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Gabriel Smith 1° B

Defesa da hierarquia entre lei complementar e ordinária:

Um dos argumentos utilizados pelos que defendem a hierarquia sobre as


leis complementares e ordinárias diz que uma vez que a lei complementar é
tratada de forma diferenciada como espécie normativa no art. 59, CF e é
exigida dela um quórum especial para a sua aprovação, presente no art. 62,
CF, é admitida a presença de hierarquia entre as leis ordinárias e as leis
complementares.
O fato da lei complementar ter o poder de veicular matéria que diz
respeito à lei ordinária sem ser considerada vício de inconstitucionalidade
formal, porém sendo apenas formalmente complementar, e materialmente
ordinária, o que faz com que a modificação ou revogação dessa lei possa
acontecer por lei ordinária. Diferentemente dos atos normativos que estão
abaixo da lei complementar no art. 59, CF, que não têm o poder de regular a
matéria reservada à lei complementar pela Constituição Federal.
É resguardada à lei complementar determinadas matérias de caráter
infraconstitucional, essa possibilidade se dá pelo fato da maior severidade no
processo da lei complementar do que no processo da lei ordinária, uma vez
que a aprovação de uma lei complementar é feita por maioria absoluta,
diferente da aprovação da lei ordinária, que basta para ser aprovada uma
aprovação simples. Assim, deixando mais claro a existência da hierarquia
presente entre essas leis em questão.

“Hierarquia, para o direito, é a circunstância de uma norma


encontrar sua nascente, sua fonte geradora, seu ser, seu
engate lógico, seu fundamento de validade, numa norma
superior”. (TEMER,1967, p.162)

Tendo como base esse conceito de “hierarquia para o direito”, é visível


que há uma hierarquia entre as leis complementares e ordinárias, uma vez que
por vezes, a lei ordinária encontra a sua nascente na lei complementar.
Crítica à hierarquia entre lei complementar e ordinária:

Um dos argumentos dos que são contrários à hierarquia entre a lei


complementar e ordinária é que ambas essas leis são espécies normativas
primárias e tem como sua nascente a Constituição Federal, é de lá que se é
obtido o seu fundamento de validade.
A jurisprudência do STF foi a da não existência de hierarquia entre lei
complementar e ordinária. Para o STF, deve haver distinção entre elas pela
questão da diferença da matéria abordada por cada uma, mas não uma
hierarquia
Ambas as leis são fonte de um fundamento de validade em comum, a
Constituição Federal, o que faz com que estejam no mesmo patamar de
importância, num mesmo plano de igualdade, não havendo assim, nenhuma
hierarquia entre elas, somente fatores de distinção entre elas.
Para o doutrinador Pedro Lenza, aceitar a hierarquia entre lei
complementar e ordinária é o mesmo que dizer que existe hierarquia entre as
leis municipais e federais, o que é um erro, pois ambas tratam de matérias
totalmente diferentes, atuando em diversos âmbitos e em diferentes
competências.
Para finalizar o pensamento sobre a crítica da hierarquia entre as leis em
questão, vale ressaltar que a existência da hierarquia entre lei complementar e
ordinária não é evidenciada pelo fato de que a lei complementar não poder ser
modificada por uma lei ordinária. Esse fato está ligado ao respeito aos ditames
constitucionais.

Meu ponto de vista sobre o assunto:

Há sim uma hierarquia entre a lei complementar e ordinária e essa


afirmação pode se dar por vários fatores, uma vez que, como foi apresentado a
cima, a lei complementar para ser aprovada, por exemplo, necessita de uma
maioria absoluta, diferentemente da lei ordinária, que somente necessita de
uma maioria simples, o que faz com que a aprovação de uma lei complementar
seja drasticamente mais dificultosa do que a de uma lei ordinária, e essa
dificuldade a mais estaria ligada a maior importância da lei complementar sobre
a lei ordinária.
Outro fator que evidencia a existência da hierarquia entre essas leis é o
fator também apresentado, de que a lei ordinária não ter o poder de modificar
uma lei complementar, tornando-a assim, mais uma vez abaixo da lei
complementar.
Vale ressaltar, para finalizar o meu ponto de vista sobre o assunto
apresentado, que a lei ordinária busca sua nascente, seu fundamento de
validade na lei complementar, frisando mais uma vez essa existência de
hierarquia.

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