como se ser
uma mulher fosse uma doença e você poderia se infectar ao
visitar uma boutique.
Ele é alto, provavelmente medindo 1,90cm. Pele cor de
oliva, e olhos de cor âmbar.
Estou hipnotizada.
Seus olhos são como o mel! Nunca tinha visto olhos
dessa cor antes. Seu cabelo espetado é castanho escuro e tem
uma linda barba por fazer de um dia.
Uau, este homem é maravilhoso.
Ele parece que tem a minha idade. Ele caminha em
minha direção colocando ambos os braços em minha mesa,
inclinando-se pergunta:
— Você poderia me ajudar, querida?
— E... Ahh... — A minha língua está travada. Sua voz é
tão tranquila quanto seus olhos cor de mel.
Depois de ouvir a voz de um homem na loja, Mimi vem
ficar ao meu lado. Ela lha o Sr. Maravilha de cima a baixo e
estreita os olhos.
— Eu posso ajudá-lo.
Ele a olha de cima a baixo, da mesma forma que ela fez
alguns segundos antes e sorri amplamente. O Sr. Maravilha
tem uma covinha.
Meus joelhos quase dobram e começo a suar.
Ele sorri satisfeito enquanto responde.
— Ótimo, eu estou procurando a dona disto.
Olho para baixo e sinto um rubor subindo do meu peito.
É porque no balcão se encontra a minha nota para o Sr.
Gostoso.
Mimi olha para baixo, com a testa franzida em
confusão. Lê a nota e eu sei que estou completamente
encurralada. Meems conhece a minha letra.
Sinto seu olhar fixo em mim, e eu não lhe olho de volta.
— Você não... - Sua voz é tingida com diversão.
Estou vermelha, manchada e envergonhada. Olho para o
homem que agora está me observando com os olhos
apertados, sua cabeça inclinada. Como se estivesse tentando
ler minha mente ou me compreender.
Antes que eu possa me parar respondo com voz
estridente.
— Como você sabia que era daqui?
O Sr. Maravilha coleta a nota do balcão e a vira. Todos
nós olhamos para baixo e o que vejo me faz ficar ainda mais
vermelha. Escuto Mimi dar uma gargalhada. O Mr. Maravilha
ri baixo.
Safira Boutique.
Escrevi em um recibo da Safira!
Estou mortificada.
Era suposto que ele nunca saberia quem enviou!
O Sr. Maravilha fala: — Vamos lá, querida. Venha
comigo.
Uh, o quê?
Sussurro: — Desculpe-me?
Ele acena com a cabeça para nota e diz: — O chefe quer
ver você.
Uh, o quê?
Meus olhos se arregalam e sussurro mais alto.
— Estou com problemas?
Ele me olha de cima a baixo e os seus lábios levantam
ligeiramente. Então responde: — Eu não tenho certeza, amor.
Ele diz amor de uma forma que o faz soar como amoh8.
Ele pega a minha mão que descansa em cima do balcão,
me puxa até e encaixa minha mão na dobra do seu braço. Sei
que está vendo incerteza em meus olhos. Olha Mimi e sorri
enquanto fala.
— A trarei de volta em um momento. Eu sou Max, por
sinal.
Ela faz um pequeno aceno de cabeça e diz: — Mimi. --
Ela aponta para mim e diz: — Ela é Tina.
Ele sorri amplamente e diz: — Ótimo, ela estará de volta
em breve.
Ele começa a conduzir-me para frente e eu me viro para
olhar Mimi.
Parada com olhos surpresos, ela sorri amplamente e
levanta a mão para dizer adeus.
Porcaria! Eu sabia que isso era uma má ideia.

8
Amoh – No original ele diz “sweetheart” que soa “sweethawt” provavelmente por causa do seu
sotaque.
Capítulo Dois
Friend-Zoned

Estou esperando que Max volte com a informação de


quem me enviou os doces e a nota.
A curiosidade me consome.
Quem diabos iria enviar doces a um cara?
Não apenas qualquer doce, mas aqueles lábios de
caramelos ridículos e que tem gosto de papelão.
Alguém louco, isso é certo.
Talvez até mesmo uma aventura passada. Eu estou
destruindo meu cérebro tentando pensar se qualquer uma das
meninas que eu já dormi recentemente e que estava um pouco
louca.
Esta mulher que queria que eu... nah. Sorrio ao recordar. Ela
era uma boa classe de louca.
A porta do meu escritório se abre de repente e Max tenta
entrar, mas parece que algo o está segurando.
Max começa a rir e diz: — Vamos querida, ele não te
morderá.
Levanto-me e caminho até a porta, meu cenho franzido.
Decido sentar-me em frente à minha mesa.
O que ele me trouxe, um Pitbull?
Max está lutando com quem está lá fora e Max é grande.
E forte. Olha-me como se ele fosse explodir em gargalhadas.
Retornando pela porta do escritório ele emerge segundos
depois.
Caminhando de volta para mim há uma mulher; Max
tem as mãos em seus ombros e a está encaminhando para
mim. Uma vez que ela atinge o centro da sala, ele para de
andar. Baixa seu rosto até o dela e diz: — Ele só quer falar,
querida.
Ele move seu cabelo, brincando, se vira e vai embora.
Mas não antes de piscar para mim.
A mulher no meu escritório ainda está de costas para
mim e olhando para baixo. Eu faço uma varredura rápida por
trás dela. Altura média, talvez 1.65 ou 1.70cm sem os sapatos
pretos nos quais está se balançando. Corpo bonito. Grande
bunda. Longos cabelos escuros até a cintura. É brilhante e tem
uma ondulação natural agradável.
Tem sido mais de um minuto e esta mulher arredia ainda
não se virou para enfrentar-me.
Estou me irritando.
Eu tenho que quebrar o gelo.
Eu digo: — Ele está certo, você sabe. Eu não vou
morder.
Seus ombros se põem rígidos, mas ela lentamente se vira
para mim. Seu rosto, todavia, ainda está para baixo então eu
não posso ver a sua aparência.
Eu olho para seu corpo de frente. Seios decentes. Corpo
bonito e curvilíneo. Ela está bem vestida, usando uma camisa
de linho branco e saia cinza de cintura alta. Você sabe aquelas
que são ajustadas ao redor dos quadris e mais apertadas em
torno dos joelhos?
Linda.
Ela também usa um cinto preto grosso que vai justo por
debaixo de seus seios. Quanto mais eu olho, mais sexy ela se
torna.
Isso de alguma forma me irrita mais.
Pergunto um pouco firme demais:
— Você pode olhar para mim, senhorita? Eu só quero
fazer algumas perguntas. Nada para se preocupar.
Ela assente e levanta a cabeça.
Oh, inferno.
Luto contra a vontade de revirar meus olhos.
Não é uma aventura passada, isso é certo.
Ela é linda. E está corada, quero dizer, realmente corada.
Isto a faz ainda mais linda. Não só linda, mas adorável.
E ela está petrificada.
Eu não tenho ideia do por que. Quer dizer, eu sei que eu
sou um cara grande, mas eu não acho que seja tão assustador.
Seus olhos são verdes claros e tão incomuns, porque eles
têm uma borda preta, um pequeno nariz bonito e os lábios...
Oh, cara.
Seu lábio superior é cheio e o lábio inferior é mais cheio.
Maldição.
Usando meu pé, eu puxo uma cadeira e faço um gesto
para que se sente. Felizmente, ela faz isso sem hesitação.
Quem é essa garota?

***
Uh, essa voz.
É o tipo de voz que você ouve em suas próprias fantasias
inventadas. Profunda e sexy.
Olho o Sr. Gostoso e Uau. Na verdade, ele é ainda mais
bonito de perto.
Agora que estou perto o suficiente posso ver que ele tem
a mesma cor dos olhos do Max. Ele se parece muito com Max
também. Suponho que eles são irmãos ou pelo menos eles
estão relacionados.
Acima da sobrancelha há uma cicatriz, passa por sua
sobrancelha em um ângulo e termina na ponta exterior de seu
olho.
Uma carranca marca seu rosto e ele suspira
profundamente.
Ele se levanta e caminha ao redor da mesa, senta-se atrás
dela e abre os duplos botões da camisa de seda lilás.
Não muitos homens poderiam conseguir serem viris
vestindo lilás. Mas ele só é assim de tão impressionante.
Ele arregaçou as mangas até os cotovelos. Acho que ele
fez isto para que eu me sinta um pouco mais confortável em
sua presença. Estou surpresa que funcione. O simples
movimento lhe faz muito menos intimidador e sinto-me
relaxar.
Ele soa aborrecido, quando diz.
— Sou Nik.
Ele já acha que você é uma aberração, não se atreva a paralisar
agora. É só falar.
Respondo um pouco forte demais.
— Sou Tina.
Seus lábios tremem.
— Você trabalha na Safira Boutique?
Simplesmente aceno concordando.
Ele aponta a nota que agora repousa sobre sua mesa: —
Você pode me dizer quem me deu essa nota?
Eu respondo imediatamente.
— Eu fiz. - É como arrancar um band-aid, quanto mais
rápido você fizer, menos doloroso é.
Sua testa se enruga em confusão, bate sua caneta na mesa
e diz: — Oh. Pode-se dizer que eu tenho um pouco de
curiosidade sobre a nota. E o que está escrito nela.
Eu coro ainda mais e deslizo ainda mais para baixo na
cadeira.
Eu estou tão envergonhada! Eu respondo rapidamente.
— Sinto muito se ofendi você de alguma forma. Eu, ah,
eu acho que deveria ir. - Me movo para levantar-me, mas ele
se estica sobre a mesa e pega a minha mão na sua, que é
enorme.
Ele diz: — Sente-se, por favor.
Não é um pedido.
Coloquei minha mão de volta sobre a mesa e minha
bunda para baixo novamente. Ele pega a nota e lê em voz alta.
— Sorria alguma vez, lindo.
Sim. Eu sou uma idiota.

***
Esta tal de Tina fecha os olhos e se encolhe quando leio a
nota em voz alta; ela é tão fofa que eu tenho que morder o
lábio para não rir.
Ela se endireita, me olha nos olhos e com a maior
naturalidade, diz:
— É que todos os dias você sai para fumar, por certo
fumar mata. - Ela enruga o nariz, e diz em voz baixa, — Pelo
menos isto não impediu o seu desenvolvimento. - Ela parece
pensativa, coloca seus dedos em seu queixo e inclina
ligeiramente sua cabeça. Sua cabeça se endireita de repente
como se acabasse de recordar que não havia terminado e ela
continua: — Eu te vejo ali todos os dias, mas você nunca está
feliz. E nunca sorri. Tipo, nunca. E eu só queria fazer
anonimamente seu dia um pouco melhor e fazer você sorrir,
porque, francamente, te olhar é um pouco deprimente. E sei
que não é da minha conta e você tem o direito de ser tão
melancólico como a merda queira, mas eu gosto quando as
pessoas sorriem e eu gosto de fazer as pessoas sorrirem!
Ela terminou um pouco mais forte do que deveria.
Tenho que impedir-me de passar minhas mãos por minha
cara.
Sim, demasiado fofa.
Eu sinto uma carranca formar-se.
Eu não digo fofa. Ela tem uma grande bunda que sem
dúvida gostaria de ter em minha cama, mas eu não digo fofa.
Mulheres fofas querem beijos. Eu não faço essa merda.
Beijar significa coisas especiais como relacionamentos e
namoradas. E eu não tenho relações ou namoradas. Tenho
amigas de foda. Porque eu fodo com frequência.
Definitivamente não faço amor. Posso não foder duro todo o
tempo, mas inclusive foder lento é somente foder.
Não tenho o tempo ou inclinação para fazer o esforço de
manter uma namorada.
Um dia, quando não estiver preso em uma casa noturna
de merda, eu vou encontrar uma garota legal e sossegar. Vou
certificar-me de que esta menina valha a pena. Mas esse
momento não é agora.
Tina está olhando para os meus olhos e pergunta: — De
que cor são seus olhos?
Uh oh, ela está me paquerando. Merda, eu devo me despedir e
deixá-la seguir seu caminho.
***
Nik se move um tanto nervosamente em sua cadeira
quando ele responde.
— Uh, eu não sei. Como um marrom ligeiramente
dourado ou algo assim.
Pressiono a coisa da cor dos olhos. E lhe digo: — Eu
nunca tinha visto olhos dessa cor. É como mel quente.
Ele olha para o outro lado e engole antes de dizer: — Uh,
sim, eu acho.
Ah, ele está nervoso.
Enquanto ele olha para estante de livros no canto eu vejo
tinta viajar para parte de trás do seu pescoço e por trás de sua
orelha. É preto, grosso e parece tribal.
Delicioso.
Ele não me olha nos olhos agora e me pergunto o que eu
disse para provocar a reação que ele está me dando.
Estou confusa.
Franzindo o cenho, olho em volta ao redor do seu
escritório enquanto tento compreendê-lo. É bonito. As paredes
são cor de areia pálido. Sua mesa é de madeira e parece
pesada. Esta mesa não foi comprada na Ikea9. Este é o tipo de
mesa de trabalho que você compra em loja de antiguidades e
foi restaurada. É claramente mogno (não me diga!). E eu
percebo que todo o quarto é limpo, nenhum documento
perdido a vista. Eu não posso nem ver a minha área de
trabalho na Safira! Ele é coberto com papéis, catálogos, e lixo.
Nota mental: arrumar minha mesa.
Há duas fotos emolduradas na estante de mogno que fica
no canto do escritório.
Uma delas é de uma menina que é tão bonita que meu
coração dói. Seu sorriso é pura luz e ela está perdendo um de
seus dentes da frente. Ela tem os olhos de Nik. O quadro é
rosa brilhante com borboletas roxas ao redor.
Aww, lindo.
O outro quadro é requintado. Ele é uma peça grossa de
prata com bege perolado. A foto é antiga, como um retrato de
família. Um homem alto de cabelos escuros de meia-idade está
com braços sobre uma mulher com cabelo curto, mas bonito,

9
Ikea - é uma companhia privada de origem sueca especializada em vendas de móveis de baixo custo.
olhos escuros. A esposa está muito grávida. O homem se
parece com Nik, mas a pele é pálida onde a de Nik é muito
mais escura. O mais importante são os olhos do homem. Eles
são os olhos de Nik. Eu vou dar um palpite e dizer que eles
são os pais dele.
Duas pequenas meninas ladeiam o casal, abraçando-lhes
em torno das pernas. Abraçando as duas meninas estão dois
jovens. Olhando mais de perto a imagem posso ver o sorriso
insolente com covinhas de Max e isso confirma minhas
suspeitas anteriores de que Nik e Max são irmãos. Ambas as
meninas têm os olhos de sua mãe; ambos os meninos têm os
olhos de seu pai. Todas as crianças obtiveram o belo tom pele
da mãe. Eles estão rindo e sorrindo.
Uau, eu amo essa foto. Todos nesta imagem estão tão
felizes. Como extremamente felizes. Volto a pensar em Nik e
me perguntar o que aconteceu com a sua felicidade.
Tomei outro olhar ao redor, mas não há nada mais a não
se observar, exceto um armário no canto oposto da sala perto
da porta.
Sem mais fotos, absolutamente nada pessoal, nada que
sugere que tenha uma namorada ou esposa.
Em seguida, sinto um clique e me dou conta.
Sua reação às minhas perguntas estúpidas. E quase me
fez rir, mas consigo parar e fazer um som abafado em seu
lugar.
Ele acha que eu estou dando em cima dele!
Quero dizer, não posso culpá-lo por pensar isso, porque
ele é a definição de beleza. E agora que eu passei algum tempo
com ele eu percebo que não tinha nada para me preocupar.
Ele parece ser um cara agradável, com boas maneiras, mas
ainda um pouco sombrio para o meu gosto.
Uma ideia vem à minha cabeça e antes que eu possa
pensar sobre isso a diarreia verbal sai de meus lábios.
***
Tina passa alguns minutos olhando em volta do meu
escritório. Seus olhos param no retrato de família que foi
tirado poucos meses antes do meu pai morrer.
Eu percebo que está procurando fotos de uma esposa ou
namorada.
Aqui vamos nós. Ela vai fazer a sua jogada. Eu deveria ter
deixado para lá a coisa da maldita nota.
Tina faz um barulho estrangulado e levanto meu olhar
para encontrá-la tentando suprimir um sorriso.
Corte-a e ninguém se machuca. Ela é muito adorável.
Muito adorável. Demasiado adorável para foder e deixar,
ela não é esse tipo. Posso dizer. Passo muito tempo com
mulheres assim e normalmente elas tem os mesmos interesses
que eu.
Sexo sem amarras.
Meu corpo fica tenso.
Como a rejeito, sem soar como um idiota?
As mulheres como Tina ficam feridas facilmente. É por
isso que não me envolvo com mulheres assim.
Ela está sorrindo com um pequeno sorriso e esperando
que eu diga alguma coisa. Eu não sei o que dizer, ela está
nervosa por si só e não precisa que eu seja um idiota com ela.
Eu começo a bater a minha caneta sobre a mesa. Estou
pensando tanto que tenho certeza que ela pode ver meu
cérebro se movendo através do meu crânio! E não noto que ela
começa a falar.
— Então, podemos ser amigos, certo?
Espera, o quê?
Encaro-a, fixamente, um sorriso formando-e na minha
boca.
Eu...? Acabei de ser posto na zona de amigo?
Eu olho de novo para ver Tina assentindo vigorosamente
e ela está sorrindo alegremente.
Uau, isso nunca aconteceu comigo antes. As mulheres
geralmente vêm para o clube sabendo que eu tenho dinheiro;
elas me convidam para sair ou me convidam para o sua casa
para um "drink" que em cem por cento das vezes terminam
significando sexo.
Tina toma meu silêncio como sua deixa para falar
novamente.
— Quero dizer, nós trabalhamos em frente um do outro.
Podemos almoçar algumas vezes e, Ooh, - Ela amplia os olhos
quase comicamente, — Podemos nos encontrar para tomar
um café no Winnie!
Ela está tão animada com a perspectiva de sermos
amigos, que praticamente está pulando pra cima e pra baixo
em sua cadeira.
Não preciso de outro amigo. Definitivamente não um amigo que
é uma mulher, isso é muito complicado. Mande-a embora cara. Você
não precisa dessa merda.
Uh... Basta fazê-lo! Mande-a embora. Isto é um erro.
Olho para seu rosto doce e as palavras saem da minha
boca antes que me dê conta.
— Sim, claro. Podemos ser amigos.
O quê? Merda? De onde diabos veio isso?
Antes que possa pensar no que acaba de acontecer, Tina
olha para mim e sorri. Seus lábios são de um rosa pálido, sem
batom ou gloss, mas naturalmente. Seus dentes são brancos e
perfeitos. Digo a mim mesmo que eu tenho que parar de olhar
para os malditos lábios. Então, eu foco nos olhos. Seus olhos
enrugam ligeiramente nos cantos. Maldição, até mesmo seus
olhos estão sorrindo.
Genial. Simplesmente genial, seu imbecil.
Tina se levanta abruptamente, empurrando a cadeira
com tanta força que quase voa para o chão. Ela pega um dos
meus cartões de visita do suporte na escrivaninha, sorri para
mim brilhantemente.
— Fantástico! Então suponho que te verei por aí, amigo!
Entusiasticamente acenando meu cartão de um lado
para outro no ar, como uma foto Polaroid. Ela termina com:
— Entrarei em contato.
E então ela sai do escritório. Sento-me na minha cadeira
e minha testa enruga novamente, passo a mão em meu queixo.
Sério. O que diabos aconteceu?
***
Desci as escadas e sai do prédio de Nik, felizmente
lembrando o caminho como Max me mostrou. Eu faço o meu
caminho pela rua até a Safira, saltando pela porta com um
sorriso de orelha a orelha segurando o cartão do Nik. Mimi
olha para mim, o seu rosto contorcido em confusão. Ela olha
em volta da loja e, em seguida, volta pra Mim. Aperta os olhos
e lentamente se aproxima de mim. Leva o cartão da minha
mão e lê em voz alta.
— Nikolai Leokov. Proprietário. The White Rabbit. - Ela
rompe em um sorriso enorme e balança a cabeça em
descrença.
Bate palmas e grita: — Não posso acreditar! Verdade,
você vai sair com ele!
Sem parar sorrir, bate na minha mão. Esta ação é
enorme para Mimi. Em Mimilândia, é um abraço.
Meems sabe tudo sobre o meu relacionamento passado,
de fato, todas as minhas funcionárias sabem sobre Jace
Weathers. Eu não guardo segredos. Uma noite de mulheres
após muitas cherry bombs10, descarreguei meu passado para
Mimi e Lola. Elas escutaram atentamente como boas amigas e
me ofereceram apoio incondicional. Eu amo minhas
funcionárias. Elas são incríveis.
Nota mental: fazer cupcakes para as meninas.
Eu sinto a onda de calor no meu coração; meu rosto
suaviza um pouco, mas rapidamente eu coloco uma cara de
pôquer e endireito as costas. E preparo-me para ira de Mimi.
Eu exagero um pouco na alegria e sorrio.
— Na verdade, decidimos ser amigos!
Mimi não fala por cerca de trinta segundos.
Eu arrisco lhe dar um olhar. Ela está inclinada
graciosamente com seu corpo alto, ágil contra o balcão, com
uma perna cruzada sobre a outra. Seus olhos se estreitam (pare
querida, isso atrai rugas) e ela tem uma expressão facial que
diz claramente Você está brincando comigo? E não é no bom
sentido.
— PORRA, você está brincando comigo??!
Lá vai ela!
Eu tremo e mordo o lábio antes de responder.
— É melhor para todos desta forma.

10
Cherry Bombs – bebida alcoólica a base de vodca de cereja, red bull e groselha.
Ela responde com: — Umm, Não. É melhor para você.
Ela balança a cabeça ligeiramente e parece
decepcionada.
Isso é péssimo.
Eu não quero decepcionar Mimi.
Ela e Lola têm estado em uma missão desde que contei
sobre Jace, o imbecil (como Natalie o chama, o Imbecil, para
abreviar). Ambas me arrumaram encontros às cegas na
esperança que eu encontrasse um bom homem e me
apaixonasse. Fui a quatro eventos nos últimos quatro meses e
todos os homens eram bonitos. Mas primeiro, eu não quero
me apaixonar de novo e, em segundo lugar, estou feliz com a
minha vida como é.
Eu não preciso de um homem.
— Meems, agradeço seu interesse em minha vida
social...
— Quer dizer a sua Falta de vida social? - responde de
maneira mordaz.
Continuo: —... Você é uma grande amiga. Mas eu estou
ocupada com a loja e não tenho tempo para um namorado
agora. Na verdade, não quero um namorado agora. Eu amo
minha vida. Estou descobrindo-me e adoro isso.
Com um salto, ela planta a bunda dela no balcão ficando
na minha frente.
— Você é minha melhor amiga.
Minha garganta fecha e meus olhos estão nublados.
Sussurro: — Querida...
Ela continua: — Você me deu uma chance quando
ninguém mais o faria. Eu estarei sempre em dívida contigo. -
Ela parece desconfortável e eu sei que me dizer isso a está
esmagando. — Eu sei que não sou a pessoa mais sociável e eu
não lido bem com as emoções, - ela sussurra baixinho, mas eu
ouvi as palavras claramente. — Esse homem te machucou. Eu
só quero que você seja feliz.
Mimi não está errada. Jace me machucou. Não
fisicamente, mas mentalmente. Não confio mais como
costumava fazer. Levei mais de um ano para confiar em Mimi
e Lola, o suficiente para falar sobre mim. Elas sabem a
maioria dos detalhes sujos do que Jace me fez passar. Elas
sabem da perda que me atingiu com força, e sim, me devastou.
Mas quem não está machucado de uma maneira ou de outra
nos dias de hoje?
Sou uma mulher de copo meio cheio. Ou, meio vazio.
Minhas mãos começam a suar quando penso no que
deixei para trás na Califórnia.
Sinto falta. Muito.
É uma merda total, mas estou feliz que em breve terei a
melhor parte de Cali aqui... Natalie!
Apenas mais uma semana. Tão próximo.
Minha BFF é divertida; muita atitude e sarcasmo em um
pequeno pacote. Eu a amo por isso, ela me faz rir o tempo
todo. O humor é a minha maneira de como lidar com um
monte de coisas. Eu adoro rir. Acalma-me.
Ela me fez rir muito ao longo do ano passado, quando eu
realmente precisava. Eu não posso esperar para vê-la e para
braçá-la. Não a vi em um ano, mas nós falamos ao telefone
todos os dias e trocamos mensagens diárias. Ela sabe mais
sobre Jace que Mimi e Lola.

Uhh, Jace Weathers.

O que posso dizer sobre Jace?


Conheci Jace pouco antes de fazer 20 anos. Ele tinha
vinte três anos. Nós dois estávamos na faculdade quando ele
me convidou para sair. Eu disse que sim, e passamos dois anos
maravilhosos juntos.
Ele foi meu primeiro em muitas coisas. Foi o meu
primeiro namorado, meu primeiro amor e meu primeiro...
Você sabe.
Tive encontros ocasionais. Dei alguns amassos também,
mas eu guardei minha virgindade para o “Único”.
Jace, eu pensei, era o único para mim. Eu lhe dei minha
virgindade depois de apenas três meses juntos. Após a
primeira vez nós fizemos muito isso.
Quão incrível é o sexo!
Muito bom se você me perguntar! Essa é a única coisa
que sinto falta de ter um homem.
Jace estava em êxtase que eu estava tão entusiasmada
quanto ele. Na maioria das vezes eu começava as preliminares
e o mantinha extremamente satisfeito.
Depois de dois grandes anos juntos, decidimos que
éramos jovens demais para nos comprometermos ou inclusive
morarmos juntos. Nós estávamos muito felizes com a nossa
relação. A maior parte de nosso tempo foi gasto em conjunto,
rindo e jogando conversa fora. Bem, eu sei que eu estava feliz.
Jace é um homem atraente. Cerca de 1,80 metros de
altura, magro e musculoso. Ele jogou basquete na faculdade.
Levava seu cabelo castanho escuro em estilo espetado 11, com
olhos verdes e um sorriso fácil. Ele roubou meu coração.
Eu o quero de volta, seu ladrão maldito!
Tudo estava bem, até que não estava.
Odeio Jace agora. Eu realmente detesto Jace. Ele é um
covarde e um grande idiota.
O que mais posso dizer de Jace?
Ele quebrou meu coração, o quebrou em mil pedaços.

11
Algo assim.
Quero dizer, sério, que tipo de homem não está presente
no funeral de sua própria filha?
Capítulo Três
A Merda ficou séria

Max me olha incrédulo enquanto ele pergunta


lentamente: — Então você está me dizendo que concordou em
ser seu amigo?
Sento-me à mesa em nosso quarto de ‘relaxamento’.
Eu faço um monte de negócios no clube durante o dia.
Tem dois andares. Sou proprietário do edifício. Há quartos
vagos no segundo andar, e um é o meu escritório. Há duas
salas de conferências. Finalmente, a sala de ‘relaxamento’, que
tem uma grande TV de LCD, TV a cabo, DVD, computador,
aparelho de som, jogos, o mais confortável sofá no qual seu
traseiro alguma vez sentou, uma mesa de jantar e cadeiras,
geladeira, um armário cheio de lanches e livros para colorir e
marcadores (para minha sobrinha).
Eu estou olhando para baixo e picando um guardanapo
em tantos pedaços pequeno quanto eu puder.
— Eu sei, certo? O que diabos está errado comigo?
Meu irmão me olha e sorri.
— Ela se meteu sob sua pele, — Ele ri e continua. — Ela
é muito linda. E esse traseiro, mmm é bom.
Eu tenho a súbita vontade de esbofeteá-lo na parte de trás
da cabeça dele. Meu irmão Max é meu melhor amigo. Bem,
ele, e também Asher que apelidamos Ghost. Nós todos
crescemos juntos, fomos para escola juntos e quando
estávamos em nosso último ano do colegial, Ghost veio morar
conosco. Isto fez mamãe extremamente feliz, porque, como
ela dizia, seus pais eram "más pessoas”.
Todas as pessoas sabiam disso.
Mamãe ama Ghost como se fosse seu próprio filho. Ela
se recusou a chamá-lo de Ghost, mas ele não se importou. Ele
a chamava de mamãe e a amava tanto quanto eu, ou talvez até
mais.
Ghost escapava da aula de ginástica para que ninguém
pudesse ver os hematomas por todo o corpo. Eu sabia que eles
estavam lá, mas estava proibido de falar sobre isso. Eu trouxe
o assunto à tona uma vez e ele desapareceu por uma semana.
A próxima vez que o vi falei que não iria mencionar o assunto
novamente, mas o deixei saber que ele era meu irmão e
cuidaria de suas costas sempre.
Asher e eu temos trinta e quatro anos. Max é um ano
mais novo do que nós.
Ahh, o próprio menino de ouro!
Ghost entra na sala, seguido pelo meu primo Diego a
quem chamamos Trick. Ambos se sentam. Max começa: Ei
Gasparzinho, adivinha no que o Nik se meteu?!
Ele está praticamente tonto de tanta excitação.
Idiota.
Ghost passa a mão pelo cabelo loiro e move seus olhos
castanhos para mim.
Ele supõe. — Um novo carro?
— Nop. - Max salienta o p. Ele se vira para Diego e diz:
— Trick, sua vez!
Trick se parece com a gente, a mesma estrutura facial e
tom de pele. É um pouco menor, mas ainda assim é alto. Ele
tem a mesma idade que eu, mas nós fomos para escolas
diferentes. Sua mãe e a minha são irmãs. A única diferença
entre nós é que seus olhos são cor de avelã.
Trick pergunta: — Um cão?
Max começa a rir. — Quase.
Cala a boca cabeça de vento. O fulmino com meu olhar do
outro lado da mesa.
— Ele tem um novo amigo. E é uma mulher!
Ambos, Trick e Ghost levantam a cabeça rapidamente
com expressões questionadoras. Aceno em confirmação.
Eles ficam em silêncio por um tempo, antes que Trick
sorria e me pergunte:
— Espere, esta é uma amiga-amiga? - Ele mexe
sugestivamente suas sobrancelhas para mim.
Eu rio e respondo.
— Não, cara, apenas uma amiga. Ela trabalha em frente,
na Loja Safira.
Max ri entre dentes. — Ela enviou doces com uma nota!
Ghost, que está olhando para mim como se eu tivesse
perdido minha cabeça explode em um ataque de riso. Ele diz:
— Estamos na quarta série?
Eu o fulmino com meu olhar. — Ela é agradável.
Digo agradável como se fosse uma coisa ruim. Trick
inclina a cabeça e olha sobre meu ombro como se estivesse
pensando.
— Eu não acho que você, alguma vez já teve uma amiga
mulher. Quer dizer uma amiga com quem você não tenha
transado, certo?
Eu franzo a testa e aceno de cabeça.
— Você perdeu a porra da sua cabeça? - Murmura Ghost.
— Mande investigar essa mulher. Só para garantir.
Ele está certo.
Maldição, ele tem razão. Preciso ligar para meu cara e
pedir que ele faça uma investigação. Esta é uma das coisas que
vêm com o fato de ter dinheiro. Não é que não confie nas
pessoas, mas é melhor prevenir do que remediar. Eu trabalho
com a minha família e tenho que assegurar-me de que sua
segurança venha em primeiro lugar. Sempre.
Tudo o que sei sobre ela é que seu nome é Tina. Ela
levou meu cartão, então suponho que terei que esperar ela me
chamar.

***
Rawr Raaawr...
Olho para frente da loja sorrio. — Hey querida, como
vai?
Lola corre através do estúdio até a sala dos funcionários.
Ela chegou uns minutos atrasada e sabe que não me importo,
mas sempre faz um esforço para agradar.
Sai da sala do pessoal respondendo.
— Não muito bem. Tem algum cupcake hoje? - Ela me
olha esperançosa.
Eu faço uma careta em resposta.
— Não, querida desculpe. Vou fazer um lote amanhã.
Seu rosto caiu um pouco. Eu amo que ela não tenta
esconder sua decepção.
— Certo.
Ela parece tão triste que eu não posso deixar de rir.
— Um dia ruim? — Eu pergunto.
Ela vai se registrar e diz: — O pior.
Eu faço uma careta enquanto pergunto: — Quão ruim
querida?
Ela geme.
— Bad Cupcake12!
Eu sorrio para mim mesma.
Oh, pobre de mim!
Lola é doce, mas pode ser terrivelmente inocente. Tem
vinte e cinco anos e é um pouco dramática. Ela é baixa. Seu
cabelo castanho chocolate cai nos ombros e tem os mais doces
olhos de filhote cachorro, são castanhos e profundos. Então,
quando ela pede deliciosos cupcakes, ela tem deliciosos
cupcakes.
Lola começa.
— Eu levantei minha bunda para fora da cama para fazer
algumas compras esta manhã. Eu estou esperando para pagar.
É tão cedo que nem mesmo vejo as cores ainda. Eu olho para
cima e a cadela da Nicki é a minha caixa. Então, ela sorri e
diz: "Eu só quero que você saiba que o tempo todo que você
estava com Alex, eu também estava".
Oh. Não. Ela. Não. Fez isto.
O olhar na minha cara deve ter dito isso, porque Lola
continua.
— Uh, sim. - Então eu digo, — Eu espero que você
sempre utilize preservativos porque descobri que ele tem algo!
Desato a rir e pergunto: — É verdade?
Ela ri e diz: — Não tenho nem ideia. Seu rosto estava tão
pálido, que ela parecia doente! Mas então ela diz: "Ele disse

12
Bad Cupcake – mantive no original, mas seria algo como o pior dia de todos.
que eu era a melhor coisa que tinha acontecido. Ele disse que
você era como um cadáver na cama". Então eu vou paras
minhas compras, abro uma lata de tomate picado e jogo na
cabeça dela!
Eu estou rindo tanto que estou segurando meu estômago,
quase não posso respirar. Lola olha para mim e começa a rir
comigo. Então, ela se detém, olha para cima ligeiramente,
estufa seu peito e diz com calma: — Sei que provavelmente
me vetaram lá. Eu preciso encontrar um novo lugar para fazer
minhas compras.
Eu sorrio. — Essa é a menor de suas preocupações! Diga-
me que valeu a pena.
Ela sorri muito quando me responde: — Não há dúvida
de que valeu a pena.
Lola costumava ser muito doce. Até que ela conheceu
Mimi. Mimi se apaixonou por Lola em segundos. Ela colocou
sua pequena amiga sob sua asa e deu-lhe um novo lema. Não
tome merda!
Assim, durante o curso do ano passado, eu vi Lola passar
de uma flor delicada a grama duradoura. Isso soa ruim, mas
acredite, não é.
— Então, - diz Lola enquanto conta o estoque. —
Meems me disse que você tem um novo amigo.
Ela diz amigo de uma maneira excessivamente
romântica. Deus, Mimi, você é um saco.
Usando a voz severa da minha mãe, eu digo: — Nem.
Uma. Palavra.
Parece exasperada. — Oh, vamos querida! Não me diga
que não vê o que eu vejo quando olha pra ele.
Suspiro profundamente e admito: — Sim! Eu sei. Ele é o
Sr. Lindíssimo e, a propósito, você deveria ver o irmão dele,
que é o Sr. Maravilha. O homem falou comigo e eu quase fiz
xixi. Estava tão nervosa e meu colo coçava e tinha esta cor
vermelha estúpida e ele era tão agradável com sua voz
profunda e... Gahhh!
Virando as costas para ela caminho para sala de lanche.
Estou quase lá quando ouço Lola. — Por que você não o
convida para almoçar?
Hmmm, pode ser que o faça.
***
Dois dias mais tarde...
Sento-me à mesa e olho para o cartão que me olha de
volta. Zombando de mim.
O e-mail do Nik está no cartão. Eu poderia enviar-lhe um
e-mail o convidando para irmos almoçar ou tomar um café.
Então, por que é tão difícil?
Pare de ser uma galinha e apenas faça. Você sabe que você quer
vê-lo.
Entro em meu correio eletrônico começo a escrever e
perco a coragem no último momento. Guardo a mensagem
nos rascunhos no caso de eu mudar de ideia.
Raaaaawr Rawr...
Minha campainha não soa mais como um gato, agora é
soa mais como uma vaca. Hoje é quarta-feira e é o único dia
da semana que estou sozinha na loja.
Sorrio e olho para porta. O que eu vejo lá faz meu sorriso
desaparecer e meu coração afunda.
A mulher-the demônio caminha para o balcão.
Oh, Deus. Por favor, me dê forças.
Eu sorrio mais fortemente neste momento e pergunto: —
Bom Dia, senhorita. Como você está hoje?
Ela sorri de volta e me responde: — Oh, eu estou ótima,
querida. Como você está hoje?
Uh, o quê?
Imediatamente suspeito dela porque ela está sorrindo
como o gato que comeu o canário13.
— Bem, hoje não estamos muito cheios, por isso eu acho
que eu poderia estar melhor. No que eu posso lhe ajudar?
Ela responde: — Só queria vir aqui e pedir desculpas por
meu comportamento rude do outro dia. Foi totalmente
inaceitável e sinto de verdade. Desculpe.

13
Like the cat that got the cream – é uma expressão idiomática da língua inglesa. Adaptei para o
português para ter sentido, mas significa alguém muito satisfeito.
Tenta parecer arrependida, mas parece que está com
prisão de ventre.
Estou chocada. Gaguejo minha resposta.
— Hum, bem. Eu... obrigado. É muito gentil de sua parte
fazê-lo.
E então ela começa. Põe um sorriso triste e suspira.
— Eu sei que você, como uma mulher, entende que
gostamos de usar vestidos bonitos para os nossos homens.
Mas três centenas de dólares pelo vestido que eu comprei foi,
provavelmente, um exagero. — Ela ri alegre demais e coloca
uma mão em seu rosto. — Honestamente, não sei o que eu
estava pensando. Meu marido tem um clube do outro lado da
rua e o vestido era muito formal para usá-lo lá. Ele nem sequer
o olhou duas vezes.
Que demônios. Ela acaba de dizer que é esposa de Nik?
Eu a olho mais de perto. Ela pode fingir ser meiga muito
bem. Se ela estivesse fazendo audição para algum show, eu me
impressionaria.
Ela é magra, um pouco mais alta que eu, e talvez um ou
dois anos mais velha. Seu longo cabelo loiro quase parece
prata. Seus olhos são azuis e parecem de gelo.
A demônia suspira pesadamente e exibe a voz mais doce
quando me diz: — Seria de grande ajuda se você pudesse, por
favor, tirar o vestido de minhas mãos. Eu cometi um erro e
prometo não voltar a fazer de novo. - Ela parece uma criança
de 05 anos. — Meu marido está muito zangado comigo. Eu
realmente preciso desse dinheiro de volta.
Isso não faz sentido para mim.
Em primeiro lugar, por que importaria a Nik um vestido
de míseros 300 dólares quando suas camisas são de seda e,
provavelmente, custam mais que uma simples camisa?
Em segundo lugar, ele é o proprietário do clube! O clube
é muito popular (de acordo com Mimi). Eles não podem estar
precisando de dinheiro.
A confrontação me dá uma vermelhidão que ataca meu
peito e sobe pelo meu pescoço.
Eu limpo minha garganta e digo: — Eu entendo que você
está em uma situação difícil e sinto muito por você. Ainda que
aceite o vestido não posso voltar a vendê-lo. E se não posso
vendê-lo, não posso oferecer uma devolução. Então
infelizmente, a minha resposta ainda é não. - Em algum lugar
dentro de mim floresce a coragem. — E essa é a minha
resposta final.
O cenho franzido da demônia reaparece.
“Oh, hey! Aí está você hein! Senti sua falta’’.
— Isto é besteira! Você acha que tem muito poder em
sua maldita loja de roupas. Bem, você sabe o quê? Suas roupas
são uma porcaria. Tenho visto melhores camisas na Target! E
se você acha que isso termina aqui, pois pense novamente!
Voltarei cada maldito dia até que se dê por vencida. E você,
querida fará isto. - Ela olha para mim, sorri, e diz: — E sugiro
que você perca alguns quilos, se você quiser ficar bem nas
roupas que você vende.
E então ela vai embora.
Oh não!
Essa merda estava se tornando séria.
Vou para sala dos funcionários, pego minhas chaves,
fecho a loja e saio pela porta.

***

— Você não pode usar um quatro aí!


Max vem fazendo isso desde que éramos crianças.
Inventando suas próprias regras de jogos que sabe que não vai
ajudá-lo a vencer.
— Claro que posso amigo. - Coloco a carta e rosno.
Trick não pode controlar o seu riso e pergunta: — Por
que você sequer se preocupa, Nik? Você sabe que vai ganhar.
Ele sabe que você vai ganhar. É uma tortura ver vocês dois.
Uma tortura muito engraçada!
Ghost observa do sofá sorrindo com superioridade.
Clip clop, clip clop.
Saltos altos.
Uma das minhas irmãs deve estar aqui. Não me levanto,
elas sabem onde me encontrar.
Clip clop, clip clop.
Os passos são mais rápidos e mais fortes. Olho para porta
para ver Tina passar pela sala, obviamente, ela vai para o meu
escritório.
— Tina? - Eu grito. Escuto ela parar e aparecer na porta.
Inferno, ela parece irritada!
Também está linda. Ela usa o cabelo em um rabo de
cavalo enrolado no topo a cabeça e muito pouca maquiagem.
Sua pele é perfeita. Usa um par de botas brancas e um vestido
branco até os joelhos que tem três botões em seu peito, e estão
um pouco frouxos.
Deu, ela é quente.
Eu posso ver seus seios, mas não olho.
Ela percebe que há pessoas na sala e seu rosto suaviza.
— Sinto muito. Irei embora. Eu não quero interromper o
seu... isto é Uno? Seu rosto se ilumina.
Eu respondo: — Uh, sim. Nós estávamos fazendo uma
pausa. Está tudo bem?
Ela entra na sala, senta-se ao meu lado na mesa, tira as
cartas das minhas mãos, e começa a embaralhar.
Ela suspira e diz: — Vou embaralhar nesta rodada.
Os meninos a olham como se ela fosse louca. Ghost se
levanta e se une a mesa. Max a olha como se ela fosse muito
hilária.
Tina terminou de embaralhar e olha em volta da mesa. E
ela se apresenta.
— Oi, eu sou Tina. Trabalho do outro lado da rua.
Trick sorri amplamente. Não faça isso, seu babaca. Ele
continua lançando olhares para seus seios. Ele diz: — Sou
Trick.
Ghost nem sequer a olha quando diz: — Eu sou Ghost.
Ela franze a testa e pergunta: — Como Gasparzinho, o
fantasma camarada?
Ele balança a cabeça concordando, mas ainda sem olhar
para ela.
Ela fica boquiaberta e sussurra:
— Isso é tão legal.
Totalmente adorável.
Eu limpo minha garganta, olho para minhas cartas e
pergunto: — Você parecia que estava pronta para matar
alguém quando entrou. Espero que este alguém não seja eu.
Ela coloca um dois e retorna para suas cartas. E responde
em um tom aborrecido: — Não. Mas acho que da próxima vez
que veja a sua esposa vou lançar um sapato na cabeça dela.
— Hum, que esposa?
Eu quase me engasguei com a questão.
— Hum, o quê?
Ela suspira e diz: — Sinto muito. Eu fui um pouco rude.
Da próxima vez que veja a sua mulher lançarei algo suave na
cabeça dela.
Os meninos me olham, e, em seguida a Tina, então para
mim.
Max fala. — Querida, não têm nenhuma mulher para
que jogue algo em sua cabeça.
Tina baixa suas cartas, se aproxima de mim e diz: — Ela
disse que era casada com o proprietário do The White Rabbit.
É você, certo?
Concordo com a cabeça. Max olha Ghost, então Trick.
Todo mundo está sorrindo.
Eu sei por que estão rindo.
Sissy.
Eu vou matá-la!
Tina leva seus dedos a sua testa e sussurra: — Deus, eu
estou tão confusa.
Trick tira os dedos de seu rosto e pergunta: — Ela era
alta, loira, e mais má que uma cascavel?
Tina olha para ele e acena com a cabeça rapidamente.
A raiva queima na minha garganta. Sissy é uma
verdadeira dor na minha bunda. A única razão que a mantive
perto, é porque ela tem uma boca que mais parece um
aspirador. Sissy e eu não estamos juntos, mas ela tem sido o
meu caso regular por meses. Jamais a beijei na boca, essa é
uma das minhas regras. Sissy brinca comigo dizendo ser Pretty
Woman14, mas sei que a machuca. Eu não dou à mínima se
isso dói, ela sabia onde estava se metendo desde a primeira
vez que dormimos juntos. Eu não a enganei nem uma vez,
disse desde o início que ela e eu seríamos somente amigos de
foda. Ela esteve de acordo. Fim da história.
Infelizmente para ela, depois de sua tática, terei que
cortar o mal pela raiz.
Isso não me incomoda. Vou enviar-lhe uma mensagem
quando Tina sair. Foi divertido, mas é o que é.
Olho a Tina e digo: — Sinto muito, Tina. Se soubesse
que ela estava te causando problemas a teria cortado antes.
Tina olha para mim com os olhos arregalados.
— Eu não quero que você rompa com sua namorada por
mim!
Eu ponho meus olhos em branco e digo: — Ela não é
minha namorada, era apenas uma relação casual. Ela estava se
tornando uma enorme dor na bunda de qualquer maneira. Já é
hora dela partir.
— Então, - Tina franze a testa e cerra seus lábios, — O
que eu faço se ela aparecer na loja? Eu não quero que ela
provoque uma cena novamente. Faz com que os clientes não
queiram voltar.
Ela parece desconfortável.

14
Pretty Woman – referência a Julia Roberts no filme Uma Linda Mulher.
Levanto, caminho até a geladeira e pego dois
refrigerantes. Volto a sentar-me e coloco um na frente dela.
Sem sequer um agradecimento ela abre e bebe como se
tivesse jogando Uno com a gente por anos.
— Deixa comigo. Caso ela retorne à loja, me ligue. De
imediato.
Ela concorda com a cabeça, brincando com o anel de seu
refrigerante e se vira para ver a hora no relógio na parede.
Ela se levanta e grita: — Caspita! Estive aqui por uma
hora, tenho que voltar.
Olha ao redor da mesa, sorri e diz: — Prazer em
conhecer todos vocês. Espero vê-los novamente em breve.
Caspita?
Ela se vira para mim, coloca sua pequena mão no meu
ombro e fala de novo.
— Obrigado, Nik. Eu lhe agradeço.
Os meninos a olham ir. Bem, olham a sua bunda rebolar
durante sua saída.
Bando de cabeças ocas.
Trick sorri abertamente, ainda olhando a porta. — Eu
gosto dela!
Sim... eu também.
Capítulo Quatro
Estava na vizinhança

Desperto com um sobressalto. O suor se derrama pelo


meu rosto, tenho nós em meu estômago e meu peito se
expande com cada respiração pesada.
Sentando-me coloco minhas costas contra a cabeceira da
minha impressionante cama.
Eu não despertava assim, pelo menos, há três meses. Eu
costumava acordar assim cada noite, às vezes várias vezes.
É escuro ainda. Eu olho para o meu despertador digital
na mesa de cabeceira 4:57h da madrugada.
Fan-foda-tás-tico
Eu não tenho que começar a me preparar para o trabalho
por pelo menos uma hora e meia, mas eu estou acordada.
Depois de perder a minha filha e minha mãe, eu tive
problemas para dormir por um longo tempo. Eu continuei
escutando Mia chorar no meio da noite e me encontrava em
seu quarto vazio soluçando muito.
Eu realmente preciso de você agora, mamãe.
O que eu mais sinto falta da minha mãe são seus abraços.
Devido a minha origem croata fui criada com muito afeto. Eu
nunca saí de casa sem dar aos meus pais um beijo na
bochecha. Poderia ter o pior dia da minha vida, mas um
cálido e reconfortante abraço da mamãe faria tudo parecer
melhor. Cada vez que eu estava de mau humor ela me
perguntava: "O que há de errado, Duso15?"
E ela sempre se assegurava de que eu desabafasse sobre o
que me incomodava. E eu desabafava.
Cozinhar é minha válvula de escape. Eu amo cozinhar;
minha especialidade são cupcakes.
Eu sei que meus cupcakes são bons. Na verdade, bom é
eufemismo. Meus cupcakes são uma bomba.
Você está acordada agora. Levante sua bunda para fora da
cama. Vamos cozinhar.
Eu me estico e levanto meus cobertores.
Pum. Bum. Miau.
Oops.
Peço desculpas ao meu amorzinho. — Sinto muito Bear.
Vem aqui querido. - Ele se estica e anda sobre mim. O levanto
e faço cócegas, quando chego embaixo de sua barbicha ele
ronrona forte. O castigo em voz baixa: — Ugh Bear, controle-
se.
Quando Mia tinha um ano de idade, ela disse sua
primeira palavra e foi gato. E como recompensa para minha
filha super inteligente, eu consegui seu Bear16. Eu o peguei em
um abrigo, ele estava muito gordo, mas depois de meses de
15
Duso – Querida em croata
16
Bear – urso.
alimentos dietéticos para gatos ficou em forma. Bear é muito
doce e amoroso (meu tipo de gato). Tem um corpo branco
com três pontos pretos em suas costas, uma cauda
completamente preta e parece como se estivesse usando a
Máscara do Zorro.
Olho meu amigo felino. — Vamos lá, querido, vamos
pegar algo pro café da manhã.
Bear caminha ao meu lado quando eu saio do meu
quarto e sigo para o banheiro para escovar os dentes e lavar o
rosto.
Chego à cozinha cubro minha boca e bocejo.
Bear já está no balcão da cozinha fazendo algo que só
pode ser descrito como a dança me dê comida. Ele se pavoneia
de um lado a outro, ronronando alto, batendo a cabeça em
coisas ao acaso. De vez em quando me olha de uma maneira
que diz: O baile esta funcionando? Certo?
Chego sob o balcão para pegar uma das muitas tigelas,
coloco um pouco de ração úmida nela, e deixo sobre o balcão.
Ele ronrona enquanto come.
— Uma sofisticada festa para minha sofisticada besta. -
Amo Bear, ele é o gato ideal. Digo: — Você tem cinco
minutos para comer, cara. Eu tenho que começar a cozinhar.
Bear termina a sua refeição e salta fora do balcão. Limpo
o balcão com spray desinfetante e me dedico a conseguir meus
ingredientes organizados.
Os coloco em cima da mesa, preparo uma pasta grossa
de chocolate, e divido igualmente entre as formas.
Coloco no forno para assar e faço o meu caminho para o
banheiro para tomar um banho.
Canto "working nine to five" no chuveiro em voz alta.
Quando termino, caminho pelo corredor e o cheiro delicioso
de bolo de chocolate espesso ataca minhas narinas. Faz minha
boca encher de água e eu sei que um daqueles bebês tem o
meu nome para o café da manhã.
Enquanto ando até a cozinha, a campainha do forno
toca.
No momento exato.
Os tiro do forno, e cubro com um pano de cozinha e os
coloco no balcão para esfriar.
Depois, eu aqueço o creme em cima do fogão, não muito
quente. Coloco o creme quente sobre um pouco de chocolate
meio amargo e lentamente misturo. E o reservo enquanto
espero que esfrie.
Delicioso!
Meu estômago ronca e dou-lhe uma palmada.
Logo, meu precioso.
Eu volto para o meu quarto para me vestir para o
trabalho. Decido usar uma calça de linho e blusa combinando.
Adiciono sandálias de salto alto e voilá!
Exploro o balcão no meu banheiro para minha pequena
bolsa de maquiagem. Eu realmente não uso muita
maquiagem. Nas raras ocasiões que saio com as meninas, eu
aplico algo um pouco mais forte. Eu nunca uso batom,
somente um brilho transparente ou de cor clara. Eu gosto da
cor natural dos meus lábios.
Olhando a minha limitada seleção, eu decido usar rímel e
brilho labial rosa pálido.
Um olhar para o meu relógio me diz que eu posso
começar a rechear os cupcakes então faço meu caminho para
o balcão da cozinha.
Há algo sobre rechear cupcakes que é quase terapêutico.
Usando um saco de confeitar, cuidadosamente começo a
cobrir toda a dúzia com um padrão espiral de roda.
Estou com tanta fome neste momento que pego a
embalagem de um dos cupcakes e coloco todinho na minha
boca.
Mastigando ruidosamente ouço a campainha.
Que diabos?
Eu ainda estou mastigando quando eu abro a porta. Há
dois homens em macacões azuis.
Oh, merda! Esqueci do caminhão de mudanças.
Um dos homens diz: — Bom dia, senhora. Acredito que
você está esperando um caminhão de mudanças.
Concordo, mas eu ainda estou mastigando. Eu levanto
minha mão com o dedo apontado para cima. O sinal universal
de um minuto, por favor.
Quando, finalmente, eu sou capaz de falar eu dou um
grande sorriso para os dois: — Sim! Sinto muito! olhando meu
relógio digo: — Na verdade, eu esqueci e eu tenho que estar
no trabalho em breve.
O outro homem olha para minha boca, limpa a garganta
e fala alto: — Sinto muito senhora, mas deve haver alguém
aqui com a gente em quanto descarregamos.
Maldição!
Meu cérebro tilinta!
Eu tenho uma ideia. Caminho mais além dos
transportadores até o apartamento ao lado e bato devagar.
A porta se abre e sou cumprimentada com um grande
sorriso. — Meu, oh, meu, é você Tina?
Sorrindo, eu digo: — Olá Molly! Eu realmente preciso de
um grande favor.
Molly olha para minha boca. Seus lábios tremem quando
ela diz: — Garota, você tem chocolate em todos os seus
dentes!
Meus olhos se abrem, eu posso sentir o rubor quente em
minhas bochechas.
Molly é uma grande vizinha. Ela está na casa dos
cinquenta, afro-americana e pequena, mas cheia de fogo. Toda
vez que a vejo sou hipnotizada por suas roupas. Sempre são
roupas tradicionais africanas e xales de padrões fantásticos que
no geral são de contas. Seu marido morreu há 10 anos e eles
nunca tiveram filhos então ela decidiu reduzir gastos
vendendo sua casa e comprando em seu lugar um
apartamento. Quando conheci Molly, senti como se tivesse
ganhado na loteria do bairro.
Molly estava desconfiada de mim no princípio. Até que a
convidei para jantar uma noite e ela provou meus cupcakes. É
seguro dizer que Molly e eu somos boas amigas agora.
Vergonha se filtra através de meus poros. — Posso usar
seu espelho?
Ela coloca uma mão no quadril e bate os dedos dos pés.
— Você está escondendo algo, menina?
Hum, o que?
Sussurro: — Hum, o que?
Meu rosto deve mostrar a minha confusão, porque ela
segue falando.
Severamente questiona: — Você comeu estes cupcakes
pelas minhas costas?
Oh!
Eu sinto um riso subindo na minha garganta. Eu rio e
digo: — Você me faz este favor, eu vou guardar um par para
você.
Ela sorri e responde: — Trato. Você sabe onde o espelho
está, querida.
Eu rapidamente me arrumo e, em seguida, explico a
Molly sobre a mudança. Felizmente, ela não tinha planos para
esta manhã. Molly tem uma das minhas chaves de reposição;
normalmente alimenta e cuida de Bear para mim quando
estou fora da cidade caçando novos fornecedores para Safira.
Embalo 06 dos cupcakes em um recipiente, dou a Molly
um grande abraço e me dirijo até meu carro.
Eu amo meu carro. É um conversível.
Um volkswagen Beetle Super, 1975 amarelo. As meninas
o chamam de meu dung beetle17.
É um pouco enferrujado e a parte superior de couro tem
buracos e quando chove tenho que cobrir com uma lona.
Ele tem caráter. É o meu bebê.
Aproximo-me da porta do lado do condutor e agito o
punho. E pressiono botão.
Nada acontece.
Eu balanço com força. Tento novamente o botão. Ainda
nada. Eu balanço mais forte e dou uma joelhada na porta. Eu
ouço. Clique.
Bingo!

17
Dung Beetle – as amigas dão o nome desse besouro devido às condições e da marca do
carro dela. No Brasil ele é conhecido como “rola bosta”. Uma possível tradução para o apelido do carro:
bola de merda.
Abro a porta, me sento e coloco os meus cupcakes no
chão do lado do passageiro. Eu sinto uma dor de cabeça
chegando.
Nota mental: tomar uma aspirina.
Eu coloco a chave na ignição e viro. Nada acontece.
Meu rosto cai para frente em minhas mãos no volante,
com um baque.
Suspiro.
***
Tantos e-mails.
Preciso contratar uma secretária ou assistente para me
ajudar. The White Rabbit tornou-se muito popular; as pessoas
querem alugá-lo durante a semana de aniversários e ocasiões
especiais. Eu estou de acordo com isso.
Minha irmã Maria vem me ajudar em algumas ocasiões.
Ela trabalha em tempo parcial como recepcionista, então é de
grande ajuda quando nós precisamos e ela sabe o que está
fazendo. Ela pode trabalhar com qualquer aparelho eletrônico
e é bastante experiente no uso de tecnologia. Estou pensando
em pedir-lhe para se tornar nossa secretária em tempo integral.
Se o trabalho segue saindo da maneira em que está indo,
vamos precisar dela.
Ring!
Uma janela aparece no meu computador. É um
programa de mensagens instantâneas que nunca usei. Eu me
inscrevi quando recebi o computador, e se conecta
automaticamente quando o computador é ligado, mas não
adicionei amigos.
Valentinatomic@Safira.Net fez um pedido de amizade.
Seu nome é Valentina? Isso é muito legal.
Eu aceito o pedido de amizade e imediatamente chega
uma mensagem.
TheTomicBomb18: Olá amigo!
Não posso evitar rir de seu nick.
Nik123: Oi, Como vai?
TheTomicBomb: Ótima, obrigada. Como você está?
Nik123: Ocupado. Mas bem.
TheTomicBomb: Isso é bom. O que quer que você tenha
dito a sua "esposa" funcionou. Eu não a vi desde então.
Isso mesmo. Eu terminei com Sissy. Ela estava arrasada
e não me importa uma merda. É uma mimada e está
acostumada a obter tudo que deseja. Ela tem que aprender que
não pode puxar este tipo de merda e se dar bem.
Nik123: Eu estou contente. Se ela tiver coragem de te
incomodar novamente, me avisa e eu dou um jeito.
TheTomicBomb: Oh, isto soa um pouco assustador! Eu
não teria coragem de ir contra você.
Nik123: Isso é porque você é doce. Não está na sua
natureza.

18
TheTomicBomb – ABombaTomic
TheTomicBomb: Doce?! Eu sou durona!!! Uma vez fui a
um museu e nem sequer fiz uma doação voluntária!
Eu caio na gargalhada. Esta menina é uma pateta total.
Eu gosto disso.
Nik123: Oh inferno, isto que é ser uma cadela.
TheTomicBomb: Está livre para almoçar amanhã?!
Eu dou uma olhada rápida na minha agenda.
Nik123: Desculpe Tina, amanhã não é um dia bom.
Tenho uma reunião com um potencial patrocinador. Que tal
depois de amanhã?
TheTomicBomb: Ótimo. Vou marcar. Que tipo de
patrocinador?
Nik123: Eu me encontro com empresas que querem usar
o nome do The White Rabbit. Eles me dão dinheiro para
gastar no clube. Coloco seus nomes nos cartazes e eventos, e
adiciono seus links ao nosso site.
TheTomicBomb: Uau! Pensei que você estava indo
muito bem, você precisa de dinheiro??!
Nik123: Eu gosto de gastar o dinheiro dos outros, em vez
do meu. Dessa forma eu posso obter mais benefícios.
TheTomicBomb: *Cara de Reflexão19* Isso é verdade.
Quão grande é o patrocinador?
Nik123: Extremamente grande. Isso vai significar um
monte de dinheiro para nós.

19
Thinking Face – como eles estão conversando por chat ela sinaliza que está refletindo.
TheTomicBomb: Legal! Espero que você consiga. Tenho
que ir, te verei no almoço depois de amanhã.
Nik123: Ótimo. Só quero lhe avisar, eu sou um grande fã
de sushi.
TheTomicBomb: Eu também! Soa como um plano.
TheTomicBomb foi desconectado.

Eu não sei o que aconteceu, mas estou sorrindo como


um tolo.
Deveria ter-lhe cortado de imediato.

***
Passei a noite de ontem arrumando a maioria das coisas
da Nat no segundo quarto.
Estou muito animada!
Na próxima semana ela estará aqui e estarei vivendo, e
trabalhando com a minha melhor amiga do mundo!
Enviei uma mensagem para dizer como estava seu
quarto.
Eu: Ei querida, o seu quarto está quase terminado. Você
logo estará aqui! Uhul!
Nat: supercalifragilisticoespialidoso20! Totalmente
incrível! Eu fui até o seu pai e eu obtive sua chave reserva.
Eu: Ótimo. Como ele está?
20
Supercalifragilisticoespialidoso – Canção do filme de Mary Poppins (1964). Fala de como se pode
milagrosamente ter sucesso em situações difíceis, e até mesmo mudar suas próprias vidas.
Nat: Você conhece seu pai, sempre trabalhando em algo.
Ele fez uma nova mesa de café na semana passada!
Esta é uma boa notícia. Meu pai é um carpinteiro e se
fascina com qualquer coisa de madeira. A maioria das minhas
memórias de infância, o incluem fazendo algo de madeira.
Quando minha mãe morreu, ele parou de trabalhar e tornou-se
um recluso. Infelizmente, eu não era de muita ajuda para ele
porque estava de luto pela perda da minha doce Mia. Nós
consolamos uns aos outros da melhor maneira possível, mas
viver na Califórnia tornou-se muito difícil para mim, então me
mudei para Nova Iorque. Eu acho que para sair daquela fase.
Nós nos chamamos várias vezes por semana para conversar e
Nat o visita algumas vezes para comprovar que ele está bem.
Eu: Fantástico. Como ela se parece?
Nat: Você me diz. Foi no caminhão de mudanças!
Oh, uau!
Eu: Eu pensei que a mesa era sua! Eu a coloquei em seu
quarto!
Nat: Não, ela é sua babe. Você tem uma nova mesa de
café! Eu tenho que voar, vejo você em breve. Eu te amo,
beijos.
Eu: Eu te amo mais, beijos.
Isto é incrível, porque eu nem sequer tinha uma mesa de
café. Entro no quarto de Nat e olho mais de perto meu
presente.
É bonita. É da altura do meu joelho com um acabamento
marrom caramelo. O padrão esculpido à mão em torno dos
lados é de rosas, caules e folhas. Eles serpenteiam em torno
das hastes; é tão realista que inclusive tem entalhado os
espinhos nele. Eu amo isso.
Meus olhos estão marejados e minha garganta aperta
com emoção, porque eu sei esta mesa é mais do que um
presente. É uma mensagem do meu pai. A mensagem é para
não se preocupar com ele, porque ele está bem.
Uma sensação de alívio me inunda, enquanto amor me
aquece.
Limpo meus olhos, minha garganta e pego o meu
telefone para ligar para meu pai.

***
— Toc, Toc!
Eu levanto minha cabeça da minha agenda para ver uma
sorridente Tina de pé na porta do meu escritório. Ela está
segurando um recipiente grande branco.
Sorrio e perguntou: — Ei, o que você está fazendo aqui? -
Olho no meu relógio, são 11h da manhã. Ainda tenho algum
tempo antes da minha reunião.
— Estava aqui perto! — Ela parece um pouco
envergonhada enquanto continua, — Bem, eu sei que você
disse que tem uma reunião importante, então eu trouxe algo
para adoçar o negócio para eles.
Meus olhos se ampliam. E pergunto: — Ah sim? O que
você tem aí?
Ela caminha até a minha mesa e abre o recipiente. Há
mais de doze deliciosos cupcakes de chocolate. Metade tem
glacê chocolate e metade tem glacê marrom claro. O cheiro
me golpeia.
Pow! Em toda minha boca!
Eu posso sentir o cheiro da manteiga de amendoim. Eu
estou salivando. — Tem uma cara tão boa.
Múltiplos passos se dirigem para o escritório. Max e
Ghost aparecem. É como se eles pudessem sentir o cheiro da
comida desde a rua.
Max sorri: — Hey Tina, o que está rolando, baby?
Ah, Max, você é um cabeça oca.
Ghost levanta seu queixo para Tina.
Ela enrubesce quando explica: — Bem, eu fiz alguns
cupcakes para reunião com o patrocinador. Eu sei que é
importante e esses bebês podem ser muito persuasivos. - Se volta
para Ghost e diz: — Eu não quero me fazer elogios, mas estes
cupcakes, - Seus olhos se estreitam e ela olha à esquerda e
depois à direita, como se estivesse negociando com
informações confidenciais, termina em um sussurro: — São uma
bomba.
Seu telefone toca e "Thrift Shop21" do Macklemore
explode do pequeno dispositivo. Ela se endireita e grita: — Oh
merda, tenho que ir agora! - Ela se vira para mim e diz: —
Olha, eu sei que você disse que você não pode almoçar
comigo hoje, mas você ainda tem que comer então eu vou
pegar algo e trago pra você.
Esta menina é de verdade?
— Ah... — Estou sem palavras, atordoado
Ela ergue as sobrancelhas e pergunta: — Então que horas
termina tua reunião?
Eu respondo: — Ao redor da uma hora, ainda
atordoado, sem palavras.
Ela dá um grande sorriso. — Excelente. Vou pegar um
sanduíche de peru.
Eu ia comprar um sanduíche de peru para o almoço. Isto
é muito estranho.
Tina se volta para Max e Ghost e pergunta: — Vocês
querem um sanduíche para o almoço?
O rosto chocado de Max amolece. Ele diz baixinho: —
Nah, baby, isso não é necessário. Ghost nega com a cabeça.
Max sorri continuando: — Mas eu quero um desses cupcakes.

Thrift Shop https://www.youtube.com/watch?v=QK8mJJJvaes


21
Tina sorri para ele. — O que você está esperando? Mas
deixe algum para o patrocinador. — Ela gira para mim e diz:
— Sério, convença os patrocinadores a prová-los.
Eu ainda estou em choque e só concordo.
Assim que ela caminha até a porta, Ghost pega um
cupcake com glacê marrom claro. Tina se vira, e corre de volta
para nós. Como um jogador de tênis drogado, ela golpeia o
cupcake das mãos do Ghost, com força.
Ploft!
Bate na parede e, surpreendentemente, não cai; ele fica
onde está como uma decoração de parede.
Seu peito se agitada pelo esforço enquanto grita:
— Holy Cannoli22! — Ela olha para Ghost e diz: —
Esqueci de avisá-los para não comer estes se vocês são
alérgicos a amendoim!
Ghost pega outro cupcake de chocolate com manteiga de
amendoim, tira a embalagem e coloca a coisa toda em sua
boca. Seus olhos se fecham de felicidade. Mastiga lentamente
e sua cabeça cai para trás. Ele está balançando a cabeça
ligeiramente, olha para Tina e murmura: — Não é ruim.
Embora eu, pessoalmente, gosto mais crocante.
Ah, Ghost. Sempre o imbecil.
Max desembrulha um cupcake de glacê chocolate, dá
uma mordida e geme. Dando três passos em direção a ela,

22
Holy Cannoli – Puta Merda
Max envolve seus braços em volta de seus ombros e levanta
Tina, ele a mantém assim por alguns segundos antes que de
baixá-la de volta em seus pés. Então fala com a boca cheia e
suas palavras são confusas: — Oh meu deus, querida, este é o
melhor que já comi.
Tina olha para Max mostrando um sorriso enorme. Ela
cora e diz em voz baixa: — Bem, obrigado caras. Não se
esqueça de salvar alguma coisa para o patrocinador.
Ela olha para mim e diz: — Eu vou lhe trazer o almoço
as 13h.
Ela está fechando a porta do escritório atrás dela, quando
o cupcake na parede cai no chão com um Plof.
Max começa a rir. Ghost se une. Eu não posso deixar de
rir também.
Essa menina é um furacão.

***
12h40.
É melhor começar a me mexer se quero almoçar em tempo.
A lanchonete que esta na rua abaixo vende os mais
deliciosos e frescos sanduíches do mundo. Eles cortam a carne
bem na sua frente e seu peru é sempre úmido.
Nik não disse não para peru, então eu acho que ele gosta.
Ele parecia um pouco surpreso quando eu ofereci o cupcake.
Parecia ainda mais surpreso quando eu me ofereci para lhe
trazer o almoço, mas imagino se nós vamos ser amigos, eu sou
a única que vai ter que fazer o esforço inicial. Uma vez que
estejamos em um estágio mais confortável, tenho certeza que
ele vai se abrir mais, mas desde já me fascina. Eu não consigo
ficar longe. Eu quero saber mais sobre ele.
Max e Trick gostam de mim. Eu sei disso porque eles
não fazem nenhum esforço para ocultar e eu gosto deles
também.
Ghost, por outro lado, odeia minhas malditas entranhas.
Eu não tenho certeza do porquê, mas eu posso dizer que ele
não confia em mim.
Silvio está trabalhando no balcão da lanchonete, como
sempre. Ele é um italiano animado muito barulhento.
Ligeiramente calvo, faz o que um homem de bem faz e raspa
curto em vez de pentear sobre ele.
Silvio gosta de mim porque como ele sempre me diz para
tomar um cookie com meu pedido e para o seu prazer quase
sempre faço.
Silvio está sorridente com sua saudação padrão
— Buongiorno Principessa23! O que vai querer hoje? — O
sotaque do Silvio ainda é muito forte.
— Olá Silvio, você está bem hoje! Eu preciso de dois do
habitual.

23
Buongiorno Principessa – Bom dia princesa.
Ele levanta as sobrancelhas para mim, me dá um grande
sorriso e aplaude forte. Ele responde: — Oh, muito bem. Eu
amo que mangia24! Leva os biscoitos também.
Isto não foi uma pergunta. Eu rio de suas palhaçadas.
— É melhor fazer que sejam dois cookies. Hoje eu estou
indo para o almoço com um amigo.
A compreensão aparece em seu rosto e aumenta os
dramáticos movimentos com sua mão.
— Ahh, isso é bom. Os amigos fazem rir quando mangia
juntos!
Eu mordo meu lábio para parar minha risada; após
conhecer Silvio por dois anos seu sotaque poderia
possivelmente ter piorado.
Com dois sanduíches e biscoitos na minha mão, eu digo
adeus a Silvio e me aproximo do The White Rabbit.
A porta do escritório está fechada. Olho o relógio da sala
13:05h.
Eu estou fazendo malabarismos com a comida, mas por
sorte a maçaneta da porta é uma alavanca, não circular. Eu
equilibro a comida na minha perna para cima, uso meus
quadris para baixar alavanca, ouço o trinco abrir, e caminho
de volta através da porta.
Digo: — Whoa! Isso não era tão fácil como parecia.
Aqui está o seu sanduíche, senhor.

24
Mangia - Comer
Eu me viro e vejo Nik em sua mesa, seus olhos muito
abertos. Há também uma mulher muito bonita sentada na
frente dele.
Aaaah!
Felizmente, a mulher bonita mostra um sorriso fácil.
Ela se levanta e oferece amavelmente: — Deixe-me
ajudá-la.
Ela leva os sanduíches e biscoitos das minhas mãos e os
coloca na borda da mesa.
— Oh, muito obrigado. Desculpe incomodá-lo. Eu
pensei que a reunião tinha terminado.
Atiro um sorriso de desculpas ao Nik.
— Tudo bem, - Ela diz, — já estávamos terminando e
estava a ponto de perguntar ao Nik de onde ele tirou estes
deliciosos cupcakes.
Nik limpa a garganta e se aproxima de mim. Ele fica tão
perto de mim que meu ombro está na curva de seu braço. Ele
explica: — Bem, na verdade, Tina fez estes.
Eu olho mais de perto a mulher bonita e eu percebo que
eu já a vi antes. — Espere um segundo. Eu acho que já vi você
em minha loja. Você me pediu ajuda e eu recomendei a
camisa amarela porque era incrível com seus sapatos pretos.
A mulher está sorrindo e com os seus olhos arregalados.
Ela responde com uma surpresa e divertida voz. — Oh, meu
Deus! Isso foi há muito tempo. Eu não achava que você iria
me reconhecer. Amo esta camisa! - Ela ri. — Eu sou Vanessa.
Estou muito feliz de vê-la novamente. Aproximo e aperto
sua mão.
— É tão bom te conhecer, Vanessa. Eu sou Tina. Se você
precisar de ajuda com algumas roupas, venha me ver
novamente. E, a propósito, se você tiver gostado dos meus
cupcakes tenho a receita no meu computador do trabalho, se
me der seu cartão posso enviar por e-mail.
Vanessa sorri.
— Realmente? Eu adoraria. - Ela busca em sua bolsa à
procura de um cartão de negócios e me entrega. — Meu
marido adora chocolate e eu nunca provei nada como estes
antes.
Olho para Nik e nem sequer notei que moveu seu braço
ao redor dos meus ombros. Ele me olha, seu olhar travesso.
Gahhh... Olhe para esses belos olhos!
Lanço um olhar convencido que diz que você viu! Eu te
disse! Logo pego uma grande mordida do meu biscoito.
Admito esqueci que Vanessa estava lá até que ela diz: —
Se você não se importa que eu diga, vocês formam um grande
casal.
O braço de Nik aperta em torno de mim e responde: —
Definitivamente nós pensamos assim.
O. Que. Demônios?
— Certo, querida? - Em seguida, ele se inclina e beija a
minha testa.
Eu tenho a minha boca cheia de biscoitos, mas eu
consigo um “Mmmpff” e um pequeno aceno de cabeça.
Vanessa diz adeus para nós pede licença e se vai. Eu me
viro para Nik. Ele esta olhando pra mim quando diz: — Eu
não posso acreditar que os cupcakes funcionaram.
— Como um encanto, toda vez. - Eu confesso. Então eu
olho de soslaio para ele. — O que era a coisa toda sobre o
casal, senhor?
Ele tem a decência de parecer envergonhado.
— Lamento, mas eu vou fazer de tudo para obter este
cliente. E parecia que ela realmente gostava de você. Eu não
queria decepcioná-la.
Ponho meus olhos em branco para ele. — Bem, é melhor
eu voltar ao trabalho porque eu poderia ter mentido sobre ter a
receita no meu computador do trabalho. Felizmente para
você, eu sei de cor. - Meu rosto fica sério. — Eu realmente
espero que você consiga, Nik.
Seu rosto se suaviza. — Obrigado pelos cupcakes, e pelos
sanduiches. Sushi amanhã?
Concordo e sigo para porta.
Tenho que enviar uma receita por e-mail.
Capítulo Cinco
Sozinha em Nova Iorque

O dia de inventário é o pior dia do mês. Tenho Lola e


Mimi em dias de inventário, porque como uma criança
sofrendo de foto-sensibilidade, hoje eu não verei a luz do dia.
Chame-me de Smeagol.
O local não está cheio, então Mimi endireita algumas
roupas, Lola recebe telefonemas e responde os e-mails por
mim. Elas dividem os clientes.
Ouço a porta do depósito abrir e fechar. Eu não penso
em nada; simplesmente continuo com a minha tarefa
monótona.
Mãos se fecham sobre meus olhos e sinto uma respiração
no meu ouvido.
— Advinha quem é, cadela?
Eu conheço essa voz.
Salto pra cima e pra baixo e grito tão forte quanto
permitem meus pulmões. Deixo de gritar por um momento
para dar a volta. Ali sorrindo está minha melhor amiga
Natalie, cinco dias antes!
Salto em seus braços e nós duas gritamos com força
durante um minuto inteiro. Grito a todo pulmão: — Oh! Meu
Deus!
A porta se abre de golpe e Max explode dentro com uma
arma na mão.
Nat e eu começamos a gritar, mas por um motivo
diferente, ambas nos atiramos no chão e cobrimos nossa
cabeça.
— O que diabos esta acontecendo aqui? — Max grita,
com um olhar furioso.
Eu resmungo com voz rouca. — Por que você tem uma
arma, Max?
Ele olha ao redor da sala e assimila a cena diante dele.
Com o peito arfando ele abaixa a mão com a arma. Tenso, ele
diz: — Santa merda baby, isso me assustou até as tripas.
Respondo estridente: — Eu assustei você? Não estou
segurando uma arma!
Ele guarda a arma na cintura e estende a mão para mim e
Nat. Tomamos suas mãos e levanta a nós duas. Ele coloca os
braços em torno de nossos ombros e diz:
— Eu estava no café e te ouvi gritar como uma doida
varrida. Eu pensei que alguém estava machucando você.
Deixei cair meu maldito café por todo o chão do Winnie e
corri como um diabo até aqui. É por isso que eu tinha tirado a
minha arma.
Meu rosto suaviza. — Isso não explica o porquê da
arma, mas eu estou feliz que você estava pronto para me
ajudar, querido.
Max sorri com covinhas e tudo. — Quem me faria
cupcakes então?
Nat sorri: — Ah, ela te conquistou com os cupcakes.
Max olha para ela. — Uau, você é realmente muito
bonita! Eu sou Max.
Nat corrige: — Na verdade, eu não sou ‘Muito Bonita’.
Eu sou Natalie. E me mudei da Califórnia para estar mais
perto da minha melhor amiga e esta é as boas vindas que
recebo. - Ela ri. — Só em Nova York.
Max olha devidamente culpado e pede desculpas. —
Sinto muito, senhora. Isso não vai acontecer novamente.
Nat faz uma careta positivamente assustadora. — Tem
toda fodida razão, você não fará isso novamente. Se voltar a
me chamar de senhora te darei um soco na cara.
Max levanta os braços e recua. — Está bem! Está bem!
Não enlouqueça! Bem, agora que eu sei que as senhoras estão
sãs e salvas, eu vou seguir meu caminho.
Ele deixa a loja. Eu olho para Nat sorrio e dou de
ombros.
Só em Nova York.

***
Rindo tanto que estou agarrando minhas costelas, deixo
Max terminar sua história.
— E as duas se lançam ao chão como se eu fosse
fodidamente violento ou alguma outra merda assim. - Ele está
rindo tão duro quanto eu enquanto continua. — Então, veja
isso Nik, eu cometo o erro de chamar a sua amiga de ‘senhora’
e ela me ameaça com um soco na cara!
Ghost está lendo o jornal, mas está rindo também. O
rosto de Trick é de um vermelho brilhante e ele está ofegante,
ele pensa que isto é tão engraçado tanto quanto eu creio que é.
Ghost levanta o rosto e franze a testa. — O acontece com
as mulheres e os gritos?
Trik responde: — É sua versão de quando um cão fica
tão animado que faz xixi.
O rosto do Max fica sério quando nos diz: — Vocês
deveriam ver a sua amiga. Mmmmm, linda. Tina é
completamente adorável com um grande traseiro. Mimi é
sexy, mas assustadora como o inferno. Natalie é simplesmente
sexy. E havia outra mulher ali que era um pouco mais jovem,
mas igualmente linda. - Se volta para mim e sorri. — Estou
realmente contente que você decidiu ser amigo de Tina.

***
Com Nat aqui fiz o inventário em 2 horas. O trabalho
passa rápido quando você está conversando com uma velha
amiga.
Depois de um ano separadas ela ainda parece a mesma
para mim, exceto que seu cabelo está mais comprido e está
tingido de um tom de roxo profundo, alguns chamariam de
violeta. As pessoas sempre nos perguntam se somos irmãs; nós
temos o mesmo formato de olhos e eles são verdes. Exceto que
meus olhos têm uma borda escura ao redor deles e são mais
claros, os dela são de um tom de grama verde brilhante.
Eu já lhe disse tudo sobre The White Rabbit e os
meninos. Surpreende-me quando ela não me pergunta sobre
Max e sua arma, mas estou feliz porque eu honestamente não
sei como responder.
Pergunto se ela pode passar a vapor alguns artigos novos
e ela parece muito emocionada de ser colocada para trabalhar.
Depois de mostrar como usar um vaporizador profissional e
alertar sobre queimaduras de vapor (as quais tive muitas), eu a
deixo.
A caixa de entrada vermelha do computador pisca.
Encontro um e-mail não lido.
É da Vanessa.
_____
Para: valentinatomic@safira.net
De: vanessagraves@nt3advertising.com
Assunto: Re: Receita Cupcake
Obrigado, mal posso esperar para fazer estes para meu
marido! Quem já ouviu falar de maionese em bolos? Mas
qualquer coisa que funcione, certo?
Atenciosamente,
Vanessa Graves
PS: Diga ao seu namorado que ele tem um novo
patrocinador. Fazendo os contratos no momento. Eles
devem estar ai na segunda-feira.
Holy Cannoli! Uhul!
Após o encontro acidental de ontem com a Vanessa, eu
voltei até a loja e escrevi a receita para lhe enviar por e-mail.
Estava a ponto de lhe enviar quando li de qual era a empresa
dela. NT3 é uma respeitável empresa de publicidade em Nova
York. Então, agora entendo por que isso era tão importante
para Nik. Se ele conseguisse tê-los como patrocinadores,
abriria as portas para um lote de outros patrocinadores. NT3
tem mais de dez empresas subalternas.
Estou tão feliz por ele neste momento que poderia até
dançar!
Em vez disso, mando um e-mail para ele e espero uma
resposta.
Meu entusiasmo vai murchando quando não recebo
nenhuma resposta após dez minutos. Volto ao trabalho.
Rawr Raaawr...
Justo quando estou pronta para fulminar a maldita
campainha sou puxada para trás contra algo duro.
Levanto a vista e ali está Nik. Abraçando-me por trás.
Ele é tão alto e lindo e me sinto segura em seus braços
musculosos.
Isso me incomoda.
Eu tento levá-lo na brincadeira. — Hey grande homem!
Vejo que os parabéns estão em ordem.
Ele pega a minha mão e me vira para encará-lo. Toma
meu rosto em suas grandes mãos.
— Eles iam me rejeitar. Você, - Ele me lança um sorriso
agradecido e sussurra. — Você é o motivo porque consegui
isto. Isto é tudo sobre você. - Seu rosto fica sério. — Obrigado
querida, você não tem ideia do quanto necessitava disto.
Envolvendo seus braços em volta dos meus ombros, me
levanta e balança de um lado para o outro. Minhas pernas
balançam a partir da esquerda para direita e eu não posso
mover meus braços.
Tenho certeza, quem vê pensa que eu sou sua boneca.
Quando ele termina me põe de volta nos meus pés e
coloca as mãos sobre os meus ombros. E ordena: — Você vai
fechar por uma hora. Você e suas meninas vêm para The
White Rabbit para o almoço.
Não é um pedido.
Fecho meu rosto e começo a negar: — Eu realmente não
deveria.
Seu rosto fica sério e diz com firmeza: — Eu não vou
aceitar um não como resposta.
Muito bem, então.
Ele tenta me convencer. — Vamos lá. É apenas uma
hora. Temos que comemorar! - Ele termina assentindo.
Esta é a primeira vez que ele vem à minha loja e correu
tudo muito bem até agora. Eu olho em volta para ver Mimi
sorrindo, Natalie pisca, e Lola, com os olhos arregalados.
Disparo a todas um olhar indagador. Mimi e Nat acenam
vigorosamente, Lola é a única encarando Nik.
Oh, Lola. Eu sei como você se sente.
Encolho os ombros e coloco minha melhor voz
entediada. — Bem, suponho que uma hora não vá doer.
Nik dá um enorme sorriso e, uau, eu nunca o vi sorrir
assim antes. Só tinha visto o seu sorriso irritante. Mas isso...
Isso sim é um sorriso. É uma obra-prima. Uma obra de arte.
É um parecido com o do Max. Tem uma covinha que é
totalmente deliciosa. E os dentes são retos e brancos, e eu
quero lambê-lo.
Mas seu sorriso transforma seu rosto inteiro. Leva para
longe qualquer dureza que você já viu em seu rosto; agora,
sempre que vê-lo me lembrarei deste belo sorriso. Eu sinto
pena de quem nunca viu isto.
Ele se vira para Mimi e pergunta: — Você pode fechar?
Ela balança a cabeça e vai para sala dos funcionários.
Com as chaves na mão, ela nos arrasta para fora da porta e a
fecha.
Nik pega a minha mão, a coloca na dobra do seu
cotovelo e atravessamos a rua, com as meninas no reboque.
Chegamos ao que Nik chama de sala de "relaxamento" e
há, pelo menos, outras dez pessoas lá.
Max é o primeiro a nos ver. Ele corre em nossa direção e
me levanta, abraçando com força.
O que diabos se passa com esses caras me levantando?
Max grita: — Oh, boneca, você é um banquete para os
olhos! - Ele olha para minhas meninas e pergunta. — Já
provaram os cupcakes desta menina? - Todas concordam e ele
continua. — Deveria ganhar prêmios ou alguma merda assim!
Do outro lado da sala, uma mulher grita com Max: —
Cuidado com a boca, meu jovem. Você não está velho demais
para eu bater em você, niño travieso25!
Ela tem um leve sotaque. Ela também é linda. Eu
imagino que está em meados dos cinquenta anos, com cabelos
grisalhos, o tom de pele cor de oliva, e olhos castanhos
escuros.
Nik me aproxima dela. E me apresenta.
— Mãe, esta é Tina. — Ele tem orgulho de me
apresentar, e eu derreto um pouco.
Ela me olha com curiosidade.
— Então, esta é sua nova amiga? - Ela diz amiga de
forma zombeteira. Eu não sei o que eu fazer com isto.
Eu limpo minha garganta e respondo: — É um prazer
conhecê-la...
Ela pega a minha mão na dela e se apresenta com voz
amável.
— Cecilia. Mas vocês meninas, podem me chamar
mamãe. - Ela pisca para mim, em seguida, vai se apresentar às
minhas amigas.
Trick vem com três meninas. Todos estão sorrindo
quando Trick as apresenta.
— Tina, essas são as irmãs de Max e Nik. Leticia, Maria
e Elizabeth. Leticia parece ser a mais velha. Mas não é tão

25
Niño Travieso – menino travesso.
maior quanto Max ou Nik, mas é a irmã mais velha. Ela se
parece muito com sua mãe. Assim como Maria. Ela diz: —
Por favor, me chame Leti.
Pego sua mão e a cumprimento. Digo com uma voz
cheia de admiração: — Uau, você é tão bonita. Você deve ter
bons genes.
Maria pega a minha mão a seguir. — Vamos dizer que
um pouco, mas é difícil de ver em si mesmo.
Ela é modesta e doce. Parece da minha idade.
Isabel é a mais jovem. E eu quero dizer jovem. Talvez
dezoito anos. Nik deve ser, pelo menos, doze anos mais velho
que ela. Parece um pouco com suas irmãs, mas compartilha a
mesma cor de olhos do Nik e Max. Ela pega delicadamente
minha mão e me dá um sorriso tímido.
— Chame-me de Isa.
Leti me pergunta sobre a Safira. Digo-lhes que eu sou a
gerente e quais marcas temos em estoque neste momento.
Também as convido para que venham conhecer a loja em
algum momento.
Todas escutam atentamente e elas parecem realmente
interessadas. Eu gosto delas instantaneamente.
Ghost aparece na entrada trazendo bandejas de sushi.
Oh querido Senhor, estou no céu do sushi
Eu amo sushi loucamente! Eu não gosto de pedaços de
peixe cru, mas me dê Teriyaki26 e Frango Satay27 qualquer dia.
Oh, e rolos de atum picante. E rolinhos primavera. E talvez
feijão edamame28.
Ok, então eu amo um monte de produtos da culinária
Japonesa.
Nik vem e me pega observando as travessas com olhos
muito abertos. Ele sorri, e eu recebo a covinha novamente.
— Prometi sushi, certo? - Concordo. — Então vá comer
querida.
Me dá um pequeno empurrão para frente.
Olhando ao redor da sala, eu vejo todos conversando e
rindo. Cecilia e Trick em um canto. Nat, Max e Lola no sofá,
Ghost está sentado no braço do sofá escutando. Mimi está
conversando com as irmãs de Nik. Todo mundo parece estar
tendo um bom tempo e eu estou feliz de ter vindo.
Parecia importante para Nik.
Eu caminho para mesa agora que as travessas estão
abertas, quando uma voz me sobressalta.
— Papai?
Essa voz pequena e doce faz meu coração se apertar.

26
Teriayaki – é um modo de cozinhar onde a carne ou peixe são marinados em soja e saquê. Depois são
grelhados na brasa.
27
Satay – molho a base de soja, amendoim e leite de coco.
28
Feijão edamame – é um preparado com grãos de soja ainda dentro da vagem. As vagens são fervidas
com condimentos e servidas inteiras.
Olho para cima para ver uma menina em uma cadeira de
rodas bloqueando a porta. Reconheço-a foto do escritório de
Nik.
Ela tem cerca de nove ou dez anos e tem a pele pálida
(como a minha) e cabelos ruivos na altura dos ombros. Seus
olhos são da mesma cor dos de Nik. O dente faltando na foto
quase está completamente crescido. Este anjo tem que ser a
filha de Nik.
Estou um pouco surpresa quando Max vai para garota e
ajoelha-se ao lado de sua cadeira.
— O que foi, baby?
Ela segura um console de jogos portátil e franze a testa.
— Eu não consigo fazer meu jogo funcionar. - Ele pega
o jogo dela, beija suas mãozinhas.
— Hmm, deixe-me ver o que posso fazer.
A menina rola sua cadeira na sala para Nik e eu. Levanta
os olhos para ele e o interroga: — Ei, tio Nik, esta é sua
namorada?
Ele se ngasga com uma risada.
— Não Cricket29. Essa é minha amiga Tina. Tina, esta é
a minha sobrinha Ceecee30. Seu nome é em homenagem à
minha mãe, mas assim é mais fácil para nós.
Sorrio e tomo sua pequena mão na minha. —Prazer em
conhecê-la, Ceecee.
29
Cricket - Grilo
30
Ceecee – apelido para Cecília
Ceecee sorri de volta. De repente, franze a testa. — Estou
com fome.
Eu me ajoelho ao lado dela e pergunto: — Você quer que
eu te prepare um prato, querida?
Ela concorda e me segue até a mesa.
— O que você gostaria?
Seu rosto se enruga de desgosto quando vê o sashimi. —
Eu não quero peixe.
Uma bolha de riso fica presa na minha garganta. — Está
bem. Eu não gosto de peixe cru também.
Eu observo as bandejas. — Há frango, ovo e pepino. O
que você quer?
Seu rosto se ilumina. — Um de cada, por favor.
Coloco um pouco de sushi em um prato e deixo em seu
colo. Noto que suas pernas não são musculares; na verdade
elas são muito pequenas para o seu corpo. Suponho que seja
paraplégica.
Max retorna para sala e caminha em direção a nós. Olha
para o prato em seu colo e seus olhos se arregalam.
— Você se serviu sozinha, baby?
Com a boca cheia de sushi, ela responde: — Não. Tina
pegou para mim. Você não acha Tina linda, pai?
Max e eu olhamos um para o outro e rimos. Ele
concorda. — Sim bebê. Eu acho que é ela muito bonita.
Ceecee conjectura: — Eu acho que ela se parece com
uma princesa.
Max sorri e elogia: — Talvez ela seja uma princesa.
Seus olhos cheios de admiração se encontram com o de
Max. — Você acha que ela é uma princesa de verdade como
no meu livro?
Com um leve encolher de ombros, ele responde: — Eu
não sei querida. Por que você não lhe pergunta?
Ela volta seu rosto para mim e com uma voz
completamente séria. — Tina, você é uma princesa do meu
livro?
Oh, Deus... Ela é muito fofa.
Balançando a cabeça levemente, coloco seu cabelo atrás
da orelha.
— Não, querida. — Seus ombros caíram, então eu
continuei. — Mas algumas vezes quando eu me visto muito
bem eu me sinto como uma.
Seus olhos se arregalam. — Eu também. Podemos ser
princesas um dia?
Sem hesitar, eu respondo: — Absolutamente.
Isso é importante para ela por algum motivo. Ainda com
os olhos arregalados, ela olha para baixo e sussurra devagar:
— Legal.
Ela é tão pequena e doce. Eu quero abraçá-la. Então eu
faço.
Envolvo sua pequena figura em meus braços e a abraço.
Eu me inclino para baixo e sussurro em seu ouvido: — Não há
necessidade de ser uma princesa de verdade para se sentir
como uma. Eu vou te mostrar um dia.
Ela devolve brevemente meu abraço, pega o console de
jogos de Max e gira para fora da sala.
Viro-me para Max, agarro sua mão. — Eu a amo.
Max dá um tapinha na minha mão e sorri quando se
gaba: — Ela tem esse efeito nas pessoas.
— Você deve estar muito orgulhoso. - Digo. Minha voz
soa um pouco grossa.
Seu rosto fica sério, mas me responde suavemente:
— Eu estou, boneca. Realmente estou.

***
Tina segura a mão do Max e eu sinto uma onda de
emoção apertar meu peito.
Max tem passado por muita coisa nos últimos nove anos.
Ele estava apaixonado por uma boa mulher. Nós não vemos
Maddy mais. Na verdade, não a vemos desde que Ceecee
tinha um ano e meio.
Ceecee nasceu uma garota extremamente saudável. Não
foi planejada, mas Max amava tanto Maddy que teria feito
qualquer coisa para fazê-la feliz. Eventualmente, os dois
caíram de amor com a ideia de um bebê. Max tinha vinte e
quatro e se empertigou como um pavão quando Maddy
acabou grávida. Ele gostou da ideia de ser pai.
Quando Maddy trouxe Ceecee para casa do hospital, de
pronto foi diagnosticada com depressão pós-parto. Ela não
criou laços com Ceecee e às vezes a deixava no berço por
horas sem a alimentar ou trocar uma fralda.
Mamãe se envolveu e se mudaram para casa da família.
Minha mãe deu um ultimato a Maddy. Ou ia para terapia ou
mamãe chamaria o serviço social. Sim, mamãe tirou a
artilharia pesada.
Meses se passaram e Maddy estava melhorando. Ela
estava fazendo mais que um esforço, brincava com Ceecee, lhe
dava banho e a colocava para dormir. Mamãe não se
aguentava de felicidade.
Ceecee tinha quatorze meses de idade quando o acidente
aconteceu.
Mamãe já estava confiante o suficiente para deixar
Maddy com Ceecee, então as deixou em casa para ir ao
supermercado por uma hora. O que ela encontrou quando
voltou nos mudou para sempre.
Ceecee estava chorando tanto no chão da cozinha que
seu rosto tinha ficado azul. Maddy estava encolhida em um
canto com suas mãos puxando seus cabelos. Mamãe chamou
uma ambulância e o operador disse para não tocar em Ceecee.
Mamãe estava chorando histericamente depois que chegou
mais perto para verificar Ceecee. Não havia sangue, mas seu
pequeno corpo estava torcido em um ângulo estranho.
Descobriu-se que Maddy estava preparando o almoço
para Ceecee e a colocou sobre o balcão. Maddy virou-se para
geladeira por um segundo.
Ceecee caiu do balcão e rompeu a coluna quando se
chocou contra um banco em sua queda.
Você pode imaginar a dor que esta menina sentiu?
Não falamos sobre Maddy. Ceecee tem perguntado
muito por ela. Sabe o nome de sua mãe e que seu pai não
gosta de falar sobre ela. Isso é tudo.
Max se recusa a falar sobre Maddy, mas há um ano veio
me pedir o nome de um bom investigador privado. Ele queria
descobrir onde ela estava. Descobrimos que Maddy havia se
entregado a polícia antes de ser ingressada em uma instalação
de reabilitação. Ela nunca foi acusada de negligência ou de
pôr em perigo uma criança porque os tribunais descobriram
que ela estava mentalmente doente. Maddy vive no Arizona
com o marido e dois filhos, ambos meninos. Quando Max
ouviu a última parte das informações, ele ficou louco. Ele foi
um desastre por muito tempo depois de que Maddy se foi.
Maddy nunca foi responsabilizada pelo que aconteceu
com Ceecee. Por tudo que sabemos, realmente foi um acidente
horrível. E com o qual vai viver pelo resto de sua vida. Sei que
ela deixou Max devido à culpa.
Quem não iria se culpar? Afinal, ela quase matou a sua
filha.
Amo a Ceecee como se fosse minha. Eu faria qualquer
coisa para manter minha Cricket feliz.
Algo puxa minha lapela. Tina está de pé na minha frente
me observando com um olhar inquieto. Está tão perto que
nossos pés estão quase colidindo e seu rosto está em meu
peito. Um pequeno movimento e estaríamos nos beijando.
Que demônios?
Eu começo: — Ahh...
Ela sorri tristemente. — Quando alguém tem essa
expressão que você tem, geralmente precisa de um abraço.
Ela coloca um braço ao redor da minha cintura, descansa
a cabeça no meu peito, com sua outra mão na minha nuca
acariciando meu cabelo. Nós ficamos assim por quase um
minuto e sinto meu corpo relaxar. Aperta minha cintura,
levanta sua cabeça e pergunta: — Melhor?
Minha testa se franze e olho para além do seu ombro,
pensando. Estou me sentindo melhor.
Concordo brevemente. Ela sorri me solta e caminha de
volta para Max.
Foi provavelmente o melhor abraço de quarenta segundos que
jamais tive.
Capítulo Seis
The White Rabbit

— Então o que está acontecendo entre vocês dois?


Viro para olhar Nat e protesto: — Somos apenas amigos.
Ela está cética.
— Certamente, não parecia que o abraço que você lhe
deu esta tarde foi entre amigos.
Eu zombo. — Oh, vamos lá, diga-me que não parecia
que ele precisava de um abraço?
— Eu não saberia, pois não estive observando Nik
durante todo o dia. Não como alguém que eu conheço.
Trato de mudar de assunto. — Passe-me o cobertor,
querida.
Ela tira a manta de seus pés e a coloca sobre nós.
Estamos em meu incrível e macio sofá de cor creme
assistindo algum concurso de canto na televisão.
Depois que eu dei ao Nik o abraço que ele tão
terrivelmente necessitava, comecei a me sentir desconfortável.
Isso aconteceu porque cada olho da sala estava nos
observando como os falcões que eles são. Max, Trick, Mimi e
Cecilia, não podiam esconder a sua felicidade. Os rostos de
Lola, Nat e das irmãs apenas contiveram o choque. E Ghost
estava abertamente me olhando de cara feia. Não muito
depois inventei algumas desculpas paras meninas e eu sairmos
apressadamente.
Eu trabalhei pelo resto da tarde e no caminho de casa,
perguntei a Nat se nós poderíamos obter comida chinesa para
o jantar. Ela concordou.
Agora, aqui estamos nós, no meu sofá, olhando um
programa ruim na TV e comendo comida chinesa diretamente
da embalagem.
Ah, isso que é vida.
Eu não poderia pedir uma melhor maneira de passar o
fim de semana. Eu amo que Nat está aqui para ficar. Sinto-me
segura sabendo que ela está por perto.
Nat diz: — Tudo o que eu estou dizendo é que o único
cara que eu tinha visto você abraçar assim foi o Idiota.
Naturalmente, ela está se referindo a Jace.
Bear decide que é hora de encontrar um lugar mais
desconfortável para dormir e pula no sofá para se meter sobre
meus pés. Eu lhe dou uns tapinhas em sua pequena cabeça
peluda e ele ronrona alto.
— Eu não sei o que lhe dizer, baby. Eu só tive alguns
amigos do sexo masculino e só os conheci por um curto
período de tempo antes de me mudar para Nova York. Então,
eu acho que tenho pouca experiência no que é ou não é
adequado com um amigo do sexo masculino. Simplesmente
estou tratando ele como trataria você, Meems, e Lola. -
Termino encolhendo meus ombros.
Tomando sua comida com seus pauzinhos, ela me lança
um olhar de perfil.
— É só que eu não quero que você se machuque. - Ela dá
uns tapinhas em meus pés cobertos. — Você é uma alma
sensível, minha querida. Eu te amo mais do que tudo. Eu só
estou cuidando de você.
Sob o cobertor, eu empurro seu pé com o meu.
— Eu sei boba. - Franzo a testa e a olho diretamente —
Há algo sobre ele, certo?
Ela revira os olhos. — Uh, sim! É chamado de
magnetismo animal e ele tem de sobra. Também é sexy e o
que é aquela tatuagem em seu pescoço... tão quente! E
também estou me referindo à cicatriz em sua sobrancelha... e
ao irmão.
Eu rio em voz alta. — Espere um segundo. Eu pensei que
peguei você olhando Ghost esta tarde e agora você gosta do
Max?
Fazendo uma cara pensativa. — Eu não sei o que pensar
sobre Ghost. Ele me assusta. É muito intenso sabe? Creio que
se estivesse procurando por diversão iria com Max, ele é fácil
de levar.
Eu levanto uma sobrancelha para ela. — Max entrou de
repente na nossa primeira reunião depois de um ano separadas
com uma arma na mão. Se isto não é intenso, eu não sei o que
é.
Seu corpo treme com uma risada silenciosa. — Isso foi
fodidamente impressionante.
Nós olhamos uma a outra e caímos na gargalhada.
Sim, foi bastante surpreendente.

***
Nat e eu chegamos ao trabalho com alguns minutos de
sobra. Eu a coloco para trabalhar imediatamente lhe enviando
a Winnie para apresentar a si mesma e conseguir nosso
combustível da manhã.
É sábado por isso vai ser um dia agitado para nós.
Graças a Deus por isso.
Eu tenho algum dinheiro. Mas é como Nik disse "Eu
prefiro gastar o dinheiro dos outros, desta maneira tenho mais
lucros”. Infelizmente para mim, eu não tenho muito dinheiro
para gastar com a loja. Quando Mia nasceu, meus pais me
falaram para colocá-la no meu seguro de vida, e assim o fiz.
Quando ela morreu, eu recebi uma quantidade substancial de
dinheiro e investi tudo na Safira. E quando mamãe morreu,
recebi uma herança decente. Coloquei este dinheiro em um
fundo de investimento e não posso tocá-lo por mais cinco
anos. Então, sim, eu tenho uma boa quantidade de dinheiro.
Mas nada que posso tocar.
Depois de pagar os salários das meninas, eu não fico com
uma enorme quantidade, por isso, quando temos um dia
ocupado de trabalho me faz estupidamente feliz.
Eu viajo duas vezes por ano para explorar potenciais
fornecedores. Isto não significa que eu não goste de meus
fornecedores atuais, significa apenas que eu gosto de aumentar
nossas opções de roupas e acessórios.
As meninas conseguem todas as roupas que compram na
Safira a preços de atacado. Então, basicamente, eu não recebo
um centavo de qualquer peça de vestuário que elas comprem.
Eu faço isso porque eu as amo e porque elas são tão boas
comigo.
Nat entra no estúdio trazendo dois lattes de caramelo e
coloca-os no balcão para mim, então vai dobrar novamente a
roupa que ficou bagunçada de ontem.
Rawr Raawr...
— Caramba baby, você tem que arrumar alguém para
consertar essa maldita coisa. - Max está de pé atrás do balcão,
segurando um pacote branco.
Suspiro alto e claro.
— Deus, eu sei! É horrível. Mas eu estou tão ocupada
que eu continuo esquecendo. - Olho fixamente o pacote;
entrecerro meus olhos e pergunto desconfiada: — O que você
tem aí?
Ele sorri presunçosamente.
— Bem, eu acho que você pode chamá-lo de presente.
No entanto, fui instruído a lhe dizer para abrir somente depois
que eu tiver ido.
Que diabos?
Estou atordoada. — Ah, okay?
Max ri. — Não é nada mau, boneca. Apenas o aceite e
diga obrigado.
Ainda atordoada, tomo o pacote de sua mão. —
Obrigado, Max.
Ele levanta as sobrancelhas, dá de ombros.
— Bem, tecnicamente, é do Nik the Dick31. - Ele pisca e
acrescenta, — mas eu vou aceitar qualquer agradecimento que
você queira dar.
Eu coro e bato no seu ombro com o pacote. — Seu
cachorro! Eu preciso trabalhar, xô... xô...
Ele se ajoelha diante de mim, pega minha mão e beija
dramaticamente. Replicando seriamente.
— É sempre um prazer, minha dama.
Dou risada enquanto ele sai, coloco o pacote no balcão e
olho para ele.
O que poderia ser?
Eu nunca fui boa em aceitar presentes. As meninas
geralmente me perseguem por semanas antes do meu
aniversário até que me rendo e lhes digo o que eu quero.
31
The Dick – o cretino, também tem conotação sexual (pau, pênis). Max faz um jogo de palavras ao
dizer Nick the Dick.
Estou olhando tão fixamente que eu não ouço Nat se
aproximando de mim.
Salto quando ela fala. — O que há na caixa?
Com os olhos arregalados respondo com um sussurro. —
Eu não tenho nem ideia e isso está me deixando louca.
Nat pega a caixa do balcão e arranca a tampa. Nós nos
curvamos um pouco mais perto quando ela abre.
Ali na caixa tem um envelope amarelo com o meu nome
nele. Nat abre o envelope e despeja o conteúdo na caixa agora
vazia.
Eu estou um pouco confusa no início. Tem quatro
cartões laminados em estojos transparentes e uma nota.
Alcanço a nota primeiro.

Pegue-os e usem. Eu não vou aceitar um não como resposta.


Nik.

Nat dá um vislumbre do cartão laminado e sussurra. —


Não brinca?
Eu olho para ela com os olhos arregalados e indago: —
O que é isto?
Em estado de choque, ela se deslumbra.
— Passes VIP para The White Rabbit. - Ela sorri
maliciosamente. — Vamos sair hoje à noite!
Estou curiosa sobre estes passes VIP, assim que ligo o
computador e vou para o site do The White Rabbit.
Não brinca?
Sussurro alto: — Não brinca?! - Estou tendo alucinações.
Nat olha para minha cara de surpresa e responde com os
olhos abertos.
— Não brinca o quê?!
Levanto um passe VIP e grito. — Estes bebês valem
centenas de dólares! E você só pode usar por uma noite. Dá
acesso à sala VIP, um reservado privado e bebidas ilimitadas.
Nat está empolgada, sorrindo e pulando para cima e para
baixo. Ela grita: — Não brinca?
— Não é uma piada.
Agora eu sei por que Nik instruiu o Max para me pedir
para não abri-lo até que ele tivesse partido. Ele sabia que eu
rejeitaria o seu presente. Após ler sua nota, não quero rejeitar
esses passes.
Eu acho que ele sente que me deve, mas vou lhe dizer na
próxima vez que o veja, ele não me deve absolutamente nada.
Amigos ajudam amigos.
Eu chamo Mimi e ela grita tão alto que meus ouvidos
latejam. Depois eu chamo Lola e ela fica atordoada por um
momento.
Todas concordam que esta noite iremos para o The
White Rabbit.
***
Todas as meninas se reúnem em meu apartamento para
se arrumarem. Meu apartamento é o maior de todas nós.
Passamos duas horas aperfeiçoando nossas roupas,
preparando nosso cabelo e maquiagem.
Nat foi designada para me maquiar. Ela aplicou uma
sombra esfumaçada e delineador preto nos meus olhos, brilho
labial claro e termina meu olho com cílios postiços e rímel.
Eu olho para mim mesma no espelho e apenas posso
reconhecer a pessoa que está me devolvendo o olhar.
Eu pareço bem.
Não, eu estou sexy. Não posso acreditar.
Eu olho em volta para minhas meninas. O cabelo de
Lola está alisado e solto e ela está usando um apertado vestido
tubo vermelho e saltos na cor preta e vermelha. O cabelo de
Mimi também está alisado e ela está usando calças largas
modernas, uma blusa turquesa caída no ombro e saltos pretos.
O cabelo de Nat está ligeiramente encaracolado, ela está
vestindo uma saia lápis preta, com uma camiseta sem mangas
negra carvão, dobrada dentro da saia, ankle boots32 pretas até
o tornozelo, e um cinto largo branco em torno de sua cintura.

32
Meu cabelo é dividido em um lado com suas ondas
naturais; estou usando um apertado vestido negro de manga
comprida que termina justo por cima de meus joelhos e saltos
de camurça roxo brilhante.
Caramba, estamos bem!
Dou um beijo de despedida em Bear.
Hora de ir dançar.

***
É 23:00h e ainda nenhum sinal de Tina ou das meninas.
Maldição.
Eu realmente esperava que ela usasse os passes VIPs que
lhe dei. Devo-lhe muito pela NT3 Publicidade nos patrocinar
agora e esperava compartilhar um pouco desse sucesso, o qual
ela me ajudou a conseguir, com ela e as meninas.
Estou na sala de segurança monitorando qualquer sinal
delas na entrada. Estou prestes a ir para parte traseira do clube
quando avisto Nat nos monitores. Elas estão esperando com
os clientes regulares do clube. Não expliquei que elas
poderiam passar diretamente.
Eu sou um idiota.
Se eu não enviar alguém para pegá-las elas estarão
esperando lá fora toda a noite. Chamo Max em seu celular e
lhe digo para ir buscar as meninas, para que elas realmente
desfrutem da noite em vez de passa-la na fila em frente ao
clube. Na verdade, eu estou ansioso para ver Tina fora de sua
zona de conforto. Ela não se parece com o tipo de garota que
vai a clubes regularmente. Eu espero que ela relaxe e se divirta
hoje à noite.
Na verdade, eu vou fazer qualquer coisa para ter certeza
que ela tenha um bom momento esta noite.

***
As meninas e eu estamos na fila esperando para entrar no
The White Rabbit.
A fila é longa. E eu quero dizer muito longa! São quase
dois quarteirões para baixo da rua. Eu não acho que vamos
conseguir entrar em algum momento antes da uma da
madrugada.
— Bem, bem, bem. O que temos aqui? - Viro-me e Max
está nos sorrindo. Ele pergunta: — O que vocês estão fazendo
com os clientes comuns? Vocês são VIPs!
Ele oferece seus cotovelos para Nat e eu, nós aceitamos
e as meninas nos seguem enquanto ele nos leva para frente da
fila.
Alguns dos clientes regulares do clube gemem e uma
sorridente Natalie passa por eles como um pavão real
alardeando:
— Sim, isso é porque somos VIP, cadelas!
Quando nos aproximamos do início da fila, somos
recebidos por um enorme homem negro. Ele é careca e parece
durão. Max bate o punho com o dele e nos apresenta.
— B-Rock, estas senhoras são convidadas pessoais do
Nik. — Entrego meu passe VIP e ele me sorri dizendo: —
Você fica com ele, mami. Vai precisar dele no bar.
Incrível!
B-Rock (apelido genial) desengata a corda de veludo
vermelho e seguimos Max pelo corredor. Chegamos a outro
jogo de portas duplas e Max limpa a garganta e nos sorri
presunçosamente.
— Senhoras, bem-vindas ao The White Rabbit.
Ele empurra as portas duplas abrindo-as e quase faço
xixi.
Meus ouvidos são agredidos por música alta de R&B33
que se desvanece em ruidosa música pop. Minha boca fica
aberta quando sigo Max pelo primeiro andar do clube.
Este lugar é inacreditável!
Eu sempre pensei que o The White Rabbit era um nome
estranho para um clube até agora. Tudo faz sentido.
Max pega a minha mão, pego a mão de Nat, ela leva
Mimi, e Mimi toma a mão de Lola. Somos uma pequena
cobra. Ele nos leva a área principal do clube. Há cabines em

33
Rhytm and Blues – Em sua primeiras manifestações o chamado rhytm and blues era uma versão
negra do predecessor do rock. Desde 1990 o termo R&B é usado para se referir à influência de soul, funk
e hip-hop na música pop.
torno das bordas da enorme sala, não tem um assento extra à
vista. Você tem que caminhar baixando quatro ou cinco
degraus para chegar até a pista de dança, a qual está cheia. A
borda externa da sala é mais alta que a pista. A pista de dança
é retrô em preto e branco.
Max nos leva para o bar e na verdade estou sem fala por
quão incrível é este lugar.
Há garçonetes andando de um lado a outro entre as
cabines e o bar e elas estão usando fantasias. Elas usam um
vestido curto azul e avental branco com mangas bufantes,
meia 7/8 de renda branca com ligas e saltos altos tipo
Maryjane34. Também usam perucas de cabelos loiros longos
com uma faixa azul céu sobre suas cabeças, cílios postiços,
maquiagem suave e brilhantes lábios vermelhos.
Entendeu??! The White Rabbit é um clube temático de
Alice no País das Maravilhas!!! Tão fodidamente fantástico.
Amo este lugar!
— Amo este lugar! - Eu grito para Max, que cai na
gargalhada.
Max replica: — Querida, você nem sequer viu a área VIP
ainda!
Estou impressionada.
Tem mais?!

34
Estou repentinamente animada. Dou outra olhada ao
redor. Todas as paredes estão pintadas de roxo profundo, isso
foi feito caprichosamente e o artista mesclou o roxo em uma
estampa de redemoinho. Há uma enorme estátua do gato
Cheshire perto do bar, as pessoas estão se reunindo em torno
dele e tirando fotos.
Algumas gravuras e pinturas fantásticas de Alice no País
das Maravilhas estão penduradas nas paredes. Há inclusive
desenhos originais em telas.
Oh. Estou. Fodidamente. Extasiada!
Max nos leva até uma escada e subimos. Tão pronto
como alcançamos ao topo uma Alicia asiática sorri para nós e
diz: — Boa noite senhoras, vocês tem alguma cabine VIP
reservada?
Meu coração afunda. Murmuro: — Humm...
Max me interrompe. — Sim. Está sob o nome de Safira.
Elas são as convidadas de Nik.
Os olhos da Alice asiática se abrem ligeiramente. —
Claro, por favor, venham por aqui.
Nós a seguimos até uma das maiores cabines, esta pode
acomodar pelo menos dez pessoas e eu estou confusa sobre o
porquê ele nos daria esta quando somos apenas quatro de nós.
As meninas, Max, e eu tomamos um assento. Pedimos
Cherry Bomb e olho ao redor, enquanto esperamos. Max
estava certo, a área VIP é ainda melhor do que o andar de
baixo. As cabines são negras de couro suave com botões
bronze embaixo e nas laterais. Cada cabine tem sua própria
garçonete e a música não é tão alta, assim você pode conversar
aqui sem a necessidade de gritar. Mais pinturas, gravuras, e
quadros estão alinhados nas paredes.
Nik chega a nossa cabine.
— Senhoritas, eu estou tão feliz de que tenham vindo. –
Ele esta sorrindo (covinha e tudo, yum!). E eu sei que está ele
genuinamente feliz que nós viemos. Ele parece delicioso em
calças cinza, sapatos sociais italianos, e um suéter cinza com
as mangas arregaçadas até os cotovelos.
Eu guincho: — Este lugar é incrível!
Nik ri enquanto toma assento ao meu lado. — Eu não
posso acreditar que você nunca esteve aqui. - Finge estar
magoado. — Estou realmente um pouco magoado.
Eu rio de suas palhaçadas.
— Bem, você nos tentou até aqui e posso dizer-lhe que eu
só estive aqui vinte minutos e já quero voltar!
Ele se inclina para perto do meu ouvido e diz: — Estou
feliz que você gostou. - Ele se inclina para longe, piscando
para mim, e acrescenta: — Agora eu quero ter certeza de que
você vai passar um bom tempo.
Estou extasiada.

***
Foda. Me.
Eu sabia que essas garotas eram bonitas, mas, caramba,
elas estão quentes.
Todas estão incríveis, mas na realidade estou um pouco
decepcionado que Tina leve tanta maquiagem. Normalmente
está linda, mas esta noite está sexy. Quando me aproximei
dela peguei seu perfume. Porra, ela cheira a torta! Como
baunilha, canela e açúcar tudo junto.
O vestido que ela usa mostra seu corpo. Abraça cada
doce curva. Ela está linda.
Eu me sinto um pouco protetor com ela. Eu não quero
que nenhum dos caras lhe faça um movimento. Quero que ela
relaxe esta noite.
Sim, continue dizendo isso a você.
Cale-se cérebro.
Alguém atrás de mim pigarreia. Ghost está de pé ali com
Trick. Eu dei aos caras a noite de folga porque eu quero que as
meninas se divirtam esta noite; e quando estávamos
comemorando no almoço do outro dia todo mundo parecia ter
se entendido muito bem.
Trick fica perto de Lola, mas Ghost segue olhando
carrancudo para Natalie que lhe devolve o olhar maligno.
Oh maldição, é um concurso de mirada.
Estou prestes a dizer a Ghost que se sente quando Nat se
endireita, leva sua cabeça ligeiramente para frente e mira ele
com o cenho franzido de maneira teatral.
Eu não posso acreditar quando o escuto rir atrás de mim.
Ghost não é o que muitos chamariam de uma pessoa social.
Mas ele tem suas razões.
Ele coloca os olhos em branco e se deixa cair em um
assento ao lado dela.
Todo mundo tem uma bebida e iniciam conversas e me
encontro escutando as respostas que Tina dá às perguntas que
os caras fazem.
Descubro que ela tem vivido em Nova York por dois
anos, e é uma garota da Califórnia. Tem vinte e oito anos. Nat
divide o apartamento com Tina. Ela tem um gato chamado
Bear. Seu pai vive em Cali, mas sua mãe morreu. Isso é ruim.
Ela e Nat são amigas desde que elas podem se lembrar e
ambas são descendentes de croatas. Também adverte que é
uma pessoa que fica bêbada facilmente e que não a deixemos
beber mais de três copos.
Passam duas horas e ainda estamos conversando. Tina
está em sua terceira bebida e eu não vou deixar que beba mais
hoje a noite. Ghost não está interessado na conversa, mas
parece estar ouvindo tudo que Nat diz a Mimi. Tudo está indo
bem e eu estou feliz que nós estamos começando a nos
conhecer melhor porque estas garotas são incríveis. E eu não
posso parar olhar para Tina.
Ela é bonita e parece muito descontraída, rindo tanto que
quase se engasgou com a sua bebida. Dou tapinhas nas suas
costas e na sua pele nua. Sua pele é tão macia.
Jesus.
Eu gosto dessas meninas. Muito. Eles são garotas de
verdade. Boas garotas que gostam de ter uma boa conversa.
Não as típicas garotas com dramas.
Meu tipo de garotas.
E então…
— Fodido idiota!

***
— Fodido Idiota! — Todos na cabine se viram para olhar
a fonte da voz esganiçada.
Oh, Deus!
No final da cabina, está a mulher-demônio. A senhorita
Quero-Devolver-Meu-Vestido-Usado-De-Trezentos-Dólares.
O rosto de Nik endurece enquanto rosna: — Sissy, o que
diabos você está fazendo aqui? Eu disse a você que acabou.
Seu rosto carrancudo se vira para o meu. — Então você
está transando com ela agora?
A resposta do Nik dá um nó no meu estômago. — Não é
da tua maldita conta.
Droga, por que ele não disse não?
A mulher-demônio sorri para Nik se inclina um pouco
para frente e diz asperamente: — Eu vou fazer da tua vida um
inferno vivo.
Oh, inferno não. Não cutuque o urso com vara curta.
Eu me levanto e saio da cabine, e imediatamente estou
ladeada pelas minhas meninas. Nat fala primeiro.
— Oh, de jeito nenhum, cadela. Você não vai vir para o
clube deste homem- Aponta com o polegar para Nik, — e
dizer merda, enquanto ele dá uma festa privada. Se você tem
merdas para dizer, você espera o momento adequado ou
marca um horário com ele. O que você não vai fazer é trazer
suas roupas de dois dólares fabricadas na China para nossa
cabine e causar um escândalo como uma menina de 05 anos.
Mimi fala depois.
— E você não vai fazer nada para tornar a vida dele um
inferno, também. Eu sei que acredita que ele é seu homem ou
algo assim, mas tenha um pouco de dignidade e siga adiante
com graça, vadia.
Lola se empolga um pouco.
— E se descobrirmos que você fez algo para tornar a vida
destes caras mais difícil do que deve ser, - sussurra fortemente,
— iremos atrás de você.
Escondo o fato de que eu estou corada e ansiosa, e
termino.
— Eu sei que você não tem problemas em começar algo
aqui onde pode falar alto, mas eu prometo, - dou um passo
para mais perto dela, — Você não quer nos enfrentar... Porque
aqui, - aponto o polegar para Nik, — Você tem um homem
que não moverá um dedo para você. Mas logo aqui, você tem
quatro mulheres com raiva e ansiosas para rasgar essas
extensões vagabundas da sua linda cabeça.
A cara da mulher-demônio fica roxa e contorcida de
raiva. Ela ainda tenta nos enfrentar. Abre a boca para dizer de
novo "idiota" quando uma mão se fecha em seu braço.
O porteiro B-Rock a tem agarrada fortemente.
Nik se levanta e estica sua mão. Ele pede: — Seu passe
VIP, Sissy.
Ela olha para ele irritada, mas lhe dá o passe.
Ele coloca o passe no seu bolso, volta a se sentar, e
adverte: — Você não é mais bem-vinda. E se eu vejo você aqui
de novo, farei com que te prendam. B, por favor, escolte a
Sissy para fora.
B-Rock a empurra e Nik nem sequer a olha, mas eu
tenho certeza que está furioso por dentro. Todos nós voltamos
aos nossos lugares na cabine. Os meninos estão surpreendidos
e com a boca aberta.
Nat diz: — Fechem suas bocas, têm moscas entrando
nelas. - Então, ela revira os olhos. Mimi e Lola riem.
Ghost sorri e balança a cabeça, um sorridente Trick dá
um gole em seu copo, e Max ri e dá e um tapa na coxa.
Eu sinto um braço em volta dos meus ombros. Eu me
viro para ver Nik olhando-me com uma expressão suave.
— Você não tinha que fazer isso, sabe?
Baixo os olhos e sorrio. — Para que servem os amigos?
Ele olha para mim um momento antes de abaixar sua
boca para minha testa. Ele me beija tão suavemente. Eu fecho
meus olhos e me inclino sobre ele. Ele cheira bem e tão
masculino como sândalo.
— Oh! - Eu me endireito e entrego o meu passe VIP e
explico. — Apenas no caso de eu esquecer mais tarde.
Nik olha em volta da mesa, enquanto as garotas pegam
seus passes para entregar. — Eu percebo que não dei nenhuma
informação quando eu te entreguei os passes, então, explicarei
algumas coisas agora. Quando vierem ao clube vocês irão
entrar diretamente pela porta. Esta cabine é de vocês. E os
passes, - abre minha mão coloca o passe lá dentro, e fecha com
eles dentro, — São ilimitados. Vocês são VIPs permanentes e
são bem vindas a qualquer momento.
Engasgo e coloco os dedos em meus lábios.
— De jeito nenhum.
Ele cutuca meu ombro com o seu e sorri.
— Sim.
Eu olho em volta da mesa e as garotas estão caladas e
surpresas. Os passes VIPs custam cem dólares cada um. E nós
os temos permanentemente com uso ilimitado!
Todas nós gritamos. Eu abraço Nick enquanto dou pulos
de cima a baixo. Nat, Lola e Mimi o cercam e todas o
abraçam por cima da mesa. Os rapazes cobrem seus ouvidos e
dão risadas. Bem, Ghost tem o cenho franzido. Outros VIPs
nos observam e as garçonetes aplaudem e riem.
Quando finalmente libertamos Nik, ele está corado e
envergonhado.
Parece tão bonitinho!
Não posso deixar de rir dele. — Aposto que você está
arrependido desses passes permanentes agora, hein?
Olhando ao redor da cabine, ele limpa a garganta, vira o
rosto para mim e reafirma. — Não. Nem mesmo um
pouquinho.
Eu sorrio como uma boba.
Eu amo esses caras!
Capítulo Sete
Almoço para três

É segunda-feira à tarde. Eu verifico o relógio: 14:27h.


Eu sei que deveria começar a trabalhar, mas eu continuo
pensando em Tina.
Deus, ela é linda.
As meninas se foram do The White Rabbit em torno das
02h da madrugada. Assim que elas saíram, todos nós
estivemos conversando a respeito delas por mais uma hora
antes de nós irmos fazer o nosso trabalho.
Depois que as meninas se tornaram meus soldados
pessoais no confronto com Sissy, a atmosfera no camarote
mudou. Percebi de que os caras ficaram impressionados com
sua demonstração de proteção e lealdade para mim. Fiquei
surpreso quando Ghost começou a participar das conversas e,
suspiro, até sorriu um par de vezes. Estávamos todos muito
mais confortáveis um com o outro. Passamos o resto da noite
brincando e zombando uns dos outros.
As meninas ganharam o nosso respeito e, embora
realmente não fosse necessário fazer o que fizeram, eu estava
grato por isto. Elas pararam uma cena ainda maior de
acontecer.
Basta enviar-lhe uma mensagem.
Sim, eu acho que vou.
Eu não vi Tina desde sábado e eu estou ansioso para vê-
la novamente. Sento-me em frente ao computador e abro a
caixa de mensagem

Nik123: Ei, pequena Tina, como você está hoje?


Passam poucos minutos antes de eu receber uma
resposta.
TheTomicBomb: Ei Nik the Dick, estou bem obrigada.
E você como está?
Eu rio. Ela esteve falando com Max.

Nik123: Você andou conversando com Max? Como você


sabe sobre Nik the Dick?
TheTomicBomb: Haha, ele pode ter mencionado
isso quando trouxe os passes na Safira.
Nik123: Seja o que for que ele falou, vou negar tudo.
Você se divertiu no clube?
TheTomicBomb: Oh. Meu. Deus!!! Foi incrível! As
garotas já decidiram que voltaremos este sábado.
Eu estou realmente feliz com isso. Estou sorrindo como
um idiota.
Nik123: Isso é ótimo. Fico feliz que gostaram. Como eu
disse, o camarote é seu. Eu vou reservar novamente sob o
nome da Safira.
TheTomicBomb: Ótimo! Obrigada  você e os caras vão
se juntar a nós outra vez?
Nik123: Definitivamente, mas vamos ter que nos revezar
porque todos nós trabalhamos no clube.
TheTomicBomb: Sério? Eu sei que você é o proprietário,
mas o que os outros caras fazem?
Nik123: Ghost lida com a segurança e o CCTV35, Trick
faz um pouco de tudo, e Max é o anfitrião VIP.
TheTomicBomb: Não é maravilhoso trabalhar com seus
melhores amigos? Eu amo isso.
Nik123: Sim, isso é ótimo. Como vai o trabalho?
TheTomicBomb: Bem, eu estava tão ocupada que
esqueci de almoçar, então agora estou com um pouco de
fome .
Eu não gosto disso. Ela deveria ter enviado uma das
meninas para conseguir algo para ela comer.
Nik123: Isso não é bom. Você precisa cuidar
melhor de si mesma.
TheTomicBomb: Eu sei... mas, Nat também não
almoçou, então vamos ter um jantar mais cedo. Nik
desculpe, eu tenho que ir. Falo com você mais tarde. x

35
CCTV – circuito fechado de TV.
TheTomicBomb desconectou.

Eu gosto do pequeno beijo que ela escreveu. Fico


olhando por alguns segundos para o x antes de pegar
minha carteira, então saio pela porta.

***
— Este dia nunca vai acabar? - Nat reclama
enquanto coloca sua testa sobre o balcão com um golpe.
Hoje estamos apenas nós duas na loja e nós
estivemos bem ocupadas. Houve um dia de folga para os
alunos em algumas escolas da região, por isto estamos
presas, com a loja cheia de jovens.
Nós vendemos um monte de joias, bolsas e
acessórios. Então, apesar de estarmos esgotadas e não
termos comido, estamos felizes. Nat acaba de atender a
um pequeno grupo de meninas da escola secundária e a
exaustão está nos alcançando.
Rawr Raaawr..
Nós duas olhamos para cima e ali está Nik, tão
lindo como sempre e segurando um saco de papel
marrom.
Olha o nosso estado, fecha a porta e a trava.
— Comer... agora. - Diz com uma voz que não me
atreveria a questionar.
Nat caminha até ele, coloca a mão em seu peito e o
beija na bochecha. Ela sorri.
— Você. É. Um. Deus!
Ela pega o saco de papel marrom, aperta no peito
como se fosse o medicamento que ia salvar a sua vida, e
vai direto para sala dos funcionários.
Caminho até ele com um pequeno sorriso. Sem dizer
uma palavra, o beijo na bochecha, apoiando minha cabeça
no seu peito e o abraço com força ao redor da cintura.
Ele coloca um braço em volta das minhas costas,
usando a outra para acariciar meu cabelo.
— Eu não gosto de pensar em você passando fome.
Deus, seus braços são agradáveis.
Eu olho para ele e sorrio.
— Foi apenas um par de horas, mas eu admito, estou
com muita fome. - Ainda firmemente em seus braços
pergunto: — Então, o que você me trouxe?
Nik olha para porta da sala dos funcionários e diz: —
Bem, na verdade, tenho alguma coisa para você, Nat, e para
mim. Perdi o almoço, também.
Coloco a melhor voz severa que posso reunir.
— E você está preocupado porque eu não cuido de mim
mesma? Tsc, tsc. - Olho para sala dos funcionários e suspiro. —
Melhor entrarmos ali ou ela vai comer tudo.
Natalie come como um cavalo e nunca ganha um
grama. Eu a odeio por isso. Carinhosamente, como uma
melhor amiga.
Eu me solto de Nik, pego sua mão e o levo para sala dos
funcionários. Lá há uma pequena mesa para quatro pessoas.
Nat já organizou a comida e colocou três pacotes embrulhados
e três saladas na frente de três dos quatro assentos. Enquanto
Nik e Nat se sentam vou até a geladeira e pego algumas
bebidas para nós.
Eu sento e todos nós desembrulhamos os nossos grandes
sanduíches Reuben36.
Caramba, esse cara é perfeito.
Com a boca cheia de sanduiche eu gemo. — Você é um
Deus, Sr. Leokov.
Mastigando, ele me sorri.
Tiro a tampa de todas as saladas e as distribuo. Eu
começo a mover as azeitonas da minha salada a um lado e
observo que Nik move o tomate cereja no lado de seu
recipiente.
— Você não gosta de tomates? — Eu pergunto.
Ele parece indignado e diz: — Não, eu não gosto. Eu
gosto cozido, mas não cru. Minha mãe tentou me forçar a
comer quando eu era pequeno, mas parou quando eu vomitei

36
Sanduiche Reuben – lanche em pão de centeio recheado com carne cozida e envelhecida (tipo
quitute), chucrute (repolho enlatado), queijo suíço e molho russo.
em toda mesa de jantar. - Ele ri de si mesmo e diz com
nostalgia: — Bons tempos.
Nat e eu rimos com ele. Ele olha para meu recipiente e
pergunta: — Você não gosta de azeitonas?
Faço uma careta.
— Eca. Não.
Nik inclina-se sobre o meu recipiente de salada,
colocando minhas azeitonas em seu prato e depois coloca os
tomates dele na minha salada.
Nat e eu olhamos fascinadas. Ele coloca para baixo
ambas as embalagens, bate sua mãos e sorri um sorriso
triunfante.
— Problema resolvido.
Eu acho que eu te amo. Que demônios? De Onde veio isso?
Nat e Nik estão falando sobre a EPL37 de futebol e eu
escuto em silêncio. Fico sabendo que ele é torcedor do
Tottenham38 e é conhecido por ver as partidas por TV a cabo,
inclusive se isto significa se levantar às 03h da manhã.
Ele diz que Max e Ceecee vivem com ele desde que
Ceecee ficou paraplégica. Ele não nos disse o que aconteceu,
mas estou segura de que ele acredita que Ceecee é a história de
Max para contar. Nik tem trinta e quatro. Ghost (cujo nome é,
na verdade, Asher) tem sido parte de sua família desde que foi
morar com eles no último ano do ensino médio. Quero saber
37
ELP – Premier League – Liga de Futebol Profissional Inglesa
38
Tottenham - time de futebol inglês.
mais sobre isso, mas eu não quero interrompe-lo. Ele diz que é
proprietário do clube há sete anos e tem dois parceiros
silenciosos. Trick é primo de Nik, suas mães são irmãs.
Pergunto onde Ceecee fica quando Max vai trabalhar no
clube. Nik nos diz que sua mãe e suas irmãs se revezam
observando-a e Ghost é o padrinho da Ceecee. Ele nos conta
um pouco sobre o clube. Nat e eu estamos escutando com
atenção; ambas somos curiosas sobre os nossos novos amigos.
Eu me endireito quando lembro que queria perguntar
algo.
— Eu não o vejo mais tomar suas pausas para fumar.
Você está se escondendo de nós? - Eu provoco.
Ele parece um pouco envergonhado enquanto esfrega a
mão na parte de trás de seu pescoço. — Bem, veja, conheci
esta pequena mulher que me disse que fumar mata, - Franze o
cenho e olha para mim, — Então eu parei.
Inacreditável. Na verdade, eu não sei o que dizer. Eu
tenho certeza que mencionei a questão de 'fumar mata' na
primeira vez que falei com ele.
Isso é tudo o que ele precisava para parar?
Então eu me dou conta de algo, franzo minha testa e
reclamo. — Mas agora eu não vou vê-lo três vezes por dia! - E
só depois que eu falo percebo quão patética pareço, então
rapidamente acrescento, — Mas é tão bom que você parou de
fumar!
Com um grande sorriso faço rapidamente mais
perguntas sobre o clube.
Ufa, salva pelo gongo!
Uma hora de conversa aleatória passa e Nik levanta-se e
pede desculpas.
— Sinto deixa-las senhoritas, mas realmente tenho que
trabalhar um pouco. - Ele me olha e me informa: — A
propósito, estamos oficialmente patrocinados por NT3
Publicidade. Recebi o contrato pelo correio eletrônico hoje.
Isto... isto é impressionante!
Eu levanto o abraço e sorrio.
— Parabéns. Eu sei que foi um grande feito.
Ele me abraça de volta rapidamente, em seguida, olha
para Nat e pergunta: — Você sabe que ela é a razão de eu ter
um patrocínio de setecentos mil dólares?

QUE DEMÔNIOS?
Nat arqueja e ambas ficamos ali de boca aberta. Ele olha
nossas expressões de choque e ri.
— Oh, tão fofas.
Ele levanta os dedos para nós como uma despedida, abre
a porta e vai embora.
Eu sei que ele disse que o patrocínio era grande, mas eu
não tinha ideia de que era um contrato de quase um milhão de
dólares. De repente, eu não me sinto tão mal por aceitar os
passes VIPs e demais vantagens. Ele pode pagar.
Ninguém pode resistir aos cupcakes.
Nat empurra meu ombro para chamar minha atenção.
— Eu mudei de ideia sobre ele. Eu realmente, realmente,
realmente gosto dele.
Eu sorrio para ela.
— Sim, eu também.
Gosto muito.
Talvez demais.

***
Eu decido levantar cedo na manhã seguinte e fazer
rosquinhas glaceadas. Eu alimento Bear e depois preparo
minha comida.
Dobro a receita para que eu possa levar um pouco ao
The White Rabbit, para Nik (e os meninos) como
agradecimento pelo almoço tardio que ele nos trouxe ontem.
Estes bolinhos são assados e não fritos, assim que não
tenho problemas em comer dois desses bebês sempre que eu
faço. Eles são macios, fofos e um clássico. Nunca pode se
equivocar com os donuts. Quero dizer, quem não gosta de um
bom donut?
Eu ainda estou no meu roupão de banho e prestes a
terminar de colocar o glacê quando Nat deixa o seu quarto.
Ela tropeça para cozinha, seu cabelo é uma bagunça, e
não abriu os olhos ainda, e parece adorável.
Eu rio do estado em que ela está.
— Ei, você poderia dormir por mais meia hora.
Ela finalmente abre os olhos, senta-se em um banquinho
ao lado da mesa.
— Eu juro que eu não sei como cheguei aqui, apenas
segui meu nariz, - Ela olha a mesa e geme. — Não! É glacê de
canela! - Ela começa choramingar. — Sabe que não posso
resistir ao glacê de canela!.
Nat pega um dos donuts frescos na mão e dá uma
pequena mordida. Ela levanta os olhos para o céu e geme.
— Oh, meu Deus, minha boca acaba de ter a porra de
um orgasmo.
Eu rio e lhe recordo: — Bem, já faz mais de um ano
desde que você teve as minhas rosquinhas então era justo que
você o tivesse.
— Não admira que perdi peso quando você se foi. - Diz
com um sorriso. — Ninguém estava me fazendo deliciosos
assados para manter meu corpo.
Sorrindo, eu lhe digo para se preparar para o trabalho.
Quarenta e cinco minutos mais tarde, estamos preparadas e
prontas para ir.
Pegamos os donuts e nos dirigimos para o meu carro.
Depois de lutar com o meu carro para me deixar entrar,
abro a porta do passageiro e Nat entra colocando os donuts no
chão.
Eu coloco a chave e giro. Naturalmente, nada acontece.
Que tipo de carro ele seria se ligasse voluntariamente? Meu
bebê tem atitude.
Eu bombeio gasolina com um pé, levanto meu outro pé
no colo de Nat e chuto a porta do passageiro ao ligar a
ignição. Nat ri de mim.
Eu lhe dou um olhar feio enquanto continuo minha
rotina matinal de dar partida no carro. Eu grito sobre o ruído
dos meus chutes.
— Não sei por que isto funciona, mas funciona!
Depois de alguns segundos de bater a merda fora do meu
carro, o motor arranca e nós duas gritamos de alegria.
Quando freio na saída do estacionamento, meu amor
temperamental se afoga. Nat começa a rir de novo. Eu coloco
minhas mãos em meu rosto fingindo chorar. Olho através das
minhas mãos e ambas explodimos em riso histérico.
— Eu acho que é hora de conseguir um novo carro. —
Ela respira com dificuldade através de seu riso. Eu sei que ela
tem razão.
Porcaria.
E então eu vou dar uma surra infernal no meu carro.
Uma vez mais.
***
Nat e Lola abrem a Safira enquanto eu faço o meu
caminho através da rua para dar aos caras minhas delícias de
café da manhã.
Entro na sala de ‘relaxamento’ e não há ninguém lá.
Tento o escritório de Nik, mas também está vazio. Há três
portas no extremo oposto ao corredor e não estou segura do
por que, mas me agarro a meu pote cheio de donuts e ando na
ponta dos pés até a outra extremidade da sala como um
espião.
Como no filme Missão Impossível.
Caminho e passo as duas primeiras portas e descubro que
a terceira porta é na realidade um elevador. Esta deve ser a
forma como Ceecee chega até aqui.
Penso em voz alta.
— Isso é tão legal!
— O que você está fazendo?
Arquejo, viro rapidamente e Ghost e eu estamos nariz ao
peito.
Eu grito muito alto por uns bons cinco segundos
diretamente em seu rosto. Quando eu termino agarro meu
peito arfante e grito: — O que há de errado com vocês para me
assustarem até a morte?
Ghost continua me olhando e franze a testa.
— Coisinha assustadiça você, não? - Ele levanta sua
cabeça para porta atrás dele. — Entre ali.
Eu o sigo ao que parece ser uma sala de conferências.
Tem uma larga mesa grande no centro com seis cadeiras de
cada lado. Tem um quadro branco na parede e um projetor
preso ao teto. Max, Nik, e Trick estão sentados à mesa
olhando para mim e rindo alto.
Estou imediatamente envergonhada por gritar como uma
alma penada. Eu sinto meu rosto corar.
Max fala. — Pensei ter reconhecido aquele grito.
Eu mordo meu lábio, estreito minhas sobrancelhas e os
miro com olhos entrecerrados. E peço desculpas
tranquilamente.
— Sinto muito. Espero não estar interrompendo nada.
Ghost se senta e diz: — Estava.
Nik joga uma caneta em Ghost, dá-lhe um olhar
assassino. — Ela não estava, estúpido.
Aproximo-me de Ghost, coloco o pote na frente dele, e
abro a tampa um pouco para que assim o cheiro de açúcar e
canela flutue até ele. Falo em um tom excessivamente
aborrecido.
— Oh! Está bem então. Posso levar meus donuts com
glacê de canela para Safira se não os querem.
Seus olhos se arregalam antes que murmure: — Você não
luta justo.
Eu sorrio brilhantemente e acaricio seus cabelos. — Eu
nunca disse que era justa, querido.
Trick se levanta e fica ao meu lado em um instante e
pergunta: — Q-q-que tipo de donuts são esses?
Rindo abro o pote mostrando os doze donuts com
canela. Ele rosna dramaticamente, se abaixa e coloca uma
mão no joelho, para manter o equilíbrio.
Ele se levanta e implora sussurrando: — Eu preciso de
uma daquelas rosquinhas.
Ele soa como um viciado.
Eu estendo o recipiente na sua direção, e ele pega duas
imediatamente.
Entranhas gananciosas.
Eu sei que Ghost está morrendo por uma; ele não para de
engolir porque está salivando. Eu me aproximo do final da
mesa, onde há pratos limpos, pego e coloco um na frente de
cada um dos meninos. Coloco duas rosquinhas em cada prato,
fora as Trick já tinha. Logo vem minha parte favorita; observá-
los desfrutando.
Cada um dá uma mordida e a sala irrompe em
resmungos e gemidos.
Eu começo a rir diante do excesso de entusiasmo. Trick
fala com seu donut.
— Eles são como pequenas nuvens de bondade de
canela.
Ghost geme de acordo. Max me olha e diz: — Esses são
tão malditamente bons. Por que diabos você não abre uma
confeitaria?
Nik termina o primeiro donut. Ele tem glacê em cima de
seus lábios e nem sequer percebe.
Parece adorável e acrescenta: — Sim, Tina, você tem um
verdadeiro talento para cozinhar. Eu sei que só provamos os
cupcakes e donuts, mas nunca provei nada assim tão bom na
minha vida. - Nik olha para Max e ameaça. — Se você contar
para mamãe o que acabei de falar vou chutar seu traseiro.
Estou um pouco incomodada com tantos elogios então
explico.
— Eu amo trabalhar na Safira. É a minha vida. O sonho
de toda menina é trabalhar em uma loja de roupas. Não me
entendam mal, houve um tempo na minha vida em que
realmente considerei abrir uma confeitaria. Mas isso, — Eu
aponto os donuts, — é quem sou. E quando cozinho para
alguém, dou uma pequena parte de mim. É como dar a
alguém um pedaço do meu coração. — Eu olho para cima
com cuidado e dou de ombros. — Eu não sei se gosto da ideia
das pessoas comprarem pedaços de mim. Estes são meus para
dar quando me der vontade. E isso os torna especiais.
Todos os garotos pararam de comer e olham para mim.
— Isso realmente faz sentido. - Nik diz, seu semblante
suave.
Estou envergonhada e decido encurtar a minha visita.
Eu limpo minha garganta. — Eu tenho que voltar, então
até logo.
Eu me viro e saio sem esperar que se despeçam.
No meio do corredor sou parada por uma mão em meu
ombro. Eu me viro e encaro Nik.
— Tina, eu realmente queria conversar um minuto. - Seu
rosto está sério e fico um pouco preocupada com isso.
Ele parece tão bonito hoje. Ele está acariciando sua barba
de um dia e eu quero colocar meus dedos nela.
Por que você tem que ser tão bonito, Nik?
Concordo. — Ah, claro.
Estou em apuros?
— Estou em apuros? - Eu pergunto.
Devo soar preocupada porque ele coloca um braço em
volta dos meus ombros e ri.
— Não, querida.
Ainda presa em um abraço com Nik, ele me leva ao
fundo do corredor para o seu escritório. Estou ainda mais
nervosa quando ele fecha a porta atrás de nós.
Pega uma cadeira para mim, sempre um cavalheiro,
então se senta atrás da grande mesa de mogno.
Vendo-me um pouco ansiosa, ele começa: — Então, nós
nos conhecemos por algumas semanas, certo?
Onde isso está indo?
— Ah, sim.
Ele diz. — Nunca é fácil dizer a alguém isso.
Pegue suas merdas e corra pra cacete!
Calma, cérebro.
Eu acalmo minha voz e pergunto: — O que é Nik?
Ele deixa escapar. — Eu tive que te investigar.
Oh, o quê?
— Oh, desculpe. O quê? - Eu estou tão confusa.
Ele parece envergonhado e diz: — Quando nos
conhecemos, e nas circunstâncias em que nos conhecemos, eu
estava muito inseguro sobre você. Houve uma grande
quantidade de mulheres que tentaram se aproximar de mim
pelo meu dinheiro, e eu realmente precisava saber se havia
uma possibilidade de que você poderia ser uma dessas pessoas.
Não tenho nada a esconder de Nik. Na verdade, sinto
que ele teve essas experiências passadas e que elas o tornaram
inseguro das intenções das pessoas em relação a ele. Estou
triste por ele.
Ao dizer isto, estou muito triste pelo fato de que ele
poderia saber sobre Mia. Quando as pessoas descobrem sobre
isso, elas começam a me tratar diferente e me olhar com pena.
Isto é quando normalmente começo a evitá-las e realmente
não quero evitar o Nik. Eu gosto do Nik. Eu apenas esperava
ser capaz de falar sobre Mia em meu próprio tempo.
Tento acalmar minha voz embargada.
— Oh, Nik. Eu posso entender isso. E eu não tenho nada
a esconder de você. - Forço uma risada. — Eu não estou atrás
de sua amizade pelo dinheiro.
Surpreendido, ele oscila ligeiramente em seu assento.
— Oh, eu sei. Eu só não quero nenhum segredo entre
nós. E quero que você mesma veja o arquivo. - Desliza o
arquivo para mim, e sorri um pouco. — Sirva-se.
Dou-lhe um olhar desconfiado antes de abrir o arquivo.
Oh, meu Deus!
Existem pelo menos dez páginas. Estou impressionada
com o quanto a pessoa que faz esta tarefa foi capaz de coletar.
Até minha certidão nascimento, o meu endereço e números de
telefone, a maioria declarações de minha conta bancária (uau),
a escritura de propriedade para o edifício da Safira (bem, este
gato está fora do saco), o certificado da razão social,
mostrando o meu nome registrado como o proprietário da
Safira Boutique. E um par de páginas de interesses
pessoais/horários.
Holy Cannoli!
Este tipo estava realmente me observando. Isso é um pouco
assustador.
Não tem nada sobre a Mia. Nada sobre Jace Weathers.
Ou minha mãe. Ele não sabe nada do dinheiro da herança de
mamãe. Relaxo um pouco.
Nik está esperando nervosamente para que eu diga
alguma coisa.
Agarro o arquivo e pergunto: — Posso ficar com isso?
Ele sorri novamente. — Claro.
Eu sorrio de novo. — Obrigado, Nik.
Franzindo o cenho para mesa, ele diz em voz baixa: —
Espero não ter ultrapassado a linha. Eu odiaria que as coisas
fiquem estranhas entre nós. - Ele limpa a garganta. — Eu
gosto de ter você por perto.
Eu sorrio por dentro e lhe garanto: — Não, não mesmo.
Provavelmente, teria sido estranho se eu descobrisse de outra
forma, mas você veio e me disse. E eu entendo por que você
fez isto. - Dou risada. — Afinal, quem enviaria doces a um
cara?
Cubro Meu rosto com as mãos e rio de vergonha.
Seus ombros caem e a expressão de alívio é evidente em
sua face.
Ele ri da minha reação. — Eu tenho que admitir, pensei
que era um pouco estranho, mas agora que conheço você creio
que foi muito doce.
Abaixo as minhas mãos, giro meu rosto corado até o dele
e sorrio.
— Então, ainda somos amigos, certo?
Ele sorri.
— Ah sim.
Maravilhoso.
Capítulo Oito
O objeto das minhas afeições

— Ele fez o quê? — Lola parece como se estivesse prestes


a cuspir fogo.
— Ele me investigou. - Eu cuido dos meus assuntos e
tento ignorar os olhares de Lola e Nat.
— Mas por quê? - Isto vem da Nat. Ela está calma e soa
confusa.
Lola repreende: — Oh, o inferno não, essa conversa não
vai mais longe até que tenhamos a Mimi adicionando sua
sabedoria a ela. - Ela caminha até o balcão, coloca o telefone
no viva-voz e digita o que eu acho que é o número da Mimi. O
telefone começa a tocar e, em seguida, escutamos Mimi nos
dar sua saudação habitual.
— Ei.
Lola pigarreia e começa. — Meems, estamos todas aqui e
eu preciso que você faça parte desta conversa. O tópico da
discussão é a razão pela qual Nik investigou a Tina.”
Mimi soa seriamente divertida através do viva-voz.
— Bem, maldição, isso é ótimo!
Nós três na loja dizemos "O quê?" Um pouco forte
demais.
Mimi soa exasperada. — Vamos garotas, não sabem o
que isto significa?
O silêncio é o suficiente para Mimi saber que não temos
nem uma maldita ideia.
Ela suspira e esclarece. — É porque ele quer mantê-la por
perto! E suponho que vocês sabem que, uma vez que ele disse
a Tina sobre isso, significa que confia nela. Desculpem por
estar feliz com isso, porque, sim, é uma violação de sua
privacidade, mas Tina não tem nada a esconder. Assim,
pequena Tina, você está dentro!
— Estou dentro?
Olho em volta para Lola e Nat cujas expressões
mudaram abruptamente de cenhos franzidos a pequenos
sorrisos.
Mimi ri pelo viva-voz.
— Você está dentro, baby. Escute, eu tenho que ir. Até
mais. - Ela desliga.
Nat cutuca meu ombro e admite.
— Creio que estava demasiada chocada para ver o que
Meems acaba de observar. - Ela olha em meus olhos com um
olhar significativo. — Quanto ele sabe?
Eu sei o que ela está perguntando. Nat é a única que sabe
que eu sou a proprietária da Safira além do meu pai.
Rawr Raaawr...
Uma cliente entra e Lola se apruma.
— Cuidarei dela. - Ela o aborda com um grande sorriso.
Nat e eu estamos sozinhas, então é seguro lhe dizer:
— Ele sabe que eu sou dona da Safira. Mas não sabe
nada de Mia, mamãe ou Jace. Tampouco sabe sobre o
dinheiro da herança de mamãe.
Nat parece pensativa e esclarece: — Então ele pensa que
você tem pouco dinheiro e ainda quer mantê-la perto, apesar
de que lhe preocupasse que você estivesse atrás dele por
dinheiro. Fantástico.
Estou contente que as meninas deixaram isso passar.
Não era assim tão importante para mim. Algumas pessoas têm
problemas de confiança. É por isso que eu só tive um
relacionamento nos meus vinte e oito anos. Eu quero que Nik
confie em mim. Eu entendo que isso vai levar tempo e eu vou
ter que ser paciente. Isso está bem para mim. Ele é o tipo de
pessoa que vale a pena. Eu o quero ao redor. Então, eu vou ser
paciente.
Faz apenas algumas semanas e ele mudou tanto em
relação a mim. Eu sei que ele estranha toda essa minha
necessidade de ser amorosa e afetuosa. Quando ele nos trouxe
o almoço e o abracei, ele realmente devolveu o abraço. Não
era apenas um abraço, ele acariciou meu cabelo. E isso era
bom. Tão bom que quero abraçálo cada vez que o vejo e sentir
seus grandes braços musculosos em volta de mim, me
protegendo.
Protegendo-me?
Suponho que me sinto protegida por ele, o que é
estranho, mas também é bom. Acabei de vir de seu escritório e
quero vê-lo novamente. Como, agora.
Você está se apegando demais.
Não, eu não estou. Eu apenas gosto do meu novo amigo.

***
É quarta-feira de manhã e eu me sinto bem.
Toda a documentação está atualizada. Eu conversei com
meus dois parceiros silenciosos, Max e Ghost, sobre como
devemos usar o dinheiro do patrocínio e realmente me
surpreendeu que eles concordassem comigo. Vamos tentar
comprar o prédio ao lado e expandir The White Rabbit. Todos
nós estamos ansiosos para fazer uma oferta pelo edifício. Eu
não posso acreditar que nós organizamos tanto quando o
patrocínio só se tornou oficial na segunda-feira.
Eu nem sequer teria a NT3 se não fosse por Tina.
Não estava mentindo para Tina quando lhe disse que a
NT3 iria me rejeitar. Eu nem sequer me encaixava nos
critérios. Então o furacão Tina irrompe através da porta,
literalmente, e Vanessa estava encantada.
Assim como eu.
Só um pouco.
Sim, claro.
Eles deram uma grande chance ao The White Rabbit e
tenho que me certificar que eles não se decepcionem. Estamos
fazendo um bom lucro somente das noites do clube, sem
contar a contratação do primeiro andar durante a semana.
Vou me certificar de que não se arrependam.
Eu tinha investigado a Tina. Soube quando recebi o
arquivo que tinha que lhe dizer. Ela é uma boa garota e quero
que confie em mim. A única maneira de assegurar-me de que
ela o faça é ser cem por cento honesto com ela. Logo depois
que consegui a informação, eu estava envergonhado de mim
mesmo. Como pude acreditar que Tina estava atrás de mim
por causa do meu dinheiro?
Ela dá tanto e não pede nada. Eu sabia que ela teria um
problema em aceitar os passes VIPs que lhe dei, então dei
instruções específicas a Max para fazê-la abri-lo depois que ele
se fosse. Em seguida, no clube todas as meninas tentaram
devolvê-los. Na verdade, estes passes eram apenas para uma
noite. Mas depois de passar um tempo com elas e depois de
como me defenderam da Sissy, tomei uma decisão rápida para
torná-las VIPs permanentes. Quando elas gritaram e me
abraçaram até me tirar o ar, vou admitir que me senti muito
bem.
Tina tem que ser uma fada, ou alguma merda assim. Eu
nunca fui carinhoso. Na verdade, não gostava da ideia de ser
carinhoso. Mas é diferente com ela. A maioria das mulheres
que me abraçam ou se esfregam contra mim em público
querem ser vistas comigo ou querem algo de mim. Tina,
porém pode se ver em seu rosto quando lhe abraça que é
sincera. Suas emoções estão ali, expostas e ela não importa
quem vê.
Parar de sorrir, seu idiota.
Eu não posso parar. Eu tentei. Ela me abraça muito e eu
gosto disso. Eu quero seus abraços. Só para mim.
Eu quero falar com ela. Abro a caixa de mensagens
instantâneas.

Nik123: Oi T, o que está fazendo?


TheTomicBomb: Nada demais Nik. Como vai?
Nik123: Bem. E vou ficar ainda melhor se você almoçar
comigo...
TheTomicBomb: Bem, eu quero que você se sinta
melhor, então eu acho que vamos almoçar juntos! Mas este é
por minha conta. Devo-lhe por salvar Nat e eu da inanição.

Eu não gosto disso. Quando eu convido alguém, eu


pago. Sempre. Sem negociações. Mas eu tenho um plano.

Nik123: Tudo bem, por sua conta.


TheTomicBomb: Ótimo! Por volta de 12:30h?
Nik123: Irei até a loja pegar você.
TheTomicBomb: Vejo vocês em breve! X.
TheTomicBomb está desconetdo.

Eu tenho um grande beijo desta vez. Ótimo.

***
Eu posso ver Nik sair do The White Rabbit através da
janela da frente da loja.
Entro na sala dos funcionários, olho no espelho e pego a
minha carteira.
Rawr Raaawr...
— Maldição, que som horrível. - Ouço-o dizer, enquanto
eu caminho para fora da sala dos funcionários e olho para o
balcão.
Nik está ali de pé parecendo tão gostoso.
Ele se vira em minha direção e me dá um sorriso com
covinhas. — Você está pronta para ir, doçura?
Faço uma pausa por um momento para admirá-lo. Hoje
ele tem um visual muito casual que nunca o vi usar antes. Ele
está com um suéter apertado de cor canela mostrando seus
ombros e peito largo, com as mangas enroladas até os
cotovelos, com jeans pretos que fazem que suas pernas
musculosas fiquem incríveis e tênis adidas branco. Casual lhe
cai muito bem. É claro que eu lhe apelidei de Sr. Gostoso por
uma razão. Ele poderia usar um saco de batata e ainda estaria
com boa aparência.
Eu ando até ele, coloco um braço em volta da sua cintura
e levanto o olhar.
— Sim! Vamos.
Ele diz adeus a Nat e Mimi, coloca um braço em volta
do meu ombro e anda comigo e saímos pela porta.
Nós caminhamos três quadras, envolvidos um com o
outro em um ambiente de silêncio confortável.
Eu paro em frente ao lugar onde queria ir almoçar, olho
para ele e pergunto: — Você quer um filé?
Ele revira os olhos e sorri.
— Quem não ama um bom filé? - Ele aperta meu ombro
e nós caminhamos para o restaurante.
O restaurante não está cheio, mas estão bastante
ocupados para o almoço. Chegamos à recepção e a moça nos
sorri quando nos vê. Tenho certeza que ela acha que nós
somos um casal e me surpreendo quando eu não me importo
com o que ela pense.
Nik fala: — Mesa para dois, por favor.
A recepcionista responde imediatamente.
— Claro. Sigam-me.
Ainda com nossos braços em torno um do outro, ela nos
leva até uma mesa ao lado de uma porta aberta que conduz ao
pátio. Sinto uma brisa que vem da porta e penso que ela acaba
de dar-nos os melhores lugares da casa.
Quando estamos prestes a nos sentar, escuto vários
suspiros e vejo três mulheres bonitas sentadas duas mesas
depois da nossa nos observando com a boca aberta. Nik
enrijece e eu estou confusa.
O que está acontecendo?
Todas as mulheres olham além de nós, para entrada do
restaurante. Sinto meus olhos seguir os delas e quando vejo o
que elas veem, me coloco tão rígida quanto Nik.
À mesa da recepção esta Sissy, a mulher-demônio. Seu
rosto se inunda de dor, mas ela esconde rapidamente com um
olhar superior.
Ela caminha até onde suas amigas estão sentadas e
quando passa ao lado se dirige a nós:
— Nik, e amiga do Nik.
Nik soa aborrecido quando responde.
— Sissy. Desfrute do seu almoço.
Quando Sissy senta-se com suas amigas as escuto
bombardeá-la com perguntas e afirmações.
“Oh meu Deus Sis, esse não é seu namorado?” “Eu pensei que
vocês iam se casar?” “Esqueça esse idiota traidor, querida”.
Nik segura uma cadeira para mim e me sento, então ele
se senta e me dá um simples sorriso.
— Ignore-as.
Eu sinto meu pescoço ficando vermelho e coçando.
Tenho certeza que está um vermelho brilhante. Faço o meu
melhor para colocar um sorriso falso.
— Sim, claro.
Nik vê meu óbvio desconforto e põe sua mão sobre a
minha. Ele sussurra: — Podemos ir embora.
Estou prestes a responder quando a garçonete vem até a
nossa mesa. Em vez de responder a Nik, eu faço meu pedido.
Ele sorri e nega com sua cabeça enquanto pede.
Enquanto esperamos por nossa comida, conversamos.
Eu comento: — Então, isso é um pouco desconfortável
com sua ex-namorada nos assistindo comer. Agora ela
realmente acha que estamos transando.
Nik ri da minha tolice.
— Ela nunca foi minha namorada, baby. Nem sequer foi
à minha casa. Sempre nos encontrávamos no clube ou fui à
sua casa. Não dê ouvidos as suas amigas. Ela sabia o que era o
nosso relacionamento. Eu nunca a iludi, sempre fui direto. Se
eu sou completamente honesto com você, foi simplesmente
sexo.
Eu coro com sua franqueza e dou um gritinho. — Oh,
tudo bem.
Ele aperta os olhos, coloca as mãos sob o queixo e diz:
— Mas estou curioso sobre você, pequena Tina. Como é
que uma mulher que é dona de seu próprio negócio, cozinha
como você, e é tão bonita como você é, não tem namorado?
Ele pensa que eu sou bonita?
— Uh, eu acho que posso lhe perguntar a mesma coisa.
Você deve saber que é lindo. E você é o dono de um clube
noturno muito popular. Como é que você não tem uma
namorada?
Ele sorri.
— Ah, o velho truque de responder a uma pergunta com
outra pergunta. Eu vou responder a sua, mas você vai
responder a minha pergunta também, certo?
Sorrio para ele e concordo com a cabeça.
— Bom. Então, eu não tenho uma trágica história de
amor perdido para contar. Eu tinha uma namorada no colégio
e ela foi ótima. Pensei que terminaria com ela. - Uma
expressão de dor atravessa seu rosto. — Meu pai morreu
quando minha irmã Isabel tinha acabado de nascer. Eu tinha
dezesseis anos. Max tinha quinze anos. Eu era o cara mais
velho da casa o que significava que a maior parte das
responsabilidades recaiu sobre mim, porque mamãe estava
com cinco filhos para criar sozinha. Depois do funeral de
papai, minha tia e Trick vieram viver com a gente para ajudar.
Eles se apaixonaram por Nova York e se mudaram para cá.
Trick me ajudou muito porque seu pai havia morrido no ano
anterior e ele sabia pelo que eu estava passando. Para encurtar
a história, não tive tempo para namorar como outros
adolescentes. Estava sempre consertando algo na casa ou
vigiando as crianças ou trabalhando para ganhar dinheiro
extra para mamãe. Quando eu tinha vinte e quatro anos fiz
alguns cursos noturnos de negócios e obtive um título. Poucos
anos depois disto decidi que precisava de um negócio que
poderia ser aberto à noite então poderia ajudar minha mãe
durante o dia. Eu me uni com duas pessoas e abrimos The
White Rabbit. Não havia tempo entre tudo isto para algo
mais. Agora, o clube toma a maior parte do meu tempo e não
acho que seria justo para uma namorada, entende? Chegará
uma hora em que vou desejar me estabelecer. Só não é agora.
Meu rosto cai no meio do seu discurso.
Ele perdeu o pai aos dezesseis anos. Sua irmã tinha
acabado de nascer quando ele morreu, ela provavelmente não
se lembra dele. Agora eu percebo que a fotografia da família
em seu escritório deve ter sido tirada poucos meses antes do
seu pai morrer, porque sua mãe estava muito grávida.
Ele assumiu o papel de figura paterna aos dezesseis anos
e fez o que tinha de fazer para garantir que sua família ficasse
bem, perdendo a maior parte de sua infância e adolescência.
Enquanto muitos adolescentes saiam, sendo estúpidos e tolos,
Nik estava cuidando de seu irmão e irmãs.
Quem estava lá para ele?
Minha garganta se aperta com emoção e meus olhos
estão nublados. Eu o alcanço e coloco a minha mão sobre a
dele.
— Sinto muito, querido.
Com um olhar suave, ele levanta minha mão e a beija no
dorso.
— Sua vez.
Eu limpo minha garganta e firmo minha voz.
— Eu saí com alguns caras, mas quando esses caras me
beijaram... — Eu dou de ombros, — Nada aconteceu.
Nenhuma faísca. Meu coração não saltou nenhuma batida;
não havia mariposas no meu estômago. Foi apenas bom.
Ele afirma: — Eles não eram bons o suficiente para você.
Eu sinto uma onda de pânico. Eu não quero que Nik
pense que sou metida.
De imediato respondo: — O quê? Não! Não é assim!
Ele ri.
— Sinto muito. Eu não quis soar como se você fosse
exigente ou alguma outra merda. O que eu quis dizer é que
você é o tipo de pessoa que sabe quando você tem algo bom.
Então, se qualquer um desses caras fosse bom para você, você
estaria com um deles.
Uau, isso foi bonito.
Baixei os olhos, tirando fiapos invisíveis da toalha.
— Eu tive algo bom uma vez, ele era jovem e eu pensei
que ele era o único. Eu o amava. Tipo, realmente o amava, e
ele se foi. Então, eu acho você pode dizer que não confio nos
meus instintos mais.
Nik soa um pouco chateado.
— Isso é muito ruim, que tipo de idiota iria deixar tudo
isso? — Ele move sua mão de cima abaixo em minha direção.
— Ele deve ser cego, baby, e você está melhor sem ele.
Levanto a cabeça e lhe sorrio.
A garçonete nos traz a nossa comida e ambos
empurramos nossos pratos para o centro da mesa. Nik coloca
os tomates da salada no meu prato e eu coloco a maioria das
batatas fritas no dele.
Nós puxamos nossos pratos de volta e sorrimos.
Estou condenada.
Sim, tenho certeza que estou.

***
— Isso não é justo, Nik. Eu disse que desta vez eu
pagaria. — Tina parece realmente chateada.
Quando a vi sair da sala dos funcionários da Safira eu
estava cego. Parecia um anjo hoje. Vestia uma saia cigana
branca e longa, blusa branca com mangas bufantes e sandálias
brancas, ela parecia verdadeiramente angelical. Seu cabelo
escuro está solto, caindo em ondas suaves em suas costas, sua
franja está arrumado para cima em um pequeno topete. Usa
pouca maquiagem e algo de brilho nos lábios. Isso realmente
me excita. Ela tem uma beleza natural. Nada vem de um tubo
de gosma.
Eu não posso deixar de sorrir. Ela é tão malditamente
adorável, realmente pensou que pagaria o almoço hoje.
Ahh, pequena Tina. Você vai se acostumar com isto.
Enquanto ela estava no banheiro, fui até o balcão e
paguei o almoço.
Passamos a maior parte do almoço falando e
surpreendentemente não deixamos que Sissy, duas mesas atrás
de nós nos distraísse. Ela passou várias vezes, tratando de
atrair nossa atenção, mas a ignoramos, conheço Sissy e ela
não gosta de ser ignorada.
— Tina, eu a convidei. Foi a coisa mais educada a fazer.
- Como ela parece ainda incomodada, jogo sujo. — Eu
mencionei que estou setecentos mil dólares mais rico graças a
você?
Isso funciona. Ela balança a cabeça, levanta uma
sobrancelha.
— É verdade.
Eu dou risada. Ela leva seu coração em seu rosto. Você
pode dizer qualquer coisa que ela está pensando através de
suas expressões faciais.
Quero ir embora para poder segurá-la, enquanto
caminhamos. É relaxante. E ela é tão pequena que me faz
sentir como um gigante. Eu sou seu ursinho pelúcia.
Eu gosto disso.
Quero fazer um bom trabalho e me certificar de que ela
seja abraçada, então não precisará de outra pessoa para fazê-
lo. Eu quero ser o único a receber sua atenção.
Deus, estou me transformando em um maricas.
Levanto-me e a ajudo sair da sua cadeira. No momento
em que está de pé tenho meu braço em volta de seus ombros.
Como se fosse algo natural, ela coloca um braço em volta da
minha cintura.
À medida que viramos para sair, vejo Sissy. Ela nos
observa com indisfarçável dor em seu rosto. Sua testa está
enrugada e seus lábios estão tremendo. Eu me sinto mal por
ela, mas não o suficiente para me desculpar.
Eu nunca tratei Sissy da forma como eu trato a Tina,
Sissy nunca mereceu meu respeito. Eu não sei como respeitar
uma mulher que, sem saber meu nome, me deu um boquete
debaixo de uma mesa no clube em uma noite. Depois desta
vez, ela descobriu quem eu era e estava provando que era
difícil se livrar dela. Tomou tanto esforço que me rendi. Sissy
pode dar um boquete como uma máquina. É por isso que eu a
mantive por perto. Agora, quatro meses mais tarde, depois de
ter cortado a relação há uma semana, nem mesmo sinto falta
dela. Na verdade, eu só tenho uma estrela em minhas fantasias
recentes, e acabamos de almoçar juntos.
Eu viro as costas para Sissy e levo Tina para fora do
restaurante. Enquanto caminhamos em um silêncio
confortável, Tina move a mão livre e arruma a gola da minha
camisa.
Este é o tipo de coisas que eu quero, quando eu encontrar a
indicada.
Tudo vem tão fácil com ela. Nada parece falso ou um
espetáculo.
Antes que perceba estamos de volta em frente da Safira.
Mesmo com um braço em volta da minha cintura, ela se vira
para olhar para mim, coloca a outra mão na minha cintura e
me abraça com força.
— Eu tive um ótimo momento. - Ela sussurra. — Foi
incrível. Obrigada.
Olho para seu doce rosto e sorrio. — De nada, coração.
Eu também me diverti muito. Vamos fazê-lo novamente em
breve.
Ela suspira e coloca a cabeça no meu peito.
— Eu amo seus abraços. Você é tão quente e seus braços
são tão grandes.
Solto, uma risada. — Você é bem-vinda a qualquer hora,
pequena Tina.
Seu riso aquece meu peito quando ela diz. — Obrigada,
Nick the Dick.
Eu vou matar o Max.
Eu digo. — Bem, acho que é melhor eu ir. Estamos
bloqueando a entrada.
Ela me libera com um beicinho e sinto isso no meu pau.
Eu quero beijar esse beicinho e sugar o seu lábio inferior.
Ótimo, agora você está duro. Mova-se. Rápido.
Coloco uma mecha de cabelo atrás da sua orelha e digo:
— Falo com você em breve.
E então faço meu caminho de regresso ao The White
Rabbit.
Uma vez que estou no meu escritório tenho uma ideia
realmente estúpida.
Abro o correio eletrônico e escrevo uma mensagem
rápida.

***
Estou de volta ao trabalho tentando evitar os sorrisos
estúpidos de Nat e Mimi. Parece que elas estavam me
espionando quando Nik e eu tivemos o nosso pequeno festival
de abraços.
Faz dez minutos que vi Nik, e já sinto falta.
Justo quando chego ao balcão escuto o tom de alerta de
mensagem.
Tão rápida como leio a mensagem, sorrio como uma
lunática.
Nik123: Garotas, como se sentem sobre o pôquer?
Capítulo Nove
Poke her face

Toda quinta-feira é noite de pôquer com os caras. Assim


que eu enviei a Tina uma mensagem perguntando às garotas
sobre a noite do pôquer, sabia que estava fodido. Os caras iam
me acorrentar pelas bolas. Mas estou tão desesperado para ver
Tina novamente, que estou tomando qualquer desculpa para
fazê-lo. Quando eu disse aos caras, era um pouco assim:
— Então, todo mundo pronto para noite de pôquer? -
Pergunto ansioso.
Max se dá conta, estreita os olhos para mim. — Acho
que sim. Ghost não tinha certeza se conseguiria, pode ser que
seja apenas você, eu e o Trick.
Fico empolgado um pouco demais e respondo: — Oh,
tudo bem. Poderíamos ter alguns jogadores adicionais para
tomar seu lugar.
Max pergunta: — E quem seriam esses novos jogadores?
Eu tento ser discreto.
— Tina, Nat, Mimi, e Lola.
Max me olha por um minuto inteiro antes de cair na
risada, se endireita. — Você está brincando comigo, certo?
Eu preciso adoçar o negócio. — Tina vai trazer dois tipos
diferentes de cupcakes. Ela disse que apenas os faz para
ocasiões especiais para que você saiba o quão bom eles serão.
As sobrancelhas de Max sobem, ele acaricia o queixo.
— Tudo bem, eu estou bem com isso, você sabe que
Trick estará bem com isto. - Ele me dá um sorriso cruel. —
Mas você tem que falar com o Ghost.
Eu preferia cagar em minhas mãos e aplaudir!
Ghost não gosta de mudanças em sua rotina. Ligo para
ele e no segundo em que o cumprimento sei que estou fodido
por estar muito alegre. Sempre digo Olá, mas hoje eu disse Olá
irmão, como você está hoje? Ele sabe que algo está acontecendo,
por isso, apenas solto. Ele ri e zomba de mim.
— Você é um idiota dominado.
Eu reclamo.
— Eu não posso ser um idiota dominado. Nem se quer
tenho uma mulher para me dominar!
Tome isso, Ghost! Oh, espera...
Ele ri. — Isso é ainda pior, cara.
Foda-me, sim é.
Estou surpreso quando Ghost concorda sem reclamar.
Eu o adocei com os cupcakes de Tina, no entanto.
Disse a Tina para falar paras garotas virem por volta das
oito e meia. Sem jantar antes; nós pedimos pizza e comemos
enquanto jogamos.
São oito horas, Max já pediu as pizzas para que estejam
aqui lá pelas nove horas, e eu estou armando nossa mesa de
pôquer maior com capacidade para dez pessoas.
Durante os próximos vinte minutos os caras, Nat, Lola, e
Mimi apareceram.
Quando a campainha toca, me levanto e vou para porta
antes que qualquer pessoa possa ir.

***
Uau, isso está certo?
Eu verifico o endereço novamente. Com certeza estou no
lugar certo, e é grande. Realmente grande. Tão grande que
tem estas enormes e luxuosas portas de ferro fundido. Alguém
já teve a gentileza de deixá-las abertas. Estou distraída pelo
largo caminho da entrada e vejo o carro da Mimi ali.
Caberiam ao menos dez carros na frente da casa. E isso não
inclui a entrada de automóveis.
Eu pedi para Meems pegar Lola e Nat porque eu tinha
que terminar os cupcakes e pensei que chegaria atrasada.
Melhor apenas uma pessoa do que duas atrasadas.
Eu estaciono meu velho Dung Beetle, pego meus
recipientes de delícias e sigo para porta da frente. É uma
elegante porta dupla de madeira. Está lindamente esculpida
nas bordas. Meu pai apreciaria esta porta. Eu toco a
campainha e o som de sinos suaves ressoa ao fundo.
Deus, inclusive a campainha é agradável. Nota mental; mudar
as pilhas no sensor da Safira.
A porta se abre e Nik sorri. — Ei, eu estava começando a
pensar que você não viria.
Ele fica bem em jeans, camiseta branca de mangas
compridas e tênis.
Eu sorrio de volta. Eu sigo em frente e dou-lhe um
abraço desajeitado devido aos recipientes com as delícias
preciosas.
— Eu não lhe deixaria esperando, Nik.
Ele pega os recipientes das minhas mãos. — Bem. Seria
péssimo se você fizesse.
Agora que ele segura os recipientes, eu coloco meus
braços ao redor da sua cintura e aperto, olho para cima e
sorrio.
— Nunca.
Seu rosto muda. Eu nunca vi essa cara antes nele. É
quase... luxúria? Não tenho certeza.
Ele limpa a garganta, se endireita e levanta os recipientes.
— Vamos levar esses bebês para dentro.
Ele se afasta e me deixa entrar. Estamos em um pequeno
corredor. E é incrível.
Ambas as paredes do corredor são preenchidas com fotos
emolduradas. Nada ordenado, ou arrumado, ou tudo em uma
linha. É como uma colagem. Parece que tudo foi jogado lá de
forma aleatória, entretanto, se encaixam com perfeição. Fotos
de seu pai, mãe, irmão e irmãs, Ghost e Trick, comendo
juntos, brincando, informal, formal, velhas e novas. Ceecee
tem sua própria seção da parede para si mesma. A foto no
final faz meu coração doer. Max está segurando um bebê. O
bebê tem tubos saindo de seu corpo minúsculo em todos os
extremos. Max parece devastado, olhando para o bebê com
um amor feroz. Como se ele fosse fazer qualquer coisa para
proteger ou morrer tentando. Meus olhos ficam nublados e
minha garganta fecha.
Eu não tinha percebido que Nik estava atrás de mim até
que ele fala.
— Ceecee depois de sua primeira cirurgia. Apenas deram
vinte por cento de chance. Max a segurou até que as
enfermeiras tiveram que afastá-lo dela. Nunca deixou o
hospital, não por um mês inteiro. Mamãe trouxe-lhe comida,
eu levei roupas. Ele dormiu em uma cadeira durante um mês.
- Ele respira profundamente, franzindo a testa e continua
suavemente. — Quando Ceecee chorava, Max chorava. Todos
os médicos e enfermeiros nos conheciam pessoalmente.
Mamãe fazia bolos para todos eles às sextas-feiras. Quando
deram o sinal verde para Cricket voltar para casa, os trouxe
para viver comigo para ajudar e manter um olho em Max. Ele
não estava bem. Eu contratei uma enfermeira e o levei para
trabalhar.
— Mamãe cuidou de Ceecee até que tinha cinco anos. -
Sua voz era constante, mas embargada. — Nós amamos esse
anjinho mais do que qualquer coisa. Ela é o nosso milagre.
Meu coração se rompe por meus novos amigos.
Desvio o olhar e limpo as lágrimas que não havia me
dado conta que derramei. Nik aperta meu braço e continua a
cruzar o corredor. Eu posso escutar as vozes dos caras e das
meninas, rindo e conversando.
Quando nós caminhamos para área principal, estou
perplexa. Sua casa não é nada do que eu esperava. Deixe-me
dizer-lhe o que eu estava esperando. Estava pensando ver
cores escuras, móveis básicos escuros, e absolutamente
nenhum calor.
Quão equivocada eu estava?
Muito. Esta casa só pode ter sido decorada por uma
mulher. Ou várias mulheres. Estou supondo que sua mãe e
irmãs tiveram um papel na decoração e mobiliário desta casa.
É impressionante.
A sala em que entramos é enorme e de plano aberto39. As
paredes são de um suave tom de pêssego. O teto é de um
branco brilhante e muito alto. Há spot de luz em todo o lugar.
Todos os móveis são de madeira, fora os sofás. Eles são três,
de couro macio, castanho claro e de três lugares cada,
colocados em um semicírculo em torno da grande TV LCD
39
Open plan – conceito arquitetônico para qualquer piso plano que utiliza grandes espaços abertos e
minimiza o uso de salas pequenas e fechadas.
que está colocada na parede à direita. Há uma grande mesa de
centro quadrada no meio desses sofás; parece de mogno.
O lado esquerdo da sala tem uma grande mesa de jantar
e belas cadeiras esculpidas à mão, também de mogno. Os
caras colocaram uma mesa de pôquer no meio da sala, com
cartas e fichas dispostas. No canto superior esquerdo da parte
de trás da sala tem uma área fechada que eu acho que é a
cozinha porque há bancos para sentar em um balcão. Há
prateleiras para livros, uma cristaleira chinesa, e um armário
de DVD estrategicamente colocado ao redor da sala. É de tirar
o fôlego.
— Eu amo a sua casa. - Digo com admiração.
Nik sorri. — Obrigado. Nós gostamos também.
E me leva à zona fechada no canto esquerdo que é
realmente a cozinha.
No caminho, cumprimento todos e beijo Max na
bochecha. Eu o admiro e a sua capacidade de ser tão feliz
independente do infortúnio que teve.
Nik pega bandejas para bolo e monto meus cupcakes
especiais nelas. Então eu levo as bandejas para mesa de jantar.
Eu nem sequer fiz nada e já estou me divertindo.
Pare de ser uma tonta.

***
Tina parece maravilhosa em jeans apertados, um suéter,
e sandálias. Seu cabelo foi colocado em um daqueles nós bem
confusos no alto de sua cabeça. Seus lábios têm brilho.
Eu quero lamber este brilho e descobrir que sabor é.
Eu não sei o que ela está fazendo comigo! A mulher deve
ter magia.
Tina acabada de colocar os cupcakes na mesa de jantar
quando Ghost chega e pega um. Ela coloca a mão para pará-
lo.
— Não, Ghost, querido, o seu está aqui. — Diz ela,
apontando para outra bandeja de cupcakes.
Ghost estreita os olhos para ela e pergunta: — Por que
estes são os meus? Você cuspiu ou alguma merda assim?”
Tina parece chocada que ele ache isso, mas responde: —
Hum, não. Você disse que preferia manteiga de amendoim
crocante assim que eu fiz-lhe o seu próprio lote.
Ghost fica atordoado, suas sobrancelhas levantaram e
sua boca cai aberta. Ele ajeita sua expressão e pergunta
baixinho.
— Você fez estes especiais?
Tina parece desconfortável e um pouco ruborizada. Ela
arruma as coisas sobre a mesa, que não precisam ser
arrumadas.
— Ah... - Ela encolhe os ombros e olha para o chão. —
Você tem que comer, certo?
Ela caminha de volta para cozinha deixando um surpreso
Ghost olhando para o seu lote pessoal de cupcakes.
Max caminha por trás dele e o repreende. — Você é um
idiota. Eu aposto que você nem sequer gosta de manteiga de
amendoim crocante.
Ghost responde em voz baixa ainda franzindo a testa. —
Não, eu gosto muito.
Max nota a expressão confusa de Ghost e sorri com
entendimento.
Ghost pega um cupcake. — Então, ela é realmente muito
legal, não?
Max sorri ainda mais.
— Yep. — Ele fala dando ênfase no p.
Ghost sacode a cabeça. — Merda.
***

Eu me escondi na cozinha por tempo suficiente.


Endireito minhas costas e me movimento para sair da cozinha
quando Ceecee entra. Deus, mas essa menina é bonita. Ela
olha para mim e sorri com os dentes tortos.
— Oi Tina!
Sorrindo, eu respondo: — Olá Ceecee. Como está, meu
anjo?
Ela levanta o olhar pensativa. — Estou bem.
Bem? Somente bem?
Eu não gosto disso. As crianças devem ser felizes. Ao
menos deveriam ser felizes.
Caminho até ela, acariciando seu rosto. — Tudo bem
mesmo?
Ela suspira. — Sim, eu acho.
Eu posso ver que ela realmente não quer falar sobre isso.
Há hesitação escrita por todo seu rosto doce.
— Bem, se você quiser falar comigo sobre qualquer coisa,
— Eu digo enquanto caminho de volta para minha bolsa, pego
papel e um lápis e começo a escrever, — Aqui está o meu
número de telefone.
Ela olha para o papel com espanto, os olhos arregalados.
— Posso chamá-la a qualquer momento?
— A qualquer hora. Se você sentir que precisa falar com
alguém ou quer algum conselho vou estar disponível neste
número, docinho.
Seu rosto muda de surpresa a felicidade e sorri.
— Obrigado Tina. - Dobra o papel e o coloca em seu
bolso.
Nós duas nos movemos para fora da cozinha para
descobrir que a pizza já chegou. Consigo um prato para
Ceecee, levando-o para ela e beijando-a na testa.
Mia teria cinco anos se estivesse viva.
Eu não posso parar a dor agarrando meu coração. Penso
nela todos os dias e me pergunto o que seria da minha vida se
ela estivesse aqui. É um ponto discutível. Ela não está aqui.
Eu sinto a falta dela, no entanto.
Max diz a Ceecee que se prepare para ir dormir e ela faz
o seu caminho por um corredor no canto superior direito da
sala. Eu quero ver o resto da casa já estou planejando escapulir
mais tarde e explorar.
Eu sinto alguém atrás de mim. Um braço se move
através da parte superior do meu peito e me puxa de volta para
um corpo rígido. Eu olho para cima e Nik está me olhando
com apreensão.
Meus olhos se abrem e pergunto: — O quê?
Ele balança a cabeça e descansa a bochecha na minha
cabeça.
— Não sei, você só parecia triste por um minuto. Eu
pensei que talvez você estivesse pensando em Ceecee. Você
parecia que precisava de um abraço.
Viro-me para olha-lo e abraço forte sua cintura.
— Eu sempre preciso de um abraço. Obrigado.
Ele fica em silêncio por um longo momento. — Pêssegos.
Pêssegos. O quê?
Ele se inclina para baixo perto do meu pescoço, coloca
seu nariz sob meu ouvido e sinto seus lábios no meu pescoço.
— Você cheira a pêssegos.
Oh.
Tenho borboletas no meu estômago e o aperto mais forte,
e sinto algo duro na parte de cima do meu quadril. Calor
espalha-se através da minha barriga.
Oh meu senhor. Isso é uma...? Ele tem uma...?
O pensamento de Nik ficando duro por causa do meu
perfume faz minhas pernas tremerem e meu núcleo se
umedecer. Seus lábios ainda estão no meu pescoço e diz em
voz baixa: — Porra, você cheira bem, Tina. Bem o suficiente
para comer.
Ele belisca meu pescoço com seus dentes, eu tremo e
quase gemo. Eu relaxo o aperto sobre ele, viro meus olhos
semicerrados para ele, com minha voz rouca respondo:
— Talvez você deveria tentar comer um cupcake em vez
disso. Tenho certeza que eles tem um gosto melhor do que eu.
Nik fecha os olhos, parecendo magoado. — Eu não acho
que qualquer coisa tem um sabor melhor do que o seu.
Ele se vira e vai embora.
O que acabou de acontecer?

***
Max coloca Ceecee na cama e liga o monitor de bebê que
mantemos no console da lareira. Seu quarto é o último o final
do corredor, um pouco longe, por isso, se ela chama em voz
alta não podemos ouvir a menos que o monitor esteja ligado.
Funciona bem, desta maneira não temos que ficar quietos para
ela dormir.
Eu ainda estou dolorosamente duro.
Eu quero Tina na minha cama. Não só para o sexo. Eu
quero fazer tudo que você faz com as pessoas que te
importam. Eu quero beijar e saborear cada centímetro de seu
corpo perfeito. Eu quero abraçá-la enquanto ela dorme. Quero
protegê-la de todo mal do mundo. Eu quero que ela precise de
mim. Mas nós somos amigos. E amigos não fazem coisas
assim.
Você tem que sair disso.
Sim, eu tenho que fazer. Tina me pediu para ser seu
amigo e é isso que eu vou ser. Se eu não posso tê-la em minha
cama, eu vou tê-la de qualquer maneira que puder.
Eu não sei como explicar isso sem soar como um
maricas. Eu nunca me senti desta forma por uma mulher
antes. Ela faz o meu dia mais brilhante. Eu sou mais feliz
quando estou com ela. Eu nunca fui bom com isso, mas eu
quero dar-lhe minha afeição. Ela é minha pequena tola.
Encanta-me ver que ela leva seu coração na mão. E dá a todos
que conhece um pequeno pedaço do seu grande coração.
Eu sinto meu corpo relaxar.
Graças a Deus.
Seria uma merda se eu passasse a noite toda duro.
Todos nós sentamos à mesa de pôquer, comendo e
bebendo, então é hora de jogar.
Tina olha em volta da mesa e sorri.
— Então, como se joga?
Oh, merda.
Somente Tina viria a uma noite de pôquer sem saber
como jogar pôquer.

***
Nik passa uma hora tentando me ensinar a jogar pôquer.
Tudo isto soa um pouco como "esta carta é blá e você a usa
para blá e blá. Então você blá e blá-blá-blá e isto é pôquer!’’.
Deixe-me dizer-lhe, não é tão simples.
Eu desisto com um beicinho e convenço as meninas a
jogar Uno comigo na mesa de jantar.
Depois de três partidas comigo ganhando, Nat toma o
maço de cartas e os joga no ar. As cartas voam em todas as
direções, Nat não é de forma nenhuma uma boa perdedora.
Lola, Mimi e eu começamos a rir de todo o seu drama; Nat
faz beicinho como uma garotinha.
Nós voltamos para mesa de pôquer com os meninos, que
são barulhentos e violentos. Eles provocam-se mutuamente,
riem em voz alta e ficam animados quando eles ganham uma
mão. Eles são tão divertidos de estar ao redor.
Trick comeu seis dos meus biscoitos especiais e
atualmente está devorando o sétimo. Ele se inclina para mim,
beijando minha bochecha com um descuidado beijo de
chocolate.
— O que tem nestes cupcakes, garota? São celestiais.
Eu limpo meu rosto e rio. — Ecaaaaa Trick! Bem, os
cupcakes de veludo vermelho têm um molho de chocolate no
meio e os cupcakes de chocolate cremoso tem um recheio de
manteiga de amendoim no meio.
Seus olhos rolam de felicidade; ele se inclina e coloca
seus lábios na minha bochecha.
— Fuja comigo.
Eu rio do seu teatro. Nik pega a minha mão na sua, me
puxa para ele. — Sinto muito Trick, mas ela já havia me
prometido.
Trick olha para ele com raiva. — Você sempre fica com a
garota. Deixe um pouco para nós, camarada.
Nik sorri. — Nunca.
Ele me puxa de lado no seu colo e sem pensar eu coloco
meus braços ao redor de seu pescoço e me acomodo,
colocando meu rosto no lado de seu queixo. Eu amo abraçar
este homem. Ele é meu ursinho de pelúcia.
Eu posso sentir todo mundo olhando para nós, mas não
poderia me importar menos. Estou muito confortável e não
pretendo mover-me.
As meninas assistem aos outros caras jogarem esta
rodada e os incentivam. Nik jogava suas cartas e, em seguida,
acariciava minhas costas. Todos nós estamos tendo um tempo
maravilhoso.
— Papai? - A voz é um pouco distorcida e vem do
monitor bebê. Max vai levantar-se, mas coloco uma mão em
seu braço e digo: — Eu vou.
Ele olha atônito com a minha oferta. — Hum, ok, se
você tem certeza. Ela normalmente está com sede então leve
um copo de água. É o último quarto no corredor.
Eu sorrio, vou para cozinha pegar um copo de água e me
dirijo para o quarto de Ceecee.
Ela mostra um pequeno sorriso quando me vê entrar em
seu quarto. Eu mantenho a luz apagada, mas deixo a porta
aberta ligeiramente para ter alguma iluminação e sento ao
lado dela na cama.
Quem diria, ela está com sede.
Sentando-se, bebe a metade do copo e o coloca sobre o
criado-mudo. Abaixo minha cabeça até a dela, colocando
meus lábios em sua testa.
— Melhor, querida?
Ela me abraça e sussurra: — Sim, obrigado Tina. Boa
noite.
Eu a cubro e regresso para os outros. Max olha para mim
com uma sobrancelha levantada; sorrio de uma maneira que
lhe diz que ele estava certo.
Eu me aproximo dele, beijo sua cabeça. — Você é tão
sortudo.
Ele estende a mão e aperta meu ombro.
— Oh, eu sei. - Ele ri. — Ela me diz todos os dias.
— Há algum dia que você leve Ceecee para o The White
Rabbit? - Pergunto.
— Todos os sábados, babe, mesmo que ela fique
entediada como o inferno lá. Eu a deixo levar seus jogos, no
entanto. - Um plano começa a se formar na minha cabeça.
Pergunto de maneira casual: — A que horas vocês
chegam?
Ele me olha com os olhos entrecerrados.
— A partir das nove, por quê?
Eu tento ser o mais displicente que posso.
— Só perguntando, querido. - E volto a sentar-me.
Os caras estão tão entretidos com o jogo, que eles não
percebem quando faço sinal paras garotas me seguirem. Todas
estão dando desculpas para esticar as pernas ou tomar uma
bebida.
Nós caminhamos para o corredor o mais discretamente
possível.
Tempo para explorar este castelo.
O longo corredor tem quatro portas de cada lado e uma
no final, que é o quarto da Ceecee. São nove aposentos no
total! Esta é uma pequena mansão.
As duas primeiras portas de cada lado são quartos. Nós
não exploramos estes porque isso seria rude. No entanto, eu
realmente queria.
Abrimos a segunda porta do lado esquerdo do salão e
engasgamos quando entramos. É um pequeno estúdio!
Há um piano de cauda no centro da sala. Isso é tudo.
Nada mais.
Eu começo a saltar para cima e para baixo e enviar um
olhar suplicante a Nat. Ela revira os olhos, mas concorda.
— Viva!
Tentamos encontrar o interruptor de luz, mas não
conseguimos então Mimi vai até as cortinas e as empurra.
Somos imediatamente banhadas pela luz da lua.
Nat se senta ao piano, os dedos entrelaçados e os estica.
Ela diz: — Estou um pouco enferrujada. - Nos olha e
pergunta: — O que querem ouvir?
Lola responde imediatamente, "Amazing Grace40".
Nat sorri: — Grande escolha, querida.
E logo cantamos.

***

40
Amazing Grace: https://www.youtube.com/watch?v=B3XdXEJEI4E
As meninas desapareceram há pouco tempo atrás.
Levanto-me e silencio os caras. Há uma música fraca de piano
ao fundo.
Todos nós olhamos ao redor confusos. Vou ao corredor e
escuto as garotas cantando ao piano.
Faço sinais para eles e nos dirigimos à porta. Estamos
parados do lado de fora assistindo. Elas estão terminando
Amazing Grace. Ninguém tocava o piano desde que meu pai
morreu. Era seu e eu estou feliz em vê-lo em uso novamente.
Isto me traz boas memórias do meu pai.
Nat termina.
— Isso foi incrível. Eu não tenho tocado em um longo
tempo, então eu sinto muito se estava um pouco fora.
Logo escutamos Mimi.
— Você pode tocar ‘Poker face’?
Uma confusa Tina fala:
— Espera, pensei que ‘Poker her Face41’ era uma
insinuação sexual.
Ingênua total.
Lola ri: — Como quando você pensou que as palavras
‘Can’t fight the moonlight42’eram ‘Pardon Me The Starlight,
Starlight’?
Mimi está histérica.

41
Poker Face - Cara de pôquer e a Tina entende “Poker her face” – Foder seu rosto.
42
Can’t Fight the Moonlight – não posso lutar contra a luz da lua e a Tina entende ‘Pardon, me the Starlight’ –
Perdão minha estrela, estrela.
— Ou quando você pensou que ‘Hooked On A Feeling 43’
era ‘Hooked On The Ceiling’?
Tina está segurando seu abdômen de tanto rir. Ainda
rindo diz:
— Sim, eu não gosto quando estou cantando uma canção
e o artista erra a letra.
Todas as meninas riem dela. Estou feliz de que ela pode
rir de si mesma.
Ainda rindo Nat pergunta: — Algum pedido?
As meninas ficaram em silêncio pensando sobre o que
escolher. Em seguida, Tina diz: — Impossible44.
Eu posso ver uma careta triste no rosto de Nat. Ela
balança a cabeça lentamente dizendo não.
Tina toca seu braço e suaviza o tom de voz.
— Por favor?
Nat não parece feliz, mas concorda.
— Qual versão? Shontelle ou James Arthur?
Tina responde: — James Arthur.
Nat concorda e toca piano. A melodia suave soa e Tina
começa a cantar.
I remember years ago,
Eu me lembro de anos atrás,
someone told me i should take,

43
Hooked on a Feeling – preso a um sentimento e a Tina entende ‘Hooked on the ceiling’ – preso ao teto. (ou seja,
a Tina confunde as letras das músicas e canta os maiores absurdos :D)
44
Impossible – video com a tradução https://www.youtube.com/watch?v=0QEeM1obEPE
alguém me disse que eu deveria ter,
caution when it comes to love, i did…
cuidado quando se trata de amor, eu tive...

Tina tem uma voz bonita. Ela domina a música.

And now, when all is done, there is nothing to say,


E agora, quando tudo está feito, não há nada a dizer,
you have gone and so effortlessly,
você se foi e tão sem esforço,
you have won, you can go ahead, tell them,
você ganhou, você pode ir em frente, diga a eles

Tell them all i know now


Diga a eles tudo o que sei agora,
Shout it from the roof tops, Write it on the sky line,
grite isso de cima dos telhados, escreva isso no horizonte,
All we had is gone now, Tell them i was happy,
Tudo que nós tínhamos se foi agora, Diga a eles que eu era feliz,
And my heart is broken, All my scars are open,
E meu coração está partido, Todas as minhas cicatrizes estão
abertas,
Tell them what i hoped would be,
Diga a eles o que eu espera ser,
Impossible...
Impossível...

Ela soa como se estivesse sofrendo. Quero ir e abraçá-la,


mas quero escutá-la contar sua história. Ela não está apenas
cantando as palavras. Isto é uma mensagem. Ela sente as
palavras.

Falling out of love is hard,


Cair fora do amor é difícil,
Falling for betrayal is worse,
Cair fora do amor por traição é pior,
Broken trust and broken hearts, I know…
Confiança quebrada e corações partidos, eu sei...

Meu peito se aperta com raiva.


Maldição, Tina foi ferida. Seriamente.

And now, when all is done, there is nothing to say,


E agora, quando tudo se foi, não há nada a dizer,
And if you're done with embarrassing me,
E se você terminou de me envergonhar,
On your own you can go ahead, Tell them,
você pode ir em frente sozinha, diga a eles,
Tell them all I know now, Shout it from the roof tops,
Diga a eles tudo o que eu sei agora, Grite isso de cima dos
telhados,
Write it on the sky line, All we had is gone now
Escreva isso no horizonte, Tudo o que nós tínhamos se foi agora,
Tell them i was happy, And my heart is broken,
Diga a eles que eu era feliz, E que meu coração está partido,
All my scars are open, Tell them what I hoped would be,
todas as minhas cicatrizes estão abertas, Diga a eles o que eu
esperava ser,
impossible...
impossível...

Mimi discretamente limpa uma lágrima de seu rosto.


Lola tem suas mãos cobrindo a sua boca e seus ombros
tremem com soluços silenciosos. Sentem tudo que Tina sente.
A ideia de alguém ferindo a Tina tão profundamente faz meu
estômago se revolver com raiva. Eu faria qualquer coisa para
fazê-la se sentir melhor.

I remember years ago, Someone told me I should take


Eu me lembro de anos atrás, Alguém me disse que eu deveria ter
Caution when it comes to love, I did…
Cuidado quando se trata de amor, eu tive...
A voz de Tina enquanto canta é estável. Seus olhos estão
fechados. Os lábios da Natalie tremem enquanto toca o
piano...

Impossible...
Impossível...

A canção termina e Tina abaixa a cabeça. Seus ombros


tremem e ela está chorando. Com a voz quebrada, diz: —
Droga, eu o odeio tanto.
Eu quero matar o filho da puta que a machucou. Eu
nunca ouvi Tina maldizer assim. Ela foi ferida profundamente
e eu não sei o que fazer com esta informação. Acho que terei
que ser paciente e esperar até que ela me conte. Faço sinais aos
caras para nos afastarmos da porta. Voltamos para mesa e
seguimos nosso jogo de pôquer.
Max brinca com suas cartas, os olhos postos sobre a
mesa. Ele murmura:
— Eu não gosto disso.
Eu também não, irmão.
Capítulo Dez
Fada Madrinha

A noite do pôquer foi extremamente divertida! Não que


eu tenha jogado pôquer. Ou tenha feito qualquer outra coisa,
mas a companhia foi fenomenal, e chegamos a nos
conhecermos ainda melhor. A verdadeira amizade esta
começando a formar-se.
Inclusive Ghost puxou meu cabelo quando nos
separamos. O que suponho é equivalente a um abraço.
Depois de cantar paras meninas e termos o nosso festival
de choro, alguns pensariam que não estaria no humor para
sair de novo com os caras e brincar. Mas quando eu caí as
meninas vieram para me confortar e eu percebi quão
afortunada sou por tê-las. Minha vida poderia ser muito pior
do que é, e eu tenho que ser agradecida.
Nós nos acalmamos e arrumamos nossas maquiagens da
melhor maneira possível e em seguida, voltamos com os
meninos. Assim que entramos na sala todos se viraram para
olhar para nós e eu senti que eles sabiam que estava
acontecendo alguma coisa.
Max quebrou o silêncio perguntando: — Que tal um
filme?
Isto nos tirou de nosso lamentável feitiço. As meninas e
eu adoramos assistir filmes juntas! Nós todas brincamos e
rimos dos atores. É um bom e seguro passatempo. Nós
concordamos rapidamente.
Nik foi para um armário e tirou dois DVDs, nos mostrou
'Step Brothers' e 'Old School'.
Eles devem ser fãs de Will Ferrell.
Nós todos queríamos ver Step Brothers. Nós nos
acomodamos nos três enormes sofás de três lugares. Nik, Max
e eu em um sofá. Mimi, Lola e Trick em outro e Ghost e Nat e
no terceiro.
Eu estava sentada entre meus irmãos favoritos. Mimi
estava sentada em uma extremidade do sofá, Lola no meio,
Trick descansando a cabeça no colo da Lola, com as pernas
balançando sobre o apoio de braço. Ghost estava sentado no
final de seu sofá, com Nat sentada no extremo oposto, ambos
trocando olhares carrancudos.
Vamos lá pessoal! Não podemos todos nos dar bem?!
O filme começou e todos nós relaxamos. De alguma
maneira a medida que o filme avançava Nik, Max, e eu
havíamos terminado enroscados parecendo um pouco como
uma lagarta humana. Nik colocou uma almofada sobre suas
coxas, eu coloquei minha cabeça em seu colo e me recostei de
lado em posição fetal, Max com a cabeça na minha coxa.
Todos nós estávamos rindo tanto que houve um par de vezes
que pensei que havia feito xixi de verdade.
No meio do filme olho ao redor para ver Lola pegar a
mão do Trick e brincar com ela. Isso me surpreendeu. Nat
caiu adormecida. Ela é engraçada desse jeito, poderia
adormecer em um concerto de rock e não há maneira de
acordá-la a não ser levantá-la pelos braços e coloca-la em seus
pés. Ela estava em uma posição desconfortável e eu podia ver
Ghost franzindo o cenho pela maneira dela dormir. Depois de
alguns segundos olhando para ela, puxou-a para ele, apoiou
totalmente o seu corpo no sofá, colocou um travesseiro em seu
peito e deitou a cabeça dela, com ela recostada contra ele.
Claro, ele suspirou como se fosse a maior tarefa que jamais ele
tinha feito, mas em questão de minutos, ele tinha adormecido,
também. Isso me surpreendeu ainda mais. Na realidade eles
pareciam realmente doces juntos.
Eu não posso esperar para zombar dele sobre isto!
Nik estava distraidamente acariciando meus cabelos e
Max estava roncando e babando na minha coxa.
E eu estava sorrindo como uma idiota.
Desde que eu conheci esses caras minha vida está mais
completa. Amo as minhas garotas demais, mas não podia
deixar de sentir que estava faltando alguma coisa. Eu sinto que
encontrei a peça que faltava do quebra-cabeça. E todos nós
parecemos tão estúpidos agora que não posso deter a risada
que se forma na minha garganta.
Nik para de acariciar meu cabelo, levemente belisca meu
rosto e pergunta:
— Do que você está rindo, querida? Ele soa divertido.
Eu inclino a minha cabeça para olhá-lo. Dou um
pequeno sorriso.
— Olhe ao seu redor. Somos um grupo de desajustados
que se encaixam perfeitamente juntos.
Ele franze a testa e, em seguida, se vira para olhar todo
mundo. Um grande sorriso se instala em seu rosto e eu sei que
ele me entende.
Eu me viro para ver o filme e ele começa a acariciar meu
cabelo novamente.

***
Hoje é sábado. Após nos despedirmos depois do pôquer
de quinta à noite, Max avisou as garotas que também estavam
convidadas para noite do pôquer da semana seguinte. Eu acho
que eles gostaram de nos ter ao redor.
Não nos vimos na sexta-feira porque estávamos todos
ocupados. E hoje eu estou fazendo algo que eu não tenho feito
em dois anos.
Eu vou tirar o dia livre.
Eu deixei a Nat encarregada da loja. Quando lhe disse
que não ia trabalhar ela me olhou como se eu estivesse
gravemente doente, mas depois de lhe dizer o que faria hoje,
ela pensou que era uma ótima ideia.
Hoje eu estou muito mal vestida e eu estou nervosa sobre
ver Nik neste estado. Saio da Safira e me dirijo para o The
White Rabbit.
Cheguei ao segundo andar e caminho até a sala de
“relaxamento”. Ali, sozinha, esta Ceecee. Ela não me viu
ainda e sorrio por trás dela. Eu não sei como vai ser o dia de
hoje, poderia estar cometendo um grande erro, mas eu não
vou saber a menos que tome uma atitude.
Eu me aproximo dela e cubro seus olhos, e seu corpo fica
rígido. E eu digo:
— Adivinha quem é, docinho?
Ela ri. — Tina!
Eu rio e caminho ao redor dela.
— Você está certa, querida! Pegue suas coisas, vamos
embora.
Ceecee parece tão confusa que eu rio e brinco: — Bem,
vamos tartaruga, vamos nos atrasar!
— Aonde vamos? - Sussurra.
Eu me ajoelho na frente de sua cadeira de rodas e
acaricio o seu bonito cabelo castanho.
— Temos um grande dia de Princesa com tratamentos
luxuosos para aproveitar. - Uso o meu melhor tom aborrecido
e endireito as costas. — Eu sei que vai ser difícil passar por
eles, mas ei, quando você é uma princesa tem que fazer todas
as coisas que as princesas fazem, certo?
Seu rosto tem um olhar de surpresa, mas ela sussurra. —
Certo.
Em seguida, ela sorri e rápido como um raio sai pela
porta gritando:
— Papai!
Eu a segui pela porta. Max está fora da sala de
conferências em um instante.
— O que foi, querida? - Ele soa alarmado e se ajoelha
diante dela com as mãos em seus ombros. Quando ele vê seu
rosto sorridente ele relaxa um pouco. — Que diabos, Ceecee?
Você me assustou pra caramba!
Ceecee sorri.
— Tina vai me levar para um tratamento luxuoso de
princesa! Eu posso ir? Por favor, papai, por favor, por favor,
por favooor!
Ela tem as mãos juntas na frente do peito, logo abaixo
do queixo como se estivesse rezando.
Max finalmente percebe que eu estou lá e pergunta:
— Ei T, o que é tudo isso? - Ele sorri para mim.
Uso um tom prático.
— Bem, como princesas, temos de fazer o que fazem as
princesas. Precisamos de tratamentos faciais, manicures,
pedicures, temos que arrumar o nosso cabelo e terminar com
uma massagem. Nós vamos demorar quase o dia inteiro.
Eu ouvi alguém limpando a garganta e Nik está de pé na
porta da sala de conferências. Seus olhos estão em mim,
brilhantes e emocionados.
— Tina, você está linda.
Eu olho para mim, minhas calças de moletom não são
bonitas, são enormes e confortáveis. Eu levanto a vista e
declaro:
— Você precisa verificar seus olhos, Nik.
Ele ri e diz: — Então, onde é que você vai levar minha
Cricket para tal tratamento de Princesa?
Eu dou a Max um cartão do salão que fica ao final da rua
e digo:
— Eu liguei e reservei esta manhã. Estaremos ali por
algumas horas. Espero que Ceecee não esteja ocupada. - Dou
a Max um olhar significativo. Eu sei que ela ficaria entediada
durante todo o dia e realmente queria que ele a deixasse vir
comigo.
Seus olhos se estreitam, ele sabe o que eu estou fazendo.
Responde: — Não, Ceecee não está ocupada. Se ela quiser ir
contigo pode ir...
Ceecee levanta as suas pequenas mãos no ar e grita: —
Ebaaaaa!
—... Contanto que você pegue meu cartão de crédito e
pague com ele.
Meu rosto cai e olho para ele com o cenho franzido. Ele
sorri para mim. Ele sabe que odeio isto.
Pega a sua carteira, e mostra um cartão de crédito preto
brilhante.
— O limite é suficiente para comprar um carro novo.
Tiro o cartão da sua mão, cerro meus dentes e respondo
com um duro: — De acordo.
Não há nenhuma maneira no inferno que vou usar este
cartão.
Max se volta para sua linda filha e sussurra em voz alta o
suficiente para todos nós ouvirmos:
— Você me diz se Tina não usar isso. Tudo bem,
querida?
Uh, Max! Seu verme!
Ceecee olha para Max como se ele fosse o melhor pai do
mundo. E para dizer a verdade, estou começando a acreditar
que ele é. Ela responde em voz baixa:
— Tudo bem, papi.
Olho para Nik, logo para Max e, afirmo: — Temos que
ir. Vamos nos atrasar.
Ceecee e eu despedimos dos dois e vamos em direção ao
elevador. Isso foi melhor que o esperado.

***
Ceecee e eu estamos na calçada e lhe pergunto:
— Você quer andar sozinha ou você se importa se eu lhe
empurrar?
Ela me dá um sorriso tímido.
— Não sei. O que você quiser. Eu estou bem com
qualquer um.
Dou um salto e bato meus calcanhares juntos. Ceecee ri
da minha palhaçada. E silvo:
— Maldição! Eu sempre quis dirigir seu carro!
Eu a empurro ao longo da calçada em direção ao salão.
Eu liguei e avisei que Ceecee está em uma cadeira de rodas.
Felizmente, eles têm acesso adequado.
Uma mulher saindo do salão mantém a porta aberta para
nós e lhe agradecemos.
Tanya é a proprietária do salão Bells and Whistles.
Tenho recebido manicures dela e suas filhas durante dois anos
e eu gosto muito. Quando eu liguei e disse que precisava de
um tratamento luxuoso de princesa, ela desenvolveu um
cronograma para nós. Tanya tem quarenta anos, mas parece
ter cerca de trinta anos. Esta sempre maquiada e tem seu
cabelo comprido tingido de um vermelho escuro.
Quando Ceecee a vê caminhando em nossa direção
engasga e fala com admiração na voz:
— Posso usar o meu cabelo assim? - Eu realmente ri até
as gargalhadas, ante a ideia de leva-la de volta para o Max
com o cabelo tingido de vermelho brilhante.
— Bem, como está Tina! E esta é a princesa Ceecee que
está programada com a gente hoje? - Tanya está olhando para
Ceecee com um enorme sorriso em seu rosto bonito.
Eu sorrio e declaro: — Esta é a primeira e única princesa
Ceecee. - Decido atuar um pouco. Eu arrebito meu nariz no
ar. — Exijo o melhor serviço para ela. Seu pai é um rei, depois
de tudo.
Ceecee ri e cobre a boca com uma mão. Tanya arregala
os olhos e segue o exemplo: — Mas, é claro. Apenas o melhor
serviço para Princesa Ceecee. Por favor, venha por aqui.
Levo Ceecee para primeira estação, para tratamento
facial. Enquanto caminho junto com a Tanya ela franze o
rosto, põe uma mão peito e sussurra:
— Ela é bonita.
Como se eu não soubesse.
Tanya se senta ao lado da cadeira da Ceecee e explica o
que será feito com ela hoje.
— Tudo bem, princesa Ceecee, hoje vamos começar com
um tratamento facial. Então eu vou colocar um pouco de
creme frio em seu rosto, deixarei por cerca de dez minutos e,
em seguida, limpo. Então vou fazer as suas unhas das mãos e
dos pés. Você pode escolher a cor que quiser. Depois disso, eu
vou cortar e arrumar seu cabelo. E vou terminar com uma
massagem. O que você acha, querida?
Ceecee de olhos arregalados sussurra para Tanya: —
Acho bom, obrigada.
Tanya sorri para Ceecee:
— Bem, você é uma princesa e você merece o melhor,
docinho.
Ceecee sorri, olha para baixo e sussurra: — Está bem.
Doce bebê Jesus, eu amo essa menina.
Toda vez que vejo Ceecee meu coração derrete. Ela é tão
gentil e amorosa. No entanto, parece incrédula sempre que
alguém lhe faz um elogio. Isso me incomoda. No final do dia,
eu quero que ela se sinta bem. Tão bem como jamais se sentiu.
Tanya aplica nossas máscaras e enquanto esperamos que
se fixem escuto Ceecee cantar junto com o rádio.
“You are now, now rockin’ with Will.I.Am and Britney,
Bitch.45”
Eu suspiro e a repreendo suavemente: — Ceecee, somos
damas e princesas, e não falamos: c.a.d.e.la46.

45
Você está agora agitando com Will.I.Am e Britney, cadela.
https://www.youtube.com/watch?v=oSs8NzzICfA
46
Bitch - Cadela
Eu termino em um sussurro e não tenho nem ideia de
por que senti a necessidade de soletrar a palavra quando
acabava de falar isto.
Ceecee fica pensativa, em seguida, olha para mim e diz:
— Mas a Britney falou cadela e ela é uma dama.
Maldita seja, Britney. Agora olha o que você fez!
Meus olhos piscam enquanto trato de pensar em uma
resposta aceitável:
— Ah, eu acho... Bem... Isso é... a Britney tem mais de
vinte e um anos. Ela é adulta e pode fazer o que queira. E ela
não é uma princesa. — Acaricio a sua mão e sinto que eu
ganhei este round.
Seus olhos se abrem e ela diz lentamente: — Então,
quando você tem vinte e um pode fazer o que quiser?
Sem pensar eu digo:
— Claro.
Ela se inclina para mim e deixa cair uma bomba. — Até
fazer uma tatuagem?
Oh, merda! Como isso aconteceu??!
Gaguejo: — Uh, sim, eu acho...
Ceecee fica tão animada que quase grita: — Isso é legal!
Eu quero uma como a do papai e do tio Nik. Desta maneira
todo mundo saberá que somos uma família.
—... com a permissão de seu pai, é claro.
Mas Ceecee não me escuta, ela está longe demais em sua
mente tendo todo tipo de ideias loucas que as pessoas
desaprovam.
Depois de nossos tratamentos faciais, manicures e
pedicures, Tanya traz um almoço de sanduíches e saladas de
frutas. Ceecee come metade de um sanduíche e algumas
frutas. Quando a convenço para comer mais ela me dá alguma
informação que nunca imaginei. Ela me diz: — Papai disse
que as pessoas em cadeiras de rodas não comem muito. Não
têm que comer tanto como as pessoas normais.
Pesar dispara dolorosamente no meu peito. Eu não gosto
do que ela acaba de dizer.
Eu respondo: — Querida, você é uma pessoa normal.
Você só tem um transporte irado, isso é tudo.
Ela sorri com tristeza: — Tudo bem, Tina. Eu sei que eu
sou diferente. É por isso que não faço amigos e troco muito de
escola.
Meu rosto cai. Com cautela pergunto: — Quantas vezes
você mudou de escola, meu anjo?
Ela brinca com um pedaço de melão na mesa, evitando o
meu olhar e responde: — Quatro vezes em três anos.
Isso. É. Muito. Nenhuma criança deve mudar tanto de
escola.
— Posso perguntar por que, querida? — Pergunto com
cuidado.
Ainda evitando meus olhos, ela diz calmamente em voz
baixa:
— As pessoas zombam de mim. Chamam-me de
estranha. Eles dizem que eu sou um bicho raro. - Meu coração
de verdade está se rompendo, posso sentir dividir-se em dois.
Seus olhos estão baixos concentrados em suas pernas, ela
continua em silêncio. — Eu nunca faço amigos. Eu não sei
por que.
Ela termina com um pequeno encolher de ombros e
falando tão baixo que eu mal posso ouvir.
Estou tão chateada.
Eu não posso nem imaginar como se sente este pequeno
anjinho. Bullying é um problema enorme em todo o país. A
triste verdade é que as crianças podem ser cruéis. Eles não
percebem o que estão realmente fazendo a uma pessoa quando
zombam dela.
Pigarreio para limpar minha garganta e acalmar minha
voz.
— Bem, isso vai mudar. Você é uma princesa. Princesas
não deixam que as pessoas caçoem delas. Elas se defendem. E
eu vou te dizer como. Toda vez que alguém disser algo feio,
levante a mão, sorria e cumprimente-os. Assim, eles são os
únicos que pareceram tolos. Não você.
Seu rosto ainda está baixo, mas eu vejo um pequeno
sorriso aparecer em seus lábios. Tomo como um bom sinal e
continuo: — E fazer amigos não é tão difícil, baby. Um
estranho é apenas um amigo que você ainda não conheceu.
Tudo que você precisa é de alguém para fazer o primeiro
movimento. Então é isso que eu quero que você faça. A
próxima vez que você ver alguém que parece bom, basta ir até
eles e dizer ‘Olá’. O resto será fácil depois disso. Você não tem
nada a perder.
Mentalmente, eu cruzo meus dedos e espero.
Após um longo silêncio, Ceecee olha para mim e sorri:
— Tudo bem, Tina.
De verdade? Tão fácil! De jeito nenhum!
Faço uma nota mental para fazer piruetas fora do salão.
Eu devolvo o sorriso.
Sim! Hoje foi uma boa ideia.

***
Estamos todos na sala 'relaxamento' fazendo uma
reunião recreativa quando o elevador soa seguido pelos sons
familiares de duas mulheres conversando e rindo.
Elas estão de volta.
Eu sorrio para mim mesmo. O que Tina fez esta manhã
foi tão inesperado. Eu sei que Max está agradecido por isso,
no entanto. Ceecee fica tão aborrecida aqui nos sábados. É o
único dia da semana que mamãe ou as minhas irmãs não pode
ficar com ela. Assim que voltamos para sala de conferência,
Max olha para mim diretamente e ele diz:
— Se você não fizer dessa mulher sua esposa, um de nós
vai.
Estou surpreso ao ver inclusive Ghost concordando.
Tina com certeza é uma força. Entra e sai como uma
tempestade. Normalmente lhe deixando confuso.
Tina entra na sala de 'relaxamento' e limpa a garganta de
maneira espetacular. Ela levanta seus braços para o lado e
anuncia:
— Apresento-lhes, a sempre encantadora, Princesa
Ceecee. — E Cricket entra parecendo não só bonita, mas feliz.
Todos nós assobiamos e aplaudimos enquanto Ceecee ri.
Bebo um gole de meu café quando Ceecee fala: — Tina
disse que eu poderia fazer uma tatuagem!
Eu engasgo, cuspo, e o café termina em toda a minha
camisa. O silêncio é ensurdecedor. Isso não soa como algo que
minha Tina diria.
Tina ri nervosamente e corrige: — Um, na verdade eu
disse que quando ela estiver com vinte e um poderia fazer o
que quisesse. Eu também disse que tinha que pedir permissão
a seu pai primeiro.
Tina olha para Max e acena com a cabeça
vigorosamente. Isso soa mais como ela. Minha pequena
Cricket já está se tornando uma descarada.
Max aperta os olhos para Tina e pergunta a Ceecee: —
Querida, Tina pagou com o cartão do papai?
Assim que a questão sai Tina endurece e quero explodir
de rir. Ela não usou o cartão.
O que diz Ceecee então prova que Tina de alguma
maneira conseguiu convencê-la: — Hum, eu não tenho
certeza, papai. Eu não vi. Estou bastante segura que ela usou.
Sim, ela usou. Tenho certeza que sim. — Cricket está
mentindo como nunca para proteger Tina.
Os olhos de Max permanecem fixos em Tina, cujos olhos
estão abertos e seu pescoço está de um vermelho brilhante.
Então ele respondeu a Ceecee: — Bem, se você está segura,
meu anjo.
Tina finalmente desiste e deixa escapar: — Os pais não
pagam por coisas de princesas, suas fadas madrinhas sim!
Ceecee se volta para Tina e pergunta baixinho: — Você é
minha fada madrinha?
Os olhos de Tina se enrugam enquanto ela toca a
bochecha de Ceecee e com firmeza afirma:
— Hoje eu sou.
Sim. Tina é incrível.
Capítulo Onze
Cherry Bomb

Tina se foi logo depois de deixar a Ceecee no The White


Rabbit. E o resto do dia consistiu em Ceecee falar sem parar
da Tina e o que ela disse ou fez e que come muito e que Tina
disse que damas e princesas não dizem “cadela”, Tina é o
novo ídolo da Cricket.
Antes de sair, ela chamou Max e eu de canto e nos falou
sobre Ceecee. O que ela nos disse não era nada que não
sabíamos, mas ao menos estava tentando ajudar.
Ela nos disse: — Ceecee é muito insegura. Falei com ela
hoje um pouco e tenho alguns conselhos, se vocês quiserem.
Normalmente não diria a vocês, mas não é como se ela me
houvesse pedido segredo.
Max parece abatido e diz calmamente:
— Isso seria ótimo, T.
Ela solta um suspiro e fala.
— Por onde eu começo? Hum, Ceecee não tem ideia de
como fazer amigos. Eu expliquei o básico, mas como ela tem
sido assediada é muito tímida. Então eu lhe dei alguns
conselhos sobre como lidar com o abuso, embora quando ela
me contou queria perguntar em que escola aconteceu isto, e
dar umas palavrinhas com estes valentões! — Ela balança a
cabeça com entusiasmo quando diz isto, os olhos arregalados.
Com todas as minhas forças tento não rir. — Ela também me
disse que todos na família a tratam como um bebê. — Coloca
uma mão sobre a de Max. — Isto não a ajuda, querido. Ela
tem nove anos, mas parece maior, como se tivesse dezoito. E
ela é inteligente. Sabe quando a tratam como um bebê.
Max passa a mão livre pelo cabelo e explica.
— Eu não sei como me comportar de outra forma. Eu
tento não fazer, T.
Ela toma as mãos dele, as levanta até seu peito e olha
direto em seus olhos. Responde intensamente.
— Experimente-o com mais entusiasmo, querido. Ela
precisa de você. E é ótimo que você a proteja, mas ela não
precisa de um guarda-costas, Max. Ela precisa de um pai que
possa ajudá-la caso ela tenha problemas, não um pai tentando
evitar quaisquer problemas antes que eles aconteçam.
Max solta suas mãos e a puxa para dar-lhe um grande
abraço. Eles balançam de um lado para o outro levemente.
— Vou tentar, T. - Max diz.
— Que bom, querido. - Sorri, afrouxa o abraço e olha
para cima. — Tenho que ir. Eu vou ver vocês está noite, certo?
Max a beija na testa.
— Conte com isso. - Ele a deixa ir e ela caminha até
mim.
— Eu preciso de um abraço do Niki.
Eu sorrio e a envolvo em meus braços. Vejo Max sair do
meu escritório. Tina brinca com meu colarinho e calmamente
diz: — Ele vai ficar bem, certo?
Sorrio em sua testa.
— Claro querida. Ele é forte. Eu sei que ele faria
qualquer coisa por Ceecee. Ele vai se esforçar mais, você vai
ver.
Ela sorri fica na ponta dos pés e beija minha bochecha.
Seus lábios chegam esquina dos meus lábios, mas não parece
incomodá-la.
— Vejo você hoje à noite, Niki. - Ela diz.
Então ela se foi.
Porra.

***
As meninas vêm ao meu apartamento arrumarem-se para
ir para The White Rabbit.
Conto como foi meu dia com Ceecee e, embora
lamentem que a pequenina seja intimidada e não tenha
amigos, elas estão felizes que ela teve um dia bom.
Eu alimento Bear, faço-lhe uns carinhos e, em seguida,
iniciamos o projeto Preparar-se-para-o-Club.
Nós nos arrumamos. Cacheamos. Alisamos.
Maquiamos. Vestimos. E uma hora depois, estávamos prontas
para irmos.
Mimi está impressionante em um pequeno vestido preto
que comprou na Safira com saltos altos de xadrez preto e
branco; o preto enfatiza seus olhos azuis. Usa seu cabelo loiro
mel liso.
Lola está linda em um vestido verde escuro, estilo kaftan,
que se ajusta na parte de cima e flui ao redor de seus pés com
sandálias. Seu longo cabelo castanho está encaracolado. Não
usa maquiagem pesada, mas seus lábios estão pintados com
uma cor vermelho intensa. Parece uma cigana sexy.
Nat está estonteante em um vestido estilo halter47 que
chega aos pés com uma abertura perversa nas coxas; ela usa
sandálias de ouro até a panturrilha. Ela alisou seu cabelo
violeta está noite. Ela mesma fez sua maquiagem para que
seus olhos estejam esfumaçados por uma sombra escura.
Tomei outro vestido preto de mangas compridas, com
um decote na parte de trás e que atinge o meio da coxa. Ele
tem pérolas prateadas nele. Finalizo com saltos pretos
cravejado de prata. Eu me sinto bem com este vestido.

47
Dress Halter -
Embora o decote seja tão baixo que não dá para usar calcinha
e me sinto um pouco desconfortável, mas as meninas juram
que não se nota. Passo delineador nos olhos e rímel, e ao final
coloco um pouco de brilho rosa claro nos lábios.
Chegamos ao The White Rabbit lá pelas 23h da noite e
caminhamos em direção B-Rock que nos sorri e diz:
— Eu me perguntava se voltaria a vê-las, garotas.
Obrigado por não quebrar meu coração. – Ele pisca e
deixa'nos entrar. Mimi acaricia sua cabeça calva, Lola toca a
bochecha dele, Nat retorna a piscadela e quando eu passo ao
lado dele, coloco a mão em seu peito e o beijou na face.
O clube está a rebentar pelas costuras e nos sentimos
atordoadas. Nós vamos direto paras escadas para sermos
recebidas pela Alice asiática que sorri e diz.
— Ah, a festa Safira chegou. Por aqui senhoritas. - Diz.
Todo mundo nos conhece!
Eu me sinto como uma estrela do rock!
A Alice asiática nos leva ao nosso grande camarote e
toma nossa primeira ordem de bebidas. Decidimos por uns
coquetéis Cherry Bomb, que é uma má ideia porque estes
bebês sobem direto para cabeça, mas eu peço assim mesmo.
Só leva Red Bull e vodca de cereja.
Nós estivemos sentadas, conversando e rindo por uma
hora e meia. Estamos terminando nossa terceira rodada,
quando vejo Mimi sorrindo para alguém atrás de mim. Eu me
viro e todos os caras estão caminhando em nossa direção.
Minha boca forma um grande sorriso bobo. Estou muito
feliz de vê-los, embora eu os vi apenas algumas horas atrás.
Eles estão lindíssimos!
Ghost e Trick vestem o que assumo que seja o seu
uniforme, que é composto por uma camisa preta com decote
em V, calças sociais pretas e sapatos sociais. Max veste uma
camisa preta abotoada, calças e sapatos sociais pretos. E por
último, mas não menos importante, temos Nik. Ele está
vestindo uma camisa branca de botão, jeans azul escuro e
sapatos sociais e parece tão apetitoso.
Todas nós paramos para distribuir abraços e
cumprimentos, e então nós nos sentamos. A garçonete traz
bebidas para os caras, as quais não sabia que tinham pedido, e
também traz a todas nós uma nova rodada. Eu já me sinto um
pouco desorientada. Eu não comi desde que almocei com
Ceecee. Sem pensar, eu tomei o resto da minha bebida e
levanto a quarta. Nik escolheu o assento ao meu lado e eu
estou feliz. Eu coloquei minha mão em sua coxa e o atraio
para mim, para ficar mais perto dele. Ele sorri e coloca o braço
em volta de mim.
Faço contato visual com Mimi que me mostra a língua e
me dispara um sorriso cruel. Falando em voz alta para que
todos ouvissem.
— Eu tenho uma ótima ideia. Quem quer jogar Verdade
ou Consequência?
Filha de uma pulga! Vou cortá-la em pedacinhos!
Sabe que eu odeio esses jogos. Eles são sempre sujos e
me dão urticária.
Para minha má sorte, todo mundo aceita. Mimi começa.
— Max, você já fantasiou sobre outra pessoa enquanto
você teve relações sexuais com sua parceira?
Ele ri.
— Yep. Eu fiz. Saía com uma menina na escola e cada
vez que fechava os olhos, via Christie Brinkley48. - Todos
Riem e ele pergunta:
— Bem, Nat. Se eu fosse comida, o que seria e como
você me comeria?
Um coro de "Oooooh" atravessa o camarote.
Ela aceita e responde.
— Bem, acho que seria um sorvete. - Olha Max de cima
a baixo e sua voz se torna sensual. — Eu aaaaamo sorvete. Eu
gosto de lambê-lo lentamente, especialmente quando se
derrete no cone.
Ela pega a mão do Max e lambe seu dedo lentamente.
Os olhos de Max começam a fechar-se e parece estar sofrendo.
Nós rimos histericamente.
Ghost não está impressionado.

48
Christie Brinkley – é uma modelo americana
Nat volta a deixar a mão de Max em seu colo e ele
acomoda sua virilha.
— Porra, garota, você me deixou meio duro.
Ela solta uma gargalhada e diz: — Bem, Nik. Qual é a
coisa mais embaraçosa que você fez em sua vida?
Ele estica os braços acima da cabeça e sorri.
— Quando estava na quarta série, eu tinha uma
paixonite pela minha professora. - Ele ri de si mesmo. — Eu
queria que ela fosse minha namorada. Então, uma tarde fui
para casa dela com flores e chocolates. Toquei a campainha. –
Nik põe uma mão sobre o seu rosto. — E seu marido abriu a
porta. Larguei tudo ali e corri o mais rápido que eu pude.
Quando terminamos rindo, ele diz: — Mimi, você se já
masturbou?
Trick coloca um braço em volta dela e diz: — Você já
sabe que eu ficaria encantado em ajudar.
Ela sorri abertamente e diz:
— Yep. Duas vezes na semana, pelo menos. Desculpe
rapazes, mas às vezes você precisa agradar a si mesmo.
Os rapazes gemem em agonia.
— Lola, quem foi o primeiro cara que você deixou tocar
seus peitos?
Lola olha para cima e pensa. Em seguida, ela confessa:
— Eu acho que eu tinha quinze anos e quase não tinha seios.
Foi o melhor amigo do meu primo, Frankie. Ele tinha
dezesseis anos e me deu meu primeiro beijo, e me acariciou
um pouco. Eu não me importei porque ele era quente. - Olha
ao redor mesa. — No entanto, eu o vi na igreja na semana
passada. Ele estava ostentando uma cabeça e barriga
enormmes! Tenho sorte que eu não terminei com ele. Trick,
você alguma vez urinou em uma piscina?
Trick se recosta na cadeira com um sorriso bobo no rosto
e diz:
— Sim! Há poucos dias na academia.
Todos nós protestamos com nojo e ele se defende.
— Não importa, os químicos eliminam a urina! Max,
qual é a pior cantada que você usou e funcionou?
Max sorri e responde.
— Uma vez eu disse a uma menina que tinha perdido
minha cama e perguntei se poderia usar a sua. Eu não era a
pessoa mais inteligente. Mas eu tive sexo naquela noite.
Todos vaiaram e assobiaram.
Max olha para mim e diz: — Pequena Tina, você já viu
pornô?
Sorte de merda!
— Eh. Eu... hum... — Eu cubro meu rosto com as mãos
e confirmo. Ouço todo mundo rir e sinto o braço do Nik
apertar mais contra o meu corpo tremendo. Baixo minhas
mãos e giro meu rosto corado e meu pescoço vermelho
brilhante para Ghost. — Ghost, que tipo de roupa íntima você
está usando neste momento?
Ghost sorri para mim e responde calmamente. — Eu
diria se estivesse usando no momento.
As meninas gritam e os caras gemem. Ele apenas sorri e
pergunta: — Lola, qual foi o mais estranho apelido que
alguém pediu para você dizer a ele na cama?
Os ombros de Lola tremem por causa da risada silenciosa
e responde: — Houve um cara que me chamava de
cachorrinha e queria que eu latisse como um cão. - Seu corpo
treme e as lágrimas escorrem pelo seu rosto sorridente. — Eu
não gostei dele o suficiente para manter o jogo.
Lola olha para Trick com um sorriso tímido e pergunta:
— Trick, o que lhe atrai em uma mulher?
Ele a observa com um leve sorriso. É um sorriso genuíno,
e gentilmente respondeu.
— Eu não tenho certeza, Lolita. Olhe no espelho e me
diga.
Nós todos gritamos e Lola torna-se vermelho como um
tomate.
Trick olha para Nik com um sorriso malicioso.
— Quanto durou sua relação sexual mais rápida?
Todos caem na gargalhada. Nik ri e diz: — Eu acho que
foi a minha primeira vez e durei como vinte segundos. - Agora
todos riem histericamente. Nik interrompe nosso riso dizendo.
— Eu gostaria que todos soubessem que eu melhorei muito
desde então!
Nik puxa meu cabelo e eu tenho medo de olhar. Eu sei
que eu sou a próxima.
— Tina, com quantos homens você já dormiu? - Ele
pergunta.
A mesa inteira fica silenciosa e minhas amigas me
dirigem sorrisos de compreensão. Eu limpo minha garganta e
respondo: — Só dormi com um cara. E foi há muito tempo.
Eu sinto o corpo imóvel de Nik contra o meu.
Max olha surpreso, mas a investigação continua.
— Bem, então a pergunta não é válida. Quando foi a
última vez que você teve relações sexuais?
Passam trinta segundos e eu levanto minha mão,
estendendo meus cinco dedos.
Max observa minha mão e diz: — Cinco meses? Isso é
foda.
Nat se agita na cadeira. Lola olha para mesa. Mimi me
dá um olhar desculpando-se.
— Ci-cinco anos. - Sussurro. Eu sinto como o corpo do
Nik fica tenso. Duro como rocha.
O silêncio é ensurdecedor.
— Porra, isso é impossível! — Ele resmunga alto. Ele se
inclina mais para mim e pergunta:
— Como é que você não está se masturbando em cima
da mesa agora? Certamente você tem nervos de aço. Isso é
incrível, baby. - Sua voz é respeitosa.
Ah, obrigada Max.
Evito os olhares surpresos dos caras e os sorrisos de
simpatia das garotas. Encolho os ombros e pergunto:
— Alguém precisa de uma bebida? Certamente eu
preciso.
Antes que alguém responda caminho até o bar e peço
outro cherry bomb. Estou embriagada e me sinto bem.
Caminho de volta para o camarote. Trick e Ghost foram
fazer algum trabalho. Nat foi ao banheiro. Nik acaricia seu
colo. Eu me aproximo e me sento de lado sobre ele. Ele
levanta meu cabelo, põe a boca no meu ouvido e diz:
— Sinto muito por colocá-la no centro das atenções,
querida. Se soubesse que faria você se sentir desconfortável
nunca teria feito essa pergunta.
Coloco a mão no seu peito e digo com um sorriso.
— Tudo bem Nik. É o que é. Eu não posso negar. -
Levanto a minha bebida para tomar um gole e erro a minha
boca completamente. Poderia estar um pouco mais do que
embriagada. Eu derramo a minha bebida na frente da camisa
de Nik.
Murmuro:
— Sinto muito, Nik.
Uso minha mão para limpar a bebida em sua camisa,
mas tudo que eu faço é espalhar mais o brilhante líquido cor
de laranja. Ele pega minhas mãos e olho para ele. Ele está
sorrindo para mim, covinhas e tudo.
— Eu tenho uma camisa de reserva em meu escritório.
Eu vou trocar. - Levantome de seu colo e ele vai embora
enquanto eu seguro sua mão.
— Eu vou com você.
Nik sorri e me puxa para perto dele.
— Vamos lá. - Ele me guia até um corredor por trás do
bar e abre a porta.
Ops!
Ela abre em frente à sala relaxamento. Eu o sigo até o
seu escritório e ele começa a desabotoar a camisa. Eu sei que
deveria desviar o olhar, mas estou um pouco bêbada e quero
ver o que está escondido lá. Ele tem todos os botões da frente
aberta e está trabalhando nas mangas.
— Você pode, por favor, trazer minha outra camisa de
lá? - Ele acena para o cabide no canto. Agarro a camisa recém-
lavada e a tiro da sua capa. Debaixo está a camisa de seda lilás
que ele usava no dia que nos conhecemos.
— Você usava esta no dia em que te conheci.
Ele sorri e diz baixinho: — Eu sei.
Então tira a sua camisa molhada.
Deus do céu!
Nik é ainda mais bonito sem camisa. Seus abs estão
claramente definidos. Ele tem uma pequena área de pelos no
peito. Seus braços são incríveis! Eles são musculosos e têm
veias grossas neles. Ele também tem tatuagens. Seus jeans
caem baixo em seus quadris. Em seu quadril direito ele tem
uma tatuagem de uma cruz. Em seu bíceps direito tem um
tatuagem grande impresso que se parece com XAOC. Eu não
tenho ideia Do que é. Ele tirou o relógio. Seu pulso tem uma
tatuagem no interior. Ela diz Ceecee.
Oh, eu também adoro Ceecee!
Atrás da orelha esquerda ele tem uma tatuagem tribal do
pescoço para baixo. Ainda sem camisa ele se vira e eu acho
que dou um suspiro em voz alta. Suas costas é toda tatuada.
Uma grande imagem. Na verdade, é um pouco assustador. Há
sete anjos com olhos em branco nas nuvens sustentando
espadas de fogo. Eles estão lutando contra cinco criaturas de
aparência demoníacas com chifres em suas cabeças e caudas
pontudas que se aproximam das nuvens. Literalmente me deu
calafrios.
Nik me tira do meu feitiço quando veste a camisa lilás.
Uma vez que está abotoado, estende sua mão, eu pego e
saímos do escritório. Enquanto nós fazemos o nosso caminho
pelo corredor Nik para de repente. Ele coloca um dedo em sua
boca e me pede silêncio. Há sons de golpes provenientes do
lado oposto do corredor.
Seguimos nas pontas dos pés para sala de conferências e
os ruídos ficam mais fortes.
Estrondo-Zumbido-Gemido-Golpe-Lamento
Nik sorri e coloca o ouvido na porta. Seu corpo treme
com a risada silenciosa e acena para que eu me chegue mais
perto.
Com os olhos arregalados coloco meu ouvido à porta e
escuto.
Uma mulher. “Oh meu Deus” Golpe—Zumbido—
Estrondo.
Um cara. “Porra, isso é muito bom.” Gemido—
Lamento.
A garota. “Oh Deus. Você é incrível!” Gemido. “Ainda
assim eu te odeio. Ooooh.” Golpe—Zumbido—Estrondo.
O cara. “Eu te odeio também, garota linda.” Gemido.
“Demônios, faça isto de novo” Gemido.
Eu conheço essa voz.
É Nat.
Levanto a vista até o Nik com uma mão na minha boca.
Seus olhos estão brilhando. Gesticula: — Ghost.
Ghost geme novamente e diz:
“Diga meu nome, garota linda.” Golpe—Estrondo—
Golpe.
Nat geme.
“Ghost! Foda-me, Ghost!” Gemido—Golpe—Estrondo.
“Não baby, diz meu nome.” Zumbido—Estrondo—
Gemido.
Nat ofega.
“Ash-Asher! Oh Deus, Ash... Mais forte Ash”.
Gemido—Golpe—Estrondo.
Ghost afirma:
“Mais forte e te farei atravessar a maldita mesa!”
Gemido—Zumbido—Lamento.
Eu dou risadinhas e Nik explode em riso silencioso. Ele
me empurra de volta ao seu escritório, fecha a porta e nós
rimos histericamente.
Minha melhor amiga está transando com o melancólico Ghost!
Nik tem seus braços em volta da minha cintura. Eu
seguro a mão na frente de sua camisa. Nós rimos até lágrimas.
Quando finalmente paramos de rir nos olhamos na cara. O
desejo tanto. E não é o álcool falando. Quero que ele me beije
agora mesmo.
Nik também para de rir. Vejo-o engolir em seco. Com
um olhar sério coloca uma mão na minha barriga e me
empurra para trás suavemente até minhas costas bateram na
parede. Seus olhos cor de âmbar fixam em mim, buscando
meu rosto. Ele levanta a mão para o lado do meu pescoço e
move o dedo lentamente para cima e para baixo da minha
clavícula. Eu fecho meus olhos e tremo.
— Olhe para mim. - Ele diz com firmeza. Não é um
pedido.
Abro os olhos ele olha para mim profundamente antes de
dizer com a voz rouca.
— Eu vou te beijar.
Hurra!
E ele faz. Baixa seu rosto até que seus lábios suavemente
tocam meus lábios. Eu engasgo em uma respiração instável.
Nenhum dos dois se move durante segundos, e é uma tortura!
Parecem dias. Meus ombros caem e meus joelhos ficam fracos
quando a língua passa a traçar meus lábios. Felizmente, a
parede estava fazendo um bom trabalho me sustentando.
Suspiro e ele pega minha debilidade como uma
oportunidade para me beijar mais profundamente. Engasgo
quando sua língua toca a minha. Elas dançam juntas e eu
quero chorar de alegria.
Uau! Como... Uau!
O calor se expande da minha barriga para o meu núcleo.
Este é o melhor beijo que eu já recebi, sem dúvida. É incrível.
Nik é incrível. Seus lábios são suaves e sua língua é malvada.
Acariciando a minha gentilmente e com precisão.
Tem gosto de menta e conhaque. É delicioso. Estou
perdida e minhas mãos se movem por vontade própria. Uma
mão está no seu rosto com a outra agarro a lapela do paletó.
Dou um passo mais perto dele e eu sinto seu volume
pressionando minha barriga. Inconscientemente eu pressiono
contra ele. Eu aperto as minhas pernas para parar o
formigamento. Não ajuda.
Pelo Trovão49, ele é grande!
A mão no meu pescoço está se movendo até meu braço,
sobre minhas costas nuas. Abre a palma e a introduz no meu
vestido. Massageia docemente minha bunda nua e logo a
agarra com força. Minha respiração se corta e respondo com
um suspiro. Eu mordo seu lábio inferior e logo chupo
levemente. Sua outra mão se move da minha cintura. Seus
dedos se movem paras minhas costelas. Sua mão lentamente
alcança meu peito. Não posso pará-lo, suspiro em sua boca.
Nik enrijece. Suas mãos caem nos lados e, em seguida, agarra
minha cintura firmemente.
Não! Põe a tua maldita mão no meu seio!
Respirando pesadamente coloca a testa na minha e fecha
os olhos.
— Lamento. - Não é mais que um sussurro, mas bem
parecia ter me dito aos gritos.
Ele lamenta beijar-me. O que suponho que esta bem,
porque amigos não se beijam. Jamais.
O que é realmente uma pena.
Ele beija minha bochecha todo um segundo antes de
virar e sair de seu escritório.
49
By Thunder – é uma forma de dizer ‘Puta merda’, mas como a Tina evita dizer maldições ela usa frases
alternativas
Minhas bochechas estão coradas e coloco a mão sobre
meu peito.
O que diabos aconteceu?
Realmente, eu não tenho ideia porque eu estou bêbada
de luxúria. Mas sei que isto muda tudo.
Santo Inferno.

***
Caminho de volta para cabine. As meninas, Trick e Max
estão lá.
Nat olha para mim e eu não posso deixar de rir. Sim,
ainda embriagada. Ela me mira com os olhos arregalados.
Ambas estamos coradas. Mas pelo menos ela parece satisfeita.
— Onde está Nik? — Pergunto a Max.
Ele encolhe os ombros e responde: — Ele disse que tinha
uma emergência para cuidar, querida. Provavelmente não vai
voltar esta noite.
Concordo com a cabeça e olho para mesa.
Ele está me evitando.
Se ele pensa que vou desistir da sua amizade sem lutar,
ele está muito enganado.
Ele não pode me dar incríveis quatro semanas completas
e, em seguida, tirá-las por causa de um beijo estúpido. Bem,
foi um beijo estúpido e incrível. Mas mesmo assim.
Eu tenho que fazer alguma coisa. Eu não vou perder Nik.
Vou lutar por isso.
É melhor ter cuidado, Niki.
Capítulo Doze
A amizade pode ser um saco

Hoje é quinta-feira.
Passou dias desde a última vez que eu vi Tina e
obviamente, eu a estou evitando. Ela veio ao meu escritório
ontem, mas implorei a Max para despachá-la. Eu disse a ele
que lhe falasse que estava tão ocupado que não estava
recebendo ninguém. Era uma mentira. Eu estava sentado na
minha mesa fazendo aviões de papel e tentando que eles
voassem até o cesto lixo que tinha sido colocado na porta.
Depois que ela saiu, Max veio ao meu escritório, sentou-se à
minha mesa e ficou me olhando de maneira a fazer furos em
minha cabeça. Disse:
— Qualquer coisa que você fez para foder as coisas, - e
apontou para o meu peito com um dedo, — trata de corrigir.
Sem esperar por uma resposta, ele foi embora.
Hoje, eu ligo o computador e encontro uma mensagem
instantânea esperando.

TheTomicBomb: Olá, forasteiro, você se lembra de


mim? Eu quero sushi hoje. Você está dentro?
Que demônios?
Eu pensei que Tina estava com raiva de mim. É a razão
pela qual eu não a vi ontem. Eu pensei que ela estava se
preparando para me despedaçar por ser um completo idiota. E
eu teria merecido. Ou chorar, o que iria rasgar o meu coração
em pedaços. Quer dizer, praticamente a agarrei enquanto
estava bêbada. Não é algo que um cavalheiro faz. Eu me
aproveitei dela.
Foi o melhor beijo da minha vida, mas ainda assim me
aproveitei disso.
Eu tenho vergonha de mim mesmo. Minha mãe me criou
melhor do que isso.
Esta mensagem não soava como se ela estivesse com
raiva de mim. De fato soou como a mesma velha Tina, apenas
querendo almoço com seu amigo.
Ding...
TheTomicBomb: Se alguma vez você tomar um
descanso, me avise. Vou levar sushi.

Eu não posso deixar de rir. Passo a mão pelo meu cabelo.


O peso que estava carregando por todo fim de semana
desapareceu.
Estou tão aliviado que ela não está chateada comigo. Ela
deveria estar. Graças a Deus ela está sendo madura e fingindo
que nunca aconteceu.
Você pode fingir que nada aconteceu?
Posso até senti-la sugando meu lábio inferior. Quando
coloquei minha mão na parte baixa do seu vestido e me dei
conta que não estava usando roupa íntima imediatamente tive
um derrame. Doce Jesus, que bunda. É uma linda bunda.
Suave como seda, mas firme também. A bunda perfeita. Bem,
minha ideia de bunda perfeita.
Seus lábios são suaves, cheios e tão doces que parecem
como goma de mascar. Quero beijá-la uma e outra vez.
Sim, eu gostei de beijar Tina. Não, eu amei beijar Tina.
Em seguida, ela se esfrega contra a minha dureza e quase
venho como na história que eu contei sobre a perda da minha
virgindade aos quinze anos.
... eeeeeee você está duro. Feliz agora?
Saber que ela teve somente um cara e não esteve com
este cara em cinco anos, me fez sentir bem. Muito bem. Tão
bem, mas não da forma que os amigos devem sentir por suas
amigas.
Maldição. Eu não sei como isso aconteceu. Um minuto
nós estávamos rindo e em seguida, eu a estava empurrando
contra a parede.
Uma repentina urgência me oprime.
Eu tenho que vê-la. Eu preciso tentar explicar. Eu não sei
como vou fazer sem explicar tenho alguns sentimentos fortes
por ela. E sei que não é o que ela quer.
Mas e se ela quer isso?
Se eu soubesse que Tina queria estar comigo, eu iria levá-
la em meus braços em um instante. Eu tenho esses sentimentos
por ela. Os sentimentos. Não posso acreditar. O pensamento de
ela estar com alguém mais faz com que ácido queime minhas
entranhas. Eu quero bater na parede só de pensar nisto.
Que desastre.
Tudo por causa de seus lábios de caramelos ridículos. Eu
sorrio ao recordar. Esta adorável pequena mulher sendo
arrastada ao meu escritório por Max, muito tímida para sequer
me olhar, saltou declarando que queria que eu fosse seu
amigo... Tanta coisa mudou. Eu nunca conheci ninguém
como ela em toda minha vida. Tão aberta com seu coração.
Eu faria qualquer coisa para proteger esse coração. Eu quero
que seja meu para protegê-lo.
Eu sorrio para mim mesmo.
Eu tenho que ir ver a minha garota.

***
Vejo Nik saindo do The White Rabbit e um
estremecimento corre por mim enquanto minhas mãos
começam a suar.
E se ele me diz que não podemos ser amigos mais?
Simplesmente morreria, literalmente cairia morta.
Eu sabia que estava em seu escritório ontem e sei que se
eu realmente quisesse Max não me deteria de irromper e lhe
pressionar para falar comigo. Mas eu queria respeitar a sua
privacidade. Ele não queria me ver por alguma razão.
Esta manhã quando eu mandei uma mensagem pedindo
para comermos sushi juntos estava esperando que pudéssemos
continuar como se nada houvesse acontecido.
Eu sei que ele lamenta o beijo mais incrível da minha
vida. O que é uma porcaria, mas tendo pensado sobre isso
pelos dois últimos dias, eu estou bem com isso. Eu estava
esperando que Nick fosse o indicado. Eu criei altas
expectativas sobre ele na minha cabeça e eu não parei para
proteger-me dele. Afinal, olha como ele trata a Sissy? Se ele
transasse comigo e me deixasse eu ficaria arrasada. Eu estive
lá antes e não foi bonito. Estou bem estragada por isto. É ruim
sentir-se segura com alguém e ver esta pessoa afastar-se como
se você não fosse nada. Isso dói. Como, realmente dói. Mas eu
teria assumido o risco com Nik.
Estou destinada a ser aquela garota?
Você sabe, a menina que ama uma vez e então odeia o
amor e a todos os enamorados quando sua relação despenca?
Não! Inferno, eu espero que não.
Eu não quero me tornar a senhora louca dos gatos!
Nik lamenta o beijo. Tudo bem. Eu serei sua amiga, se
ele deixar. Eu já sinto falta dele.
Rawr Raaawr...

— Você tem que consertar essa maldita campainha,


querida. - Olho para porta e Nik esta lançando este sorriso
encantador para mim. Não sei porquê, mas corro até ele e
salto em seus braços. Enredo minhas pernas em sua cintura e
o abraço forte.
É esta covinha maldita. É mágica!
— Santo Inferno, baby. Só foram três dias. - Ri para
mim.
Que descaramento!
Relaxo meu aperto em seu pescoço, franzo o cenho e
pergunto: — Onde você esteve?
Vejo-me patética porque seu rosto suaviza. Me segura
com uma mão em baixo do meu traseiro e com a outra coloca
uma mecha de meu cabelo atrás da minha orelha. Seu rosto
mostra que não quer terminar nossa amizade. Na verdade,
brilha com uma intensa emoção, mas não posso reconhecê-la.
Hurra!
Ele me olha nos olhos e diz:
— Sinto muito, coração. Eu estava atolado de trabalho. -
Seu rosto suave sorri para mim e quero que me beije de novo.
Meus olhos baixam e sinto meu coração bater mais rápido.
Nat grita: — Vocês dois poderiam conseguir um maldito
quarto? - Olho para o balcão e encontro Mimi e Nat sorrindo
como um par de palhaços para mim. Nat sacode seus dedos
atrevidamente.
Eu zombo delas e grito: — Ao trabalho!
O rosto de Nik se move para o meu pescoço e sinto os
golpes ar, enquanto ele ri.
Ele levanta a cabeça e sorri dizendo: — Eu acho que
você disse que queria sushi hoje. - Eu concordo. Ele sussurra.
— O que minha garota quer, minha garota consegue”.
Meu coração salta uma batida.
Ele se refere a que era sua amiga e uma garota, idiota.
Ah sim! Por suposto que ele faz. Não estava pensando
em quão bom seria ser a garota do Nik.
De. Modo. Algum. Nope. Nem sequer um pouquinho.
Eu digo: — Eu vou pegar minha bolsa.
Largo o seu pescoço, mas ele não me baixa, me
segurando como se pesasse o mesmo que um clipe de papel. E
é bom. Muito bom.
Ele graceja. — Você sabe que você não vai pagar,
portanto, não precisa da sua bolsa.
Ele me sorri e então olha a Nat e Mimi dizendo: —
Garotas, vocês querem sushi?
Ambas acenam e olham para Nik como se ele fosse
totalmente um sonho. Minhas amigas devem ter sido
substituídas por robôs.
Rolo meus olhos para elas depois giro para ele e digo: —
Você já pode me baixar, Nik.
Ele inclina a cabeça para o lado e levanta uma
sobrancelha.
— Eu podia. Mas eu não quero. Eu gosto de você em
meus braços. Ele diz a última parte em um sussurro e meu
núcleo se contrai. Certamente não está referindo-se a outra
noite.
Ele saiu da sala como se estivesse pegando fogo. Só que
ele me deixou em chamas.
Não, definitivamente não.
Eu rio e o golpeio no ombro reclamando.
— Vamos Nik, estou com fome.
Relutantemente me baixa e coloca um braço em volta do
meu ombro. Por sua vez, gira paras meninas e diz:
— Nós vamos trazer sushi, meninas. Até logo. - Ele
levanta os dedos em despedida, e me leva para fora da Safira
sem minha bolsa.
Caminhamos pela rua, minha mão enrolada na sua
cintura e a outra mão descansa na sua barriga, ele me abraça
pelo meu ombro. Isso parece tão certo.
Amo isso. É totalmente natural.
Nós caminhamos em silêncio até o restaurante de sushi.
Eu temo falar sobre o que aconteceu. Estamos sentados no bar
olhando o que queremos da correia transportadora.
Está na hora. Eu não olho para ele quando começo.
— Então, sábado à noite foi bastante intenso, hein?
Ele fica tenso ao meu lado. Ele suspira e diz: — Sim,
sobre isso, eu lamento muito Tina. Eu não sei o que
aconteceu. Eu...
Eu o interrompo com um sorriso falso.
— Tudo bem Nik, realmente. Vamos chamá-lo de
curiosidade entre amigos. Agora que está fora de nossos
sistemas, podemos continuar com nossas vidas, certo?
Olho para ele e fico confusa.
Parece que Nik está com dor. Suas sobrancelhas estão
levantadas, os olhos desfocados, e seus lábios se tornaram uma
linha fina. Remove rapidamente o olhar e coloca um sorriso.
Seus olhos seguem sendo duros.
— Sim. Seguramente. Mesmo assim lamento. - Ele diz
em voz baixa, quase tristemente. — Não vai acontecer
novamente.
Isso não vai acontecer novamente.
Por que meu coração está se rompendo silenciosamente
se tudo que quero de Nik é sua amizade?
Quero seus beijos. Eu quero que aconteçam uma e outra
vez. Quero mais com Nik. Quero seu amor. Não creio que
alguma vez tenha o suficiente dele. Ou talvez somente acho
isso porque quero que ele seja o único para mim. O escolhido
para me ajudar a superar meus medos.
Deixar ir.
— Então, estamos ainda convidados à noite de pôquer? -
Pergunto e mexo minhas sobrancelhas para ele em um ato
falso de brincadeira.
Ele sorri suavemente.
— Sim. Não seria o mesmo sem você.
Hurra! Somos amigos!

***
Na noite de quarta-feira convidei as meninas para uma
noite de garotas no meu apartamento.
Eu assei cupcakes de caramelo com molho fudge50 no
meio. Aqueles eram os favoritos de todos os tempos de Mimi.
Só tenho um sofá, então, nós passamos sob as cobertas
da minha cama king size.
Nat e eu estamos de um dos lados do colchão, Meems e
Lola do outro, com Bear aceitando abraços e tapinhas de
todos os lados, pois estava bem no meio.
Mimi começa o questionário assim que estamos na
cama.

50
Fudge – é uma mistura de açúcar, manteiga e leite batidos e aquecidos em fogo médio. Pode ser
acrescentado chocolate em pó na mistura.
— Está bem. Estou trazendo isto a tona porque todas
temos curiosidade. - Ela me olha diretamente. — Qual é o
negócio entre você e o Nik?
Eu mordo minha língua por um segundo. Eu não sei o
que dizer. Eu decido que ser honesta é a melhor opção. Eu
arranho o lado do meu pescoço, olho para baixo e digo: —
Pensei que Nik poderia ser o indicado.
Escuto vários suspiros. Eu olho para cima e vejo três
pares de olhos arregalados e bocas abertas como peixes fora
d'água.
Dou risada.
Lola me repreende: — Como Você pode rir em um
momento como este?!
Nat fala baixinho. — Isso é ótimo, querida. Ele é
completamente louco por você. Vá em frente.
Ela sorri.
Quando eu faço um som de escárnio ela franze a testa
para mim e diz:
— O que isso significa?
Brinco com a minha capa da minha colcha e lhes
asseguro: — Ele não está interessado em mim. Nem um
pouco.
As meninas olham uma para outra e explodem em
gargalhadas histéricas.
Eu sinto que estou corando. Eu gosto que as pessoas
riam comigo, mas não gosto de ser ridicularizada.
Endureço a minha voz e rosno: — Não riam de mim.
Nat imediatamente para de rir e responde: — Sinto
muito, querida, não estamos rindo de você. Você é
simplesmente tão doce que nem sequer pode ver que Nik está
louco por ti.
Lola sorri e confirma.
— Ele está Tina. Você deveria ver. Quando vocês estão
no mesmo lugar ele não presta atenção em mais ninguém.
Mimi empurrou meu pé com o seu e afirma.
— Sim, querida, ele ama estar todo enrolado em tudo o
que tem a ver com você. Muito mesmo.
Eu deixo cair minha cabeça contra um travesseiro e
solto.
— Ah sim, tão interessado em mim que me beija e depois
trata de escapar. E então me evitou por três dias e reaparece
mais doce que nunca! Deus, Nik você é um idiota!
O silêncio continua por um longo tempo, antes que
escuto alguém limpar a garganta.
Mimi sussurra. — Ele beijou você sábado à noite?
Lola grita.
— Eu sabia! Veja, ele gosta de você Tininha!
Nat grasna.
— Onde diabos eu estava?
Suspiro profundamente.
— Sim. Ele me beijou em seu escritório. Ele me colocou
contra a parede e me beijou profundamente. E agarrou a
minha bunda. E meu seio. E eu realmente gostei.
Termino com um gemido.
Nat sorri como o gato Cheshire e diz: — Repete desde o
início, se você puder.
Passo os próximos dez minutos explicando em detalhes o
que aconteceu. Quando termino Nat pergunta: — Eu não
entendo porque vocês estavam rindo tanto, o que aconteceu?
Eu mordo meu lábio para parar de rir e digo: — Bem,
nós ouvimos algo realmente engraçado. — Eu lhe atiro um
olhar e falo de novo. — Na sala de conferências. — Seus olhos
se arregalam, e continuo. — Foi realmente alto. — Nat engole
em seco e fica completamente vermelha.
Hehe... sim, eu conheço você garota impertinente.
Lola parece pensativa e diz lentamente: — Eu acho que
sei o que aconteceu. — Eu me inclino para mais perto dela e
abro bem os olhos como se ela fosse revelar todos os segredos
do universo. Ela me lembra. —Você estava embriagada, Tina,
e se colocou em evidência com todas as perguntas de sexo.
Creio que talvez tenha pensado que estava se aproveitando de
você.
Mimi e Nat acenam de acordo.
Poderia ser?
Não, eu tinha feito as minhas intenções claras.
Eu o queria.
Eu estava me esfregando em cima dele como uma gata
no cio pelo amor de deus! Eu gemi contra sua boca. Tudo isso
dizia me tome agora! Ele poderia ter pensado que estava tirando
vantagem de mim?
Mimi me lança um olhar sensual e pergunta: — Então,
ele beija bem?
Meus olhos rolam para parte de trás da minha cabeça e
gemo. As meninas riem do meu dramatismo.
Eu sorrio um pouco e explico suavemente.
— Foi o tipo de beijo que faz com que seus joelhos virem
geleia. E você sente a eletricidade correndo em suas veias. E o
seu estômago salta para todos os lados como um peixe fora da
água. - Suspiro e digo: — O tipo que me fez pensar que
poderia provavelmente ser o escolhido.
Lola faz um beicinho e põe as mãos sobre seu coração.
Nat dá um grande sorriso. Mimi morde sua língua e concorda
com a cabeça.
— Bom.
Sorrio para mim mesma e sussurro. — Sim, foi.
Totalmente.

***
Max fala através de um cupcake de caramelo.
— Fico feliz em ver que Tina e você se acertaram.
Eu juro por Deus, Tina nos trouxe seis dos melhores
bolinhos que alguma vez provei. De todos os seus cupcakes,
estes são meus favoritos.
Ambrosia... O alimento dos deuses.
Ela entrou na sala ‘relaxamento’ e tão logo Trick a viu
carregando um recipiente saltou, beijou seu rosto e tomou o
recipiente de suas mãos.
Ela riu.
— Trick, guarde uns para teus irmãos, por favor.
Ghost inclusive apertou seu ombro quando entrou na
sala. Ela é parte da nossa família. Todas as meninas são. Eu as
considero minhas irmãs. Bem, não a Tina, afinal seria
estranho... Porque ela seria uma adorável irmã com um
traseiro grande que eu quero beijar.
Uh, Ugh.
— Ontem tivemos uma noite das garotas e estes foram os
que sobraram. - Enquanto pega um e segura para mim. —
Experimenta.
Deus, ela parece Eva segurando uma maçã vermelha
brilhante.
Sedutora tentação.
Uma mordida desse bendito pedacinho doce de caramelo
e poderia ter pedido a Tina para se casar comigo.
Isso é estranho. Pensamentos sobre casamentos
costumam fazer-me suar. De alguma forma, isso não parece
acontecer quando eu penso em Tina como minha pequena
esposa.
Tina na minha cozinha. Tina aconchegada comigo no
meu sofá. Tina na minha cama em seus joelhos...
Não vá até lá.
Eu terminei mastigar, engolir e declaro: — Este é o meu
favorito, querida.
Seu sorriso brilha como o sol da manhã e diz: — Vou me
lembrar disso, Niki.
Depois de dizer-nos pra não trabalharmos muito, ela se
foi de volta para o seu trabalho.
Quando voltei do nosso almoço de sushi ontem, estava
irritado e chateado como o inferno.
Tina riu como se o beijo não fosse nada. Para mim, foi o
melhor beijo que já tive e me fez louco de pedra que ela não se
sentisse da mesma maneira. Eu estava pronto para pedir que
Tina fosse minha garota, o que era um grande negócio para
mim. Eu pensei que tudo ia bem. Entrei na Safira e bam! Ela
pula em mim como se eu tivesse voltado para casa da guerra.
Desfrutei de abraça-la desta forma. Ela é tão pequena, seus
seios se empurravam contra meu peito e seu rosto estava um
fio de distância. Bom.
Em seguida, ela descreve o beijo como ‘curiosidade entre
amigos’... Que inferno!
Queria beijá-la ali mesmo no bar de sushi o suficiente
para deixá-la sem fôlego!
Viro-me para Max e digo: — Sim, estamos bem.

***
A noite de pôquer foi ótima! De novo!
Estamos todos juntos na casa de Nik às oito e meia.
Decido experimentar alguns novos sabores de bolinhos e vou
com cupcakes de creme e morangos e chocolate branco e
cranberry. Ambos foram um sucesso. Ceecee pegou um de
cada antes de jantar. Max tentou parecer irritado, mas não
pode deixar de sorrir para ela.
O tenho totalmente encantado!
Eu a pego surrupiando um a mais que ele não vê. A
pizza chega às nove. Todos nós comemos, bebemos e
conversamos, incluindo meu pequeno anjo Ceecee. Max
acaba enviando Ceecee para cama um pouco mais tarde do
que o habitual, porque eu consegui convencê-lo a deixá-la
jogar algumas rodadas de Uno com as meninas. Nós lhe
felicitamos nas duas vezes que ganhou e ela estava
absolutamente radiante de orgulho. Max não pode deixar de
sorrir. Eu sei por que está sorrindo.
Quando entrei na casa, cumprimentei a todos e fui até a
cozinha para arrumar meus bolos. Eu estava prestes a terminar
quando tenho quase um ataque do coração.
— Tina! Tina! Tina! Tinaaaaa!!! — O grito vinha de
Ceecee. Meu coração se apertou de medo.
Eu corri para fora da cozinha com os olhos arregalados e
rosto pálido. Todo o mundo parecia tão assustado quanto eu
estava.
Só quando vi seu rosto sorridente comecei a relaxar. Eu
coloquei a mão no meu peito e digo: — Nossa! Ceecee... Você
quase me envia ao túmulo mais cedo!
Ela se deteve perto das minhas pernas, olhou para cima e
começou a rir.
— Eu fiz!
Eu estava confusa. Eu balancei a cabeça um pouco, dei
de ombros e perguntei: — Fez o quê, meu anjo?
Ele me deu um olhar de gratidão.
— Fiz uma amiga! Por conta própria. Eu vi uma menina
da minha classe na biblioteca e fui até ela e disse olá. Eu lhe
disse meu nome e você sabe o que ela disse? - Emoção
brilhava em seu rosto.
Arregalei os olhos, me inclinei para mais perto dela e
sussurrei: — O que ela disse?
Ceecee me deu o meu sorriso torto favorito.
— Disse que viu meu projeto na exposição de arte e
pensou que era surpreendente!
Isso. É. Surpreendente!
Ceecee tomou meu silêncio como permissão para
continuar.
— Ela me disse para almoçar com ela amanhã para que
eu possa conhecer suas amigas!
Isto.É.Maravilhoso!
Ainda em um ataque de entusiasmo, ela continua.
— Fiz o que você disse e funcionou! Você é a melhor
Tina. Amo você! — Depois de jogar essa bomba que eu quero
chamar milagre, ela rolou para o corredor e se perdeu de vista.
Jiminy Crickets51! Nós fizemos isso!
Eu estava muito ocupada assistindo a minha pequena
amiga perder-se de vista para ver Max dirigindo-se para mim.
Deixei escapar um pequeno grito quando ele me abraçou por
trás.
Ele estava rindo no meu ouvido.
— Só você, pequena Tina.
Quando teve o suficiente de abraçar-me, me baixou e me
girou para olhar para ele. Estava surpreendida de ver seus
olhos brilhantes e radiantes, não tão surpreendente como o
amplo sorriso na sua cara.

51
Jiminy Crickets – Grilo Falante
Eu me virei para ver os outros e estavam em uma
celebração silenciosa, fazendo danças de vitória e fazendo
movimentos de touchdown52.
Eu sussurrei um reverente: — Uau.
Nik caminhou em minha direção com o rosto sério e me
deu um rápido beijo nos lábios antes de tirar meu fôlego.
Incrível!
Depois de Max colocar Ceecee para dormir, fomos para
estúdio novamente e cantamos algumas músicas junto ao
piano. Nós estávamos apenas começando ‘Do not Stop
Believeng53’ de Journey quando Trick veio derrapando em
seus joelhos na sala cantando a todo pulmão as palavras. Os
outros caras chegaram pouco depois e, em seguida, de alguma
forma, terminamos cantando Sir Mix—A—Lot’s ‘Baby Got
Back54’ que incluiu Max rebolando e sacudindo seu traseiro.
Foi tão engraçado, que eu realmente fiz um pouco de xixi.
Depois de ouvir Nat tocar umas quantas canções mais,
os caras retornaram ao pôquer. Nós estávamos tão cômodas
que enquanto os caras estão jogando a sua última partida, nos
aborrecemos e colocamos um DVD sem sequer perguntar. Isso
pareceu agradar a Nik que estava me mostrando sua covinha.
Tomamos as mesmas poltronas que na semana passada e

52
Touchdown motions -
53
Do not Stop Believing-https://www.youtube.com/watch?v=lXMu4h3KEtU&list=RDlXMu4h3KEtU#t=55
54
Baby got Back - https://www.youtube.com/watch?v=FlItMpGYQTo
vimos ‘Dias incríveis’. Os garotos paravam de jogar cada vez
que estourávamos em risadas e eventualmente deixaram o
pôquer para vir assistir com a gente.
Nik sentou com as costas contra o braço do sofá e me
jogou sobre minha barriga com a cabeça apoiada em seu peito,
Max usando meu traseiro como almofada. Mimi sentado com
os pés debaixo do seu corpo, Trick usando o colo da Lola
como uma almofada enquanto Lola acariciava seu cabelo. Nat
sentada ao final do sofá, suas pernas levantadas contra seu
peito com Ghost reclinado sobre ela e usando suas pernas
como uma poltrona reclinável.
Vendo Will Ferrell correr pelado pela rua só me fez
explodir em risadas. Eu estava rindo tanto que bufava, cada
vez que fazia isto todo mundo ria de mim e eu ria mais alto
causando mais bufos. Mesmo rindo e bufando, eu implorei-
lhes para parar tudo porque eu estava indo para fazer xixi.
Eu me deitei de novo e acabei adormecendo. Nik me
perguntou se eu queria dormir em uma cama e balancei a
cabeça. Em uma névoa de sono, eu virei minha cabeça na
direção dele, movi meus dedos e tracei seus lábios. Sem pensar
duas vezes, coloquei meus lábios sobre os seus. Suspirando
suavemente. Eu poderia ter imaginado. Tenho certeza que eu
fiz. Eu me inclinei para trás e sorri para sua expressão confusa.
Nik, por que você é como um sonho?
Eu descanso minha cabeça sob o seu queixo e
rapidamente caio adormecida.
Capítulo Treze
Carta Branca

Que diabos é isso?


Levanto o olhar da minha papelada da sexta-feira para
ver Tina na entrada do escritório, com o rosto pálido e olhos
surpreendidos.
A confusão me atravessa. Baixo os olhos para ver que eu
tinha esquecido, de guardar a minha pistola 45, a qual está
sobre a minha mesa.
Oh, merda.
— Eu... uh... — Eu não tenho certeza do que dizer. Esta
arma é meu bebê. Meu pai me deu quando eu tinha quinze
anos. No entanto, não me deixava usar. Foi apenas para
proteção. Só para ser utilizado em situações de vida ou morte.
A primeira coisa que ele me ensinou foi para nunca apontar a
arma para alguém em quem você não planeje usar. Não estou
dizendo que já não tenha usado ela alguma vez. Eu usei.
É uma pistola semiautomática regular com carcaça de
aço. A coronha, porém, é de madeira com ouro maciço com
Maria Madalena no lado Direito. É uma obra de arte. Esta foi
a arma que meu pai trouxe da Rússia. Ele me ensinou como
usá-la. É minha única conexão com o meu pai além do nosso
piano de cauda.
Decido agir com calma. Posso confiar em Tina.
Ela caminha para mim lentamente, obviamente, ainda
petrificada pelo objeto na minha mesa e diz baixinho: — Por
favor, me diga que você tem permissão para isso.
Eu sorrio e balanço a cabeça. Não de um "de jeito
nenhum", mas em uma maneira "Ahhh, você é tão fofa".
Eu sorrio.
— Quer segurá-la?
Ela arqueja, seu corpo retrocede, e mete as mãos debaixo
de suas axilas parecendo como a ponto de fazer a dança da
galinha, então se inclina para frente e sussurra com selvageria:
— Eu não quero as minhas impressões digitais sobre isso!
Eu caio na gargalhada. Meu Deus, ela é tão ingênua.
Pegando a pistola, me coloco de pé e a coloco na gaveta
de cima do armário de arquivos do canto antes de fechar com
chave. Eu vou para Tina, coloco minhas mãos em seus
ombros e asseguro:
— Nada para se preocupar, querida. É apenas para
proteção. — Ainda desconfiada, ela olha nos meus olhos e
tenta brincar.
— Você deve ter grandes inimigos.
Inclino-me para baixo e beijo a sua testa.
— Você não tem ideia. — Sussurro.
Tina não sabe, mas eu estava falando sério quando disse
isso.
Parece ansiosa quando pergunta: — De quem você
precisa se proteger Nik?
— Vou explicar um dia, querida. Eu prometo. - Tina não
parece menos cautelosa, mas concorda com a cabeça.
Boa menina. Escolhe suas batalhas.
Eu pergunto: — Você precisa de algo, pequena Tina? -
Eu puxo uma mecha de seu sedoso cabelo escuro.
Seu rosto se ilumina quando se lembra porque veio.
— Sim! Eu quero um sanduiche de peru do Silvio para o
almoço, então vim para ver se você quer um também.
Meu estômago ronca e eu respondo: — Seria ótimo. Eu
tenho um monte de trabalho para terminar com um prazo até
as 13h da tarde, por isso seria perfeito.
Quando eu alcanço a minha carteira, a garota travessa
sai correndo pela porta e grita: — Esse é por minha conta!
Eu me levanto e rodeio minha mesa em um segundo com
uma nota de vinte dólares na mão. Eu a vejo tentando abrir a
pesada porta de segurança rapidamente, mas nada acontece.
Tem um segundo bloqueio com temporizador. Quanto mais
sacode, mais se fecha a fechadura. Vira a cabeça e me vê atrás
dela. Seus olhos se arregalaram do tamanho de pires. Olha
para esquerda, depois à direita tentando encontrar uma rota de
fuga, as sobrancelhas são levantadas ainda mais e vejo uma
ideia formando-se em sua cabeça. Arremete em direção ao
elevador e pressiona o botão uma vez e outra vez. Eu rio
internamente.
Continue fazendo isso, querida.
O elevador não funciona sem um cartão magnético. Está
pressionando o botão a uma milha por segundo dizendo:
— Vamos, vamos! — Nada acontece.
Estou a poucos metros dela quando decide tentar me
passar no corredor estreito.
Que mulher doida!
Seus olhos estão bem abertos e as bochechas são da cor
de algodão doce. Ainda assim, faz o seu melhor para deslizar
ao meu lado. Meu braço dispara e enrola na cintura dela.
Tina solta um grito. Eu a puxo de volta ao meu peito e
sussurro em seu ouvido: — Essa foi uma ideia muito ruim,
querida.
Seu corpo permanece imóvel imediatamente, e sussurra
como resposta: — O que você vai fazer comigo?
Oh, merda. Não me tente, baby.
Creio que, todavia está assustada por haver visto minha
pistola. É adorável. Sorrio cruelmente ainda que ela não pode
me ver. Eu relaxo meu braço ao redor de sua cintura e mudo
para seu quadril. Então eu movo minha mão livre para o outro
lado do seu quadril.
Começando o festival de cócegas.
Tina começa a uivar de tanto dar risada, depois ri tão
agudamente que soa como um cachorro latindo. Luta comigo,
é tão linda que não posso evitar de rir com ela.
— NIK! PARE! POR FAVOR, PARE!
Mas eu não paro. Ela necessita aprender a lição.
Continuo fazendo cócegas nas cadeiras e nas costelas.
Então chegam os bufos.
Só então eu escuto outras pessoas rindo. Eu olho para
porta da sala ‘relaxamento’. Max, Ghost e Trick estão rindo,
claramente apreciando o show.
Tina grita.
— NIK, VOU FAZER XIXI! — Neste ponto, ela está
rindo assim como chorando e fazendo sons como xi—xiiiiii—
xi.
Meu corpo treme com o riso quando finalmente a coloco
de pé. Eu a solto e ela sai bufando e ofegando.
Eu a olho. Seu cabelo é um desastre, a maquiagem está
ligeiramente escorrida sob seus olhos e está lindamente
corada.
Eu me pergunto se este é aspecto que tem quando goza.
— Bem, - Engasgo — Eu só, - Engasgo -- Irei buscar, -
Engasgo o almoço. — E ela se vira para ir embora.
— Tina, pare. - Advirto firmemente.
Ela para e seus ombros ficam rígidos. Aproximo-me dela,
pego sua mão e coloco a nota de vinte dentro. Olha a nota e
logo me franze a testa.
Eu sorrio. — Eu quero um cookie também. - Ela me
fulmina com o olhar, logo continua até o final do corredor.
Grito: — Se eu descobrir que você não usou o dinheiro para
comprar nossos almoços, eu juro vou fazer cócegas em você
de novo e com mais força... e desta vez você vai fazer xixi.
Estou tão surpreso quando ela sorri de forma ácida e
mostra o seu dedo, eu caio na gargalhada.
Minha tolinha.

***
Nik nos disse para vir para o The White Rabbit no
domingo esta semana. Ele explicou que não é tão
movimentado como sábado à noite e a música é mais
relaxante e tranquila. Perguntei às meninas e elas
concordaram com isso.
Depois de Nik quase tirar a minha vida com as
cosquinhas por tentar comprar nossos almoços na sexta, eu
quase pedi tomate de vingança no seu sanduiche. Silvio estava
prestes a colocar o tomate no lanche quando gritei:
— Pare! — Todos na loja se viraram para me olhar. Eu
me arrastei até ele e sussurrei: — Sem tomates, por favor.
Mas pedi o biscoito de chocolate para ele em vez de
chocolate branco com amêndoas o seu favorito.
Sim, eu sou uma menina malvada.
Agora é domingo à noite e estamos nos preparando para
o clube.
Como as meninas compartilham o espelho do banheiro,
eu vou alimentar Bear e lhe dar algum carinho. Agradece-me
com um Mrraaoowww e me dirijo para o banheiro para ficar
pronta.
As meninas terminaram e estão me esperando. Eu aplico
maquiagem leve e passo uma forte camada de gloss com brilho
transparente.
Então eu verifico o meu guarda-roupa para encontrar
algo para vestir. Eu decido por uma saia lápis de cintura alta
preta e blusa de linho com mangas compridas. Eu finalizo
com um cinto branco largo e scarpins de camurça branco.
Mimi está vestindo pantalonas pretas, camisa cinza com
sapatilhas negras. Lola usa uma minissaia jeans e blusa de
manga comprida preta com saltos pretos. Nat está vestindo
calças de linho brancas e uma camisa preta com saltos cinza
carvão. Todas estão incríveis.
Chegamos ao clube justo depois das dez horas e eu estou
surpresa de ver uma longa fila. Pela maneira que Nik falou
sobre as noites de domingo do clube pareceu como se estivesse
morto. Estamos nos aproximando do início da fila e B-Rock
nos cumprimenta com um grande sorriso.
— E lá estão elas. Dê-me um pouco de amor, senhoras.
Já não pede os nossos passes Vips. Cada uma lhe dá um
beijo na bochecha quando passamos por ele. Nat franze os
lábios vermelhos brilhantes e pressiona-lhe um beijo na testa.
Nós rimos quando ele franze a testa.
Assim que entramos, fomos até as escadas para área VIP
e somos recebidos por uma sorridente Alicia afro-americana
hoje à noite.
Ela é ardentemente sexy!
Ela nos cumprimenta com: — Boa noite, senhoras, vocês
são da Safira, certo?
Ela tem uma voz deliciosamente rouca que é quase
hipnotizante.
Todas nós sorrimos quando Mimi fala:
— Essas seríamos nós. - Ela se inclina para Alicia e diz:
— Você é linda. Se você quiser me encontrar para uma bebida,
deixe-me saber.
Quando Mimi me disse que ela era bissexual me
surpreendeu. Ela não parecia uma. Não me entenda mal, eu
estou bem com isso. Amo o amor. Em todas as suas formas e
estados. E eu adoro Mimi como uma lésbica. Torna-se uma
cadela.
A Alicia sorri levemente e diz baixinho: — Bem,
Shazam. Eu acho que eu poderia fazê-lo.
Nos leva a nosso camarote reservado, no qual os caras já
estavam sentados. Todos nós nos sentamos e franzo a testa
quando Mimi tenta se sentar ao lado do Nik.
Esse é o meu assento, Meems! É sempre o meu lugar!
Justo quando sua bunda baixa no assento, coloco minha
mão nas cadeiras, limpo a garganta e bato o pé.
Mimi olha para mim e ri.
— Este é o seu lugar, certo querida?
Eu coloco um dedo no seu peito suavemente, faço uma
carranca e sussurro em voz alta: — Você sabe que é, sua
dissimulada!
Levanta os braços em derrota e se move para se sentar ao
lado de Max.
Max me pergunta: — O quê? Eu cheiro a merda?
Realmente parece perturbado. Eu rio e me inclino sobre a
mesa para beijá-lo na bochecha. Quando volto, assobia e sorri.
— Você acabou de compensar-me com a excelente vista
do seu decote, querida. - E então ele pisca para mim.
Estou prestes a soltar um palavrão seguido da palavra
você quando Nik joga um amendoim em sua cabeça e adverte:
— Já é suficiente, idiota.
Torço o nariz na direção do Max e concordo.
Tome isso, Max!
Levanta as mãos em sinal de rendição e diz:
— Mal... De acordo, de acordo.
Max passa o braço em torno Meems e inicia as
conversações. Eu olho a Nat e ela senta-se ao lado de Ghost
assim que Lola pode flertar secretamente com Trick. Nat
inclina-se sobre a mesa para conseguir algumas nozes, e seu
cabelo violeta acerta o rosto de Ghost e juro, juro, que ele
fechou os olhos e inalou.
Isto é tão fofo.
Espero que isso não seja uma coisa assustadora de
perseguidor.
Isso seria ruim.
Eu deslizo minha bunda no camarote e Nik coloca o
braço em volta da minha cintura, me puxa e sorri.
— Você não gosta quando alguém mais se senta ao meu
lado? - Soa curioso.
Faço uma patética tentativa de defender minhas ações
infantis. Aponto Mimi e protesto:
— Ela sabia que era meu lugar, Nik. Meu lugar é sempre
ao seu lado. Assim é como fazemos!
Seus olhos se enrugam e eu adoro a forma como isso faz
todo o seu rosto mudar. Ele coloca seu rosto no meu pescoço e
ri. Eu sinto sua respiração quente em mim e luto contra um
estremecimento que me ameaça. Contra o meu pescoço,
sussurra: — Muito bem querida.
Bebemos Cherry Bomb, rimos, brincamos e então eu
sugiro dançarmos.
Já estivemos aqui algumas vezes, mas nós não dançamos
porque a pista de dança era uma bagunça.
Os meninos rejeitam e as garotas me seguem em direção
as escadas. Enquanto nos movemos para o centro da pista de
dança, começa a tocar "I Was Made For Lovin'You 55" por
Kiss.
Adora a música que estão tocando esta noite. É uma
mistura de disco, rock e pop relaxante.
Malditamente incrível!
E estou me divertindo demais.

***
Eu me movimento na borda da área VIP, onde uma curta
barreira leva a pista de dança. As meninas estão movendo suas
bundas, dançando das maneiras mais estúpidas possíveis.
Parecem ridículas. Rio delas.
Mimi faz o pulverizador, Lola faz pulp fiction, Nat faz o
robô, e Tina faz o homem correndo.
Elas riem tanto que não podem terminar seus
movimentos. Eu balanço minha cabeça e sorrio para mim.
Estas meninas são foda.

55
I was made for lovin - https://www.youtube.com/watch?v=N6Hr6_j7LaA
Elas gostam de se divertir e não se importam se as
pessoas pensam que são loucas. Só querem se divertir. Elas
são boas amigas. Tenho sorte de tê-las.
É claro que elas são, não se esqueça.
Elas fazem uma pausa. Nat, Lola e Mimi estão indo para
o banheiro enquanto Tina espera no bar.
Eu vejo um cara se aproximar dela e estender o braço em
torno dela.
Tire suas mãos longe da minha garota, seu idiota.
Quando ela balança a cabeça, ele leva as mãos ao peito e
a olha de modo patético, eu sei que ela rejeitou qualquer coisa
que ele ofereceu. Ele aceitou, mas não antes de tomar sua mão
e beijá-la. Tina sorri amavelmente e o sujeito se alegra.
É isso mesmo, idiota. Continue andando.
Eu vejo outro homem se aproximar dela, este homem
afro-americano. Ele estende a mão para ela e ela aperta sua
mão, sorrindo educadamente novamente. O homem se vira de
um lado e eu fico imóvel.
Meeeeeeerda!

***
Depois recusar um homem que não conheço me pague
uma bebida (sim, não sou estúpida!), eu sinto uma mão em
meu ombro. Eu me viro para ver um belíssimo afro-
americano. Parece ter a minha idade e tem o seu cabelo com
rastafáris curtos e perfeitos. Está bem vestido com jeans
escuros e uma camiseta justa branca e seus olhos são da cor do
caramelo, cálidos e simples.
Ele sorri e estou temporariamente cega. Esse cara tem
um sorriso assassino! É largo e seus dentes são brilhantes e
reluzentes.
Ele diz: — Desculpe-me, senhorita. Eu não pude deixar
de notar que você estava com um velho amigo meu lá em
cima, Nikolai Leokov.
Sua voz é suave como o uísque velho. Eu gosto.
Tomo sua mão na minha e fecho. E concordo.
— Sim tem razão. Eu sou uma amiga de Nik.
Seu sorriso se alarga e diz: — Isso é ótimo. Meu nome é
Omarr. Prazer em conhecê-la.
Eu respondo: — Prazer em conhecê-lo também, Omarr.
Eu sou Tina.
— Tina. - Ele diz como se estivesse testando e eu gosto
da maneira que sua voz soa. Ele pergunta: — Posso arranjar-
lhe uma bebida, Tina?
Eu explico: — Obrigado, mas eu sou uma VIP então
minhas bebidas são por conta da casa.
Dou-lhe um pequeno encolher de ombros.
Ele ri e balança a cabeça. — Você não facilita para um
cara entrar, certo?
Uh, o quê?
A confusão me domina. Eu pergunto: — Humm
desculpe... O quê?
Ele se aproxima e responde em voz baixa.
— Eu acho que você é linda. Eu quero te conhecer. E,
definitivamente, quero você na minha cama, querida. - Eu me
encolho para longe dele. O curioso é que ele disse que sentiu
atraído por mim.
Ele se inclina e sussurra perto: —As coisas que poderia
fazer para você, baby...
Uau... Talvez ele possa me ajudar a superar o Nik?
Sim.
Não.
Não.
Talvez.
Possivelmente?
Estava prestes a pedir desculpas quando eu sinto um
braço em volta da minha cintura.
Oh, graças a Deus.
Nik me encontrou.
Estou surpresa de ver Ghost quando olho para cima e ele
está fulminando Omarr com os olhos.
Sua voz é de aço, quando diz: — Você está no bairro
errado, O.
Todo o calor que eu vi nos olhos de Omarr segundos
antes crepita. Com um olhar duro ele diz: — Ghost. Eu não
tenho visto você em um ano, homem. - Com um levantar do
queixo em minha direção continua: — Esta é tua?
Ghost responde: — Já não jogamos desse jeito mais.
Tina é dela mesma. Não nossa.
Eu estou tão confusa.
Omarr sorri de uma maneira completamente feia tão
diferente da que vi há alguns minutos que me pergunto quem é
este homem. Murmura:
— Então ela é carta branca e você sabe disso.
O corpo de Ghost endurece e se move um passo mais
perto dele. Rapidamente eu coloco a mão no peito do Ghost.
Eu digo suavemente: — Ghost, querido, vamos voltar lá
para cima agora. Já não quero mais dançar.
Termino em um sussurro.
Os olhos do Ghost amolecem quando me olha.
— Sim.
Omarr me para com a mão em meu braço. Oferece: —
Eu falei sério. Pense sobre isso.
Ele me dá um cartão de visita e pego mais para apaziguar
que qualquer outra coisa. Ghost se estica, como se quisesse
golpear ao tipo.
Ele não soltou minha cintura até que estávamos no andar
de cima. Baixa o braço, mas toma minha mão na sua e
caminha rapidamente. Quando cravo meus saltos para detê-lo
de levar-me, onde demônios queria me levar, ele se vira para
mim e diz com urgência:
— Precisamos conversar, agora. - Quando sigo
hesitando, ele segue. — Eu posso levantá-la e carregá-la
através do clube maldito, Tina. A escolha é sua.
Ok, de acordo!
Concordo. Ghost me arrasta a uma porta oculta no canto
do clube. Ele está com raiva e eu não tenho certeza do que fiz
de errado.
Abre a porta e entramos na sala de segurança. Meus
olhos se arregalam espantados.
Sussurro maravilhada: Uau.
Antes de ter a oportunidade de pressionar botões e
quebrar alguma coisa, Ghost me coloca em uma cadeira.
Ele se senta na minha frente e arrastar minha cadeira até
que eu fique cara a cara com ele.
Logo em seguida se senta inclinado com os cotovelos
sobre suas pernas e suas mãos pressionadas em seus lábios por
um longo tempo.
Estou ficando louca!
Meu pescoço está quente e coçando. Justo quando estou
prestes a confessar qualquer crime de que ele me acuse para
sair dali, ele fala.
— Você alguma vez já viu este homem antes?
Nego rapidamente.
Ele suspira. — Porra, Tina. De todos os caras no clube.
O que diabos isso significa?
Ele para de repente e me aproximo com os olhos bem
abertos esperando que ele continue. Ele faz, mas não o que eu
estava esperando ouvir.
— Omarr quer reclamar você. Ele quer que você seja
uma de suas garotas.
Quando eu franzo a testa e aperto os lábios em desgosto,
ele segue falando: — Oh, sim, uma de suas garotas. Uma de
muitas. Se ele voltar a entrar em contato contigo, você tem
que me chamar. Não importa a hora do dia, só faça a maldita
chamada. Confia em mim?
Eu não posso falar. Eu estava momentaneamente sem
voz. Assim que concordo.
Estende a mão e dou o cartão que Omarr me deu. Ele
coloca em seu bolso.
Ghost abre a porta e me guia até ela. Estou prestes a sair,
quando ele diz: — Vou te enviar meus números por
mensagem. Esteja alerta, Tina, e se mantenha segura.
Eu olho para ele como o que diabos isso significa?
Ele me dá um breve aceno de cabeça e fecha a porta atrás
dele.
Santo inferno!

***
Estou de volta ao camarote e todo mundo está falando.
Estou à procura de Nik.
Meu humor mudou drasticamente e estou segura de que
todos no camarote podem sentir isso. Há uma enorme tensão
em meu interior da qual não posso me livrar e Nik está
desaparecido. De verdade necessito um abraço. Não de
qualquer um, de Nik. Necessito um quente e reconfortante
abraço.
Agora mesmo.
Eu sinto o acolchoado do camarote afundar e Nik desliza
ao meu lado. Ele não estava no camarote nem por um
segundo antes que eu estivesse sobre ele. Não estou
completamente certa da razão, mas sinto que estou prestes a
explodir em lágrimas.
E eu faço.
As primeiras lágrimas mancham meu rosto e enterro meu
rosto no pescoço do Nik. Nik fica de pé, me estreita contra ele
e me leva pela porta atrás do bar. Quando estamos no familiar
corredor, Nik para me levanta no estilo de noiva e me leva
para o sofá na sala de ‘relaxamento’. Quando nos sentamos,
minhas lágrimas vêm como um rio.
Nik murmura no meu ouvido e eu suspiro suavemente.
— Você está partindo meu coração, meu amor. Eu sinto
muito. Ele nem sequer tem permissão para entrar aqui, vou
deixar seu tio saber, ele vai estar extremamente chateado.
— El... Ele... ele... ele disse que era seu... seu... seu
amigo! — Falo soluçando.
Nik acaricia meu cabelo e diz: — Ele mentiu para você,
baby. Omarr é má pessoa. Necessito saber o que ele te disse.
Pode me dizer?
Eu aceno com cabeça. Sem deixar de chorar, respondo.
— Ele perguntou se eu era uma das suas mulheres... en...
en... então disse ao Ghost que eu era carta branca e... e... e ele
me disse que me queria em sua ca... ca... cama. — Termino
com um lamento.
Quando menciono a última parte, eu sinto que o corpo
de Nick fica rígido, tão duro que estou segura de que virou
bronze.
Nik daria uma bela estátua de bronze.
Saia disso, querida.
Nik cuidadosamente diz: — Se isso é algo que você não
quer que aconteça, Tina, eu vou me assegurar de que não
ocorra. Omarr não entende as palavras facilmente, assim que
poderia necessitar um pouco de persuasão.
Eu solto: — É... é... é por isso que você precisa da arma,
não é?
Eu levanto minha cabeça e vejo um conflito de emoções
correndo pelo seu rosto. Ele sussurra:
— Há um monte de coisas que você não sabe de mim
Tina. Eu vou te contar tudo um dia, te prometo, mas agora
não.
Eu aceno, colocando-me sob o seu queixo e sussurro de
volta:
— Tudo bem, Niki.
Capítulo Quatorze
Sleepover

Depois do meu festival de soluços no colo do Nik no


clube Domingo à noite, ele me abraçou de uma forma que
nunca antes havia sido abraçada. Foi tão bonito e quase
desesperado.
Estou desenvolvendo alguns sentimentos bem intensos
pelo Nik. E enquanto isto me assusta profundamente eu me
lembro que tudo vai ficar bem desde que ele nunca descubra.
Passo a observa-lo enquanto ele não está olhando, apenas
fazendo coisas diárias mundanas como mover o seu café no
sentido dos ponteiros do relógio e em seguida, no sentido anti-
horário. Ou como seus olhos se estreitam e coça o queixo
quando ele pensa profundamente em alguma coisa. Ou como
enrola as mangas da camisa até os cotovelos quando está
estressado.
Eu não posso acreditar que trabalhei em frente ao The
White Rabbit por dois anos e nunca o conheci. Todo esse
tempo que poderia ter-lhe conhecido parece desperdiçado. Isso
me deixa triste.
Mas dois anos atrás eu era uma pessoa diferente. Não
havia nenhuma maneira que eu o teria deixado entrar do jeito
que eu faço agora. Alegro-me que agora ele seja parte da
minha vida. Eu não vou o deixar ir.
E Omarr pode ir catar coquinho!
Há algo sobre ser usado por alguém que te deixa
sentindo-se quebrada. Estou segura de que esse é o porquê eu
estava tão sensível o domingo depois do fiasco com Omarr.
Lembro-me de sentimentos semelhantes a partir de um tempo
muito distante. Só que provocou uma onda de emoções em
mim que eu não pude parar. Senti-me sobrecarregada.
Nik veio em meu socorro.
Meu cavaleiro escuro em armadura Versace.
Abraçamo-nos um ao outro durante muito tempo antes
que dissesse que queria sair. Levou-me de volta paras meninas
e saímos um pouco depois da meia–noite. Esta manhã Nat e
eu abrimos a loja e passado um pouco das nove horas chega
uma entrega de buquê de flores na loja.
Sorrio porque suponho que é para Lola da parte de Trick.
As coisas estão ardendo entre eles e desejo que estejam juntos.
Estão apaixonados.
Assino o recibo de entrega e Nat se inclina sobre ele.
Coloco o arranjo sobre o balcão e ambas damos uma boa
olhada. Têm aproximadamente dezoito lírios absolutamente
brancos rodeados com baby’s breath56.
Bom passo, Trick!
Este é um arranjo caro. Pelo menos duzentos dólares em
lírios. Nat e eu olhamos uma para outra e sorrimos. Ela pega o
cartão, lê e então passa para mim.
Observo seu cenho franzido e seu olhar duro. Isso não é
bom.

Pense sobre o que eu disse. Você pode conseguir algo melhor do


que ele. Eu posso te dar tudo que você sempre sonhou. Venha me ver.
O.

Oh, pelo amor de todas as coisas sagradas!


São do mau elemento Omarr. Eu não gosto da situação
na qual ele está me colocando. Ele está se metendo entre o
meu amigo e eu. Eu odeio isso!
Digo a Nat o que havia passado e ela fica lívida. E digo
que Ghost e Nik cuidaram de mim e ela pareceu ligeiramente
apaziguada. Creio que ela não gosta de pensar que eu estava
perturbada enquanto todos os demais estavam passando bem.

56
Baby’s breath – conhecida como mosquitinho no Brasil
Olhamo-nos durante um longo tempo antes que ela
aponte para o telefone.
Suspiro e caminho até o telefone, disco o número e
espero.
— Ghost? Sim, estou bem. Você pode vir aqui, por favor?
Obrigada.
Ghost em um minuto está na loja com um saco de lixo
na mão. Não nos cumprimenta, só anda diretamente até o
bonito arranjo e o coloca rudemente no saco de lixo. Então
caminha até mim e diz em uma voz amigável:
— Boa menina.
Então vai embora, com o saco de lixo na mão.

***

— Vou Matar aquele filho da puta! - Rujo.


Max coloca a mão no meu ombro e calmamente
responde.
— Acalme-se, irmão. Você conhece a Tina, ele não vai
conseguir afasta-la de nós. De nenhuma maneira. Somos
família.
Omarr é um homem morto.
Primeiro, entra em meu clube sabendo que não deveria
estar ali. Segundo, vem atrás da minha garota.
... Não que ela saiba que é a minha garota. Mas, mesmo
assim...
Em terceiro lugar, tenta tratar a minha garota como uma
prostituta. E por ultimo, envia suas caras flores com promessas
quando realmente só quer foder e deixá-la quebrada como
uma mensagem para mim.
A única coisa que Omarr quer é que eu sofra. Ele me
culpa pela morte de seu irmão. Tudo isso aconteceu quando
eu era apenas um adolescente. Meu pai tinha acabado de
morrer e me foi dada a opção de unir-me a Chaos.
Chaos é uma gangue Russo-americana. Meu pai era o
que podia chamar de vice-presidente da gangue. Eram
criminosos, mas meu pai foi um bom homem. Juntei-me a eles
e para minha completa desaprovação também o fizeram Ghost
e Max. Éramos unicamente crianças fazendo o trabalho árduo
para os velhos. Quando eu digo trabalho árduo, quero dizer
que éramos os executores. Nós saiamos para recolher dinheiro
das drogas, dinheiro de dívidas e subornos. Eles nos davam
uma lista e nós coletaríamos. Por qualquer meio necessário.
Mamãe esteve devastada quando descobriu. Ela não queria
esta vida para nós. Meu pai estava tratando de sair quando
morreu.
Omarr é parte dos Sixes. A maior parte deles foram para
escola comigo e nós estávamos bem até que Marcus morreu.
Marcus era o irmão mais velho de Omarr. Irrompeu em
nossa casa para roubar algo relacionado com Chaos no
escritório do meu pai. Meu pai deu um tiro em Marcos e mais
tarde naquela noite ele morreu no hospital. Meu pai iria para
cadeia. Eu tinha que fazer alguma coisa. Justo quando os
oficiais perguntaram quem disparou o primeiro tiro, falei:
— Eu o fiz.
Estava prestes a fazer dezesseis anos. Consegui uma
liberdade condicional. O faria outra vez em um bater de
coração. Qualquer coisa pelo meu pai.
Ghost, Max, e Trick sabem isto. Ghost e Max estavam
lá. Só contei a Trick alguns anos mais tarde.
Omarr queria vingança. Seu tio proibiu qualquer
vingança contra mim. Tio Jerm dirige o Sixes. A primeira vez
que nos encontramos ele me perguntou sobre a morte de
Marcus. Sei que ele sabe que não matei o Marcus. Coloquei-
me nervoso e na defensiva. Deixei muitas perguntas sem
resposta, porque simplesmente não sabia as respostas. Este é o
porquê o tio Jerm proibiu qualquer vingança. Sabe que eu não
fiz. Mas o admiti. Fiz minha eleição e agora tenho que viver
com ela.
Ele nunca me incomodou antes. Carregava uma arma e
esperava o melhor.
Isto é diferente.
Isso afeta Tina.
Agora mesmo Ghost e Trick estavam levando um saco
de lixo com a metade das flores mortas ao Tio Jerm. Se Omarr
segue indo contra Tio Jerm, terminará morto. A fúria torna
minha voz mais dura do que deveria ser.
— Sim. Eu sei, Max. Mas ele está jogando com ela. Está
ferrando a Tina. Não gosto disto.
Max balança a cabeça e concorda: — Eu também. Mas
deixe que o tio Jerm se encarregue dele. Você sabe que ele vai
corrigir isso.
Eu sei. Sei que o Tio Jerm é uma boa pessoa.
Olha, há boas pessoas que fazem coisas ruins por
obrigação. Esse é o Tio Jerm. Cuida da sua família. Sua
família é o Sixes.
Assim que eu reconheci Omarr domingo à noite eu
mandei Ghost para que levasse Tina malditamente para longe
dele.
Eu sabia que ele não tocaria o Ghost. Se eu tivesse
descido, algo poderia ter acontecido e de nenhuma maneira
colocaria a Tina em perigo.
Omarr é o que você chamaria instável.
Eu deixei o camarote para acalmar-me. Uma vez que eu
estava no controle, voltei. No meu caminho eu vi o rosto de
Tina. Parecia perdida. Tão frágil e miserável. Quebrou meu o
coração.
Uma vez que me sentei, ela correu para mim e eu senti as
lágrimas no meu pescoço. A levei para sala de ‘relaxamento’
para segurá-la no sofá e consolá-la. Assim que nos sentamos,
tudo explodiu.
O filho da puta disse a Tina que nós éramos amigos. E
que ele a queria em sua cama.
A raiva ferve dentro de mim.
Esse bastardo arrogante vai pagar.

***
Nat e eu entramos em nosso apartamento depois de um
longo dia de trabalho.
Paramos para comprar hambúrgueres no caminho de
casa. Era um daqueles dias próprios para hambúrgueres.
Você sabe, aqueles dias em que psicopatas lhe enviam
arranjos florais caros e que seu amigo do outro lado da rua te
ignora?
Sim, esse tipo de dia.
Nós entramos e deixamos nossas coisas na mesa de
jantar. A única luz acesa na casa é a luz baixa da cozinha. A
deixamos assim para que pareça que alguém está em casa,
pois, algumas noites nós chegamos tarde. Como se os ladrões
não soubessem que as pessoas fazem isso.
Você é um gênio.
Tão logo entro na cozinha para acender o resto das luzes,
me congelo. Posso escutar algo em meu dormitório. Sons
como a passos lentos. Ansiedade mastiga meu intestino.
Merdástico.
Detenho Nat com uma mão em seu braço, quando ela se
vira para olhar meu rosto petrificado aponto para o meu
quarto e coloco um dedo sobre a minha boca.
Imediatamente, seus olhos se arregalam e escuta.
Quando escuta o que escutei, temos uma conversa silenciosa.
Faz um telefone com sua mão e coloca-o ao ouvido.
Vamos chamar a polícia. Aponto para o meu pulso com o sinal
universal de tempo e sacudo minha cabeça. Não, levará muito
tempo para chegar até aqui.
Ela levanta seus punhos em uma posição de boxe.
Devemos lutar contra eles?
Eu uso o meu indicador e o dedo médio para apontar
para os olhos, então eu balanço minha mão ao redor da sala.
Sim seguro, podemos encontrar algo com o que lutar.
Uma batida vem do meu quarto e nos coloca rígidas de
medo. Eu pego a coisa mais próxima a mim. Nem se quer dou
uma olhada. É longo e fino. Vejo Nat agarrar uma
enciclopédia da minha estante de livros e o sustenta sobre a
sua cabeça.
Vamos à ponta dos pés até a porta do meu quarto de
mãos dadas. Meu coração está correndo a mil por hora. Este
não é Bear. Eu sei como Bear soa.
Estamos de pé na porta com nossas armas levantadas e
esperando. A porta se abre.
Em frente.
Eu levo minha arma atrás da minha cabeça e bato na
pessoa alta sobre a cabeça repetidamente. Nat faz o mesmo
com sua enciclopédia. Fazemos isso enquanto gritamos.
O homem alto cai de costas. Paro sobre ele e
repetidamente golpeio nas pernas e peito com meu largo
instrumento defensivo tão forte como posso. O homem grita.
— Ow, pare! Foda-se, Tina, para de me bater!
Espera.
Ladrões geralmente não conhecem as pessoas que
roubam, certo?
Procuro com a mão trêmula e acendo a luz.
Max está no chão gemendo e grunhindo em posição
fetal. Tem um nariz sangrando e um lábio rebentado.
Não havia me dado conta de que Nat havia desaparecido
até que olho atrás de mim. Ghost a mantém envolvida em seus
braços, uma mão sobre sua boca. E adivinha. Parece que ele
quer cair na gargalhada.
Por todas as coisas!
Eu quero bater nele, assim que eu faço.
Chego mais perto e golpeio diretamente sobre sua cabeça
com minha vara. Que agora vejo que é um esfregão.
Ele esfrega sua cabeça e seu corpo treme com risada
silenciosa.
— O que você vai fazer, limpar-me até a morte?
Ghost solta a Nat e nos colocamos de cócoras sobre
Max. Não posso acreditar que lhe demos uma surra.
— Max, querido, você está bem? - Eu toco seu rosto e
olha para mim.
Deve ver a preocupação em meus olhos. Responde: —
Merda, eu estou orgulhoso de você.
Hum, o quê?
— Quê? - Não escondo a minha confusão.
Max sussurra: — Não pare de lutar. Nem por um
segundo. Bolas de aço, pequena Tina.
Dá um grande sorriso revelando o sangue manchando
seus dentes.
Ah sim. Teve a cabeça golpeada.
Volto-me para Ghost e suspiro: — Você pode levá-lo
para o sofá e assim posso limpá-lo?”
Sorri a Max, mas concorda.
Entro na cozinha para pegar meu kit quando alguém
chama na porta.
Ótimo.
Tenho dois aspirantes a arrombadores na minha casa e
um deles está sangrando e machucado.
Escuto que Nat abre a porta e Molly entra.
Olha para Ghost, em seguida, Max e diz: — Soa como
uma festa para qual eu não fui convidada.
Apoio meus braços no balcão da cozinha, e me inclino
para frente e rio.
— Sinto muito sobre a gritaria, Molly. Espero que não
ter te acordado. - Observa meu aspecto esgotado e sacode a
língua.
— Menina, você tem que sentar-se antes de cair no sono
em pé. Deixe Molly fazer chá e arrumar o garoto.
Tomo sua mão na minha e a beijo. Baixinho digo: —
Obrigado, senhorita Molly.
Molly faz chá para mim e Nat. Ghost recusou e trouxe
para Max um copo de água e uma aspirina. Ela tomou seu
tempo limpando as feridas do Max com o peróxido. E quando
ele não estremeceu ela acariciou sua bochecha e disse: — Você
ganhou uns cupcakes, jovenzinho.
Max sorri e parte o seu lábio novamente. Ele se vira para
mim e diz:
— Escuta isto, Tina. Molly diz que eu ganhei cupcakes.
Dou risada enquanto Molly se encaminha para saída. Eu
a abraço por um largo momento.
A melhor vizinha de sempre.
Assim que fecho a porta aponto o dedo para Ghost.
— Explique-se.
Ghost inclina-se no sofá e encolhe os ombros.
— Nik queria você protegida assim viemos ver o quão
seguro é seu apartamento. - Ele aponta para si mesmo. — E
aqui estamos. Dentro do teu apartamento. Então, é seguro
dizer que não é tão seguro. – Ele olha para Max e diz: — Eu
não queria que Max viesse, mas ele insistiu. - Olha para mim e
sorri com satisfação. — E você o golpeou.
Sinto que o pânico inchar no meu intestino.
Ah, Nik vai me matar. Eu dei uma surra em seu irmão.
Que está ligeiramente mal da cabeça no meu sofá.
Eu caio em uma cadeira da sala de jantar com meus
ombros caídos.
Hoje não foi um bom dia.
Eu cubro meu rosto com as mãos.
Ghost começa a falar novamente.
— Ouça, tomei nota de tudo o que você precisa para que
o seu apartamento seja seguro. Conseguirei todas as coisas
amanhã e as instalarei durante o dia. Quando chegar em casa
amanhã a noite, vou te esperar e ensinar como usá-lo. - Aperta
meu joelho, tiro minhas mãos do meu rosto e abro meus
olhos. Suavemente fala: — Você não quer foder ao Omarr. Ele
é imprevisível. Estamos apenas tomando precauções. Se hoje
acorreu como o planejado, não terá notícias dele nunca mais.
Mas não nos arriscaremos. Ele está tomando um gosto por
você, Tina.
Nat vem para tomar minha mão e disse com voz rouca:
— Isto é uma merda, querida.
Baixo a minha cabeça e concordo. Abatida digo: — Bem.
Quando descobrir quanto custa os materiais de segurança só
envia a fatura à loja e eu pagarei.
Seus olhos estreitam e inclina sua cabeça. Ele olha para
mim por alguns segundos depois balança sua cabeça
suavemente e ordena.
— Ok, pegue suas merdas. E vamos.
Perdão?
— Desculpe-me? — Eu respondi.
Queima-me com seu olhar e repete devagar: — Pega.
Tua. Merda. Você não vai ficar aqui esta noite.
Eu não sei o que fazer com isso. Eu não quero ficar em
outro lugar. Este é o meu apartamento!
Por isso eu digo a primeira coisa estúpida que vem à
minha cabeça. — Mas eu tenho um gato!
Ghost olha a Bear que está sentado no colo de Max,
olhando estupidamente. Max está olhando de volta tolamente
para Bear.
Ele pergunta com paciência: — Você tem uma gaiola
para sua fera?
Concordo.
Ele concorda de volta como se dissesse não vejo qual é o
problema então.
Nat aperta minha mão e levanto o olhar. Ela me dá um
sorriso compreensivo. Irei. Por ela.
Suspiro e digo baixinho: — Bem, deixe-me arrumar
algumas coisas.
Nat se levanta para caminhar comigo e coloca um braço
em volta da minha cintura. Não é um grande gesto, mas o
significado é enorme. Será a minha muleta quando precisar de
ajuda. Sempre tenho seu cuidado e apoio.
Cada uma de nós faz uma mala, forço Bear entrar em sua
gaiola, e estamos saindo.

***
Assumi que Ghost nos levaria para um hotel.
Definitivamente eu não esperava encontrar-me na casa
de Nik para passar a noite. Tão logo entramos na casa, uma
sorridente Ceecee vem a nosso encontro para nos ver e entro
em pânico.
OH MERDA! DEI UMA SURRA EM SEU PAPAI!
Ela dá um olhar para seu pai e seu rosto fica pensativo.
Max caminha rapidamente em direção a ela, ajoelha-se e
pergunta:
— Você acreditaria em mim se digo que foi Tina quem
fez isto?
QUE DIABOS, MAX?!?
Estou absolutamente devastada de que ele me jogue
debaixo do ônibus assim. Meu coração bate e meu pescoço
esquenta pelo nervosismo. Amo a Ceecee. Agora ela vai me
odiar.
Fico impressionada quando Ceecee estreita seus olhos
para seu pai e põe suas mãos sobre suas cadeiras perguntando
cautelosamente:
— O que você fez para Tina?
Max ri e balança sua cabeça enquanto fala: — Papai foi
muito tonto. Entrei na casa da Tina sem perguntar e ela
acreditou que era uma má pessoa que estava pegando suas
coisas.
Estou mais impressionada quando uma Ceecee que esta
franzindo o cenho vem até mim e me abraça ao redor da
cintura. Levanta o olhar e diz:
— Você devia estar com muito medo, Tina. - Franze o
cenho para seu pai e ordena severamente. — Nunca mais faça
isso papai, ela realmente deve ter estado muito assustada!
Bendita seja!
Max parece devidamente punido e diz:
— Acredite em mim, querida. Nunca mais. Poderia
perder uma perna na próxima vez.
Eu olho para seu rosto preocupado e sorrio.
— Realmente estive muito assustada, anjo. E sinto muito
por bater no seu pai. Acreditava que me protegia. Se eu
soubesse que era seu pai, eu não teria batido.
Ela sorri antes de olhar para trás de mim e grita: — ISTO
É UM GATINHO?!
Eu rio de seu entusiasmo. E faço as apresentações.
— Ceecee este é Bear. Ele ama abraços, então melhor
abraçá-lo bem, ok?
Ghost abre a gaiola e Nat tira Bear e o coloca no chão.
Bear vai diretamente para cadeira de Ceecee, olha para ela e
mia.
Percebo que ele não tinha comido ainda assim que eu
abro minha bolsa para retirar latas de comida, eu dou a
Ceecee e digo: — Você acha que pode alimentá-lo, querida?
Levanta o olhar para mim com o rosto cheio de
admiração. Poderia pensar que acabava de dizer que
estávamos indo para Terra do Nunca.
Ela sussurra: — De verdade?
Ajo o mais casual possível. Agito meus braços em um
movimento para parecer indiferente a isto e digo: — Ah, sim,
te amará para sempre se você o alimentar.
Justo quando termino de dizer isto Bear pula no colo
dela, ronrona alto e esfrega seu rosto nas latas de comida na
mão Ceecee. Ela olha para mim e sorri tão lindamente. Você
não pode comprar uma felicidade como esta. Bear será bem
amado esta noite.
Ceecee corre para cozinha e Ghost acena para Nat e eu
segui-lo.
Ghost abre a primeira porta do lado esquerdo do
corredor. Acompanha-me e eu olho ao redor. É um belo
quarto de convidados. As paredes são uma rica cor Borgonha,
tem uma parede preta atrás da cama King tipo trenó do lado
direito do quarto.
Há um armário embutido no lado esquerdo. Cortinas
longas de cor Borgonha cobrem todo o outro lado da parede.
Há imagens emolduradas de bom gosto nas paredes e uma
porta no canto à esquerda. Ghost aponta para ali.
— Chuveiro.
Concordo. Ótimo, eu realmente preciso de um banho.
Eles saem e fecho a porta. Eu estou tão cansada que eu
poderia dormir em pé. Obrigo a me mover, pego a minha
roupa de baixo e pijamas na minha bolsa e vou para o
chuveiro.
É um banheiro arrumado. Tudo está no lugar e há um
sabão descente e xampu no chuveiro. Porém tudo tem uma
fragrância masculina.
Eu ligo o chuveiro quente. Eu quero chamuscar a pele.
Eu gosto de tomar banhos quentes. Faz-me sentir limpa. Tiro
a roupa, salto dentro e lavo o meu corpo e cabelo em tempo
recorde. Só cantei “working 9 to 557” uma vez. É por isso que
eu sei. Eu envolvo meu cabelo em uma toalha e coloco as
roupas. Eu amo meu pijama. É um conjunto de top e uns
shorts curtos de cetim sedoso de cor cobre.
Solto meu cabelo, escovo e seco com um secador de
cabelo que eu encontrei em uma gaveta. E, finalmente, eu
estou pronta para dormir.
Saio do banheiro para cama e me atiro nela.

***
Eu vou para casa do clube muito tarde esta noite.
Entro em meu quarto e vejo Tina de bruços com os
braços e pernas espalhados na minha cama. Reconheceria esta
bunda em qualquer lugar. Seus shorts são tão curtos que posso
ver a curva de suas nádegas.
Na verdade giro e olho para entrada do meu quarto.
Estou na casa certa?
Dou a volta tão silenciosamente como posso e procuro
Ghost. Ele conta que o apartamento da Tina não é seguro por
isso trouxe a Nat e a Tina aqui.
Fala que Nat esta dormindo no quarto do Max e que ele
dividirá o quarto dele com o Max porque sofreu uma
concussão cerebral e tem que ser despertado de hora em hora.
Que inferno?

57
Working to 9 to 5 https://www.youtube.com/watch?v=DaERHs8Q93E
Eu pergunto o que aconteceu e Ghost me diz que Nat e
Tina foram estilo Rambo sobre ele. Tina deu uma tremenda
surra no Max com um esfregão. Realmente cai na risada.
Ghost me diz que o gato de Tina está em algum lugar na
casa, o mais provável, na cama com Ceecee. E por isso
colocou a Tina no meu quarto, porque eu não estava em casa.
Eu digo que é besteira.
Acredito que o meu amigo jogou de casamenteiro.
Dou boa noite, e volto para o meu quarto e vejo a Tina
dormindo.
Minhas fantasias ganham vida na frente de mim. Se ela
apenas levantasse a cabeça e me convidasse. Isso é um pouco
estranho. Normalmente eu durmo nu. Embora esta noite
provavelmente não devesse.
Talvez ela não se importe.
Nope. Não é uma boa ideia.
Entro no banheiro e tomo um banho rápido.
Volto para meu quarto nu e penso o que posso usar para
dormir. Muitas vezes não uso cueca, mas tenho algumas
boxers em algum lugar.
Depois de pesquisar as gavetas por alguns minutos eu
acho sedosos boxers negros.
Isso vai servir.
Caminho para cama, pego a Tina, retiro o cobertor e nos
coloco dentro. Ela nem sequer se move.
Pobre querida. Está tão cansada.
Jogo seu corpo em direção ao meu de tal maneira que
suas costas estão firmemente unidas ao meu peito. Coloco
meus braços ao redor da sua cintura, empurro meus joelhos
atrás dos joelhos dela e respiro o perfume do seu cabelo.
Cheira como eu.
Eu gosto disso.
Eu gosto que a Tina esteja na minha cama comigo e não
tivemos sexo. É mais que isto com ela. Quero ser seu protetor
e o único que resolva seus problemas.
É tão bom sentir ela contra mim. Tão suave e
exuberante. Poderia acostumar com isso.
Alegria me enche.
Eu sorrio em seu cabelo, respiro uma vez mais e eu fico
dormindo em um pacífico sonho.
Capítulo Quinze
O melhor sonho de todos

Acordo com um sobressalto. Ainda está escuro.


Onde diabos eu estou?
Este não é o meu quarto. Meu quarto é menor. Minha
cama é ligeiramente menor. E normalmente em minha cama
não tem um homem roncando junto ao meu ouvido.
Bem, não exatamente um ronco. É mais como um
grunhido.
O homem tem seus braços apertados ao redor da minha
cintura e meu traseiro está pressionado contra sua virilha.
Meu corpo fica completamente imóvel.
Que diabos é isso?
Definitivamente não é o Ghost. Ele não parece ser o tipo
de abraçar. Além disso, ele está enrolado com Nat. O corpo do
Max é, de alguma forma, mais esbelto que a construção
muscular deste homem. Por este processo de eliminação,
assumo que é o Nik.
Eu sorrio para mim mesmo.
É como minhas fantasias virando realidade!
Eu aconchego outra vez nele e o escuto gemer
ligeiramente. Meus olhos abrem e fico quieta por um
momento. Faço de novo e seus braços apertam mais ao redor
da minha cintura. Sinto uma dureza crescendo entre minhas
nádegas.
Oh, meu Deus!
Nik está dormindo e tem uma ereção.
Uma ereção que está localizada entre minhas nádegas e
muito perto de minhas partes de senhora.
E parece delicioso.
Quando esfrega suavemente seu duro comprimento
contra mim, luto contra a urgência de vir ali mesmo.
Umidade escorre do meu centro e coloco-me nervosa.
Quero isto. Quero que o Nik me rasgue minha calcinha e
me tome.
Toma-me Nik!
Uma de suas mãos roça abaixo do meu peito, fico quieta
de novo e minha boca forma um Ó.
Toca em meu peito, seu bobo!
Ele faz melhor. A mão sob meu peito se move
ligeiramente para cima e corre o polegar sobre meu
endurecido seio sensível. Sua outra mão move+se para baixo
em minhas costelas e ventre, entre minhas pernas e sua grande
mão em copo no meu monte úmido.
Meus olhos rolam para trás da minha cabeça e suspiro.
Eu escuto fungadas em meu ouvido e me dou conta que Nik
ainda esta dormindo.
De qualquer forma, move a palma de sua mão direita no
meu ponto doce. Eu mordo meu lábio para impedir um
gemido. O ritmo do meu coração se acelera e suo.
Eu preciso disto tão seriamente!
Nik se move em seu sono e uso cada pedaço de força de
vontade que tenho no corpo para ficar quieta. Ele suspira e
murmura sonolento:
“O melhor sonho de sempre.”
Eu concordo, Nik!
Seu musculoso braço se aperta através do meu estômago
e sua palma continua esfregando enquanto empurra seu pênis
acima e abaixo do meu traseiro. A fricção é perversa.
Eu ruborizo e um formigamento começa na parte inferior
da minha espinha. Minha boca se abre ligeiramente e respiro
pesadamente.
Isso não pode estar acontecendo!
Meu primeiro orgasmo em cinco anos e é com um
homem dormindo!
Pontos brancos aparecem em minha visão e minha
cabeça pende para frente. As contrações do meu orgasmo
começam e é tão intensa que acredito que vou desmaiar. Isto é
êxtase puro.
Se isto é o que pode fazer dormindo, imagino quão bom será
quando esteja acordado!
Oh meu Deus o que eu fiz?
Eu vou te dizer que você fez... Acabou de foder uma
pessoa dormindo!
Não havia notado o Nik colocar—se tenso, mas sim
havia notado que seus braços se apertaram ao redor de mim.
Sinto umidade em minha região lombar que está nua.
Talvez ele...? Ele gozou!
Ufa, agora estamos iguais!
Oh, Deus!
Sinto-me doente. Literalmente me sinto como se vou
colocar-me doente. Meu estômago está feito um nó. Estou
aflita e envergonhada.
Nik relaxa contra minhas costas e sua mão move das
minhas áreas mais privadas de volta ao redor da minha
cintura.
A sua boca está no meu ouvido e sussurra
sonhadoramente.
“Tina.”
Oh uau!
Não só ele estava tendo um sonho sujo. Estava tendo um
sonho sujo comigo! Quero pular de alegria. Sorrio tanto
quanto posso, logo bocejo.
Uau. Um orgasmo depois de cinco anos realmente acaba
uma pessoa.
Eu relaxo nos braços perfeitos do Nik, me aconchego
mais perto dele e durmo.
***
Oh, Deus. O melhor sono que eu já tive.
No entanto, é um pouco estranho que a estrela do meu
sonho esteja dormindo justo ao meu lado. Eu me pergunto o
que pensaria Tina se soubesse o que estava fazendo no meu
sonho? Foi tão real.
Eu amo a bunda da Tina. Macia, redonda, firme.
Não é surpreendentemente, que sonhei com ela.
Normalmente eu faço isto. E estive pressionado contra ela a
noite toda.
Embora normalmente ela esteja me fazendo às coisas
mais sujas. Este sonho foi tranquilo.
Mas malditamente quente foi como se realmente
estivesse tocando ela. Ainda posso sentir suas curvas.
Pensando em minha garota de fantasia, onde ela está?
Abro meus olhos e olho ao redor. Posso ver a luz do sol
por trás das cortinas e minha cama esta vazia.
Deve ter escorregado fora tentando não me acordar.
Eu sento e esfrego meu rosto. Logo eu sorrio. Eu gostei
de ter a Tina na cama comigo.
Nunca passei a noite com uma garota. Meu quarto é o
meu santuário. Meu lugar para relaxar e descansar.
Eu nunca quis trazer uma garota para minha cama. Até
agora.
Se pensasse que Tina estaria de acordo lhe pediria para
mudar—se e partilhar minha cama permanentemente.
Quem imaginaria que o sono pudesse ser tão agradável?
Puxo o lençol e faço o meu caminho para o banheiro
para tomar uma ducha. Tiro a boxer e juro que tem sêmen
nela.
Que demônios? Eu tive um sonho molhado? Quantos
anos eu tenho, 15?
Depois de tomar banho eu encontro outra boxer para
colocar e me dirijo até o lugar que estou seguro que Tina
estará.
Caminho para cozinha e encontro a Tina de costas para
mim. Seu pijama parece tão sexy. Quando se estica para
alcançar o armário por temperos, a bainha de seu short curto
sobe. Agradável.
Ela tem uma mistura feita e está se preparando para
cozinhar algumas panquecas. Eu amo panquecas. Minha mãe
me faz panquecas sempre que estou em casa de manhã.
Caminho detrás dela, coloco meus braços ao redor da sua
cintura e sorrio quando ela grita.
Ela se vira, empurra meu ombro e grita.
— Deus, Nik! Você me assustou!
Seu rosto está tentando manter uma aparência de
desprezo, mas está sorrindo. Movo-me mais perto dela, seguro
seus quadris em minhas mãos e pergunto: — Como você
dormiu, querida?
Tina engole em seco. Em uma voz tranquila, diz: —
Bem. E Você como dormiu?
Eu sorrio muito e digo: — O melhor sono que tive em
um longo tempo.
Suas bochechas coram e se vira para panela. Limpa a
garganta, então fala.
— Eu estou fazendo panquecas para todos. Você pode
ver se todos já estão acordados?
Caminho para os quartos e bato. Max é o primeiro de pé
e quando abre a porta eu explodo na gargalhada. Ele está
preto e azul. Seu nariz está inchado e seu lábio partido. Estou
rindo tão forte que apoio uma mão para sustentar-me no
marco da porta e seguro meu estômago com a outra. Eu não
posso acreditar que a pequena Tina provocou tanto dano em
um tipo tão grande.
Faz uma careta e diz: — Ria cabeça oca.
Em seguida, vai para o quarto de Ceecee para acordá-la.
Caminho de volta para cozinha. Tina tem uma pilha de
panquecas prontas. Ela cantarola enquanto cozinha. Parece
que ela estava cantarolando "The way58" do Fastball. Eu gosto
dessa música.

58
The way https://www.youtube.com/watch?v=nU-XLNs4TCY
Tina segura o prato de panquecas para mim. – Você
pode, por favor, colocar isto na mesa de jantar?
Nós nunca comemos na mesa de jantar. Nem sequer sei
por que temos uma mesa de jantar. Normalmente comemos de
passagem, na mesa de café da manhã ou no sofá. Mas
concordo e pego o prato dela.
Quando estamos todos sentados à mesa de jantar, Tina
sai da cozinha com outra grande pilha de coisas finas como
crepes.
Nat, que parece quase morto quando ela sai do quarto de
Max, vê e grita:
— Palačinke59? - Soa como Pa—lah—chink—eh. Nat
geme. — Você sabe que eu sou viciada em palačinkes?
Tina sorri e coloca-os bem na frente de Nat e, em
seguida, caminha para Max. Gentilmente toca seu rosto e diz:
— Desculpe, querido. Eu sei que não são madalenas, mas isso
é tudo o que poderia fazer com os ingredientes que encontrei
na cozinha. E eu vou te servir. Eu serei sua garçonete esta
manhã.
Max pega a mão dela e a beija. — Não se preocupe com
isso, baby. Eu sou um garoto grande.
Tina olha para ele com adoração e beija a sua cabeça.

59
Palancike é tipo um crepe da Europa Oriental
http://foodnetwork.sndimg.com/content/dam/images/food/fullset/2010/5/10/0/0043422F2_Hungarian-Crepes-
Palacsinta_s4x3.jpg.rend.sni12col.landscape.jpeg
Ela se senta e bate as mãos. Olha para comida e diz: —
Bem, vamos não deixem suas barrigas roncando. Ataquem!
Ghost é o primeiro a tomar uma panqueca e isso é o sinal
para todos atacarmos com gosto. Têm panquecas, palačinke,
salada de fruta, suco de laranja, café, manteiga, xarope e
geleia na mesa e tudo esta maravilhoso.
As panquecas têm canela e estão geniais. Todos
provaram o palačinke em que você espalha geleia e enrola
antes de comê-los, estão bons. O melão da salada de fruta é
perfeitamente doce. E o café é celestial.
Estou um pouco surpreso que Ceecee já havia comido
duas panquecas, um palačinke, fruta e suco. Ela nunca come
bem pela manhã. Olho mais atentamente para ela e pega um
pouco de panquecas e coloca ao lado de sua cadeira. Não me
escondo quando olho por baixo da mesa e ela fica tensa.
Vejo um gato negro e branco sentado junto a sua cadeira,
lambendo seus bigodes e ronronando. Assim que aí é onde foi
parar suas panquecas extras.
Eu sorrio e balanço a cabeça. Ela abaixa a cabeça e
morde o lábio para evitar sorrir. Levanta o olhar e novo e eu
pisco um olho para ela.
Nosso pequeno segredo, baby.
Observo a Tina que está olhando ao redor. Tem um
sorriso e parece satisfeita. Eu gosto.
Lembro-me do dia em que ela explicou por que não abriu
uma padaria. Como explicou que cozinhar para as pessoas era
um presente que gostava de dar e que tudo o que faz contém
uma parte dela. Suponho que cozinhar para os amigos a faz
sentir o mesmo.
Gira sua cabeça para mim e me captura olhando-a. Atira-
me a língua.
Quero chupar essa língua.
De verdade. Penso sobre aquele beijo todo o maldito
tempo: seus lábios macios e sua língua doce nos meus lábios e
em minha boca. E, diabos, eu quero que se repita. Mas Tina
deixou claro que só estava satisfazendo um pouco de
curiosidade, que isso era tudo. O que é uma merda.
Nós acabamos de comer e faço um sinal para Max e
Ghost me ajudarem a limpar. As meninas também se
levantam. Eu explico brevemente.
— Em nossa família, quem cozinha não limpa. Regras de
mamãe. Garotas preparem-se para ir ao trabalho.
Nat caminha até o Ghost e lhe dá um forte golpe em seu
traseiro. Beija a bochecha de Max e logo a minha. Tina beija a
bochecha de todos e até Ghost sorri. Logo todas vão a seus
quartos para se preparar para o trabalho.

***
Quando chegamos à loja, envio Nat ao Winnie’s para
trazer café. Quando retorna, abrimos a loja e conto a Nat
como molestei sexualmente o Nik enquanto ele dormia.
Ela ri de mim por um minuto inteiro. — Tenho certeza
de que ambos foram molestados consensualmente!
Ela está feliz por mim. — Então, finalmente você
encontrou o seu grande “O” de novo! E que tal foi?
Não consigo encontrar as palavras. Foi indescritível. Eu
respondo: — Absolutamente incrível. Embora seja uma pena
que ele não soube.
O rosto de Nat assume uma expressão cuidadosa.
— Você confia em você Nick, certo?
Não hesito ao responder.
— Sim.
Gira meus ombros para que estejamos cara a cara e
acaricia meu cabelo e pergunta.
— Então por que você não pode se divertir um pouco
com ele? Vocês tem uma química surpreendente. Você não
pode negar. E, pessoalmente, eu gosto como ficam juntos. Ele
é um homem de família.
Eu sei o que ela quer dizer com isso. Isso significa que ele
iria cuidar de mim se eu engravidasse. Não seria como Jace. E
tem razão. Mas não quero ter filhos outra vez. Nunca mais.
Devolvo a carícia e, com um sorriso digo: — Porque não
me diz o que se passa com Ghost?
Ela suspira dramaticamente.
— Não pergunte. Foi algo de uma vez. Nós nos odiamos.
— Responde.
Coloco uma mão sobre seu ombro. — Ódio é uma
palavra forte. Não te parece? Além disso, já sabe o que dizem
há uma linha tênue entre o ódio e o amor. Como foi o sexo?
Os olhos de Nat se estreitam, contrai seu rosto e sorri.
Sussurra:
— Foi incrível. Eu nunca tive sexo louco antes. Mas eu
não sei se eu gostei porque foi intenso ou porque foi com o
Ghost. Eu nem sei o que aconteceu. Em um segundo eu estava
caminhando do banheiro para o camarote e no seguinte
minuto Ghost me arrastava para sala de conferências. Foi algo
fora deste mundo. - Sua expressão fica séria. – Ele disse que
não gostou que joguei com Max, que deveria ser com ele que
eu deveria jogar.
Eu me inclino para trás e abano com a mão, então me
inclino para frente e sussurro: — Caramba eu não sei sobre
estas coisas de dominação, mas me fez quente só de falar sobre
isto!
E nós morremos de rir.
Sorrindo, ela me faz uma pergunta. — Por que você não
dorme com Nik e vê o que acontece? Se nada acontecer,
ambos são maduros o suficiente para deixar e continuar a sua
amizade. Mesmo que ele não se torne algo sério, podem se
divertir muito.
Nat move as sobrancelhas para cima e para baixo.
Porque eu vou quebrar meu coração, por isto.
Eu olho para longe. — Eu não sei, querida. Eu gosto
muito dele para saber que, se eu dormir com ele, vou me
envolver demais e, basicamente, vou me expor a muitas
decepções. - Olho para baixo e jogo com o canto de um
pedaço de papel e sussurro. — Eu não posso com outro Jace.
Eu não sei quanto tem do meu coração para quebrar, mas eu
sei o suficiente para dizer que a próxima vez vai me destruir.
Agora estou machucada, não destruída. A próxima vez vai me
destruir. Não preciso de uma relação perfeita. Preciso de
alguém que não vai desistir de mim.
Seu rosto é de incredulidade. Coloca um braço ao redor
da minha cintura, me abraça e diz: — Você acha que Nik é
capaz de machucá-la?
Encolho os ombros e digo: — Você não viu como ele
tratou Sissy no restaurante. Era como se ela não fosse nada.
Menos do que nada! E ele dormiu com ela por quatro meses!
Ela balança a cabeça e diz com carinho: — Porque ela
era nada para ele. Ele explicou como as coisas eram e ela
tentou forçar algo mais.
Estou exasperada e respondo mais forte do que o
necessário.
— Exatamente! Nós também terminaremos assim! Eu
vou me envolver demais e ele vai me dizer para seguir em
frente em frente e eu vou me tornar uma mini-mulher-
diabólica e Sissy e eu vamos criar a irmandade anônima de
mulheres que não podem superar o Nik e logo teremos que
contratar uma igreja e fazer sanduíches e ponches para
milhares de mulheres que se uniriam!
Nat ri e me abraça. Sussurra em meu ouvido.
— Por que não se arrisca? É onde ganho está, não é?
Santo canolli! Ela está certa... Eu quero me arriscar!
Mas a questão permanece, posso ter o que escolher?
E será que essa escolha me trataria bem?

***
10:16h
Eu estou pensando na Tina.
11:04h
Estou pensando no traseiro bem formado da Tina.
12:37h
Estou pensando em Tina ofegante debaixo de mim na
minha cama.
13:02h
Eu vou ao banheiro para me masturbar.

***
Volto ao meu escritório depois de finalmente conseguir
um alívio muito necessário.
Já não está duro, verdade? Toma isto pênis!
Tina está sentada atrás da minha mesa com a cadeira
virada para o lado. Não me viu chegando.
Parece tão suave atrás da minha mesa enorme. Eu rio
baixinho. É adorável.
Eu limpo minha garganta para chamar sua atenção.
— Desculpe-me, senhorita Tomic, desejava me ver?
Ela vira e me dispara um sorriso radiante.
Eu gosto deste sorriso. Ela é tão linda. Creio que poderia
me apaixonar por este sorriso.
— Claro, senhor Leokov, por favor, tome assento. – Ela
indica a cadeira que ela senta normalmente quando vem me
ver. Quando me sento, ela continua. — Eu acredito que está
próximo do aniversário de alguém...
Max! Foda-se, eu vou matá-lo!
—... E eu queria saber que bolo você gostaria que eu
fizesse!
Passo a mão pelo rosto. Seu sorriso me mata. Não é
alguém a quem pode dizer não tão facilmente. Eu coço o
pescoço e explico.
— Amor, não gosto de aniversários. Quero dizer, sim eu
gosto de aniversários dos outros, mas não o meu aniversário.
Seu rosto fica triste e eu me sinto um idiota. Fala
baixinho e a luz que estava em seus olhos quando chegou,
desapareceu. Responde:
— Oh... está bem. Ceecee queria que você tivesse um
lindo bolo de aniversário, mas se você não quer em seguida
tenho que...
Endireito as costas e pergunto: — Espere, o quê? Cricket
quer que eu tenha um bolo?
Estou atordoado.
Tina se levanta, caminha até mim e senta no meu joelho.
Explica-me.
— Sim. Ceecee me parou esta manhã quando estávamos
saindo. Ela disse que você nunca tem um bolo em seu
aniversário e que isto a deixa triste. - Ela beicinho com seus
lábios. Não de uma maneira de sou-tão-fofa, mas em um
realmente-estou-triste-por-você e isso faz meu coração se
apertar.
Minhas duas garotas favoritas se juntaram contra mim.
Você está tão fodido.
Puxo-a firmemente para o meu colo e digo hesitante.
— Humm, eu realmente odeio a coisa toda de
aniversários, baby.
Ela apoia sua testa na minha bochecha e suspira.
— Não quero forçá-lo a fazer algo que não quer. - Ela
puxa minha lapela. — E se eu fizer alguns cupcakes e você
leva um para Ceecee? Isto bastaria.
O pensamento de decepcionar Cricket me deixa doente.
Eu amo minha sobrinha com todo meu coração e toda minha
alma. Eu faria qualquer coisa para torná-la feliz. E não tem
nada a ver com o que aconteceu. Simplesmente é o feito de
que é uma boa menina que ama a sua família.
É apenas um maldito bolo.
Aspiro ao doce aroma da Tina e puxo uma mecha do seu
cabelo. E me rendo.
— Vou te dizer o que. Faça um bolo e você leva lá em
casa cantaremos feliz aniversário e ela será boa por outro ano.
Sinto o corpo imóvel de Tina. Ela puxa o corpo de volta
com olhos arregalados e sussurra. — Sério?
Eu me inclino para trás na cadeira, eu dou de ombros e
despreocupadamente digo: — Claro. Quero dizer, é apenas
um bolo, não é?
Tina se inclina mais perto. Coloca as duas mãos nas
minhas bochechas e sorri docemente.
— Não. Não é somente um bolo. É a felicidade de uma
criança. Não se pode comprar coisas assim Nik. Você está
dando a Ceecee um presente.
Termina em murmúrio.
Logo faz algo que me surpreende.
Ela se aproxima, inclina a cabeça, posiciona seus lábios
nos meus e me beija.
Um beijo doce e terno que dura trinta segundos ou mais,
não que eu estava contando.
Só quando eu estou a ponto de perder o controle e
inclinar ela sobre a mesa, lentamente ela se afasta.
Seu rosto está ruborizado e os olhos estão sombreados.
Parece espetacular. Eu gosto de como parece.
Ela me dá um sorriso tímido.
— Você é um bom homem, Nik. Estou muito feliz que
nós somos amigos. - Diz docemente.
Nível de friend-zoned: infinito.
Eu quero gritar: Foda-se a amizade! Vamos em frente!
Mas em vez disso, me aproximo e a abraço. Sussurro:
— Eu também, coração.
Capítulo Dezesseis
Olha Nick é seu aniversário

A noite, quando Nat e eu chegamos em casa, Ghost


estava esperando. Dentro do meu apartamento.
Que imbecil entrou de novo no meu apartamento!
Pelo menos ele trouxe Bear de volta com ele.
Ensinou-nos como usar o novo alarme e o botão de
pânico. Aprendemos com bastante facilidade.
Ele disse com firmeza: — Se você não tiver certeza,
pressione o botão de pânico. É melhor dizer a polícia ter
cometido um erro, do que, vir e buscar cadáveres
ensanguentados.
Bom conselho, eu acho.
Ele saiu pouco depois e eu disse a Nat que nós estávamos
indo para casa de Nik quarta-feira para o seu aniversário.
Ela estava animada com isso. Nat adora uma boa festa.
Eu também tive que contar algumas notícias que não me
atrevi dizer no trabalho.
Era por volta das três da tarde, e eu estava pedindo um
café com leite e caramelo salvador de vidas no Winnie’s e um
cara me de muito boa aparência me parou. Ele me convidou
para sair.
E aqui está a coisa estranha.
Eu disse que sim.
Que diabos foi que você disse?
Bem, depois do beijo ao meio-dia com Nik, meu coração
estava agitado. E isto não é um bom sinal.
Eu acho que eu concordei em ir a esse encontro para
distrair-me do Nik.
Se ele queria algo comigo, ele teria me feito saber. E
mesmo assim eu não ficaria com ele até que estivesse segura
de que ele pudesse ser o que necessito.
Então, eu tenho um compromisso com ‘Chad o
contador’ na quinta-feira à noite. O que significa que eu iria
perder a noite do pôquer.
Eu tenho certeza que não vai passar batido de qualquer
maneira.
Nat se senta no sofá, lendo meu e-reader. Eu limpo
minha garganta e começo:
— Então, eu tenho um encontro na quinta-feira.
O corpo de Nat para, levanta o olhar do e-reader e fica
me olhando. Depois de cerca de dez segundos ela faz o exato
oposto do que eu pensava que seria. Ela tem um enorme
sorriso e grita:
— Finalmente! Pelo amor de Pete, já era hora mulher!
Uh, o quê?
— Uh, o que você está falando? Eu pensei que estaria
zangada! - Digo.
Parecendo confusa diz: — Zangada? Porque estaria
zangada? Eu disse esta manhã que você tentasse com o Nik...
Baixo os olhos e a corto com: — O encontro não é com o
Nik.
Silêncio.
Um torturante e longo silêncio.
Em seguida, ela se endireita e explode.
— O que DIABOS há de errado com VOCÊ?
Eu tremo e começo: — Seu nome é Chad e ele é um
contador. Eu o conheci no Winnie’s esta tarde.
Ela baixa os olhos e balança a cabeça em descrença.
Pergunta:
— Deixe-me ver se entendi. O dia após o aniversário do
Nik você vai ter um encontro... com alguém que não é o Nik.
Concordo, encolho os ombros e digo: — Não é como se
ele se importasse. Eu disse que ele não me quer desta maneira
e eu fiquei louca quando o beijei esta tarde...
Ela grita: — Você o que??!
—... e em seguida o Chad me convidou para sair e
parecia a distração perfeita do Nik...
Ela agita seus braços no ar e choraminga. — Por que
você faria isso??!
—... eu acho que eu poderia estar apaixonada por ele!
Ela engasga e cobre a boca com uma mão. Escuto um
abafado som de simpatia.
— Oh, querida.
Eu sinto as lágrimas queimando meus olhos. Murmuro:
— Por que tudo parece uma merda?
Ela se levanta, caminha até mim e me dá um abraço
apertado de urso e me diz:
— É assim que você sabe quando algo realmente bom
está por vir.
Minha melhor amiga é o senhor Miyagi.

***
A quarta-feira pela manhã chega e eu estou ocupada na
cozinha assando. Enviei Nat à Safira no meu carro, assim
posso passar toda a manhã assando sem pressa.
Eu não posso acreditar que Nik concordou em ter um
bolo de aniversário!
Ceecee me parou pouco antes de sairmos para pedir-me.
— Por Favor, faz ao tio Nik um bolo de aniversário. Ele
nunca teve um e isso me deixa triste. Eu quero mostrar o
quanto o amamos.
Então aqui estou eu, fazendo um bolo de sete camadas
de doce chocolate derretido e também estou assando um
monte de Bolinhos de chocolate branco e framboesas para
levar. Fiz uma parada de última hora no supermercado hoje
de manhã cedo e consegui algumas canetas de decorar que
pensei que Ceecee gostaria. Assim, que estou levando os
bolinhos para que ela os decore. Esse será o seu presente para
o tio que ama mais que tudo.
Termino de assar e apago o forno. Tenho que esperar um
tempo para decorar o bolo. Precisa estar completamente frio.
Sento no sofá e suspiro de alívio quando levanto minhas
pernas sobre ele.
Não dormi muito bem de noite. Nat me disse que ir ao
meu encontro no dia seguinte ao se aniversário realmente iria
magoar profundamente o Nik. A ideia de fazer dano ao Nik é
suficiente para fazer meu coração fique apertado. Não estou
segura do que fazer. Eu quero acreditar nela, mas ele não me
deu nenhuma indicação de que ele está interessado em mim
mais do que um amigo. Ele fugiu de mim e se arrependeu do
nosso incrível beijo! Isso é suficiente para dizer que ele me
colocou na friend-zoned, certo?
Eu estou realmente arrependida de ter concordado em ir
a esse encontro com Chad. Ainda vou ir e dar uma
oportunidade, mas não vejo que isto pode ir longe.
Eu olho para o relógio na parede. Passou tempo
suficiente.
Suspiro.
Tempo de decorar este bolo monstruoso.
***
Eu não sei como isso aconteceu.
Eu presumi que quando eu disse a Tina que poderia fazer
apenas um bolo ficaríamos Tina, Max, Ceecee, e eu.
Olho ao redor da sala e tento descobrir por que minha
mãe e minhas irmãs, Ghost, Trick, Nat, Lola, Mimi, e Tina
estavam aqui também.
Ceecee estava à mesa decorando os bolinhos que a Tina
trouxe. Isto foi legal da parte dela.
Eu não consigo parar de pensar no beijo suave de ontem.
Eu tomei a decisão de que a beijaria hoje e deixaria fluir as
coisas. Com sorte, ela me diria que me quer tanto quanto eu a
quero. Mas Tina é um osso duro de roer, porque ela é
normalmente afetuosa. Não é uma daquelas meninas que
provocam para chamar a atenção de alguém, como a maioria
das meninas que eu conheço.
Além disso, há algo errado com Tina hoje à noite.
Viro-me para vê-la conversando e rindo com a minha
mãe e minhas irmãs na cozinha. Estão sendo todas as abelhas
ocupadas hoje à noite e se sou honesto, eu vi essa cena em
minha cabeça muitas vezes. Mas ela está me evitando. Eu
acho que o beijo suave que me deu a fez um pouco tímida.
Mamãe fez três tipos diferentes de Paella60 para o jantar.
Amo a comida da minha mãe. Ela é mexicana e cozinha com
muitas especiarias. Tudo que faz é delicioso e tem geralmente
algo de calor. É comida confortante. Bem, para mim, é.
Durante a minha infância, mamãe fazia comida mexicana,
pelo menos, quatro vezes por semana. Ela também fazia
comida russa para apaziguar o papai algumas vezes por
semana. Acredito que ela faz mais comida russa agora que o
papai se foi. Algo para nos assegurar que teremos o melhor de
ambas as culturas.
Nós comemos, bebemos e nos misturamos. Então é hora
de cortar o bolo.
Tina trouxe um mamute de bolo. É muito alto. E ele está
coberto com chocolate derretido pegajoso e espesso. Ela disse
a todos que é um bolo sete camadas alternadas de chocolate
derretido com creme de caramelo através dele. Todos os
rapazes gemeram em aprovação.
Hoje completo trinta e cinco anos.
Dezenove anos atrás, meu pai morreu. Se alguma coisa
pudesse fazer hoje à noite perfeita seria tê-lo de volta, mesmo
que apenas por um momento. Eu gostaria de ouvir que
conselho me daria neste aniversário em particular.
Ceecee me observa com um sorriso enorme no rosto e
aplaude com emoção.
60
Paella: é um prato típico da gastronomia espanhola a base de arroz condimentado açafrão, cozido
com carnes, crustáceos e hortaliças.
Eu sorrio de volta.
Isto é para você, menina.
A multidão canta feliz aniversário e apago as velas. De
acordo com Ceecee também preciso fazer um desejo. Eu fecho
meus olhos e desejo.
Desejo Tina na minha cama.
Todas as meninas vêm e me beijam na testa. Depois que
elas acabaram, todas elas dão risada pela quantidade de lábios
em cores que tem nela. Os caras me golpeiam as costas e me
desejam boas coisas.
Tina corta o bolo e o comemos. É a melhor coisa que eu
já provei além da boca da Tina.
O bolo é macio e pegajoso e a cobertura é espessa e
pegajosa. É perfeito. Não que eu esperava menos da Tina.
Todas as mulheres ajudam a limpar a bagunça e lavar os
pratos.
Mamãe e minhas irmãs dizem adeus e Max coloca
Ceecee na cama uma hora após da sua hora de dormir. Cricket
teve uma excelente noite.
O resto de nós nos movemos para fora e nos instalamos
no pátio de fora tomando cerveja e brincando.
Eu olho para o quintal e penso sobre hoje à noite.
Eu não me arrependo de nada. É o primeiro aniversário
que eu comemoro em dezenove anos e tudo o que importa é
que eu estava cercado por todas as pessoas que são
importantes para mim.
Splash.
Eu não tenho ideia de que direção veio.
Levanto-me e o bolo cai pelo meu rosto até o chão.
Que diabos?
Limpo o glacê do meu rosto e olho em volta para meus
amigos.
As meninas estão de costas para mim, com os ombros
sacudindo. Elas estão se esforçando para conter o riso. Os
caras não tentam tanto. Max está apontando para mim e
rindo. Trick e Ghost riem entre dentes em suas cervejas.
Feliz aniversário para mim.
Eu noto que há uma pessoa desaparecida.
A mulher diabólica e escorregadia está tentando escapar!
O jogo começa, amiga... Basta esperar.

***
Está ficando tarde e meus amigos estão começando a dar
boa noite. Mas eu não vi Tina em um tempo.
Na verdade, eu não a vi desde que tive meu rosto cheio
de bolo.
Olhei para Nat e ela me explica: — Ela me disse que
estava colocando seu presente no seu quarto. Não sei porque
está demorando.
Mimi e Lola dizem boa noite e Nat me disse que iria com
elas para casa, assim não teria que esperar.
E então todo mundo tinha ido embora.
Caminho para o meu quarto e abro a porta. E ali esta
Tina desmaiada em minha cama.
Bem, pode não ser o que você tinha em mente, mas você
conseguiu seu desejo.
A pobre criatura parece exausta. Acho que pela primeira
vez em sua vida, cozinhar a deixou exausta.
Caminho silenciosamente até a cama e a olho.
Ela é bonita. Ela está deitada de lado, com os joelhos
contra o peito com um braço sob sua cabeça como um
travesseiro, seu longo cabelo escuro espalhado sobre o
cobertor. Nenhum pingo de maquiagem em seu rosto e ainda
assim esta linda.
Tem um pacote azul descansando ligeiramente em baixo
dela. Tenho que levantar sua mão pelo pulso para pegar.
Esvazio o conteúdo com rapidez em minha cama para não
acordá-la.
Quando pego o primeiro artigo, eu tenho que morder o
lábio para parar não rir em voz alta.
Ela me comprou pijamas. Mas não qualquer pijama. A
parte de cima e a parte de baixo tem o pequeno Simba do Rei
Leão neles. São brilhantes e amarelos e dizem ”Não posso
esperar para ser o rei” em toda parte.
Parece um pijama para criança, só que maior.
Há um outro presente. Eu abro tão silenciosamente como
posso. É uma bola oito mágica. Tem uma nota anexada.

Para todos aqueles momentos em que você precisar de uma


segunda opinião no trabalho. Guarda no seu escritório.
Com amor, Tina.
Eu sorrio para mim mesmo. Eu amo isso. Eu me inclino
sobre sua forma dormindo e planto um suave beijo em seus
lábios.
Parece que esse deve servir como o beijo que prometi
dar-lhe hoje à noite porque ela está fora de jogo.
Eu dispo-me e coloco o meu pijama novo. É realmente
confortável.
Eu tomo uma decisão rápida e dispo a Tina. Retiro suas
sandálias, desabotoo seus jeans e os baixo lentamente por suas
pernas. Quando me endireito um pouco, percebo que meu
rosto está justo em frente a sua calcinha cobrindo seu sexo. Eu
não sei o que me possuiu, mas inclinei para frente e enterro
meu nariz ligeiramente em tudo o que é Tina. Respiro dela
como se fosse um inalador para asma.
Minhas pupilas se dilatam e em poucos segundos eu
estou duro como uma rocha.
Isso foi inteligente. Bravo.
Seu cheiro é perfeito e eu quero prová-la. Estou bêbado
dela.
Estou ocupado em retirar sua blusa e uma vez que está
fora tudo que posso fazer é olhar. Tudo o que ela veste é um
sutiã branco e calcinhas lisas de algodão branco. Seu corpo é
curvilíneo e suave, e sua pele é pálida como uma boneca de
porcelana. Parece inocente quase virginal.
E eu quero tanto dar uns amassos nela agora.
Porra! Por que eu pensei que seria uma boa ideia?
Contendo-me, pego a camisa do pijama e deslizo sobre
sua cabeça e braços. Eu estou começando a pensar que,
mesmo que uma banda entrasse aqui, ela não iria acordar.
Baixo as cobertas, eu a pego e a coloco de volta na cama.
Pulo atrás dela e puxo suas costas contra meu peito.
Suspiro. Meu corpo aquece e em um estou instante
relaxado.
Sorrio, fecho meus olhos e durmo.
Acordo para descobrir que eu estou sozinho em minha
cama e há uma nota no travesseiro ao meu lado.

Desculpe por desmaiar a última noite. No entanto, estou


contente de ver que você está usando seus novos pijamas! Obrigado
pelo carinho. Você é o melhor. Com carinho, Tina xxxxxxxxxx
P.S. Bolo na cara é uma tradição na minha família... Agora
você terá boa sorte por um ano inteiro.
Bolo na cara é uma tradição familiar? Sorrio. Terei que
devolvê-lo em seu aniversário.
E conseguirei dez beijos desta vez.
Eu me pergunto o que ela pensou quando acordou vendo
que eu a tinha despido. Não parecia chateada na nota.
Inclusive me agradeceu por cuidar dela.
Eu sorri como uma idiota.
É quinta-feira. Noite de pôquer.
Eu mal posso esperar para vê-la.

***
Já passa das 20h, O restaurante tailandês onde estamos é
muito bonito. Tomei um táxi e assim Nat poderia levar meu
carro para ir ao Nik.
Estou sentada em frente ao Chad o contador que está me
contando sobre sua coleção de selos. Disse que poderia ir vê-
los quando quisesse. Só precisava ter certeza de que sua mãe
não estaria em casa.
Se alguém estivesse me contando isso eu teria um ataque
de riso. Mas não é engraçado quando você faz parte da
história engraçada.
Pelas barbas de Merlin... Como fui me meter nessa
confusão?
— Então, você trabalha em uma loja de roupas? - Ele
pergunta enquanto come a sua comida.
Levanto o olhar e sorrio com entusiasmo.
— Sim sou dona da loja. Se chama Safira. Trabalho com
minha melhor amiga. Eu amo isso.
Ele parece pensativo e então pergunta: — Há alguma
chance de você mudar de opinião sobre a sua profissão?
Eu me inclino para trás em minha cadeira e tento não
olhá-lo. Em vez disso, eu pergunto: — O que você quer dizer,
Chad?
É uma pena. Ele é um cara muito bonito. Mas quando
ele abre a boca e a diarréia verbal bate em você, você percebe
por que ele ainda esta solteiro. Bem, isso, e a coleção de
selos... E ainda vive com sua mãe aos trinta e oito.
Ele sorri e diz: — Bem, eu não sei se eu poderia estar
com uma mulher que passa o tempo todo rodeada por roupas.
Há um problema enorme nos Estados Unidos em relação as
mulheres que são obcecadas com as compras. Eu gostaria de
saber que esta não seria uma opção com minha esposa. Então,
mudar de profissão seria uma opção?
Ele levanta as sobrancelhas em expectativa.
O quê? Oh, inferno não.
Para comprar algum tempo eu pego o meu copo de água
e tomo um gole.
Esse cara que eu conheço há menos de dois segundos me
pediu para trocar a minha profissão e basicamente me fez uma
proposta de casamento?
Querido Menino Jesus!
Eu preciso sair daqui. Eu preciso da Nat. Hora da saída
de emergência.

***
Eu não posso acreditar no que acabei de ouvir.
A raiva ferve na boca do meu estômago. Eu pressiono
minhas mãos no meu lado para deter-me de bater algo.
Planejei passar o dia evitando a Tina. Funcionou bem
quando ela enviou uma mensagem dizendo que estava um
pouco ocupada para almoçar hoje. Perfeito, pensei.
Eu planejei beijar a vida fora dela hoje à noite e deixar
tudo em pratos limpos. Eu quero a Tina. Era tão simples como
isso. Tomei a decisão de que esta noite era à noite. Ou era.
Os meninos chegaram em casa um pouco mais cedo para
colocar a mesa de pôquer e as meninas chegaram pouco
depois das oito, menos a Tina. Eu poderia ver Nat evitando
contato visual comigo e pensei que era um pouco estranho.
Ela parecia bastante desconfortável também.
Depois de alguns minutos, quando Max perguntou a Nat
onde estava a Tina e todas as meninas ficaram tensas, soube
que algo estava acontecendo.
Nat tentou minimizar com um pequeno encolher de
ombros.
— Sinto muito rapazes, Tina me pediu para pedir
desculpas. Ela tinha planos de ultima hora e teve que nos
deixar na mão.
Max ficou parado, olhou para ela com um olhar severo e
disse: — O que é mais importante do que uma noite de
pôquer? É noite da família! - Ele percebeu que ela ficou ainda
mais tensa e disse com firmeza. — Tudo bem garotas, onde
Tina foi esta noite?
Nat olhou para baixo e brincou com o lóbulo da orelha.
Ela sussurrou tão baixo que mal pude escutá-la.
— Ela está em um encontro.”
O silêncio envolveu a sala.
Um encontro?
Um maldito encontro?
Tinha centenas de perguntas a fazer, mas não sabia por
onde começar. Será que ela conhecia esse cara? Onde o
conheceu? Desde quando sabia que não ia vir hoje à noite?
Não são estas as coisas que se contam aos amigos?
Esse cara poderia ser perigoso, pelo amor de Deus!
E não posso evitar me perguntar se toda esta raiva que
estou sentindo é o resultado de ciúme. Cheguei a seguinte
conclusão pela minha reação: Tina é uma boa amiga que
poderia estar tendo um jantar com um assassino em série!
Isto nos leva a agora. Pergunto: — Alguém conhece este
tipo?
Nat, Meems, e Lola sacodem suas cabeças para mim.
Nat diz:
— Ela o conheceu no Winnie”s no outro dia. Tudo o que
sei é que seu nome é Chad e é contador.
Chad. O nome de um assassino em série.
Definitivamente.
Mimi olha em volta e oferece: — Bem o que você
esperava? Tina é muito atraente. Ela é um bom partido para
qualquer cara. A parceira perfeita.
Lola balança a cabeça de acordo e termina suavemente.
— E vocês são apenas amigos, certo?
Ao invés de responder, caminho pelo corredor para o
meu quarto e fecho a porta.
Uma vez que entro, eu deito na minha cama e eu me
inclino para trás.
Acalme-se. Tudo vai ser resolvido.
Espero.

***
Depois de evitar habilmente responder as perguntas
extremamente invasivas do Chade, peço desculpa para ir ao
banheiro feminino. Uma vez lá dentro, eu pego o meu telefone
da minha bolsa e enviou uma mensagem para Nat.

EU: Esse cara é louco! Procedimento de saída de


emergência em 10 minutos.
Nat: deixa comigo. Aumenta o volume do seu telefone
no último.
Caminho de volta para mesa com um sorriso brilhante e
me sento. Eu respondo a algumas das questões menos
invasivas do Chade e então meu telefone toca com 'Thrift
Shop' Macklemore.
Hora do espetáculo.
Pego meu telefone do meu bolso, olho para tela e finjo
uma careta. Digo em uma voz confusa quase genuína:
“Oh, por favor, desculpe-me. Isto pode ser importante.”
Eu franzo as sobrancelhas e atendo o telefone.
“Olá?”
Nat soa engraçada quando diz:
“Blah Blah blah. Cão atropelado por um carro.”
Arregalo meus olhos e coloco a mão em meu peito.
Sussurro em voz alta.
“Quê? Não! Fluffy não!”
Nat respondeu sério.
Acho que devemos ter um cachorro. Ou dois.
Baixo a minha cabeça, com a mão sobre meu peito e me
lamento.
“Oh não! Não meu precioso bebê!”
Nat soa como que se já tivesse tomado uma decisão.
“Vamos pegar dois.” Mais animadamente continua.
“Pugs! Os chamaremos Pizza e Donut!”
Seco as lágrimas que eu derramei pelo meu rosto. Eu
respondo com uma voz trêmula.
“Por quê? Querido Deus, por quê?”
Nat responde como se pensasse que eu estava
respondendo a sua declaração anterior.
"Porque às vezes me sinto sozinha, você sabe!”
Deixo cair meus ombros caídos e os forço a tremer.
Sussurro baixinho:
“Não tome nenhuma decisão sem mim, Doutor. Estou a
caminho.”
Nat ri e diz dramaticamente:
“E o prêmio de melhor desempenho sob pressão vai para
Teeny!” Então, sua voz fica séria. “Mas, falando sério, eu
quero um cachorro.”
Fim da chamada.
Ela desligou na minha cara!
Capítulo Dezessete
Cometi um erro

É sábado à noite.

Eu tenho certeza que as meninas virão para o clube hoje


à noite. E, pela primeira vez, eu não estou animado para ver a
Tina.
Na verdade, eu estou temendo isso.

A noite do pôquer correu bem do que eu podia ouvi-lo.


Ouvi todos rindo e conversando de dentro do meu quarto. As
meninas foram embora perto da meia-noite. Eu implorei por
uma dor de cabeça depois que eu ouvi sobre o encontro da
Tina e passei a noite na minha cama como uma criança
teimosa que não ganhou o que queria.

Ontem, eu evitei Tina como a peste. Ela me mandou


uma mensagem instantânea perguntando se eu queria ir
almoçar, mas eu menti e disse a ela que estava me afogando
no trabalho e estaria fora do local a maior parte do dia.
Hoje Tina veio para o escritório, mas pedi para Max lhe
dizer que eu não estava. Ela trouxe alguns bolinhos para nós,
mas eu não comi nenhum. Você sabe que a merda ficou séria
quando você recusa bolinhos de caramelo pegajosos que tem
sabor como o céu. Eu não tenho certeza o que ela queria, mas
eu não estava com disposição para ouvi-la falar sobre o seu
fantástico encontro com o Super Chad, o contador do Ano.

Okay, então me chame de mal-humorado, mas quando a


garota que você realmente gosta não é para você, é uma
porcaria. E agora estou realmente pensando em romper a
relação de um todo.

Eu acho que vou apenas dizer-lhe que o trabalho tem me


ocupado e que poderia não ter tanto tempo como eu
costumava para fazer nossos almoços e confraternizações.
Logo cancelarei a noite do pôquer de todos. E de alguma
maneira tirarei o resto das meninas para fora de nossas vidas.
Tenho que arrumar alguma maneira de pedir os passes VIP de
volta. Logo todos poderemos voltar a estar como estávamos
antes. Sem complicações.

Estou com Ghost na sala de segurança olhando o CCTV.


Sei o segundo que as meninas chegam. B-Rock fica tonto e
sorri como uma idiota. Então eu as vejo, lindas como sempre.
Cortá-las para fora de nossas vidas não vai ser fácil. Tina é a
última e beija ao B-Rock na bochecha enquanto olha para ele
como se ele pessoalmente iluminasse todas as estrelas da noite.
Eu sei como esse olhar pode fazer um cara se sentir. Eu sou
normalmente quem recebe este olhar.

Elas desaparecem de vista da câmera por alguns minutos,


em seguida, reaparecem no CCTV na área VIP. Eu posso ver
que elas estão olhando em volta nos buscando. Depois de
alguns minutos, elas desistem. Tina ainda lança alguns olhares
a volta. Ela está franzindo a testa. Eu não gosto disso.

Sabendo que eu estou colocando esse olhar em seu rosto


me faz sentir como maior burro do mundo. Especialmente,
quando há apenas uma semana eu jurei que faria qualquer
coisa para protegê-la de olhares como esse. Mas isso foi antes
da minha epifania esta manhã.

Quem vai me proteger dela?

Ghost suspira e olha para mim. Ele diz: — Só uma dica,


homem.

Confuso eu respondo: — Huh?


Ele inclina-se para trás na cadeira e me diz o que ele
acha: — Tina gosta de você. Mais do que gosta. Faz com que
te cresçam umas malditas bolas e faça algo a respeito.

Eu olho feio para ele e cuspo fora: — Ela tinha um


encontro na outra noite. Eu não acho que ela gosta de mim
tanto assim, mano.

Ele coloca as mãos atrás do pescoço e sorri. E oferece. —


Se eu fosse uma garota e eu visse o cara que eu gosto todos os
dias agir como se não estivesse interessado, iria me deixar
louco. Eu faria qualquer coisa para obter minha mente fora
disso. Mesmo ir a um encontro.

Não respondo; apenas olho para Tina através do


monitor.

Deus, por que ela tem que ser tão bonita?

Ghost faz um som impaciente. — Porra, cara, ela pediu


para tirarem ela do encontro depois de meia hora. Isso soa
como se ela estivesse tendo um bom momento?

O que?
Eu franzo a testa. Estou confuso.

— O que?

Ghost suspira e se inclina ligeiramente para frente. Ele


olha para o visor e aponta para garota dos meus sonhos.

— Aquela sua garota estava louca para sair de lá.


Chamou a Nat para tirá-la de lá. O cara era um desastre.
Supremo desastre. Ainda vivendo na casa de seus pais e tem
uma coleção de selos.

Ele ri na última parte.

Você está fodidamente falando sério?

— Que diabos, homem? Por que você não me contou


nada disso ontem ou hoje? - Eu exijo. Eu estou chateado.

Ele se inclina para trás em sua cadeira novamente e sorri


cruelmente. Ele dá de ombros e murmura: — Você me
perguntou?

O filho da puta.
Eu estreito meus olhos e pergunto: — Por que somos
amigos? Eu estou realmente curioso.

Ele ri e me lembra: — Eu acho que é porque eu sempre


cuido das suas costas, irmão.

Ele tem razão. Ele é um idiota, mas ele está certo. Nem
uma única vez na minha vida eu já tive que passar por
qualquer coisa sozinho. Antes do Ghost estava Max. Meu
irmão mais novo sempre teve minhas costas,
independentemente da situação. Então eu conheci Asher. Ele
era um garoto alto, com cabelos loiros desalinhados e olhos da
cor do café. Muito diferente de como ele é hoje se eu pensar
nisso. Eu não tive um estirão de crescimento até depois do
ensino médio, agora eu sou mais alto do que todos os caras.
Ele estava sendo insultado por algum atleta idiota. Eu fui lá,
parei ao lado dele e perguntei: — Você precisa de uma mão?

Ele olhou para mim com os olhos apertados e balançou


a cabeça. No dia seguinte, caminhava pelo corredor; ele me
alcançou e começou a caminhar comigo. Ele disse: — Eu sou
Asher.

Sem olhar para ele balancei a cabeça e disse: — Eu sou


Nik.
E foi isso. Max, Ghost, e eu temos sido amigos desde
então. Ele tem estado conosco em tudo; o tiro do Marcus, a
morte do pai, o acidente da Ceecee. Todas as coisas
importantes. E ele sempre foi sólido, bom em ajudar quando
você está no seu pior e acha que você não precisa de ninguém.
Ele passou a maior parte de sua infância escapando da família
quando ele foi acolhido pela minha.

Ghost não vai dizer isso, mas ele amava meu pai tanto
quanto eu. No dia que papai conheceu Asher Collins o viu
realmente. Quando o Ghost estava saindo o pai o chamou de
lado e disse: — Se Você alguma vez precisar de alguma ajuda,
filho, seja o que for, você chama Niki e ele vai me dizer. Eu
vou cuidar disso.

Ele não ficou chocado com o que meu pai estava


dizendo. Papai estava dizendo a Ghost que se seus pais não
parassem de bater em seu filho, iam conseguir que ele os
matasse. E Ghost apreciou o gesto. Desde aquele momento,
meu pai era seu ídolo. E mamãe o conquistou cedo por estar
mais atenta dele. Ele agiu como se ele não gostasse, mas eu
vejo como ele olha para mamãe, como ele deseja que ela fosse
sua mãe biológica. O sangue não significa nada para nós.
Ghost é meu irmão.
Ghost olha mais de perto o monitor e sussurra: — Oh
merda.

Estou imediatamente alerta. Eu olho para o monitor.


Uma das garçonetes esta recolhendo um copo quebrado aos
pés da Tina. Mimi e Nat estão flanqueando a Tina e a tocam
de forma gentil e Lola esta segurando algo na perna da Tina.
A garçonete está falando a mil por hora e olhando para Tina e
se desculpando. Tina move a cabeça, sorri e contesta. Lola
remove o que tinha colocado na perna da Tina. Vejo que
alcança a mesa e pega um monte de guardanapos e as coloca
na perna da Tina. Percebo que ela se cortou e está sangrando.
Tão rápido como a luz estou de pé e fora da porta. Corro
até a área VIP até que alcanço as costas da Tina. Sem sequer
avaliar a situação a tomo no estilo noiva e caminho até a porta
traseira do bar.

Tina começa com um estridente. — Nik, o que...

Mas eu a cortei, dizendo: — Só um segundo, coração.

Tina suaviza sua voz e solta. — Nik, eu estou be...


E eu a cortei de novo firmemente: — Tina, estamos
quase lá. Fique tranquila, querida.

Ela me escuta desta vez. Ela fica quieta e relaxa. Seu


braço esta ao redor do meu pescoço e sua mão suavemente
acaricia o cabelo da minha nuca. Eu me sinto tão bem que
estou preocupado em empurrar mais contra a mão dela e
ronronar como um gato.

Como se estivesse em uma missão, a carrego todo o


caminho até meu escritório e a sento em minha mesa. Por
sorte, ela esta usando um vestido que vem até o joelho. É de
uma bonita cor azul profunda com um decote em V e mangas
soltas. Parece uma princesa.

Eu me ajoelho na frente dela e mantenho seu tornozelo


em minhas mãos. Há um pequeno corte ali. Ele sangra um
pouco mais do que eu gostaria, mas não é nada grande. Eu
olho para cima para ver seus lindos olhos verdes olhando para
mim, risonhos.

Cobrindo o rosto com as mãos, eu inclino minha testa


em seu joelho e digo um abafado: — Ok, eu talvez tenha
exagerado.
Ela coloca uma mão na minha cabeça e seu corpo treme
com uma risada silenciosa.

Você é um idiota.

***
Nik levanta a cabeça do meu joelho e passa a mão pelo
cabelo. Ele parece tenso e diz: — Deus, Tina, eu estava
preocupado. Tipo fora da minha mente de preocupação. Eu
pensei que você estava realmente machucada.
Uau.

A coisa toda foi minha culpa, eu estava conversando com


Mimi ao andar para trás e estupidamente caminhei direto na
pobre garçonete que deixou cair um copo, mas salvou três
outros.

Bom para ela, eu penso!

Nik estava tão preocupado que ele veio voando do nada,


me pegou e me levou para que ele pudesse me consertar por
ele mesmo. Isso é ridiculamente doce. Eu não sabia que ele
podia ser assim. Eu amo este homem. De verdade que o amo.
Com todo meu coração. Não há como negar isso. Sinto-me
segura com ele. Qualquer tristeza que sinto na minha vida se
vai no momento em que vejo o Nik. Ele faz que com que
valha a pena levantar-me cada dia pela manhã. Meu coração
incha cada vez que o vejo atirar esse olhar.

Por favor, me beije.

Eu toco seu rosto e sussurro: — Niki.

Assim que eu digo o nome dele, ele pega meu tornozelo


em suas mãos grandes e começa a massagear. É tão bom que
eu fecho meus olhos e mordo minha língua para me impedir
de gemer.

Ele sorri. — Bem, eu acho que é melhor eu te consertar


isto, hein?

Concordo com a cabeça e ele anda em torno de sua mesa


e alcança algo debaixo dela. Ele pega um kit de primeiros
socorros e coloca perto de mim. Ele abre e remexe dentro dela.
Suas mãos emergem com duas coisas, um antisséptico e um
Band-Aid. Ele limpa o pequeno corte com a gaze e o
antisséptico, pica um pouco, mas nada importante. Eu tive um
parto natural por 18 horas! Nada nunca vai ser tão doloroso
como aquilo.
Limpando o corte com movimentos suaves, ele sopra
sobre ele e ele faz minhas partes femininas tremer. Ele sorri
para mim e me entrega o Band-Aid. Estou um pouco confusa,
mas eu abro para ele e vejo que é um rosa brilhante da Barbie
com flores e corações nele. Eu rio e entrego a ele. Ele pega o
Band-Aid e beija minha ferida gentilmente.
Ele olha para mim, sorrindo. Depois de um longo
momento o rosto de repente se transforma e ele fica sério.

— Você e eu, Tina. Vai acontecer. - Eu suspiro baixinho.


Ele sorri e continua em um sussurro. — Marque minhas
palavras, baby.

Oh, uau!

Eu gosto de como ele disse baby. Todo ofegante e sexy.


Eu gosto que ele me chamou de baby. Meu coração acelera.

Nik detém minha panturrilha e planta macios beijos


molhados pela minha perna. Minha respiração fica pesada e
meus olhos rolam para parte de trás da minha cabeça. Quando
alcança minha outra perna fala contra ela: — Diga-me que
você quer isso tanto quanto eu.
Eu não posso acreditar em meus ouvidos. Eu quero saltar
sobre a mesa e fazer a Macarena!

Mas em vez disso, eu simplesmente concordo. Ele beija


meu joelho e eu sinto sua língua para fora para lamber-me ali.
Ele nega com a cabeça lentamente e pergunta silenciosamente:

— Não. Eu preciso de palavras, Tina. Você me quer?

Inferno sim!

Meu coração para de bater de repente. Sim eu o quero.


Pra caramba. E estou com medo, mas neste momento eu estou
além disso. Eu só quero o Nik de qualquer forma que ele
permita.

Então eu mantenho nosso olhar e sussurro com voz


trêmula: — Eu quero você mais do que qualquer coisa, Nik.

Seus olhos cor de âmbar reluzem e ele acalma por uns


poucos segundos. Em seguida, ele levanta a cabeça para o céu
e grita: — Obrigado Porra!

Ele se levanta e inclina seu corpo alto e forte sobre a meu


corpo sentado forçando-me a inclinar para trás e tenho que me
sustentar para trás em meus braços para que seu rosto esteja
bem em frente ao meu. Eu espero que ele me beije, mas ele
não faz. Em vez disso, ele corre o nariz levemente ao longo do
meu. O sinto por minhas veias, há tanto carinho nesse gesto.
Seu rosto esfrega levemente na minha bochecha. Eu amo isso.

Ele diz baixinho: — Eu não quero você apenas nos meus


sonhos, baby. Estive querendo você por um longo tempo.

Eu sussurro: — Niki.

Ele coloca os lábios perto do meu e respira


profundamente. — Você é tudo que eu penso.

Eu sinto o formigamento começar no meu nariz. Um


sinal claro que eu vou chorar. — Pare.

Mas ele continua vindo todo doce: — Eu pensei que eu


precisava de uma mulher como você. Acontece que eu só
precisava de você.

Minha respiração trava.

— Pare.
O que ele diz a seguir derrete meu coração congelado.

— Você é a única, Tina.

Eu já não tenho dúvidas.

Meu coração salta uma batida e eu sussurro ferozmente:


— Eu quero te beijar. Muito mesmo.

Sinto seu sorriso sobre meus lábios e em minha bochecha


enquanto ele responde. — Faça isso.

Eu engoli duro e digo: — Sério?

Ele balança a cabeça.

— Oh, merda. Ok.

Ele move seu rosto ligeiramente para que seus lábios


apenas toquem os meus. Eu me aproximo apenas uma fração
e lá está.
Conexão.

E isso me abala. Um pontapé de inicio para meu quieto


coração.
Eu escovo meus lábios suavemente contra o dele e ele faz
um rosnado profundo em sua garganta. Meu estômago aperta
e meu sexo chora de alegria.

Isso está realmente acontecendo. Eu não estou sonhando


e Nik está acordado!

Viva!

Sinto a boca do Nik se abrir contra a minha, ele está me


dando permissão para entrar e eu faço. Eu toco levemente sua
língua com a minha e é incrível. Ele tem um gosto tão bom.
Eu pressiono minha boca mais duro contra a dele e rodeio seu
pescoço com meu braço. Preciso estar mais perto dele.

Eu sinto que ele usa uma das mãos para espalhar meus os
joelhos afastados e ele se move entre eles para trazer-nos ainda
mais perto. É então que me lembro de que não estou usando
calcinha hoje à noite. Mas estou tendo um momento tão bom
com a doce boca do Nik, que não posso falar.

Sua virilha encontra com a minha e nós dois gememos,


um contra o outro. Ele me rodeia com ambos os braços, uma
mão se enreda em meu cabelo segurando-o firmemente e a
outra desliza até minha bunda e aperta. Parece incrível. Com a
mão na minha bunda ele me puxa para ele, enquanto se
esfrega contra mim. Sinto o quão grande e duro ele está
através de suas calças. Eu engasgo com o atrito que faz.

Se continuarmos dessa maneira, eu irei gozar em meros


segundos. Não é que seja algo ruim. Só que não quero que Nik
se detenha. Quero suas mãos por todos os lugares.

Eu me estico com a mão livre e envolvo em torno da


parte de trás de sua cabeça, então eu circulo sua cintura com
minhas pernas e seguro firme. Um dos meus sapatos caiu no
processo. Nik geme contra minha boca, estou abraçada em
torno dele como um urso Koala. Ele coloca as duas mãos sob
a minha bunda e me levanta. Ele levanta, nos vira e se senta à
mesa. Ele se inclina ligeiramente para trás e começo a moer
meu sexo desnudo contra seu duro pênis coberto. Ele geme
mais alto.

Ele respira pesadamente contra os meus lábios e sussurra:


— Eu tenho que tocar em você, baby.

Concordo com a cabeça e continuo mordendo seus lábios


e língua. Ele tem um gosto tão bom! Hoje à noite ele tem
gosto de hortelã e uísque envelhecido.
Delicioso!

Eu puxo o lábio inferior em minha boca e chupo. Sua


mão aperta no meu cabelo e eu suspiro. A ligeira dor faz meu
núcleo ainda mais molhado. Ele chega para baixo entre as
minhas pernas e toca a parte nua e mais íntima minha. Ele
solta minha boca alguns segundos para gritar: — Foda-me!
Baby, você está me matando.

Em seguida, retorna para minha boca e ele corre um


dedo levemente para cima e para baixo pela minha fenda
depilada e úmida. Eu gemo nele. Seu polegar encontra minha
protuberância sensível e ele a trabalha em um movimento
circular suave. Eu gemo mais alto. Estou encharcada e eu
tenho certeza que a frente de suas calças, também.

Ele para de me beijar e se inclina para trás para olhar


para mim com os olhos entreabertos. Ele procura o meu rosto,
eu fecho meus olhos e levanto a cabeça para o teto, minha
respiração é irregular e o formigamento começa na parte baixa
da minha espinha. O braço do Nik que me mantém se aperta
em torno de mim, ele coloca a boca no meu ouvido e sussurra:
— Eu quero ver você vir, baby. Isto é meu. Eu mereço
isso.

Concordo e lhe dou um olhar sedutor. Seus olhos piscam


na cor de mel quente. Eu sinto o formigamento ficar mais forte
na parte inferior da minha espinha inferior e na minha boca. A
primeira contração do meu orgasmo começa e me arqueio ao
redor do seu polegar. Nik me dá um sorriso malvado e baixa
sua mão ainda mais. Antes que eu possa pensar, põe um dedo
dentro de mim e eu explodo.

— Oh, merda, oh deus, oh, oh Nik!

Vibro em torno de seu dedo e eu vejo como seu rosto se


contrai de uma maneira quase dolorosa. Ele esfrega minhas
costas em uma forma suave e reconfortante. Minha cabeça cai
adiante sobre seu ombro. Ele mantém o dedo dentro de mim
esperando que terminem as ondas do meu orgasmo.

Quando, finalmente, acaba, olho para ele. Ele sorri um


sorriso terno para mim e tira o dedo de dentro de mim. Ele
traz o dedo à boca e chupa minha essência fora dele até
limpar. Minha virilha se contrai uma vez mais e também
minha boca um pouco. Estremeço contra ele com os olhos
arregalados. Ele me da um leve sorriso sexy.
Ele traz sua boca na minha e diz contra os meus lábios.
— Meu bebê gosta disso.

Então ele me beija longa e docemente. Sua língua toca a


minha outra vez e sinto meu gosto nele. É sexy de uma forma
escandalosamente quente. Eu suspiro levemente contra seus
lábios. Surpreendo a mim mesma quando baixo minhas mãos
e começo a abrir seu cinto de couro. Estou fora de controle.
Eu quero vê-lo. Senti-lo.

Ele se inclina para trás com olhos sorridentes e deixa-me


desfazer a fivela de seu cinto e o botão de cima da calça. Eu
abaixo o zíper lentamente e entro em contato com sua ereção
quente e dura.

Ele sequer está vestindo cuecas!

Eu me inclino para trás um pouco e olho para ele.

É grande. É longo, muito grosso, duro como pedra e


bonito.

Então eu me inclino para frente, coloco minha cabeça em


seu ombro e choro.
***
O que diabos aconteceu?

Eu faço Tina gozar com a minha mão e é a coisa mais


impressionante que eu já vi em minha vida. Linda.

A pequena sedutora não estava usando calcinha esta


noite. Quase gozo quando toquei sua buceta nua e molhada.
Melhor que qualquer sonho.
Tão suave, quente e apertada como o inferno. Eu a senti
gozar em volta do meu dedo e eu queria fazer uma dança da
vitória.

Ela é minha agora.

Em seguida, ela desfaz minhas calças, olha para o meu


pau por um minuto, em seguida, começa a chorar.

Eu estou um pouco confuso aqui.

Eu a envolvo em um abraço forte e digo suavemente: —


Baby, fale comigo. O que está acontecendo?
Ela olha para mim e parece devastada. Eu acho que ela
lamenta o que aconteceu. Se for assim, eu provavelmente vou
saltar da ponte de Brooklyn, mas vai ficar tudo bem.

Seu doce rosto, riscado pelas lágrimas olha para baixo,


até o meu pau um pouco flácido já e ela sussurra com voz
entrecortada: — N- Nã-n-nã-Não vai caber!

Ela termina com um gemido.

Eu tenho que morder o lábio para me impedir de rir em


voz alta.
Eu amo essa garota. Completamente. Com todo o meu
coração e alma.
Eu olho em seus olhos verdes tristes.
— Claro que sim, querida. Se você me quer dentro de
você, eu vou entrar. - Declaro.

Ela olha diretamente para meus olhos. — Eu quero. Eu


realmente quero. O desejo com todas as minhas forças.

Fala intensamente. Sinto que meu pênis se põe duro


outra vez. Eu limpo sob seus os olhos para remover essas
lágrimas traquinas, em seguida, inclino para mais perto dela e
esfrego o meu nariz contra o dela.
— Nós não temos que fazer isso. O que fizemos já é
suficiente para mim. Eu não quero que você faça isso por
algum pensamento louco de obrigação.

Ela balança a cabeça e baixa os olhos. Ela se inclina mais


perto para sua testa tocar a minha e sussurra de volta: — Eu
também sonhei com você.

Eu ergo minha cabeça de repente e ela sorri timidamente.


— Eu desejo você, Nik. Por favor, por favor, não pare agora.

Quem poderia negar um pedido como esse?

Com os olhos arregalados, eu digo: — Eu nunca vou


negar nada você, baby. Jamais.

E eu quero dizer isso. Ela poderia pedir o que quisesse e


eu faria de tudo ao meu alcance para lhe dar.

Meu pau está mais duro do que uma rocha e pronto para
ação. Eu deslizei as mãos debaixo de sua bunda deliciosa e
levanto-a ligeiramente. Empurro em sua entrada escorregadia
e me inclino para trás em cima da mesa. Eu seguro seus
quadris em minhas mãos e a baixo sobre meu comprimento.
Eu sabia que ela seria apertada, mas isso é ridículo. Sinto
como uma quente luva de seda. Tão bom, que me preocupa
passar ridículo e gozar como um adolescente. A cabeça do
meu pau desliza para dentro dela e ela suspira. É um som
muito bom. Seus olhos estão semicerrados e ela está corada de
uma forma linda.

Eu sabia que ela ia parecer assim, quando gozasse.

Polegada por polegada torturante entro enquanto baixo


ela. Ela geme e eu paro no meio do caminho. Está me
matando, mas eu tenho que perguntar-lhe se ela está bem.

Ela levanta os olhos para mim quando eu paro. Com


esforço, pergunto: — Como você se sente, baby?

Ela me olha irritada, bate no meu ombro e grita:

— Mova-se, Niki! Deus!

Eu rio e concedo o seu desejo. Eu seguro firmemente


seus quadris e empurro para cima, enquanto puxo-a para
baixo em mim.

Oh, meu Deus do céu.


Ela está totalmente encaixada em mim. Ela geme alto e
fecha os olhos em êxtase.

Isso me faz feliz.

Estou ali com ela.

Espero alguns segundos para que ela se ajuste e fique


confortável depois utilizo as mãos em seus quadris para mover
para cima e para baixo sobre meu membro duro.

Tão apertada e escorregadia.

Seu corpo está relaxado, mas sua buceta aperta ao meu


redor.

Foda-me!

Se ela gozar agora eu vou vir junto. Não sei por que isso
é uma coisa ruim. Eu estou finalmente com Tina. Vou tomá-la
de qualquer forma que possa. Eu a amo.
Os olhos de Tina se abrem e ela se levanta para colocar
as palmas das suas mãos em meu peito, sem aviso, ela me mói
e isso é fodidamente incrível.

Eu solto meu aperto em seus quadris e ela assume.


Usando a mesa para o equilíbrio ela me monta em um grande
ritmo.

Para cima, para baixo, moendo.

Sexo com Tina é ainda melhor do que eu imaginava. Ela


é incrível.

Eu sinto isso se construindo. Meu clímax se aproxima.


Eu só espero que Tina esteja lá comigo. Se seus gemidos são
uma indicação, eu diria que ela está perto. Sua buceta se
contrai uma vez em torno de mim e eu me inclino para lhe dar
um beijo duro e exigente em sua boca.

Ela geme em minha boca e soa algo como mmmm


mmmmmmmm.

Lindo.
Eu chupo sua língua e ela engasga. Sua buceta se torna
incrivelmente apertada enquanto chega à sua liberação. Sinto-
a pulsar firmemente ao redor do meu pênis. Ela geme,
estremece e mói contra mim. É incrível.

Estou ali com ela. Eu coloco um braço em torno de suas


costas embaixo e invisto contra ela. Sinto o formigamento
familiar ao largo das minhas costas. Invisto mais rápido, duro
e chego mais alto, mais alto no êxtase. Minhas bolas
endurecem. As comportas se abrem. Eu gemo em sua boca e
começo a gozar, e com cada pulso do meu orgasmo eu disparo
dentro dela. Ela chupa meu lábio inferior e eu sinto isso no
meu pau. Estremeço.

Seus beijos ficam lentos e eu sinto meu corpo afrouxar.


Eu estou em um estado de prazer tal que não sei onde estou
ou que dia é hoje.

Certamente, o melhor sexo da minha vida.

Esta mulher vai ser a minha morte.

***
Ainda sentada sobre o Nik, o sinto amolecer um pouco
dentro de mim.
Melhor sexo da minha vida!

Eu estou em uma terra de sonhos. Completamente


relaxada e satisfeita. Ainda assim, não podemos apartar nossas
bocas um do outro. Nós nos beijamos e saboreamos os lábios
um do outro. É perfeito.

Eu me sinto amada.

Eu nunca me senti assim sobre outra pessoa antes. Nem


mesmo com Jace. E eu pensei que eu o amava.
Nik se recosta na mesa e me puxa para baixo com ele
para que não quebrar os nossos beijos carinhosos. Eu tenho
certeza de que é desconfortável, mas ele não diz nada. Meus
joelhos estão arqueados pela posição, rodeiam seus quadris e
estamos impossivelmente próximos. Nenhum dos dois quer
desconectar-se do outro. Minhas duas mãos descansam em seu
peito e debaixo delas sinto que acalma sua respiração e seu
coração bate tranquilamente.

Ele sussurra contra os meus lábios. – Perdi.

Huh?
De repente, estou confusa e um pouco em pânico. Eu
pensei que o sexo foi incrível. A que ele se refere que perdeu?
Levanto minha cabeça e olho seus suaves olhos cor do
whisky.

— Dois anos. Perdi dois anos contigo. - Ele esclarece.

Oh Deus!

Eu acho que eu vou chorar. Eu mordo meu lábio inferior


e meus olhos se nublam. Eu pego suas lapelas, fungo e abaixo
a minha cabeça. Acaricio o seu nariz com o meu e uso seu
terno gesto para demonstrar como me sinto. Ele me pegou.

Nik suspira e diz suavemente contra a minha boca. —


Não importa. Eu tenho você agora, Tina. Você é minha.

Felicidade escoa através de mim e calor se espalha na


minha barriga. Como isso aconteceu, eu nunca vou saber. Mas
estou agradecida.

Hurra!
Capítulo Dezoito
Esposa

Depois de nossa festa de amor no escritório do Nik, nós


ficamos juntos por um longo tempo beijando e trocando
caricias.
Infelizmente, o tempo vem para que nós nos separemos.
Eu me levanto de cima do Nik e os nossos sucos combinados
fluem por minhas pernas. Levanto—me com as pernas
trêmulas, com apenas um sapato. Olho para o Nik que ainda
está deitado com as costas na sua mesa. Ele coloca seus braços
musculosos atrás do pescoço, sorrindo com covinhas e olhos
brilhantes.
Eu não tenho certeza de como eu parecia, mas Nik
obviamente achou divertido.

Devo parecer como inferno!

Eu não posso deixar de olhar paras calças ainda em


aberto para ver o seu comprimento agora relaxado e pensar
como isso entrou em mim?
Nik se inclina para frente, se levanta e deixa a calça
aberta. Ele caminha para mim, beija minha testa e diz: —
Vamos lá, querida, deixe-me te limpar.

Concordo com a cabeça, em seguida, puxo o meu vestido


de volta para baixo e tiro o meu único sapato. O sigo até o
banheiro e ele levanta-me debaixo dos meus braços para me
sentar no balcão de mármore. Ele olha paras toalhas ásperas
de papel no suporte e fica pensativo. Ele sai do banheiro um
minuto e volta com uma gravata. Não apenas qualquer
gravata, uma gravata de seda azul marinho.

Ele segura e afirma: — Eu acho que isso vai funcionar


melhor do que aquilo. – Ele aponta paras toalhas. Estou
confusa.

Nik molha a gravata de seda em água morna, escorre e a


estende em minhas pernas. Eu coloco um dos meus pés sobre
seu ombro e dobro o outro em cima do balcão. Ele me seca
suavemente e me limpa com sua gravata de seda!

Uau... esta gravata deve ter custado cerca de uma


centena de dólares e ele está me limpando com ela.
Depois que ele me limpa, ele beija o interior da minha
coxa e raspa sua bochecha nele. Eu salto de surpresa. Ele dá
risada e eu sinto sua respiração no meu sexo nu. Ele diz
baixinho: — Logo em breve eu vou te provar.

Meu ventre treme e meu núcleo tem espasmos de prazer.

Sim, por favor!

Ele belisca minha coxa; eu grito e bato em seu ombro.


Ele ri de novo e eu não posso deixar de rir. Eu coloco minhas
pernas para baixo, mas permaneço no balcão. Ele se move
para limpar-se, mas eu tomo a gravata dele e molho. Eu retiro
o excesso de água e tomo conta dele suavemente. Eu uso a
gravata para limpá-lo como ele fez. Eu acaricio para cima e
para baixo em seu comprimento e eu sinto endurecer sob o
meu toque. Ele se move mais perto de mim e lambe meus
lábios que levam a beijos mais profundos e apaixonados.

Depois que tivemos alguns minutos para segurar um ao


outro nos arrumamos. Ele se ajoelha em frente a mim e coloca
meus sapatos de volta nos meus pés.

Como Cinderela!

Nós saímos do banheiro, abraçados. Ele colocou um


braço em volta de mim e me puxa para perto do seu lado. Eu
coloquei um braço ao redor da sua cintura e descanso minha
outra mão em seu peito.

Ele para de andar, de repente, se vira para mim e


pergunta: — Você está bem com isso?

Eu não tenho certeza o que é isso, então eu digo


baixinho: — Com o que exatamente?

Sua testa se enruga, mas ele sorri e responde: —


Conosco.

Há um nós?!

Eu sussurro de olhos arregalados: — Há um nós?

Nik ri e me puxa ainda mais perto dele. Ele me beija


suavemente e diz contra os meus lábios: — Baby, houve um
de nós desde o dia em que você me enviou os doces.

Uau!

Eu sussurro,

— Uau. - E sinto o seu sorriso em meus lábios.


Em vez de lhe responder, eu o beijo profundamente e
belisco seu lábio inferior. Eu concordo.

Ele ri e diz: — Finalmente. Mais do que amigos.

Eu coloco o rosto mais sério que eu consigo reunir e falo:


— Sim, mais do que amigos... Melhores amigos para sempre!

Seu rosto fica apavorado. Começo a rir e beijo seu


beicinho.

— Brincadeira, querido. —Digo.

Vendo-se um pouco mais aliviado murmura um


sarcástico: — Você é tão divertida... bobinha.

Voltamos a caminhar e fazemos nosso caminho de volta


ao clube.

***

Nós voltamos ao camarote, abraçados. Os rapazes e as


meninas estão sentados no camarote conversando, rindo, e
saboreando bebidas. Quando eles nos veem seus rostos ficam
sérios. Nik senta-se, em seguida, me coloca no seu colo. Eu
coloquei meu braço em torno dele e brinco com seu cabelo
curto da sua nuca. Não devemos estar diferentes de como nós
agíamos antes, porque ninguém está olhando para nós de
forma diferente.

Max é o primeiro a perguntar: — Você está bem, T?

Eu sorrio e aceno. É verdade, também. Estou bem. Estou


mais do que bem. Estou maravilhosa.
O rosto de Mimi ainda está franzindo a testa. Ela parece
realmente chateada e diz se desculpando: — Foi tudo culpa
minha. Brincar com você enquanto você estava andando foi
idiota. Sinto muito, Tina.

Lola suavemente pergunta: — Foi muito ruim? Havia


muito sangue.

Nat sorri. — Eu disse a todos eles que você era uma


sangradora, mas eles não me escutaram. Pensaram que você
teria que ir ao hospital. Mas afortunadamente, o Superman
aqui, - indica Nik com a cabeça – te pegou e te salvou.

Eu falo em voz alta para que todos possam me ouvir.


— Eu estou absolutamente bem pessoal, realmente. Nat
tem razão. Eu sou uma sangradora. Eu sou hemofílica. Meu
sangue não coagula como todos os outros. Foi apenas um
pequeno corte e Nik me limpou. A culpa foi minha, Meems. A
pobre garçonete estava mortificada. Estou bem. Aqui olhem.

Eu levanto minha perna para mostrar o brilhante


curativo rosa da Barbie e todos nós caímos na risada.

Os olhos de Ghost viajam de Nike a mim


maliciosamente. — Parece como se ambos não estivessem
mais de mau humor.

Nik e eu nos inclinamos para trás para nos olharmos.


Nós compartilhamos uma expressão de surpresa. Ao mesmo
tempo perguntamos um ao outro: — Você estava de mau
humor?

Nik parece estranho e confirma.

— Sim, alguém teve um encontro na outra noite. — Ele


sorri e Por que você estava de mau humor?
Eu baixo os olhos, brinco com sua lapela. — Eu não
conseguia encontrá-lo.

— Querida. - Então se inclina para frente, corre seu nariz


pelo meu rosto e me beija suavemente nos lábios.

A mesa fica silenciosa e todo mundo olha em torno de


um para o outro chocado.
Lola grita: — Será que isso significa...?

Ela não terminou a pergunta, mas acena com a cabeça


vigorosamente.
Nik e eu sorrimos como os idiotas que somos e aceno
com a cabeça e a mesa irrompe em gritos e aplausos. Há um
coro de "Já era hora caramba!”, “Eu sabia!” e "Isso é ótimo
pessoal"!

Todos, menos uma pessoa parece feliz. Natalie está


limpando as lágrimas de seus olhos. Estou tão assustada por
isso que saio do colo do Nik, me sento no colo dela e a abraço
forte. Seus ombros se sacodem enquanto chora. Eu sinto que
também fico chorosa e pergunto com voz trêmula?

— Querida o que foi?


Ela levanta o rosto marcado de lágrimas e coloca sua
boca perto do meu ouvido sussurrando: — Nunca pensei que
veria este dia. - Um pouco mais calma ela diz, — Depois de
tudo, você merece ser feliz, Tina. Eu te amo.

Eu abaixo meu rosto para seu pescoço e choramos juntas


por um minuto. Então eu me arrumo, limpo minha garganta e
digo a todos: — Eu acho que precisamos de uma rodada de
bebidas para comemorar!

Trick sorri, pisca, e atira-me com armas imaginárias. Ele


se levanta e caminha até o bar para fazer o pedido.

Eu beijo a mão de Nat e ela sorri um sorriso vacilante


adorável. Eu toco seu rosto carinhosamente, saio do colo dela
e subo de volta para o de Nik. Estou um pouco surpresa
quando vejo Ghost movendo-se para se sentar ao lado de Nat
e lhe entregar um guardanapo. Ele coloca um braço em volta
dos ombros e puxa-a para ele. Eu estou ainda mais surpresa
quando ela vai de bom grado. Ele sussurra algo em seu ouvido
e ela concorda com a cabeça em seu peito. Ghost faz um
pequeno sorriso para ninguém em particular e acaricia seus
cabelos violeta com sua mão livre. Meu coração incha. Nat de
alguma forma conseguiu de alguma maneira passar através
deste abrupto e melancólico homem. Ela tem uma maneira de
fazer isso e me alegra que Ghost a tenha como amiga.

Eu olho em volta da mesa e me pergunto como minha


vida ficou tão perfeita. Eu me inclino para trás em Nik. Ele
fuça em meu pescoço.
Então eu sorrio para mim mesmo.

Ah, o poder dos doces.

***

Faz quase uma semana que Tina e eu fizemos isso


oficial.

Eu não posso entrar em meu escritório sem lembrar o


que aconteceu aqui e sorrir. Quem saberia que sob aquela
pequena mulher doce tinha uma víbora sexual rasgando seu
caminho para fora. Eu ainda posso sentir o cheiro da sua
excitação e provar sua boca doce. Eu gosto, mas às vezes estar
aqui pode ser uma tortura.

Nós não tivemos sexo outra vez e isso não me incomoda.


Todos os dias desta semana nós temos almoçado juntos e
roubamos alguns beijos quando dá. Todo mundo parece
genuinamente feliz por nós.

Na noite de domingo eu disse a Ceecee que Tina e eu


estávamos juntos e ela ficou louca. Se ela pudesse usar suas
pernas, ela já teria pulado de alegria. Ela girou em torno de
mim na cadeira e estava torcendo para mim. Ela disse que
sabia que terminaríamos juntos, porque a princesa sempre
encontra seu príncipe.

Minha pequena Cricket quase me fez chorar.

Ceecee perguntou se Tina era a sua tia agora e eu disse


que não, mas que ela ainda era sua fada madrinha, ela pareceu
contente com isso. Ela mal pode esperar para Tina vir
novamente para que elas possam ter uma conversa de garota.

Deus, minha sobrinha é adorável.

Falando de adorável, eu tenho grandes planos para este


fim de semana com Tina. É uma operação secreta e eu pedi
ajuda de todos.

Este fim de semana vai ser especial. Tina e eu estaremos


sozinhos. Não que eu não goste de sexo na minha mesa,
porque foi fora deste mundo. Mas eu quero tratar a minha
mulher melhor do que isso. Ela não é uma groupie61 do clube;
ela é minha namorada. Eu quero que Tina saiba que ela é
especial para mim. Eu amo Tina, mas não estou pronto para
lhe dizer ainda, quando eu achar que ela esta pronta para
responder, é quando vou lhe dizer.

E não se passou nem uma semana pelo amor de Deus!

Max e as meninas cobrem o lado do transporte de coisasz


enquanto Ghost e Trick fazem as reservas para mim.

Este fim de semana vai ser bom.

Só eu e minha garota.

***

Eu não consigo parar de sorrir!

GAHH! Quem sabia Nik seria um namorado tão


perfeito?

61
Groupie: um termo usado para denominar fãs ardorosas em busca de envolvimento emocional ou sexual com seu
ídolo.
Ele parecia um parceiro de sexo casual, mas já posso ver
que ele me trata diferente de garotas como Sissy. Seus olhos
brilham com adoração cada vez que me olha e temo que eu
esteja tão empolgada com ele.

É sábado à noite e as meninas estão aqui no apartamento


se preparando. Eu posso estar errada, mas parece como as
meninas estão um pouco caladas hoje à noite. Mimi, Lola, e
Nat se mantém enviando uns sorrisos secretos entre si, mas eu
tenho certeza que todas estão apenas felizes porque é sábado e
nós estamos indo para o The White Rabbit.

Eu provei três vestidos e em cada um deles, as meninas


encontraram algo errado com ele. Somente quando eu estou a
ponto de gritar de frustração Mimi aparece com uma sacola de
roupa. Minha mão vai para o meu peito e meus olhos se
arregalam, porque eu tenho certeza que sacola de roupas diz
Armani nela.

Mimi, Lola, e Nat não pode conter seus sorrisos e risos.


Enquanto Mimi caminha em minha direção com a sacola, vou
pra longe dela. Eu finalmente alcanço a parede e Mimi chega
até mim. Uma vez em frente de mim, Nat e Lola mantem o
saco de vestuário pelos lados e Mimi abaixa o zíper.
Oh Meu Deus!

Conheço este vestido! Eu vi-o on-li ne na loja Armani


que eu gosto de navegar em certas ocasiões. É um longo
vestido preto justo com as costas extremamente baixas. O
design é simples e elegante. É lindo!

Eu sou normalmente muito curta para este tipo de


vestido, mas quando Mimi prende-o na frente do meu corpo, é
perfeito. Parece que ele foi feito para minhas medidas. Estou
sem palavras.

Minha testa enruga; isto não é roupa de clube. Por que


diabos eu iria usar um vestido tão elegante para um clube? O
que Nik esta pensando?
Este é um vestido de três mil dólares. Eu sei disso porque
eu olhei para este vestido muitas vezes. As meninas estão
prontas e esperando por mim. Nat faz minha maquiagem. Um
pouco mais forte do que o que eu normalmente uso. Ela aplica
uma sombra cinza esfumaçada ao redor dos olhos e um monte
de rímel.

Lola faz o meu cabelo. Ela deixa-o quase ao natural com


longas ondas escuras, mas ligeiramente enroladas nas
extremidades e acaba com algum produto para evitar que ele
encrespe.

Mimi desliza o vestido por cima da minha cabeça,


cuidando para evitar meu rosto coberto de maquiagem. Em
seguida, Nat e Lola seguram meus braços enquanto Mimi
desliza meus pés em meus novos e impressionantes sapatos
Valentino.
Todas elas dão um passo para trás e olham para me
avaliar. Eu me sinto corada e eu estou nervosa.

O que diabos está acontecendo?

Toda vez que eu pergunto tudo que eu recebo é


"Paciência é uma virtude."
Que se foda a paciência! Morro de curiosidade, nem
sequer me deixam olhar no espelho até que Lola chama a
revelação final. Eu acho que estou quase pronta para irmos
quando Mimi chega por trás de mim e pega meus brincos.
Mais e mais curiosa.

Eu me sinto como Alice no País das Maravilhas. Talvez


o The White Rabbit seja o lugar perfeito para eu estar hoje à
noite.
Finalmente, eu estou autorizada a olhar no espelho de
corpo inteiro. Então eu faço.

E meu coração para.

Estou morrendo.

Eu morri.

Estou morta?

Aquela mulher no espelho não sou eu. Não pode ser. Eu


nunca estive sexy. Não assim. Minhas três amigas mais
queridas se juntam atrás de mim. Inclusive Mimi luta contra
as lágrimas. Inacreditável.

Eu dou uma olhada mais perto.

Eu pareço uma atriz na cerimônia de premiação. O


vestido preto longo tem uma pequena cauda na parte de trás e
este vestido foi definitivamente feito a minha medida. Tenho
bunda demais para que este tipo de vestido me vestir bem. Eu
pareço um anjo escuro. A maneira que Nat fez minha
maquiagem faz meus normalmente olhos verdes claro
estalarem de uma cor vívida verde maçã. Lola repartiu meu
cabelo para o lado. Cai em largas ondas escuras e elegantes
que terminam em cachos no meu quadril. Graças a Mimi não
uso joias, mas me vejo bem.

Todas silenciosamente torcem, aplaudem e eu abraço a


todas bem apertado, agradecida.

Quando seus amigos estão felizes por causa de sua


felicidade... Esses são os verdadeiros amigos.

A campainha toca e eu olho para porta de entrada.

Todas as meninas gritam e saltam para cima e para


baixo.

Agora estou realmente confusa.


Eu estou ainda mais confusa quando vendam meus
olhos. Eu ouço Max entrar no apartamento e assoviar longo e
baixo. Eu o sinto pressionar o seu corpo contra o meu lado,
beijar minha bochecha e ele sussurrar no meu ouvido: — T,
você tem certeza que está com o Leokov certo?

Eu rio de sua tolice.


Ele diz paras meninas: — Todas estão preciosas esta
noite. Vou ver todas vocês no clube. Eu tenho que levar a
princesa para seu príncipe.

E nós estamos fora.

***

Max traz Tina para casa, com os olhos vendados,


conforme solicitado.
Assim que eu a vejo eu quase tenho um ataque cardíaco.
Eu sabia que ela era bonita, mas hoje eu estou pasmo por quão
impressionante ela é. O vestido se ajusta perfeitamente nela.
Seu corpo é bonito e cheio de curvas e este vestido apresenta-a
perfeitamente.

Eu estou vestido com um terno, camisa e gravata. Hoje à


noite nós jantaremos como reis. Max encaminha-a para mim,
sorrindo, eu tomo da mão dele e ela me abraça.

Então, nós estamos sozinhos e eu digo: — Olá Princesa.

Ela está com os olhos vendados, mas ela não pode


esconder o sorriso. — Olá príncipe encantado.
Eu puxo-a para perto de mim e abraço apertado, sem
desarruma-la. Eu sussurro. — Você está deslumbrante.
Absolutamente linda.

Ela beija meu queixo e contesta: — Bem, um vestido de


três mil e sapatos de oitocentos dólares farão isso a qualquer
menina.

Porra, eu esqueci que ela era dona de uma boutique e


provavelmente sabe o quanto essas coisas custam.

Demônios, sim.
Beijo seus lábios suavemente e digo contra eles: —
Pronta para irmos, baby?

Ela responde: — Sempre, querido.

***

Nik desfaz minha venda e eu suspiro quando eu o vejo.

Puta merda!
Ele parece incrível! Ele está vestindo um terno cinza
escuro (eu acho que é Armani, também), uma camisa de linho
branco, eu vejo abotoaduras de ônix platina em seus pulsos e
sapatos italianos. Eu sei que ele usa coisas como esta para
trabalhar o tempo todo, mas hoje ele parece diferente. Ele olha
elegante e chique. Quando ele se vira eu vejo a tatuagem tribal
atrás da orelha e eu só quero lambê-lo. Ele esta delicioso.

Ele sorri para mim e pega a minha mão. Ele me leva a


um carro. Eu não sei muito quando se trata de carros, mas esta
parece caro. Ele abre a porta para mim e beija minha mão
quando entro. Coloco o cinto deste carro fodástico e quando
ele se senta detrás do volante pergunto: — Que tipo de carro é
este?

Os olhos de Nik acendem quando ele me diz: — Uma


Maserati Granturismo MC Stradale62.

Eu levanto minhas sobrancelhas e aceno para fingir que


estou impressionada com a escolha, mas obviamente não
tenho ideia sobre carros e Nik ri diante da minha obvia
tentativa de atuar como se soubesse do que ele estava falando.
Nós dirigimos por cerca de meia hora compartilhando um
cômodo silêncio. Eu fecho meus olhos e curto o passeio.
62
http://www.mycarheaven.com/2013/03/how-ridiculous-the-maserati-granturismo-mc-stradale-gets-
4-seats/
Depois de um tempo eu sinto a mão de Nik na minha
perna e ele diz: — Nós chegamos, baby.

Eu abro meus olhos e eu estou imediatamente confusa.


Parece que chegamos a uma casa agradável. Uma
encantadora casa, na verdade. Uma mansão mesmo. Sim, é
uma mansão. Há uma garagem de paralelepípedos longa, o
que nos leva até a entrada. Quando chegamos à entrada vejo
que há manobristas. Nik me ajuda a sair do carro e dou um
passo até um tapete azul safira.

Onde diabos estamos?

Nik dá um sorriso grande pela minha confusão óbvia. Ele


pega a minha mão e nós andamos para dentro da casa. Ao
entrar, o cheiro de comida assalta meu paladar.

É divino.

Tem cheiro de carnes assadas e molhos variados. Eu


estou salivando. Nik me encaminha a partir do hall para outra
sala e vejo que estamos realmente em um restaurante. Eu
nunca fui a um restaurante como este antes. Isso é muito
elegante para mim. Somos abordados pelo anfitrião e Nik fala
com ele no que eu assumo que é russo. O anfitrião sorri lhe
amplamente e nos faz um gesto para segui-lo.

A área de jantar é impressionante. Existem pequenas


mesas, grandes mesas e cabines. As cadeiras parecem
esculpidas a mão e uma só delas poderia custar algumas
centenas de dólares. Há toalhas de mesa brancas em uma parte
com toalhas pretas colocadas para o lado oposto sobre as
mesas. Você pode apenas ver os cantos do branco situado
embaixo das pretas. Os pratos tem a borda em ouro. Os
talheres são definitivamente de prata.

Estou um pouco intimidada, para dizer a verdade. Eu


não quero me envergonhar, mas principalmente eu não quero
embaraçar Nik.

Nik me ajuda com minha cadeira, em seguida, se senta e


pergunta: — Você confia em mim para pedir para você,
querida?

Eu respondo imediatamente: — Sim, é claro. Você sabe o


que eu gosto.
Ele pega a minha mão e beija. Eu observo seu corpo
enrijecer um pouco quando ele olha por cima do ombro, mas
tenta disfarçar.
O garçom vem para nossa mesa e leva os nossos pedidos.
Estou prestes a agradecer a Nik pela bela noite, quando eu o
vejo sorrir para alguém atrás de mim e eu escuto uma voz com
forte sotaque dizer:

— Privet Bratu.

Eu olho para minha direita e há dois homens que sorriem


com afeto genuíno para Nik. Nik se levanta, abraça e beija a
ambos os homens nas duas faces. Eles conversam por um
minuto ou dois em russo e eu sorrio para ambos os homens
como saudação.

O homem mais jovem é de altura mediana, com cabelos


loiros e olhos azuis impressionantes. Ele parece ter a minha
idade. Quando ele me percebe pela primeira vez seu rosto fica
boquiaberto, ele coloca uma mão no peito e se ajoelha ao lado
da minha cadeira. Ele sussurra um acentuado. — Um anjo.
Um verdadeiro anjo de Deus.

Eu não posso parar o riso que se forma em minha


garganta. Eu olho para Nik para ver que ele está balançando a
cabeça e sorrindo para o amigo. O homem mais velho é alto,
mas não tão alto como Nik. Ele tem cabelo castanho
bagunçado, olhos castanhos e um sorriso fácil. Ele bate o
homem mais jovem na cabeça e diz que um forte sotaque. —
Saia do chão, você está envergonhando o anjo.

Eu não sei quem são esses homens, mas posso ver que
Nik os tem em alta estima e eu posso ver o porque. Eles são
amáveis e divertidos. Nik levanta uma sobrancelha para mim
em consulta. Eu sorrio e aceno de cabeça. Nik convida seus
amigos para se sentar conosco por um tempo o que eles
aceitam. Eles se apresentam. O homem mais jovem é Alexei e
o homem mais velho é Lev.

Alexei pergunta algo a Nik em russo e Nik responde em


Inglês. — Você pode falar na frente da Tina. Nós não temos
segredos.

Uau.

Eu amo este homem. Eu me sinto aquecer por toda parte.

Alexei sorri e concorda com a cabeça. — Então, ela não


é um encontro, hein? Ela é uma esposa.
Nik olha pensativo e responde: — Sim. Ela é.
Eu cambaleio de volta na minha cadeira. Meu rosto
empalidece e meu coração bate mais rápido.

Santo inferno... Nik e eu estamos casados?! Quando isso


aconteceu?!

Nik vê meu rosto e sorri. Lev e Alexei sorriem para mim


e Lev explica: — A esposa é o que chamamos uma mulher que
é importante para nós. Ela pode não ser uma mulher real.

Eu posso respirar novamente. Eu respondo um ofegante.


— Tudo bem.
Nik, Alexei, e Lev são todos sorrisos para mim, mas a
expressão em seus rostos diz você é uma idiota.

Alexei começa: — Nós ouvimos que você teve alguns


problemas com os Sixes.

Nik balança a cabeça e diz: — Não. Sem problemas com


os Sixes. Apenas com Omarr. Ele parece ter tomado um gosto
pela minha Tina.

Sua Tina?! Aww!


Lev põe a mão no braço de Nik e diz gentilmente: — Eu
sei que você não é parte da nossa fraternidade mais, mas você
sempre será o nosso irmão. Se você precisar de alguma ajuda,
tudo que você precisa fazer é chamar. Nós cuidamos dos
nossos.

Nik dá tapinhas na mão do Lev e oferece: — O mesmo


vale para você, irmão.

Lev diz baixinho: — Ilia ficaria orgulhoso do que você se


tornou, Nikolai.

Eu noto um flash de dor cruzar o rosto do Nik. Ele, no


entanto, esconde rapidamente. Nossa comida chega e ambos
homens ficam de pé. Eles beijam minha mão e me dizem que
foi um prazer. Logo eles beijam e o abraçam. Nik me dá um
pequeno sorriso e comemos nossas comidas. È sem dúvida a
melhor comida que já provei.

Nik pediu pato para nós dois. A carne é rosa, úmida e


tem um toque de laranja, os legumes são frescos e preparados
perfeitamente e eu quero lamber o molho do prato, mas eu
acho que seria uma gafe.
Nós conversamos sobre nada em particular quando a
nossa sobremesa chega e eu me aventuro em águas turvas,
perguntando:

— Nik, quem é Ilia?

Nik sorri um sorriso genuíno. O primeiro que eu vi em


meia hora.
Ele responde calmamente: — Meu pai, baby.

Eu o deixo assim porque ele parece mais feliz agora.

E a felicidade de Nik é a minha felicidade.


Capítulo Dezenove
Nós somos uma família

A noite com Nik foi maravilhosa!


A melhor noite que tive em anos. Eu não posso
realmente me lembrar de ter tido uma noite como essa na
minha vida. A nossa noite começou na mansão restaurante
que foi sinceramente a melhor refeição que já comi seguido da
sobremesa, um salted praline parfait63.
Não era uma receita americana.
Esta era uma receita de sobremesa francesa. Não havia
camadas, era apenas um sabor, e uma suavidade que parecia
uma nuvem. Absolutamente delicioso. Foi como comer um
pedaço do céu.

Nik parecia um pouco para baixo depois de ver seus


amigos Alexei e Lev. Eu acho que a menção de seu pai trouxe-
o para baixo. Mesmo que eu queira saber mais sobre isso
deixei o assunto para lá.

63
Salted praline parfait http://gracessweetlife.com/2012/05/triple-chocolate-fudge-brownies-salted-
caramel-semifreddo-and-hot-chocolate-sauce/
Quando o jantar acabou eu fiquei um pouco surpresa
quando nós regressamos para casa de Nik. Mas assim que
entramos pela porta Nik me apoiou na parede do corredor e
disse:
— Seremos somente nós dois esta noite. Ceecee está com
mamãe e Max está ficando com Trick.

Oooh, eu gosto desta noite muito mais agora.

Fiquei na ponta dos pés e beijei eu queixo. Mesmo com


saltos o homem ainda é ridiculamente alto.

Eu sussurrei: — Posso dar uma olhada melhor no seu


quarto?

Ele se acalmou um momento antes de me pegar e me


jogar por cima do ombro. Eu ri quando ele pisou em direção
ao seu quarto.

Eu o provoquei: — Ei, este é um vestido de três mil


dólares, amigo!
Ele me deu um tapa forte no traseiro e riu quando eu
gritei. Ele respondeu: — Eu vou comprar outro. Não, eu vou
comprar mais dez. Fique tranquila bebê.
Mas um Nik diferente surgiu quando ele me colocou em
seu quarto. Este era um Nik mais calmo. Ele foi até seu
armário de cabeceira e acendeu um abajur. A pouca luz era
perfeita. Não muito escura, mas não muito clara para que eu
me sentisse incômoda.

Então, de repente, eu fiquei nervosa.

Eu estava nua sob o vestido fora as meias rendadas até a


coxa e meus novos sapatos fabulosos!
Nik deve ter me sentido tensa porque ele veio até mim e
colocou os braços em volta da minha cintura, me segurando
perto e assegurando—me: — Nós iremos somente até onde
você quiser querida.

Eu dei-lhe um aceno de cabeça e movi-me de volta para


fora de seus braços. Ele parecia pouco triste, mas logo mudou
para luxurioso quando tirei seu paletó. Em seguida, eu
desabotoei sua camisa de linho, tomando o meu tempo, e
quando abriu a frente eu coloquei minhas mãos em seu
estômago e eu o senti tenso sob o meu toque. Eu movi minhas
mãos lentamente até seu estômago esculpido, ligeiramente
acima de suas costelas, até o peito largo para descansar nas
laterais de seu pescoço.
Eu plantei um beijo molhado macio em seu peito e o
senti gemer. Tirei suas abotoaduras e deslizei sua camisa e
para o chão. Eu estava perto dele e na altura perfeita que eu
pudesse beijar seu mamilo.

E eu fiz justamente isso, muito levemente.

Seu corpo ficou rígido. Eu continuei. Eu coloquei a


minha língua e lambi suavemente. Quando a sua resposta foi
um gemido Eu me tornei mais ousada. Eu lambi um mamilo,
e o outro suguei. Ele sussurrou em uma respiração e seu corpo
ficou rígido. Ele colocou as mãos nos meus ombros e me
afastou dele.

Eu estava um pouco decepcionada até que ele engasgou:


— Tina, se você quiser que isto dure, eu preciso que você pare.
Agora mesmo.
Baixei a cabeça e sorri. Senti Nik aproximar-se mais de
mim. Com uma mão embaixo do meu queixo ele levantou
meu rosto e beijou-me profundamente. Sua língua traçou
meus lábios e eu gemi em sua boca.

O homem era bom com a língua.


Nós nos beijamos um pouco mais e eu consegui desatar o
cinto e sua calça. Ele tirou os sapatos. Ajoelhei-me na frente
dele e baixei as calças da cintura para baixo até o chão. Ele
saiu delas e eu ajudei a retirar suas meias. Que quase terminou
em um tropeço e nós dois rimos.
E lá estava ele. Nik parecendo um semideus em toda a
sua glória nua.
Meu deus esse homem é lindo.

Totalmente, lindo.

Mmmm Hmmm.
Ele estendeu as mãos para mim e eu tomei-as. Ele me
puxou para cima e eu fiquei completamente vestida na frente
de um Nik nu. Ele sorriu amorosamente para mim depois
baixou a parte superior do meu vestido lentamente até a
minha barriga expondo meus seios.

Meus seios não são enormes, mas eles não são nada
desprezíveis. Eles ainda são bastante firmes, mas ainda um
pouco suaves de quase um ano de amamentar a Mia. Eu gosto
dos meus peitos. Mas na frente de Nik, tornei-me tímida. Este
não era o sexo do tipo Eu-necessito-Foder-Você-Agora. Este era
lento e sensual. Uma amostra extrema da alma de uma pessoa.
Eu baixei a minha cabeça e ele disse com firmeza: —
Tina, olhe para mim.
Eu faço e tudo que eu posso ver escrito em seu rosto é a
luxúria. Talvez um pouco mais do que isso, mas eu não
consigo lê-lo. Ele coloca as mãos sobre meus quadris, abaixa a
cabeça para minha e corre o nariz levemente ao longo do meu
rosto. Ele assegura em um sussurro firme: — Você é linda.
Você é perfeita para mim.

Eu concordo. Ele chupa meus lábios da forma mais doce.

Usando meus quadris para um tipo de alavancagem, ele


se ajoelha, agarrando meu vestido em suas mãos e,
lentamente, desce-o para baixo das minhas pernas. Uma vez
que ele passa por meu sexo nu, ele geme por um longo tempo.
Ele olha para o meu rosto corado e murmura: — Você está
tentando me matar.

Eu sorrio ao ver a expressão de desespero em seu rosto.


Ele esfrega a mão sobre o rosto e suspira. O vestido forma
uma piscina sob meus pés e Nik estende a mão para me ajudar
a sair dele. Tudo o que eu estou vestindo são minhas meias
rendadas e meus saltos.
Uma vez que eu estou fora do meu vestido, Nik solta
minha mão e retrocede. Eu dou uma espiada em sua virilha.
Ele está totalmente ereto. Ele realmente parece dolorosamente
ereto. A cabeça de sua masculinidade transformou-se em uma
cor púrpura.

Eu mordo meu lábio e olho para Nik, que está olhando


sobre cada polegada do meu corpo, seu rosto está franzido de
necessidade. Em uma missão, ele caminha até mim com
desejo estampado em seu rosto e põe a mão na minha barriga.
Ele gentilmente me empurra para trás um pouco até as costas
dos meus joelhos baterem na cama. Sento-me. Ele se ajoelha
novamente e remove um sapato depois o outro, mas deixa
minhas meias de seda.

Ele me pega e me coloca suavemente no meio de sua


enorme cama king-size. Eu amo esta cama. Eu dormi nela
duas vezes agora e é tão confortável, é como dormir em uma
nuvem.

Nik sobe sobre o meu corpo, baixa a cabeça e beija


minha barriga. Ele planta beijos molhados, trilhando um
caminho de beijos e subindo para o meu peito. Ele beija uma
linha para o meu mamilo. Uma vez que ele chega ao meu feliz
mamilo ereto, ele lambe, muito parecido com o que eu fiz para
ele. Meu centro retorce e eu fico úmida.

Oh meu deus!

Meus mamilos são muito sensíveis.

Ele lambe-os novamente e eu suspiro profundamente.


Em seguida, ele toma meu peito em sua grande mão, abre um
pouco seus lábios e baixa-os sobre o meu mamilo. Ele suga
levemente no início, mas quando meu corpo começa a
sacudir, ele aumenta a pressão. Eu coloco minhas mãos em
seus ombros e aperto. Ele suga meu mamilo duro por longos
minutos e depois faz o mesmo com o outro.
É uma sensação incrível. Eu poderia gozar somente com
isto. Estou encharcada. Ele dá ao meu outro mamilo o mesmo
tratamento maravilhoso, em seguida, levanta a cabeça. Eu
olho em seus olhos amendoados. Ele abaixa a boca para meu
peito logo acima do meu coração e beija. — Perfeita. Eu sabia
que você seria perfeita.

Minha barriga aperta com prazer e antes que eu possa


registrar o que está acontecendo Nik levanta as minhas pernas
cobertas com as meias sobre seus ombros. Seu rosto logo
acima do meu monte. Ele geme. Eu sinto sua respiração em
mim, quando ele diz. — Você cheira tão bem, querida. Eu vou
te provar agora.

Eu tento dizer ok, mas tudo o que eu faço é deixar


escapar um som abafado, Nik ri da minha mudez. Ele baixa a
boca e lambe uma longa trilha em minhas dobras. Eu gemo
alto.
Ele geme baixinho. — Tão doce. Você tem um gosto
bom, baby.

Ele beija minha protuberância levemente antes de


espalhar suavemente meus lábios com os polegares e me beijar
profundamente com a boca aberta no meu lugar mais íntimo.
Minhas pernas ficam rígidas e eu seguro a parte de trás da
cabeça de Nik para estabilizar-me.
Ele suga levemente minha protuberância e um
formigamento começa logo acima do meu núcleo. Eu não
posso parar os persistentes gemidos que me escapam. Ele toma
isso como um sinal para continuar fazendo o que está fazendo.
Ele levanta a mão para o meu seio e rola meu mamilo entre o
polegar e o indicador. E é isso.

Eu gemo. — Oh merda. Nik, não pare, por favor baby.


Nik suga um pouco mais duro meu clitóris e meu
orgasmo começa. Eu contraio sobre sua boca e ambos
gememos alto. Meu corpo sacode e convulsiona, mas Nik me
detém firmemente sobre sua boca até a última das contrações
diminuírem.

O que diabos foi isso?

Eu nunca gozei assim antes. Eu nunca tive um homem


me tratando com tanto cuidado ou tocando meu corpo como
um instrumento afinado.

Isso foi insano.


Eu sussurro. — Isso foi insano.

Senti o riso de Nik no meu monte. Faz cócegas e eu rio.

Nik enxugou seu rosto em minhas coxas antes de


levantar seu rosto sorridente, inclinando-se sobre mim outra
vez e tomando a minha boca em um beijo profundo. É um
pouco estranho que isto tenha um gosto bom. Mas, com Nik,
tudo é bom.

De repente eu não estou mais tímida ou nervosa. Eu


levanto a minha parte superior do corpo, coloco a mão no
braço de Nik e o empurro de lado. Ele ri quando cai de costas.
Ele para de rir quando vê meu sorriso malicioso ir para baixo
pelo comprimento do seu corpo para sua virilha.

Eu olho para o seu muito grande pênis e me pergunto


como vou encaixá-lo na minha boca. Eu decido lambê-lo
primeiro. Eu o pego em minhas mãos pequenas e levo-o para
minha boca. Eu lambo lentamente acima de seu eixo. Ele põe
a mão sobre o rosto e rosna profundamente. Eu torno-me mais
ousada. Eu coloco a cabeça na minha boca e sugo levemente,
enquanto lentamente vou subindo e descendo. Os músculos da
perna de Nik endurecem; ele levanta rapidamente e empurra
meus ombros gentilmente.

Estou confusa até que ele olha para mim com os olhos
arregalados, balança a cabeça e diz: — Não. Não vou gozar
em sua boca esta noite, querida. Eu preciso estar dentro de
você.

Eu sorrio grande e rastejo até a parte superior da cama


em minhas mãos e joelhos. Eu permaneço em minhas mãos e
joelhos. Eu mexo a minha bunda, olho para trás e sopro-lhe
um beijo. Sua boca se separara um pouco, ele pisca. Então,
como um relâmpago ele está atrás de mim. Com sua ereção na
mão ele acaricia minha excitação com ela de um lado a outro.
Ele pressiona seus joelhos ao lado dos meus e eu sinto-o
empurrar em minha entrada escorregadia. Eu baixo a minha
parte superior do corpo para cama.

Nik geme. — Foda-me. Você é incrível, Tina. Eu amo


seu traseiro. Esta é a bunda perfeita.
Ele aperta uma das minhas nádegas e meus olhos rolam
para trás. A cabeça de seu comprimento desliza para dentro de
mim e eu suspiro. Ele parece muito maior desse jeito.
Nik acaricia minhas costas e segue entrando em mim. Eu
gemo uma vez que eu estou totalmente cheia. É uma sensação
celestial.

Nik inclina-se sobre o meu corpo, coloca o braço em


volta da minha cintura e se move dentro e fora de mim muito
lentamente. É uma tortura.

Eu sinto seu rosto perto do meu e ele pergunta baixinho.


— Pronta, baby?

Minha cabeça acena bruscamente.

Apenas faça! Maldição!


Usando o braço em volta da minha cintura para me
segurar com firmeza ele empurra para dentro de mim uma
vez. Eu suspiro e ele geme. Ele começa empurrando
lentamente e eu fico impaciente. Eu começo a me empurrar de
volta contra ele, mas ele não acelera o ritmo.

Viro a cabeça e olho severamente para ele. — Nik,


rápido! Mais forte maldição!

Eu vejo seu sorriso com covinhas. — Isso aí bebê, me


diga o que você quer.

Espere, o que?

Meu homem sorrateiro está me forçando a sair da minha


zona de conforto para jogar. Eu sorrio para mim mesma. Eu
gosto disso. Eu sorrio baixinho.

Nik agarra minha cintura e estoca em mim em um ritmo


perfeito. Mais e mais rápido. Ele se sente tão bom em mim.
Tão profundo. Eu já estou apertando em volta dele. Não vai
demorar muito para mim. Eu gemo longamente e movo
minhas mãos até alcançar e beliscar meus mamilos.

Nik vê isto e rosna alto. — Foooooooooda!


Eu continuo a apertar e torcer meus mamilos quando o
formigamento familiar começa. Eu empurro de volta para Nik
e ele empurra mais duro para mim. Ele mói contra mim. Eu
torno-me mais e mais excitada, de repente, eu estou caindo.

Felicidade.

Eu gemo e pulso em torno dele. Eu o sinto inchar dentro


de mim. Nik me segura apertado contra ele, ele geme longo e
eu sinto-o sacudir-se contra mim, eu me torno mais molhada e
úmida. Seu orgasmo estimula mais um em mim. Eu empurro
contra ele até que os pulsos de meu prazer diminuem. Então
nós caímos imóveis.

Nik me levanta pela cintura, colocando-me a seu lado e


me puxa de volta contra seu corpo. Ainda ligados, ele beija
meu pescoço docemente um tempo antes da exaustão me
consumir.
Luzes apagadas.

***
Eu fui acordada por Nik duas vezes durante a noite para
fazer amor, doce amor. A primeira vez eu fiquei em cima. A
segunda vez ele estava em cima e percebi que era a primeira
vez que tínhamos feito isso no estilo missionário. E foi bom.
Dessa forma, poderíamos nos beijar e estar firmemente
pressionados juntos ao fazê-lo.

Isto. Era. Impressionante.

Nós agora estamos juntos há uma semana. E tem sido


maravilhoso. Eu não tenho ideia por que eu pensei que seria
ruim se nós dormíssemos juntos. Ok, então eu estava com
medo de me tornar uma das muitas mulheres de Nik, mas ele
deixou claro que eu sou a única.
Sim!

Eu o amo. Eu posso dizer isso a mim mesma facilmente


agora, mas eu não estou pronta para dizer a ele ainda. Estou
muito feliz desfrutando do homem brilhante que é Nik. O
homem é insaciável, o que é bom para mim, porque eu gosto
de sexo com Nik.

Não, eu amo sexo com Nik.


Eu acordei esta manhã e me virei para olhar para o meu
homem bonito. E eu tive um tempo duro e sério contendo o
riso. Nik tinha dormido em seu estômago com um braço sob o
travesseiro. Seu rosto estava pressionado com tanta força no
travesseiro que seus lábios tinham esmagados e apertados
juntos fazendo seu rosto parecer torto.

Mesmo assim, lindo.

Então eu fiz a única coisa que eu podia. Eu agarrei seu


rosto e plantei beijos molhados, e românticos em seu rosto,
olhos e testa enquanto bagunçava o cabelo dele. Ele gemia o
tempo todo, mas estava sorrindo. Eu bati em sua bunda, saí da
cama e disse-lhe que ia tomar um banho. Como esperado,
dentro de alguns minutos ele se juntou a mim. Assim, a minha
versão de 'Working de 9 a 5' de alguma forma tornou-se um
dueto. Então nós brincamos no chuveiro.

Foi quente.

Nik pode realmente usar sua boca. E eu mostrei a ele que


eu posso usar a minha também. Isso nos leva a este momento.
Estou na cozinha de Nik fazendo bacon crocante e rabanada
para o café da manhã. Eu estou fazendo um monte porque eu
não sei quando Ceecee e Max vão voltar para casa.
Nik foi fazer a barba e vestir-se. Acontece que eu o distraí
no chuveiro e ele esqueceu o que ele precisava fazer lá.
Sorrindo para mim, eu liguei o forno para manter o nosso
pequeno-almoço quente. Eu olhei para quantidade que eu fiz
me encolhi. Eu cozinhei o suficiente para Alimentar um
exército. Braços vieram ao redor da minha cintura e me
levantaram. Eu gemi

Viro-me para um Nik rindo e empurro seu ombro. —


Droga, Nik. Você me assustou! Você é como um gato. Eu
preciso colocar um sino em você.

Ele está vestido apenas com calções assim todas as suas


tatuagens estão em exibição. Delicioso. Com olhos divertidos,
ele beija as linhas de expressão na minha testa.

— Desculpe, querida. Você é muito fácil.

Eu suspiro. — Você sabe quando Max e Ceecee voltam


para casa?
Ele olha para o relógio do forno onde se lê 09h37. —
Logo. Mantenha os alimentos quentes e nós vamos comer
juntos. Mesmo que já tenham comido eles vão querer a
comida, se você cozinhou.
Ele aperta minha cintura e eu sorrio para ele. Meu
homem é doce como açúcar. Sorte minha. Ele me puxa para o
sofá mais próximo. Nós caímos nele e nos emaranhamos
juntos. Eu pego o controle remoto e ligo a TV. Nós assistimos
TV por um tempo e conversamos.
Eu pergunto: — Será que isso é estranho para você?

Ele inclina a cabeça e diz: — Não, exatamente o oposto.


Isto parece muito bem.

Eu sussurro. — Sim. Eu sei. Não é estranho mesmo?

Ele sorri genuinamente. — Eu queria você desde que eu


te conheci. Desde a primeira vez que eu vi sua bunda em uma
saia sexy. - Eu franzi a testa e ele riu. — A melhor coisa que
poderia ter acontecido para nós era você insistindo em sermos
amigos. Agora eu realmente te conheço. Você nunca agiu
como uma mulher que tenta impressionar um cara. Você era
apenas minha amiga. - Ele levemente golpeou meu nariz. —
Uma verdadeira amiga. E agora que somos algo mais parece
que é apenas uma extensão da nossa amizade. Então, não.
Não é estranho. É incrível.

Uau. Vê? Doce.


Eu sorrio, inclino-me para frente e beijo seus lábios. Eu
digo baixinho. — Você é bom demais para mim Niki. Eu
nunca saberei o que eu fiz para merecer você, mas eu vou
agradecer a Deus por isso todos os dias.

Ele me abraça mais apertado. — Conte-me sobre sua


família.

Eu fico rígida com a pergunta. Eu rapidamente relaxo e


respondo vagamente.

— Mamãe morreu um par de anos atrás. Não tenho


irmãos nem irmãs. Eu tenho algumas tias, tios e primos em
Cali e ainda alguns na Croácia. Meu pai ainda vive em Cali.
Ele é muito próximo de sua irmã e seu marido.
Acariciando meu cabelo, pergunta curiosamente. —
Deve ter sido difícil deixá-lo. Por que você veio para Nova
Iorque?

Eu forço uma risada e digo: — Cali não era a minha casa


mais. Foi difícil deixar meu pai e Nat. Papai ama Cali, no
entanto. Ele tem seus amigos e alguns familiares lá. Ele está
fortemente envolvido com a comunidade croata. Ele tem uma
vida lá.
Eu dou de ombros levemente.

Isso é verdade. Papai, ou Tata, está envolvido com o


Clube Croata em Cali. Meu pai vive na América há cerca de
30 anos e ainda tem um forte sotaque. Isso é porque ele é
amigo de Croatas, ele trabalha com Croatas, e ele fala mais
Croata do que Inglês.

Nik permanece pensativo. Ele sabe que eu estou evitando


sua pergunta. Nik não é burro.

Antes que ele possa me questionar mais eu pego um dedo


de uma das mãos e pergunto: — O que aconteceu com o seu
pai, Nik?

Ele suspira e se inclina mais para trás no sofá. Ele sorri


enquanto ele explica. — Papai era incrível. O melhor pai que
qualquer um poderia pedir. Ele veio da Rússia, conheceu e
apaixonou-se pela minha mãe, uma mexicana imigrante, e
nunca mais saiu. Seu nome era Ilia. - Ele suaviza um pouco a
voz e me aperta. — Meu pai era um bom homem. Um homem
realmente bom, baby. Ele não gostava de todas as pequenas
injustiças do mundo e fez tudo o que podia para corrigir isto.
Isso é como Ghost veio morar conosco. Papai chegou até ele."
Ele suspirou pesadamente e passou a mão pelo rosto, como se
ele estivesse prestes a deixar cair uma bomba em mim. E faz.
Ele diz: — Estou dizendo, que meu pai era o vice-
presidente do grupo russo, Chaos. Ele estava no alto escalão
do crime organizado, querida.

Minha boca cai aberta e eu sussurro. — De. Jeito.


Nenhum.

Ele balança a cabeça solenemente. — Sim. Pai morreu de


um ataque cardíaco. Um dia ele apenas caiu morto. Eu fui
recrutado para o Chaos pouco depois. Eu fiz isso para que eu
tivesse dinheiro para dar a minha mãe. Max e Ghost não
deixaram juntar-me sozinho então nós todos nos unimos, e até
eu completar vinte anos, éramos seus executores.

De jeito nenhum!

Isso é uma loucura. Estou sem palavras no momento,


então Nik continua.

— É essa tatuagem bem aqui. - Ele aponta para tatuagem


em seu braço que soletra Xaoc. — É Chaos em russo. Max,
Ghost, e eu temos. Os caras que você conheceu na noite
passada, Alexei e Lev, são uma parte da irmandade Chaos.
Eu fico em silêncio por um momento, em seguida,
pergunto baixinho: — Você já matou alguém?

Ele sorri e balança a cabeça. Ele explica: — Como


aplicadores que usam a força para obter o nosso dinheiro se
necessário. E sim, eu disparei em pessoas, mas nunca para
matar. Eu quebrei ossos, baby. Eu disparei nas pessoas e fiz
isto sem vacilar. - Ele parecia envergonhado. — Isso é o que
seu homem é. Um bandido de rua.

Não!

De jeito nenhum.

Esse não é o Nik que eu conheço.

O Nik que eu conheço é adorável, sexy e engraçado.

O Nik que eu conheço é aquele que ama sua sobrinha


tanto que vai fazer de tudo para mantê-la feliz. Mesmo ter que
soprar velas em seu bolo de aniversário, quando ele realmente
não quer isto. O Nik que eu conheço leva seu irmão e sua
sobrinha paraplégica para sua casa, sem fazer perguntas. O
Nik que eu conheço não teve tempo para ter uma infância
porque ele estava ocupado demais fazendo todas as coisas que
seu pai teria feito para sua família.

Este é o Nik que eu conheço. Meu Nik não é um bandido


de rua.

Eu ergo minha cabeça e olho diretamente para ele.


Eu assusto-o quando eu empurro seu ombro um pouco
forte. — Não mesmo! Você não é um bandido de rua. Você é
um empreendedor. Você é um homem de família. Você é um
sobrevivente. E isso te faz sexy como o inferno. Você é
maravilhoso. - Eu acaricio seu rosto suavemente e digo
firmemente. — E eu estou orgulhosa de que você é meu.

Seus olhos procuram meu rosto e sua testa se franze. Ele


sussurra: — Foda-me.

Então ele segura meu rosto em suas mãos e me beija


profundamente. Depois de alguns segundos de felicidade eu
rompo o beijo e colocando minha testa na dele.

Eu sussurro. — Eu não vou deixar você falar sobre o meu


homem deste jeito. Meu homem é grande e forte e ele vai
chutar o seu traseiro.
Ele pisca. Em seguida, começa a rir e me aperta. Eu
sorrio grande. Adoro quando ele ri.

Ainda rindo, ele diz. — Eu te amo.

Nós dois congelamos. Meu coração para. Eu morri. Só


um pouco.
Ele se encolhe e diz: — Muito cedo, hein?

Eu sorrio e encolho os ombros. Ele suspira e me puxa


para ele. Estou envolvida por um cobertor que é Nik e isto
parece estupendo.

Droga!

Viro a cabeça um pouco para que nossos lábios se


toquem. Eu seguro sua mandíbula com os meus dedos e beijo
ligeiramente seus lábios uma, duas, três vezes.

Aqui vai então.

Eu fecho meus olhos e sussurro contra seus lábios. — Eu


te amo mais.
Sinto seu sorriso contra os meus lábios e ele me embrulha
apertado. Calor inunda meu corpo. Eu esqueci como era estar
apaixonado por alguém.

Nós ficamos abraçados até que Max e Ceecee chegam


em casa.

Assim que Ceecee entra pela porta, ela grita. — Tina!


Tina! Tina!

Nik e eu rimos no pescoço um do outro antes nos


separarmos. Nós dois levantamos a ficamos vendo Ceecee vir
até nós, vestindo o seu mais belo sorriso torto. Ela parece feliz.
Isso me faz feliz. Eu me inclino para baixo e dou-lhe um
grande abraço.

Eu empurro seu cabelo atrás da orelha e digo-lhe: — Nós


estávamos esperando por vocês chegarem em casa. Eu fiz o
desjejum para todos nós.

Max olha para o teto, joga seus braços no ar e grita. Ele


caminha em minha direção me beija no rosto. — Eu sabia que
havia uma razão para eu gostar de você, T.
O rosto de Ceecee caiu. Ela responde calmamente: — Eu
já tomei café com a vovó.

Max espreita no forno e grita. — Rabanada francesa e


bacon? Você é uma deusa, Tina.

O rosto de Ceecee levanta um pouco. Ela sussurra para


mim. — Eu amo rabanada.

Eu lhe dou um sorriso e ofereço. — Bem que tal


fazermos assim, vá em frente e pegue um pedaço para comer,
o que você não conseguir, eu vou comer para você.

Ela sorri timidamente e responde: — Tudo bem.

Eu trago a comida para mesa de jantar e volto para


cozinha. Eu espreito para ver Max cortar a comida de Ceecee
para ela. Ceecee não parecia feliz.
Eu chamo Max para cozinha e digo: — Max, querido,
Ceecee tem nove anos de idade. Ela não precisa de você para
cortar sua comida para ela.
Ele franze a testa e retorna com petulância. — Eu gosto
de cortar sua comida. Eu sou o pai dela.
Se houvesse sujeira no chão, ele teria chutado para
enfatizar.
Muito fofo.

Eu pego sua bochecha e pergunto: — Você quer que ela


seja independente, certo?

Ele suspira. — Correto.

Eu beijo seu rosto e digo: — Ajude-a lhe permitindo


ajudar a si mesma.

Eu lhe entrego o xarope e a manteiga para levar à mesa.


Todos nós sentamos e eu olho para ver Ceecee cortar uma tira
de bacon.

Ela sorri para Max e diz-lhe: — Veja, papai? Eu posso


fazer isso!

Eu atiro-lhe um sorriso sufocado. Ele sorri e balança a


cabeça para mim.
Ele responde: — Eu sei, meu anjo. Você não é mais um
bebê.
Nik nos olha com os olhos apertados, em seguida, pisca
para mim. Nós comemos e quando terminarmos os meninos
limpam os pratos. Ceecee e eu vamos assistir um pouco de
TV. Ceecee se senta ao lado do sofá em sua cadeira e eu sento-
me na ponta do sofá com um braço em volta da minha
pequena amiga acariciando seus cabelos.

Ainda assistindo a TV, ela diz baixinho: — É assim que


se parece?

Estou confusa imediatamente. Eu pergunto: — Sobre o


que, anjo?

Ela inclina a cabeça no meu ombro e sussurra: — Ter


uma família.

Eu congelo. Meus olhos se enchem de água.

Pigarreio para firmar a minha voz e movo os meus olhos


enevoados longe dela. Eu digo com voz trêmula: — Sim, meu
anjo. Nós somos uma família.
Capítulo Vinte
Todo urso bom vai para o céu

Segunda de manhã a Safira está ocupada pela primeira


vez em... nunca.

Tínhamos uma nova remessa entrando. Que incluía um


blazer muito popular devido a uma atriz da elite de
Hollywood e havia uma multidão de mulheres perguntando e
aparecendo na loja para fazer pedidos ou comprá-los. O preço
de cada blazer está perto de duzentos dólares e eu pedi vinte
deles por isso mesmo que nós estamos extremamente
ocupadas, eu estou fazendo as contas mentalmente.

Eu me dirijo ao Winnie e peço um café. Eu converso


com a moça no balcão por um minuto antes de regressar para
loja.

Rawr Raaawr...
Porcaria. Droga. Merda! Eu me esqueci de mudar as
pilhas no sensor da campainha que está morrendo lentamente.
Eu olho para cima para ver o sensor e meu olhar congela ao
ver o balcão. Há outro arranjo caro de flores no balcão. Nat
está lá em pé fulminando+o com o olhar, porque do lado
oposto ao mostrador está Omarr.

Oh, por deus.

Ele os entregou pessoalmente desta vez. Eu me preparo


mentalmente para me aproximar dele. Ele se vira e me lança
um sorriso bonito. Não há malícia em seus olhos como da
última vez que o vi. Ele parece um homem diferente.
Nat desaparece do balcão. Eu forço um pequeno sorriso e
cumprimento: — Olá, Omarr.

Sua aparência é boa. Ele está vestindo calça jeans preta,


tênis e uma camisa polo. Seu cabelo ainda está com
dreadlocks. Ele caminha em minha direção e me surpreende
quando beija minha bochecha.

Ele diz: — Oi Tina, como você está preciosa?

Estou confusa. Por que ele está aqui? Eu respondo


calmamente: — Eu estou bem, obrigado. Como vai você?
Ele sorri e diz: — Eu estou bem, mas eu estaria melhor se
você viesse jantar comigo esta noite.

Meu rosto cai. Que diabos? Será que ele não entendeu a
entrega de flores esmagadas da última vez que ele tentou isso?

Eu coloco a mão em seu braço e respondo: — Omarr. Eu


sinto muito. Estou com o Nik. Estamos juntos.

Seus olhos piscam de ódio e eu estou imediatamente com


medo. Ele remove suavemente minha mão dele e diz: — Você
fez a escolha errada, preciosa.

Agora eu estou ficando chateada. Não, eu não fiz. Nik é


bom para mim. Eu ergo minha cabeça e declaro: — Não,
Omarr. Eu fiz a melhor escolha.

Ele balança a cabeça, olha para cima com os olhos tristes


e responde: — Tina, você não sabe quem é seu homem. Ele
não é o cara certo. Você deveria estar comigo. Eu trataria você
como uma princesa.

Estou furiosa agora. Eu cuspo. — Por que eu estaria com


você e seria tratada como uma princesa quando Nik me trata
como uma rainha. E como em um jogo de xadrez, a rainha
protege seu rei.

Tome isso, Omarr!

Uh oh... agora ele está chateado. Ele me lança um sorriso


ácido.

— Escolha errada, querida.

Estou à beira das lágrimas agora. Meu pescoço está


vermelho e irritado como o inferno e tudo o que eu quero
fazer agora é riscá-lo fora com uma caneta.

Eu sussurro: — Eu nunca poderia estar com você. Você


tem ódio que escoa para fora de seus poros.

Seus olhos brilham com dor e ele responde: — Talvez


haja uma razão para o meu ódio. Talvez você deva perguntar
ao seu homem sobre Marcus.

Marcus? Quem é Marcus?

— Existe um problema aqui? — Esta voz soa


terrivelmente aborrecida e vem proveniente da entrada da loja.
Lá parado está Ghost, inclinado na moldura da porta.

Ele diz para Omarr: — Você está perdido?

Omarr responde: — Não, cara. Apenas conversando com


uma amiga.

Ghost olha em minha direção e de volta para Omarr. —


Amigos não fazem seus amigos parecerem tão tristes como
Tina perece agora. - Ele diz.

Ele dá um passo mais perto de Omarr e sussurra: — Eu


preciso relatar isso para o tio Jerm ou você está saindo com
alguma dignidade?

Omarr ergue a cabeça, força um sorriso e responde: —


Não, cara. Sem problemas aqui. Apenas uma visita. - Omarr
vira para mim e diz: — Desculpe, se eu te aborreci, Tina. Não
vai acontecer de novo.

E então ele se vai.

Retrocedendo até a parede, coloco uma mão na parede e


a outra no meu peito. Eu acho que estou tendo um ataque de
pânico. Ghost caminha em minha direção, põe as mãos no
meu rosto, e me obriga a olhar para seu rosto. Calmamente ele
me instrui.

— Respire, Tina. Apenas respire. Ameno e fácil. Ai está.

Eu tento controlar a minha respiração quando Nat


aparece com uma bolsa de gelo para o meu rosto corado e
pescoço.

Ghost pega a bolsa de gelo de Nat e gentilmente coloca-a


ao longo do meu pescoço e bochechas. Ele olha para ela e diz:
— Obrigado por ligar.

Ela concorda, mas continua focada em mim. Eu não tive


um ataque de pânico em um ano. Eu não me sinto como se eu
estivesse no controle de meu próprio corpo o que é uma
merda. Eu definitivamente não estranhei isto. Nat coloca uma
mão na minha testa e sussurra: — Você está segura. Acalme-
se, querida.

Concordo com a cabeça e fecho os olhos. Meu coração se


acalma. Nat vem mais perto da minha orelha. — Lembra
como Mia sempre disse Mim em vez de Eu assim, quando ela
iria pedir algo ela dizia ‘mim’ quer assistir a um filme ou
‘mim’ quer doces?
Eu sorrio com a memória. Concordo com a cabeça e
minha respiração diminui ligeiramente.
Ela continua: — Ou como ela não podia dizer a letra L
adequadamente por isto ela dizia: Mia quer armoço em vez de
almoço?
Eu rio. Estou suando como um porco, mas eu posso
respirar profundamente agora. Eu concordo.
Nat ri baixinho: — Lembra-se quando ela esvaziou um
recipiente inteiro de talco de bebê no sofá e jogou em torno de
tudo como se fosse neve?
Eu caí na gargalhada, mas rapidamente transformou em
soluços silenciosos. Eu deslizei para baixo da parede e afundei
no chão. Meu corpo está desossado. Mia não está mais aqui.
Meu precioso bebê. Tudo o que tenho são essas memórias.

Nat se senta ao meu lado e segura o meu corpo flácido,


tremendo. Eu sinto seu corpo tremer com o meu. Lamentamos
juntas pela minha filha. Uma amiga de verdade sente sua dor e
sabe que nada que ela disser pode ajudar, mas um simples
abraço pode valer mais do que quaisquer palavras jamais
poderiam.
Sem aviso, eu me ponho em pé, pego o arranjo de flor, e
saio pela porta. Meu sangue ferve e minha respiração é
pesada. Eu grito enquanto eu jogo as flores na rua e vejo
quando um carro roda sobre ele. Foi um presente de duzentos
dólares. Agora não é nada, apenas lixo. Assim como a pessoa
que o deu para mim.

Dirijo-me a calçada para ver Ghost e Natalie em pé na


entrada da Safira sorrindo. Eu fecho meus olhos e respiro
profundamente. Depois de recolher o que resta da minha
mente, eu ando até Ghost e beijo sua bochecha. Eu beijo a de
Nat logo depois.

Eu caminho então para sala de estoque, fecho a porta,


sento na minha mesa e começo a soluçar.

***
— O que exatamente ele disse a ela? - Eu pergunto.

Ghost responde: — Eu não sei, Nik. Ela estava muito


tensa quando eu cheguei lá. Ela tinha lágrimas em seus olhos.

Meu coração aperta. Ele parece desconfortável, mas


continua: — Isso não é nada comparado com o que aconteceu
depois que ele foi embora. Sua menina teve um colapso.
Tremendo como uma folha, enrijecida, suando como uma
fonte, perdeu o controle e teve um ataque de pânico. Tivemos
que esfriar seu corpo com um bloco de gelo. Nat disse algumas
coisas para ela que eu não podia ouvir, mas o que ela estava
dizendo parecia estar funcionando. Ambas acabaram em
lágrimas. - Ele sorriu. — Então Tina pegou as flores,
caminhou para fora da loja e jogou na rua. Foi bonito,
homem.

Isso foi engraçado.

Somente que eu não posso pensar em outra coisa senão


em Tina tendo um colapso. É por isso que eu decidi sair do
Chaos. Ele afeta a sua família. Agora, eu não sou nem mesmo
uma parte da irmandade mais e isto ainda está afetando a
minha menina.

Não. Eu não gosto disso.


Tantos pensamentos estão passando pela minha cabeça.
Eu pergunto: — Você acha que esta será a última vez que nós
vemos Omarr?

Ghost franze a testa e responde: — Eles o chamam de


imprevisível por uma razão, irmão. Eu só espero que Tina não
o tenha humilhado. Ele vai levar como um insulto pessoal.
Tina é doce como uma torta. De jeito nenhum ela o
humilharia.

Negando eu balanço minha cabeça e aponto: — É de


Tina que estamos falando. Ela odeia o confronto. De jeito
nenhum.

Ghost acena com a cabeça em concordância.

Então, por que eu ainda tenho um sentimento ruim?

***
Meu telefone toca.

Eu verifico e vejo que recebi um texto de Nik me


perguntando se eu estou bem. Ele chamou algumas vezes, mas
eu não tinha forças para fingir que estava. Estou me sentindo
um pouco melhor agora. Eu afoguei minhas mágoas em café e
doces. Eu decido ir vê-lo. Eu deixo Nat tomando conta de
tudo e ela me empurra para fora da porta.

Provavelmente eu estava parecendo um zumbi.


Eu entrei em seu escritório. Nik está sentado atrás de sua
mesa ao telefone. Ele me vê e seu rosto se suaviza. Ele acena
para eu entrar. Eu o alcanço e ele me puxa para baixo em seu
colo. Ele me aperta contra ele e continua a falar ao telefone ao
mesmo tempo esfrega minhas costas e planta beijos suaves ao
lado da minha cabeça.

De repente, estou relaxada. Nada se compara isso. Nik é


a minha forma pessoal de alívio do estresse. Meu corpo se
torna relaxado e me sinto sonolenta.

Nik termina seu telefonema, coloca o telefone em cima


da mesa e me abraça apertado. Ele pergunta: — Você está
bem, baby?
Concordo com a cabeça em seu peito. Eu não confio em
mim mesma para falar. Tem sido um dia de muitas emoções e
eu sou conhecida por chorar por qualquer coisa.

Eu sinto sua respiração no meu ouvido quando ele


suspira e continua a me segurar. Eu decido quebrar o silêncio:
— Quem é Marcus?

O corpo de Nik enrijece. E aí está. Não pode ser bom.


Ele relaxa seu corpo um pouco depois e explica: —
Marcus era o irmão mais velho de Omarr. Ele foi morto anos
atrás.

Eu não acredito nisso. Há muito mais nisto eu posso


sentir, e eu quero saber. Eu sussurro: — Como ele morreu,
Nik?

Ele suspira e me abraça mais forte como se ele achasse


que eu estou a ponto de perder as estribeiras.

Ele começa a história: — Marcus entrou na casa da nossa


família quando eu tinha quinze anos. Ele tentou entrar no
escritório do meu pai para roubar alguma coisa. Papai ouviu
alguém na casa. Ele atirou em Marcus e ele morreu horas mais
tarde naquela noite.

Eu suspiro e o aperto com força. Eu não sei como me


sinto sobre isso. Nik continua: — Quando a polícia chegou
para tomar os depoimentos e perguntar quem deu o primeiro
tiro, eu disse que fui eu. Omarr acha que eu atirei em seu
irmão. Eu era apenas uma criança protegendo meu pai,
querida. Eu tive uma pena atenuada e alguns meses depois o
meu pai estava morto. Por isso, não faz qualquer diferença de
qualquer maneira. Omarr faz parte do Sixes. Tio Jerm os
lidera e ele sabe que eu não fiz isso. Isso é tudo o que importa.

Eu fico em silêncio enquanto eu processo tudo. Isto


explica muito da tensão entre Omarr e Nik. Talvez Omarr só
quisesse me usar para se vingar de Nik.
— Sinto muito baby, isso é tudo minha culpa. - Ele
sussurra enquanto aperto meu ombro.

Sussurro de volta: — Não, não é. Seu pai estava


protegendo a sua família e você estava protegendo seu pai. Eu
faria o mesmo pelo meu pai, Nik. Realmente, eu faria.

Nós não falamos novamente. Encontrar consolo no


abraço um do outro bastou. Poucos minutos passaram e eu
grito quando meu celular explode ao som de 'Little Talks' 64 do
Of Monsters and Men de meu bolso.

Eu dou um pulo, tirando-o fora do meu bolso e atendo.


— Olá Molly, tudo bem?
Estou chocada quando eu ouvi-a fungar. — Oh filha. Eu
tentei chegar até ele, mas eu não pude alcançá-lo. E tem
sangue... muito sangue. Ele está enroscado. Eu não posso
chegar até ele. Sinto muito, filha.

64
Little Talks https://www.youtube.com/watch?v=ghb6eDopW8I
Ela diz isso tudo apressadamente e é difícil de decifrar.
Meu coração dispara. Estou tão confusa. Ela parece abalada e
perturbada.

Eu pergunto: — Molly me diga o que aconteceu. Há


sangue. Alguém está ferido?
Nik pula e está ao meu lado em um flash. Ele me vira
para encará-lo. Sua face em questionamento. Eu dou de
ombros.

Molly não está fazendo nenhum sentido.

Molly por fim ela balbucia: — É o Bear, criança. Bear


está morto.

Não.

***

Eu vejo o corpo de Tina ficar rígido e a cor ser drenada


do seu rosto.

Ela sussurra: — Tudo bem, Molly. Eu estarei em casa em


breve.
Seu rosto está em branco, vazio de emoção e seus olhos
perderam o foco. Tina se transformou em um robô. Eu
envolvo uma mão ao redor de sua cintura, aperto e pergunto
baixinho: — Querida, o que aconteceu?

Ela puxa meus braços fora dela lentamente e permanece


ali por um momento perecendo como se estivesse a ponto de
perder a cabeça.
Seus olhos estão vazios. Minha Tina não está aqui agora.
Eu assisto, impotente enquanto seu rosto se transforma em
uma careta, ela franze seu rosto, e começa a chorar.

Eu não me dou muito bem com lágrimas, mas a primeira


coisa que me vem à mente é 'quem fez a minha menina chorar vai
pagar por isto’. Eu a puxo em meus braços e balanço enquanto
ela chora.

Ela repete baixinho: — Ele era tudo que eu tinha dela... -


como um mantra.

Tina chora por um tempo. Eu a seguro apertado. Ela


para de chorar depois de alguns minutos e eu lhe pergunto o
que aconteceu, mas Tina está longe. Ela está presente, mas sua
mente foi a outro lugar. E eu estou preocupado. Eu chamo
Nat, que fecha a loja e em poucos minutos ela está em meu
escritório. Ela pergunta se ela pode usar a outra sala por um
momento. Eu aprovo. Ela pede um tempo a sós com Tina.
Concordo com a cabeça e volto ao meu ritmo em meu
escritório.

Meia hora passa e Nat entra em meu escritório. Seus


olhos estão inchados e ela sussurra: — Bear está morto.
Meu rosto cai. Droga. Eu sei que Tina amava aquele
gato, mas não estou certo por que isso causou essa reação.

Nat diz: — Existem coisas que você não sabe. Bear não
era apenas qualquer gato. Ele pertencia a alguém que Tina
amava muito. Ele era tudo o que ela tinha dessa pessoa e
agora que ele se foi Tina sente que perdeu esta conexão. -
Minha testa franze. Ela continua suavemente: — Tina carrega
um monte de bagagem. Você nunca diria isto, olhando para
ela agora, mas ela teve um momento difícil nos últimos cinco
anos. Seja paciente, Nik. Ela te deixará entrar, basta tratá-la
com cuidado.

Estou surpreso.

Tina parece ser a pessoa mais equilibrada que eu


conheço. Descobrir que ela teve um período difícil corta meu
coração. Eu estou muito curioso agora, mas eu não vou
perguntar. É a história de Tina para contar.

Concordo com a cabeça e digo: — Vou mandar Ghost


até o apartamento para pegar Bear.

Nat acena com a cabeça e volta para outra sala para ficar
com Tina.
Minha pobre menina.

Este foi um dia ruim para ela. Eu faria qualquer coisa


para torná-lo melhor.

***

Ghost retorna do apartamento de Tina carrancudo.

Foda-me. Isso não é bom.

Ele fecha a porta do meu escritório e eu sei que é pior do


que eu pensava.
Ele se senta colocando uma perna sobre o joelho
sacudindo-a.
Então diz: — O gato foi decapitado.

Meu corpo enrijece.

Que porra é essa?

Ghost continua: — O corpo foi amarrado pelo rabo na


varanda dos fundos como uma lanterna. Falei com Nat. Ela
sabe. De jeito nenhum que ela está dizendo a Tina. Ela
mencionou que Tina disse alguma merda para Omarr. Ela
humilhou-o. Algumas vezes. Isto parece uma mensagem para
mim, irmão.

Isso foi. Uma mensagem muito clara que significava: Não


brinque comigo.

Eu concordo. E eu só tenho uma escolha.

Eu tenho que matar Omarr.

***

Pela primeira vez em dois anos, eu fechei a Safira cedo.


Nat chamou Mimi e disse-lhe para não vir em seu turno. Eu
ainda vou pagá-la, é claro. Não é culpa dela que eu quebrei
hoje. Nat me leva para casa no meu carro, ela pede comida
chinesa, mas não tenho estômago para isso. Eu só quero ir
para cama e fingir que o dia de hoje não aconteceu.

Bear não está mais aqui.

Minha única ligação com Mia se foi. E eu sei que ele


partiu de maneira horrível, mas ninguém vai me dizer nada
sobre isso. Nat me disse que Ghost pegou-o e cuidou dele. Eu
posso ver que alguém tentou limpar o sangue da minha
varanda dos fundos. Pensamento de Bear com dor me faz
querer vomitar. Ele foi o melhor gato e um grande
companheiro. Todas aquelas noites solitárias eu me senti bem
enquanto Bear estava ronronando em torno do lugar. O
apartamento parece vazio sem ele. Eu caminhei passando por
sua tigela de comida.

Não irei alimentá-lo amanhã. Eu nunca mais vou ver sua


dança engraçada me pedindo comida. Ou ouvir seu doce
miado. Ou afagá-lo.

Nik me perguntou se eu queria ficar com ele esta noite,


mas eu recusei. Eu não seria grande companhia e eu sou grata
que ele não insistiu. A última coisa que eu precisava seria ficar
irritada com ele. Eu preciso de espaço.

Ele me deu isto. Hoje foi um dia muito ruim. E eu estou


superando.

Hora de ir dormir.

Peço desculpa por não comer e beijo Nat na bochecha.

Finalmente, na minha cama quente e agradável eu tenho


permissão para sentir o que eu deveria estar sentindo.

Eu estou sofrendo. Muito.

Um soluço silencioso toma conta de mim. Eu pensei que


os dias de sofrimento já tinham passado. Dias em que não
quero acordar pela amanhã. Não me interpretem mal, eu não
sou suicida. Alguns dias são apenas difíceis e você quer ir
dormir e acordar depois de uma semana e que seu problema
tenha desaparecido. Todo mundo se sente assim de vez em
quando.

A vida pode ser esmagadora.


Eu fungo e enterro meu rosto sob minhas cobertas. Eu
ouço o ranger da porta e Nat pula na cama comigo. Ela se
aconchega perto de mim e sem uma palavra, nós
adormecemos.

***

— QUE PORRA É ESSA?! — Nat grita.

Eu pulei da minha cama em uma posição de Kung Fu


preparada para chutar alguns traseiros. Minha cabeça está
latejando e meus olhos ardem de tanto chorar. Eu vejo um
contorno sombreado de uma pessoa à beira da cama.
Eu me jogo nas costas do grande indivíduo e tento
estrangulá-lo. Meus braços estão tremendo, mas é melhor do
que ficar sentada à espera de ser morta. Como Bear.

Eu grito: — Chame a polícia!


Natalie acende a luz do quarto e nós duas congelamos. O
rosto de Nik está vermelho e as veias estão aparecendo em sua
testa. O melhor de tudo é que ele está vestido apenas em uma
cueca. Eu rapidamente solto meus braços, mas envolvo
minhas pernas em volta de sua cintura e abraço seus ombros.
Eu grito: — Querido! O que você está fazendo aqui?
Ainda comigo ligada a ele, se dobra para recuperar o
fôlego.
Ele fala com voz entrecortada: — Eu, - ofega — vim ver, -
bufa — se você está bem.

Eu olho para o relógio digital na minha cama onde


marca 01h46. Eu ainda estou em estado de choque. Eu
pergunto, incrédula: A essa da manhã?

Ele se levanta e responde ofegante: — Sim. Eu não acho


que pensei muito sobre isto, importa?

Nat responde com firmeza: — Uh, não. Não, Nik. Você


não pensou mesmo. Você invadiu o apartamento poucas horas
depois de alguém torturar e matar Bear! Não é a coisa mais
inteligente que você já fez.

Nik balança a cabeça e olha apologético. — Sinto muito,


meninas. Eu não conseguia dormir sabendo que Tina estava
chateada. Portanto, em vez de ficar acordado a noite toda eu
decidi vir, e Ghost tinha uma chave reserva para mim, e me
deu o código de segurança.

Isso fazia sentido.


Ghost aparece em nosso apartamento a cada duas
semanas. Por que ele não teria as chaves e daria os códigos de
segurança ao Nik?

Eu beijo seu pescoço e sussurro a Nik: — Obrigado por


pensar em mim. Vamos para cama.

Nik balança a cabeça e olha para Nat, como se esperasse


que ela saísse.
Ela balança a cabeça e diz: — Não mesmo. Você deve
estar fora de sua mente, se você acha que eu estou dormindo
sozinha depois disso.

Eu pulo no meio da cama, a minha melhor amiga sobe


de um lado e meu namorado salta sobre o outro.Você sabe o
que? A vida não é tão ruim, afinal.

Então eu penso sobre o que aconteceu e começou a rir.

A cama treme quando Nat e Nik riem comigo.

Eu não acho que nós vamos dormir muito esta noite.


Capítulo Vinte e Um
Aventura travessa de meio dia

Eu acordei um pouco antes que o alarme está definido


para tocar. Eu me sinto sufocada. Eu olho para minha
esquerda para ver Nat que tem um braço na minha barriga e as
duas pernas emaranhadas com as minhas.

Espera. Uma, duas, três, quatro, cinco, seis pernas.

Eu olho para minha direita e Nik está de bruços, com as


pernas também enredadas com as minhas. Nós somos um
pretzel gigante. Eu tento acordar Nik primeiro. Eu aperto seu
nariz o fechando, mas tudo acontece é que seus lábios se
agitam e vibram quando respira mais forte pela boca. Eu não
posso parar o riso histérico que explode para fora de mim.

Estou tão cansada. Minha cabeça e olhos doem


tremendamente. Bear se foi, mas eu sei que ele está com
minha mãe e Mia. E eu tive um sono muito desconfortável.
Mas pelo menos eu estava cercada pelas pessoas mais
importantes na minha vida. E a maneira como Nik dorme é
absolutamente hilariante.

Nat e Nik acordam com o meu riso e bufos. Levantam a


cabeça e me olham como se eu perdi minha mente. E,
sinceramente, eu acho que é possível. Nik se desculpa e vai
tomar banho e trocar de roupa. Passamos a manhã se
preparando para o trabalho. Eu pergunto a Nik se ele trouxe
seu carro, mas ele disse que veio de táxi porque o seu carro faz
muito barulho e ele não queria acordar Ceecee.

Em um momento estamos prontos, e saímos para o meu


carro. Depois que eu luto com ele por cinco minutos para que
abrisse, por fim meu bebê obedece. Nat sobe na parte traseira e
assim Nik pode tomar seu lugar na frente.

Eu tento a ignição. Nada.

Nat já está rindo. Nós passamos por isso todas as


manhãs. Ela diz a Nik que eu possuo um carro palhaço.

Eu olho feio para ela enquanto eu coloco meu pé no colo


de Nik e chuto a porta do passageiro enquanto giro a chave de
ignição.
Ele liga. Funciona sempre.

Nik parece que não tem certeza se deve rir ou obter o


inferno fora do carro.

Nós estamos no nosso caminho para o trabalho e Nat


diz: — Nik, liga o rádio.

Ele balança a cabeça e responde cinicamente. — Eu


gostaria, mas estou com medo que o teto caia.

Nat e eu caímos na gargalhada. Nós rimos tanto que


ambas soluçamos e rimos ao mesmo tempo. No momento em
que chegamos para trabalhar o nosso humor já atenuou. Nat
beija Nik na bochecha antes de ir para abrir a loja. Nik fica
para trás comigo e envolve seus braços ao redor dos meus
quadris.

— Eu sinto muito que ontem foi ruim para você, querida.


Vou passar toda a vida tentando te compensar.

O que?

Estou confusa.
Eu pergunto: — O que você quer dizer, querido?

Ele responde me dando um apertão. — Omarr. Ele é o


meu problema, não seu. Vou corrigi-lo. Eu prometo.

Doce senhor!

Nik se culpa por ontem. Eu sei que a morte de Bear é


obra do Omarr. Ninguém precisou me dizer. Mas, ainda
assim, ninguém vai me dizer o que ele fez e, francamente, eu
estou de acordo. Algumas coisas é melhor não saber. Eu puxo
um pouco para trás e mantenho seu rosto em minhas mãos.
Eu digo: — Não é culpa sua, querido. Não pense isso, nem
por um segundo. Omarr matou Bear. Não você. Ele é um
psicopata. Mais uma vez, não é sua culpa. Ele pode passar a
vida te culpando sobre a morte do seu irmão, mas isso só faz
dele uma pessoa fraca. Não. É. Sua. Culpa. Entendeu?

Eu vejo emoção cintilando em seu rosto. Ele coloca seus


lábios nos meus e sussurra contra eles. — Deus, eu amo você.

Então ele me beija profundamente. Eu envolvo meus


braços em volta do pescoço e fico na ponta dos pés. Eu me
afasto do beijo e enterro meu rosto em seu pescoço. Respiro
fundo.
Enquanto eu tenho Nik, nada vai parecer tão ruim assim.
Eu sussurro em seu pescoço. — Você faz a minha vida
melhor.

Seu corpo fica duro um momento antes de ele me apertar


contra ele.
Viro-me e caminho sem olhar para trás.

Hora de trabalhar.

***

Você faz a minha vida melhor.

Uau.

Se já houve um elogio para vencer todos os elogios, seria


esse.
Esgueirar para o apartamento de Tina a noite passada foi
uma ideia idiota. Eu não estava pensando. Mas eu passei a
maior parte da noite dando voltas. Eu não podia parar de
pensar nela. Eu ficava imaginando se ela estava bem ou se ela
se sentia desconfortável por dormir lá depois do que
aconteceu.
Eu tomei a decisão rápida de chamar um táxi e me lancei
de cabeça. Eu usei minha chave reserva para entrar e digitei o
código de segurança. Tudo virou uma loucura quando beijei a
testa da Nat pensando que era a Tina.

O inferno se abriu.

Nat começou a gritar. Tina saltou sobre a cama como se


fosse Bruce Lee e em seguida, se lançou sobre as minhas
costas e começou a me sufocar.
Sim, não foi bom.

Graças a Deus Nat acendeu a luz, do contrário eu


poderia ter desmaiado. Podia sentir a Tina tremendo contra
mim, mas ela me tinha bem agarrado. A adrenalina dá a gente
uma força que não sabíamos que tínhamos. Eu não queria
fazer dano, assim que simplesmente deixei que me sufocasse.

Estou surpreso que eu não estou roxo, esta manhã.

Então Nat se recusou a sair e tivemos uma espécie de


festa do pijama estranho na cama da Tina, que é felizmente
King. Justo quando estou a prestes a cair no sono, Tina
começa a rir. Eu não pude deixar de rir também. Em seguida,
Nat se juntou. A coisa toda foi muito divertida.

Deixando de lado a festa de pijama estranho, eu estou


feliz que estava perto da Tina na noite passada. Assim que nos
acomodamos na cama, senti que a calma caia sobre mim. Se
eu sou completamente sincero, estou feliz que Nat estava lá
também. Porque se eu fosse Tina, ter as duas pessoas que eu
mais amo na cama comigo depois de uma noite ruim, me faria
sentir muito melhor.

Eu decidi não fazer nada estúpido sobre o Omarr. Matá-


lo vai trazer um monte de perguntas pelo Sixes e tenho certeza
que Tina saberia. Eu não quero que ela se sinta insegura em
torno de mim, jamais. Eu sou seu protetor.

Eu vou ter que marcar um encontro com o tio Jerm e


resolver isso da maneira certa. Mas eu juro por Deus, se esse
idiota se aproximar da minha menina novamente eu não sei se
vou ser capaz de me controlar.

Acho que vou ter que falar com Tina sobre seus métodos
de defesa kamikazes. E esse maldito carro palhaço. Um dia,
ela vai começar a abrir a porta e ele vai decolar sem ela. Eu
sorrio paras travessuras matutinas, mas eu rapidamente fico
sério.

É o momento de organizar uma reunião.

***
A loja ainda está repleta de potenciais compradores de
blazers. Muitos deles olham o preço e, lentamente, recuam.
Eu não posso culpá-los; é muito a pagar por um item. Mimi e
Lola estão na loja hoje porque Nat pediu a manhã de folga
para fazer um exame médico.

Perguntei se estava tudo bem e ela disse que acreditava


que sim, mas não custava fazer um check-up. O que eu
imediatamente aprovei. Não se deve brincar com a saúde. Eu
saio do depósito e encontro a Mimi no balcão com Sissy a
mulher-demônio furiosa.

Filho de um Big Mac!

Justo quando eu pensei que estava tendo um bom dia.

Eu ando mais rápido e pergunto a Mimi. — Algum


problema, Meems?
Mimi não tirar os olhos de Sissy, mas responde: — Tudo
bem chefe. Sissy queria comprar uma jaqueta. Eu lhe disse o
preço e ela ficou louca.

Oh, pobre dela! Supere!

Esta mulher está se tornando uma dor permanente no


meu traseiro.
Viro-me para Sissy e digo: — Sinto muito, Sissy. As
jaquetas são caras, mas elas são o que são. Pegue ou deixe.
Não faça drama na loja.

Sissy vira seu cabelo loiro platina sobre um dos ombros e


responde: — Tudo bem. Duzentos e cinquenta dólares por
uma jaqueta, eu devo estar fora da minha mente. Tanto faz.
Embrulhe isso.

Santa merda!

Mimi cobra sessenta dólares mais do que eu planejava


cobrar. Vou dizer lhe mais tarde. Não que ela vá se importar.
Mimi começa embalar sua compra quando eu me lembro de
algo e falo para Sissy: — Sissy, você não pode devolver este
artigo, Se quiser devolver, não será com da última vez. Não
serei boa.

Sissy olha pra mim. Eu tomo isso como um acordo e viro


para voltar para o depósito.
Estou no meio do caminho quando ouço Sissy gritar: —
Como você fez isso?

O que?

Viro-me e dou alguns passos em direção ao balcão. Eu


pergunto. — Como é que eu fiz o quê?

Ela faz um som de exasperado e diz lentamente: — Nik.


Eu trabalhei nele por meses e terminou num segundo. Como
você o conseguiu? Você esta grávida ou algo assim?

O descaramento desta mulher!

Eu decido ser um pouco cruel. O que nunca é uma boa


coisa, mas esta mulher está insinuando que a única maneira
que eu poderia ter Nik é ele me engravidando.
Eu digo acidamente: — Não, Sissy. Eu não sou como
você. O que, não me surpreende, Nik adora. - Eu me inclino
mais perto e sussurro: — Nik me ama, Sissy. Ele me disse.

Vejo em seu rosto o reflexo da dor e sem esperar uma


resposta, giro e me dirijo ao depósito. Eu não gostei de fazer
isso. Às vezes eu desejo que minha boca tivesse uma tecla de
retroceder.

***

Nat vem de volta para loja algum momento após as três


horas. Ela não olha para ninguém, apenas caminha direto para
o depósito e ignora os cumprimentos de todas.

Isso é estranho.

Nat é uma pessoa do povo. Mesmo no pior dia ela é pelo


menos ligeiramente social. Eu decido investigar.
Vou até a sala de armazenamento e assim quando eu
estou prestes a bater escuto o choro abafado vir de trás da
porta fechada.

Meu coração aperta dolorosamente.


Oh Deus.

E se a consulta com o médico foi ruim? E se ela estiver


realmente doente? Ou até mesmo morrendo?
Meu rosto empalidece e eu começo a suar. De jeito
nenhum eu estou perdendo Nat sem luta. Entro no depósito,
fecho a porta atrás de mim e tranco.Ela está de costas para
mim e se tranquiliza um pouco, mas ainda posso lhe escutar
soluçar. É preciso muito para Nat chorar. Ela não é um bebê
chorão como eu.

Caminho até ela e coloco o braço ao seu redor. Ela apoia


sua cabeça no meu ombro e soluça incontrolavelmente. Claro
que isto significa que choro silenciosamente a seu lado.
Ainda soluçando ela esbraveja: — Eu não posso... eu não
posso tê-los. Eu pensei que eu estava, mas então eu não estava
e agora eu não posso tê-los.

Uh, que...?

Eu a seguro e afago ela até que ela se acalma e tento


decifrar o que ela acabou de dizer.
— Qual é o problema, querida? - Eu pergunto
tranquilamente.

Ela se endireita um pouco e responde: — Eu pensei que


estava grávida. Ghost seria o pai.

Não posso acreditar. Oh meu Deus!


Nat estar grávida seria fantástico! Ela simplesmente
adora crianças. Eu sei que ela quer um monte deles.

Eu digo: — Bem, querida, isso não é nada para se


aborrecer. Isso é…
Ela me interrompe. — Não. Teria sido bom. Eu ficaria
feliz. Mas o médico fez um ultrassom. Eu não estou grávida.
Mas ele encontrou mais de oito cistos nos meus ovários, Tina.
Eu tenho síndrome de ovários policísticos.

Meu rosto cai e eu coloco a mão no meu peito. Ela não


está grávida. E eles encontraram algo. Ela tenta ser forte, mas
seu lábio está tremendo.
— O médico diz que é alta a probabilidade de que eu não
vou ser capaz de ter filhos. Nunca. - Ela olha para mim com
os olhos vidrados. —Eu nunca vou ter filhos Tina e isso é uma
merda tão ruim. Oito malditos cistos. É por isso que o meu
período não veio.
Oh Deus. Às vezes as coisas resultam ser realmente uma merda.

Choro junto com ela. Eu a puxo para perto e sussurro: —


Oh, querida. Há opções paras pessoas que não podem ter
filhos. Vamos pesquisar tudo o que pudermos. Vamos chamar
especialistas e médicos. Nós buscaremos on-line e
conversaremos com outras pessoas com SOP65. Nós vamos
descobrir isso! Eu prometo.
Ela concorda contra mim. Depois de um minuto Eu
suspiro levemente e sorrio.

Eu sussurro: — Eu vou ter seu bebê para você.


Seu corpo enrijece e ela levanta a cabeça. Seu rosto
bonito está distorcido pela dor e eu não gosto disso.

Ela sussurra de volta: — Você faria isso por mim?

Aceno. — Sim. Absolutamente. Sem dúvida. Eu não


acho que eu faria isso por qualquer outra pessoa, mas você é
minha irmã. Então sim, eu faria.

Ela explode em lágrimas novamente e nós choramos


juntos.

65
SOP – abreviatura de síndrome de ovários policísticos.
Lamento sua perda. Comemorando a nossa amizade.
Juntas, como sempre.

Tome isso, SOP. Você não pode vencer.

***

Estou terminando alguns papéis quando eu escuto o


familiar som de saltos no corredor.

Eu sorrio. Meu bebê chegou para uma visita.

Eu ando para porta do escritório e justo quando chego


ali, vejo seu rosto sorridente enfeitando a porta.
Sorrindo amplamente, chego mais perto, seguro seus
quadris e me inclino para beijar seu pescoço. Eu coloco lentos
beijos sensuais em seu pescoço e ela suspira. Suas mãos se
deslocam para os meus ombros e aperta.

Ainda trabalhando em seu pescoço, eu pergunto: —


Baby, você precisa de algo?

Ela se acalma por um segundo, em seguida, responde: —


Sabe o que, de repente, eu não me lembro?
Eu rio e aperto seus quadris. Ela empurra-me um pouco
até que nós estamos dentro do meu escritório.

Ela sussurra: — Eu preciso de você.

Eu ergo minha cabeça e mostro rapidamente minha


covinha ao sorrir. Digo: — Você me pegou, baby. Você é meu
coração.

Tina coloca um olhar meloso e a mão sobre seu peito.


Nega com a cabeça e se endireita.

Ela dá um passo mais perto de mim e diz lentamente: —


Não, querido. Eu preciso de você. Agora.

Bom, malditamente quente! Meu bebê precisa de mim!


Eu gosto disso.
Ela anda para trás, fecha a porta do escritório e passa a
chave, sorrindo sedutoramente todo o tempo. Eu já estou mais
duro do que uma rocha. Tina e eu já tivemos relações sexuais
varias vezes agora e é sempre espetacular, mas ela nunca veio
a mim para uma rapidinha ao meio dia. Eu realmente gosto
disso.
Ela caminha até mim e desfaz o meu cinto e zíper assim
que eu estou aberto e nu. Retrocede uns passos para trás,
levanta sua saia e baixa lentamente sua calcinha. Logo
caminha até a minha mesa, coloca suas mãos ali e vira o rosto
para mim sacudindo ligeiramente seu perfeito traseiro para
mim.

Foda-me! Vamos fazer isso, então!


Ela ri quando eu corro para ela. Eu levanto a saia e
ajoelho atrás dela. Eu levo o meu tempo beijando sua perfeita
bunda. Eu aperto e mordo levemente suas nádegas. Elas
tornam-se rosadas.

Lindo.

Eu levanto e ela vira para mim. Coloca beijos molhados


e sexys no meu pescoço e suavemente chupa a zona sobre
minha pulsação, o que sinto é incrível. Meu pênis salta. Ela
abaixa até que sua cabeça esteja alinhada com minha virilha.
Ela pega meu pênis, acariciando-o de cima a baixo antes de
tomar-me em sua boca. Ela me trabalha tão bem. Meus olhos
rolam e gemo.

Esta é a Tina sexy. Eu amo tudo da minha Tina, mas eu


realmente gosto da Tina sexy. Ela me leva profundo em sua
boca e roço a cavidade das suas bochechas quando ela solta.
Ela faz isso repetidamente.

Foda-se, eu vou gozar.

Oh, não, você não faça!

Eu coloco minhas mãos sob os braços dela e a levanto.


Ela engasga quando eu a giro e empurro um tanto
energicamente sobre a mesa. Felizmente, Tina está usando
saltos, caso contrário, isso nunca iria funcionar. Eu levanto
sua saia, dobro seus joelhos um pouco, seguro meu pau e
empurro suavemente até eu encontrar sua entrada. Eu
cuidadosamente trabalho o meu pau para cima e para baixo
no seu clitóris, revestindo-o com sua excitação. Quando Tina
suspira, eu sei que é o momento. Eu conduzo lentamente a
cabeça do meu pênis na sua vagina.

Tão fodidamente apertado!

Você pensaria que eu iria me acostumar com isso. Não,


não me acostumei com a perfeição. Meu bebê é perfeito.

Eu vou centímetro por centímetro. Eu seguro os quadris


de Tina e puxo para trás para que seu traseiro esteja contra
minha virilha. Não é possível obter uma sensação melhor do
que esta. De nenhuma maneira. Fico parado por um momento
antes de puxar um pouco para trás e empurrar de volta para
ela. Duro. Ela geme e eu não consigo parar de agarrar seus
quadris e foder com ela duro. Eu bato nela com dureza. Eu
olho para baixo e vejo sua bunda rosada, que está sacudindo a
cada estocada.

Oh, cara. Tão bom.

Eu pergunto: — Você gosta disso, baby?

Ela murmura sua resposta. — Ohhhhhh. Sim, Niki, eu


adoro isso. Mais rápido, baby, eu estou perto.

Eu adoro quando ela me chama Niki.

Eu golpeio nela mais e mais rápido. Sinto-a apertar em


torno de mim. Ela se sente como o céu quando goza. Eu sinto
minha própria liberação se aproximar. Tina mói sua bunda de
volta para mim. Ela geme baixinho e eu a sinto contrair-se e
liberar ao redor do meu inchado pau.

Paraíso.
E isso é tudo. Agarro seus quadris e a puxo contra mim.
Eu gemo enquanto empurro minha própria liberação e a
preencho com minha semente. Tina descansa sua cabeça na
minha mesa e me mantenho contra ela. Ambos suspiramos
suavemente e sinto o corpo da Tina tremer. Olho seu rosto e
ela está rindo.

Ela diz: — Esta foi minha primeira rapidinha. A


primeira.

Eu rio enquanto eu lentamente puxo para fora dela. —


Eu gosto de ser o primeiro em alguma coisa. Como estive,
baby?

Ainda inclinada sobre minha mesa, eu ouço seu suspiro e


ela sussurra: — O melhor. Tudo contigo é melhor.

Eu me limpo antes de trazer algum tecido e limpá-la


também. Eu faço uma bola com sua calcinha e coloco no meu
bolso. Eu decidi que é hora de trazer uma preocupação que
tive por um tempo. Eu puxo Tina para se levantar e abraçá-la
apertado. Ela envolve seus braços firmemente ao redor da
minha cintura, suspira e descansa sua cabeça no meu peito. Eu
sorrio. Isto é o que é o amor. Prazeres simples e tudo isso.
Eu limpo minha garganta e pergunto: — Tina, querida,
eu deveria estar me preparando para um bebê?

O corpo relaxado da Tina fica tão rígido que acredito que


poderia decolar como um foguete. Ela responde calmamente:
— Não, Nik. Eu tenho um dispositivo de controle de
natalidade em meu útero e dura mais dois anos. Mas enquanto
estamos no assunto, quando foi a última vez que você fez
exames?

Uma pergunta justa. Eu respondo com sinceridade: —


Depois da última vez que dormi com Sissy. Estou limpo como
um apito, querida. - Eu sorrio para seu rosto preocupado. —
Eu nunca tive relações sexuais sem preservativo, baby. Você é
a primeira.

Seus olhos se arregalam e ela sussurra: — Sério?

Eu respondo: — De verdade, verdade.

Ela sorri para mim. Estou prestes a beijá—la quando ela


empurra para trás e diz: — Eu estou limpa também! Eu fui
testada depois... depois dele. E eu estou completamente limpa.
E não. Não há nenhum bebê.
Essa última declaração soou um pouco forte demais para
o meu gosto.
Eu aperto-a com força e esfrego suas costas. Pergunto: —
Mas você quer ter filhos algum dia, certo?
Ela se afasta de mim. Seu rosto fica vazio e tenho a
sensação de que eu não vou gostar da sua resposta. Ela
balança a cabeça, engole em seco e diz lentamente: — Não,
Nik. Eu decidi não ter filhos. E não, não há maneira de mudar
de opinião com respeito a isto. Esta não foi uma decisão que
tomei facilmente. Acredite em mim.

Ela termina em um sussurro. Bem, merda.

Eu quero ter filhos. Eu estava pensando que Tina seria a


única a dá-los para mim. Este é um duro golpe no estômago
para mim. Eu estava animado com a perspectiva de ter
crianças e eu queria o pai para os filhos lindos da Tina. É parte
da fantasia na minha cabeça. Tina seria minha esposa
viveríamos em uma bela casa com três crianças e um cachorro.
O cão era, na verdade, Bear, mas isso não é uma opção agora.
Estou sem palavras, atordoado. Eu não sei o que dizer.
Estou tão desapontado neste momento. Eu, obviamente, não
escondo a minha decepção também. Eu vejo os olhos
brilhantes de Tina quando ela diz: — Eu entendo se isso muda
as coisas para você. Eu realmente entendo. Basta pensar nisso
e deixe-me saber se isso ainda é um relacionamento do qual
você quer ser uma parte. Porque eu não vou ter filhos. Ou
adotarei. Eu... Eu simplesmente não posso.

Ela parece torturada.

Ela se vira e sai do escritório. Eu não a sigo.

Isso realmente muda as coisas.

Preciso de tempo para pensar.


Capítulo Vinte e
Dois
Fort Knox

Tina estava em minha mente durante toda a maldita


noite.

Nós não temos conversado desde que ela me disse


claramente que não queria ter filhos. Reviso alguns papéis no
meu escritório enquanto penso. Tenho trinta e cinco anos.
Definitivamente não estou ficando mais jovem e passei a
maior parte da minha vida adulta acreditando que algum dia
teria filhos.

Queria filhos.

Então o furacão Tina atravessou a minha vida e meu


coração. Eu a coloquei em um pedestal. Estava seguro de que
ela era perfeita. Agora ela não é mais tão perfeita.
Mas isto significa que é menos perfeita para ti?

Pensarei sobre isso.


Não há nenhuma maneira que eu estou vendendo o The
White Rabbit o que significa que todos os meus fins de
semana seriam exigentes e agitados. Eu não seria capaz de
passar as noites de fim de semana com a minha família de
qualquer maneira.

Eu adoraria que Tina estivesse comigo no clube e ela não


será capaz de fazer isso se ela está grávida ou em casa com
nossos filhos. Além disso, ela possui a Safira. Como ela seria
capaz de trabalhar com uma criança para cuidar?

Seria injusto que tivesse que cuidar de nossos bebês todo


o dia e toda a noite enquanto eu tenho negócios do clube até
tarde. Basicamente estaria criando um filho sozinha.

Que tipo de pai seria? Eu amo Tina. E isso é tudo o que


conta, certo?

Às vezes o amor não é suficiente.


Eu cheguei à conclusão de que talvez as crianças não
estão nas cartas para mim. E eu estou surpreso com a forma
como eu me sinto sobre isso.

Eu estou bem com isso.

Eu não amo a ideia, mas eu nunca parei para pensar


sobre como criar um filho iria afetar o estilo de vida que eu
levo. Eu amo o clube. É uma parte importante de mim. Eu
não quero desistir disso.
Então talvez…?

Eu sorrio para mim mesmo, pego minha carteira e me


dirijo para porta.

***

Rawr Raaawr...

— Porra baby, isso é um ruído desagradável. - Eu


congelo.

Meus olhos se arregalam quando eu viro lentamente em


direção à porta.
Lá está Nik de pé sorridente, com covinha e tudo.

Ah, ok...

Eu estava um pouco assustada. Pensei que havíamos


terminado. Eu não sei o que está acontecendo agora, mas ele
está sorrindo. Eu engulo em seco e encolho os ombros.

Eu explico calmamente: — Eu continuo esquecendo isso.


Ela só precisa de novas pilhas e alguém para substituí-las.
Ele caminha em minha direção e põe a mão no meu
quadril. Ele abaixa o rosto até seus lábios encontrarem os
meus e diz contra eles: — Farei que meu cara arrume isso,
baby.

Meu coração salta. Estou momentaneamente atordoada.


Depois de um momento de permitir que o meu cérebro
tartamudeie eu pergunto silenciosamente: — Será que isso
significa...?

Nik beija meus lábios levemente e responde: — Sim,


querida. Sem filhos. Tudo bem comigo.

Pelas barbas de Zeus!


O alívio corre por minhas veias e um familiar calor se
espalha por meu corpo. Eu envolvo meus braços em volta do
seu pescoço e o seguro firmemente. Eu faço este terrível riso-
choro e nem sequer me importo o quão estúpida pareço.

Eu beijo seus lábios com força e digo em um sussurro:

— Oh meu Deus! + Choro e rio. — Pensei que havia


perdido você, Beijo-soluço-riso. — Ontem à noite foi a pior
noite da história. - Fungada-beijo. — Você tem certeza? -
Bufo-beijo.

Ele ri e me levanta. Eu não tenho escolha, além de


envolver minhas pernas em volta da sua cintura. Ele me
mantém com um antebraço sob a minha bunda e outro nas
minhas costas.

Ele responde calmamente: — Não tenho nenhuma vida


sem você, baby. Você é tudo para mim.

Começo a chorar e ele me embala. Eu o agarro apertado


como se ele pudesse desaparecer. Eu não me importo quem
está assistindo. Nat, Lola, e Mimi todas vibram, dão gritos e
riem ao redor da loja. Eu ouço Nat gritar: — Tire-a daqui, seu
filho de uma figa.
Eu levanto meu rosto e ele sorrindo diz: — Você tem
meleca no nariz, baby.

Eu rio e limpo o nariz com a manga. Essa é a menor das


minhas preocupações no momento.

Eu tenho Nik! Nik é o meu homem! De novo…

Eu vou fazer tudo que posso para mantê-lo. Eu o amo


tanto.
Inclinando a testa contra a dele, eu sussurro: — Eu te
amo tanto, Niki.

Seu rosto suaviza quando ele responde: — Eu te amo


mais, pequena Tina.
Graças aos céus, obrigado Deus.

***

Depois de ir até Safira para me reconciliar com a minha


garota, fomos para almoçar.
Tina se sentou no meu colo. Bem, ela sentou-se
pressionado tão perto de mim, que era praticamente no meu
colo. Comemos sushi, roubamos beijos e ficamos aprisionados
um ao outro. Apenas apreciando um ao outro depois da nossa
quase ruptura.

Quando nós saímos seguíamos abraçados até que


chegamos à Safira. Beijei Tina longa e lentamente.

Nunca mais.

Eu não sei como fiquei sem ela. E mais importante, eu


não quero nunca ficar sem ela de novo. Eu verifico o meu
relógio de pulso para ver a hora. 14h11.

Hora de ir a uma reunião.

***

Duas e meia chego ao armazém que os Sixes possuem


mais conhecido como a fábrica.
A fábrica é bem conhecida entre as gangues em Nova
York. É fortemente vigiado durante o dia e à noite, entretanto,
tudo o que o mantém seguro é um sistema de alarme.
Eu sei disso porque Marcus foi morto tentando conseguir
papéis com esta informação do escritório do meu pai. Meu pai
nunca deu esta informação ao Chaos e eu não sei por que.
Teria sido fácil para organizar um ataque e roubar as drogas
que estão armazenadas lá. No entanto, se o Chaos fizesse isto
teria começado uma guerra entre Chaos e Sixes.
Eu acho que é por isso que o meu pai nunca deu esta
informação. Meu pai nunca foi um lutador. Eu não sou
estúpido o suficiente para vir sozinho ver o tio Jerm. Eu trago
Ghost comigo; as pessoas geralmente tem medo dele por um
bom motivo. Ghost não hesitaria em atirar-lhe na cara se ele
achasse que sua vida estava em perigo. Está muito longe do
menino que lambia suas feridas sem uma palavra.

Nós caminhamos para o escritório do armazém e somos


revistados. Isto não é incomum. Seria desrespeitoso esconder
uma arma em uma reunião. Nós removemos nossas armas,
mas eu sei que Ghost, nunca iria completamente desarmado.

Somos escoltados por um bandido de rua, mais


conhecido como um soldado, ao escritório do tio Jerm. Eu só
estive aqui uma vez antes, quando eu era adolescente, mas eu
me lembro bem. Eu estava petrificado da última vez que estive
aqui. Eu pensei que eu iria tomar o meu último suspiro neste
armazém.
A porta se abre e tio Jerm está de pé na frente de sua
mesa, sorrindo com os braços abertos. A coisa sobre o tio Jerm
é que você tem que amá-lo. Ele é adorável. Nunca sem um
sorriso ou uma palavra amável. Gostaria de dizer-lhe que não
estava talhado para este trabalho, mas eu sei de algumas das
coisas que ele fez.

É material para pesadelos.

Ele fará qualquer coisa para proteger seus meninos.


Vou até o pequeno afro-americano de 60 anos de idade
que sempre usa um terno e gravata, o abraço e dou tapinhas
em suas costas. Ghost não abraça. Ele só fica no canto em
guarda.

Tio Jerm recua para trás de mim e diz: — Bem, bem,


bem. Parece que o menino cresceu e se tornou um grande
cara.

Eu rio. Eu não era muito alto a última vez que nos


encontramos. Eu era apenas um maldito garoto. Estou
surpreso que ele se lembre.

Sorrindo, eu digo: — Tio Jerm. Você parece bem.


Ele dá um tapinha em sua barriga e responde: — A velha
me cuida bem. Colesterol isto e colesterol aquilo. Já não me
deixa comer nada. Pensa que posso ter um ataque cardíaco ou
alguma merda destas.

Ele faz um gesto para eu me sentar o que eu faço. Em


seguida, ele toma seu lugar atrás de sua mesa. É muito
parecida com a minha.

Ele bate as mãos e diz: — Então, eu acredito que nós


temos um pequeno problema.

Concordo com a cabeça e respondo: — Sim, senhor. Eu


acho que temos. Seu menino Omarr invadiu o apartamento da
minha menina e fez um trabalho com seu gato. Rasgou sua
cabeça fora e pendurou-a como um enfeite de Natal na
varanda dos fundos. Felizmente, a vizinha encontrou-o antes
da Tina.

O rosto de Tio Jerm se tornou sério. Ele murmura: — Eu


não gosto disso. Omarr... Bem, ele não foi o mesmo desde que
Marcus morreu. - Ele se endireita e revela: — Sempre me
odiou por não retaliar. Não me conta as coisas como ele
costumava fazer. Mas eu ouvi de sua Tina. Chaos parece
satisfeito que você tenha encontrado uma garota. Dizem que
ela é muito bonita. Estou feliz por você, filho. Quanto se tem
algo assim bom, tem que segurá-lo com ambas as mãos, está
me ouvindo?

Entenderam ao que me refiro? Adorável.

Concordo com a cabeça e ele continua: — Omarr tem


sido extremamente desrespeitoso ultimamente. Ele não
aparece para seus turnos. Já não responde a mim. - Ele se
inclina para trás e com um suspiro fala: — Ele se tornou um
patife, garoto.

Ah, merda.

Isto é o que eu temia. Omarr não está acatando as ordens


do tio Jerm mais, o que significa que ele responde apenas a si
mesmo. Este é basicamente Omarr fazendo suas próprias
regras. Se o tio Jerm recebe provas que Omarr esta agindo nas
suas costas, tio Jerm não terá escolha a não ser matá-lo, o que
seria bom para mim.

Eu pronuncio um hesitante: — Eu vejo.

Tio Jerm balança a cabeça e diz: — Sim. Eu sei que você


me entende, filho. Não há muito que eu possa fazer a respeito
dele agora, mas vou mandar meus meninos manter um olho
atento nele. Não o vejo há dias. Se eu pudesse controlar isso,
eu o faria. Aterrorizar uma garota inocente não é a forma
como os Sixes atuam. Ouvi dizer que ele a quer. É melhor que
aumente a segurança do seu lado. Se ele a quer, ele vai levá-la.
Agora se cuida, me escutou?

E assim, somos despedidos.

Nós não resolvemos nada, mas pelo menos obtivemos


alguma informação.
Parece que o próximo passo é a segurança.

***

É em torno de quatro quando escuto o horrível toque da


porta.
Estou um pouco surpresa quando entra Ghost com
outros três homens. Ghost nem sequer olha para nós enquanto
anda dentro e fora das salas dando instruções aos homens. Um
homem tem um bloco de anotações e caneta e esta escrevendo
furiosamente, enquanto concorda. Um homem está tomando
medidas, e o outro homem quase me afasta a empurrões para
chegar debaixo do balcão.
Bem, me desculpeeeeeeeee, Sr. MegaRudeImbecil.

Ghost finalmente se dá conta que estou viva e se


aproxima. Dizendo firmemente: — Estamos aumentando a
sua segurança T, considerando que tens... – Ele olha ao redor
da Safira e logo volta olhar para mim, — nenhuma. Vamos
arrumar essa maldita campainha também.

Viva para campainha da porta. Eu não tenho certeza


sobre o resto.
Eu cautelosamente pergunto: — Existe uma razão para
que eu precise de segurança em uma loja em que estive dois
anos sem problema?

Ele faz uma carranca para mim e responde: — Se você


tem algum problema, fale com o Nik. Apenas sigo ordens, T.

Bem maldição!

Eu olho em volta e vejo que os homens já estão


perfurando buracos em minhas paredes e espalhando poeira
sobre algumas das roupas.
Eiiiiiii!
Eu corro paras roupas e as retiro dos mostruários. As
sacudo o melhor que posso, mas estou segura que vão precisar
de uma limpeza a vapor.
Meu rosto se transforma em uma carranca que
corresponde com a do Ghost e espreito para o computador.
Inicio a sessão do Messenger e escrevo.

TheTomicBomb: Nik the Dik, você tem algumas


explicações para dar!

Imediatamente recebo resposta.

Nik123: Ok, baby. Mais tarde.

Ah, não, ele não fez!

TheTomicBomb: Pode me explicar porque tenho três


homens e o Ghost arruinando minhas malditas roupas?!

Nik123: Estarei aí em minutos.

Isso é mais parecido com ele!

Dois minutos depois, Nik entra a passo largo na loja e


começa a latir ordens. — Não coloque isto aí, — Estas roupas
são muito caras, tenham cuidado , — Arrumem a maldita
campainha antes de fazer algo mais, isto é uma emergência.

Meu Salvador.

Meu rosto acaba suavizando. Eu ando atrás do Nik,


abraço ele e pressiono meus lábios no meio das suas costas.

— Obrigado, querido.
Suas mãos esfregam as minhas que estão juntas e
apertadas ao redor da sua cintura. Responde: — A qualquer
hora, querida.

Nik late outra ordem: — Não coloque a câmera aí. Ela


precisa focar no lado de fora, também.

Câmera?

Eu calmamente pergunto: — Nik, por que eu preciso


câmeras?

Ele late outra ordem: — Coloque o botão de pânico antes


da câmera.

Botão de pânico? Em Dickens? Estou ficando louca!


Eu sussurro: — Nik, você está me assustando.

Ele se vira em meus braços, então eu estou abraçando


sua frente agora. Ele beija minha testa e responde calmamente:
— Tudo apenas por precaução, Tina. Eu não acho que você
está em perigo, mas vale a pena fazer tudo isso como uma
medida de segurança. Você quer suas garotas seguras, certo?

Golpe baixo certeiro, o que devo dizer a isto? Não?!

Eu respondo emburrada: — Sim.

Ele sorri e diz: — Bom. O CCTV vai direto para nossa


sala de segurança que Ghost ou Trick monitoram. O botão de
pânico faz a nossa sala de segurança ficar louca. Tão logo soe,
estaremos a meio minuto de distância. Mais seguro que Fort
Knox, baby.

Devo admitir que soa bem. Faz-me sentir mais segura.


Mas do que se supõe que tenho que ter medo?

Pergunto com cautela: — Quanto tudo isso vai custar,


Nik? Isso parece muito caro.
O rosto de Nik fica sério quando ele responde: — Você
não está pagando nenhum centavo, baby. Não adianta tentar
argumentar comigo sobre isso. Você não precisaria de
nenhuma dessas merdas, se não fosse por mim. Eu cuido do
que é meu.

Meu coração aperta. Isso é um pouco doce. Mas deve


custar na casa dos milhares de dólares. Eu não gosto disso.

Tento argumentar: — Mas...

Nik me corta com um beijo profundo e imediatamente o


meu corpo traidor responde.
Não é justo, seu grande mandão.

Ele se afasta um pouco e diz com firmeza: — Não.

Bem, eu acho que é o fim do argumento.


Leva uma hora para instalar as câmeras, um botão de
pânico, e um novo sensor da porta.
Viva!

Nossa campainha funciona novamente. Eu preciso fazer


um bolo para comemorar esta ocasião maravilhosa!
Eu beijo Nik, dou tapinha na bochecha de Ghost, e
agradeço aos outros rapazes. Todos saem e eu desabo. Nem
sequer fiz qualquer coisa e estou esgotada.

Hmmm.

Eu me pergunto o que aconteceria se eu pressionar o


botão de pânico agora? Eu olho em volta. Quando eu estou
certo de que ninguém pode me ver eu espreito debaixo do
balcão. Meus dedos se contorcem. Você conhece o ditado que
a curiosidade matou o gato? Tenho certeza de que foi escrito
por mim.

Eu deslizo meus dedos do topo do balcão para baixo e


assim que entro em contato com o botão… Eu salto dois
metros quando o telefone toca. Minha mão bate meu peito,
respiro profundamente e minhas pernas tremem.

Parece que eu sou tão arisco como um gato também.

Eu atendo e antes de eu dizer olá eu ouço: — Nem


sequer pense sobre isso.

É Ghost!
Eu me sento, dou um olhar severo, e coloco a mão no
meu quadril. Recosto na cadeira e digo: — Eu não iria
pressionar o botão!

Ghost soa divertido quando ele diz: — Aham.

Em seguida, ele desliga.


Eu faço um som exasperado e olho para o telefone. O
idiota desligou na minha cara!

Olhando para cima, eu faço careta direto para câmera.

A câmera se move à esquerda e depois à direita. Parece


que ele está agitando sua cabeça não! Atrevido!

Admita, você foi pega.

Sim. Totalmente pega.

***

Passei a maior parte da manhã seguinte ensinando Nat e


Lola como usar o novo equipamento de segurança. Vejo o
dedo de Nat contrair-se no botão de pânico. Eu sorrio e aviso:
— Eu não faria se eu fosse você. Ghost vai entregar-lhe o seu
traseiro em uma bandeja.

O rosto dela cai e os lábios fazem beicinho. Eu rio do


adorável que é. É por isso que nós somos amigas.

Passei o resto da manhã aspirando o pó dos furos e


limpando a vapor as roupas que receberam pó ontem. Uma
vez que eu tenho certeza que os itens estão como novos eu
coloco-os novamente em exposição. Lola e eu conversamos.
Eu pergunto-lhe sobre Trick e o que há de novo.

Ela responde: — Eu não tenho certeza do que está


acontecendo com Trick. Quando eu acho que ele vai fazer um
movimento, ele para. E eu estou lá, sabe? Eu quero que isso
aconteça. Mas algo está o segurando. Não tenho certeza o que
mais eu posso fazer.

Fico pensativa. Nik me disse que Trick voltou a morar


com a sua mãe. Ele não entrou em detalhes, mas eu tenho
certeza que isso tem algo a ver com ela. Talvez ela esteja
doente? Eu não quero fazer suposições para Lola e assusta-la,
então eu lhe acaricio o seu cabelo e falo: — Seja paciente,
querida. Trick não é um jogador. Deve haver uma razão.
Ela balança a cabeça e responde com amargura: — A
esperança é que ele vale a pena esperar. - Ela olha para mim e
imediatamente suaviza. — Porque eu farei, você sabe? Eu vou
esperar. - Ela abaixa a cabeça e acena como para tranquilizar-
se. — Por Trick, eu vou esperar.

Eu aperto-lhe o ombro e faço o meu caminho para o


balcão. Assim que chego lá vejo um homem mais velho do
outro lado da rua. Ele está apertando o peito e usando seu
chapéu-coco parabanar a si mesmo.

Caramba!

Ele vai desmaiar!

Eu corro para sala dos funcionários, pego uma garrafa de


água da geladeira e arrebato o meu estoque de doces de balcão
antes de sair correndo pela porta. Esquivo do tráfego usando
minhas mãos para mostrar aos carros que eu estou tentando
ajudar alguém; felizmente os carros param.

Chego até o pequeno homem afro-americano, justo


quando está a ponto de cair. Coloco meus braços em torno
dele e lentamente o abaixo até sentar seu traseiro contra a
parede de The White Rabbit.
Eu rapidamente pergunto: — Você está bem? - Eu abro a
água e lhe entrego.
Ele a pega de mim com as mãos trêmulas, bebe um
pouco e responde sem fôlego. — Oh, obrigado, filha. Parece
que o sol hoje está contra mim.

Meu coração desacelera e eu me deixo cair ao lado do


homem idoso. Eu abro meu estoque de balas de framboesa e
estendo para ele. Ele levanta uma sobrancelha, mas pega uma
e coloca em sua boca.

Com o doce ao lado de sua boca, ele diz: — Estes são os


meus favoritos.

Eu cutuco seu ombro um pouco e respondo com um


pouco mais de entusiasmo. — Os meus também!

A ligação com um homem mais velho através de uns


caramelos é agradável. Não me julgue. Ele ri, mas
rapidamente põe firme sua voz e repreende.

— Você poderia ter se machucado correndo para cá,


criança. Melhor não fazer isso de novo.
Concordo com a cabeça e respondo: — Desculpe,
prometo que não vou, mas se eu vir alguém que vai para baixo
do jeito que você foi, eu provavelmente irei.

Eu estendo a mão para ele e digo: — Eu sou Tina.

Por alguma razão, seu rosto parece atordoado por um


momento. Ele cobre-o rapidamente, pega a minha mão e
responde. — Jermaine.

Nós apertamos as mãos e sorrimos um para o outro.


Unidos por doces e água em uma calçada suja. Assim é como
começam as boas amizades.
Estou prestes a pedir a Jermaine para vir à loja de café
quando eu ouço: — Tio Jerm?

Max está lá olhando com os olhos arregalados para nós


dois.

Oh, caramba.

Este velho homem doce é o grande, e mau tio Jerm dos


Sixes? Como pode ser?
Meu rosto deve mostrar o meu choque não dissimulado
porque quando o tio Jerm olha para mim de novo ele ri.

Ele olha para Max e responde: — Vim apenas ver o meu


menino Nik. Senti-me um pouco tonto quando a supermulher
aqui voou e me salvou. - Ele se arrasta para o lado e pega a
minha mão entre as suas. — Você sabe, quando as pessoas me
disseram que a mulher do Nik era diferente, eu não entendi.
Eu pensei que uma mulher é uma mulher. - Ele beija uma das
minhas mãos e continua calmamente: — Agora eu entendi.
Você é um tipo especial de mulher, senhorita Tina. Estou feliz
de ter te conhecido. Foi uma honra e todo o meu prazer.
Asseguro-te.

Minha garganta engrossa.


Essa é uma das coisas mais bonitas que alguém já me
disse. Eu não sei como responder. Eu só abro e fecho a boca
como um peixe fora de água. Tio Jerm sorri para mim e
estende as mãos para cima para Max. Ele diz: — Ajude um
homem velho a levantar-se filho.

Max ajuda Tio Jerm levantar e sustenta seu braço com


uma mão. Em seguida, ele estende seu outro braço para mim e
utilizo para puxar-me para cima. Eu retiro a terra das roupas e
gaguejo.
— B-bem, é melhor eu voltar ao trabalho.

Eu beijo Max na bochecha, em seguida, faço o mesmo


com o tio Jerm. Eu sei quem ele é, mas eu sinto que temos
uma conexão após o incidente de hoje. Estou tão feliz quando
ele pega a minha mão, sorrindo e beija. Então eu valso de
volta para loja deixando Max sorrindo e balançando a cabeça.
Capítulo Vinte e
Três
O ataque da ‘mulher-demônio’

A noite do pôquer se transformou em noite de jogo de


tabuleiro.
Acontece que os caras estavam perdendo muito dinheiro
para Ghost, que tinha uma expressão constante de quem joga
pôquer, um rosto que não entregava nada em absoluto.
Max, Ghost, e Lola estavam sentados na mesa de jantar
perguntando aos outros, se alguém mais quer jogar. Vejo Nat
levantar a mão e caminhar até a mesa.

Uh, oh.

Eu nem sequer tento esconder minha preocupação. Vou


até Max e falo baixinho: — Você tem certeza que quer jogar
com ela?
Max parece confuso e responde: — Claro, T. Nos falta
um jogador.
Eu levanto minhas sobrancelhas e respondo com um
longo e arrastado: — Ooookaaay. - Então eu inclino-me mais
perto dele e sussurro: — Não diga que eu não avisei.

Eu faço meu caminho até os sofás com um jogo de Uno.


Meems odeia jogar comigo, mas é sempre uma boa menina e
um pouco competitiva o que é ótimo, porque ela não cede
facilmente quando eu chuto seu traseiro.
Nik, Trick, e Mimi se reúnem em torno de mim
enquanto eu reparto o baralho. Todos nós pegamos nossas
cartas e começamos a jogar.
Nik tenta me abraçar, mas eu sei que ele está tentando
olhar paras minhas cartas. Dou-lhe um olhar que diz nem
sequer pensar sobre isso, que deve ser suficientemente séria
porque ele levanta as sobrancelhas, coloca as mãos em sinal de
rendição e se afasta.

A coisa quase ficou séria.

Jogamos três rodadas. Eu ganhei as duas primeiras e eu


estou realmente feliz quando Meems ganha a outra. Eu pulo
fora do sofá e a derrubo no chão dizendo: — Você quer lutar
comigo?
Estou ainda mais feliz quando ela começa a rir. Mimi
parece muito mais feliz nesses dias. Assim que saio de cima
dela ouço Nat dizer em voz alta: — Este jogo é uma merda.
Oh porcaria!

Ghost sorri para ela e responde: — Não. Você que é


ruim.

Por que você fez isto? Oh porque, Ghost?! Não provoque o touro!
Nat levanta e inclina-se para ele sobre a mesa. Vejo seu
olho contrair. Isso não vai ser bom. Ela sussurra em uma
estranha calma: — Ah, é?

Ghost nem sequer a olha quando ele responde. — Sim.

Nat pega o tabuleiro e o joga do outro lado da sala. Ele


bate na parede e as peças voam em toda parte. Em seguida, ela
se levanta e caminha calmamente para o sofá onde ela deita e
diz carrancuda: — Eu estou entediada.

Sorrio e olho para um Max chocado, um risonho Ghost,


e uma Lola chateada. Eu digo docemente: — Eu avisei.
Max acena com a cabeça e diz: — Acabou o jogo, Red
Rover66.

***

— Papai?

Eu olho sobre o monitor, mas vejo que Tina já está


fazendo seu caminho até a cozinha para pegar um copo de
água para Ceecee. Sorrindo para mim mesmo, eu penso sobre
como ela seria uma mãe perfeita. Então de repente estou
franzindo a testa. Porque nós nunca vamos experimentar isso
juntos.

Max olha Tina com um pequeno sorriso.

Ela tem sido o modelo perfeito para Ceecee. Ela é uma


empresária bem sucedida com boas maneiras que adora
cozinhar e envolve Ceecee em coisas cotidianas. Seu conselho
para Max sobre deixar Ceecee ser independente realmente
valeu a pena, também. Ela se prepara sozinha para escola, faz
o seu próprio desjejum, e está muito mais feliz. Foi difícil para

66
Red Rover – enviar ou lançar algo. Max faz referência ao jogo infantil Red Rover e a atitude da Nat.
Max deixa-la fazer isto. Ele estava tão acostumado a fazer
tudo para Ceecee.
Parte dele estava com medo de não ser mais necessário
para ela. Eu acho que ele se preocupava que ficaria de fora da
vida de Ceecee se fizesse tudo por ela.
Tina desaparece no final do corredor e todos nós
continuamos a jogar.
Meia hora se passou e Tina não voltou.

Hora de bancar o Sherlock Holmes.

Eu rastejo pelo corredor e encontro Max espionando


Tina e Ceecee. Parece que ele quer rir. Eu toco seu ombro. Ele
se vira e coloca um dedo na sua boca pedindo silêncio.

Eu ouço Tina primeiro. — A coisa sobre maquiagem é


que menos é mais. Se você colocar uma tonelada de
maquiagem você vai acabar parecendo um palhaço!

Ceecee não fala por um longo momento, em seguida,


responde com: — Mas eu gosto de palhaços.

A voz de Tina soa melancólica quando ela diz: — Sim,


eu também. Então animadamente ela oferece: — Oh! Da
próxima vez o circo estiver na cidade nós vamos até lá
Eu posso ouvi-la praticamente saltando para cima e para
baixo.

Essa é a minha garota.

Ceecee sussurra sua resposta: — Você é tão legal.

Tina responde com naturalidade: — Não mesmo. Você é


mais legal. Tão legal como um bom sorvete.

Ceecee soa cheia de admiração quando ela pergunta: —


Sério?

Tina responde: — Sim! - Ela responde como se fosse algo


obvio. — Você acha que eu venho aqui para ver seu tio ou seu
pai? Não. Eu venho aqui para ver seu rosto bonito, anjo.

Elas não dizem nada por um tempo, em seguida, Ceecee


sussurra: — Amo você, Tina.
Tina responde com um abafado. — Eu te amo mais,
baby.
Eu me viro de lado para olhar para Max. Ele parece estar
com dor. Seus olhos estão brilhantes e ele engole em seco. Ele
se vira e caminha lentamente pelo corredor sem uma palavra.
Que droga.

***

Ceecee está finalmente dormindo e eu saio na ponta dos


pés pelo corredor de volta para os outros. Eu vejo que pararam
de jogar e todos tem tomado seus lugares habituais nos sofás
assistindo outro filme.

Todos, exceto Max.

Eu olho para Nik e atiro-lhe um olhar interrogativo. Ele


acena com a cabeça em direção ao pátio. Eu passo para o
pátio para encontrar Max com ambas as mãos no trilho da
varanda, sua cabeça baixa entre seus ombros. Eu toco seu
braço e pergunto calmamente:

— Max carinho, você quer me dizer o que está


incomodando você?

Ele responde em uma palavra curta: — Não.


Usando a mão para despentear seu cabelo levemente eu
digo: — Tudo bem, querido. Mas eu estou aqui com os
ouvidos abertos, se você precisar falar.
Estou a meio caminho de voltar para porta quando eu
ouço sua dor: — Você não tem ideia, querida.

Eu ando de volta para ele, toco em seu braço e digo-plhe:


— Então me ajude a entender.

Max engole em seco e diz baixinho: — Você não tem


ideia de como é amar alguém tanto assim, tanto que seu
coração treme, mas ela se parece exatamente com alguém que
você odeia. Parece um lembrete cruel a cada vez que a olho e
vejo o rosto da pessoa que a colocou nesta maldita cadeira.

Tristeza corrói o que restou do meu coração.


Uau. Este é o máximo que Max falou comigo sobre
Ceecee e seu acidente. Nik me contou a história apenas para
que tivesse todos os fatos e não ser completamente ignorante
sobre a mãe de Ceecee.

Sinto-me honrada que Max me deixou entrar.

O que Max não sabe é que eu sei um pouco sobre como


ele se sente. Mia se parecia com Jace, seu pai e cada dia era
uma lembrança da mágoa que eu senti. Mas, em seguida, Mia
iria sorrir ou rir e eu também recordaria que Jace era um
grande e gordo estúpido por deixar tudo para trás.
Passando os braços ao redor da sua cintura, eu aperto e
descanso minha testa nas suas costas. Nós ficamos assim
muito tempo antes de eu fugir e dar-lhe algum tempo sozinho.
Quando eu chego à porta e olho para trás para o meu
amigo danificado eu rezo que algum dia ele encontre o amor
novamente.

***

Sábado à noite chega e todos nós estamos ansiosas para


chegar ao clube.
Precisamos de bebidas e risos, imediatamente.
Anteriormente algumas pessoas tentaram nos derrubar e
Mimi me disse que se eu tive mais problemas com qualquer
uma esta semana era para apontar-lhes o dedo e dizer algumas
palavras realmente desagradáveis que me fez rir e corar.

Estamos todas vestindo nossos trajes habituais e nos


dirigimos para o The White Rabbit ou, país das maravilhas
como gostamos de chamá-lo. A antecipação nos deixa loucas.
Assim que saímos do táxi nós restringimos B-Rock gritando e
pulando como bobas. Ele ri, e nos mostra sua bochecha para
aceitar os nossos beijos e nos deixa entrar.

Esta noite vai ser maravilhosa!

Nós fazemos o nosso caminho até as escadas para área


VIP e a asiática Alice está lá para nos cumprimentar com um
sorriso e nos escoltar ao nosso camarote. Trick e Max já estão
lá sentados, conversando e rindo juntos. Assim que eles nos
notam aproximam-se para nos abraçar e nos cumprimentar.
Eu pergunto onde está Nik e Max encolhe os ombros e
diz-me que ele foi chamado ao seu escritório para lidar com
uma emergência.

Hummm.

Isso é péssimo.
Talvez eu deva ir lá e fazer sua emergência um pouco
mais divertida. Eu estou sorrindo internamente e decido que
eu vou fazer exatamente isso.
Mas, primeiro, eu preciso de uma bebida.

***
Eu me pergunto como diabos estou no meu escritório
com Sissy quando deveria estar lá fora esperando a Tina
chegar ao clube.
Esta não foi a emergência eu tinha em mente quando fui
chamado para o meu escritório.
Sissy está usando um vestido branco muito curto. É um
milagre que cubra suas partes íntimas e de repente eu me
pergunto o que eu vi nela.
Ela era fácil.

Ah, sim. Foi isso.


Sento-me na minha cadeira de escritório e Sissy fica
muito perto de mim na borda da mesa.

Eu pergunto: — O que posso fazer por você, Sissy? Você


sabe, isso é até engraçado, mas eu pensei que você estava
proibida de entrar no clube.
Ela me lança um olhar azedo e responde: — Não seja
cruel, Nik. - Ela sorri o que eu costumava pensar que era um
sorriso sexy e diz: — Eu só queria ver como você estava.

Esta é a porra da emergência?


Eu me impeço de esfregar as mãos pelo meu rosto e
respondo: — Estou ocupado. E por falar em ocupado, eu
preciso voltar por isso, acho que você sabe onde fica a saída.

Eu me movimento para levantar, mas ela me interrompe


com um pé na minha coxa. Ela move-se para perto de mim e
meus olhos apertam.

Ela está tramando algo.

Rapidamente, ela desliza para fora da mesa no meu colo,


baixa o rosto para o meu e me beija.

Não é um beijo bom tampouco.

É nojento e sua língua empurra em meus lábios. Repulsa


corre sobre mim. As mãos dela tentam retirar minha camisa
fora de minhas calças. Eu levanto. Ela cai no chão de joelhos.

Estou furioso e cuspo: — Eu tenho uma regra, Sissy.


Nunca volte a me beijar. Meus beijos são paras pessoas
especiais. Não as pessoas que usei para foder.
Eu desfaço o cinto e zíper para recolocar minha camisa
de volta em minhas calças quando a porta do escritório abre.
Olho para ver quem é.

Oh merda!

***
Eu abro a porta do escritório de Nik e congelo.

Nik está em pé com seu zíper aberto. Sissy está de joelhos


na frente de Nik, enxugando os cantos de sua boca tentando
consertar seu batom que está todo sobre a boca de Nik.
Quando ela me vê, ela sorri.
Há um punho envolvido em torno de meu coração e ele
aperta com força. Eu luto para manter a respiração.
Eu tranco meus joelhos para impedi-los de tremer. Eu me
sinto mal.
Puro terror se infiltra através do meu corpo.

Meu coração está quebrando.

Desgosto invade meus olhos e me implora para desviar o


olhar. E eu faço.
Usando minha mão, eu protejo minhas vistas, porque,
vamos falar a verdade, eu não quero ver Sissy sorrindo
vitoriosamente sobre o boquete que ela deu em Nik. Eu
grasno: — Eu sinto muito. Eu não quis interromper.

Minha voz sai grossa, minha boca está seca de repente.

Quão patética eu sou?

Eu entro no escritório do meu namorado e o pego me


traindo com a mulher-demônio e ainda peço desculpas.
Então eu viro as costas e caminho para longe, meu
coração despedaçado.
Eu ouvi alguém gritar meu nome, mas parece estar a
milhas de distância.

***
Como diabos isso aconteceu?

Enfio minha camisa em minhas calças e puxo para cima.


Olho para Sissy e minha raiva aperta minhas entranhas.

A cadela estúpida está sorrindo.


Eu posso ter acabado de perder o amor da minha vida e
ela me insulta. Meu sangue ferve. Mate ela. Sem controle.

Eu coloco minha mão na sua garganta, a levanto assim e


aperto forte. Ela esbraveja e dá um tapa em minhas mãos.
Eu pergunto em voz baixa, mas mortal: — Conseguiu o
que você queria, sua cadela doente?

Seus olhos estão arregalados e lacrimejando e ela ofega


por ar. Suas unhas perfuram a minha mão. Eu não me
importo. Eu perdi o controle, talvez até minha mente. Usando
a mão em sua garganta, eu empurro Sissy para trás contra a
parede. Seus lábios estão se tornando azuis e seus olhos estão
à deriva fechando-se.

Eu vagamente ouço: — Que porra é essa?

Em seguida, os braços estão em cima de mim me


afastando.
Max vira minha cabeça para encará-lo. Ele está dizendo
alguma coisa, mas eu não posso ouvi-lo. Ghost, Trick, e Max
todos tem seus braços em mim, gritando coisas para mim. Eu
vejo suas bocas se movendo, mas não há som.
Sissy desliza para baixo na parede apertando seu pescoço
e ofegando violentamente por ar. Meus olhos se dirigem para
porta e vejo Mimi, Nat, e Lola com seus olhos arregalados e
boca aberta mirando Sissy. Eu consigo me apartar dos caras e
me dirijo a Nat. Ela é minha única esperança neste momento.
Levantando minhas mãos, eu seguro seu rosto. Ela
parece preocupada. Digo com confiança: — Eu juro para você
sobre a vida de Tina, que nada aconteceu.

Eu seguro firme seu rosto, mas seus olhos derivam para


Sissy. Ela olha para Sissy por um longo tempo antes que ela
sussurre: — Eu acredito em você.

Eu a puxo para mim e beijo sua testa. Ela move as mãos


sobre as minhas que estão segurando seu rosto. Eu descanso
meu queixo contra sua testa e sussurro. — Onde ela está?

Nat dá de ombros contra mim.

Esta noite não pode ficar pior.

***
Eu tropeço para fora do clube.

Felizmente, eu consegui pegar minha bolsa antes de sair.


Meu celular começa a tocar a música Halo da Beyoncé, é o
toque de Nik.

De jeito nenhum estou respondendo. B-Rock parece


preocupado, mas me deixa seguir meu caminho sem me parar.
Enquanto eu atravesso a rua, eu escuto Beyoncé cantar o
primeiro verso.

Remember those walls I built,


Lembra aquelas paredes que construí,
Well, baby, they’re tumbling down
Bem, baby, elas estão desmoronando,
And they didn’t even put up a fight
E elas nem sequer lutaram,
They didn’t even make a sound
Nem sequer fizeram um som.

Foda-se, Beyoncé. Anjos não existem. Ninguém tem um


‘halo’. E se alguém tiver um, é somente para disfarçar os
chifres pontiagudos que tem em cima de suas cabeças.
Eu disse a Nik que eu não confiava em meus instintos
quando se tratava de homens e parece que eu estava certa
sobre isto. As mulheres dizem isso o tempo todo. Eu nem
sequer vi isto chegando.

Eu pensei que nós éramos felizes.

Um soluço escapa da minha garganta, justo quando


estou abrindo a porta da Safira. Então começa uma torrente de
lágrimas. Eu soluço com tanta força que não consigo uma
respiração completa. Leva-me um minuto para entrar. Uma
vez que eu estou dentro, eu fecho a porta atrás de mim. Eu
desligo o alarme, mantenho as luzes apagadas e tropeço. De
joelhos no meio da minha loja. A loja que eu não quero
possuir mais se isso significa que eu vou ter que ver Nik todos
os dias. Ainda chorando, meus olhos borram e eu não posso
ver, mas eu rastejo meu caminho em direção da sala principal
da loja.

Tristeza e um coração partido fazem redemoinho através


do meu corpo flácido.

Meus joelhos doem. Eu chio, respirando com


dificuldade.
Foda-se, ataque de pânico!

Eu não posso respirar. Acho que vou desmaiar.

E eu desmaio.

***

Passou uma hora e eu ainda não consigo encontrar Tina.


Eu estou doente de preocupação. Nós procuramos em
todos os lugares.

Onde ela poderia estar?

Temor me enche.

E se alguma coisa aconteceu com ela?

Nat me disse que ela não iria responder às minhas


chamadas assim que eu parei de tentar. Nat continuou
chamando-a de seu telefone, mas não obteve uma resposta. Eu
posso dizer pelo olhar em seu rosto que não é bom.
Eu chutei Sissy para fora e disse que se ela tentasse fazer
acusações contra mim que eu contaria a viciada em como que
ela é. O pai dela iria deserdá-la se todos soubessem disto. A
cadela estúpida me contou tudo.

Todo mundo está amontoado em meu escritório e todos


me olham como se eu estivesse prestes enlouquecer.

O que poderia acontecer se eu não encontrasse Tina em


breve.

Nat suspira e dá um tapa com uma mão sobre sua


cabeça. Ela sabe de alguma coisa. Eu corro até ela e pego suas
mãos nas minhas. Ela sussurra: — Safira.

Porra.

Quão estúpido eu sou?

Eu não espero por ninguém. Eu corro para fora do clube


através do tráfego e felizmente chego do outro lado incólume.
Eu tento a porta, mas ela está bloqueada. Eu olho para dentro,
mas está tudo escuro. Não parece que ela está aqui.
Meu celular toca e eu respondo. Ouço Ghost dizer
calmamente: — Ela está lá homem. Entrou em colapso. Entre
agora.

Eu largo meu celular e uso o meu cotovelo para tentar


quebrar o vidro grosso da porta.
Ele não se move.

Eu tento novamente e novamente até que meus pulsos


estão doloridos, meus cotovelos estão em carne viva e
sangrando, mas o vidro não vai quebrar. Eu rujo em angústia e
vou até a janela de exibição, eu ando alguns passos para trás,
em seguida, corro e jogo meu ombro contra ela.

Ela quebra.

Estou coberto de vidro e sinto sangue pingar no meu


olho, mas eu não me importo.

Eu ando entre os manequins até o depósito. E lá está ela.

Corro até ela e levanto seu corpo flácido. Ela está


inconsciente.
Gotas de sangue pingam de meu olho em seu rosto. Eu
abro a loja, chamo um táxi, e a levo para casa.

***

Meus olhos se abrem, em seguida, fecham. Eles estão tão


pesados eu não posso levantar minhas pálpebras. Eu tento de
novo e depois de algumas tentativas eu consigo abrir os olhos
um pouco. Há uma luz suave vindo do meu lado e eu tento
levantar meu corpo em uma posição sentada. Somente quando
eu estou prestes a desistir e deitar outra vez, braços estão sobre
mim e me ajudam.

Minha cabeça está latejando, e eu sinto como se o sangue


estivesse correndo para o meu cérebro. Eu olho para o lado e
vejo uma Nat preocupada sentada ao meu lado na cama. Eu
olho ao meu redor e empalideço.

Este é o quarto de Nik.

O que estou fazendo no quarto de Nik?

— O que estou fazendo aqui? — Eu sussurro.


Nat coloca o braço ao meu redor e explica: — Eu sei que
você está chateada, T. Mas foi tudo um grande mal entendido.

Meus olhos se arregalaram em descrença. Eu gemo e


levo uma mão trêmula ao meu crânio latejante. Ela continua
em silêncio. — Você não viu o que vimos, querida. Ele tinha
Sissy apoiada contra uma parede e estava sufocando-a até
quase matá-la. Será que isso soa como um homem que estava
feliz tendo um caso?

Ele fez o que?! Isso soa estranho. Eu permaneço em


silêncio.

Nat continua: — Quando você entrou no escritório, viu


uma cena planejada por Sissy, Nik está devastado. Ele acha
que perdeu você, Tina. Ele está uma bagunça.

Eu estou em guerra comigo mesma.


Eu quero acreditar. Meu coração diz ‘sim’ e minha
cabeça contesta com um sonoro e grande ‘não’.
Nat aperta meu ombro e afirma com confiança: — Tina,
quando ele olhou nos meus olhos e disse que nada aconteceu,
eu acreditei nele. Ele te ama. E ele nem sequer gosta dela. Eu
vi o olhar em seus olhos, era puro e honesto.
E é isto.

Nat nunca mentiria para mim. Se ela acredita em Nik,


ela tem suas razões para isso. Após um momento de silêncio
peço baixinho: — Você pode chamar Nik para mim, por
favor?

Ela sorri para mim e responde: — Claro, beba.

Eu sorrio suavemente. Minha mãe costumava me


chamar beba o tempo todo. Isso significa bebê em croata.

Ela sai da sala e de repente eu estou nervosa e suando. E


se Nik não me quiser mais, porque eu acreditei que ele faria
algo assim para mim? A porta se abre, me viro para olhar e ver
um Nik hesitante na porta. Eu tento tão duro ser forte, mas eu
desmorono. Cubro o rosto com as mãos e explodo em soluços
incontroláveis.

Eu sinto a cama afundar e em seguida sou levada ao colo


de Nik. Ele me embala como um pai faria por seu filho.
Ele murmura: — Está tudo bem, querida. Você está bem
agora.
E ele beija minha cabeça e me abraça até que eu acalme.
Eu soluço e balbucio: — Eu s-sinto muito. Sissy é uma ca-
cadela.

Eu termino com um gemido. Eu sinto Nik tremer com


risos e ele concorda: — Sim, querida. Ela é. Uma das grandes.

Ficamos abraçados em silêncio por um tempo. Nik


rompe o silêncio. Ele sussurra: — Eu nunca, nunca iria
machucá-la assim, Tina. Se eu alguma vez pensasse em te
trair, eu terminaria com você. Mas eu nunca te enganaria. -
Ele acaricia meu cabelo e continua: — Você é a minha vida.
Nada é mais importante para mim do que você. Mas eu estava
lá e eu sei o que você pensa que viu. E parecia muito ruim.
Tenho certeza que se eu encontrasse você e outro homem na
mesma posição eu provavelmente mataria o cara.

Oh, graças a Deus!

Ele entende!

Ele limpa meus olhos e eu levanto o meu rosto para olhar


para ele. Quando seus olhos se encontram com os meus eu
engasgo.
— VOCÊ ESTÁ FERIDO!

Sua sobrancelha já cicatrizada está inchada e costurada.


Ele tem pequenos cortes na testa e seu cotovelo está enfaixado.

Ele se encolhe e diz: — Sim. Sobre isso, eu chamei um


cara para substituir a janela da sua loja. Eu meio que corri
através dela.

Minha barriga aquece e meu coração aperta. Eu sussurro.


— Você correu através de uma janela de vidro para chegar até
mim?

Ele parece miserável e assente. Ele sussurra de volta: —


Eu pensei que você estava ferida, baby. Eu caminharia através
do fogo do inferno para chegar a você se eu tivesse que fazer.

Eu me inclino para frente, mantendo seu queixo em


minhas mãos, e beijo seus lábios suavemente. Meus lábios
tremem enquanto eu sussurro contra eles: — Eu te amo tanto,
Nik. Eu estava tão magoada. Eu pensei que você não me
queria mais.

Ele me puxa para perto e me beija profundamente. Ele se


afasta e responde: — Eu sei, querida. Eu sinto muito que você
foi ferida. Mas eu te amo. - Ele beija meus lábios, em seguida,
continua. — Amar alguém é confiar nesta pessoa com o seu
coração e rezar para que ela não o quebre. É sobre ter fé um
no outro. Eu te dei meu coração quando eu disse que te amava
o que significa que eu estou dando-lhe poder sobre mim.

Eu enterro meu rosto em seu pescoço e suspiro. Eu


nunca pensei nisso assim antes. Eu acho que eu tenho a
mesma quantidade de poder sobre Nik que ele tem sobre mim.
O amor é sagrado. Um presente de uma pessoa para outra. O
amor une as pessoas, não importa o quão diferente elas
possam ser.

É assustador? Oh sim!

Mas se nós nunca fizermos as coisas assustadoras na vida


nós levaríamos uma vida terrivelmente chata.

Aproveite a oportunidade.

Mas eu poderia me machucar?

Sim, você pode. Mas talvez você não vá se machucar.

Sim.
Talvez eu não vá.
Capítulo Vinte e
Quatro

A vida secreta de Tina

Passou um pouco mais de uma semana desde que Sissy


fez sua jogada em Nik. Ontem foi segunda-feira e eu me sentia
um pouco doente. Mas eu arrastei minha bunda para trabalhar
como faz a maioria das pessoas.
Eu acabei ficando a metade do tempo de bobeira e
fungando antes de Meems e Nat me enviarem ao escritório de
Nik com uma nota.

Sinceramente me senti como se estivesse sendo enviada


para o escritório do diretor. Quando chego ao escritório de
Nik vi seu rosto ficar preocupado depois de ver meu estado.
Eu me arrastei até ele e entreguei-lhe a nota. Seus olhos se
estreitaram, mas ele pegou a nota e leu em silêncio.
Nik coloca a nota sobre a mesa e começa a rir.

Eu me inclinei sobre a mesa para ler.

Vou pagar-lhe cem dólares se você ficar com ela pelo resto do dia.
Eu a amo até a morte, mas ela é uma porcaria total quando ela está
doente.
Com amor Nat x

Bem, esta não sou eu! Eu finjo estar ferida.

Mas minha amiga não está errada. Eu não sou fácil


quando estou doente. Eu me torno uma criança petulante de
cinco anos de idade. Nik me pega em um abraço de urso. Ele é
tão quente. Meu resfriado me deixa surda e eu tenho certeza
que eu estou com o nariz escorrendo. Eu digo com uma voz
anasalada: — Não me abrace, meu bem, você vai ficar doente.

Ele esfrega minhas costas.

Isso é muito bom.

Ele responde: — Não se preocupe comigo, querida. - Ele


me puxa de volta e beija o meu nariz. — Eu nunca fico
doente.
Isso nos leva ao dia de hoje.

Eu já não estou doente, de fato, eu me sinto ótima. Acho


que foi apenas um vírus de 24 horas. Os abraços calorosos de
Nik e o chá sem fim ele me trouxe ontem parecem ter
funcionado. No início desta manhã recebo uma mensagem
multimídia. É de Max e ele diz: Olho por olho.
É uma foto. De Nik.

A foto foi tirada cerca de uma polegada de seu rosto


adormecido. Sua boca está bem aberta porque tem bolas de
papel enroladas em suas narinas. As extremidades do papel
ficaram ao redor de sua boca. Gotas de suor rolavam para
baixo em sua testa.

Sim.

O Sr. Eu-nunca-fico-doente... Ficou doente.

Meu corpo treme com uma risada silenciosa e eu salvo a


imagem de Nik em meu telefone assim sempre que ele me
chamar ela vai aparecer.
Eu bato levemente na porta do quarto de Nat e digo a ela
que eu vou cuidar de Nik hoje. Ela balança a cabeça e eu
deixo as chaves em sua mesa de cabeceira. Então eu chamo
Max e digo que ele está no comando hoje no The White
Rabbit. Ele responde com um divertido: — Sim, senhora.

Eu embalo algumas roupas em uma mala para noite e


chamo um táxi.
Tempo para cuidar do meu homem.

***

No caminho para casa de Nik eu faço o taxista parar em


vários lugares. Em primeiro lugar, eu paro na farmácia e
consigo xarope e aspirina. A próxima parada é no
supermercado onde eu compro bebidas isotônicas que contêm
eletrólitos, chá de camomila, mel, macarrão e legumes. Minha
última parada é no açougue. Compro uma carcaça de frango,
carne de ossobuco67, e asas de peru. Uma combinação
estranha, eu sei.

Max me disse que iria deixar o portão lateral aberto para


mim, então quando chego à casa deles entro diretamente. Eu
despejo tudo na cozinha, tomo uma bebida isotônica e faço o
meu caminho para o quarto de Nik.
67
Ossobuco http://www.feed.com.br/mundo-da-carne/cultura/ossobuco-conheca-todo-o-sabor-desse-
corte-de-origem-italiana/
Abro a porta devagar, e espreito. Ele levanta a cabeça e
geme: — Você é a pior namorada do mundo. Nós não somos
mais amigos.

Eu rio e vou sentar ao seu lado na cama. Ele realmente


parece doente, o pobrezinho. Usando a palma da mão para
testar a temperatura da sua testa, eu digo: — Compartilhar é
importante, querido.

Ele fecha os olhos em êxtase quando as palmas frias das


minhas mãos descansam em sua bochecha e testa. Ele diz: —
Haha. Você é tão engraçada que está me dando dor-de-cabeça.
Tolinha.

Eu pensei que eu era ruim quando estava doente. Mas


Nik é ainda mais sombrio do que eu quando ele está doente e
muito mais temperamental. Mas ele é adoravelmente
temperamental.

Pobre bebê.

Eu puxo as cobertas de cima dele e puxo um lençol sobre


ele, em seguida, volto para cozinha para buscar uma aspirina,
xarope, e outra bebida isotônica, em seguida, levo de volta
para o meu paciente. Eu faço-o tomar a aspirina que ele
realmente não quer e deixa-me saber disto por seu suspiro
longo e profundo.

Sorrindo, eu enxugo seu rosto com uma toalha gelada e


corro meus dedos por seu cabelo bagunçado. Ele sussurra: —
Isso é bom, baby.

E então ele está dormindo, roncando e tudo. Uau. Ele


está mais doente do que eu estava ontem. Mas ele disse que
nunca fica doente, então isso deve ser o resultado de anos de
doença reprimida.

A casa precisava de um pouco de arrumação o que para


mim estava bem, passo o resto da manhã verificando Nik,
certificando-me de que ele tome aspirina e xarope para tosse a
cada três horas e limpando seu rosto e braços com água fria.
No início da tarde eu começo a fazer sopa. Eu felizmente
encontrei uma panela de sopa; tenho certeza que é da mãe de
Nik, porque eu não posso imaginar Nik ou Max fazendo sopa.

Eu jogo a carne e os legumes dentro, cubro com água


fria, e coloco a panela em fogo alto. Eu espero até que ferva,
em seguida, mexo de dez em dez minutos. Depois de uma
hora fervendo, parece do jeito que eu quero então eu desligo.
Eu coloco a sopa em outra panela, retiro a gordura do peru,
corto a carne em pequenos pedaços e jogo no caldo. Eu pego
duas cenouras cozidas e espremo com um garfo e acrescento à
sopa também. Eu volto o caldo a ferver novamente. Eu
adiciono mais água, um pouco de molho de tomate e tempero
a gosto, então eu quebro o macarrão e jogo-os também. Tudo
ferve junto por dez minutos. E Voilá!

A cura para qualquer doença... De acordo com a minha


mãe.
Braços fecham em volta da minha cintura e eu grito. Eu
sinto Nik rir ao lado do meu pescoço.

— Você. Me assustou outra vez!

O homem é tão silencioso como uma pantera, mesmo


quando ele está doente como um cão! Fico feliz em ver que ele
tem um pouco de sua cor de volta. Sua testa parece mais fria
também.

Viva!

Eu pergunto calmamente: — Sentindo-se um pouco


melhor?
Ele balança a cabeça e olha para panela de sopa. Ele dá
um tapinha em seu estômago e diz: — Isso cheira bem. Estou
com um pouco de fome.

Sim!

Seu apetite está de volta também. Deve ter sido um vírus


de 24 horas, assim como o meu.
Digo-lhe para sentar-se no sofá e eu vou levar para ele
um pouco de sopa. Ele se senta e eu encho duas tigelas de
sopa. Todo este trabalho de enfermeira me deu fome.
Cuidadosamente, eu coloco as duas tigelas próximas a
ele, eu sento e nós comemos. A reação de Nik a minha sopa é
engraçada. Ele faz barulhos quando ele gosta de alguma coisa
que ele come. Tudo o que ouço são gemidos de aprovação e
‘mmmm’. Eu sorrio para minha tigela.

Ele não tem ideia de como ele é adorável.

De repente, eu me endireito.

Diga à ele.

Hesitação trabalha o seu caminho em mim.


Eu luto comigo mesma, mas justo quando acho que
ganhei a batalha, deixo escapar: — Então... Eu tive uma filha.

O corpo de Nik enrijece ao lado do meu.

Evitando seu olhar, eu mexo a minha sopa e continuo,


dizendo: — Ela... ela teria feito cinco anos este ano. O nome
dela era Mia. E ela era linda, Nik. - Minha garganta engrossa
com emoção. Eu sussurro: — Ela era linda, Nik. Você a teria
amado.

Meus olhos e meu nariz formigam. Eu estou tendo um


momento difícil para controlar minhas emoções, mas eu faço
o melhor que posso.

Por que eu acho que isso foi uma boa ideia?

A tigela de sopa faz barulho quando ele coloca a sobre a


mesa. Ele coloca a minha sopa sobre a mesa também antes
que ele me embale em seus braços.

Colocando seus lábios contra minha testa, ele pergunta


baixinho: — O que aconteceu com Mia, baby?
Tomando um segundo para controlar a angústia que se
instala no meu peito, eu limpo minha garganta e respondo: —
Mamãe a levou para uma caminhada matinal. Elas faziam
isso todos os dias. Mamãe tinha Mia em seu carrinho e estava
atravessando em uma faixa de pedestres quando um carro
atropelou as duas. — Memórias deste evento horrível passam
através de mim. Lágrimas enchem meus olhos e eu sussurro
roucamente, — Mamãe deve ter visto isso chegando no último
segundo, porque ela jogou seu corpo na frente do carrinho de
Mia. Mas não fez diferença, porque o garoto que colidiu com
elas estava em estado de choque e não conseguiu frear
imediatamente. Elas foram arrastadas por algum tempo. Ele
mandando mensagens e dirigindo. Nem estava olhando a
estrada, Nik. — O soluços ameaçaram sair então digo em um
grunhido:
—Mesmo que minha mãe tenha sido atingida primeiro,
ela viveu por três dias antes de desistir de sua luta. Minha bebê
morreu no local. Ela também nasceu com hemofilia. Ela
herdou isso de mim. Ela sangrou. Em seu maldito carrinho de
bebê Nik. Meu bebê saiu para seu passeio matinal e morreu. A
única coisa que me impediu de ficar louca é saber que minha
mãe está em algum lugar nas nuvens cuidando e brincando
com Mia. O carrinho ficou preso sob o para-choque dianteiro.
Eu tive que ter um caixão fechado para ela. - Minhas
memórias torturadas rompem. Continuo em um tom áspero:
— O lado direito de seu rostinho lindo se foi, Nik. Seu caixão
era rosa e tão pequeno. Ninguém deveria ter de fazer caixões
tão pequenos. Jace nem sequer apareceu para o seu funeral.

Passei meses tendo pesadelos sobre os últimos momentos


de Mia. O que ela estava pensando? Ela entendeu o que estava
acontecendo? Por quanto tempo ela sentiu esta dor horrível
antes de morrer? A ansiedade me mantinha imóvel, às vezes.
Depois vieram os ataques de pânico. Houve um curto espaço
de tempo quando eu pensei que teria que ser internada para
controlar a minha dor.

Todas as noites durante meses eu ia dormir e acordava


ouvindo os gritos de Mia. Desespero me deixava arranhando
minhas orelhas e arrancando pedaços do meu cabelo, pedindo
e implorando para isto parar. Isto tudo estava na somente na
minha cabeça, mas parecia tão real. Nada poderia afastá-los.

Ele pergunta: — Jace era o pai de Mia?

Eu concordo. Respiro fundo e respondo com voz


trêmula: — Sim, Jace era o pai de Mia. Eu era jovem quando
nos conhecemos na faculdade. Estivemos juntos por dois
perfeitos anos. Ele foi meu primeiro e eu pensei que íamos nos
casar algum dia. Eu achava que ele era perfeito para mim.
Namoramos e desfrutamos da companhia um do outro, nos
apoiamos mutuamente. Quando eu descobri que estava
grávida e disse a Jace, ele me disse que precisava de tempo
para pensar nisso. Ele pediu um pouco de espaço. O que
deveria ter sido a minha primeira dica. Então, dei-lhe três dias.
Quando eu fui ao apartamento dele... Foi horrível. — O corpo
de Nik fica tenso, mas eu continuo:
— Não restou nem uma foto na parede. Este era alguém
que disse que me amava diariamente. E eu acreditei nele.
Liguei para sua mãe tentando encontrá-lo. Ela não sabia onde
ele estava. Os pais de Jace viam Mia algumas vezes por ano e
a amavam tanto. Jace perdeu o contato com sua família, mas
eu ainda os coloquei na vida de Mia. Eles participavam de
cada Natal e aniversário. Jace apenas... se foi.
Nik permaneceu em silêncio. Estou preocupada que isso
seja demais para ele. Mas, se estamos seriamente envolvidos
Eu não quero mais quaisquer segredos entre nós.

Já era tempo.

Nik finalmente diz: — É por isso que você não quer mais
filhos. Esta é uma declaração.

Balançando a cabeça, eu sussurro: — Eu não posso


passar por isso, Nik. Nunca mais. Meu coração se partiu de
uma forma que as peças simplesmente não se encaixavam
juntas novamente.

Eu estou desesperada para ele entender. Nik beija minha


testa e diz baixinho: — Eu sinto muito, baby. Ninguém
deveria ter a experiência que você teve. Não só perder seu
bebê, mas sua mãe, também. Eu não posso... Eu não posso
nem mesmo começar a imaginar o que você passou meu
amor.

O peso que estava sobre mim foi substituído por um


turbilhão de emoções mais leves.

Alívio. Medo. Amor.

Eu não quero pena. A pena de Nik poderia destruir-me.

Levantando os olhos para os dele, eu imploro: — Não


tenha pena de mim.

Nik balança a cabeça lentamente e responde: — Eu não


tenho pena de você, bebê. Mas, foda-me, eu sinto tanta tristeza
por você agora. E amor. E admiração. - Ele enfia uma mecha
solta do meu cabelo atrás da minha orelha e continua: — Eu
não sei como você conseguiu passar por tudo isso. Mas eu
respeito você pra caramba agora. E a questão sobre crianças
faz sentido para mim, também. Eu não sei como eu teria
lidado se tivéssemos perdido Ceecee no acidente. Eu sinto
muito que você perdeu a sua menina, baby. Eu te amo, Tina.

Seu beijo me enche de esperança. Isto é muito mais do


que eu pensei que eu precisava. Eu nem sequer percebi isso.

Eu amo Nik tanto.

Uma parte pequena, danificada do meu coração se cura.

***

Depois de minhas confissões para Nik, eu acabei


passando a noite lá. Ceecee e Max voltaram para casa e
comeram sopa no jantar e fiquei surpresa que ambos pareciam
felizes com isso. As pessoas normalmente não achavam que
era suficiente. Mas Max explicou: — Nós só conseguimos
comer sopa quando estamos doentes por isso quase nunca
comemos.

Depois de comer, Nik e eu nos despedimos e fomos para


cama. Nós seguramos um ao outro toda a noite, ficamos
abraçados e nos beijamos. Isso foi perfeito. Apenas o que eu
precisava. Esta manhã nós dois estamos de volta ao trabalho.
Nat abriu a loja que estava vazia.

Eu digo a ela: — Eu contei a Nik sobre Mia.

Seu corpo congela, seus olhos se arregalam e ela arqueja:


— Não! Sério?

Eu concordo. — Sim, estava na hora.

Um leve sorriso se forma em seus lábios e ela me abraça.


Então ela diz: — Eu estou tão orgulhosa de você. Mia não é
um segredo sujo, querida, ela é uma memória bonita.

Sim, ela é.

Ding, dong

Eu amo o novo som!

— Desculpe, volto mais tarde.

Nat e eu nos separamos do nosso abraço para ver Ghost


de pé na porta olhando desconfortavelmente para nós.
Sorrindo para ele, eu digo: — Foi apenas um abraço,
Ghost. Nós não estávamos fazendo nada!

Ele muda de seu pé esquerdo para o pé direito, em


seguida, parecendo indeciso olha para mim. Ele me dá uma
pequena caixa. Eu olho para ele com os olhos apertados e
pergunto: — Isto é de Nik?

Ghost sacode a cabeça e fala: — Eu não sei, eu só


pensei... parecia importante para você então eu... Foda-se,
você pode apenas abri-lo?

Ghost me comprou alguma coisa? O mundo está louco?!


Voltei a poucos passos do balcão e coloquei a caixa na
parte superior. Eu cuidadosamente abro e ofego.
Minhas mãos cobrem a minha boca escancarada e as
lágrimas escorrem pelo meu rosto. Ghost empalidece
rapidamente e diz: — Oh Foda-se, Tina. Sinto muito. Achei
que você ia gostar. Eu vou jogá-lo fora. Nik vai chutar minhas
bolas.

Ele pega a caixa e eu grito: — Não!


Eu limpo as lágrimas de meu rosto e sussurro: — Eu amo
isto. Obrigado.

Eu ando até ele, envolvo meus braços em torno de sua


cintura, e o abraço apertado. Eu sinto seu braço envolver em
torno de meu ombro e apertar. Ghost me abraçou. Eu posso
morrer em paz agora.
Sorrindo, eu o liberto de minhas garras e caminho de
volta para caixa. Eu retiro a pequena urna de cerâmica e
coloco sobre o balcão. Corro os dedos do outro lado da placa
gravada.

Bear.
O meu rapaz favorito está de volta com sua mãe. De
repente, sinto-me mais leve. Eu não tinha notado Ghost atrás
de mim até que ele diz: — Ele era um bom gato, hein?

Concordo com a cabeça e sussurro: — Ele era o gato da


minha filha. Ele era tudo o que eu tinha dela.

Um longo silêncio segue então eu sinto sua mão apertar


meu ombro.

Ding, Dong.
Eu não tenho que olhar para trás para saber que ele se
foi. Nat surge ao meu lado e me abraça pela cintura e nós duas
mostramos nosso respeito a Bear.

Depois de um tempo eu pergunto a Nat: — Ainda acha


que Ghost não tem um coração?

Ela responde calmamente: — Eu não tenho mais certeza


de nada.

Eu sorrio, beijo meus dedos e os coloco na urna.

Amo você, Bear.

***

Ghost entra na sala de conferências como uma


tempestade e bate a porta atrás dele.
Max, Trick, e eu já estamos lá, nós olhamos para ele
como se ele tivesse perdido a cabeça. E o que ele diz a seguir
confirma que ele perdeu mesmo.

— Tina tinha a porra de uma criança?! - Ele grita.


Ah Merda.

Eu levanto e deixo escapar a primeira coisa que vem à


mente: — Como foi que você descobriu?

Ghost passeia pela sala, nervoso e gagueja sua resposta:


— Ela só me disse! Eu... eu só queria dar-lhe o gato. E
depois... Bam! Ela menciona a filha. Eu somente... Eu só
trouxe o gato pelo amor de Cristo!
Ele soa histérico. Eu nunca vi Ghost perder a cabeça
assim. Ele não demonstra sentimentos. Eu acho que é por isso.

Pensando sobre o que ele disse, eu estou confuso. Eu


pergunto com cuidado: — Você comprou um novo gato para
Tina?

Ele imediatamente responde: — Não, eu cremei o gato


dela. Levei-o para ela esta manhã e ela perdeu o controle.
Chorando e merda. Por que elas sempre choram?!
Max e Trick estão olhando de boca aberta para mim. Eu
sei que tenho algumas explicações a dar. Preocupa-me porque
Tina não me deu permissão para discutir isso com os meus
rapazes. Mas, novamente, ela disse a Ghost. Apesar de que
poderia ter sido devido ao fato de que ela foi esmagada pela
emoção do que ele fez por ela. Eu estou oprimido pelo que ele
fez para ela. Eu acho que ele gosta dela depois de tudo.

Eu aponto para ele e digo: — Sente-se. Relaxe antes de


você ter um ataque cardíaco. Ghost senta e eu começo: —
Tina me disse ontem que ela teve uma filha. Ela ficou grávida
na faculdade de seu namorado e o idiota a deixou sem deixar
vestígios. Mia tinha dois anos quando ela morreu. A mãe de
Tina levou o bebê para um passeio e elas foram atropeladas
por um carro e arrastadas em uma faixa de pedestres. A mãe
de Tina se jogou na frente do carrinho, mas ambas morreram.
Então, sim, Tina tinha uma filha chamada Mia. Tina perdeu a
mãe e a filha no mesmo acidente. Essa é a razão pela qual ela
veio para Nova York. Fim da história.
Um silêncio espesso e longo se seguiu.

Todos estavam perdidos em pensamentos. Depois de um


momento Max perguntou baixinho: — Como ela faz isso?

Viro-me para o meu irmão. Ele parece triste. Essa


conversa deve ter trazido de volta memórias do acidente de
Ceecee. Pergunto baixinho: — Fazer o quê, mano?

Ele vira seus olhos tristes para mim e responde: — Viver.


Eu balanço minha cabeça e ombros.
Eu não sei.
Capítulo Vinte e
Cinco
Para o bem comum

Acordo esta manhã com meu telefone tocando. Eu não


posso acreditar em meus olhos quando eu encontro um texto
em meu telefone do Omarr. É uma mensagem pedindo para se
encontrar comigo. O cara perdeu sua mente maldita?
Ele matou meu gato!

Nik e os caras têm falado muito sobre Omarr e os Sixes


ultimamente, o que significa que já estive escutando muito
também.

Eu sei que o tio Jerm está preocupado com Omarr e


agora o classifica como um pilantra, o que seja que isto
signifique, e que o Nik está preocupado por mim, porque
Omarr é um psicopata. Descobri que Nik gastou mais de dez
mil dólares em segurança na Safira sozinho. Eu não quero
nem saber o quanto ele gastou na segurança do apartamento.
Nik também mencionou ao Max na outra noite que o tio Jerm
precisa de evidências para provar que Omarr está atuando por
trás das suas costas, e assim possa puni-lo.

Acho que posso ajudar com isso. Mas eu preciso de um


par extra de mãos. Eu chamo a Nat. Quando ela aparece na
porta, eu sento de pernas cruzadas no centro da minha cama e
uso minha melhor voz profissional.

— Sente-se, senhorita Kovac.

Seus olhos estreitam, mas eu sei que Nat está intrigada.


Ela se senta na beira da minha cama e acena com a cabeça
para eu continuar.
Eu entrego-lhe o meu telefone. Enquanto ela lê o texto,
eu explico: — Então, Nik e tio Jerm tem um grande problema
com Omarr. O que podemos fazer para ajudar, você
perguntaria? Bem, eu tenho um plano. Mas só posso fazer isso
se você está dentro, também. Eu não posso fazer isso sozinha,
querida.

Ela balança a cabeça e pergunta: — Qual é o plano?


Eu estremeço e lhe explico. Com os olhos arregalados,
ela diz:
— Você está louca. Mas eu amo isto. Estou dentro.

Eu grito e salto na minha cama. Nat ri e me devolve meu


telefone, eu imediatamente mando uma mensagem para
Omarr para nos encontrar hoje à noite no meu apartamento.

Deus, eu espero que isso funcione.

***

Nik e eu nos encontramos para almoçar hoje como


sempre. Ele continua me olhando com olhos apertados. Ele
sabia que algo estava acontecendo. Eu estava um pouco
nervosa e ansiosa e não importa o quão duro eu tentei
suavizar o meu corpo, eu estava tão rígida como um cabo de
vassoura.
Quando nós estávamos caminhando de volta para Safira
Nik pergunta: — Está tudo bem, querida?

Eu não confio em mim mesmo para responder-lhe, então


eu só dou um aceno de cabeça e sorrio.
Tudo vai ficar bem, Nik.

Marque minhas palavras.

***

Nat e eu acabamos de chegar. São seis horas e tenho


meia hora para me preparar para reunião com Omarr. Pulo no
chuveiro, mas hoje não canto ‘Working 9 to 5’. Esta é minha
canção de dia feliz, hoje pode não ser um dia tão feliz. Tenho
que manter minha cabeça no jogo. Uma vez fora da ducha,
pego a roupa que Nat escolheu de cima da minha cama.

Oh, Deus que nojo!

É a roupa mais reveladora que tenho. É um minivestido


preto colante, que usei só uma vez com meias e um par de
saltos brancos. Nat entra no meu quarto com as mãos cheias
de maquiagens e produtos para o cabelo. Ela move meu cabelo
e arruma, depois aplica muito mais maquiagem que da ultima
vez coloquei por vontade própria.

Ela me borrifa com perfume, justo quando a campainha


toca.
Ela segura meus ombros firme e diz: — Relaxe. Eu estou
apenas no quarto ao lado. Você sabe o que fazer. Nós
passamos isso cem vezes.

Eu concordo. Esta foi a minha ideia. Minha maldita


ideia idiota!

O QUE DIABOS EU ESTAVA PENSANDO?!

É muito tarde agora, atenda a maldita porta.

Eu fecho meus olhos e respiro profundamente. Eu conto.


Um-dois-três-quatro e abro a porta.

Omarr inclina-se contra o batente da porta parecendo tão


malditamente lindo.Pena que ele é doido de pedra.

Coloquei meu melhor sorriso sensual para coincidir com


a minha voz sensual e digo lentamente: — Uau. Você está
gostoso demais, lindo.

Os olhos do Omarr se abrem e sua boca cai ligeiramente.

Oh sim. Eu te peguei. Anzol, linha e a chumbada.


Ele limpa a garganta e pergunta: — Posso entrar?

Ainda sorrindo, eu passo para o lado, mas não muito,


enquanto ele entra meu corpo roça o dele e me pressiono
contra ele. Eu coloco a mão em seu peito e me inclino para
perto do seu ouvido, os meus lábios descansam em sua orelha
e sussurro: — Precisamos conversar. Em particular.

Ele parece atordoado, mas concorda lentamente como se


estivesse em transe. Eu pisco e aceno com a cabeça em direção
ao corredor. Enquanto entramos no meu quarto, eu grito: —
Nat, eu estou no meu quarto com companhia.

Alguns segundos se passam e Nat responde um abafado:


— Certo. Não perturbe. Entendi.
Perfeito. Nat é boa nisso.

Nós entramos no meu quarto e eu faço sinal para que ele


sente em minha cama. Justo quando estou a ponto de
sentarme, endireito dramaticamente e digo: — Precisamos de
bebidas. Volto logo.
Eu corro de volta para cozinha, pego o telefone e disco o
número de Nat. Ela responde e sussurra: — Esta em marcha.
Vá pegá-lo, baby.

Eu volto para o meu quarto com duas cervejas e meu


telefone. Assim que eu entro olho para o meu telefone, rolo os
olhos e murmuro:

— Desculpe. Eu tenho que mantê-lo perto de mim no


caso de Nik chamar. Coloquei muito esforço nesse homem
para perdê-lo agora.
Eu coloco meu telefone na mesa ao lado da minha cama
e sento na minha cama perto do Omarr. As Sobrancelhas do
Omarr estão franzidas e ele pergunta: — O que você quer
dizer em colocar muito esforço nele para perdê-lo?

Eu respondo tão sério como eu posso conseguir.

— Bem, Nik tem dinheiro. Muito mesmo. Eu não estou


em um bom caminho agora e eu preciso de dinheiro.
Urgentemente. — Eu dou de ombros e reviro os olhos. — Nik
me ama, O. Ele vai me dar qualquer coisa que eu quero. Só
tenho que enrolá-lo um pouco mais.
Os olhos do Omarr ampliam e ele repete: — Nik tem
dinheiro. Muito dinheiro.

Eu aceno e sorrio como se dissesse agora você está


entendendo.
Omarr sorri e toma uma cerveja da minha mão, toca na
minha cerveja em um brinde.

— Para as cadelas manipuladoras!

Oh meu Deus, está funcionando!

Eu luto contra a vontade de vomitar e anuncio: — Você


está fodendo as coisas para mim, Omarr. Você tem que parar,
baby. Se você me quer vai ter que esperar sua vez. Entende?

Omarr acena com a cabeça solenemente e diz: — Isso é


uma merda. Sinto muito, baby. Eu sei que eu tenho feito
algumas fodidas coisas para você, mas eu quero você. Não
apenas por causa do Nik. Eu só quero você.

Ele se vira para olhar para o meu rosto e diz: — Eu não


sei se eu posso esperar por você, pequena. Eu quero você
agora.
Ele se inclina para frente e eu apenas sei que ele vai
tentar me beijar. No último segundo, eu viro minha cabeça e
ele beija minha bochecha. Decepção cruza seu rosto enquanto
rapidamente sacudo a cabeça e minto.

— Querido, este não é o primeiro trabalho que eu fiz. Eu


não posso ter nenhuma distração ao redor. Já aconteceu
comigo antes e eu perdi. Grande. Eu não vou deixar que isso
ocorra novamente. - Eu coloco a mão em seu peito e mexo
com o colarinho. — Agora você vai deixar o Nik em paz ou o
que?

Omarr não parece feliz, mas ele concorda.

Viva!

Eu deslizo minha mão até sua mandíbula, inclino e


coloco um beijo lento em sua bochecha. Eu sussurro: —
Obrigado, querido. Você não vai se arrepender.
Seus olhos estão fechados quando eu me afasto dele. Ele
rapidamente abre os olhos e diz: — Você perguntou a ele
sobre Marcus?

Eu aceno, faço um beicinho e respondo: — Sim, eu fiz.


Eu sinto muito, baby. Eu não sabia que Nik matou seu irmão.
Isso é uma coisa difícil de passar. Eu não posso acreditar que
seu tio não iria se vingar do Nik. É como se ele simplesmente
ficasse livre por assassinato. O que há com isso?
Eu pareço quase genuinamente curiosa. Espero que ele se
abra mais.
Os olhos do Omarr endurecem e ele responde: — O tio
Jerm não gosta de guerras. Nik era parte do Chaos e Marcus
foi morto na casa de um membro da Chaos, então ele pensa
que Marcos mereceu.

Ele olha nos meus olhos e dor real brilha através deles.
Eu sinto muito por este homem quebrado. Ele prossegue: —
Eu entendo que o Nik era uma criança, mas nas ruas é olho
por olho. Eu quero fazer sua vida tão miserável como a minha
foi. Além disso, eu não me preocuparia muito sobre o tio
Jerm... pode ser ele que não esteja aqui por muito mais tempo
para nos preocupar.

Meu interior se retorce.

Bingo!

Eu inclino minha cabeça em seu ombro e esfrego seu


joelho. Pergunto com voz tonta: — Por quê? Ele está doente?
Ele ri e beija o meu cabelo.

Nota mental; tomar banho após Omarr ir embora.

Ele se gaba. — Não, baby. Você não é a única que está


trabalhando. - Acaricia meu braço e sussurra em voz
estridente: — Eu vou ter meu próprio exército até o final do
ano. Estamos planejando um motim. Se ele não se ajoelhar
diante de mim, ele é um homem morto.

Eu arquejo e grito surpresa: — Você mataria seu próprio


tio?!

Ele me pega de surpresa quando ele puxa meu rosto para


ele e me beija. Eu me forço a ficar calma e me aviso para
continuar respirando. Ele se afasta de meus lábios e sorri: —
Você é muito bonita. Soube que era para mim desde o
primeiro dia em que nos conhecemos. Ele deixa ir meu rosto
corado e se endireita. E sim, eu mataria meu tio. Num piscar
de olhos. Nik ainda está vivo. Eu deveria ter sido autorizado a
colocar uma bala nele.

Oh uau. O nível de psicose desse cara está no vai mais


alto de que qualquer cara que eu já vi. Ele fala sobre morte
como se fosse nada. Apenas um trabalho.
Eu engulo em seco e sussurro: — Por que você matou
meu gato, O?

Ele tem a decência de parecer envergonhado enquanto se


desculpa. — Eu sinto muito, Tina. Eu só queria feri-la porque
você me machucou.

Eu olho para cima e minto: — Mas isto foi apenas um


ato! Nik não é nada para mim. Somente um cheque de
pagamento.

Ele concorda e garante: — Foi rápido. Decapitação é


uma maneira muito pouco dolorosa.

Meu rosto empalidece, minha respiração fica pesada, e


me sinto mal. Oh caro senhor. Ele decapitou meu gato?! Eu
acho que vou vomitar. Em vez disso levanto e digo com força:
— Bem, agora que temos resolvido as coisas e firmamos uma
trégua, eu posso perdoá-lo.

Sobre o meu cadáver. Ele entende o significado e


também fica em pé. Aproxima-se de mim e murmura: —
Talvez devêssemos selar este acordo com um beijo.
Sua mão traça minha clavícula e eu estremeço em
desgosto.
Omarr entende meu estremecimento como outra coisa e
sorri. Afirmo: — Claro, só assim nós dois saberemos o que
estamos enfrentando. Eu continuo trabalhando com o Nik e
uma vez que me pague sou tua.

Ele balança a cabeça e continuo: — Mas você tem que


recuar. Eu não posso ser distraída. Você quer Nik ferido e eu
vou machuca-lo, baby. Para você, eu faria qualquer coisa.

Então eu ando um passo em frente e o beijo com os


lábios fechado, mas com entusiasmo. Depois que eu conto
mentalmente a quinze, eu dou um passo para trás e forço um
sorriso. Omarr está radiante e de repente eu já não me sinto
mal sobre fazer isto. Omarr precisa de ajuda e seu tio é o único
que pode fazer isso.

Eu estou fazendo a coisa certa.

Para o bem maior.

Pego a mão de Omarr e o acompanho até a porta. Ele


hesita enquanto abro a porta logo se inclina e beija minha
bochecha. Com seus lábios, todavia contra mim, sussurra:
— Te quero, gata.

Em seguida, ele se foi.


Assim que fecho a porta meu estômago faz um nó e eu
deslizo as mãos tremulas para cima apertando minhas
bochechas e em meu cabelo.
Isso vai valer a pena no final.
De pé, eu lanço meus saltos e corro para o quarto da Nat.
Quando eu entro ela diz: — Estou tão orgulhosa de você!
Você fez isso!

Seu laptop está aberto e ela está transferindo a gravação


em um USB.
Por que me sinto tão horrível se isso é uma coisa tão boa?
Eu tenho um mau pressentimento.
Nat grava dois discos. Uma para eu dar a Nik, e um para
dar ao Tio Jerm amanhã de manhã e ela mantém o USB como
segurança. Eu a abraço forte e sussurro: — Eu espero que isso
funcione.

Ela responde com um aperto: — Tem que funcionar.

Deus me ajude se isso não acontecer.


***

Minha cabeça lateja de falta de sono.

Ansiedade me manteve acordada a noite toda, então


decidi me levantar mais cedo do que normalmente faço. Tomo
banho e me arrumo.
Tio Jerm não está me esperando então espero que ele não
se recuse a me ver. Eu entro em meu carro e dirijo. Tentando
ser discreta na noite passada no telefone com Nik perguntei-
lhe onde o tio Jerm trabalhava ele tentou ser vago quando ele
disse que nas docas. Então, é para onde estou indo.
Certamente, alguém pode me apontar na direção certa,
quando eu chegar lá.

Chego às docas e as portas estão fechadas e trancadas.

Que demônios?

Verifico a hora no meu telefone, já passa das sete. Eu


suspiro e saio meu carro. Vou até o enorme portão de arame,
pressiono minha testa contra ela e respiro o ar fresco salgado.

Isso é bom.
— Posso ajudá-la? — Diz uma voz profunda e forte.

Abro os olhos, salto para trás e grito por uns bons cinco
segundos. O homem do outro lado da cerca é grande, afro-
americano e olha de cara feia para mim. O olhar em seus
olhos diz que ele quer xingar algumas palavras rudes e
grosseiras.

Tomando um segundo para me recompor, respiro fundo


e coloco a mão no meu peito. Dou um passo mais perto da
cerca e pergunto:

— Como faço para chegar ao tio Jerm?

O rosto do homem endurece e ele responde friamente: —


Se você não sabe como chegar a ele você não deve estar aqui,
gata.

Ansiedade obstrui minha garganta e desespero me bate.


— Esta é uma emergência. Eu não dormi toda a noite por
causa dessa aberração do Omarr. Eu preciso ver Jermaine. -
Eu fecho meus olhos e peço em um sussurro: — Por favor.
Isso é importante.
Meus olhos ainda estão ainda fechados, mas eu ouço do
homem um grande suspiro. Ele pergunta: — Qual é seu nome?

Abro os olhos e respondo: — Tina. Jermaine me


conhece.

Os olhos do homem ampliam e ele repete. — Tina? + Eu


aceno de cabeça e ele continua, — Como a mulher de Leokov?

Eu concordo. Ele solta um assobio longo, e diz: — Ele


disse que você tinha bolas, mas eu não tinha ideia que você
seria estúpida o suficiente para vir aqui. Ele não vai ficar feliz
com isso, mas se eu te deixar aqui ele vai chutar a minha
bunda.

Ele me olha de cima a baixo, em seguida, indica o portão


lateral e suspira: — Vem doçura.

O grande homem me leva ao primeiro armazém, em


seguida, leva—me a um escritório. Ele diz: — Tio Jerm estará
aqui em breve. Sinta-se a vontade.

Em seguida, ele abre a porta do escritório do tio Jerm, eu


entro e ele fecha-o atrás de mim. Eu retiro o CD da minha
bolsa e sento no sofá. Eu inclino a cabeça no braço do sofá e
suspiro.

Eu só vou descansar meus olhos por um momento.

***

Meus olhos se abrem e eu vejo o tio Jerm sentado atrás


da sua mesa, inclinando-se para o lado com uma mão sobre os
olhos. O CD que eu trouxe comigo está desaparecido. Eu me
mexo e tio Jerm olha para cima. Ele não parece feliz. Não que
eu pensei que ele ficaria feliz com a minha visita. Seu sobrinho
o quer morto, pelo amor de Deus!

Eu começo a falar, mas o tio Jerm me corta com um


firme: —Mulher estúpida!

Bem, isso não é bem o que eu estava esperando.

Ele continua: — Você percebe o perigo em que você se


colocou? Nik vai ficar muito chateado. Eu estou lívido. De
todas as coisas que você poderia ter feito, esta foi a mais
estúpida.
E foi aí que eu comecei a chorar. Meu corpo treme com
soluços e eu gemo: — Ele quer matá-lo, Jermaine. E quer ferir
Nik. E-eu-eu não sabia mais o que fazer. Ouvi dizer que você e
Nik precisavam de evidências que Omarr estava recrutando e
agora você tem isso. Então, faça alguma coisa!

Eu tremo e sussurro: — Por favor, faça alguma coisa. Eu


não posso perder Nik.

Eu cubro meu rosto com as mãos e choro.

Tio Jerm puxa minhas mãos do meu rosto e ajoelha-se


diante de mim. Ele enxuga as lágrimas do meu rosto e
assegura: — Omarr não é uma preocupação mais, filha. - Meu
corpo despenca de volta com alívio. Ele continua: — Desde
uns dez minutos atrás, Omarr tem um preço em sua cabeça.

Ah não!
Eu gaguejo. — M-M-Mas eu pensei que você fosse
conseguir alguma ajuda para ele! - Meu rosto empalidece e
sussurro: — Eu não queria vê-lo morto, Jermaine!

Ele balança a cabeça lentamente e me responde baixinho:


— Tina, Omarr não está bem. Pense nisso desta maneira, é
você e Nik ou ele. E fique esperta, ele irá atrás de você. Ele vai
descobrir sobre isso, menina. Eu sei que você tinha boas
intenções, mas isto é loucura. Camisa de força, salas
acolchoadas, fora da sua maldita mente, louco. Você me
entende?

Se eu ficasse mais pálida seria transparente. O que foi que


eu fiz?

Tio Jerm sorri. — Mas, por Deus, você tem um conjunto


de bolas em você. - Então ele fica sóbrio e diz: — Temos que
dizer a Nik sobre isso.
Eu concordo.

Isso deve ser divertido.

***

O CD que o tio Jerm tinha enviado ao The White Rabbit


se reproduz no meu computador. Sento-me na minha mesa
para escutar.

Minhas entranhas se retorcem.

Eu não tenho certeza do que eu estou ouvindo.


— Claro, só assim nós dois sabemos o que nos estamos
enfrentando. Eu continuo a trabalhar em Nik e uma vez que
eu sou paga, sou sua. Mas você tem que recuar. Eu não posso
ser distraída. Você quer Nik ferido e eu vou machucá-lo, baby.
Para você, eu vou fazer qualquer coisa. —-Não há dúvidas.
Essa é minha garota.

Não pode ser. Não. Não.

Porra nenhuma.

Isso não pode estar acontecendo.


Capítulo Vinte e Seis
O grande mal entendido de 2013

Tio Jerm não me deixou sair do armazém que chama de


fábrica até que eu tive um pouco de café e fiz o desjejum com
ele. Fico feliz que ele me convenceu. Eu provavelmente teria
desmaiado no meio do caminho para The White Rabbit de
exaustão.

Ao sair o tio Jerm me puxou para um abraço caloroso e


me disse: — Você salvou minha vida Tina, o que significa que
eu devo a você. Muito. Se você precisar de alguma deste
homem velho, apenas chame. Ele me dá seu cartão negócios e
eu coloco na minha bolsa.

O que nos leva a este momento. Estou na frente do The


White Rabbit.
Meu coração dispara e meu estômago está em nós.

Eu vou ter que dizer tudo a Nik. E ele não vai gostar.
Minhas experiências anteriores dizem que eu deveria ser
honesta com Nik, mas estou petrificada de como poderia ser a
sua reação. Eu fecho meus olhos e respiro profundamente.
Nik vai entender. Ele tem que entender.

Eu me recomponho tanto quanto posso e faço o meu


caminho para o escritório do Nik. Pouco antes de eu chegar lá
eu sou recebida por um Max parecendo realmente enojado.
Ele levanta sua mão e diz:

— Não vá lá, Tina.

Passo pisando forte ao seu lado e respondo com


urgência: — Não tente me parar desta vez, Max. Eu tenho que
ver Nik agora mesmo. Eu não me importo se ele está ocupado
e se escondendo. Isto é prioridade. É importante. - E entro no
escritório do Nik.
Nik está sentado atrás de sua mesa olhando para o nada.
Eu me aproximo e ele se levanta. Na metade do caminho eu
sorrio e digo: — Oi, querido.

Seus olhos ficam frios e ele diz: — Nik me ama, O. Ele


vai me dar tudo e qualquer coisa que eu quero. Eu apenas
tenho que enganá-lo um pouco mais.

Meu rosto empalidece e meu coração se aperta.


Ele já ouviu o CD. O que significa que o tio Jerm lhe
enviou.

Eu começo. — Eu...

Mas Nik me corta com um tranquilo. — Basta. - Ele


parece magoado. Eu nunca quis machucá-lo. Eu pensei que
ele iria entender por que achei que tinha que fazer isso. Ele
continua tão baixinho: — Nunca pensei que eu ia ser um
daqueles estúpidos. Eu pensei que eu fiz um bom trabalho de
me proteger de mulheres como você. - Há um punho em torno
de meu coração e ele aperta forte. Ele continua: — Mas você...
Você realmente chegou ao ponto. Com minha família e
amigos também. Você passou todas às etapas. - Ele ri
acidamente. — Quem diabos envia doces para um cara?!

Eu faço.

Meu coração está se quebrando. Nik pensa que eu joguei


com ele.

Eu tento explicar: — Por favor, Nik. Deixe-me exp...

Ele me interrompe com um duro: — Não.


Meu rosto se franze e eu começo a chorar. Eu
hiperventilo, cubro meu rosto com as mãos e grito: — Deixe-
me explicar!

Ele balança a cabeça e eu coaxo um desesperado: — É


apenas um mal-entendido, baby.

O rosto dele endurece e sussurra cruelmente: — Não diga


nenhuma outra palavra mais. Ele olha para baixo e diz: —
Você era meu mundo. Meu tudo. Você realmente time
enganou. Foi tudo apenas um jogo para você. Um trabalho.
Nunca pensei que eu iria acabar com uma mulher como você.
Eu amei você. Nunca acreditei que eu merecia você. Mas
agora que sei quem realmente você é, eu não quero você.
Então isso funciona bem. Outra lição aprendida.

Soluçando, eu ando até ele e engasgo ao dizer: — Eu te


amo, Nik.

Ele não olha para mim quando ele responde friamente:


— Sim, bem, eu não te amo.

Meu coração se quebra. Sinto-me extremamente tonta.


O que foi que eu fiz?

Nik caminha passando por mim e bate em meu corpo


com o ombro ao passar. Em meu estado débil, um toque se
sente mais como um empurrão. Tropeço para trás e meus
sapatos enrolam e caio. Minhas costas, ombro e cabeça
golpeiam o canto da mesa. Duro.

Sento-me no chão um momento e murmuro: — Ai.

Antes que eu saiba o que está acontecendo Max entra.


Ele se dá conta da minha forma débil no chão, em seguida, o
duro rosto do Nik. Ele caminha furioso até Nik e próximo ao
seu rosto grita: — Que diabos está errado com você? Se
controla, Nik.

Eu tomo isso como minha deixa para obter o inferno fora


de lá. Max continua a gritar na cara de Nik.
Eu rastejo para frente alguns passos, vacilante, e recupero
o fôlego.
Então eu vou embora.

***
Max está na minha cara gritando comigo, mas eu não
posso entender qualquer das palavras que ele está dizendo. O
sangue ruge em meus ouvidos. Raiva, dor e um coração
quebrado me deixaram drenado.
Eu não pretendia que Tina caísse. A culpa foi minha,
apesar de tudo, mas queria que não tivesse acontecido. Meu
telefone do escritório toca e eu corto discurso do Max fora,
respondendo: — Olá?

Tio Jerm pergunta: — Você escutou o disco, filho?

Eu respondo: — Sim, Jerm. Obrigado por ter enviado.

Tio Jerm diz: — Aquela sua garota ou bem tem um


desejo de morte ou te ama pra caramba. Nem sequer vacilou
indo contra Omarr.

Espera, o que?

A confusão se instala em mim e pergunto: — Desculpe o


quê?

Tio Jerm hesita: — Você viu sua menina esta manhã?

Eu respondo friamente: — Sim.


Ele não diz nada por um momento e depois suspira: —
Por favor, me diga que você ouviu a criança.

Eu não ouvi.

Eu respondo: — O que havia para ouvir, Jerm? Ela


brincou comigo. Fim de historia.

Tio Jerm perde a compostura e atira de volta: — Bem,


sua garota veio me ver esta manhã com evidências de que meu
sobrinho está planejando um motim. Ela jogou com Omarr e
se colocou na lista negra de um psicopata para o homem que
ela ama e para salvar a vida de um velho homem traficante de
drogas que ela mal conhece. Então eu diria que havia um
monte para ouvir, filho.

O medo faz meu estômago afundar.

Não. Isso não pode estar certo.

Eu indago.

— Explique.
Tio Jerm responde calmamente: — Já fiz.

Em seguida, desliga.

Ansiedade me come.

Minhas experiências com mulheres com fome de


dinheiro foram ridiculamente altas. Sempre há uma mulher à
procura de um homem rico. Nem uma vez Tina pediu algo
para mim. Eu nunca lhe dei uma escolha ao lhe dar presentes
ou fazer coisas para ela. Não é culpa dela. Eu queria fazer isso
como seu namorado e protetor. Nunca tive a impressão de
Tina ser uma escavadora de ouro. Eu deveria ter escutado meu
instinto. Cometi um erro terrível. Preciso encontrar Tina. Eu
sabia no meu coração que algo não estava certo.

Você lhe disse que não a amava.

Eu coloquei minha mão sobre a mesa para me segurar e


sinto algo molhado. Eu olho para baixo e há uma pequena
quantidade de sangue no canto da minha mesa misturado com
um pouco de cabelo. O cabelo da Tina. O sangue combina
com o mogno, e você mal consegue perceber isso.

PORRA!
Oh Deus. Ela tem hemofilia. Seu sangue não coagula
bem. Ela pode estar perdendo muito sangue. Talvez ela nem
saiba que está sangrando. Sinto-me mal do estômago.

O que foi que eu fiz?

Pego o telefone da minha mesa e chamo a Tina. Seu


telefone vai direto para caixa postal. Eu não deixo uma
mensagem. Em vez disso, eu corro para fora do escritório e
direto para Safira.

Nat esta no balcão e me cumprimenta com um sorriso.


Ela obviamente não sabe sobre o mal-entendido com a Tina,
senão ela já teria rasgado as minhas bolas fora.

Ela diz: — Ei Nik, ela acaba de sair. Ela bateu a cabeça


na porta do carro e tem um corte em sua nuca então eu a
mandei para casa.

Ela olha para esquerda e depois à direita, se aproxima e


sussurra: — Quão impressionante ela foi com o Omarr?! Eu
não pensei que ela fosse capaz disso. E, por favor! Ela tendo
dificuldades com o dinheiro! Ha! Tina é uma maldita
milionária!
Eu fico pálido e sussurro com voz entrecortada: — O
que?

O rosto de Nat fica sério e ela pergunta:

— Ela não lhe disse ainda? — Ela suspira. — O seguro


de vida de sua mãe foi enorme. Mia tinha também uma
apólice, mas tudo foi usado para abrir a Safira. Tina colocou
todo o dinheiro do seguro de vida da sua mãe em uma conta
de investimento. Por cinco anos, tem mais de três milhões de
dólares agora. É um pouco difícil ter acesso, mas com minha
assinatura, bem como do seu pai, ela poderia pegar tudo hoje
se ela quisesse.

Ótimo. Simplesmente ótimo.

Eu acuso a minha namorada de ser uma escavadora de


ouro e ela tem mais dinheiro do que eu!

Lembrando minha razão de estar aqui, eu pergunto: —


Você disse que ela estava ferida. Quão ruim é isso?

Ela acena suas mãos, revira os olhos, e diz: — Não fique


todo protetor! Foi apenas um corte. Mas Tina sangra muito
por isso sempre parece pior do que é. Eu limpei. Esta bem e já
não sangrava mais.

Graças a Deus. Agora, irei até o apartamento e


implorarei de joelhos o seu perdão.

Pergunto a Nat: — Existe algum doce que Tina gosta?

Nat olha para mim como ‘Bem, Dã’. E eu entendo isso.


Esta é a Tina. Ela adora doces.

Eu rolo meus olhos e pergunto: — Qual é o doce favorito


de Tina?

Ela escreve quatro nomes diferentes e eu me dirijo para


rua à loja de doces.

Eu espero que isso funcione.

***

Eu arrasto minha bunda fora do meu carro com um saco


cheio de doces.
Ao me aproximar do apartamento de Tina Eu penso
sobre minha entrada. Devo bater? Ou usar a minha chave?
Acho que usar minha chave é a melhor opção. Eu sei que ela
pode fingir não estar em casa. Mas eu vejo que seu carro não
está aqui.
Usando minha chave reserva, entro no apartamento e a
primeira coisa que noto é uma nota manuscrita na mesa de
jantar. Eu ando mais perto. Ela foi enviada para Nat. Eu sento
para ler.

Ei querida, desculpe eu não falado com você sobre isso antes,


mas eu estou me sentindo um pouco vulnerável. Eu não acho que eu
poderia ter falado sobre isso sem chorar um rio.
Nik e eu terminamos.
O negócio com Omarr funcionou, mas ferrei tudo. Houve um
grande mal-entendido e eu preciso de um pouco de espaço. Eu estou
saindo por alguns dias para me tranquilizar e descansar. Eu vou ter
meu telefone, mas ele vai estar desligado, então deixe uma mensagem
se você precisar de mim. Eu não confiaria a loja para ninguém além
de você. Você me conhece, eu vou ficar bem. Somente preciso de algum
tempo sozinha. Falamos sobre isso quando voltar para casa.
Amo você. Você é a melhor irmã que existe.

Meu coração afunda.


Conduzi a única mulher que eu queria proteger do
sofrimento e da dor para isso. Eu me sinto como o maior
idiota do mundo. Na verdade, sou o maior idiota do mundo.

Quando aconteceu todo o calvário no meu escritório com


Sissy, Tina me ouviu (com a ajuda de Nat) e acreditou em
mim. Eu nem sequer a deixei falar uma palavra. Eu sabia que
algo não estava certo, mas eu deixei meu orgulho ficar no
caminho. Uma súbita ideia aparece na minha cabeça. Girando
eu abro meu celular e disco o número do meu cara. Ele atende
e digo: — Preciso que você rastreie alguém. Como para
ontem.

Ele responde com: — Preciso do número do celular.

Eu lhe dou e o aviso que o celular estará desligado a


maior parte do tempo, de modo que ele vai precisar verificar
regularmente. Eu adiciono rapidamente que ele vai ser bem
pago para o tempo que gastar nessa tarefa. Ele aceita os
termos e vai ligar assim que descobrir algo. Termino a
chamada e peço a Deus que Tina esteja segura e bem.

Se algo acontecer com ela eu não seria capaz de me


perdoar.
***
Dois dias depois…

Minha mente está apenas focada em uma coisa.

Tina.

Não ser capaz de ver por mim mesmo que ela está bem
está me deixando louco. Estou ansioso e mal-humorado com
todos aqueles que se preocupam comigo.

Uma das piores coisas que eu já tive que fazer era admitir
paras meninas o que tinha feito. Dizer que Nat estava com
raiva de mim seria um eufemismo. Ela me deu um soco no
nariz. E o quebrou. Aceitei sem dizer uma palavra porque sei
que merecia. Então, estou ostentando um par de olhos negros
e um nariz roxo e arrebentado.

Quem sabia que Nat tinha tal gancho de direita?

Assim que eu fiz isso decidi que tinha de dizer aos caras.
Admitir que você esteja errado sobre algo faz você se sentir
inútil. Admitindo que você esteja errado sobre algo
importante, mais ainda.

Agendei uma reunião na sala de conferências com o meu


nariz recém-quebrado. Uma vez que os caras estavam
sentados, explico o que tinha acontecido. Max foi o primeiro a
reagir. Ele se levantou de sua cadeira e deixou a sala de
conferências, sem uma palavra. E doeu mais do que quaisquer
palavras poderiam.

Ghost perguntou o que aconteceu com o meu nariz com


uma contração de seus lábios.

O idiota já sabe.

Eles têm CCTV da Safira. Eu respondo com: — Sua


namorada deve se tornar um boxeador.

O último foi Trick. O olhar em seu rosto era pura


decepção. Decepção comigo. Eu não gostei disto. Trick
sempre foi meu amigo, mesmo no pior dos tempos. Esta é a
primeira coisa que ficou no caminho da nossa amizade. Ele
não cobriria minhas costas aqui.
Ninguém faria. Eu fodi isto. Estava de costas contra uma
parede com três homens e três mulheres ameaçando atacar-me
a qualquer momento. Isso nunca é uma boa sensação. E fica
pior quando estas pessoas são teus amigos e familiares.

O que nos leva ao dia de hoje.

Já se passaram dois dias e nem uma palavra ou novas


informações do meu cara. Ele ligou para dizer que seu telefone
ainda esta desligado, mas que esta mantendo vigilância
constante sobre ele. Isto não me faz sentir melhor. Com cada
dia que Tina está longe, a preocupação e a apreensão
arrancam o que sobrou da minha mente.

Os dias passam devagar e as noites não são melhores. Eu


não consigo dormir sem saber onde Tina está dormindo. Nat
disse que ela não foi capaz de entrar em contato com ela, mas
Tina enviou-lhe um texto duas vezes para garantir que estava
bem.

Eu não acredito.

Se ela estivesse bem, já teria voltado.

Frustração com minha própria estupidez é uma boa


maneira de descrever meus sentimentos no momento. Isto é
tudo culpa minha.
Assim quando estou prestes a começar a bater minha
cabeça na mesa, meu telefone toca. Eu pulo e quase o deixo
cair. Eu faço malabarismo por alguns segundos antes de
colocá-lo no meu ouvido e dizer um pouco alto: — Sim?

— Nós a pegamos. - Esse é o meu cara... e ele sabe onde


Tina está! Eu estou dando a este homem um bônus. Eu quero
beijar seus pés agora. Estou mais que aliviado. Ele me dá os
detalhes e eu rio. Claro que Tina iria ficar em um hotel três
minutos do seu apartamento. Agradeço a ele com a promessa
de uma transferência de dinheiro rápido e desligamos.

Eu decido para tomar banho e trocar de roupa antes de ir


vê-la, eu preciso fazer a barba também.

Não, não faça a barba! Ela gosta da barba.

Sim, meu bebê gosta de restolho de barba.


Eu não deveria chamá-la assim agora. Isso é, claro,
supondo que ela esteja disposta a ser o meu bebê novamente.
Eu não a culpo se ela não quiser. O que fiz foi quase
imperdoável.

Por que você ainda está sentado em sua mesa?


Deus, eu sou um grandessíssimo idiota. Eu espero por
dias por esta informação e agora estou hesitante sobre usá-la.

Não.

Eu me movimento antes do meu corpo tentar resistir. Eu


ando pela sala de recreação, no final do corredor e eu ouço
Max gritar:

— Aonde você vai?

Eu grito de volta para ele.

— Pegar uma carga preciosa.

***

Foi surpreendentemente fácil obter uma chave de


reposição para o quarto da Tina. E isso só me custou cem
dólares.
Ok, talvez tenha contado uma história sobre surpreender
a minha namorada que pensou que eu estava vindo à noite
seguinte. A garota na recepção principal era obviamente uma
romântica e se encantou.

Nota mental; nunca utilizar este hotel.

A garota da recepção não tinha nenhuma maneira de


saber que eu não era perigoso. Eu poderia ter sido Omarr, pelo
amor de cristo.
Então, aqui estou eu na frente do quarto da Tina com o
meu saco cheio de doces. Eu verifico o meu relógio. É 23h49.
Eu tenho certeza que ela estará dormindo. Ou pelo menos
espero isso. Esse era o meu plano. Esgueirar-me enquanto
Tina está dormindo; haverá menos chance de ela me dar um
soco no rosto quando ela está com sono.

Espere…
Por acaso ela não havia se colocado em modo Bruce Lee
e me colocado em um estrangulamento quando estava
dormindo?

Ótimo. Simplesmente ótimo. Eu me esqueci disso.

Eu balanço minha cabeça e deslizo o cartão-chave. A luz


fica verde e eu abro a porta suavemente, com cuidado para
não fazer um som. Caminho com cuidado e vejo a Tina
dormindo na cama. Ela está dormindo sobre seu estômago,
coisa que nunca faz. Ela sempre se enrola de lado. Parece que
ela esta nua embaixo do lençol que é puxado um pouco acima
dela justo por cima do seu traseiro. Eu me aproximo e o que
vejo me dá vontade de rugir e quebrar algo.

As costas e o ombro da Tina estão roxos e com


hematomas.

É por isso que ela está dormindo em seu estômago. Ela


sente dor. Eu a feri. Eu não mereço a Tina.

Mas eu a quero.

Sento-me na beira da cama, com cuidado para não


acordá-la e inclino para frente com os cotovelos sobre os
joelhos. Eu passo minhas mãos pelo meu cabelo.

Talvez Tina esteja melhor sem mim.

***

Assim que eu sinto o cheiro dele, eu acordo.


Eu sei que é Nik e independentemente do que aconteceu
no outro dia, não tenho medo dele. Nik não foi a razão de eu
tropeçar. E isso é exatamente o que aconteceu. Eu tropecei.

Eu ainda estou sofrendo, física e mentalmente, no


entanto. É por isso que eu tomo o covarde caminho e finjo
dormir. Lembro-me de respirar dentro e fora profundamente e
não reagir. Eu sinto sua mão levemente acariciar meu ombro
machucado e eu tremo.

Obrigado corpo traidor!


Eu sinto o lençol subir da minha parte inferior para cobrir
minhas costas e ombro. Eu não entendo isso, mas até mesmo
a pequena quantidade de pressão a partir do lençol dói. Tenho
muito cuidado para não vacilar.

Nik sussurra com voz rouca: — Eu sinto muito, baby.

Eu quase me esqueço de respirar. Uma pequena parte de


mim está me castigando por fingir dormir, mas outra parte
quer tão desesperadamente ouvir o que ele diz a minha
suposta forma adormecida.
Ele continua em um sussurro: — Nunca quis magoar
você. Volte para mim, baby. Eu vou passar o resto da minha
me redimindo com você.

Meu coração palpita.

Nik me quer de volta. Ele deve saber o que realmente


aconteceu.

Isso é ótimo!

Não faça isso. Não dê seu coração novamente. Dói muito.

Estou ferida. Eu não sei se eu poderia lidar com isso de


novo. Depois de Jace era difícil, mas depois de Nik realmente
pensei que morreria de coração quebrado.

Eu tenho que pensar sobre isso.

Eu sinto a respiração dele perto do meu ouvido. Ele beija


o lado do meu pescoço tão baixinho que eu poderia ter
imaginado e sussurra:

— Eu te amo, Tina.
Ele da à volta e faz alguns barulhos estranhos por alguns
minutos, a porta se abre e fecha e ele se foi. Sento-me na cama
e vejo algo sobre a mesa no canto que não estava lá antes.
Precisando de um pouco de luz, eu ligo a lâmpada de
cabeceira e movo meu corpo dolorido até a mesa.
O que eu vejo me faz sorrir. O primeiro sorriso de
verdade que tive em dias. Nik tem, obviamente, falado com
Nat sobre as meus doces preferidos.

Escrito em balas de framboesa está 'Sinto muito’.

Escrito em balinhas de maçã verde está 'Sinto sua falta'.

Escrito em balinhas de cereja está 'Eu te amo'.

Meu coração salta uma batida na última linha.

Escrito em ursinhos de goma está 'Casa comigo?'.

Nik acabou de me propor casamento usando doces?

Sim, cérebro. Sim ele fez.


Capítulo Vinte e Sete
O pai da sua filha

Uma semana se passou desde que Tina desapareceu e eu


não tenho nenhuma notícia dela. Eu faço a checagem com
Ghost, mas ele diz que ela não apareceu na loja. Eu diria que
ela está, provavelmente, ainda muito dolorida. Eu ainda não
posso acreditar que eu propus a ela usando ursinhos de goma.

Você é um idiota.

Calma, cérebro.

Mas aqui está o problema; se ela quisesse se casar comigo


já teria aceitado.
Eu me inclino para trás em minha cadeira, coloco meus
pés em cima da minha mesa, e uso o meu antebraço para
cobrir meus olhos. Eu acho que estou deprimido. Lembro-me
de sentir sentimentos semelhantes a este quando o meu pai
morreu. Nada pode me fazer feliz. Nem mesmo Ceecee, que
está muito confusa com a minha súbita mudança de atitude.
Pelo menos Max está falando comigo novamente.

— Tina voltou.

A voz me faz sacudir na minha cadeira e eu sinto-a cair


mais e mais para trás. A próxima coisa que eu sei é que eu
estou no chão com Ghost inclinado sobre mim rindo. Ele diz:
— Desculpe, mano.

Você não parece sentir muito, imbecil.

Ele continua: — Tina acabou de voltar. Então eu sugiro


que você levante sua bunda gorda e vá falar com ela.

Ele oferece sua mão, e ele me ajuda a levantar. Então ele


dá um tapa em meu ombro em um gesto fraterno e sai.

Antes que eu possa mudar minha mente, eu caminho


para fora da porta.

***
Esconder-me na despensa não era o que eu tinha
planejado quando decidi voltar ao trabalho hoje. Mas aqui
estou; sentada no chão, minha escrivaninha em minhas costas,
minha cabeça descansando para trás, e minhas mãos cobrindo
meus olhos.

Cedo demais.

Eu ouço a porta abrir em seguida, fechar. Eu murmuro:


— Eu não deveria ter vindo hoje, Nat. Acho que vou tentar de
novo amanhã.

Mãos estão sob meus braços e me levantam, então eu


estou sentada na mesa. Abro os olhos e vejo o lindo, mas um
pouco machucado rosto de Nik. Seu nariz está torto, também.

Isto se parece trabalho de Nat.

Meu coração se aperta e meus olhos ficam enevoados.


Deus, eu senti falta dele. Seus olhos cor de âmbar procuram
meu rosto. Sua mão se move para parte de trás do meu
pescoço e aperta.

Ele soa dolorido quando ele diz: — Eu não aguento


mais. Passou uma semana, Tina. Uma longa e torturante
semana. Faça algo! Grite comigo ou me bata, qualquer coisa
pelo fodido amor de deus. Só não me deixe de fora, baby. Eu
sei que estraguei tudo, realmente estraguei. Diga-me o que
posso fazer para corrigir isso. - Ele inclina a testa na minha e
sussurra com voz rouca: — Por favor, deixe-me corrigir isso.

Eu quero beijá-lo tão mal, mas me contenho. Em vez


disso, eu seguro seu rosto com minhas mãos trêmulas e
sussurro: — Eu não sei se isso pode ser corrigido, Nik. Você
não pode colar um coração partido.

Eu me inclino para trás e vejo a devastação transformar


seu belo rosto. Eu toco a cicatriz em sua sobrancelha e
continuo: — Meu coração estava quebrado antes mesmo de
conhecer você, Nik. Isso não é tudo sobre o que aconteceu. E
não, eu não vou me casar com você por alguma obrigação
torcida que você sente sobre o que aconteceu.

Ele parece quebrado como me sinto quando ele me diz:


— Você será para sempre a minha garota. Se você me deixar,
você sempre será a única que me escapou. Eu nunca vou
encontrar o que tenho com você nunca mais. Eu amo você.
Por favor, diga que você ainda sente algo por mim. - Ele olha
nos meus olhos e pede: — Por favor, baby, por favor. Estou te
implorando. Diga-me que não acabou.
Essa é a mais bela e comovente coisa que alguém já me
disse. É de cortar o coração porque não sei se isso é algo que
eu possa fazer mais.
Eu respondo calmamente: — Você não deixa de amar
alguém em um dia, Nik. Claro que eu te amo. Você significa o
mundo para mim. Mas às vezes o amor não é suficiente. Você
está se comprometendo demais por mim. Você quer ter filhos
e não vou tê-los. - Eu respiro de maneira instável e vou em
frente. — Você não tem ideia de quão danificada eu estou. Eu
sou um monte de trabalho, Nik. Não se contente com
mercadoria danificada. Você merece o melhor das coisas. E o
melhor não sou eu. Nem perto disso, querido.
Eu termino com um sussurro e tenho uma súbita
vontade de chorar.

Deus, acalme-se mulher!

Nik balança a cabeça e responde com firmeza: — Isso


não é verdade. Você vale muito mais que uma centena de
mulheres lá fora. Você daria suas roupas do corpo a alguém
que precisasse. Eu nunca conheci uma mulher tão honesta e
abnegada como você. Eu não me preocupo com filhos,
honestamente. Enquanto eu tiver você, eu não vou precisar de
nada mais.
Ele segura meu rosto em suas mãos e diz: — Você é
tudo. A única. O começo. O final. Você é como a minha
história termina.

Desmaio. Droga, Nik, você não luta justo.

Nik está me dando uma dor de cabeça. Mas eu não vou


desistir.

Eu respondo com uma voz trêmula: — Eu preciso de


tempo.

Ele balança a cabeça e sussurra: — Tudo bem, baby.

Em seguida, ele puxa meu rosto para o dele e me beija


suavemente. Assim que seus lábios tocam os meus, eu suspiro.
Ele se move para ficar entre meus joelhos e eu aperto as
lapelas de sua camisa de seda. Eu tento puxá-lo mais perto de
mim, incrivelmente perto.
Neste momento, somos apenas Nik e Tina. Sem
problemas. Apenas amor.

Eu estou tão apaixonada por Nik.


Ele belisca meu lábio inferior e eu suspiro. Sua língua
toca a minha e eu gemo levemente em sua boca. Estou
perdendo a compostura. Os beijos de Nik são divinos.

De repente, ele se afasta e sussurra: — Eu vou dar-lhe


tempo, baby. Mas faça-me um favor, sim?

Concordo com a cabeça e ele diz: — Lembre-se de como


você se sente quando me beija. Porque se é um pequeno
pedaço do que sinto quando eu te beijo, não há nenhuma
dúvida sobre o que você deve fazer.

Ele vira as costas, caminha para fora da sala e da loja e


fecha a porta atrás de si. Eu movo meus dedos aos meus lábios
ainda molhados. Nik está impresso neles.

Eu pensei muito nos últimos dias. Eu tentei duro deixar


ir, mas Nik está provando ser difícil de deixar. A tragédia tem
um jeito de fazer você apreciar cada pequena felicidade que
você experimenta. O mais feliz que eu já estive nos últimos
cinco anos foi com Nik.

Eu me perco em pensamentos antes de deslizar para fora


da mesa. Eu quero ir para casa. Então eu arrumo minhas
coisas, deixo minhas chaves com Nat, e pego um táxi de volto
para o apartamento.

***

Assim que eu chego em casa, vou para cama. As


emoções são tão cansativas.

Quando eu abro meus olhos novamente, está escuro.

Droga! Quanto tempo eu dormi?

Olho para o relógio de cabeceira e ele mostra 19h12.


Merda! Eu dormi durante oito horas! Isso é ótimo. Agora
eu não vou conseguir dormir a noite.

Nat tem um encontro hoje à noite. Ela não foi a um


encontro em muito tempo e eu estou tão feliz por ela. Ela tem
ficado muito ocupada certificando-se de que eu estou bem. É
hora de Nat ter algo de bom em sua vida.

Eu estou prestes a sair da cama e ir ao chuveiro quando


alguém começa a bater na porta da frente como um maníaco.
Eu puxo as cobertas até o queixo e meus olhos se arregalam.
E se for um ladrão?

Sim docinho. Porque ladrões batem antes de entrar.

Eu tiro as cobertas e vou me esgueirando para o corredor.


Então eu ouço.

— TIIIINNNNA! Vrata Otvoriti! Sada!68

Meu Deus!

Aquela voz forte com sotaque exigindo que eu abra a


porta é do meu pai! Um enorme sorriso aparece no meu rosto,
eu sorrio enquanto abro a porta. Assim que ela abre, meu pai
grita:

— Onde está o filho da puta de merda?!

Ah, ok.

Papai parece um pouco fora de controle. Seu cabelo está


uma bagunça, com os olhos injetados de sangue e ele está
cuspindo ódio.

68
Vrata Otvoriti! Sada! – Abra a porta! Agora! Em Croata
Minha testa enruga e eu pergunto: — Que filho da puta,
Tata?

Ele abre caminho para o apartamento e faz um show ao


olhar ao redor. Levantando as almofadas do sofá, olhando em
tudo, verificando debaixo da mesa de jantar e indo tão longe a
ponto de até mesmo verificar se estou escondendo alguém nos
armários da cozinha.

Ele está na cozinha se vira para mim, e responde: — O


bastardo fodido. Ele não está aqui?

O bastardo fodido. Este só poderia ser... Eu respondo


suavemente: — Jace não está aqui, Ta. Eu não o vi em anos.
Desde antes de Mia nascer.

Os olhos do meu pai fecham e ele me diz: — Ele ligou.


Ele me telefonou para perguntar de você. Ele perguntou onde
você mora, Valentina. Eu não disse a ele, mas ele tentará
encontrá-la.

O que? De jeito nenhum.


Eu balancei minha cabeça e disse: — Tata, você deve ter
se enganado. Ele não está aqui, então...

Eu nem percebi que eu deixei a porta aberta até eu ouvir:


— Está tudo bem, baby?

Eu giro e vejo Nik ali de pé fulminando a cabeça de meu


pai com seu olhar. Ele tem uma caixa de pizza em suas mãos e
está vestido de moletom e uma camiseta.

Eu suspiro. Ele parece incrível.

Eu giro outra vez e vejo meu pai fulminando Nik com


seu olhar também. O engraçado é que Nik está agindo todo
protetor comigo. É compreensível, já que meu pai tem as mãos
nos quadris enquanto seu rosto tem uma carranca, mas se meu
pai fosse um cachorro, ele seria um Chihuahua. Todo latidos e
nenhuma mordida.

Pergunto a Nik baixinho: — O que você está fazendo


aqui?

Nik continua a olhar fixamente para o meu pai e


responde: — Nat pensou que você poderia precisar de alguma
companhia hoje à noite, por isto ela me pediu para vir.
Aquela pequena tratante! Meu pai relaxa. Ele se
aproxima de Nik, estende a mão e diz: — Nat lhe disse para
cuidar da minha Tina? Natalia é como minha própria filha. Se
ela gosta de você, eu gosto de você.

Eu rolo meus olhos e apresento-os: — Nik. Pai. Pai. Nik.


Papai aperta a mão de Nik e replica: — Você tem um
nome inteiro?

Nik acena com a cabeça e responde: — Nikolai Leokov.

Meu Pai sorri e diz: — Ah, Russo! - Então ele olha para
mim e diz: — Nije hrvatskom, ali no je bem69. Em seguida, ele
se inclina para frente como se Nik não estivesse lá e sussurra
em voz alta: — Mas Russos são comunistas, Tina.

Oh meu Deus, papai!

Eu não acredito que meu pai está me envergonhando.


Felizmente, eu ouço Nik rir e ele me pergunta: — Existe um
problema? Você parecia ansiosa quando eu cheguei aqui.

69
Nije hrvastskom, ali no je bem – Não é croata, mas tudo bem.
Mas é o meu pai quem responde com forte sotaque: —
Um grande problema, Niki. Grande problema. O homem está
tentando ver Tina, ela não quer vê-lo. Ele me ligou hoje.

Nik franze a testa enquanto pergunta: — Que homem?

Oh droga!

Eu começo a dizer: — Tata, nemoj70!

Mas é tarde demais, meu pai deixa escapar: — Jess, o


bastardo fodido!

Papai não consegue dizer Jace corretamente. Nik se vira


para mim, seus olhos contraindo e ele repete: — Jace? Aquele
Jace?

Ah Merda!

Eu normalmente não amaldiçoo, mas este é um


momento de merda! Nik parece prestes a matar alguém, ou
seja, matar Jace, e meu pai parece gostar disso porque ele está
sorrindo como um louco.

70
Tata, nemoj – Papai não fale para ele.
Estou prestes a responder quando alguém entra pelo
batente da porta e eu congelo.
Jace Weathers olha para o apartamento aberto e congela
também.

Eu engasgo e falo: — Jace? O que você está fazendo


aqui?

Nik dá um passo à frente para ficar ao meu lado.

Jace olha de mim para Nik e logo depois para meu pai e
cumprimenta: — Oi. Passou-se um longo tempo, Tina.

Você está falando sério?!

Jace parece estar bem, parece um pouco mais maduro,


ainda alto e bonito. Ele olha para meu pai e diz em saudação:

— Marko. — Em seguida, ele olha para Nik e diz: — Eu


sou Jace.

Ele estende a mão para que Nik aperte. Ah não. Eu não


quero que Nik seja preso por agressão, então eu rapidamente
pego a mão de Nik e aperto.
Nik profere: — Eu sei quem você é. Eu só não sei quem
você acha que é para vir aqui.

Eu salto de susto quando Jace é empurrado por trás. Ele


voa para frente dentro do apartamento e lá está uma Nat
furiosa atrás dele e gritando: — SAIA DAQUI FILHO DA
PUTA, VOCÊ NÃO É BEM-VINDO AQUI!

Nat entra no apartamento seguida por Mimi, Lola, Trick,


Ghost, e Max.

Eu pergunto estridente: — O que está todo mundo


fazendo aqui?!

Nat olha para mim e diz: — Seu pai me chamou. Deixei


o jantar e pedi reforços.

Papai cai sobre Nat, beija a bochecha dela e coloca um


braço em torno do seu ombro. Papai adora Nat. Sempre foi
assim. Eles têm a mesma personalidade abrupta e isto os une.

Meu rosto cai e eu pergunto: — Você deixou seu


encontro por mim? Querida, você não deveria ter feito isso.
Ela sorri e dá um tapinha na minha mão. — Não se
preocupe, eu vou remarcar.

Jace levanta-se, endireitando a jaqueta. Ele olha para Nik


e diz em voz alta: — Eu sou o pai da filha de Tina. Este é o
quem eu sou.

Um longo silêncio se segue.

Nat é a primeira a reagir. Ela dá um passo para frente e


sussurra: — Você se atreve a se chamar de pai?

Raiva me enche. Eu olho para Jace e pergunto


lentamente: — Você sabe quando era o aniversário de Mia,
pelo menos? — Jace olha para seus sapatos. Eu continuo em
silêncio: — Ou a primeira palavra que ela disse? — A raiva se
constrói dentro de mim e eu grito com ele: — Quando ela deu
seu primeiro passo, Jace? — Eu fecho os olhos e respiro fundo
antes de dizer com calma e silenciosamente: — Um doador de
esperma foi tudo que você foi. Mia não tinha um pai.

Começo a chorar e continuo: — Eu precisei tanto de


você quando ela morreu. Meu pai estava com a minha mãe.
Quando ele mais precisava de mim eu não pude estar lá para
ele porque eu estava organizando o funeral de Mia, bem como
ele o da minha mãe. E você nem sequer foi ao seu funeral. —
Eu assinto e termino. — Vinte e cinco malditas mensagens,
Jace. Esta foi a quantidade de mensagens que te deixei. Se não
fosse por meu pai e Nat, não sei onde eu estaria agora. Mas eu
estou bem agora. Não graças a você.

Max olha enojado quando pergunta: — Você não foi ao


funeral de sua própria filha? Que tipo de homem você é?

Ghost parece lívido, ele avança e cospe: — Você precisa


fodidamente ir embora agora.

Trick rosna: — Esqueça que você alguma vez conheceu


Tina.

De repente estou cercada pelo calor e o amor dos meus


amigos. E é bom. Nik não disse nada por um tempo, então ele
diz: — Dinheiro.

Jace evita meu olhar quando Nik afirma: — Ele precisa


de dinheiro, Tina. É por isso que ele está aqui.

Minha boca cai aberta. Eu não acredito nisso. Mas Jace


não nega. Nik fica cara-a-cara com Jace e diz com assustadora
calma: — Eu juro por Deus, se você chegar perto dela de novo
e eu vou estripar você e usar seus intestinos para decorar a
minha árvore de Natal. Você não é nada para Tina. Apenas
alguém que ela conhecia.

Lola que está segurando a mão de Trick fala: — Tina tem


algo de bom aqui. Ela nem sequer pensa mais sobre você.

Mimi dá um passo à frente: — Se eu fosse você eu iria


embora. Esses caras são ex-membros de gangues. Eu não os
provocaria.

Os olhos de Jace ampliam e seu rosto empalidece. Meu


pai realmente sorri mais. Jace limpa sua garganta e me diz: —
Você parece bem.

Então ele vira as costas e vai embora.

O apartamento irrompe em caos, com todo mundo


falando ao mesmo tempo. Estou recebendo perguntas de todos
os lados e ansiedade me envolve.
Dando um passo para trás eu grito: — Vocês podem
calar a boca?

Meu pai suspira e diz: — Valentina, não seja rude com


seus amigos desse jeito!
Eu aceno com a cabeça em concordância e tento
novamente: — Todo mundo pode, por favor, calar a boca? —
Meu pai balança a cabeça fazendo um gesto de aprovação. Eu
continuo, — Eu sei que todos vocês devem ter perguntas, mas
eu não estou com humor para responder. Então, por favor, me
desculpem, porque tudo que eu quero fazer agora é ir para
cama.

Eu beijo a bochecha do meu pai e pergunto: — Você


precisa de um lugar para ficar ou você está indo para casa?

Ele profere: — Eu vou para casa. — Ele aponta para os


meus amigos e sussurra: — Você não precisa de mim.
Eu pego a mão do meu pai, apertando, e eu lhe digo: —
Eu sempre vou precisar de você, Ta. Sempre.

Então eu baixo minha cabeça e ando pelo corredor até o


meu quarto, deixando todos para trás. Deito na minha cama
dez minutos antes de meu quarto explodir. Nat, Meems, e
Lola trazem a pizza que Nik trouxe e sentam na minha cama.

Mimi diz: — Os rapazes foram embora, mas você deve


estar fora de sua mente, se você acha que estamos te deixando,
boneca.
Nat pergunta: — Esta vai ser uma noite estilo "Night at
the Roxbury71"? Ou mais como uma noite tipo "Uncle Buck72"?

Lola responde: — Eu pensei que era mais como a


comédia "That Thing You Do73.

Eu a corto: — Você está errada. É um tipo de noite


"Zoolander".

Todas nós rimos e batemos palmas. Sento-me na cama e


curvo minha cabeça regiamente. Estou feliz por elas não me
deixaram. Passamos a noite comendo pizza e assistindo
"Zoolander", citando o filme e rindo como loucas.

Amizades como essas são difíceis de encontrar. Acredito


que, se você pode contar com seus verdadeiros amigos quando
precisar, você é abençoado. Eu prefiro ter três amigos
verdadeiros que três centenas de conhecidos.

Mimi e Lola saem após o filme. Estou de volta na cama e


penso sobre hoje à noite. Eu estava tão preocupada em ver
Jace, mas agora tudo o que posso pensar é quem é Jace?
71
Night at the Roxbury – uma comédia Americana de 1998, no Brasil ganhou o nome Os estragos de
sábado à noite
72
Uncle Buck - outra comédia de 1999 no Brasil ganhou o nome de Quem vê cara não vê coração.
73
That Thing Yoy Do – comédia de 1996 no Brasil ganhou o nome The Wonders, o sonho não acabou.
Justo quando eu estou caindo no sono, meu telefone
vibra na mesa de cabeceira. Eu leio o texto e dou risada.

Nik: preferia estar na sua cama hoje à noite, mas não


quero outra festa de pijama estranho com Nat junto.

Eu: Haha... Eu estou contente que você estava aqui hoje


à noite.

Nik: Eu também, baby. Gostaria de dizer que eu te amo,


mas eu estou tentando dar-lhe tempo...

Eu: Eu te amo, Nik. Boa noite.

Nik: Eu te amo mais, Tina. Bons sonhos.

Eu sorrio e coloco meu telefone de volta na mesinha.

Não posso negar. Eu amo Nik.


Ver Jace esta noite trouxe de volta as mesmas memórias
antigas, mas de alguma forma elas pareciam diferentes. Não
havia tanta dor associada a elas. Apenas uma picada leve.

Está curando.

A probabilidade de uma pessoa encontrar o amor


verdadeiro é de mínima a muito difícil. Quem sou eu para
negar isso quando eu encontrei-o?
Amanhã será um novo dia.

***

Eu acordei agitada.

Eu fico pronta para o trabalho e estou muito animada


para ver Nik hoje.
Deixar o passado onde ele pertence e seguir em frente é o
que minha mãe sempre me disse. Quando meu pai conheceu a
minha mãe, eram apenas crianças. Meu pai era um pequeno
otário e chamou minha mãe de gorda.

Sim.
Já encantador. Então, meu pai encontrou a minha mãe
pela segunda vez mais tarde na vida e ficou chocado, porque
minha mãe era linda. Meu pai a olhava como um cachorrinho
perdido, implorando por um encontro. Mamãe recusou. Meu
pai a seguia por toda a parte até que ela disse sim. Ele a
esperava na frente de seu trabalho e a levava até seu carro
quando ela saía. Ele aparecia aleatoriamente com um guarda-
chuva quando estava chovendo e deixava notas doces em sua
janela do carro.

Eu chamo isso de perseguição. Papai chama isso de


romance.

O ponto desta história é que minha mãe nunca poderia


ter se apaixonado por meu pai se ela não tivesse mudado e
deixado para trás a dor que ele causou quando ela era uma
criança. Então é isso que eu estou fazendo. Mudando.

Eu dirijo para o trabalho com a intenção de ir direto ver


Nik. Eu estaciono meu carro e saio. Eu sou pega de surpresa
quando mãos agarram-me. Alguém forte coloca uma mão
apertada em torno de minha boca e outro braço me levanta
pela cintura.
Eu grito em sua mão, mas o som sai abafado. Eu sou
puxada para trás e sou colocada em uma van. Eu perco um
sapato na rua. O homem me mantém apertada enquanto eu
guincho e arranho com as mãos. Eu não posso vê-lo, mas ele é
alto. Eu empurro minha cabeça um pouco para frente e bato
em seu queixo. Ele grita: — Foda-se!

Eu conheço essa voz.

Ele cobre a minha boca com um pano. Eu estou sem


fôlego pelo esforço e eu estou de repente mais fraca.
Tão cansada.

Estou com tanto sono.

As luzes são apagadas.


Capítulo Vinte e Oito
O início do fim

A manhã foi muito bem até agora.

Eu estou esperando Tina chegar ao trabalho para que eu


possa ir abraça-la.Ela me disse que me amava ontem à noite e
eu tenho-que dizer que foi a primeira boa noite de sono que
tive desde o mal-entendido sobre Omarr.

Estou surpreso que seu ex-namorado cretino teve a


coragem de mostrar-se em seu apartamento. Eu não tinha
certeza por que ele estava lá no começo, mas logo que eu
mencionei dinheiro, ele empalideceu.

Idiota estúpido.

Então eu me levanto e faço o meu caminho pelo corredor


até a sala de segurança, Nat irrompe no salão segurando um
sapato. Ela parece abalada. Seus olhos estão vermelhos e
inchados. Ela me vê e corre pelo corredor gritando.

Eu a puxo para um abraço e digo: — Calma. O que


aconteceu, querida?

Ela esbraveja sua resposta: — Tina estava realmente


fificando atrasada para o trabalho, então eu fui checar seu
carro. O carro dela somente estava ali aberto, Nik. Seu sapato
estava no chão e sua bolsa ainda estava no carro. Ela
desapareceu, Nik.

Meu estômago cai.

Não. Deus, não.

Eu pergunto: — Seu celular?

Ela responde: — Ainda em sua bolsa. Parece que ela


lutou Nik. Tinha um pouco de sangue no chão e seu sapato
estava no meio da rua. Eu não acho que era o sangue de Tina,
porque eram apenas algumas gotas, se fosse de Tina haveria
muito mais. Eu a vi sangrar muito de um pequeno corte. Ela
sangra como uma torneira.
Há duas opções aqui.

Jace o idiota pegou-a para tirar dinheiro dela ou Omarr


tem ela.
Eu realmente espero que seja Jace. Eu não acho que ele
iria machucá-la, ele não parece o tipo. Omarr, no entanto, iria
ficar doentiamente satisfeito em torturar Tina.

Eu digo a Nat: — Eu preciso do número do celular de


Jace.

Ela me passa o telefone de Tina e eu procuro. Espero que


ele não tenha mudado de número. Eu chamo de seu celular.

Fico atordoado quando Jace responde: — Tina?

Eu grito no telefone: — Se Tina estiver com você, é


melhor você me dizer seu pedaço de merda.

Ele imediatamente esbraveja: — Ela não está comigo, eu


juro. Estou de volta em Cali!

Eu desligo.
Eu reconheço o medo quando eu ouço. Ele não sabe
onde Tina está. Olho para Nat e balanço a cabeça.

A única outra opção é Omarr. Se esse filho da puta


machucar Tina de qualquer forma, eu vou matá-lo. E o tio
Jerm não vai fazer uma coisa sobre isso agora que há um
preço pela cabeça do sobrinho.

Eu levo Nat para sala de conferência e chamo os rapazes.


Max, Trick, e Ghost aparecem na porta sorrindo e brincando
até que eles notam a aparência de Nat. Seus rostos caem. Eles
sabem que algo que aconteceu.

Eu anuncio: — Omarr sequestrou Tina esta manhã.

Nenhum deles diz uma coisa até que eu continuo: —


Precisamos de um plano. Eu tenho quase certeza que sei onde
ele vai levá-la, mas ele não vai movê-la até mais tarde desta
noite. Graças ao meu pai, eu tenho detalhes sobre o lugar.
Quem está dentro?

Todos os caras balançam a cabeça e começam a


trabalhar.
***

A noite cai e nós estamos prontos para ir em frente.

Se eu conheço o estilo de Omarr bem o suficiente, eu


diria que ele gosta de drama. Ele provavelmente vai fazer um
show. Ghost entra em contato com tio Jerm, explica a
situação e pede para ele diminuir a segurança durante a noite.
Após Tina salvar sua vida, ele estava disposto a ir mais longe e
oferece a sua assistência em tudo que precisarmos.

Nós fazemos o nosso caminho para fábrica em carros


separados. As meninas foram proibidas de vir. Elas não
estavam felizes com isso, mas não há nenhuma maneira que
eu estou as colocando em perigo. É ruim o suficiente que
tenho que colocar os meus rapazes nessa situação. Pelo menos
eles sabem o que está por vir.

Eu estaciono em frente ao armazém. Os caras estão indo


pelos fundos. Saio do carro e faço meu caminho para porta do
escritório. Uma vez lá dentro, eu tomo uma respiração
profunda e abro a porta de ligação para fábrica.
Assim que a porta se abre, Omarr tem a arma apontada
em mim. Ele está em pé atrás de Tina, que está amarrada a
uma cadeira. Eu olho em seus olhos e vejo o medo, claro
como o dia.

Não se preocupe, bebê.

Omarr sorri, dá um passo à frente e anuncia


teatralmente: — O homem do momento! Sente-se, Nik. Nós
estivemos esperando por você. Nós não esperamos, baby?

Tina dá de ombros e faz uma cara de confusão. É


genuína.

Vê? Omarr está louco.


Eu ando para frente e pergunto: — Onde você me quer?

Omarr aponta para cadeira ao lado de Tina e diz: —


Tente qualquer gracinha, e eu vou atirar em você e fazê-la
assisti-lo morrer.

Sento-me na cadeira e ele me prende com fita adesiva


com força. Omarr me olha por um momento antes de virar
para Tina. Ele diz: — Tudo bem, bebê. Você tem algumas
explicações a dar. Como tio Jerm conseguiu nossa conversa?
Ela gagueja e mente: — N-Nik grampeou meu quarto,
querido. Eu não tinha ideia de que ele não confiava em mim.
Estou tão envergonhada. Ele enviou a fita para o tio Jerm. Eu
vim aqui assim que eu descobri e disse-lhe que era uma farsa.
Ele acreditou em mim, baby.

Boa menina. Colabore.

Omarr parece crédulo e suspira: — Eu sabia. Eu sabia


que você não iria me entregar. - Ele acaricia seu rosto
amorosamente e afirma: — Você me ama. Você não faria isso
para mim.

Alguém deve ter batido naquela cabeça.

Eu limpo minha garganta e atiro um olhar duro a Tina.


Eu minto dizendo: — Você sua puta gananciosa. Eu sabia que
não podia confiar em você. Você acha que foi a única escuta?
Eu tinha escutas em todos os lugares. A única razão pela qual
eu mantive você em torno era porque eu gosto do jeito que
você chupa um pau.
Tina faz uma carranca para mim e sussurra: — Omarr
me deixe sair desta cadeira ou que deus me ajude... Eu vou
deixar você.

Os olhos de Omarr ampliam e ele grita: — Não! Você


não está me deixando nunca mais!

Tina coloca-se em seu melhor papel de cachorra. —


Deixe-me sair da porra da cadeira, Omarr!

Omarr franze o cenho e suspira: — Tudo bem, caramba,


Tina. Não seja uma vadia.

Ele corta a fita fora de seus pulsos e a ajuda. Assim que


ela está solta, ela lhe dá um tapa. Forte. O barulho ecoa
através do armazém e ele esfrega seu rosto. Ele exclama: —
Que porra foi isso, Tina?!

Ela pisca por um segundo, em seguida, inclina em sua


cara e ruge: — Você me manteve toda a porra do dia
amarrada a uma cadeira! Isso não é como você trata alguém
que você ama. Isso é como você trata alguém que você não
gosta! Agora, você me ama?
Ele parece devidamente arrependido e acena. Ela diz
calmamente: — Bom. Então, você nunca vai fazer aquilo
novamente. Será que você entendeu, querido? - Ele balança a
cabeça e ela continua: — Bom. Eu te amo, baby. Mas você
está seriamente fodido. Eu vou te fazer sentir melhor, está
bem?

Ele balança a cabeça e sorri para ela com pura adoração.


Eu nunca vi Omarr deixar uma mulher colocar as mãos
sobre ele sem ela desaparecer depois e transformar-se em
adubo semanas mais tarde. Ele realmente acha que ama Tina.
Ou adora a ideia de amá-la, pelo menos.

Tina está atrás de Omarr e envolve seus braços em volta


de sua cintura.

Uau, isso dói mais do que deveria. Eu sei que ela só está
fingindo.
Ela fica na ponta dos pés e sussurra em voz alta: — Olhe
para seu rosto, baby. Não importa o quanto ele diga o
contrário, isso está machucando-o. Ele me amou, Omarr. Eu
te prometi que íamos machucá-lo, não foi?

Ela movimentou os lábios em minha direção, me desculpe.


Omarr ri e esfrega o braço de Tina. Ele se gaba: — Sim,
eu tenho a sua garota. Como você se sente ao perder algo que
você ama, Nik? Ela não quer você.

Tina reclama. — Omarr, quanto tempo isso vai demorar?


Eu quero ir para casa. Eu estou fedendo e eu preciso muito de
um chuveiro. - Ela faz beicinho. — Você nem mesmo me
alimentou hoje. Estou com tanta fome, baby.

Omarr bate na cabeça e suga o ar através de seus dentes.


Ele parece arrependido enquanto assegura: — Merda, sinto
muito, querida. Eu estive tão preso nisto que eu nem sequer
perguntei se você estava com fome. Vou pedir a um dos caras
que consiga alguma coisa para você agora.

Se eu não estivesse nesta situação gostaria de cair na


gargalhada. A Tina que Omarr acredita estar apaixonado não
existe. Ela é o oposto completo do que minha Tina é. Eu não
gosto desta Tina, mas Omarr parece extasiado com ela.

Ele se vira em seus braços e a levanta. Ela grita e força


uma risadinha. Ela exige: — Omarr coloque-me para baixo!

O que ele faz, mas não antes que ele a beije. Omarr
fecha os olhos e planta um beijo profundo em Tina. Seus olhos
se arregalam e ela olha para mim, eu não posso esconder o
olhar de desgosto no meu rosto. Seus olhos estão se
desculpando e eu aceno. Eu sei que ela não quer estar aqui
mais do que eu.

Faça o que tem que fazer, baby.

Ele interrompe o beijo e ela coloca um grande sorriso


falso em seu rosto. Omarr parece tão feliz. Eu quase sinto
pena dele.

Quase.

Tina caminha até mim, fica na frente do meu rosto e


debocha: — Aposto que você me quer agora, hein? Mas
adivinha, Niki? Você nunca mais vai ter-me. Nunca mais.

Eu me inclino um pouco mais perto e sussurro: —


Quando nós sairmos dessa, eu vou pedir-lhe para se casar
comigo. - Sua cara congela, eu continuo. — E você vai dizer
sim.

Omarr entra na sala ao lado e Tina corre para frente. Ela


sussurra: — Me desculpe, querido! Eu não sabia mais o que
fazer!
Sussurro de volta: — Você está fazendo um grande
trabalho, baby. Mantenha Omarr ocupado. Eu te amo tanto.
Os caras estão na parte de trás, isso vai acabar logo. Eu
prometo.
Tina corre de volta ao seu lugar, assim que Omarr abre a
porta. Ele vem para frente com sacos de alimentos para ela.
Ela os abre, torce o rosto e diz: — Eu vejo azeitonas, querido.
Eu não como azeitonas. Nunca.

Isso é a única coisa verdadeira que ela lhe contou toda a


noite. Toda vez que almoçamos juntos, eu troco meus tomates
por suas azeitonas. Eu amo quando fazemos isso. É uma coisa
nossa.

Omarr abre o saco e suspira. — Eu sinto muito, baby. Eu


vou fazê-los trazer algo mais. Nenhuma azeitona.

Ela sorri para ele e diz: — Obrigado, querido. Eu estou


realmente com fome.

Assim que ele se dirige para porta, ela pega um par de


tesouras da mesa, corre para frente e corta debaixo de meus
pulsos por isso ainda parece que eu estou amarrado à cadeira.
Ela coloca a tesoura na parte de trás das minhas calças e corre
de volta para mesa.

Deus, eu amo essa mulher.

Omarr volta e entrega a Tina outro saco de fast food. Ele


promete: — Não tem nenhuma azeitona, coração.

Ela finge um sorriso, beija a bochecha dele, e diz: —


Obrigado, querido.

Omarr caminha até a minha cadeira, tira a arma para


fora da calça e a aponta para o meu peito. Tina grita: —
Omarr, não!

Omarr franze o cenho e olha para ela. Ela imediatamente


se endireita e lhe diz a ele: — Baby, eu não vou ser capaz de
comer se você fizer isso agora. Você pode esperar até que eu
termine de comer, por favor?

Ela parece um pouco instável e eu sei que Omarr sente


isso. Mas ele balança a cabeça e se move para se sentar com
ela. Tina pega a comida que eu sei que ela não quer comer,
mas faz um bom trabalho em fazer com que pareça que está
gostando. Ela ainda oferece pedaços de comida para Omarr
que come da mão dela como um animal de estimação. Ela
afaga sua cabeça como uma criança.
Este cara tem um grave problema. Após Tina acabar de
comer metade da refeição, ela empurra tudo de lado. Acabou-
se o tempo.

Omarr lhe estende a mão e ela a pega. Ele a leva até


mim, mas para no meio do caminho e lhe diz: — Baby, fique
aqui. Você não quer ter o sangue dele em você.

Em seguida, ele anda para frente e aponta a arma para o


meu peito. Ele coloca o dedo no gatilho e silva: — Isto é por
Marcus.

Assim quando ele está prestes a fazê-lo, dois pequenos


braços vêm ao redor do pescoço de Omarr e duas pernas
embrulham em torno de sua cintura. Tina está estrangulando
Omarr com tudo o que ela tem.

Maldição, Tina!

Omarr tenta lutar contra ela, mas ela tem a cabeça atrás
da sua para que ele não possa até mesmo bater-lhe com a
coronha da arma. Ele tenta tirá-la de cima dele. Eu vejo seus
olhos se arregalarem e ele cai com força sobre suas costas
esmagando a minha menina.

Tina suspira. Ela está sem fôlego e não pode puxar uma
respiração completa.

Já é suficiente.

Eu não posso esperar pelos rapazes. Eu tenho que agir


agora.

Estou em pé e fora da cadeira. Eu tomo a tesoura e


mergulho-a em Omarr recuando para trás. Ele se vira, uivando
de dor, pega a arma e dispara em Tina.

Tudo se transforma em câmara lenta.

O corpo de Tina recua e eu sinto respingos de sangue no


meu rosto. Seu rosto mostra uma mistura de choque e dor. Em
poucos segundos ela está inconsciente numa poça de sangue.

Tina está sangrando em profusão.

Ela vai sangrar até morrer.


Eu chuto Omarr na região lombar. Ele uiva novamente,
rola para suas costas, aponta a arma e dispara novamente. Eu
sinto a bala me atingir, mas eu quero tanto vê-lo morto que a
dor nem é registrada. Pura adrenalina corre em minhas veias.
Minha visão começa a desaparecer e eu luto duro para manter
meus olhos abertos. Eu tropeço para frente, tomo a arma de
suas mãos trêmulas e atiro-lhe na testa. Eu vejo quando a luz
se apaga de olhos de Omarr. Eu sinto um momento de intensa
satisfação seguido pelo vazio de pavor.

Eu cambaleio para frente e caio na enorme poça de


sangue próximo ao corpo de Tina.

Sinto muito, T. Eu daria a minha vida por você.

Eu vejo escuridão e sombras se formando sobre nossos


corpos. Mãos estão em cima de nós. Enquanto estava deitado
ao lado de Tina, pego a sua mão mole e penso que se este vai
ser o jeito que vou morrer, pelo menos estou nas mãos de
alguém que eu amo.

Minha visão fica preta.

***
Eu acordei com um sobressalto. Eu não posso ver! E eu
estou sufocando!

Apoiando-me em meus braços fracos, sento-me e retiro o


que está cobrindo meus olhos. Eu tiro o negócio e olho para
aquilo.

Tapa-olho?

O que eu sou? Uma maldita pirata?!

Eu tento engolir, mas algo bloqueia minha garganta. Eu


começo a entrar em pânico. Eu não posso respirar. Um bipe
agudo penetra meus ouvidos e eu gemo pela obstrução na
garganta.

Eu estou assustada!

Lágrimas enchem meus olhos, eu começo a tremer e


soluçar silenciosamente.

— Calma, querida, quieta. Está tudo bem agora, criança.


Você só está desorientada. Abra seus olhos para mim querida.
Eu acalmo um pouco ao ouvir o som de uma voz suave.
Abro os olhos e leva um tempo para me concentrar. Eu vejo
uma enfermeira mais velha, na minha cabeceira de hospital.

Ela sorri e me diz: — Eu tenho esperado muito tempo


para você me mostrar estas olhos bonitos.

Estou tão confusa.

Como eu cheguei aqui? O que aconteceu?

Eu faço o sinal para asfixia e minha enfermeira dá uma


risadinha. Ela diz: — Sim, você tem um tubo em sua garganta.
Eu posso tirar isso para você agora, mas você vai estar
dolorida então tente não falar.

Ela sai do meu quarto e volta alguns minutos depois com


outra mulher mais velha. A mulher dá um enorme sorriso e
diz: — Querida, você nos deu um susto de verdade, Valentina.
Houve momentos em que pensei que você não conseguiria.
Você perdeu muito sangue. Fizemos quatro transfusões de
sangue. Como você está se sentindo?
Ah, tenho um tubo na minha garganta, doutora, e eu não sei
linguagem de sinais.

Eu faço o sinal para asfixia novamente e a médica toca a


testa e ri. — Que tal se retirarmos o tubo e então você me
responde?

Eu aceno com a cabeça e ela sorri. A enfermeira e a


médica trabalham juntas e eu babo no tubo quando ele vem
para cima e para fora da minha garganta. Eu respiro fundo e
isto dói mesmo. A médica me pergunta: — Como você está se
sentindo?

Eu sussurro: — Cansada. Dolorida. Confusa.

Nossa, isso dói.


Eu coloco a mão no meu pescoço e meu rosto dói. A
médica olha para mim com simpatia e diz: — Você vai ficar
dolorida por um tempo, querida. Levar um tiro não é uma
coisa fácil para o corpo se recuperar.

Oh meu deus, eu levei um tiro.

As lembranças voltam.
Omarr me sequestrando. Nik vindo para mim. Eu
levando um tiro.
Isso é tudo o que me lembro.

Eu sussurro: — Nik.

A médica sorri suavemente e diz: — Talvez você devesse


esperar por seus amigos chegarem aqui. Liguei para Natalia
Kovac, logo que me foi dito que você estava acordada.

Concordo com a cabeça, mas eu não posso controlar a


ansiedade que me invade. Ela não quer falar sobre Nik. Espero
que ele esteja bem.

Eu fico sozinha com meus pensamentos por um tempo.


Só quando eu me sinto em paz a porta abre com um golpe.
Nat está lá e quando ela vê minha cara sorridente ela cai de
joelhos no batente da porta e soluça duro.

Ver minha melhor amiga sofrendo me dói, também. Eu


não consigo parar as lágrimas de caírem pelo meu rosto e
minha garganta dói. Ghost aparece atrás dela e a levanta. Ele
a coloca ao meu lado na cama e eu a abraço fracamente. Ela
soluça no meu ombro. Eu olho para Ghost. Ele sorri e
empurra meu cabelo atrás da minha orelha.
Nat endireita e grita: — Você nunca, nunca faça isso
comigo de novo! Ou eu vou bater no seu rabo com tanta força
que você vai acordar na próxima semana!

Eu rio, mas nenhum som sai. Meus lábios estão


rachados, mas eu não me importo.

Eu sussurro: — Nik.

Nat olha para mim e me diz: — Nós só podemos te


visitar dois de cada vez e os outros querem vê-la também
assim que eu vou voltar depois de todo mundo ver você.

Eu concordo. Ghost e Nat saem da sala enquanto Lola e


Trick entram. Lola segura minha mão em um dos lados da
cama e Trick segura a outra do outro lado da cama. Lola tenta
ser corajosa, mas as lágrimas escorrem através de seu sorriso
forçado. Trick beija minha testa. Quando eles saem, Max e
Mimi entram.

Max sorri, mas seus olhos estão brilhantes. Ele se senta


na cama, me abraça e sussurra suavemente: — Eu nunca
esquecerei que você levou um tiro por Nik. Eu não me
importo se não temos o mesmo sangue; você é um membro da
minha família.

Eu sorrio, mas lágrimas estão escorrendo pelo meu rosto.

A única conclusão que eu cheguei é que Nik faleceu. É


por isso que ninguém quer falar comigo sobre ele.

Estou completamente arrasada com isso, mas não vou


chorar por ele até que esteja sozinha. Quero chorar por Nik
privadamente e eu vou ter tempo para fazer isso mais tarde.
Não quero decepcionar meus amigos que estão felizes de ver
que estou bem.
Mimi sorri grande para mim e alega: — Você nunca me
disse que eu era amiga de uma total fodona que pula nas
costas dos bandidos armados.

Sussurro de volta: — Eu também não sabia. Uma fodona


total.

Mimi sorri e sussurra: — Certo.

Max me sustenta pelos ombros e eu tomo o calor que ele


oferece. Depois de alguns minutos, ambos me beijam e saem.
Depois de ver todos, eu estou exausta. Eu fecho meus olhos e
procuro conforto na escuridão. Ouço um lento arrastar de pés
na porta e abro os olhos. Eu vejo Nik.

Eu sorrio e espero que este seja um sonho bom. Ele está


vestindo moletom, uma camiseta e tênis. Ele tem uma bengala
na mão esquerda e ele manca até mim. Eu franzo a testa.
Este não é um sonho bom. Nik nunca está ferido em
meus sonhos.
Ele da um enorme sorriso e beija minha testa. — Será
que você está tendo sonhos doces, bebê?

Eu viro meus olhos cansados, semicerrados para os seus


brilhantes e queridos olhos âmbar e imploro num sussurro
rouco,

— Não me acorde.

***

Meus olhos revolvem-se e eu me pressiono mais


profundamente no calor ao meu lado. Algo aperta em volta da
minha cintura. Abro os olhos e me inclino para trás. Nik está
na cama do hospital comigo. Vestido com moletom e uma
camiseta.
Oh Deus. Eu não estava sonhando. Nik está vivo!

Ele sorri e seus olhos procuram meu rosto, então


sussurra: — Oi, baby.

Eu sorrio, mas um fluxo interminável de lágrimas


escorrem pelo meu rosto. Eu gesticulo ‘oi’.

Ele enxuga minhas lágrimas e diz: — Bem, isso prova


que... - Eu franzo a testa e encolho os ombros. Ele continua:
— Nada vai nos separar. E nós precisamos nos casar.
Amanhã.

Eu silenciosamente sorrio e faço gesto de ‘aceito’. Depois


de um momento eu gesticulo: ‘O que aconteceu?’

Ele se endireita e explica: — Quando Omarr atirou em


você, eu pensei que você estivesse morta, baby. Nunca, em
toda minha vida, me senti da maneira que me senti naquela
noite.

A luz em seus olhos desaparece e ele parecia perdido,


depois sussurra: — Havia muito sangue. Eu tinha certeza que
não restava mais nada em seu corpo.
Estúpida hemofilia !
— Então ele me deu um tiro na coxa. Não parecia ser
ruim, mas atingiu uma artéria principal, então eu estava
sangrando tão ruim quanto você. E eu pensei comigo mesmo,
enquanto você estivesse ao meu lado, na vida ou na morte, eu
ficaria bem. Eu matei Omarr, baby. Meu último pensamento
antes de desmaiar foi que não consegui salvá-la. E isto doeu.

Ele parecia tão triste.

Eu sussurro: — Eu te amo... e vamos nos casar.

Ele sorri e brinca: — Promessa de dedinho?

Eu silenciosamente rio e levanto meu dedo mindinho.


Nós unimos os dois juntos. Eu me inclino para frente e coloco
um beijo suave nos lábios dele. Nós rimos e nos abraçamos.

Meus olhos pesam e eu escorrego em um sono profundo


e reparador.
Capítulo Vinte e
Nove
Fazendo isso Oficial

Um mês depois…

Só de pensar no mês passado me deixa exausta.


Acontece que eu estava no hospital três semanas antes de
acordar do meu profundo estado de coma. Fui baleada justo
abaixo da clavícula direita. A bala passou direto, entrou e saiu,
felizmente não atingiu órgãos vitais.

Nik esteve lá comigo todos os dias, deixando Max no


comando do The White Rabbit. Meu pai veio quando eu levei
um tiro, mas Nik mandou de volta para Cali com a promessa
de que, se alguma coisa mudasse, ele ligaria.
Um dia depois que eu acordei, meu pai estava lá me
pressionando para ficar melhor, o que me fez rir. Meu pai se
torna ainda mais brusco quando ele está sofrendo.

Passei uma semana no hospital depois que acordei e ao


sair pedi para ver o médico em particular. Passar um mês no
hospital depois de uma experiência de quase morte faz coisas
para uma pessoa. Primeiro você pergunta como você vive sua
vida. Em segundo lugar, você opta por fazer alterações. E, por
último, você decide viver uma vida mais plena. Esta é a razão
da minha conversa particular com o médico.

A Doutora que conheço como Gail entra no meu quarto


e fecha aporta. Faço meu pedido e ela sorri. — Claro!
Podemos fazê-lo hoje. Leva apenas um minuto. Eu só vou
perguntar isso mais uma vez. Você tem certeza?

Eu aceno e em poucos minutos, está feito. Estou tão


surpresa comigo mesma e não posso evitar o sorriso enorme
que se estende por meu rosto.

As semanas que se seguem consistem de Nik e eu


fazendo fisioterapia duas vezes por dia. Nós motivamos um ao
outro tanto quanto podemos, mas alguns dias são mais difíceis
do que outros. Nós dois estamos quase completamente
curados, mas fomos informados que feridas como esta ficam
sempre latentes na mente e que nós vamos experimentar dores
fantasmas de vez em quando.

Tio Jerm trabalhou com a polícia enquanto eu estava no


hospital para ter Nik livre de quaisquer acusações que ele
poderia ter enfrentado por matar Omarr. Todas as acusações
foram retiradas e foi constatado legitima defesa.

Uma semana depois que eu fui liberada do hospital, Nik


deu uma festa de boas-vindas para mim em sua casa. Todas as
pessoas que amo estava lá; meu pai, as meninas, os rapazes, a
mãe e as irmãs de Nik, Molly, Ceecee, mesmo Tio Jerm.

No meio da noite maravilhosa, Max e Trick me pegam e


me colocam sentada no balcão da cozinha. Todos se voltaram
para me ver com diversão em seus olhos. Então, é claro, os
meus olhos se estreitaram em um tipo Eu-Não-Gosto-de-
Surpresas.

Nik se adiantou e disse para todo mundo ouvir: — Eu


acho que a coisa tradicional é a ajoelhar-se, mas não posso
devido à minha lesão, então eu pedi aos caras para colocá-la
em cima do balcão para mim. - Ele tirou uma pequena caixa
de couro de seus jeans. Eu engasguei em voz alta e cubro
minha boca com as mãos. Ele sorri e diz: — Tina, a melhor
coisa que você fez foi me colocar na zona de amigo74. - Com
isso, todos caem na gargalhada, eu inclusive. Ele continua: —
Eu nunca pensei que eu seria tão grato por aqueles
repugnantes doces de lábios. Há tantas coisas que se
interpuseram em nosso caminho... mas sempre seguimos em
frente. Nem sequer a morte poderia nos separar. Eu quero
você ao meu lado para sempre, baby. Você me daria a honra
de se tornar minha esposa?

Ainda segurando minhas mãos sobre minha boca eu grito


um abafado: — Ahhh, sim!

Ele ri e abrie a caixa. O anel de ouro é bonito e elegante.


É de bom gosto e exatamente o que eu poderia ter escolhido
por mim mesmo. Ele tem três bonitos diamantes brilhantes em
cima dele.

Eu amo isso.

Com voz rouca digo: Eu o amo!


Nik responde: — Não tanto quanto eu te amo, Tina.

74
Nesta parte ele usa Friend-zoned, mas optei por usar a tradução para a frase ter sentido.
Segura meu rosto e me beija profunda e docemente.
Todos aplaudiram e Nik anunciou que eu iria morar com ele
tão rápido quanto desse. Nat finge estar ferida, mas estava
sorrindo como uma louca.

O que nos traz aos dias de hoje. Eu estou indo morar


com Nik, Max, e Ceecee. Nik está me ajudando a embalar
caixas e transferi-las para o meu novo lugar. Eu estava um
pouco preocupada em deixar Nat sozinha, mas ela garantiu
que está totalmente bem com isso.

Ela vai ficar no apartamento mais um mês até a locação


terminar, em seguida, obter um apartamento de um quarto
para ficar mais perto do trabalho. Eu tenho muita sorte de ter
uma amiga como ela.

Eu paro de embalar para uma curta pausa. Eu me inclino


para a parte de trás do armário da cozinha para pegar um copo
e braços pegam em volta da minha cintura fazendo-me abalar.
Viro-me e grito: — Cada maldita vez!

Nik ri e balança a cabeça para mim. Fazemos isso quase


todos os dias. Você acha que eu estaria acostumada com isso
agora. Ele empurra suavemente meu cabelo para fora do
caminho, coloca o rosto na parte de trás do meu pescoço e
sussurra: — Não posso esperar até hoje à noite.

Meu estômago aperta e fico corada. Eu não posso esperar


também. A nossa primeira noite vivendo juntos.

Emocionante!

Sussurro de volta. — Eu também não. E pode ser que eu


tenha algo especial para esta noite. Algo que eu comprei em
uma loja de lingerie muito chique.

Seu braço aperta em volta da minha cintura e ele me


puxa contra seu corpo duro. Ele belisca meu ouvido, rosnando
levemente e adverte: — Não me tente, baby. Não podemos
fazê-lo até hoje à noite e nós ainda temos um monte de coisas
para embalar.

Eu suspiro e pergunto baixinho: — Quer uma rapidinha


agora e então nós podemos ter o nosso tempo mais tarde?
Você sabe, apenas para aproveitar a oportunidade?

Desde a nossa experiência de quase morte temos sido


insaciáveis um com o outro. Encontrar qualquer desculpa
válida para termos intimidade e fazer.
Ok, então estivemos tranzando como coelhos.

E tem sido tão bom!

Nik está ainda apoiado em minhas costas e sorri. Ele me


levanta e dou risada, ele corre para o meu quarto, chuta a
porta fechando-a e, juntos, aproveitamos a oportunidade.

***

Eu estou oficialmente morando com Nik!

Nós desempacotamos a última caixa uma hora atrás e


me senti bem!
Este é o mais feliz que eu me senti em dois meses. Se
você me perguntasse há dois meses, onde eu estaria e o que
estaria fazendo daqui a dois meses, a minha resposta teria sido
exatamente a mesma coisa que eu estava fazendo no mês
anterior dirigindo a Safira, vivendo com Nat e saindo com
meus grandes amigos e incrível namorado.
Esta noite é especial para mim. Nós pedimos comida
chinesa e ficamos preguiçosos assistindo TV, depois de
arrumar tudo.

Peço a Nik para me dar meia hora antes que ele venha
para a cama. Ele sorri e me beija suavemente. Corro para
tomar banho, fazer o meu cabelo e maquiagem. Eu me visto a
minha fabulosa lingerie nova e aplico levemente perfume em
meus pontos de pressão.

Antes que eu me de conta, Nik grita do quarto: — Eu


espero que você esteja pronta em breve ou eu vou entrar aí.

Eu toco a cicatriz inchada que macula a pele pálida sob o


colarinho e digo: — Quase pronta, querido.
Basta ir lá e fazer isso.

Sim. Assim como arrancar um band-aid. Rápido e


indolor. Usando as técnicas de respiração lenta que me foram
ensinadas no hospital, a calma me invade.

Eu sorrio para mim mesma e abro a porta. Eu saio e


caminho de volta para o quarto vestida com nada mais que
minha nova lingerie sexy. O sutiã é uma meia taça com rendas
e as calcinhas são estilo corte francês que deixa metade da
bunda exposta, ambos em cor creme com detalhes negros.

Nik esta sentado na cama com o lençol puxado até seu


ventre. Seus olhos estão cerrados e suas mãos estão unidas
atrás da cabeça. Eu limpo minha garganta e ele abre os olhos.
Ele fala com voz rouca: — Santo inferno, Tina. Você vai me
dar um ataque de coração.

Eu rio e subo ao seu lado na cama. Assim que eu estou


perto o suficiente, ele me puxa para cima dele entãoe estou
montada no seu colo. Ele senta-se reto e envolve seus braços
musculosos em torno de mim. Um atrás na minha bunda e o
outro atravessado entre meus ombros. Ele me puxa para perto
e me beija suavemente.

Ele murmura entre beijos: — Eu não posso acreditar que


eu recebo você na minha cama todas as noites. Eu sou o mais
sortudo filho de uma cadela.

Seus beijos se convertem em urgentes e eu inclino para


trás longe dele. Sua testa franze, mas eu sorrio de forma rápida
e explico: — Há algo que eu preciso discutir com você.

Ele olha para mim, incrédulo e pergunta: — Agora?!


Eu não posso deixar de rir da sua expressão devastada.
Eu suavizo as linhas na testa e sorrio.

— Sim. Agora, baby.

Ele se inclina para trás e suspira: — Tudo bem, querida.


O que é?

Eu deixo escapar: — Você ainda quer ter filhos, Nik?

Sua testa franze novamente e ele começa: — Eu lhe disse


que não me importa mais...

Eu o interrompo com: — Eu estou grávida.

Ele fica quieto e pisca por um momento. A preocupação


revolve meu intestino. Em seguida, ele sussurra: — Tá de
brincadeira?

Eu abaixo meu rosto e sussurro de volta: — Não estou


brincando.

Antes que eu possa reagir, Nik me vira de costas então


estou deitado na cama com ele elevando-se sobre o meu corpo.
Seus olhos estão fixos na minha barriga. Ele parece atordoado.
Eu não o culpo. Eu nunca lhe disse que tive o meu dispositivo
de controle de natalidade retirado.

Seu silêncio me enche de medo. Eu digo: — Se você não


quis...

Nik me corta com: — Você está brincando comigo? - Ele


sorri de orelha a orelha, se aproxima da minha barriga e diz:
— Nosso bebê esta crescendo aqui. Nós fizemos este pequeno
feijão. E isso foi feito de amor, baby. Isso é uma bênção.
Somos abençoados.

Meus olhos turvam e eu sorrio também. — Sim, querido.


Nós somos abençoados. Ainda é cedo, então não podemos
dizer a ninguém ainda, mas o bebê está crescendo a cada dia.

Ele se inclina sobre o meu rosto e corre o nariz até o


meu. Ele me beija suavemente e diz: — Eu espero que ela seja
como a mãe dela.

Eu rio e murmuro: — Espero que ele seja como seu pai.

Seus olhos abrem e ele se senta na cama. Ele passa a mão


pelo cabelo e repete: — Papai. Vou ser um pai. - Ele pula em
cima da cama no estilo Tom Cruise e sussurra com voz
entrecortada: — Eu vou ser um papai!.

Eu caio na gargalhada e ele pula em cima de mim, me


fazendo cócegas. Ele acusa: — Você pequena ardilosa!
Quando tirou o contraceptivo?

Entre ataques de riso, eu gaguejo: — No dia em que


deixei o hospital! Por favor, Nik, para! Vou fazer xixi!

Ele para de me fazer cócegas e me beija com ferocidade.


Eu envolvo meus braços em volta do pescoço dele e ele diz
contra a minha boca: — Eu espero que você esteja no clima
para uma boa foda, baby, porque agora eu me sinto todo viril
e másculo!

Nós dois rimos de sua tolice emocionada.

Seus beijos crescem mais e mais urgentes. Ele abaixa a


calcinha e pergunta: — Duro e rápido ou lento e doce?

Eu respondo sem fôlego: — Duro e rápido.

Ele puxa um pouco para trás e sorri: — Deus, eu te amo.


Nik se move entre as minhas pernas, posiciona-se na
minha entrada e lentamente empurra-se até que estamos
virilha com virilha. Eu seguro forte em volta do pescoço e
imploro: — Mova-se, baby.

Ele retira-se um pouco e me penetra de novo duro. Fogos


de artifício explodem nos meus olhos. Meu estômago vibra.

Nada se compara a isso. Nik preenche as peças que


faltam do meu coração e o torna inteiro outra vez. Suas mãos
se movem sob a minha bunda, ele me agarra e me levanta um
pouco. A pequena mudança tem um efeito fantástico. Estamos
perfeitamente posicionados e Nik impulsiona para dentro de
mim, revirando os quadris a cada estocada.

É a perfeição.

Eu sinto meu aumento da frequência cardíaca e meu


núcleo aperta. Nik se abaixa e puxa meu sutiã. Meus seios se
libertam. Ele toma um bico duro em sua boca e chupa duro
nele.

E é isso. Estou voando. Eu dou um largo gemido e


contraio ao redor do seu inchado comprimento.
Êxtase.
Ele deixa meu mamilo ir com um pop. Seus olhos se
fecham em êxtase. Ele me beija profundamente, me abraça
apertado e empurra uma, duas, três vezes antes de ele gemer
profundamente em minha boca, me envolve com força,
enrijece e empurra sua libertação em mim.

Nós ficamos juntos enquanto recuperamos a respiração e


desfrutamos do brilho de nosso amor por um longo tempo. Eu
começo a adormecer. Nik nos rola para os nossos lados, ainda
unidos ele sussurra: — Você vai ser uma mamãe, baby.

Com os olhos fechados, eu sorrio e afirmo: — Eu vou ser


a melhor mãe de todos os tempos.

Eu ouço sua diversão quando ele responde: — Mesmo se


você quisesse ser uma péssima mãe, você não conseguiria.
Não está em sua natureza, querida.

Abro os olhos e encontro o seu. Eu sussurro: — Você


acha que Mia se importaria?

Nik balança a cabeça e sorri um sorriso triste. — De jeito


nenhum. Você não acha que ela ficaria animada sobre ser uma
irmã? Estaria encantada, querida. E nós vamos ter certeza que
nosso pequeno feijão saiba tudo sobre sua irmã Mia que a está
observando do céu. Mia será um anjo da guarda para seus
irmãos e irmãs.

Eu alargo os meus olhos e sussurro: — Vamos ter mais?

Nik revira os olhos e afirma: — Claro! Pelo menos mais


um.

Eu pisco, em seguida, pergunto: — Posso ter este


primeiro antes de adicionar mais à lista?

Ele sorri e responde um sarcástico: — Eu não sei. Eu


pensei que nós poderíamos ter dois ao mesmo tempo.
Economizaria tempo.

Eu rio e esfrego a parte de trás do seu pescoço. Eu


provoco: — Você vai ser um daqueles irritantes pais, não é?
Que diz a todos o quão melhor a sua criança é do que a de
todos os outros.

Nik ri e admite: — Sim, eu provavelmente serei.

Nós conversamos sobre a nossa nova família até tarde da


noite.
Nik está pra lá de encantado e eu também.

Nós vamos ter um bebê.

***

Todos os domingos, desde que cheguei à casa de Nik do


hospital, ele tem feito um jantar para nossos amigos e
familiares. Papai foi embora algumas semanas depois que
acordei, mas nos falamos quase todos os dias. Ele gosta de Nik
e está agradecido que encontrei alguém a quem amar. Eu disse
ao meu pai que eu estava grávida e ele realmente chorou o que
significava que eu chorei.

Terminamos ambos soluçando e sem poder falar, então


só desligamos e falamos mais tarde naquele dia. Meu pai está
animado sobre se tornar um avô novamente. Sendo um
carpinteiro ele me disse para não me preocupar em comprar a
mobília do bebê para além de um berço, porque nós vamos
projetar alguns juntos e ele os vai fazer à mão.
Isso é um grande presente que espero tornar uma relíquia
de família. Então, é domingo. Todo mundo está aqui para
jantar e todos nós estamos conversando do lado de fora.
Ceecee está grudada à minha cadeira como sempre e adoro.
Brinco com seu cabelo, a abraço e a beijo. Ela vai ter um
pequeno primo correndo ao seu redor em breve e sei que será
um bom modelo a seguir.

Nik anuncia que a comida está pronta e todos nós


sentamos no novo conjunto de jantar externo que eu insisti em
comprar. Nik e eu sentamos lado a lado, como sempre, faz a
nossa troca de alimentos mais fácil.

Todo mundo está esticando-se uns sobre os outros para


obter alimentos. Nik serve meu prato para mim, com três
vezes mais alimento do que eu normalmente como. Ele é um
pouco louco em resguardar minha gravidez.

Eu começo a tirar coisas do meu prato e colocá-las no


seu. Eu removo as azeitonas, queijo feta, e bacon para fora da
minha salada. Ele acrescenta tomates ao meu. Eu não percebo
Nat nos observando. Ela estreita os olhos para mim e me
oferece um pouco de vinho que eu gentilmente recuso.

Nat suspira e levanta tão rápido que sua cadeira voa para
trás. Ela sorri, aponta para mim e grita: — Você esta grávida!
Todo mundo para de comer a olha para mim com rostos
chocados e atordoados.
Meu rosto fica corado, meu pescoço coça e tento negá-lo
com: — O quê? Você é louca! Estão todos loucos se acham
que estou grávida, certo Nik?

Nik balança a cabeça e olha em volta da mesa. Ele fica


sério e afirma: — Ela está grávida.

A mesa irrompe em aplausos. Eles todos se levantam e


abraçam-nos. Nat ri e chora ao mesmo tempo, ela pergunta:
— Você realmente acha que você poderia esconder algo assim
de mim?

Eu digo em voz alta para que todos possam ouvir: — É


muito cedo, pessoal. Eu não estou no segundo trimestre ainda.
Eu queria esperar até que estivesse, pelo menos, de doze
semanas. Mas sim, nós temos um pequeno feijão crescendo na
minha barriga.

A mãe de Nik, Cecilia, dá um enorme sorriso, mas está


chorando. Eu vou lá abraçá-la. Ela diz: — Você o salvou. Meu
Niki. Você o salvou de uma vida solitária. Estive sempre
preocupada que ele nunca iria viver e ele não o fez até que ele
conheceu você. Eu estarei para sempre em dívida.
Lágrimas escorrem pelo meu rosto. — Você pode me
pagar de volta cuidando do bebê de vez enquanto.

Ela ri. — É claro que sim, mesmo se você não precisasse


de mim, eu ajudaria.

As irmãs de Nik me abraçam e me beijam, elas estão


todos muito felizes.
Isso me faz feliz.
Max, Ghost, e Trick todos se revezam me abraçando.
Pergunto a todos: — Então, estão prontos para serem tios
mais uma vez?
Max sorri e acena com a cabeça vigorosamente, Ghost
sorri, mas seus olhos estão arregalados e ele parece um pouco
assustado e Trick grita:
— O inferno, sim!

As meninas saltam em cima de mim. Elas me pegam em


um abraço de grupo e eu deixo escapar: — Eu sou dona da
Safira!

Nat sorri e Mimi e Lola se entreolham e explodem na


gargalhada. Elas estão na verdade chorando de tanto rir!
Eu coloquei a mão no meu quadril e pergunto: — O que
é tão engraçado?

Mimi diz entre acessos de riso: — Oh, deus a abençoe


senhor. Ela pensou que nós não sabíamos.

O QUE?!

Lola ri e me diz: — Querida, nós nos conhecemos há


quase dois anos. Os nossos cheques de pagamento saem de
uma conta da Safira com você listada como a proprietária!

Eu não sabia disso!

Eu pisco e sussurro: — Eu não sabia disso.

Nós todos caímos na gargalhada, eu limpo as lágrimas de


alegria longe de meus olhos e murmuro: — Eu queria dizer a
vocês há um tempo, mas pensei que vocês poderiam me tratar
de maneira diferente se soubessem que eu era a grande chefe.

Mimi se endireita, balança a cabeça e diz: — Você


sempre será minha salvadora, boneca. Não importa o que.
Lola sorri grande: — Sim, T. Você nos deu uma chance.
Você sempre será nossa amiga.

Nat aperta minha cintura e diz: — Você sempre nos


apoiou, querida. E, a propósito, você com certeza não pode
mentir.

Nós todos rimos.


Eu peço desculpa e me dirijo para a cozinha tomar um
copo com água. Dou um gole e olho pela janela ao pátio onde
todos meus amigos e a família do Nik conversam juntos, riem
e brincam. Isto é tudo o que sempre eu quis. Eu não consegui
da primeira vez, mas eu sou uma crente em segundas chances.

Eu olho para a minha barriga, coloco minha mão em


cima e sorrio.

Ser concedida uma segunda oportunidade é um presente.

Vou usá-la bem.


Epílogo
Um bebê!

Sete meses e meio mês depois...

— NIK, SEU ESTUPIDO FILHO DE UMA PUTA!


EU TE ODEIO! - Tina grita.
Olho para a médica em pânico e grito: — Me dê as
drogas! Me dê as drogas!

Gail sorri. — Tina, você está indo tão bem, mas é tarde
demais para as drogas. Seu bebê está quase aqui e quer
conhecer sua mãe. Então, quando eu avisar, empurre.

Tina aperta minha mão, joga a cabeça para trás e geme


fortemente. Ela esta corada, suando e seu cabelo é um
desastre, mas por Deus ela está linda. Ela é uma guerreira.

Gail olha para Tina e diz: — Agora, Tina. Empurre forte,


querida.
Tina aperta minha mão com força e deixa escapar um
longo gemido tenso. Gail grita e nos diz: — A cabeça está
fora. Mais um empurrão e você terá seu bebê!

Tina ofega e Gail diz: — Agora, Tina. Um último


empurrão!

Tina empurra com toda sua força e, em seguida... O


choro.

Oh Deus. É um som tão bonito.

Gail sorri e me entrega um par de tesouras cirúrgicas. Ela


segura o cordão umbilical e eu corto através dele. É duro
como borracha grossa! Ela leva o bebê para o canto, o limpa e
o pesa antes de trazê-lo de volta para nós. Ela coloca o bebê
sobre a Tina, ajustando a sua pequena boca contra seu seio, e
anuncia:

— Parabéns, a vocês dois. Vocês tem uma saudável


menina.

Olho para minha esposa e filha e tento arduamente me


segurar. Tina olha timidamente para mim e diz: — Eu não
posso ser responsabilizada por aquilo que eu digo em meio do
parto, Nik. Nós não devemos mencionar a minha boca suja
nunca mais. Amém.
Eu rio e toco o rostinho da minha filha. Ela faz barulhos
pouco exigentes e mexe um pouco, mas continua mamando.

Ela é tão pequena.

Minúscula.

Mas eu ajudei a fazê-la. Ela é minha. Eu farei qualquer


coisa por ela.

Deus, ela tinha acabado de nascer e eu já estou envolvido


em torno de seu dedo.

Pergunto a minha linda esposa: — Como vamos chamar


a nossa pequena princesa?

Tina olha para mim e sussurra: — Eu gosto de Tatiana.

Eu sorrio e sussurro de volta: — Eu adoro isso.

Tina olha para a nossa filha e pede a ela em voz baixa: —


Tatiana, você quer conhecer a sua família?
Tatiana lamenta suavemente e se contorce. Tina diz: —
Vou tomar isso como um sim.

Eu vou para o corredor e chamo nossos amigos. Nat,


Mimi e Lola estão chorando abertamente. Max, Trick, e
Ghost estão engolindo em seco e olhando para a nossa filha
em reverência.

Nat pede: — Qual é o nome dela?

Eu respondo: — Tatiana.

Mimi sussurra. — É lindo.

Todo mundo sorri e acena com a cabeça em


concordância. Os caras tratam de sair. Algo sobre mulheres
que amamentam com quem não somos casados nos faz
desconfortável. Tina grita:
— Rapazes? Vocês podem ficar por um minuto? Quero
pedir a todos vocês uma coisa.
Os caras voltam ao grupo e Tina olha para mim e sorri.
Esse é o meu sinal.

Pergunto: — O que acham de todos vocês serem


padrinhos da Tatiana?
Todos os seis olham para mim de boca aberta. Lola
sussurra. — Todos nós?

Tina balança a cabeça e sorri. — Nós não poderíamos


decidir sobre apenas dois de vocês. Além disso, não seria
justo. Nós amamos todos vocês, e não apenas dois de vocês.
Nós nos sentiríamos honrados se aceitassem.

Eu me endireito e pergunto aos rapazes: — Alguma


objeção?

Todos eles sorriem amplamente e abanam a cabeça. Eu


olho para as meninas e pergunto: — Objecções, senhoras?

Mimi limpa a garganta e sussurra: — Vocês têm certeza


de que querem que eu seja sua madrinha? - Ela olha para
baixo e continua: — Eu não sou exatamente material de
madrinha.

Eu começo a falar, mas Tina me detém. Ela assegura a


Mimi: — Isso não é verdade. Quando Tatiana precisar de
ajuda com um valentão que você estará lá. - Tina olha ao
redor da sala e continua:
— Quando ela precisar de alguém para fazê-la rir, Trick
lhe contará suas piadas horríveis. Quando queria ouvir de
histórias de amor, terá a Lola para ler-lhe uma dúzia delas.
Quando alguém a olhar de forma incorreta, ela terá o Ghost
cobrindo suas costas. Quando seja maior e necessite ajuda
com roupa e maquiagem, Nat a ajudará a ir elegante. Quando
tenha um mal dia e necessite desabafar, ela terá seu tio Máx
para conversar. E quando sinta que o mundo esta chegando ao
fim por alguma tragédia adolescente, ela terá Ceecee para
lembrar que coisas ruins ficam melhor. Então, você vê,
Tatiana tem a melhor família que se pode pedir. Pode ser que
sejamos inadequados separadamente, mas juntos nos
encaixamos perfeitamente.

Mimi dá um sorriso vacilante, limpa a garganta e diz


baixinho: — Ok, mas não diga que eu não avisei vocês.
Nós todos rimos e todo mundo diz adeus a Tatiana que
parou de mamar e decidiu dormir. Eu pego ela do peito da
Tina e coloco em seu bercinho. Sento-me ao lado da Tina na
cama, coloco um braço ao seu redor e pergunto: — Como
você está se sentindo, baby?

Ela brinca com os dedos da outra mão e sorri


suavemente.
— Eu estou esgotada, querido. Mas tão, tão feliz. É o
melhor dia da minha vida. - Ela levanta o rosto para o meu e a
beijo suavemente.

Eu sussurro contra seus lábios: — Eu amo você, Tina.


Você é meu mundo.

Sinto seu sorriso contra os meus lábios e ela diz: — Eu te


amo mais. - Então ela pergunta: — Você pode me arrumar um
pouco de água, amor? Eu estou sedenta.

Levanto-me para trazer um pouco de água. Volto para o


quarto e sorrio. Minhas duas meninas bonitas estão dormindo
profundamente. Eu tomo um momento para pensar sobre
como estou me sentindo. Estou nervoso como o inferno sobre
ser um pai. Estou animado sobre ver a Tatiana crescer. E estou
mais feliz do que eu já estive em minha vida.

Eu olho para a pequena mulher dormindo na cama. Uma


mulher forte, com coração de ouro, que um dia me enviou
doces. Minha esposa e a mãe da minha filha.

O amor da minha vida.

O calor se expande dentro de mim.


E me dou conta de que por fim estou em paz. Eu sorrio.

Valeu a pena a espera.

Fim

*** A série Friend-zoned continua com a história de Nat e


Asher (Ghost) ***

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