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abin

Geografia Mundial
Sistemas Macroeconômicos e a Globalização

Livro Eletrônico
GEOGRAFIA MUNDIAL
Sistemas Macroeconômicos e a Globalização
Prof. Flavio Bueno

SUMÁRIO
Apresentação..............................................................................................3
Sistemas Macroeconômicos, Divisão Internacional do Trabalho e o Processo de
Globalização...............................................................................................5
1. Globalização............................................................................................5
1.2. Conceitos Fundamentais e Perspectiva Histórica...................................... 11
1.4. A Globalização Vista do Lado de Cá (Observe com Atenção este Tópico)..... 26
1.5. As Globalizações Segundo Milton Santos................................................ 36
1.6. Processo de Estruturação do Sistema Capitalista, Divisão Internacional do
Trabalho (DIT) e Globalização...................................................................... 40
Resumo.................................................................................................... 73
Questões de Concurso................................................................................ 76
Gabarito................................................................................................. 118
Questões Comentadas.............................................................................. 120

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GEOGRAFIA MUNDIAL
Sistemas Macroeconômicos e a Globalização
Prof. Flavio Bueno

Apresentação

Olá caro(a) aluno(a),

Estou aqui para te auxiliar nesta empreitada e o ano de 2018 trará, logo em

seu início, um dos mais desejados concursos para o serviço público federal para a

Agência Brasileira de Inteligência – ABIN. Serão 300 vagas, sendo 220 para o cargo

de Oficial de Inteligência, 60 para o cargo de Oficial Técnico de Inteligência e 20

para Agentes de Inteligência. Para tal, é fundamental ter alguns pontos em mente.

Historicamente, por toda carga de conteúdos estratégicos para o Estado e a neces-

sidade de entendimento das mais diversas relações da geopolítica contemporânea,

a Geografia é parte essencial da seleção, o que exige de nós uma atenção especial

e um certo aprofundamento, na disciplina e no espírito que em geral a banca que

realizará utiliza.

Um dos conteúdos mais relevantes na ótica da ciência geográfica e fortemente

explorados no último concurso da Agência Brasileira de Inteligência estão rela-

cionados à Geografia Contemporânea e Atualidades, o que corresponde à aproxi-

madamente 50% da prova, segundo estimativas e, portanto, com um índice tão

expressivo, os que tiverem atenção e preparação de excelência nestas matérias

partirão na frente em relação à concorrência.

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Sistemas Macroeconômicos e a Globalização
Prof. Flavio Bueno

Vale observar que o conteúdo de Geografia é um tanto quanto amplo, tanto no

que se refere às especificidades brasileiras, quanto no tocante Geografia Geral e

contemporânea. Um conhecimento sólido poderá dar a vocês ampla vantagem, já

que, dificilmente, o grande público dominará cada face do conteúdo determinados

nos tópicos do edital. No cenário atual de incertezas econômicas e novas disputas

geopolíticas, é fundamental que o estudante lembre que a Geografia relaciona me-

lhor os conteúdos que devem ser observados pelo serviço de inteligência por dois

aspectos fundamentais: pelo amplo espectro de ciências correlacionadas ao seu

estudo; e por analisar profundamente as mudanças e relações do homem com o

espaço vivido.

Para tal, começaremos esta aula com forte aspecto teórico, que, por muitas das

vezes, recai sobre a sociedade rodeada de senso comum, o que dificulta a análise

dos fenômenos sociais, políticos e econômicos caracterizados na sociedade con-

temporânea. Os temas desta aula permearam dois tópicos fundamentais: globa-

lização e sistemas macroeconômicos, seu processo de formatação histórica, bem

como os impactos destes na sociedade no decorrer dos últimos séculos, com ênfase

ao momento atual da geopolítica mundial.

Estaremos juntos neste período, buscando fornecer a vocês um forte escopo de

conteúdo, que seja relevante ao desenvolvimento cognitivo capaz de lhes garantir

o sucesso necessário na realização desta prova.

Bom estudo e um excelente exame.

Professor Flávio Bueno.

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SISTEMAS MACROECONÔMICOS, DIVISÃO INTERNACIONAL


DO TRABALHO E O PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO

1. Globalização

Caro(a) colega concurseiro(a), muito bom estar com você. A primeira aula deste
bloco de estudos para o concurso da Agência Brasileira de Inteligência – ABIN traz
à tona um dos mais relevantes conceitos explorados pelos estudos da ciência geo-
gráfica nas últimas décadas, a globalização. Não obstante, este fenômeno passou a
ser fortemente empregado pelas mais diversas bancas em vestibulares, concursos
e afins em todo território nacional com notável importância por diversos motivos,
dentre os quais podemos citar:
• a inigualável contribuição do estudo da globalização, realizada por aquele
que é considerado um dos maiores geógrafos da história, o brasileiro Milton
Santos, e seu alcance acadêmico para célebres pensadores, tais como David
Harvey, José Saramago, Eric Hobsbawm, dentre outros.
• o caráter dos interesses geopolíticos das potências hegemônicas na propaga-
ção de seus modelos macroeconômicos.
• a propagação de um ambiente de negócios e de integração cada vez mais
amplo e global.
• e, por fim, no impacto deste fenômeno na construção das sociedades con-
temporâneas, seja na modificação do espaço geográfico ou no que tange a
influência deste nas relações humanas, sobretudo, em países periféricos, tais
como o Brasil.

Historicamente, a banca que realizará a prova, trata com profundidade o tema

globalização, explorando-o de várias formas, métodos e sentidos, em questões

objetivas, discursivas ou até mesmo na redação, como pode-se verificar em frag-

mentos textuais retirados de provas da banca referida.

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CESPE | CEBRASPE – VEST/2015: ESCS
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Sistemas Macroeconômicos e a Globalização

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ATENÇÃO: Nesta prova, faça o que se pede, utilizando, caso deseje, o espaço indicado para rascunho no presente caderno. Em seguida,
escreva o texto na folha de texto definitivo da prova de redação, no local apropriado, pois não serão avaliados fragmentos  de texto
escritos em locais indevidos. Respeite o limite máximo de linhas disponibilizado. Qualquer fragmento de texto além desse limite será
Tema de Na Redação
folha de textodo Vestibular
da prova Universidade de Brasília – UnB de 2015:
desconsiderado. definitivo de redação,Texto para
utilize as questões
apenas caneta de 11 a 15 de tinta preta, fabricada em 
esferográfica
material transparente. 1 A tão repetida ideia de aldeia global é uma fabulação. A respeito
O fato de que a comunicação se tornou possível à escala do
Apesar de a globalização atingir, direta ou indiretamente, qualquer espaço e pessoa do planeta, isso
planeta, deixando saber instantaneamente o que se passa em assinale a o
não significa que seus reflexos e consequências atinjam a todos de igual maneira nem que tenham a mesma
4 qualquer lugar, permitiu que fosse cunhada essa expressão,
repercussão em todas as regiões.
quando, na verdade, ao contrário do que se dá nas verdadeiras A Na lin
Nas últimas décadas, a saúde passou a ser considerada como importante fator para o crescimento
aldeias, é frequentemente mais fácil comunicar com quem está
econômico e o desenvolvimento social, com reflexos na política externa, na soberania nacional, nos direitos “comu
7 longe do que com o vizinho. A informação sobre o que
humanos, nos programas de meio ambiente, no comércio e no turismo. Entretanto, os impactos sociais,
culturais e econômicos resultantes da globalização podem acontece não vem
trazer riscos à saúde,da interação
decorrentesentre pessoas,
de fatores mastaisdo que é B A oraç
veiculado pela mídia, uma interpretação interessada, senão correta
como:
10 interesseira, dos fatos. conjun
1. exacerbação das diferenças econômicas inter e intrapaíses, com Um ooutro
agravamento
mito é o do da espaçopobreza;
e do tempo contraídos, present
graças, outra vez, aos prodígios da velocidade. Só que a
2. degradação do meio ambiente, diminuição da biodiversidade e dispersão de poluentes; partícu
13 velocidade está ao alcance apenas de um número limitado de
3. aumento do consumo de alimentos cuja produção ou processamento pessoas, de tal forma que, segundo
favorecem dietas as não
possibilidades
saudáveis; de cada C O refe
um, as distâncias têm significações e efeitos diversos e o uso do “saber”
4. aumento da disseminação de doenças infecciosas em 16
razão
mesmodorelógio
maiornão número
permitedeigual viagens
economia internacionais.
do tempo.
APaulo
ideia de aldeia global, tanto quanto a de espaço- D A exp
A. de Carvalho Fortes e Helena Ribeiro. Saúde global
tempo contraído,
em tempos permitiria imaginarIn:a Saúde
de globalização. realização do sonho de
e sociedade. específ
19 um mundoVol. só,23,ján.ºque,
2, São Paulo, abr./jun., 2014 (com adaptações).
pelas mãos do mercado global, coisas, dadas a
relações, dinheiros, gostos CESPE largamente
| CEBRASPE se difundem por sobre
– VEST/2015: ESCS vizinho
O texto da última obra de Milton Santos,continentes, do livro “Por raças, uma línguas,outra religiões, globalização”
como se as
22 particularidades tecidas ao longo de séculos houvessem sido 
Considerando como motivadores os textos apresentados 
ao longo da prova e com baseno fragmento
Tudo seriaacima, redijae,um aotexto dissertativo
(2001) :
1
todas esgarçadas. conduzido mesmo tempo,
em que homogeneizado pelo mercado global regulador. Será, todavia, A coerênci
Texto para as questões de 11 a 15 
esse mercado regulador? Será ele global?
< seja abordado, como tema, pelo menos um dos fatores acima25enumerados; Quando es
1 A tão repetida ideia de aldeia global é uma fabulação.
< se discuta o papel da informação na minimização dos riscos àAsaúde Fala-se,
associados ao(s) também,
fator(es)do de uma humanidade
abordado(s).
respeito do segundo período primeiro parágrafo do texto, intermedia
O fato de que a comunicação se tornou possível à escala do desterritorializada, entre cujas características estaria o
planeta, deixando saber instantaneamente o que se passa em 28assinale das fronteiras como imperativo da globalização, logo após
a opção correta.
desfalecimento
4 qualquer lugar, permitiu que fosse cunhada essa expressão, e a essa ideia dever-se-ia uma outra: a da existência, já agora,
quando, na verdade, ao contrário do que se dá nas verdadeiras A deNa umalinha
cidadania
6, auniversal.
oração De fato, as fronteiras
introduzida pela formamudaram de A o prim
verbal
aldeias, é frequentemente mais fácil comunicar com quem está 31 significação, mas nunca estiveram tão vivas, na medida em que
“comunicar” subordina-se sintaticamente ao adjetivo “fácil”. B o segun
7 longe do que com o vizinho. A informação sobre o que o próprio exercício das atividades globalizadas não prescinde
acontece não vem da interação entre pessoas, mas do que é B deAuma
oração
açãoiniciada pela forma
governamental verbal
capaz “saber” (R.3)
de torná-las poderia
efetivas dentro ser C o prim
veiculado pela mídia, uma interpretação interessada, senão 34 do território. A humanidade desterritorializada
corretamente substituída por uma oração introduzida pela D o segun é apenas um
10 interesseira, dos fatos. mito. O exercício
conjunção que, da se cidadania,
essa formamesmo verbalsefosse avança a noção deno
flexionada
Um outro mito é o do espaço e do tempo contraídos, moralidade internacional, é, ainda, um fato que depende da 
presentee da
presença doaçãosubjuntivo
dos Estados— nacionais.
saiba — Sem e acompanhada
essas fábulas da
e
graças, outra vez, aos prodígios da velocidade. Só que a 37

13 velocidade está ao alcance apenas de um número limitado de partícula


mitos, período histórico não existiria como é: também não A palavra “
este se.
pessoas, de tal forma que, segundo as possibilidades de cada C O referente ados
seria possível violência
sujeitos do das
dinheiro.
formas Esteverbais
só se torna violento e
“deixando”
um, as distâncias têm significações e efeitos diversos e o uso do 40 e “saber”tirânico (R.3),
porque é servido pela violência
que estão elípticos no texto, é o mesmo. da informação. A por par
16 mesmo relógio não permite igual economia do tempo. Milton Santos. Por uma outra globalização - do pensamento único à
B por pro
A ideia de aldeia global, tanto quanto a de espaço- D A expressão “oconsciência vizinho” (R.7)
universal. Rio derecebe uma
Janeiro: Record, 2006interpretação
(com adaptações).

tempo contraído, permitiria imaginar a realização do sonho de  específica e determinada nesse contexto, podendo-se recuperar, C por pro
19 um mundo só, já que, pelas mãos do mercado global, coisas, dadas as informações veiculadas no texto, a identidade desse D a partir
relações, dinheiros, gostos largamente se difundem por sobre No quevizinho. se refere aos sentidos do texto acima e às informações nele
continentes, raças, línguas, religiões, como se as veiculadas, assinale a opção correta. 
22 particularidades tecidas ao longo de séculos houvessem sido 
todas esgarçadas. Tudo seria conduzido e, ao mesmo tempo, A A palavra “desfalecimento” (R.28) está empregada, no texto, No que se re
homogeneizado pelo mercado global regulador. Será, todavia, A coerência em sentidoe denotativo.
a coesão do texto seriam mantidas caso o período correta.
25 esse mercado regulador? Será ele global? Conclui-se
BQuando do texto que se
essa comunicação a “violência da informação”
faz, na realidade, ela se dá(R.40),
com a
associada ao processo
Fala-se, também, de uma humanidade intermediação de objetos, seguido de ponto final, fosse de mediação da informação
desterritorializada, entre cujas características estaria o disponibilizada ao público pelos meios de comunicação,inserido serve, A A form
28 desfalecimento das fronteiras como imperativo da globalização, logono após
momento histórico tratado, aos interesses do capital. período
e a essa ideia dever-se-ia uma outra: a da existência, já agora, C As palavras “interessada” (R.9) e “interesseira” (R.10) são B Em “S
de uma cidadania universal. De fato, as fronteiras mudaram de A empregadas para caracterizar,
o primeiro período respectivamente, de forma
do segundo parágrafo. vocábu
31 significação, mas nunca estiveram tão vivas, na medida em que positiva e negativa, a interpretação dada pela mídia à
o segundo por
B informação período do segundo parágrafo. “merca
1
POR UMA exercício
o próprio OUTRA GLOBALIZAÇÃO (do pensamento
das atividades globalizadas não prescindeúnico à consciência ela universal)
veiculada.– Neste livro, Milton Santos
C o primeiro período do primeiro
de uma ação governamental capaz de torná-las efetivas dentro D Conclui-se do segundo parágrafo do texto que a velocidade da parágrafo. C Sem p
propõe uma interpretação
do território. multidisciplinar édo
A humanidade desterritorializada mundo
apenas um contemporâneo,
comunicação em
é que realça
responsável peloo papel
aumento atualda da ideologia
desigualdade (R.12) p
34 D o segundo período do primeiro parágrafo.
namito.
produção da história
O exercício e mostra
da cidadania, mesmoos selimites
avança ado seu de
noção discurso frente à
associado realidade vivida
à globalização, o que épela maioria
reforçado peladas nações.
afirmação “o
D A expr
moralidade internacional, é, ainda, um fato que depende da uso do mesmo relógio não permite igual economia do tempo”

Vestibular
37
/ 2015
presença e da ação dos Estados nacionais. Sem essas fábulas e 1.º DIA (R. 15 e 16). – 18 – ser cor
mitos, este período histórico não existiria como é: também não A palavra “desterritorializada” (R.27) é formada
seria possível a violência do dinheiro. Este só se torna violento Vestibular / 2015
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40 e tirânico porque é servido pela violência da informação. por parassíntese.
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Milton Santos. Por uma outra globalização - do pensamento único à
consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2006 (com adaptações).
B por processo de derivação sufixal e prefixal. 6 de 151
 C por processo de derivação imprópria.
D a partir da palavra primitiva territorial.
aponta para a necessidade e a importância do reforço das redes a expressão
16 globais de diagnóstico e vigilância em saúde, operadas pela
OMS e parceiros ao redor do mundo. A “da saúde” (R.26) por saudável.
Um caso já clássico é a difusão do vírus da AIDS, que GEOGRAFIA MUNDIAL
B “de financiamento” (R. 31 e 32) por financeiros.
19 surgiu possivelmente em região remota da África e se espalhou Sistemas Macroeconômicos e a Globalização
C “do comércio” (R.5) por comercial.
por todo o mundo. Até mesmo aves migratórias podem ser Prof. Flavio Bueno
D “de alimentos” (R.24) por alimentícia.
responsabilizadas pela difusão global de doenças infecciosas,


Outros exemplos de textos utilizados em questões que utilizaram a temática


22 como é o caso da gripe aviária e do vírus da febre do Oeste do
Nilo. Infecções como Salmoneloses e E. coli têm sido Assinale a opção correta a respeito de aspectos linguísticos do

globalização:
frequentemente relacionadas com contaminação de alimentos texto.

25 frescos ou industrializados que circulam entre países. Texto para as questões 19 e 20 Texto para as qu

Outra dimensão importante da globalização da saúde A 1 A expressão


A palavra “iniquidades” globalização
(R.29) remete aosda alimentação
conceitos designifica
uma série de processos, em boa medida vinculados, que tendem 1 Fala
são as reformas setoriais orientadas ao mercado, preconizadas igualdade e justiça,
a dar ainda queglobal
uma dimensão pela via
à da negação. e que incluem a
alimentação, informação s
4 produção e o consumo. A globalização alimentar é um organizado,
28 por organizações internacionais. Elas resultaram em mais B As palavras
fenômeno “novas”
que see origina
“reemergentes”,
em períodosna delinha 4,
dominação tão
distantes como as cruzadas ou os descobrimentos. Com as 4 sistemas de p
iniquidades em saúde. Não há espaço para a saúde pública ou classificam-se
7 como substantivo.
características que hoje a conhecemos, desenvolveu-se na se globaliza. P
segunda metade do século XX, quando a atividade econômica de crescimen
para a promoção da saúde nessas reformas. Seu tema exclusivo C Feitas as
se devidas
orientou alterações
decisivamentena pontuação
para uma eescala
nas letras
mundial. A
10 globalização alimentar (à semelhança de outras manifestações 7 criticá-la em
31 são a atenção médica aos indivíduos e os esquemas de maiúsculas e minúsculas, a expressão “na África” (R.12), de
da globalização) está envolta em fatores estruturais que a conduzem, o
financiamento. O mesmo se pode dizer dos modelos caráter alimentam
adverbial, epoderia
promovem. Políticas para
ser deslocada econômicas,
o início agrícolas
do e sobretudo por
13 sociais estabelecidas e os meios de comunicação são alguns
importados de formação de recursos humanos, pouco ajustados período,desses fatores.doAsentido
sem prejuízo imigração,
originalsendo atualmente um dos
do texto. 10 Essa
fenômenos mais significativos com que se confrontam as sustentar que
34 aos padrões culturais ou aos sistemas nacionais de saúde. D O trecho
16 sociedades industrializadas,
“pela difusão muitoinfecciosas”
global de doenças tem também(R.21)
contribuído
para o fenômeno da globalização alimentar. Ao longo da e de poder e
exerce, história,
no período em quemigratórios
os fluxos ocorre, a função
têm sidode responsáveis
agente da pela 13 internacionai
CESPE
Paulo M. Buss.| CEBRASPE
Globalização, pobreza – VEST/2015:
e saúde. In:ESCS
Ciência e
Saúde Coletiva. Vol. 12, n.º 6, Rio de Janeiro, nov./dez., 2007. 19 chegada de novos alimentos aos países de acolhimento. conceito e
Texto para as questões I n t e r
de 21 a 24n e t : < w w w . s c i e l o . b r > ( c o m a d a p tações).
passiva.Quando as populações migram para outro país, as acompanham
os hábitos alimentares do seu país de origem. Entre os casos difundidos p
alimentação significa
vinculados, que tendemVestibular 1 / 2015 Fala-se muito em globalização. As finanças, a 1.º DIA 22 mais paradigmáticos, cite-se a comida chinesa, considerada
–7– 16 os povos a c
ação, e que incluem a informação simultânea, as migrações de povos, o crime uma das mais internacionalizadas, por ter-se espalhado pelo função da po
ação alimentar é um mundo à custa dos imigrantes. Assim também, a pizza
organizado, os conhecimentos científicos, a tecnologia, os Amb
os de dominação tão 25 acompanha os italianos, a picanha segue os brasileiros e o
scobrimentos. Com as 4 sistemas de poder, a produção e o trabalho humano, tudo isso bacalhau viaja nas malas dos imigrantes portugueses, entre 19 acrescentar q
os, desenvolveu-se na se globaliza. Pode-se exaltar a globalização como oportunidade muitos outros exemplos. Qualquer destas práticas (a vida, a saúd
a atividade econômica de crescimento econômico e cultural dos povos. Pode-se ainda 28 gastronômicas primeiro circunscreve-se às bolsas de imigrantes
a escala mundial. A e depois se estende ao conjunto da sociedade, em maior ou transformand
e outras manifestações 7 criticá-la em razão dos que a conduzem, ou de como a
menor grau. 22 imposto aos
ores estruturais que a conduzem, ou dos rumos que toma. Mas ela é irrefreável,
Maria do Céu Antunes Martins. Globalização da alimentação: unidade monetário, qu
onômicas, agrícolas e sobretudo por corresponder a muitas exigências dos seres humanos. ou diversidade. In: Internet: <repositorio.ipcb.pt> (com adaptações).
municação são alguns CESPE | CEBRASPE – VEST/2015: ESCS
quando instit
atualmente um dos 10 Essa afirmação pode sofrer duas objeções: uma vem 
que se confrontam as sustentar que a globalização resulta em acumulação de capital
  25 ajuda ao comp
m também contribuído Assinale a opção correta no que refere a aspectos linguísticos do
e de poder em poucas mãos e no predomínio das finanças texto. de saúde públ
mentar. Ao longo da No texto, o vocábulo É comum afirmar que a ideia da lusofonia surge com a
ido responsáveis pela 13 internacionais sobre qualquer outro interesse; outra, que o opção (e ain
aíses de acolhimento. conceito e a natureza da globalização foram criados e A Naprimeira linha globalização:
28, o segmentoa aventura“circunscreve-se”
dos descobrimentos marítimos poderia ser 28 educação e
o país, as acompanham corretamente substituído por permanece circunscrita.
origem. Entre os casos difundidos por forças
A neoliberais,
“ganho” com
(R.19) é a
a intenção
forma de
irregular levar
do particípio passado do portugueses e a consequente difusão de sua língua e cultura. De traduziram-se
B A partícula “se”, em “se estende” (R.29) não poderia ser
a chinesa, considerada 16 os povos a crer que nãoverbohá alternativa
ganhar. e, assim, de negar a fato, percorrer
classificada como o pronome
mundo, apesar das especificidades
apassivador, sendo a correção sócio- do desigualdade
ter-se espalhado pelo função da política e da democracia. texto prejudicada caso se substitua “se estende” por é
im também, a pizza B “imposto” (R.22) é uma forma de caráter verbal. econômico-culturais de cada comunidade de língua oficial 31 estatísticas el
gue os brasileiros e o Ambas as objeções baseiam-se em fatos reais. Pode-se estendida.
C Em portuguesa (Angola, Brasil,
“desenvolveu-se na segunda Cabo metade Verde, Guiné-Bissau,
do século XX” existências hu
tes portugueses, entre 19 acrescentar que o ganhoC de“poder”
capital(R.4) classifica-se
passou como verbo.
a não respeitar nada
uer destas práticas (R.Moçambique,
7 e 8), a Portugal,
partículaSão“se”Tomé classifica-se
e Príncipe e como índice de
Timor Leste),
(a vida, a saúde e até mesmo as partes do corpo humano
D “humanos” (R.9) classifica-se como substantivo.vão se
às bolsas de imigrantes indeterminação do sujeito.
ciedade, em maior ou transformando em mercadoria) e que o credo neoliberal é D Em significa, via de regra,
“se confrontam deparar-se com
as sociedades sons, cores e sabores
industrializadas” (R. 15dae 16),
22 imposto aos povos 
com as regras do fundamentalismo a partícula
nossa língua“se”,
comum.que se classifica como pronome reflexivo, 
obalização da alimentação: unidade
positorio.ipcb.pt> (com adaptações).
monetário, que não admite dissidências. É o que se evidencia equivale em sentido à expressão umas às outras.
No que se refere ao emprego dos sinais de pontuação no texto, Apresentada como um sistema de comunicação linguístico- Considerando os
quando instituições financeiras internacionais subordinam sua 
25 ajuda ao compromissoassinale a opção de
dos governos correta.
reestruturar os sistemas cultural no âmbito da língua portuguesa e de suas variantes correta.
spectos linguísticos do No que se refere aos sentidos do texto e às informações nele
de saúde pública e previdência social. As consequências dessa linguísticas,
veiculadas, assinalea lusofonia
a opçãonão pode ser restrita ao que as fronteiras
correta.
opção (e ainda mais,AdosA crescentes
vírgula empregadadesníveis de renda,
logo após de (R.23) isola trecho nacionais delimitam. Nesse modo de conceber a lusofonia, há que
“monetário” A A coesão do
creve-se” poderia ser educação e de poder entre as classes e entre os povos) A Ainda que exerçam a função de sujeito nas orações em que
ce circunscrita.
28
que restringe a referência de “fundamentalismo monetário”. ocorrem, se considerar as muitas(R.24),
comunidades espalhadas pelo mundo e que
natureza da g
traduziram-se por quase toda a parte em aumento das “a pizza” “a picanha” (R.25) e “o bacalhau”
R.29) não poderia ser (R.constituem
25 e 26)a não podem ser interpretados comoemagentes conceito e su
B A supressão da vírgula empregada logo após “neoliberais” chamada “diáspora lusa” e as localidades que, se das
r, sendo a correção do desigualdades de níveis de saúde, documentadas por ações de acompanhar, seguir e viajar, sob pena de se tornar
“se estende” por é B Na linha 16,
31 estatísticas eloquentes, que se podem
(R.15) alterariatraduzir
as relações emsintáticas
milhõesdo bem que
deperíodo, preservando o texto nomeiem o português como língua de “uso”, na verdade,
incoerente.
corretamente
etade do século XX” existências humanas truncadas ou prejudicadas.
sua correção gramatical. B Conforme
ela seja o texto, a (se
minimamente globalização da Macau,
tanto) utilizada: alimentação
Goa, Diu, origina-se
Damão da
dominação de povos por outros povos, como no caso da seus sujeitos
ca-se como índice de Giovanni Berlinguer. Globalização e saúde global. In: e Málaca. Além disso, como lembra o pensador português Eduardo
C AEstudos
substituição dominação europeia nas Américas.
dos dois pontos empregados logo após
avançados. Vol. 13, n.º 35, São Paulo, jan./abr., C Em “dessa op
rializadas” (R. 15 e 16), DeLourenço,
acordo lusofonia
1999. Internet: <www.scielo.br> (com adaptações).
C
“objeções” (R.10) por travessão prejudicaria a correção com o texto, a imigração,
é inconcebível sem a inclusãofenômeno que inclui a
da Galiza.
saída e a chegada de fluxos de pessoas em diversos países, substantivo q
mo pronome reflexivo, 
às outras. gramatical do texto. restringe-se às sociedades industrializadas.
Regina Helena Pires de Brito. A viagem da língua portuguesa.
internacionai
Considerando os aspectos coesivos do texto, assinale a opção D Considerando-se que, noInternet: texto, <www.revistapessoa.com> (com adaptações).
os “imigrantes” (R.24) são as governos.
D Os parênteses foram empregados em dois trechos do terceiro
correta. “populações [que] migram para outro país” (R.20), a forma
e às informações nele Infere-se do texto acima que D “Essa afirma
parágrafo do texto para isolar informações veiculadas por verbal “migram” poderia ser corretamente substituída por
imigram. primeiro pará
construções
A A coesão do texto seria mantida casodeocaráter
trechooracional.
“o conceito e a
o nas orações em que natureza da globalização” (R. 13 e 14) fosse substituído por seu A a globalização, por permitir a troca rápida de informações,
Vestibular / 2015 1.º DIA
(R.25) e “o bacalhau” 
dos como agentes das O conteúdo
conceito e deste
sua livro
natureza. eletrônico é licenciado para Ket Almeida - , vedada, por quaisquer
permitiu meios
a difusão tanto e a quanto
da língua qualquer título,
da cultura dos países
r, sob pena de se tornara sua
B reprodução,
Na linha 16, ascópia,
formas divulgação
verbais
Assinale a opçãoou
“crer” e distribuição,
“negar”
correta poderiam
a respeito sujeitando-se
dos ser
aspectos aos infratores
linguísticos do deà responsabilização civil e criminal.
língua portuguesa, especialmente de Portugal, em

mentação origina-se da www.grancursosonline.com.br


corretamente flexionadas
texto. no plural, dado que o referente de decorrência do espírito de aventura dos portugueses. 7 de 151
os, como no caso da seus sujeitos é “os povos”.
B a lusofonia, em sentido amplo, não coincide com a comunidade
C Em “dessa opção” (R. 26 e 27), o pronome demonstrativo e o
fenômeno que inclui a A A oração iniciada pela conjunção “que” (R.19) exerce a função dos países cuja língua oficial seja o português — ou ao menos
substantivo que o segue referem-se ao fato de organismos
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CESPE | CEBRASPE – VEST/2015: ESCS Prof. Flavio Bueno



 
se expandir
A União Europeia não solapa as identidades dos países que Os lugares não desapareceram com a globalização; a Com relaçã
nal, conduz, desterritorialização caminha junto com uma reterritorialização, seja correta.
nela se unem. Pelo contrário, ela é uma campeã da identidade. Mais o desdobramento infinito e frequentemente monstruoso da cidade-
os países de
mundo, seja o retraimento da cidade global ou da cidade étnica. No
que isso, a União Europeia é a melhor garantia da segurança das A Coman
a quando o entanto, essa ressurgência efetiva dos lugares não se acompanha de
precariz
uma tomada de consciência efetiva do papel de um local cujas
à totalidade identidades dos países, oferecendo-lhes a melhor probabilidade de variantes são múltiplas. diminui
médio.
da, esgotos, sobrevivência e até de florescimento dessas identidades.
Olivier Mongin. A condição urbana: a cidade na era da globalização.
São Paulo: Estação Liberdade, 2009, p. 229 (com adaptações).
B O esgo
rizados. Sua Com base nesse texto e na nova lógica que rege a vida nos lugares, problem
assinale a opção correta. rural, m
outras áreas Zygmunt Bauman. A cultura no mundo líquido moderno.
Rio de Janeiro: Zahar, 2013, p. 68 (com adaptações).
C As regi
damentos da Tendo como referência esse texto, assinale a opção correta acerca A Os lugares devem ser analisados sob a perspectiva de uma domicíl
homogeneidade e uma harmonia econômica, política e cultural.
ineficiê
Estes são
da globalização. apenas alguns exemplos deB textos utilizados
Com a globalização, peladosbanca
a aceleração em seus
fluxos de mercadorias e
D Os avan
pessoas não altera a cultura tradicional que configura,
Edusp, 2009, p. 103. exames, que permearam o campo da interdisciplinaridade,
historicamente, cada lugar. usando sua temática padrões

C São Paulo expressa um caso emblemático de cidade global,


para contextualizar vários problemas da sociedade contemporânea (propagação


A Dadas as dificuldades encontradas, a União Europeia ainda não tanto pela pujança econômico-cultural, quanto pela
brasileiras, Em
precariedade das franjas metropolitanas, o que é justificado
de doenças, desigualdades regionais e sociais,
conseguiu proteger as nações de efeitos destrutivos do longo e pelaterrorismo, mudança
reprodução da vida culturaldena
em lugares específicos ali- internação
cidades
(crescimento
mentação, dentre outros), incorporando diversas de suas características. Entretan-
latino-americanas.
D É equivocada a análise conjunta da escala local com a global,
permanente processo de separação da trindade nação, estado e cada 100 mi

to, os conhecimentos expressos são de autores relacionados às ciências humanas,


uma vez que os lugares se desarticulam com a globalização. De um total
ém se deve à
território. público ape

os próprios principalmente a Geografia. porte, obse
Dados inéditos da fundação internacional Walk Free
B A globalização sustenta-se basicamente em uma rede de cinquenta l
Para o bom entendimento deste fenômeno, é preciso um pouco mais de apro-
s persegue, revelam que cerca de 35,8 milhões de pessoas são mantidas em
situação de escravidão no mundo. Segundo essa fundação, no Brasil Havia, em
a residir em dependências técnicas de dimensões globais que independem
fundamento. Verificando sua própria origem, o capitalismo caracterizou-se
pessoas em trabalhopor ser
há aproximadamente 220 mil escravo. 51 e 150 le
Em 2013, pela primeira vez, o número de pessoas resgatadas de (14,2% do t
das relações inter-humanas.
um sistema em que a interdependência econômica e política
situações de escravidão no setorentre
urbano foias nações
maior que no setor cons-
rural
rodução da no país.
titui-se como base para o seu funcionamento. E a globalização 2
é, portanto, o pro-
C Com a globalização, tanto o poder, encarnado na distribuição
quipamentos Correio Braziliense, Caderno Mundo, 3/11/2014 (com adaptações). A partir dess

mônicas e à cesso de intensificação das relações entre Alugares,


respeito dapaíses,
escravidão instituições,
mundial de capital e informação, quanto as instituições
empresas
contemporânea tratada nesse texto,e
nos setores p

assinale a opção correta no que se refere ao caso brasileiro.


pessoas.
políticas Em outras
se tornam palavras,
extraterritoriais, éexternos
ou seja, possível
a todosdefinir a globalização como um processo de A Apesar
A Há uma relação direta entre a tecnificação do campo e o desemp
orizadas são os lugares.
aumento do trabalho escravo no setor rural. grande
2
Os termos mundialização e globalização são hoje em dia parte do vocabulário corrente. Em um plano bas-
as pela falta B A imigração de africanos e asiáticos reduz o número de estabele
Dtante geral, os de
O sustentáculo dois termos são,
solidariedade por
interna da assim dizer, intercambiáveis.
União Europeia Significam que, em escala mundial, as
escravos urbanos, dada a qualificação desses trabalhadores B A prese
trocas se multiplicaram e que esta multiplicação deu-se estrangeiros.rapidamente. Este é o caso evidente nos setores
acompa
científicos, técnicos e culturais. Essa multiplicação de C trocas tornou-se possívelnasgraças a de
sistemas deexplica
comu-
exerceu importante papel em evitar que a globalização
antação de A migração campo-cidade décadas 1940-1980 convên
nicação mais e mais eficazes e, na maioria das vezes, instantâneos. Disponível
a escravidão urbana referida em http://perso.infonie.be/
no texto.
fragmentasse com maior intensidade a soberania nacional dos C A regiã
agmentação le.feu/ms/cpr/globpr.pdf – A ONU e a Globalização – Acesso D em 11 de janeiro
As estratégias de 2017.
adotadas na construção civil em decorrência
respeito
tanto da especulação imobiliária quanto da organização de
das cidades. países europeus.
megaeventos são práticas econômicas que têm favorecido a D As reg
1.º DIA – 15 – escravidão urbana. concent
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quebra das barreiras, como objetivo comercial, que visa facilitar a livre-circulação

do capital e da informação, ganhando ares de protagonismo a partir da 2ª Guerra

Mundial, com o advento da 3ª Revolução Industrial.

Evolução do Conceito

Vamos lá. Preste muita atenção a este tópico. A globalização, a partir da análise

do escopo teórico exposto anteriormente, pode ser considerada a partir de, pelo

menos, dois pontos de vista: como um fenômeno novo e espontâneo, uma acelera-

ção da economia capitalista decorrente do enorme avanço dos sistemas transportes

e das tecnologias de informação, que encontrou um ambiente político favorável

após a desintegração do bloco socialista e o fim da Guerra Fria, no começo da dé-

cada de 1990; ou como uma nova roupagem do velho processo de imperialismo

configurados a partir da constituição da Nova Ordem Mundial que, ao longo dos úl-

timos séculos, sofreu avanços e retrocessos. E, durante todo o período de sua pro-

pagação, o crescimento das relações entre as nações e o conhecimento do espaço

geográfico mundial possibilitaram aos que dominavam tal fenômeno a possibilidade

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de determinar padrões econômicos, culturais e afins, ou seja, a globalização passou

a ser o ator principal das relações internacionais, seja no viés político ou no econô-

mico. Organograma abaixo busca externar tal retórica:

1. (QUESTÃO INÉDITA) O Território e o Poder

“A geografia política clássica é na verdade uma geografia do Estado, que seria

necessário ultrapassar, propondo uma problemática relacionai, na qual o poder é a

chave — em toda relação circula o poder que não é riem possuído nem adquirido,

mas simplesmente exercido. Exercido por quem? Por atores saídos dessa população

que foi analisada antes do território. No entanto, esta prioridade não nos poupará

das acusações, pois rompe uma tradição bem estabelecida em geografia política.

Mas por que a população em primeiro lugar? Porque é a fonte de poder, o próprio

fundamento do poder, por sua capacidade de inovação ligada a seu potencial de

trabalho. Assim, é por ela que passam todas as relações.”... Claude Raffestin
Disponível em http://www.univale.br/cursos/tipos/pos-graduacao_strictu_sensu/mestrado_em_
gestao_integrada_do_territorio/_downloads/por_uma_geografia_do_poder-claude_raffestin.pdf
– Acesso em 15 de fevereiro de 2017.

O texto de Claude Raffestin revela que a Geografia é uma ciência alicerçada em

pilares pautados nas relações de poder. Sua estrutura histórica corrobora com esta

análise. A partir das referências utilizadas determine, de forma textual, quais são

os três pilares que fundamentam a estrutura de poder explanada pela ciência geo-

gráfica, bem como apresente os eventos que promoveram a transição entre estes

estágios.

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As estruturas de poder que fundamentam a ciência geográfica no decorrer da his-

tória são:

• O domínio sobre as terras (o espaço3 como principal objeto de estudo da

Geografia) – definição de território (espaço determinado pelas relações de

poder), revolução agrícola (homem x espaço – fixação espacial do homem e

fim do nomadismo) até o feudalismo.

• Capital – desenvolvimento do liberalismo (Corrente doutrinária do sistema

capitalismo) e 1ª Revolução Industrial (Desenvolvimento de técnicas que mu-

dam as relações de trabalho e a metodologia de produção)

• Informação – 3ª Revolução industrial e globalização (forte desenvolvimento

da integração produtiva a partir do desenvolvimento dos sistemas de trans-

portes, comunicação, informática e energia).

1.2. Conceitos Fundamentais e Perspectiva Histórica

Preciso de muita atenção de vocês agora. No âmbito histórico, a globalização é

um processo de integração das economias nacionais que está transformando a su-

perfície do planeta em um espaço econômico cada vez mais integrado. Iniciou-se

com as grandes navegações e acelerou com a Revolução Industrial, as transnacionais

e, atualmente, com a tecnologia de ponta. A difusão do termo globalização ocorreu

3
O bom entendimento sobre o conceito de globalização perpassa pela compreensão do conceito de espaço.
Neste sentido, vale a citação de dois dos principais pensadores da ciência geográfica, que buscam traduzir
tal conceito a partir do entendimento de que o espaço geográfico é, tão pois, o ambiente em que o homem
constrói e reproduz as suas diversas relações. “O Espaço é a acumulação desigual de tempos. ” Milton Santos
/ "O espaço é o locus da reprodução das relações sociais de produção."LEFÉBVRE, 1976, p. 25.

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por meio da imprensa financeira internacional, a partir da década de 1980 e consiste

no aumento das relações de interdependência, notadamente comerciais, industriais,

financeiras e tecnológicas, entre os países. Novas terminologias garantiram a popu-

larização deste termo e a amplificação do estudo deste fenômeno na sociedade. As

definições acadêmicas ajudam a compreender como este acontecimento, no atual

contexto político e econômico, têm promovido intensos e calorosos debates no âm-

bito de diversas das ciências humanas. Segundo o FMI, globalização é:

a interdependência econômica crescente entre os países do mundo, provocada pelo


aumento do volume e da variedade das transações transfronteiriças de bens e serviços,
assim como dos fluxos internacionais de capital, ao mesmo tempo que pela difusão ace-
lerada e generalizada da tecnologia. (FMI, 1997, p.03)

Como eu havia te dito anteriormente, há uma tendência comum no debate acer-

ca do fenômeno supracitado: a confusão entre o processo de globalização com o

processo de homogeneização. Muitas comunidades tradicionais, principalmente em

sociedades periféricas, têm seu modo de vida atropelados pelo processo de globa-

lização, por imposição econômica e cultural, com a ampliação sem freio das forças

do mercado, na exploração de recursos ou da própria força de trabalho. A enorme

influência do poder dos Estados Unidos universalizou o American Way of Life4 como

o paradigma da vida moderna. O desenvolvimento de novas tecnologias e a popu-

larização destes, a qual foi realizada pelas transnacionais, são alguns dos diversos

exemplos deste processo. A força da globalização perversa, destrinchada por Milton

Santos, provocou, segundo pesquisas das Organizações das Nações Unidas – ONU,

4
Os norte-americanos passaram a exportar seu modo de vida, o “american way of life” (estilo de vida ame-
ricano), no qual as famílias do país alcançavam a felicidade por meio do consumo de produtos industrializa-
dos (rádios, eletrodomésticos, aspirador de pó, comida enlatada, carro próprio, etc.). Mas, mais importante
ainda, foi a exportação do modelo de “self made man” (homem que se faz sozinho), ou seja, aquele homem
que, através de seu trabalho, deixava a pobreza para se tornar um rico empresário. Disponível em http://
www.historialivre.com/contemporanea/entreguerras.htm – Acesso em 13 de janeiro de 2018 às 14h32min.

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contrastes graves, amplificando as desigualdades sociais e econômicas entre as

nações.5 O domínio que as potências econômicas exercem no âmbito cultural é o

seu correspondente tecnológico, econômico-financeiro, político e militar, ou seria,

até mesmo, sua base de sustentação, tanto no caráter regional, como em âmbito

global.

Figura 2. Saída do Reino Unido da União Europeia – BREXIT – movimento que representa a crise
no mais bem-sucedido bloco econômico em vigor e símbolo da Era Global. Imagem disponível
em http://visao.sapo.pt/actualidade/mundo/2016-06-20-Quanto-nos-pode-custar-o-Brexit- –
Acesso em 15 de janeiro de 2018 às 13h45min.

Sobre essa homogeneização gerada pela globalização, é possível inferir que ela

tem provocado, no decorrer das últimas décadas, uma notável crise de identidade

nacional e/ou cultural, e assim, a difusão, na medida em que se observa o fluxo

populacional entre as nações, do desenvolvimento de “novos” movimentos nacio-

nalistas, que por muitas vezes agem de forma violenta e defendem uma pauta anti-
5
A globalização aumentou a diferença entre países ricos e pobres no mundo, aponta estudo da ONU (Orga-
nização das Nações Unidas). O levantamento "A Fair Globalization" ("Uma Globalização Justa") foi realizado
em parceria com a OIT (Organização Internacional do Trabalho) e conduzido por 26 pessoas, incluindo
políticos, economistas, representantes de empresas, sindicatos e da sociedade civil, além de acadêmicos.
Disponível em http://www.oit.org.br/content/por-uma-globaliza%C3%A7%C3%A3º-justa-criar-oportunida-
des-para-todos – Acesso em 12 de janeiro de 2018 às 14h35min.

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globalização. Os caminhos políticos do pós-crise de 2008 (Mercado Imobiliário Nor-

te-Americano e Crise da União Europeia) são exemplos fidedignos deste processo.

Enquanto a identidade nacional conta intensamente com um passado comum como um


meio de criar solidariedade, a identidade global não tem quaisquer lembranças a utilizar
para convocar a consciência de formar um grupo. [...] As culturas interpretam o mundo
e criam significado, dotando assim os indivíduos de um senso de identidade. Elas são o
resultado de longos processos que se estendem por gerações e se baseiam num conjun-
to de memórias selecionadas e partilhadas [...]. (Guibernau, 1997, p. 142) 6

É fundamental que, ao ler – este, tópico você, nobre concurseiro(a), conside-

re que a amplificação das relações globais provocada, sobretudo, pelos modernos

meios de comunicação, e a consequente ampliação dos mercados tem provocado

intensos debates e questionamentos no cenário geopolítico do planeta. Neste pa-

norama, os fluxos, as articulações, as mudanças, os confrontos e os conflitos, as

aproximações e integrações tornaram-se tão ricos e variados que ficou muito difícil

sequer determinar sua origem, ou suas principais características. O pensador Oc-

tavio Ianni em seu livro A era do globalismo especifica as consequências da corre-

lação entre globalização e a homogeneização:

É claro que a globalização não tem nada a ver com homogeneização. Esse é um universo
de diversidades, desigualdades, tensões e an­tagonismos, simultaneamente às articu-
lações, associações e integrações regionais, transnacionais e globais. Trata-se de uma
realidade nova, que integra, subsume e recria singularidades, particularidades, idiossin-
crasias, nacionalismos, provincianismos, etnicismos, identidades ou fundamentalismos.
Ao mesmo tempo em que se constitui e se movimenta, a sociedade global subsume
e tensiona uns e ou­tros: indivíduos, famílias, grupos e classes, nações e nacionalida-
des, religiões e línguas, etnias e raças. As identidades reais e ilusórias baralham-se,
afirmam-se ou recriam-se. No âmbito da globalização, abrem-se outras condições de
produção e reprodução material e espiritual. É como se a história, vista agora em suas
dimensões propriamente universais, encontrasse possibilidades desconhecidas; assim
como a geografia parece redescobrir-se. No âmbito da globalização, compreendem-se
nações e nacionalidades, movimentos sociais e fundamentalismos, redes e alianças,

6
A IDENTIDADE NACIONAL NA ERA DA GLOBALIZAÇÃO. Rócio Stefson Neiva Barreto – Disponível em
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/13551/13551.PDF – Acesso em 13 de janeiro de 2018 às 12h53min.

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soberanias e hegemonias, fronteiras e espaços, ecossistemas e ambientalismos, blocos


e geopolíticas. Nesse contexto, multiplicam-se as condições de integração e fragmenta-
ção. As mesmas forças empenhadas na globalização provocam forças adversas, novas
e antigas, contemporâneas e anacrônicas, recrian­do e multiplicando articulações e ten-
sões. 7

É fundamental que você entenda que o período atual das relações humanas é

marcado pela universalização dos costumes, das práticas comerciais, dos modelos

políticos e das mudanças cada vez mais marcantes do espaço geográfico. É o ad-

vento da era de controle da sociedade neoliberal e dos processos de constituição da

Aldeia Global. Novos atores, novos protagonistas surgem ou ressurgem no cenário

geopolítico em busca de hegemonia de um sistema, todavia, o conceito de bipolari-

dade alavancado pelas potências antagônicas da Guerra Fria (EUAxURSS), não está

mais em voga. A fragmentação do processo produtivo, a Nova Divisão Internacional

do Trabalho, as crises econômicas, o nacionalismo, o terrorismo, são todos elemen-

tos deste complexo de múltiplas relações promovidas pela globalização.

2. (QUESTÃO INÉDITA) Os mercados podem escolher seus pobres em circuitos

ampliados; o catálogo se enriquece, porque ali, agora, existem pobres, pobres e

pobres ricos. E existem também – sempre se descobre – pobres ainda mais pobres,

menos difíceis, menos “exigentes”. Nada exigentes. Saldos fantásticos. Promoções

por todo o lado. O trabalho pode não custar nada quando se sabe viajar. Outra

vantagem: a escolha desses pobres, desses pobres pobres, empobrecerá os pobres

ricos que, ficando mais pobres, próximos dos pobres pobres, serão por sua vez

menos exigentes. Que bela época!


FORRESTER, V. O Horror econômico, Trad. Álvaro Lorencini, São Paulo: UNESP, 1997, pp.101.

7
Disponível em https://pt.scribd.com/document/364318015/A-Era-Do-Globalismo-IANNI-O-1999. Acesso
em 12 de janeiro de 2018 às 12h08min.

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Baseado no texto e nos conhecimentos sobre o tema neoliberalismo e globalização,

considere que

a) O processo de globalização empresarial pode escolher além das fronteiras na-

cionais, locais em que o trabalho possa ser apropriado com custos ínfimos.

b) Os pobres ricos são menos exigentes no mercado de trabalho, por conta das

promoções que atingem o seu potencial de consumo.

c) Atualmente, temos um mercado global feroz, competitivo e amplamente aberto

a mão de obra desqualificada acentuada dos pobres ricos do mundo desenvolvido.

d) A disputa de emprego no mundo do trabalho mundial pode minimizar os precei-

tos de xenofobia no mundo desenvolvido.

e) As empresas, neste sistema, são fortemente fidelizadas ao seu país e dificilmen-

te migram em busca de melhores condições de produção, lê-se baixo custo.

O processo globalizatório afeta fundamentalmente as atividades industriais indús-

tria, porque, com o incremento na infraestrutura, transportes, telecomunicações,

informática e robótica, possibilitaram-se processos como: automação, deseconomia

de escala (favorecendo a descentralização industrial) e o surgimento de empresas

multinacionais. Este fenômeno pode ser visualizado de diversas formas. Um aspec-

to positivo é que, à medida que ocorre uma notória substituição de parte da mão

de obra humana pelas máquinas, possibilita-se um aumento da produção, melhora

na qualidade dos produtos e diminuição dos custos. Entretanto, ao mesmo tempo,

é perceptível uma “fuga” das empresas dos grandes centros urbanos, desmotivado

pelos altos custos de terreno, segurança, de mão de obra dentre outros fatores

(deseconomia de escala), motivados por incentivos fiscais, concessões de terrenos,

a proximidade de uma mão de obra mais barata. Com os avanços tecnológicos ob-

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tidos com a Revolução Técnica-Científico-Informacional, abriu-se caminho para as

empresas manterem sua sede nos países de origem e ainda construírem suas filiais

em outros Estados que sejam financeiramente mais viáveis, mantendo nos países

centrais o controle de sua gestão e da qualidade dos seus produtos. A globalização

permitiu que países desenvolvidos pudessem aumentar a sua influência sobre os

países em desenvolvimento, tanto no aspecto econômico (com a entrada de muitas

multinacionais, maior participação do capital especulativo na economia, permitindo

a aplicação e a retirada deste capital instantaneamente) e político quanto no militar

(o desenvolvimento de armas cada vez mais modernas possibilita uma demonstra-

ção mais coercitiva da sua força e de sua influência). Outra consequência do avanço

tecnológico na globalização é o aumento do desemprego estrutural, causado em

parte pela gradativa substituição da mão de obra humana pela robotizada.

Globalização: A Confusão de Conceitos e Terminologias.

O Mundo

O mundo é pequeno pra caramba

Tem alemão, italiano, italiana

O mundo, filé milanesa

Tem coreano, japonês, japonesa

O mundo é uma salada russa,

Tem nego da Pérsia, tem nego da Prússia

O mundo é uma esfiha de carne

Tem nego do Zâmbia, tem nego do Zaire

O mundo é azul lá de cima

O mundo é vermelho na China

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O mundo tá muito gripado

O açúcar é doce, o sal é salgado

O mundo, caquinho de vidro

Tá cego do olho, tá surdo do ouvido

O mundo tá muito doente

O homem que mata, o homem que mente

Por que você me trata mal, se eu te trato bem?

Por que você me faz o mal, se eu só te faço o bem?

Todos somos filhos de Deus, só não falamos a mesma língua!

Ney Matogrosso e Pedro Luis e a Parede

O advento da globalização trouxe até o público inúmeros termos das ciências

econômicas, modificando o vocabulário das relações geopolíticas e sobretudo, das

forças produtivas e, portanto, passaram estar presentes nas aulas de Geografia

dos quatro cantos do país. Neste sentido, é fundamental, para a realização de

uma boa prova, estar atento a estes conceitos, principalmente quando se trata

das consequências da 3ª Revolução Industrial e a impacto que ela gera no mundo

subdesenvolvido. Tal evento que encurtou as distâncias mundiais com os avanços

tecnológicos, entretanto, ao mesmo tempo o prostrou os joelhos dos incapacitados

de consumir a informação à margem de tão desigual sociedade. Em outras pala-

vras, constrói-se, invariavelmente a fundamentação de uma globalização que se

“mundializa”, entretanto, o que se percebe, é que não há uma mundialização do

processo globalizatório.

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Disponível em http://www.amust.com.au/2017/11/global-village-demands-individual-responsibi-
lity/ – Acesso em 15 de janeiro de 2017.

Aldeia global: conceito muito difundido a partir da década de 1960 do século

passado, pelo filósofo Alfred Mcluhan8, descreve um mundo em que todos estariam

interligados em uma cultura unificada por meio da tecnologia. McLuhan revolucio-

nou a reflexão sobre a influência das novas tecnologias de comunicação no século

XX, principalmente a televisão, o cinema e o rádio. O pensador canadense elaborou

ideias que são referência até hoje para os estudos na área, dentre os quais ele des-

taca que os meios de comunicação funcionam como uma extensão do homem. Ele

8
Disponível em http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/glossario/verb_b_marshall_mcluhan.htm e
http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2009/resumos/R4-1816-1.pdf – Acesso em 15 de janeiro de
2018 às 15h56min.

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é o criador da frase “o meio é a mensagem”, para definir a influência da televisão,

entre outros meios eletrônicos, no modo de pensar e o condicionamento dos costu-

mes da sociedade ocidental contemporânea.

A mundialização, apesar de ser um termo muitas vezes tratado como sinôni-

mo de globalização, é visto por alguns teóricos como o processo de massificação

dos métodos de produção, das técnicas e da propagação dos modelos de trabalho.

René Armand Dreifuss, compreende a mundialização como, “a generalização e a

uniformização de produtos, instrumentos, informação e a meios à disposição de

importantes parcelas da população mundial [...].9” A mundialização é composta, de

macrossistemas de informática e telecomunicações, que permitem a difusão ins-

tantânea da informação, por meio da atuação transnacionais e da transmissão e da

disseminação cultural, além das fronteiras e em tempo real, fatores que permitem

novas formas de acesso a compras, consultas, notícias, entretenimento, intercâm-

bios sociais e acadêmicos.

A palavra globalização é utilizada como indicadora de um conjunto de fenô-

menos

do mundo da tecnologia, da produção, das fi­nanças e do comércio que atinge, de forma


de­sigual e combinada, todos os países da Terra, e não somente aqueles que operam
em escala mundial. [...] São processos que de­colaram na década de 1970, através da
globaliza­ção de mercados de capitais – cosmopolitização, diria Karl Marx – anunciando
a globalização financeira da década de 90, que girou em tor­no da movimentação instan-
tânea e planetária de mega recursos de investimento. (LEITÃO, Miriam. O Globo. Apud
Dreifuss, René A).

O desenho esquemático abaixo mostra alguns dos principais agentes do proces-

so de globalização:

9
Disponível em https://pitacosnews.files.wordpress.com/2014/08/tecnobergs-rene-dreifuss.pdf – Acesso em
12 de janeiro de 2018. Acesso em 15 de janeiro de 2018 às 15h56min.

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Todas essas transformações acima citadas podem ser concentradas pela defini-

ção de planetarização, que Dreifuss caracteriza que:

Sistematicamente, a planetarização trata, por um lado, de vínculos expressos na trama


de organizações transnacionais e de instituições (parlamentos e conselhos) supranacio-
nais, que fazem parte de um novo tecido ‘político’ e de gestão, e dá outro significado à
noção de pertencer, resinificando a multiplicidade de inserções sociais e nacionais. Além
disso, ela sublinha a qualidade dos vínculos políticos, culturais e sociais que atravessam
Estados-nações e permeiam sociedades nacionais diversas, enquanto modelam, irra-
diam e imprimem profundas mudanças perceptivas e de comportamento transcendem
os limites funcionais do Estado (sic).

Fica clara a dificuldade de tratar a intensidade desses processos com as palavras

usuais do vocabulário acadêmico.

3. (UEL/2015)Conquanto pareça haver um acordo quanto a estar a globalização

econômica realizada com o vínculo interativo desmontagem progressiva do prote-

cionismo direto e indireto, as reflexões sobre a globalização tropeçam com os dife-

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rentes matizes que apresentam nos dias atuais as realidades tanto nacionais como

dos grupos de países que se vinculam aos planos econômico e político para conso-

lidar blocos dentro do cenário mundial entre países ou grupo de países, através de

um comércio mundial caracterizado pela abertura, ou seja, pela


MOLINA R. L.E; FIGHERA, D. T. “Globalização da economia: verdadeira panaceia universal ou
velha ficção para uma nova era?” In. SANTOS, M. (Org.) Fim de século e globalização. São
Paulo: Hucitec, 1997.

Com base no enunciado e nos seus conhecimentos sobre a globalização econômi-

ca, assinale a alternativa ou resultado que não aponta um fator contribuinte desse

processo.

a) Revolução tecnológica nos sistemas de transporte e comunicação.

b) Proliferação em escala mundial da economia planificada.

c) Desenvolvimento de redes mundiais de informação, de finanças e de produção.

d) Fragmentação da produção e do consumo pelos espaços da globalização.

e) Disseminação do neoliberalismo nas últimas décadas do século passado e no

início desse século.

Letra b.

A globalização da economia é uma característica do desenvolvimento do sistema

capitalista que está estruturado na economia de mercado, que, na atualidade, se-

gue a perspectiva neoliberal, ou seja, de intervenção mínima do Estado na econo-

mia. Embora a Nova Ordem Mundial tenha apresentado novos atores às perspecti-

vas econômicas e geopolíticas no planeta e, portanto, integrado as economias dos

mais diversos países do planeta, a economia planificada é característica fidedigna

do sistema socialista, pois é caracterizada pela intervenção total do Estado nos

sistemas de produção, industrial, agrícola, econômico e social. E, por mais que

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vejamos economias como a chinesa integradas ao mercado global, não podemos

classificá-la como uma sociedade integrada aos costumes promovidos pelo proces-

so de mundialização, tampouco podemos afirmar que o Estado chinês redefiniu sua

funcionalidade em relação a gestão, adaptadas ao processo que se estabelece no

conceito de planetarização. Para tal, a única alternativa de possível resposta, é a

letra b.

Outros dois termos comuns no estudo sobre globalização, comumente utilizados

pelos veículos de mídia como sinônimo, devem ser externados, já que as avaliações

de concursos e vestibulares tratam os mesmo de forma distinta. É importante, en-

tão, considerar que existem diferenças cabais entre as duas terminologias que se

seguem. São diferenças peculiares entre elas, a saber:

• MULTINACIONAIS: são empresas que mantêm filiais em vários países do

mundo, comandadas a partir de uma sede situada no país de origem.

• TRANSNACIONAIS: são empresas cujas filiais não seguem as diretrizes da

matriz, pois possuem interesses próprios e, às vezes, conflitantes com os do

país no qual se originaram (José William Vesentini, 200310).

Diferentes terminologias econômicas são essenciais para a compreensão da di-

nâmica econômica estabelecida pela globalização. Cita-se

• Cartel: o cartel é a união secreta de empresas do mesmo ramo de negócios,

que estabelecem entre si acordos para fixar um mesmo preço para seus pro-

dutos.

10
José William Vesentini  é um  geógrafo humano Brasileiro da área de  ensino da geografia e das áreas
de geografia política e geopolítica, considerado como pioneiro da geografia crítica.

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• Trustes: os trustes são associações de empresas que surgiram a partir da

fusão de várias empresas que já controlavam a maior parte do mercado. Lei

Antitruste é conjunto de leis promulgadas nos Estados Unidos para restringir

a ação monopolista de certas empresas.

• Holdings: a partir do momento que grandes empresários, no lugar de montar

suas próprias indústrias, passam a comprar ações de empresas de um mes-

mo ramo de negócio, surgem as holdings. Dessa maneira, os empresários

começam a controlar ações de duas ou três empresas concorrentes, que pro-

duzem um mesmo produto.

• Commodities: é o termo utilizado para se referir aos produtos de origem pri-

mária que são transacionados nas bolsas de mercadorias. São normalmente

produtos em estado bruto ou com pequeno grau de industrialização, com

qualidade quase uniforme e são produzidos e comercializados em grandes

quantidades do ponto de vista global11.

• Conglomerados: empresas que atuam em diferentes setores e ramos perten-

cem à mesma holding.

• Royalties: parte do lucro ou comissão paga ao detentor de um direito qual-

quer ou importância cobrada pelo proprietário de uma patente para permitir

seu uso ou comercialização (direito de produção).

• Clusters: fenômeno de aglomerações geográficas de empresas que podem ser

realizadas em formas de cluster ou arranjo produtivo local (APL), especial-

mente para o campo da estratégia empresarial. A forma interorganizacional

de cluster ganha destaque na conjuntura globalizante e de competitividade

cada vez mais acirrada.

11
Disponível em http://www.ead.fea.usp.br/semead/12semead/resultado/trabalhosPDF/288.pdf- www.sober.
org.br/palestra/13/330.pdf – Acesso em 15 de janeiro de 2018.

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• Dumping: dumping, de uma forma geral, é a comercialização de produtos a


preços abaixo do custo de produção. Por que alguém faria isso? Basicamen-
te para eliminar a concorrência e conquistar uma fatia maior de mercado. A
definição oficial desse termo, que, ao pé da letra, significa liquidação, está no
Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (Gatt, das iniciais em inglês), docu-
mento que regula as relações comerciais internacionais12.
• Monopólio: situação em que um setor do mercado com múltiplos comprado-
res é controlado por um único vendedor de mercadoria ou serviço, sendo que
este tem a capacidade de afetar o preço pelo domínio da oferta. A partir desta
perspectiva, os preços tendem a se fixar no nível mais alto com o objetivo
fundamental de aumentar a margem de lucro da empresa ou proteger em-
presas nacionais da concorrência estrangeira. Outros monopólios são criados
pelo Estado sob a justificativa de aumentar a oferta do produto e baratear
seu custo.
• Oligopólio: é a prática de mercado em que a oferta de um produto ou serviço,
que tem vários compradores, é controlada por pequeno grupo de vendedo-
res (produtos específicos) tornando as empresas interdependentes no ato da
compra.
• Oligopsônio: poucas empresas de grande porte dominam a compra de deter-
minada matéria-prima ou produto primário;
• Joint venture: a joint venture pode ser definida como uma fusão de interesses
entre uma empresa com um grupo econômico, pessoas jurídicas ou pessoas
físicas que desejam expandir sua base econômica com estratégias de ex-
pansão e diversificação, com propósito explícito de lucros ou benefícios, com

duração permanente ou a prazos determinados13.


12
Disponível em http://desafios.ipea.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2090:cati-
d=28&Itemid=23 – Acesso em 14 de janeiro de 2018 às 20h32min.
13
Disponível em http://www.economiabr.net/– Acesso em 13 de janeiro de 2018 às 21h35min.

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1.4. A Globalização Vista do Lado de Cá (Observe com Aten-


ção este Tópico)

Nas últimas décadas, o tema globalização traz consigo a ideia de maior inte-

gração e cooperação entre alguns países, empresas e instituições. Todavia, apesar

deste processo, estão excluídas as nações que não constituem Estados nacionais.

A globalização não conseguiu contrapor o nacionalismo, principalmente no caso das

nações sem território, o que expõe conflitos étnicos e até tribais, como na África e

no Oriente Médio. Já os países emergentes, a exemplo do Brasil, Argentina, África

do Sul, Rússia e os Tigres Asiáticos, dependem, até por sua importância no cená-

rio produtivo, do capital externo, do chamado smart money (dinheiro esperto), do

próprio capital especulativo, e foram obrigados, portanto, a abrir suas economias,

adequando-se às políticas do chamado Consenso de Washington14.

Dentre as premissas básicas colocadas no Consenso de Washington, podemos

destacar:

a) disciplina fiscal, em que o Estado deveria cortar gastos e eliminar ou diminuir

as suas dívidas, reduzindo custos e funcionários;

b) reforma fiscal e tributária, em que o governo deveria reformular seus sis-

temas de arrecadação de impostos a fim de que as empresas pagassem menos

tributos;

c) privatização de empresas estatais, tanto em áreas comerciais quanto nas

áreas de infraestrutura, para garantir o predomínio da iniciativa privada em todos

os setores;
14
Conjunto de medidas, que se compõe de dez regras básicas, formulado em novembro de 1989 por econo-
mistas de instituições financeiras baseadas em Washington, como o FMI, o Banco Mundial e o Departamento
do Tesouro dos Estados Unidos, foi fundamentados em um texto do economista John Williamson, do Inter-
national Institute for Economy, e que se tornou a política oficial do Fundo Monetário Internacional em 1990,
quando passou a ser "receitado" para promover o "ajustamento macroeconômico" às políticas neoliberais
dos países em desenvolvimento que passavam por dificuldades.

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d) abertura comercial e econômica dos países, diminuindo o protecionismo e pro-

porcionando uma maior abertura das economias para o investimento estrangeiro;

e) desregulamentação progressiva do controle econômico e das leis trabalhistas.

Vale ressaltar que as crises econômicas que fundamentam o tom cíclico do sis-

tema capitalista amparam, a partir do viés da globalização, o número de pobres e

miseráveis, mesmo em países ricos. São os chamados excluídos da globalização.

Neste tocante, é perceptível a mudança de paradigmas no que tange os conceitos

de Estado do Bem-estar Social (Welfare State), determinado cientificamente por

John Maynard Keynes (Keynesianismo), no período da grande depressão, no entre

guerras e, fortemente aplicado, pelos países centrais desde a configuração do sis-

tema Bretton Woods (1944). Tais fenômenos estão fortemente associados à Nova

DIT (Divisão Internacional do Trabalho), que, apesar de ter gerado o processo de

fragmentação do processo produtivo, construiu uma horda de milhões de indivídu-

os excluídos do espaço virtual e informacional, ou seja, a automação, a robotização

e mecanização da produção e de serviços e o desemprego estrutural são condições

que têm empurrado milhões de indivíduos em todo o mundo para abaixo da base

da pirâmide socioeconômica mundial, isto é, em condições de pobreza extrema ou

miserabilidade.

É importante salientar que o aumento das desigualdades entre lu­gares e terri-

tório não se dá apenas na escala mundial. Com a globalização atual, têm-se acen-

tuado também as desigualdades internas nos espaços nacionais. Tal perspectiva

pode ser observada no mapa a seguir, que apresenta o número de matrículas em

instituições de ensino superior no Brasil.

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Caro(a) aluno(a), como já supracitado neste material, a globalização hegemôni-

ca reproduz o sistema capitalista, evidenciando o poder dos países centrais, exem-

plificado pelo domínio econômico na Internet, da energia, da medicina (elementos

da fatídica 3ª Revolução Industrial), sendo tratada por seus idealizadores como um

culto do individualismo, do consumismo e o gerando o declínio de princípios como

a solidariedade, cidadania, fraternidade, dentre outros, ao passo que surgem e se

expandem a violência, intolerância e competitividade. Notadamente, tais assertivas

podem ser observadas no cerne dos grandes centros urbanos, que são expressões

clarividentes da exclusão.

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Disponível em http://mariavaicomtodos.blogs.
sapo.pt/ai-europa-assim-nao-as-criancas-
-de-87724 – Acesso em 13 de janeiro de 2018 às
22h36min

Disponível em http://jovempan.uol.com.br/pro-
gramas/hollande-promete-fechar-acampamento-
-de-refugiados-em-calais.html – Acesso em 13 de
janeiro de 2018 às 22h45min
Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/mun-
do/2016/10/1826033-apos-expulsar-imigrantes-
-franca-comeca-a-demolir-campo-emcalais.shtml
– Acesso em 13 de janeiro de 2018 às 22h32min

Na era da globalização, não é difícil constatar a fragilidade do continente afri-

cano, ou ainda, da América Central ou do Oriente Médio. Com exceção de alguns

países e regiões, que, por serem ricos em recursos naturais, possuem algum grau

de inserção na economia mundial. A grande maioria está claramente em situações

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de penúria social e econômica. O drama dos refugiados é clarividência de tais si-

tuações. Países como o Sudão e a Síria, são exemplos destas circunstâncias, pois

são espaços de origem de milhões de pessoas em trânsito, em busca de mínimas

condições de sobrevivência. Seus países de natalício são incapazes de garantir, por

questões diversas, o acesso ao consumo de necessidades básicas, e, por muitas

vezes, tem suas mazelas sociais e econômicas esquecidas por parte considerável

do noticiário de massa, pois não servem, a não ser no tocante aos refugiados, pois

produzem poucas coisas de interesse para a economia mundial.

4. (QUESTÃO INÉDITA) Observe as imagens abaixo:

África é cada vez menos “visível”. Diríamos que “desertou” do mundo ou o mundo

a esqueceu. Gostamos dela, mas viramos o rosto. Não compreendemos mais nada

do que se passa nesse continente.


Adap. Gilles Lapouge. O Estado de S. Paulo, 2/4/2000

Os recentes ataques terroristas à Somália denotam de uma série de fatores de

variam desde projetos de poder antidemocráticos até problemas socioculturais dos

mais graves, sendo que as resoluções destes paradigmas estão distantes de um

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final feliz para o povo Somali. E, apesar de tais elementos serem de pleno conhe-

cimento da comunidade internacional, é possível identificar que a região é tratada

com uma invisibilidade desumana, os benefícios da globalização são desconhecidos

da maioria absoluta da população. Neste sentido, apresente o principal elemento

geopolítico fomentador dos atuais conflitos na Somália, considerando o contexto

retratado na primeira charge.

A Somália, país que abriga pouco mais de 11 milhões de pessoas, vive à beira do

caos. Além da luta contra o extremismo islâmico, majoritariamente focada no Al

Shabaab, o país parece não conseguir se desvencilhar de crises humanitárias gera-

das pelo elevado endividamento e pela conjunção política conflitante, que seguram

a sua população na pobreza extrema. Atualmente, sofre, ainda, com uma das se-

cas mais severas já vistas. Mesmo com a abertura para o Oceano Índico, um dos

países mais próspero da África em meados do século XX, só conhece embarcações

em dois casos: para a fuga das condições sub-humanas intrínsecas à sua população

ou pelo fatídico caso dos “Piratas da Somália”, grupo que saqueia embarcações que

transitam nas margens do mar territorial somali. Para corroborar tais elementos e

a marginalização global da qual o país está inserido, números recentes da ONU dão

conta de que 1,5 milhão de pessoas foram afetadas pelo fenômeno da seca, sendo

que a Somália é um dos 15 países do planeta em que a população vive com menos

de um copo d’água/per capita, ou seja, em situação de escassez hídrica (menos

água do que a demanda mínima de consumo) e que o fantasma da fome ameaça

mais de 3 milhões de somalis.

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Vamos lá. Este parágrafo é fundamental para interpretação do pensa-

mento da Geografia Crítica. Alguns dos aspectos negativos da globalização, es-

tão diretamente interligados à relação entre as transnacionais e o seu espaço de

ocupação produtiva, que atualmente gira em torno das regiões que apresentam

recursos naturais (presença de matéria-prima), incentivo fiscal, mercado consumi-

dor, mão de obra barata e leis ambientais mais brandas. Muitas das transnacionais

visam apenas ao aumento de seus lucros, com o pagamento de salários baixos e a

adoção de tecnologia de ponta que provoca o desemprego estrutural, até porque

o desenvolvimento social de novas regiões produtivas poderia gerar o aumento no

custo de produção para as empresas.

5. (QUESTÃO INÉDITA) Como Funciona a Ditadura do Consumo

O império do consumo: esta ditadura da uniformização obrigatória impõe, no mun-

do inteiro, um modo de vida que reproduz os seres humanos como fotocópias do

consumidor exemplar

A produção em série, em escala gigantesca, impõe em todo lado as suas pautas

obrigatórias de consumo. Esta ditadura da uniformização obrigatória é mais devas-

tadora que qualquer ditadura do partido único: impõe, no mundo inteiro, um modo

de vida que reproduz os seres humanos como fotocópias do consumidor exemplar.

O sistema fala em nome de todos, dirige a todos as suas ordens imperiosas de

consumo, difunde entre todos a febre compradora; mas sem remédio: para quase

todos esta aventura começa e termina no écran do televisor. A maioria, que se en-

divida para ter coisas, termina por ter nada mais que dívidas para pagar dívidas as

quais geram novas dívidas, e acaba a consumir fantasias que por vezes materializa

delinquindo. Os donos do mundo usam o mundo como se fosse descartável: uma

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mercadoria de vida efémera, que se esgota como se esgotam, pouco depois de

nascer, as imagens disparadas pela metralhadora da televisão e as modas e os ído-

los que a publicidade lança, sem tréguas, no mercado. Mas para que outro mundo

vamos mudar-nos? A explosão do consumo no mundo atual faz mais ruído do que

todas as guerras e provoca mais alvoroço do que todos os carnavais. Como diz um

velho provérbio turco: quem bebe por conta, emborracha-se o dobro. O carrossel

aturde e confunde o olhar; esta grande bebedeira universal parece não ter limites

no tempo nem no espaço. Mas a cultura de consumo soa muito, tal como o tambor,

porque está vazia. E na hora da verdade, quando o estrépito cessa e acaba a festa,

o borracho acorda, só, acompanhado pela sua sombra e pelos pratos partidos que

deve pagar. A expansão da procura choca com as fronteiras que lhe impõe o mesmo

sistema que a gera. O sistema necessita de mercados cada vez mais abertos e mais

amplos, como os pulmões necessitam o ar, e ao mesmo tempo necessitam que an-

dem pelo chão, como acontece, os preços das matérias-primas e da força humana

de trabalho. Os EUA consomem a metade dos sedativos, ansiolíticos e demais dro-

gas químicas que se vendem legalmente no mundo, e mais da metade das drogas

proibidas que se vendem ilegalmente, o que não é pouca coisa se se considerar que

os EUA têm apenas cinco por cento da população mundial. A injustiça social não é

um erro a corrigir, nem um defeito a superar: é uma necessidade essencial. Não há

natureza capaz de alimentar um shopping center do tamanho do planeta.


(Disponível em http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/04/eduardo-galeano-ditadura-do-
-consumo.html – Acesso em 12 de janeiro de 2018 – Adaptado para fins pedagógicos.)

Um dos fenômenos mais discutidos e polêmicos da atualidade é a “Globalização”,

debatida através da analogia do consumo pelo genial escritor Eduardo Galeano.

Tais fenômenos impactam de forma negativa a

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a) a mão de obra desqualificada, desacelerando o fluxo migratório externos e os

conflitos internos.

b) os países subdesenvolvidos, aumentando o crescimento demográfico e a expec-

tativa de vida da população.

c) o desenvolvimento econômico dos países industrializados desenvolvidos, já que

a entrada de multinacionais de países subdesenvolvidos é elevada.

d) os países subdesenvolvidos, provocando o fenômeno da “exclusão social”, na

medida em que a globalização perversa impede que todos tenham acesso ao con-

sumo, criando os “marginalizados do consumo”.

e) a mão de obra qualificada, proporcionando o crescimento de ofertas de emprego

e fazendo os salários caírem vertiginosamente.

Letra d.

A globalização, que se traduz por uma maior integração de mercados em esca-

la global e que tem a ela ligada a modernização da técnica da produção de uma

maneira geral impacta negativamente os países subdesenvolvidos ou periféricos,

pois estes não apresentam aprimoramento tecnológico que lhe permita competir

igualmente com os países centrais. Aumenta-se a demanda por mão de obra quali-

ficada, excluem-se os “não qualificados”, ampliam-se as desigualdades regionais e

aumentam os fluxos migratórios da periferia para o centro.

Outra questão relevante para o entendimento do impacto da globalização nas so-

ciedades contemporâneas é o atual contexto de migrações internacionais do Sul

para o Norte geoeconômico. O aumento da pobreza e da indigência e a redução da

renda e do poder de consumo da classe média, amplificados nos países periféricos,

tem gerado, no pós-Segunda Guerra, um novo sentido das migrações internacio-

nais, dos países pobres para os países ricos, tal como se expressa a seguir:

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Disponível em https://myweb.rollins.edu/jsiry/Human-mgration.JPG – Acesso em 15 de janeiro


de 2018 às 13h58min.

Os deslocamentos de pessoas pelo planeta pressupõem várias causas como:

religiosas, políticas, naturais, ideológicas, psicológicas, bélicas e econômicas. Se-

gundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 2% da população mundial

emigrou de sua terra natal para viver como imigrante em outro país. É possível

identificar no mapa acima que os principais fluxos migratórios contemporâneos são:

• da América Latina para os Estados Unidos;

• do norte da África para a Europa;

• do Oriente Médio para a Europa e Estados Unidos;

• da Europa Oriental para a Europa Ocidental, dentre outros.

E a conclusão a que se chega é que os países do Norte geoeconômico, outrora

emigrantes por razões das mais diversas, atualmente fecham-se em muros, cercas,

polícias, satélites ou com políticas de pauta antiglobalização contra os indesejáveis

e muitas vezes necessários imigrantes com origem de países periféricos.

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1.5. As Globalizações Segundo Milton Santos

Nobre aluno(a), uma referência bastante utilizada nos

concursos e exames diversos sobre a temática globalização

atual é encontrada em uma das mais importantes obras do

geógrafo Milton Santos, “Por uma outra globalização”. A

obra de Milton Santos contribuiu para precisar o fenôme-

no da globalização. Mas o autor queria mais. Ela chegou a Milton Santos foi um
geógrafo brasileiro,
propor uma outra globalização, baseada na solidariedade,
considerado por muitos
embora reconhecesse que ela afetou a cultura atual. Se- como o maior pensador da
história da Geografia no
gundo esse autor, partindo da análise da etapa atual da Brasil e um dos maiores
do mundo. Destacou-se
globalização, pode-se considerar a existência de três delas:
por escrever e abordar
sobre inúmeros temas,
como a epistemologia da
A Globalização como Fábula Geografia, a globalização,
o espaço urbano, entre
outros. Conquistou, em
A máquina ideológica que sustenta as ações preponderantes
1994, o Prêmio Vautrin
da atualidade é feita de peças que se alimentam
Lud, o Nobel de Geografia,
mutuamente e põe em movimento os elementos essenciais
sendo o único brasileiro a
à continuidade do sistema. Damos aqui alguns exemplos.
conquistar esse prêmio e
Fala-se, por exemplo, em aldeia global para fazer crer
o primeiro geógrafo fora
que a difusão instantânea de notícias realmente informa
do mundo Anglo-Saxão a
as pessoas. A partir desse mito e do encurtamento das
realizar tal feito.
distâncias – para aqueles que realmente podem viajar –
também se difunde a noção de tempo e espaço contraídos.
É como se o mundo houvesse tornado, para todos, ao alcance da mão. Um mercado
avassalador dito global é apresentado como capaz de homogeneizar o planeta quando,
na verdade, as diferenças locais são aprofundadas. Há uma busca de uniformidade, ao
serviço dos atores hegemônicos, mas o mundo se torna menos unido, tornando mais
distante o sonho de uma cidadania verdadeiramente universal. Enquanto isso, o culto
ao consumo é estimulado. [...] (SANTOS, 2001)

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A primeira seria a globalização tal qual nos fazem vê-la: uma fábula, e como o

próprio autor define: “o mundo como ele parece ser”. Segundo Santos, utiliza-se

termos, como aldeia global, para gerar a ilusão de que o mundo interconectado

pela ação dos veículos de mídia realmente informa precisamente as pessoas. É o

mito de que a globalização faz com que o mundo esteja ao alcance das mãos de

todos através do culto ao consumo, quando o que se tornou perceptível são dife-

renças locais cada vez mais acentuadas, distantes da cidadania verdadeiramente

universal15.

A Globalização Como Perversidade

De fato, para a grande maior parte da humanidade a globalização está se impondo como
uma fábrica de perversidades. O desemprego crescente torna-se crônico. A pobreza
aumenta e as classes médias perdem em qualidade de vida. O salário médio tende a
baixar. A fome e o desabrigo se generalizam em todos os continentes. Novas enfermi-
dades, como a Aids, se instalam e velhas doenças, supostamente extirpadas, fazem seu
retorno triunfal. A mortalidade infantil permanece, a despeito dos progressos médicos
e da informação. A educação de qualidade é cada vez mais inacessível. Alastram-se e
aprofundam-se males espirituais e morais, como os egoísmos, os cinismos, a corrupção.
A perversidade que está na raiz dessa evolução negativa da humanidade tem relação
com a adesão desenfreada aos comportamentos competitivos que atualmente caracte-
rizam as ações hegemônicas. Todas essas mazelas são direta ou indiretamente imputá-
veis ao presente processo de globalização. (SANTOS, 2001)

A segunda linha de raciocínio do autor retrata a globalização tal como ela é, ou

seja, o mundo como ele realmente é: uma perversidade. Segundo Milton Santos

os problemas sociais crônicos, tais como o desemprego, a violência, a fome e a

pobreza, amplificam-se no dito sul geoeconômico, provocando o declínio abissal da


15
Dica de material visual: O mundo Global visto do lado de cá – Documentário produzido por Silvio Ten-
dler – discute os problemas da globalização sob a perspectiva das periferias (seja o terceiro mundo, seja
comunidades carentes). O filme é conduzido por uma entrevista com o geógrafo e intelectual baiano Milton
Santos, gravada quatro meses antes de sua morte. – Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=-
-UUB5DW_mnM – Acesso em 13 de janeiro de 2018 às 14h13min.

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qualidade de vida dos habitantes de zonas marginalizadas, tanto nos países ricos,

quanto nos países pobres, principalmente nestes.

Uma Outra Globalização (Possibilidade)

Todavia, podemos pensar na construção de um outro mundo, mediante uma globaliza-


ção mais humana. As bases materiais do período atual são, entre outras, a unicidade
da técnica [...]. É nessas bases técnicas que o grande capital se apoia para construir a
globalização perversa. Mas, essas mesmas bases técnicas poderão servir a outros obje-
tivos, se forem postas ao serviço de outros fundamentos sociais e políticos. Parece que
as condições históricas do fim do século XX apontavam para esta última possibilidade.
[...]” (SANTOS, 2001)

A terceira e última globalização é tratada por Santos a partir da ideia de o mun-

do como ele deveria ser: uma outra globalização (uma possibilidade). Segundo o

pensador, as bases metodológicas do atual período é o processo de unificação das

técnicas e propagação dos modelos produtivos determinados pelos países de eco-

nomia de capital hegemônico, que fortalece a constituição da globalização perver-

sa, contudo, para o autor é possível que estes mesmos métodos pudessem servir

aos objetivos de outros fundamentos sociais e políticos, para, assim, garantir a

construção de uma sociedade mais justa e igualitária para todos os povos.

6. (MACKENZIE) Leia o texto abaixo:

O atual sistema capitalista globalizado caracteriza-se essencialmente pela fácil

mobilidade dos fatores de produção tradicionais: capital e trabalho. Isto significa

deslocações constantes de populações (imigração) e deslocação de empresas com

saídas fáceis de capitais. O resultado é um capitalismo que consegue baixar os

custos de produção fazendo sair o investimento para os países onde as condições de

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trabalho são piores ou importando imigrantes para baixar os salários dos trabalhadores

nacionais mais pobres que com eles concorrem no mercado laboral. Em consequência

deste funcionamento aumentam os lucros da elite capitalista, porque baixam os

seus custos, já que baixam os salários que pagam às classes

trabalhadoras, que, por sua vez, perdem também direitos e se

veem chantageadas para trabalhar cada vez mais horas e em

condições mais duras. Se não o fizerem, os capitais deslocam-

se para a “China” ou importam-se uns “Africanos” e os

trabalhadores autóctones arriscam-se a perder o ganha-pão.


Disponível em https://ofogodavontade.wordpress.com/2011/06/13/
capitalismo-global/ – acesso em 11 de janeiro de 2018.

Um dos lados mais perversos do capitalismo globalizado, que atinge duramente as

nações emergentes distantes da estabilidade econômica, é observado

a) na volatilidade com que o capital se desloca, em busca de melhores incentivos

fiscais e do custo mais baixo de produção, mercados com elevado contingente popu-

lacional, reduzido respeito as questões ambientais e abundancia de matéria prima.

b) na ingerência de dólares em suas economias internas, com a finalidade de for-

talecer suas moedas nacionais.

c) nos investimentos em atividades financeiras, com o intuito de financiar apenas

projetos estatais produtivos, em detrimento de projetos privados de infraestrutura.

d) no fluxo de seus capitais, que se direcionam apenas para as Bolsas de Valores

dos EUA e de países europeus, impossibilitando investimentos internos.

e) na redução das taxas de juros internos, que atrai os investidores que buscam

melhor remuneração para o capital especulativo.

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Letra a.

Desde a implementação do modelo de produção fordista, o sistema capitalista vem

transpondo as barreiras socioculturais dos países subdesenvolvidos e emergentes

para a consolidação das necessidades do mercado e dos interesses das grandes

corporações, visando de forma obstinada ao novo mercado consumidor, incentivo

fiscal, matéria-prima, mão de obra barata e outros benefícios.

1.6. Processo de Estruturação do Sistema Capitalista, Divisão


Internacional do Trabalho (DIT) e Globalização.

Agora, vamos aos preceitos históricos. Este é o momento que gera as maiores

confusões conceituais.

Sistema Capitalista

Este é o sistema socioeconômico caracterizado pela economia de mercado e tem

como base a estruturação da livre-iniciativa empresarial, com a produção voltada

para a obtenção do lucro (acúmulo de capital), predomínio da propriedade privada

dos meios de produção, trabalho assalariado e sociedade dividida em classes so-

ciais. No século XV, o comércio já era a principal atividade econômica da Europa.

As atividades comerciais, que ganharam impulso ainda durante a Idade Média, com

as cruzadas e a consequente aproximação entre Ocidente e Oriente, constituíam a

base de um novo sistema econômico que substituiria o decadente modo de produ-

ção feudal.

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Dois séculos de transição foram necessários para que as inovações técnicas

(como a utilização da máquina à vapor), associadas ao acúmulo de capitais e ao

mercado em expansão, dinamizassem a economia europeia, potencializada pelo

forte acúmulo de riquezas geradas pelo capitalismo comercial. A Revolução Indus-

trial, ocorrida na Inglaterra, em meados do século XVIII, representou muito mais

que uma mera mudança no sistema produtivo europeu, marcou a consolidação de

um sistema que se tornou dominante até hoje.

A Revolução Industrial significou um marco entre o pré-capitalismo (capitalis-

mo primitivo), caracterizado pelo comércio, com pauta fundamental na produção

manufatureira, desenvolvida com a apropriação dos meios de produção pelos bur-

gueses e a definitiva separação entre estes e a classe trabalhadora, determinada

conceitualmente por Karl Marx como proletariado. Neste sentido, é a partir da Re-

volução Industrial que se estrutura o sistema capitalista e sua principal doutrina,

o liberalismo, mas já caracterizado pela divisão da sociedade em classes e pela

produção determinada pelos interesses do capital. A dinamização da produção, que

deixa de ser manufatureira e passa a ser mecanizada, teve início na Inglaterra e,

posteriormente, se estendeu a outros países europeus, fazendo crescer, principal-

mente, na Europa do século XIX, as necessidades de matérias-primas e de novos

mercados.

A partir desta análise, é fundamental que se estruture o capitalismo seguindo se-

guinte lógica:

FASES: DOUTRINAS:
Capitalismo Comercial Mercantilismo
Capitalismo Industrial Liberalismo

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Capitalismo Financeiro Keynesianismo


Capitalismo Informacional (ou financeiro/infor- Neoliberalismo
macional)

Considerando seu processo de desenvolvimento, costuma-se dividir o capitalis-

mo em quatro fases:

Capitalismo Comercial

Esse período sem estende entre o fim do século XV até o século XVIII e foi mar-

cado pela expansão marítima (Era das Grandes Navegações) das potências econô-

micas da Europa Ocidental na época (Portugal, Espanha, Inglaterra, França etc.).

Nessa época, as trocas comerciais proporcionaram grande acúmulo de riquezas por

parte dos Estados colonialistas. A partir desta perspectiva é que se desenvolve a

primeira doutrina do sistema capitalista, o mercantilismo.

As novas rotas de navegação tinham como objetivo assegurar os interesses co-

merciais das potências europeias do capitalismo comercial.

Disponível em http://ppfuturo.blogspot.com.br/2015/05/a-expansao-maritima-e-comercial-euro-
peia.html – Acesso em 15 de janeiro de 2018 às 18h45min.

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O mercantilismo foi a doutrina econômica adotada pelas monarquias nacionais

entre os séculos XV ao XVIII e tinha com base fundamental a intervenção do Estado

na economia, objetivando acumular riquezas por meio da instalação de colônias e da

estruturação de uma nova rota de comércio mundial. Uma das principais metas dos

países europeus era a exploração de recursos naturais das colônias e a ampliação

do mercado (inicialmente para as Índias Orientais e, em seguida, para o continente

americano). Estabeleceu-se, assim, uma estrutura inicial de divisão internacional do

trabalho (DIT16), conhecido como Pacto Colonial (Pacto de não-desenvolvimento das

colônias) ou DIT Primitiva (Pré-DIT). As colônias passaram a constituir uma eco-

nomia complementar de fornecimento de produtos primários para as metrópoles.

Vendiam produtos a baixos preços, compravam a preços mais elevados e produziam

apenas o que a metrópoles determinava ou produzia, como café, algodão, açúcar

etc. Tais elementos são fundamentais para a constituição do impacto socioeconô-

mico das economias periféricas na contemporaneidade e, portanto, garante o início

daquilo que aprendeu a se conceituar como países desenvolvidos.

A Divisão Internacional do Trabalho tende a expressar diferentes fases da evolução


histórica do capitalismo, inicialmente como relação dicotômica entre manufatura e pro-
dutos primários, para, posteriormente, uma relação entre produtos industriais de maior
e menor valor agregado e baixo coeficiente tecnológica e, mais recentemente, uma re-
lação entre serviços de produção e manufatura. Essas relações que sustentam distintas
divisões de trabalho podem ocorrer de maneira simultânea no tempo entre nações do
centro, semiperiferia e periferia.17

Vale ressaltar, ainda, que tal doutrina tinha como modelo de produção elemen-

tar o sistema conhecido como plantation, ou seja, produção de gêneros agrícolas

16
Conceito que expressa a forma como é feita a distribuição da produção em termos globais, entre países
desenvolvidos e subdesenvolvidos.
17
Economia global e a nova Divisão Internacional do Trabalho*. Marcio Pochmann – Disponível em http://
decon.edu.uy/network/panama/POCHMANN.PDF – Acesso em 12 de janeiro de 2018 às 02h09min.

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tropicais, voltados para o mercado externo, estruturados sob a forma de latifúndios

e que se utilizava de mão de obra barata ou, como ocorreu com predominância na

América, a partir do desenvolvimento do trabalho escravo.

7. (QUESTÃO INÉDITA) Observe o quadro abaixo e, em seguida, responda:

Quanto às questões relativas ao desenvolvimento do capitalismo e do subdesenvol-

vimento, é correto afirmar que

a) antes da internacionalização do capitalismo iniciada na Europa, no século XVI,

as diferenças de poder entre os países já eram mensuradas pelos termos econômi-

cos de desenvolvidos e subdesenvolvidos.

b) o capitalismo unificou a humanidade, o espaço mundial e criou uma diferença

entre áreas centrais ou desenvolvidas e periféricas ou subdesenvolvidas. Subde-

senvolvimento é apenas uma situação de atraso econômico, podendo ser mensura-

do pelo valor da renda per capita.

c) após o processo de industrialização foi possível perceber que houve um proces-

so de amenização das desigualdades entre as nações, visto que, grande parte das

colônias de exploração se tornaram independentes e, portanto, puderam utilizar

suas matérias-primas em torno de seu processo de desenvolvimento tecnológico.

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d) as origens do subdesenvolvimento partem da exploração estrangeira colonial,

em que países “descobridores” (as metrópoles) ocuparam e colonizaram outros po-

vos (as colônias), submetendo-os à sua cultura e explorando intensamente os seus

recursos naturais.

e) O pacto colonial, que garantia o não desenvolvimento econômico das colônias,

era pautado na base produtiva da relação Metrópole versus Colônia, sendo que a

última fornecia de produtos industrializados e mão de obra escrava para as metró-

poles americanas.

Letra d.

O Capitalismo Comercial é conhecido como a primeira fase do Capitalismo. Sua

gestação começou no Renascimento Comercial dos séculos XIII e XIV. Porém, o

Capitalismo Comercial ganhou força no início no século XV com o desenvolvimento

da burguesia comercial europeia. As grandes navegações e conquistas marítimas

dos séculos XV e XVI foram de fundamental importância para o desenvolvimento

do capitalismo neste momento.

Principais características desta fase:

• Impulso comercial através das conquistas de territórios na África e América,

principalmente por Portugal e Espanha. Estes países colonizaram e explo-

raram colônias, retirando recursos naturais (principalmente ouro). Um dos

exemplos foi a exploração feita por Portugal em sua principal colônia, o Brasil.

• Grande poder econômico, social e político da burguesia comercial.

• Uso de mão de obra escrava de origem africana, principalmente nas colônias

portuguesas e espanholas.

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• Mercantilismo: política econômica que priorizava o acúmulo primitivo de capi-

tal, metalismo (riqueza através de ouro e prata), protecionismo alfandegário,

pacto colonial (relações comerciais exclusivas entre Metrópole e Colônia) e a

balança comercial favorável (mais exportações do que importações).

• Desenvolvimento do sistema bancário que favoreceu o avanço do capitalismo

comercial.

Capitalismo Industrial

A concorrência entre as nações industrializadas, potencializadas pelo neocolo-

nialismo e o imperialismo desenvolvidos no século XIX, culminaram, na primeira

metade do século XX, em grandes guerras (1914/1918 e 1939/1945), que envol-

veram os principais protagonistas da primeira ordem multipolar (distribuição da

hegemonia geopolítica vigente), especialmente Inglaterra, França, Alemanha, Ja-

pão, Estados Unidos e União Soviética e, para tal, configuração é imprescindível o

entendimento do processo de industrialização ocorrida neste período.

Olha a dica de estruturação de raciocínio!!!

Industrialização: Processo de evolução tecnológica em que o campo mais importante da


economia passa a ser o setor secundário, ou seja, a atividade industrial.
Fases da industrialização Tipos de Industrialização Tipos de indústria
1ª Revolução Industrial: feita Clássica ou Original: típica Base, transformação
com bases técnicas mais simples de países desenvolvidos/ ou pesada: setor
(máquina a vapor, carvão como industrializados. industrial responsável pela
principal fonte de energia, força transformação da matéria-
de trabalho não especializada prima em outros produtos
nem qualificada), ocorreu até o para outras atividades
fim do século XIX. Caracterizou-se industriais. Também
pelo fato de o Reino Unido chamadas de pesadas,
(Inglaterra) ter sido a grande as indústrias de base são
potência mundial – e principal principalmente utilizadas para
exemplo de industrialização – e a fabricação de siderurgia,
as indústrias têxteis, o setor de produtos do petróleo, cimento
vanguarda. e mineração.

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2ª Revolução Industrial: exigiu Planificada: típica de países Intermediária: estas


uma base técnica mais complexa socialistas e marcadas indústrias são responsáveis
(refino do petróleo, que se tornou pela forte intervenção do pela transformação das
a principal fonte de energia do Estado no desenvolvimento matérias-primas produzidas
século XX, máquinas e motores industrial, focado nos pela indústria de base em
mais sofisticados e movidos a interesses do Estado-Maior. produtos que serão utilizados
energia elétrica, mão de obra para a fabricação de bens
especializada) e predominou do de consumo. Por exemplo:
fim do século XIX até meados a fabricação de máquinas,
dos anos 1970. Ela se prolonga vidro, chapas de metal,
até os nossos dias, uma vez concreto usinado e outros.
que uma imensa parte do globo
ainda não ingressou, de fato, na
Terceira Revolução Industrial. Os
Estados Unidos foram a grande
potência econômica e o principal
modelo de industrialização
dessa fase da Revolução
Industrial, caracterizada ainda
pelo predomínio da indústria
automobilística e outras indústrias
a ela ligadas (petroquímica,
siderúrgica, metalúrgica etc.).
3ª Revolução Industrial: Tardia ou retardatária: Bens de consumo: são as
também denominada revolução Típica de países indústrias que pegam tudo
técnico-científica-informacional, subdesenvolvidos (Vale o que se produziu pelas
encontra-se em andamento desde ressaltar que alguns países indústrias intermediárias
meados dos anos 1970 e deverá do norte geoeconômico e fabricam objetos e
desenvolver-se mais plenamente também apresentam mercadorias para o
no transcorrer do século XXI. industrialização tardia. consumidor final. É o papel
Ela se iniciou tanto nos Estados Exemplos: Portugal, que vira livro, as chapas de
Unidos, sobretudo na Califórnia Espanha, Grécia, dentre metal que viram geladeira, ou
(informática, telecomunicações), outros. o plástico que vira escova de
como no Japão (robótica, dente, por exemplo.
microeletrônica) e na Europa - Duráveis: são aqueles feitos
ocidental, em particular na para serem consumidos
Alemanha (biotecnologia, imediatamente (alimentos,
química fina). É marcada roupas etc).
pelo predomínio de indústrias - Não duráveis: são aqueles
altamente sofisticadas, como as que podem ser utilizados
mencionadas, e que exigem muita várias vezes durante longos
tecnologia e maior qualificação da períodos (um automóvel, uma
força de trabalho. máquina de lavar roupas etc.)

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4ª Revolução Industrial: A
quarta revolução industrial não
é definida por um conjunto de
tecnologias emergentes em
si mesmas, mas a transição
em direção a novos sistemas
que foram construídos sobre a
infraestrutura da revolução digital
(anterior). Traz consigo uma
tendência à automatização total
das fábricas que acontece através
de sistemas ciberfísicos, que
foram possíveis graças à internet
das coisas e à computação na
nuvem. Os sistemas ciberfísicos,
que combinam máquinas com
processos digitais, são capazes de
tomar decisões descentralizadas
e de cooperar – entre eles e com
humanos – mediante a internet
das coisas.

Um de seus aspectos mais importantes das revoluções industriais foi o au-

mento da capacidade de transformação do espaço natural, por meio da utilização

de máquinas hidráulicas e a vapor, bem como o grande incremento no volume de

mercadorias produzidas e a consequente necessidade de ampliação do mercado

consumidor em escala mundial. Ao mesmo tempo, o desenvolvimento do sistema

de transportes marcou uma crescente aceleração da circulação de pessoas e mer-

cadorias, graças à expansão das redes de transporte terrestre e marítimo. O co-

mércio não era mais a essência do sistema. Nessa nova fase, o lucro provinha prin-

cipalmente da produção de mercadorias realizada por trabalhadores assalariados.

O trabalho assalariado é uma das bases mais importantes do sistema conhecido

como capitalismo e se disseminou, sobretudo, no século XIX, à medida que o ca-

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pital se acumulava em grande escala nas mãos dos donos dos meios de produção,

gerando lucro para o capitalista e mais-valia ao trabalhador. É neste sentido que

o papel do Estado começa a ser repensado e a sofrer uma série de reconfigura-

ções. Invariavelmente, o capitalismo industrial, ancorado pelas teses de pensado-

res como Adam Smith e David Riccardo, passam a estruturar as bases ideológicas

do sistema. A doutrina que melhor correspondia aos anseios da burguesia era o

liberalismo econômico. Adam Smith, em seu livro A riqueza das nações, defendia o

indivíduo contra o poder do Estado e acreditava que cada um, ao buscar seu próprio

interesse, contribuiria para o interesse coletivo de modo mais eficiente, ou seja,

fundamentava seu raciocínio a partir da tese de que o Estado não deveria intervir na

economia, garantindo apenas a livre concorrência entre as empresas (laissez-faire,

laissez-passer). Os princípios liberais aplicados às trocas comerciais internacionais

redundaram na defesa do livre-comércio, da livre-iniciativa, livre-concorrência da

lei da oferta e da procura, ou seja, da redução e até abolição das barreiras para a

livre circulação das mercadorias entre as empresas.

Teoria clássica do comércio internacional

A teoria do comércio internacional surgiu da necessidade de explicação das trocas in-


ternacionais. Remonta aos autores clássicos (com realce para os contributos de Adam
Smith e David Riccardo) o desenvolvimento de uma análise susceptível de generalização
a qualquer país, assim se contrapondo às concepções protecionistas dos mercantilistas
uma teoria do comércio internacional de validade universal. Disponível em https://www.
fep.up.pt/disciplinas/lec207/Apoio/EI_Classicos.pdf – Acesso em 15 de janeiro de 2018
às 04h51min.

• Adam Smith (1776) – Teoria das vantagens absolutas: os trabalhos de Adam

Smith, neste domínio, correspondem ao culminar de um processo de argu-

mentação contra o mercantilismo por razões de ordem (i) prática – o pro-

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tecionismo limitaria o processo de desenvolvimento inglês –; (ii) teórica – o

saldo permanentemente positivo da balança comercial seria insustentável –;

(iii) normativa – as exportações diminuiriam devido a ações de retaliação.

• David Riccardo (1820) – Teoria das vantagens comparativas ou relativas: o

conceito de vantagem comparativa ou relativa permite determinar padrões

de especialização e troca, mesmo quando um país fosse absolutamente me-

nos eficiente a produzir todos os bens, continuaria a participar no comércio

internacional ao produzir e exportar os bens que produzisse de forma relati-

vamente mais eficiente18.

As forças do liberalismo econômico, apesar de encontrar fortes resistências aca-

dêmicas e sociais, consolidou-se na Europa e no Estados Unidos, encontrando seus

grandes desafios apenas no século XX, no período entre guerras, conhecido como

Grande Depressão, e teve como base o desenvolvimento de uma sociedade dividida

em classes sociais: a burguesia, que detém os meios de produção; e o proletariado,

que vende sua força de trabalho como mercadoria, para sobreviver.

Capitalismo Financeiro

Esta fase do capitalismo surge na medida em que os interesses empresariais

dos monopólios produtivos de algumas nações passaram a vislumbrar a possibili-

dade de ampliação do mercado em outros países detentores de recursos naturais,

surgindo, sob esta ótica, o que os pensadores chamam de multinacionais. No final

18
Textos Complementares:
• http://revistas.marilia.unesp.br/index.php/novosrumos/article/download/1954/1607
• http://www.geografia.fflch.usp.br/semangeo/pdf/Capitulos_do_livro.pdf
• http://www.agbbauru.org.br/publicacoes/revista/anoXV_1/AGB_dez2011_artigos_versao_internet/AGB_
dez2011_02.pdf

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do século XIX, há um forte processo de concentração e centralização de capitais e


corporações que não limitava a sua produção ao local de origem. Empreendimentos
foram criados e cresceram rapidamente: indústrias, bancos, bolsas de valores, cor-
retores, justamente para organizar a logística de produção. Até um padrão monetá-
rio internacional, padrão-ouro, surgiu com o intuito de organizar as relações finan-
ceiras entre os países. Houve fusões e incorporações que resultaram na formação
de monopólios e oligopólios. Uma nova fase, a financeira ou monopolista, marcada
pela internacionalização da economia (empresas transnacionais ou multinacionais)
e pela Divisão Internacional do Trabalho, “arranjo” pelo qual algumas nações indus-
trializadas se beneficiam das matérias-primas e da mão de obra barata oferecidas
pelas nações semi-industrializadas.
Uma das características mais importantes desse período foi a introdução de
novas tecnologias e novas fontes de energia no processo produtivo. A partir da
quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, o Estado passou a intervir cada
vez mais na economia das nações capitalistas, com a finalidade de proteger os
respectivos mercados internos de possíveis crises e promover o desenvolvimento
econômico e social.
Idealizada por John Maynard Keynes, essa doutrina que recebe o nome de Ke-
ynesianismo tinha como base a intervenção direta do Estado na economia, com o
objetivo de solucionar as mazelas sociais e econômicas geradas pela grande de-
pressão. Surge, então, o conhecido “New Deal” ou Novo Acordo, pautado no desen-
volvimento de políticas em prol do pleno emprego, recuperação de empresas fali-
das, criação de empresas estatais focadas em setores que abarcavam um número
expressivo de trabalhadores, tal qual a construção civil e, por último, e não menos

importante, o desenvolvimento do welfare state ou política do bem-estar social, es-

truturada a partir da existência de um Estado que garanta o desenvolvimento pleno

de cidadania e da qualidade de vida de seus pares.

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8. (QUESTÃO INÉDITA)

Texto I

Após a crise de 29, ou Crash da Bolsa de Nova Iorque, o mundo industrializado

ocidental entrou em colapso com índices de desemprego cada vez maiores, dimi-

nuição das atividades industriais e do comércio exterior. Um dos resultados desse

cenário devastador foi o aumento da população pobre e, consequentemente, das

chamadas “Hoovervilles” nos EUA; que nada mais eram do que grandes favelas

criadas pela população desempregada e que perdera tudo. Nos EUA, a devastação

foi pior do que nos demais países industrializados. Com uma redução de 46% da

atividade industrial e aumento de 607% do desemprego¹, diversas famílias se vi-

ram diante da miséria, sem ter como prover o sustento de si e, assim, precisaram

abandonar suas casas. À época, milhares de ex-veteranos de guerra se dirigiram

até a Casa Branca, cobrando do Presidente Herbert Hoover o pagamento do auxí-

lio financeiro. Como um protesto, instalaram-se diante o Congresso, construindo

barracos, recebendo a denominação de “Hooverville” e, durante todo o período de

crise, elas se espalharam por todo os Estados Unidos. Uma das mais famosas foi

instalada em pleno Central Park, na área conhecida como “Great Lawn” (“Grande

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Gramado”). Atualmente, poucas pessoas que passeiam pelo Central Park imaginam

que ali, durante os anos 30, uma favela se instalou em decorrência dos períodos

devastadores oriundos da crise de 29.


Disponível em http://www.museudeimagens.com.br/hoovervilles-favelas/ – acesso em 09 de
janeiro de 2018.

Texto II

A grande depressão aos olhos de Chaplin.

Muito além das críticas ao taylorismo, apontadas pela grande maioria dos pro-

fessores, “Tempos modernos” apresenta o ponto de vista de Charles Chaplin da

situação deplorável em que se encontrava o cidadão americano durante a grande

depressão ocorrida pela inércia do governo aos efeitos da quebra da Bolsa de Nova

Iorque, em 1929.
Disponível em http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/a-grande-depressao-aos-o-
lhos-de-chaplin/71124/ – acesso em 9 de janeiro de 2018.

A crítica ácida que só mesmo Chaplin conseguiria fazer ao “modo de vida” pós-

-crash da Bolsa, em 1929, Tempos modernos retrata, em seu primeiro bloco, os

efeitos causados pelas teorias (ou suas aplicações práticas) criadas, e amplamente

divulgadas à época, por Frederick Taylor e Henry Ford, que para muitos pensado-

res foram responsáveis pela maior crise do sistema capitalista, seja pelo declínio

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econômico observado nas sociedades ocidentais, seja, pela propagação de pobre-

za e miséria encarnada pelo surgimento das favelas estadunidenses conhecidas

como “Hoovervilles”, referência ao presidente republicano da época Hebert Hoover.

Usando o referencial teórico acima, estratifique as mudanças promovidas ao sis-

tema capitalista após o “Crash” da Bolsa de Nova Iorque, relacionando a doutrina

econômica construída neste período, bem como as suas implicações nas décadas

de 1930 e no pós- Segunda Guerra, que fundamentaram as bases hegemônicas da

economia norte-americana a nível global.

O NEW DEAL (“NOVO ACORDO”) foi um plano de recuperação econômica que teve

os seguintes objetivos:

• reorganizar a produção;

• combater o desemprego;

• teve influência das ideias econômicas de john maynard Keynes;

• intervencionismo estatal na economia capitalista: keynesianismo. combate

ao desemprego;

• concessão de subsídio para seguro-desemprego;

• fixação dos salários mínimos e de horas de trabalho;

• abolição do trabalho infantil;

• legalização das organizações sindicais e a ampliação do sistema de previdência

social;

• criação de impostos sobre bebidas e lucro de empresas;

• programas de obras: estradas, casas, sistemas de barragens e irrigação;

works progress administration.

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Na Conferência de Bretton Woods, em 1944, Keynes travou a sua última batalha,

tentando fazer do FMI essa entidade supranacional e opondo-se tenazmente ao

sistema de câmbio fixo ancorado no dólar. A interpretação convencional enxerga aí

apenas uma defesa dos interesses britânicos, no contexto da formalização da he-

gemonia norte-americana. Contudo, atrás disso, está a coerência da linha de crítica

ao padrão-ouro.

Constituição da Divisão Internacional do Trabalho (DIT)

A repartição da África. Disponível em https://www.thinglink.com/scene/627988422060933121 –


Acesso em 13 de janeiro de 2018 às 05h45min.

O vigoroso aumento da produção e a industrialização no período da 2ª Revolu-

ção Industrial acirrou a concorrência entre as nações e, neste contexto, o desejo

por novas áreas de dominação de recursos passou a ser uma vertente. É deste

modo que se desenvolveu a expansão imperialista (neocolonial) no século XIX, na

África e na Ásia com a Conferência de Berlim (1884-1885) como forma de explorar

matéria prima e gerar novos mercados consumidores, visto que, neste período, os

países colonizados na América Latina estavam passando por seu processo de inde-

pendência das metrópoles europeias.

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Essa partilha imperialista consolidou a Divisão Internacional do Trabalho pela

qual as colônias e ex-colônias se especializaram em fornecer matérias primas ba-

ratas (e força de trabalho de baixo custo na extração dos recursos) para os países

centrais e destes comprando os produtos manufaturados (que concentrava a pro-

dução industrial, tecnologia e mão de obra qualificada). A DIT determinou a orga-

nização do espaço sob égide do sistema capitalista. As relações centro-periferia

foram, em grande parte, fundamentadas pela divisão entre os países industriais e

os países primários exportadores, ou seja, países fornecedores de produtos indus-

trializados e, portanto, concentravam o capital, e os países periféricos, que até hoje

são deslocados ao patamar de fornecedor de recursos.

A DIT, no entanto, não é imutável, isto é, ela passou por algumas transforma-

ções, assim como o próprio sistema capitalista, sobretudo após o advento da 3ª

Revolução Industrial. A divisão produtiva entre os países está diretamente relacio-

nada e sofre a influência das nuances dos conflitos entre as nações e das crises do

sistema capitalista, levando este sistema produtivo a uma série de reestruturações

econômicas e espaciais, podendo mudar o papel dos países nessa divisão. Com o

fim da Segunda Guerra Mundial e a formação e fragmentação do bloco socialista,

além do surgimento dos blocos econômicos, uma nova DIT se desenvolveu. Alguns

países subdesenvolvidos passaram a exportar além de matérias primas também

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produtos industrializados (economias emergentes de industrialização tardia ou re-

tardatária). Este processo também pode ser conhecido como: a fragmentação do

processo produtivo.

Após a Segunda Guerra, as multinacionais expandem sua atuação pelos países

do Sul pobre (então Terceiro Mundo).

9. (VEST RIO) “Cortando fronteiras com capital e tecnologia, as multinacionais oti-

mizam mercados, recursos naturais e políticos em escala mundial. Uma nova forma

de acumular lucros, uma nova divisão internacional do trabalho.”

(KUCINSKI, Bernardo. O que são multinacionais. Brasiliense, 1985.)

A nova divisão internacional do trabalho apresentada no texto tem como causa a

seguinte atuação das multinacionais:

a) Aplicação de capitais em atividades agropastoris nos países periféricos.

b) Implantação de filiais em países de mão de obra barata, com transferência tec-

nológica em função de fenômenos como a deseconomia de escala e a descentrali-

zação industrial.

c) Participação efetiva em mais de um ramo de atividades ligadas ao setor primá-

rio nos países desenvolvidos.

d) Importação de matérias-primas do Terceiro Mundo, e a fundamentação dos pre-

ceitos contidos na DIT primitiva.

e) Exploração de novas fontes de energia como o petróleo, carvão mineral e etanol.

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Letra b.

Nas últimas décadas, favorecidas pelo modelo de produção flexível, determina-

do pelo Toyotismo e pela deseconomia de escala nos grandes centros, é possível

observar que as empresas buscam em países periféricos o desenvolvimento da

atividade industrial que antes estava centralizada nos países desenvolvidos. Esta

prática requer transferência tecnológica para que os países subdesenvolvidos pos-

sam produzir.

Modalidades de Produção Industrial

Modelos Características
Com o objetivo de dinamizar as atividades produtivas, o taylorismo se estruturou
em meados do século XIX. O criador desse sistema produtivo foi Frederick Taylor,
que defendia a especialização de tarefas, ou seja, o trabalhador desenvolvia apenas
Taylorismo
uma única atividade sem conhecer os procedimentos das outras etapas da produ-
ção, além de monitorar o tempo gasto para a realização de tarefas, premiando os
trabalhadores que tivessem um grande rendimento em suas atividades.
Sob a influência do Taylorismo, seu idealizador Henry Ford no início do século XX
elaborou em sua própria indústria de automóvel, a Ford, a partir da especialização
da função a instalação de esteiras na linha de montagem, à medida que o produto
deslocava na esteira, o trabalhador desenvolvia sua função. Objetivava diminuir o
tempo gasto no trabalho, aumentar a produtividade, diminuir o custo de produção
e, principalmente, realizar a produção em massa para o consumo ocorrer no mesmo
Fordismo
passo. Ford revelou alguns princípios norteadores, que fez deste o modelo produ-
tivo mais importante no cenário econômico global. Defendia a tese de concentração
produtiva, produção em série e em massa e formação dos estoques. Todavia, este
modelo passou a ser questionado pelos trabalhadores, pois exigia elevadas jornadas
de trabalho e baixos salários, acarretando aos trabalhadores o desenvolvimento da
alienação produtiva.

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Sistema de produção criado no Japão após Segunda Guerra. Tinha, em sua base
estrutural, a tecnologia da informática e da robótica, pautando a sua produção em
um sistema de qualidade total, e, primeiramente, foi usado na fábrica da Toyota.
Toyotismo Nessa modalidade de produção, o trabalhador não fica limitado a uma única tarefa,
ou seja, um profissional multifacetado, desenvolvendo diversas atividades na produ-
ção. Outra criação desse sistema é o da produção just-in-time, que é produzir a partir
de um tempo já estipulado com intenção de regular os estoques e a matéria-prima.
No fim do século passado, surgiu na Suécia um novo modelo de organizar e gerenciar a
produção industrial. Como na maioria dos outros modelos de produção, esse foi desen-
volvido em uma fábrica de automóveis, a Volvo, e tentou conciliar a execução manual
Volvismo e automação produtiva. No Volvismo, há um grande investimento no trabalhador em
treinamentos e aperfeiçoamento, em busca da ampliação da produtividade em todas
as etapas, além de valorizar a criatividade e o trabalho coletivo e a preocupação da
empresa com o bem-estar do funcionário, bem como sua saúde física e mental.

10. (ENEM/2011) Observe a imagem e o poema abaixo

O operário e a máquina

Se a máquina domina o homem

Se a máquina domina o homem,

onde tinha coração agora é só engrenagem,

onde tinha comunhão agora é competitividade

Se a máquina domina o homem,

onde a terra era de todos agora é cerca na paisagem,

onde a cidade era de todos agora o privando é que invade,

agora, só pagando há passagem.

Se a máquina domina o homem,

onde a natureza tinha vida agora toda vida é montagem,

agora é museu de saudade, agora o deserto é a imagem.

Luiz Carlos Flávio


http://www.profcardy.com/exercicios/DOCS/1066.jpg – Acesso em 14 de janeiro de 2018 às
15h30min.

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Na imagem e na canção acima do início do século XX, identifica-se um modelo pro-

dutivo cuja forma de organização fabril baseava-se na(o)

a) autonomia do produtor direto.

b) adoção da divisão sexual do trabalho.

c) alienação ou exploração do trabalho repetitivo.

d) utilização de empregados qualificados.

e) incentivo à criatividade dos funcionários.

Letra c.

No modelo de produção fordista, na primeira metade do século XX, ocorreu a di-

visão do trabalho, gerando operações simples e repetitivas na esteira. Chaplin, no

filme Tempos Modernos, critica a sociedade moderna fordista, notadamente na

alienação e na exploração do operário.

Capitalismo Informacional

(ESTÁ AQUI O SEGREDO DO SEU SUCESSO)

Logo após Segunda Guerra Mundial, marcantes avanços tecnológicos marcaram

a sociedade contemporânea em diversos setores. A esse conjunto de mudanças são

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nomeadas como 3ª Revolução Industrial ou Revolução Técnico-Cientifica-Informa-

cional. Desenvolve-se o que os pensadores chamam de Era da Informação, ou ca-

pitalismo informacional. Por outro lado, esta fase do sistema econômico provocou

o fortalecimento das empresas transnacionais (e sua expansão pelo mundo) e o

“relativo” enfraquecimento do poder dos Estados ou países, como já apresentadas

neste escopo textual.

Os avanços tecnológicos foram responsáveis pelo aumento da produtividade

econômica e pela aceleração dos fluxos de capitais, mercadorias, informações e

pessoas. Nessa etapa, os avanços tecnológicos potencializaram a produção indus-

trial e o sistema financeiro. Além disso, os avanços tecnológicos permitiram que os

fluxos financeiros ocorressem sem a necessidade física do dinheiro, possibilitando

um enorme crescimento do setor financeiro globalizado.

Disponível em https://pt.slideshare.net/anazevedo1/redes-48854804 – Acesso em 15 de janeiro


de 2018 às 15h34min.

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Entretanto, a característica fundamental dessa etapa do desenvolvimento capi-

talista é a crescente importância de dominar o conhecimento e do domínio da infor-

mação. Os produtos e serviços tem um conjunto cada vez maior de conhecimentos

a eles agregados. A fabricação de um computador, por exemplo, envolve uma série

de conhecimentos específicos, além dos materiais e da mão de obra cada vez mais

subdividida no planeta. O produto e o trabalhador, por sua vez, tendem a ser cada

vez mais qualificados, características do modelo toyotista de produção, dando à

informação ou ao domínio sobre certos saberes, o caráter de protagonismo nas

relações econômicas e sociais na atual sociedade.

Essa fase do capitalismo informacional encontrou, logo após do Choque do Pe-

tróleo (década de 1970), sustentação ideológica primordial na doutrina neoliberal,

que nada mais é do que uma resposta à crise do sistema, aplicando os princípios

liberais adaptados ao modelo político-econômico atual. Vale ressaltar que o neoli-

beralismo tem características próprias importantes. Defende o Estado mínimo, mas

não a regulação econômica espontânea. Para tal, aceitam pequenas intervenções

do Estado no desenvolvimento de estabilidade monetária e a garantia da livre con-

corrência. Determina, ainda, que os países, sobretudo após o Colapso do Bloco

Soviético, promovessem a abertura econômica e financeira com o fim dos mono-

pólios locais, que, por muita das vezes, é realizada por empresas comandadas pelo

Estado.

Nos últimos momentos da Segunda Guerra Mundial, a vitória dos aliados já se

prenunciava. O governo dos Estados Unidos convocou uma conferência para reor-

ganizar a economia mundial. Esse encontro foi realizado em 1944, na cidade de

Bretton Woods (New Hampshire, EUA). Somente os Estados Unidos se mantinham

em condições para fixar e converter o valor de sua moeda ao ouro. A Inglaterra

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propôs então a criação de uma moeda mundial, mas os Estados Unidos, que já na-

quela época eram a maior economia do planeta, não aceitaram.

Em tais circunstâncias, a conferência de Bretton Woods acabou definindo o dólar

como a moeda de referência internacional. Terminada a guerra, os Estados Unidos

detinham cerca de 3/4 de todo o ouro depositado nos bancos centrais de todos

os países do mundo e, portanto, capacidade de emissão de moeda suficiente para

prover o comércio internacional. Nesse contexto, os outros países definiram o va-

lor de suas moedas em referência ao dólar. Pelo Acordo de Bretton Woods, foram

criados o Fundo Monetário Internacional (FMI), para enfrentar as situações de crise

nos países com dificuldade para saldar as suas contas, e o Banco Mundial, para

financiar a reconstrução dos países devastados pela guerra. Também se assinou o

Acordo Geral de Tarifas e Comércio, mais conhecido pela sigla em inglês Gatt, que

era sobretudo um sistema de negociações para liberalizar o comércio mundial e

foi substituído em 1995 pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Com essas

medidas, a Conferência de Bretton Woods definiu uma nova ordem econômica,

para garantir a retomada do desenvolvimento capitalista e ampliar a integração da

economia mundial, tanto do ponto de vista comercial como financeiro.

A partir do ponto de vista do crescimento econômico, o acordo de Bretton Woods

funcionou relativamente bem no mundo capitalista até a década de 1970. Em 1971,

pressionados por seus grandes gastos, entre os quais as despesas da Guerra do

Vietnã, os Estados Unidos já não tinham como manter sua moeda conversível em

ouro. Nesse ano, o presidente norte-americano Richard Nixon comunicou ao mundo

que o dólar não mais seria conversível, extinguindo ao acordo de Bretton Woods.

Essa decisão transformou o sistema monetário internacional, mas não o status do

dólar.

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Nos anos 1970, iniciou-se, nas economias capitalistas, a Terceira Revolução

Industrial. Embora essa revolução só tenha se tornado visível para todos nos anos

1990, com a propagação do uso da internet, as mudanças nos processos produti-

vos começaram muito antes. A robótica, as máquinas programáveis com controles

digitais e novas invenções relacionadas às tecnologias de informação permitiram

uma revolução nos gerenciamentos e tornaram a produção mais flexível. A subs-

tituição do trabalho humano por equipamentos automáticos causa desemprego na

indústria, mas gera novos empregos no desenvolvimento e na produção das novas

tecnologias. Contudo, os novos empregos exigem mais qualificação, o que dificulta

o reemprego do trabalhador que perdeu seu posto.

Esse novo sistema produtivo foi impulsionado pelo desenvolvimento de novas

tecnologias de comunicação, que permitiram a criação de redes digitais. Como o

fluxo de informações passou a ser quase instantâneo, “as distâncias reduziram-se”.

Grande parte da produção e dos serviços começou a ser programada por compu-

tador, transformando a organização do trabalho. Os custos e os preços caíram, e

produtos tornaram-se mais acessíveis, à população em geral.

Com as novas facilidades de comunicação e de transporte, as empresas trans-

nacionais puderam flexibilizar tanto sua produção quanto sua localização. Muitas

instalaram unidades produtoras em países onde os custos são mais baixos; outras

apenas montam em um país o produto cujas partes foram fabricadas em países

onde há condições mais atraentes, como mão de obra barata. Algumas nem sequer

fabricam mais seus produtos: cuidam de projetos e da manutenção da marca. Com

essa descentralização da produção, os produtos não possuem mais origem defini-

da, o chamado made in. Isso aumentou a integração de muitos países à economia

mundial, como os chamados Tigres Asiáticos – Coreia do Sul, Taiwan, Cingapura e

Hong Kong e, posteriormente, a China, o Vietnã e outros.

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No entanto, com a flexibilização do processo produtivo, a situação dos trabalha-

dores tornou-se mais precária, pois a qualquer instante uma nova evolução da tec-

nologia pode eliminar a necessidade de um emprego. Esse quadro de desemprego,

de substituições e de aumento de trabalhos temporários debilita a organização dos

trabalhadores e enfraquece o poder sindical.

As Crises do Sistema Capitalista

A primeira grande crise do capitalismo ocorreu com a grande guerra provoca-

da pelo imperialismo das grandes potências. Ressentimentos nacionalistas e riva-

lidades políticas e econômicas provocavam crises permanentes. O progresso da

indústria, a necessidade de escoar os produtos industrializados e a busca por no-

vas matérias primas e alimentos contribuíram para novas conquistas coloniais. A

internacionalização do capital, que atraiu a oposição do nacionalismo econômico

abalou os fundamentos da civilização europeia, pôs em risco sua hegemonia e abriu

espaço para entrada de novos personagens no cenário econômico mundial, a crise

econômica de 1929. O enxugamento dos recursos financeiros internos provocou

diminuição da quantidade de moeda corrente para compra de produtos. Houve au-

mento excessivo da produção por parte das empresas durante a década de 1920.

Com o tempo, o mercado consumidor não era mais capaz de absorver a produção

industrial o que levou à diminuição da produção e ao desemprego. Uma onda de

especulação nas bolsas de valores. Os investidores eram atraídos por lucros que

não eram mais gerados no sistema produtivo. Cada um comprava as ações pela

“certeza” que as venderia por um preço mais elevado.

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Os Efeitos da Crise

Em outubro de 1929, ocorreu a quebra da bolsa em New York: Os preços das

ações despencaram. Os investidores correram para se desfazer de seus papéis, a

qualquer preço. A crise de 1929 foi o marco inicial de um período de recessão eco-

nômica e desemprego que se estendia em todo mundo. Em muitos países, o Estado

passou a interferir na economia. O New Deal (novo acordo), programa econômico e

social, voltado ao combate ao desemprego e à ajuda aos carentes. Na Europa, cria-

-se o “Estado do bem-estar social”. Uma política de garantia de saúde, educação e

aposentadoria aos cidadãos.

Capitalismo Técnico-Científico-Informacional.

A nova fase do capitalismo nos trouxe uma profunda transformação de concei-

tos, que acabam por reconfigurar a própria forma de trabalhar com a informação.

Em meio a um desdobramento acelerado de culturas, permeadas pelos novos ele-

mentos e códigos que a revolução digital nos trouxe, a relação entre o indivíduo e

a informação mudou drasticamente. O que antes era elemento de fomento de um

determinado conhecimento, muitas vezes generalista, passou a ser um instrumen-

to decisório cada vez mais específico, em alguns momentos sendo mais do que uma

parcela da confusão de um conhecimento maior, mas o conhecimento em si.

Crise do Petróleo e o Neoliberalismo

Existe uma coincidência entre representantes das mais diversas correntes de

pensamento no sentido de apontar a crise do Estado de bem-estar social como

um dos elementos importantes desencadeadores das transformações que levariam

à nova configuração do mundo denominada Nova Ordem Mundial. O Estado de

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bem-estar social era um projeto imperativo para recuperar o vigor e a capacidade

de expansão dos países capitalistas após a tensão social, econômica e política do

período entre guerras, tanto que o estabelecimento do Estado de bem-estar social,

entre as décadas de 1940 e 1960, ficou conhecido como “era dourada do capita-

lismo” por ser um momento de desenvolvimento econômico, com garantias sociais

e oferecimento, praticamente, de emprego pleno para a maioria da população nos

países mais desenvolvidos.

A expansão industrial, mesmo com índices diferenciados, acontecia tanto nos

países capitalistas quanto nos socialistas. Esse cenário propiciou o crescimento

econômico industrial e a implementação das políticas sociais com uma aliança entre

os diferentes setores da sociedade: os empresários, a classe média e os trabalha-

dores. O momento dourado chegou a ser visto como uma nova Revolução Indus-

trial, por causa do crescimento da produção mundial e do aumento de consumo.

Toda essa expansão ocasionou uma nova reurbanização, acarretando consequên-

cias não desejáveis em razão do aumento do uso dos combustíveis fósseis (carvão,

petróleo e gás natural), mas que pouco incomodavam, uma vez que os resultados

econômicos minimizavam as vozes de quem alertava para a maneira como esse

processo acontecia. Ainda deve ser lembrado que a aparente euforia não minimiza-

va o embate, não declarado, da guerra fria.

Nesse contexto, as eventuais distensões desencadeavam medidas imprevistas,

evidenciando a fragilidade na qual se construía o denominado desenvolvimento.

De fato, bastou o acirramento entre os árabes e israelenses para alterar o quadro

promissor. As crises do petróleo de 1973 e 1979 interfeririam de maneira decisiva

no desencadeamento do fim do Estado de bem-estar social. No ambiente da guer-

ra fria, essas crises, além de quadruplicar o valor do petróleo e do gás natural da

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URSS, representaram uma das jogadas do bloco soviético para estrangular o abas-

tecimento de combustíveis da potência norte-americana. Tais crises, somadas à

insatisfação das empresas privadas com o modelo de Estado vigente, isto em razão

das altas cargas de impostos cobradas pelo Estado de bem-estar social, levaram à

consolidação das críticas das correntes defensoras de outras concepções de Estado

e de sociedade.

A expansão do Estado de bem-estar social começou a ser ameaçada em um

momento crítico, em que a carga tributária atingiu níveis alarmantes para a lucrati-

vidade e o desempenho do setor privado, o que também cooperou para intensificar

a crise no final da década de 1970 e início dos anos 1980. A consequência imediata

dessa crise econômica e estatal resultou na intensificação das pressões políticas em

favor do desmantelamento do sistema de Estado de bem-estar social, considerado

ineficaz para reverter esse quadro pouco promissor. As portas estavam abertas

para novas propostas destinadas a enfrentar as altas taxas de inflação e os preo-

cupantes índices de paralisação econômica.

Na avaliação de Hobsbawm (1995), também os anos 1970 aparecem como mo-

mento-chave no qual se operaram transformações importantes a ponto de inaugu-

rar uma nova conjuntura econômica, política e social.

Em sua opinião, vislumbra-se já o teor do que aconteceria, em termos de transformação


política, nesse período pós-Estado de bem-estar social. Encerrou-se um extenso período
de governo centrista e moderadamente social-democrata [...]. Governos da direita ide-
ológica, comprometidos com uma forma extrema de egoísmo comercial e laissez-faire,
chegaram ao poder em vários países por volta de 1980. (Hobsbawm, 1995, p.245)

Desse modo, as ideias neoliberais, formuladas pela sociedade de Mont Pèlerin,

encontravam uma razão para existir e todo um contexto para serem arraigadas. As

fórmulas de Estado neoliberal apareciam como as melhores soluções para aquele

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momento e para o avanço do capitalismo na disputa com o bloco socialista em ple-

na vigência da guerra fria. Dessa maneira, políticas neoliberais começaram a ser

implantadas com a “transnacionalização” – expansões das empresas transnacionais

– e pelo avanço e maior desenvolvimento das tecnologias modernas e dos sistemas

financeiros.

A década de 1990 iniciou-se sobre as ruínas do muro de Berlim, sob a égide

do mercado como instância suprema de coordenação das atividades econômicas

e instigando os Estados a baterem em retirada não só nas áreas em que – agora

comprovadamente – não tinham competência para estar. (Dupas, 1999, p.230)

O neoliberalismo, então, ganha força no modelo capitalista e a nova economia de

mercado se afirma.

O novo liberalismo (neoliberalismo) preza o mercado livre global. Nele “as em-

presas, corporações e conglomerados transnacionais adquiriram preeminência so-

bre as economias nacionais” (Ianni, 1995, p.46).

Dando sustentação ao processo, uma nova divisão internacional do trabalho e

a flexibilização dos processos produtivos surgiram, entre outras manifestações do

capitalismo, sempre em escala mundial. Intensificou-se e generalizou-se o proces-

so de dispersão geográfica da produção, ou das formas produtivas

Tudo isso amplamente agilizado e generalizado com base nas técnicas eletrônicas [...]
Globalizaram-se as instituições, os princípios jurídico-políticos, os padrões socioculturais
e os ideais que constituem as condições e produtos civilizatórios do capitalismo. (Ianni,
1995, p.47-8)

Dessa maneira, Friedman monta os alicerces de seu pensamento otimista em

relação ao processo da globalização. Os principais argumentos apresentados para

justificar seu ponto de vista podem ser resumidos nos itens seguintes:

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a) Defesa parcial da noção Estado-nação, uma vez que no processo de implan-

tação da globalização ainda é necessária a presença do Estado.

b) A relação entre Estado-nação e mercados globais tende a restringir as ações

dos Estados, com a consequente delimitação de sua atuação, pois os centros eco-

nômicos mundiais adotam medidas que têm de ser incorporadas pelos países de-

fensores desse processo da globalização. A propensão, portanto, seria chegar ao

fim dos Estados nacionais.

c) A tendência caminha no sentido de estabelecer o equilíbrio entre o poder dos

Estados e as liberdades individuais, ou, se preferir, colocar no mesmo patamar o

individualismo e o poder coletivo. Aqui, Friedman apela, mais uma vez, para as

novas tecnologias e as facilidades de mobilização social criadas pela globalização.

Nesse sentido, para ele, não se podem colocar entraves nem à mobilização nem às

iniciativas individuais.

Crise de 2008

A crise financeira de 2008 foi a maior da história do capitalismo desde a grande

depressão de 1929. Começou nos Estados Unidos após o colapso da bolha especu-

lativa no mercado imobiliário, alimentada pela enorme expansão de crédito bancá-

rio e potencializada pelo uso de novos instrumentos financeiros, a crise financeira

se espalhou pelo mundo todo em poucos meses. O evento detonador da crise foi

a falência do banco de investimento Lehman Brothers no dia 15 de setembro de

2008, após a recusa do Federal Reserve (Fed, banco central americano) em socor-

rer a instituição. Essa atitude do Fed teve um impacto tremendo sobre o estado

de confiança dos mercados financeiros, rompendo a convenção dominante de que

a autoridade monetária norte-americana iria socorrer todas as instituições finan-

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ceiras afetadas pelo estouro da bolha especulativa no mercado imobiliário. O rom-

pimento dessa convenção produziu pânico entre as instituições financeiras, o que

resultou num aumento significativo da sua preferência pela liquidez, principalmente

no caso dos bancos comerciais. O aumento da procura pela liquidez detonou um

processo de venda de ativos financeiros em larga escala, levando a um processo de

“deflação de ativos”, com queda súbita e violenta dos preços dos ativos financeiros,

e contração do crédito bancário para transações comerciais e industriais. A “evapo-

ração do crédito” resultou em uma rápida e profunda queda da produção industrial

e do comércio internacional em todo o mundo. Com efeito, no último trimestre de

2008, a produção industrial dos países desenvolvidos experimentou uma redução

bastante significativa, apresentando, em alguns casos, uma queda de mais de 10

pontos base com respeito ao último trimestre de 2007. Mesmo os países em desen-

volvimento, que não possuíam problemas como seus sistemas financeiros, como

o Brasil, também constataram uma fortíssima queda na produção industrial e no

Produto Interno Bruto (PIB). De fato, no caso brasileiro, a produção industrial caiu

quase 30% no último trimestre de 2008 e o PIB apresentou uma contração anuali-

zada de 14% durante esse período.

11. (UFU-MG) A análise do atual processo de globalização no mundo e da ação das

empresas globalizadas permite estabelecer que, de modo geral:

a) as empresas não pensam mais em estratégias por país, mas sim por regiões e

blocos econômicos.

b) as empresas procuram, cada vez mais, fortalecer os Estados nacionais para po-

derem competir

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c) nos mercados mundiais. no processo de trocas internacionais, as grandes em-

presas procuram fortalecer as or­ganizações supranacionais, como a OMC (Organi-

zação Mundial do Comércio) e a ação dos Estados nacionais.

d) as políticas neoliberais vêm favorecendo o crescimento das pequenas empresas

na competição do mercado internacional.

e) a internacionalização da economia tem afetado somente as empresas situadas

no bloco denominado de “países emergentes“.

Letra a.

No atual estágio de processo de globalização, as empresas (notadamente as multi-

nacionais) passam a adotar estratégias em nível regional ou por blocos econômicos

e não mais prioritariamente por país. A Terceira Revolução Industrial (pós-Segunda

Guerra) marcou a crescente internacionalização da produção capitalista, provocan-

do o fortalecimento das empresas transnacionais (e sua expansão pelo mundo) e o

“relativo” enfraquecimento do poder dos Estados ou países. Sem a revolução tec-

nológica nos sistemas de transporte e comunicação, esses processos não lograriam

êxito, e o capitalismo não teria atingido seu estágio atual.

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RESUMO

Caro(a) aluno(a),

Nesta aula, abordamos com densidade os princípios norteadores que funda-

mentam o conceito de globalização, destacando a sua importância no processo de

desenvolvimento do sistema capitalista, bem como os impactos deste fenômeno

na sociedade contemporânea. A globalização é um fenômeno amplo que influencia

vários setores e relações no mundo. Uma dessas relações é a integração de países

na formação dos blocos econômi­cos, como metas ousadas de promoção do livre-

-comércio e da livre-circulação de mercadorias e pessoas. Nessas interações, que

ultrapassam os limites do mercado financeiro, os Estados desenvolvidos, com seus

mercados saturados, viram, em outros países, mais possibilidades comerciais e de

consequente crescimento econômico, o que gera uma considerável descentraliza-

ção industrial nos grandes centros urbanos.

Um dos pontos mais relevantes deste estudo está no entendimento de que,

primeiramente, a globalização é um veículo de promoção dos interesses do siste-

ma econômico dominante, entretanto, não pode ser configurado com algo recente,

apesar de seu protagonismo incontestável. A globalização é uma característica do

sistema capitalista e, portanto, aparece desde a expansão marítima. É tratada por

vezes como um processo de mundialização ou até planetarização, pois envolve

uma integração mundial, que marca a macroeconomia, devido ao grande capital

representado pelo poder das transnacionais, todavia estes conceitos são distintos

em seu cerne fundamental.

Não obstante, é essencial que busquemos a compreensão das diversas termi-

nologias que as ciências econômicas introduziram em nosso vocabulário com o ad-

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vento da globalização, bem como é fundamental destrinchar alguns dos fenômenos

mais importantes de evolução do sistema que integra o capitalismo e suas nuances,

tais como: o processo de industrialização, a constituição da divisão internacional

do trabalho, a elaboração dos modelos produtivos e, sobretudo, o tom cíclico que

configura a economia de mercado em vigor.

É possível perceber que o mundo vive, atualmente, uma fase em que o capi-

talismo se estruturou como sistema hegemônico e mantém, com suas diversas

facetas, o controle da economia e dos ditames geopolítico contemporâneos. Essa

fase é conhecida como financeira/informacional, determinada pela constituição de

uma doutrina conhecida com neoliberalismo (uma das quatro correntes ideológicas

do capitalismo), alicerçada pela globalização, em que o capital circula livremente

por meio de redes de telecomunicações que permitem realizar o lucro de forma

imediata em diversos pontos desta que é conhecida hoje como aldeia global. Esse

fato possibilita, por um lado, o crescimento sem igual do acúmulo de capital em

pouquíssimos agentes econômicos e, por outro lado, provoca a exclusão social de

grande parte da civilização mundial que ainda está submetida a situações deplorá-

veis do não desenvolvimento. Não conseguem ter acesso aos benefícios mínimos

do desenvolvimento tecnológico e da produção de riquezas nesse processo de glo-

balização como perversidade. Assim, as diferenças entre o Norte rico e o Sul pobre

tornam-se cada vez mais agudas; o surgimento e o crescimento das organizações

e dos blocos econômicos não conseguem diminuí-las, ao contrário, marginalizam

ainda mais estes povos. Como define Milton Santos: esta é a globalização vista do

lado de cá, endossando a sua linha de pensamento da Geografia Crítica contra o

poder dominante.

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Ademais, é fundamental compreender que a principal característica da socieda-

de pós-industrial é a intensificação dos fluxos da rede informacional. A circulação

de conhecimentos mediante o uso dessa rede tornou-se o veículo pelo qual o poder

é utilizado para dominar e controlar o capital. O desenvolvimento da informática e

das telecomunicações, que já se processava durante a Guerra Fria, intensificou-se

enormemente e a Internet – rede mundial de computadores – constitui-se no meio

preferido de circulação de informações. Ou seja, apesar de existirem pautas nacio-

nalistas e antiglobais, provavelmente este fenômeno jamais conseguirá retroceder

deste estágio.

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QUESTÕES DE CONCURSO

1. (UFPI) Sobre a economia globalizada, julgue os itens abaixo:

a) Homogeneizou as culturas e reduziu as discrepâncias econômicas entre os países.

b) Integrou economias e possibilitou a difusão de hábitos dos lugares pelo mundo.

c) Deu visibilidade às minorias, a povos e culturas de recantos isolados do mundo.

d) Quase anulou a xenofobia e os conflitos étnicos e religiosos em todo o planeta.

2. (ENEM/2009/PROVA CANCELADA) O índio do Xingu, que ainda acredita em Tupã,

assiste pela televisão a uma partida de futebol que acontece em Barcelona ou a

um show dos Rolling Stones na praia de Copacabana. Não obstante, não há que se

iludir: o índio não vive na mesma realidade em que um morador do Harlem ou de

Hong Kong, uma vez que são distintas as relações dessas diferentes pessoas com a

realidade do mundo moderno; isso porque o homem é um ser cultural, que se apoia

nos valores da sua comunidade, que, de fato, são os seus.


GULLAR, F. Folha de S. Paulo. São Paulo: 19 out. 2008 (adaptado).

Ao comparar essas diferentes sociedades em seu contexto histórico, verifica-se que

a) Pessoas de diferentes lugares, por fazerem uso de tecnologias de vanguarda,

desfrutam da mesma realidade cultural.

b) O índio assiste do futebol ao show, mas não é capaz de entendê-los, porque não

pertencem à sua cultura.

c) Pessoas com culturas, valores e relações diversas têm, hoje em dia, acesso às

mesmas informações.

d) Os moradores do Harlem e de Hong Kong, devido à riqueza de sua História, têm

uma visão mais aprimorada da realidade.

e) A crença em Tupã revela um povo atrasado, enquanto os moradores do Harlem

e de Hong Kong, mais ricos, vivem de acordo com o presente.

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3. (ENEM/2009) Entre as promessas contidas na ideologia do processo de globa-

lização da economia estava a dispersão da produção do conhecimento na esfera

global, expectativa que não se vem concretizando. Nesse cenário, os tecnopolos

aparecem como um centro de pesquisa e desenvolvimento de alta tecnologia que

conta com mão de obra altamente qualificada. Os impactos desse processo na

inserção dos países na economia global deram-se de forma hierarquizada e assi-

métrica. Mesmo no grupo em que se engendrou a reestruturação produtiva, houve

difusão desigual da mudança de paradigma tecnológico e organizacional. O peso

da assimetria projetou-se mais fortemente entre os países mais desenvolvidos e

aqueles em desenvolvimento.
BARROS, F. A. F. Concentração técnico-científica: uma tendência em expansão no mundo con-
temporâneo?
Campinas: Inovação Uniemp, v. 3, n.1 jan./fev. 2007 (adaptado).

Diante das transformações ocorridas, é reconhecido que

a) A inovação tecnológica tem alcançado a cidade e o campo, incorporando a agri-

cultura, a indústria e os serviços, com maior destaque nos países desenvolvidos.

b) Os fluxos de informações, capitais, mercadorias e pessoas têm desacelerado,

obedecendo ao novo modelo fundamentado em capacidade tecnológica.

c) As novas tecnologias se difundem com equidade no espaço geográfico e entre

as populações que as incorporam em seu dia a dia.

d) Os tecnopolos, em tempos de globalização, ocupam os antigos centros de in-

dustrialização, concentrados em alguns países emergentes.

e) O crescimento econômico dos países em desenvolvimento, decorrente da dis-

persão da produção do conhecimento na esfera global, equipara-se ao dos países

desenvolvidos.

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4. (UFAM) São características da Globalização:

a) A adoção do Toyotismo como modelo para a reorganização da produção, a res-

trição dos mercados e a valorização tecnológica.

b) O estabelecimento de redes comerciais, com valorização do capital mercantil e

o aumento do controle estatal na economia.

c) A adoção de políticas neoliberais, a desregulamentação da economia e diminui-

ção dos índices de robotização na indústria.

d) A dinamização tecnológica com a garantia da ampliação de políticas sociais e

direitos trabalhistas.

e) A formação de blocos econômicos, a integração dos mercados e o avanço do

capital financeiro.

5. (UFC) O processo de globalização tem, na atualidade, provocado grandes mu-

danças, tanto nas esferas econômica, financeira e política quanto na vida social e

cultural dos povos e das nações, em escala mundial. A esse respeito, é possível

afirmar, de modo correto, que:

a) A maioria das instituições financeiras globais tem sua sede localizada nos países

subdesenvolvidos.

b) O avanço das telecomunicações e da informática e o uso da internet são funda-

mentais para os fluxos financeiros mundiais.

c) O Estado intervém na economia por meio de investimentos no setor industrial,

fortalecendo, assim, as empresas estatais.

d) As transformações políticas, econômicas, sociais e tecnológicas dão-se da mes-

ma forma nos países desenvolvidos e subdesenvolvidos.

e) Os blocos econômicos regionais são constituídos com o objetivo único de forma-

ção de alianças para defender a autonomia política dos países-membros.

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6. “A industrialização ampliou a divisão do trabalho dentro da unidade de produção

(a fábrica) e no interior da sociedade de cada país. Ao mesmo tempo, estabeleceu

a Divisão Internacional do Trabalho entre os países industriais e as regiões forne-

cedoras de produtos agrícolas e minerais”.


(LUCCI, E. A. et. al. Território e sociedade no mundo globalizado: Geografia Geral e do Brasil.
Ensino Médio. Editora Saraiva, 2005. p.56).

Assinale a alternativa que NÃO expressa uma característica da Divisão Internacio-

nal do Trabalho (DIT).

a) Os países desenvolvidos exportam produtos tecnológicos e os países subdesen-

volvidos exportam matérias-primas.

b) A formação da DIT está relacionada, principalmente, com os eventos ligados ao

colonialismo.

c) Conferências internacionais são anualmente realizadas para se definir qual tipo

de produto cada país produzirá no contexto do comércio internacional.

d) A Divisão Internacional do Trabalho envolve, entre outras questões, as relações

desiguais entre o norte desenvolvido e o sul subdesenvolvido nos campos político

e econômico.

7. A lógica da operação das empresas multinacionais ou globais no contexto da

Divisão Internacional é:

a) a inserção dessas no mundo desenvolvido, proporcionando uma maior demo-

cratização no acesso às novas tecnologias em todo o mundo.

b) a atualização do sistema internacional, quando os países subdesenvolvidos,

agora industrializados, também passam a exportar produtos industrializados.

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c) a ampliação da política do pleno emprego que, a partir da segunda metade do

século XX, adquiriu uma dinâmica global.

d) o fortalecimento das leis ambientais e trabalhistas, principalmente naqueles

países onde essas indústrias se instalam, dinamizando assim o processo de distri-

buição de renda.

8. (UESC) Nas últimas décadas, muitos países que tinham uma economia voltada

basicamente para o setor primário têm recebido em seus territórios filiais ou sub-

sidiárias de multinacionais, fato que vem modificando profundamente seus perfis

econômicos e suas funções dentro da atual divisão internacional do trabalho (DIT).

Com base nas informações do texto e nos conhecimentos sobre a DIT e suas impli-

cações, é correto afirmar:

a) A implantação das multinacionais, nos países periféricos, gerou grandes lucros,

porque o lucro era reinvestido no seu território, diversificando o processo produtivo.

b) A nova DIT não alterou as desigualdades no processo produtivo, mas possibi-

litou o dinamismo da economia de todos os países do Terceiro Mundo, devido à

interferência estatal.

c) Os países de industrialização clássica, como o Brasil, o México e a Argentina,

saíram mais fortalecidos que os demais países periféricos, porque os investimentos

externos produtivos priorizam esses mercados.

d) Essa nova Distribuição Internacional do Trabalho caracteriza-se pela mudança

do perfil econômico das nações periféricas e pela diminuição da dependência eco-

nômica dessas nações.

e) Os países centrais, na nova Distribuição Internacional do Trabalho, fornecem

produtos e serviços com alto conteúdo tecnológico e os países periféricos, produtos

de primeira e segunda geração industrial.

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9. Assinale qual dos fenômenos abaixo não representa uma consequência das atu-

ais condições da Divisão Internacional do Trabalho:

a) Intensificação da Globalização e dos meios tecnológicos.

b) Descentralização industrial e produtiva.

c) Expansão das grandes corporações para todo o mundo.

d) Enfraquecimento das leis ambientais em países periféricos.

e) Desconcentração das riquezas mundiais.

10. (VEST Rio/ADAPTADA) Cortando fronteiras com capital e tecnologia, as multina-

cionais otimizam mercados, recursos naturais e políticos em escala mundial. Uma

nova forma de acumular lucros, uma nova divisão internacional do trabalho.

A nova divisão internacional do trabalho apresentada no texto tem como causa a

seguinte atuação das multinacionais:

a) importação de matérias-primas do 3º mundo

b) aplicação de capitais em atividades agropastoris nos países periféricos

c) exploração de novas fontes de energia

d) implantação de filiais em países de mão de obra barata

11. (UFSM)

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SENE, E. & MOREIRA, J.C. “O Espaço Geográfico: Geografia Geral e do Brasil”. São Paulo: Ed.
Scipione, 1998. p.42.

As letras A e B, na representação esquemática da Nova Divisão Internacional do

Trabalho, poderiam ser substituídas, respectivamente, por:

a) metrópoles e colônias.

b) países desenvolvidos e países subdesenvolvidos industrializados.

c) países subdesenvolvidos e países desenvolvidos.

d) países desenvolvidos e países subdesenvolvidos não industrializados.

e) países periféricos e países centrais.

12. A ordem mundial atual pode ser destacada pela consolidação dos Estados Uni-

dos como a grande potência militar e a presença desse país ao lado de outras lide-

ranças (UE e China) que se apresentam como grandes potências econômicas. Se

seguirmos essa linha de raciocínio, podemos dizer que vivemos em um mundo:

a) unipolar

b) unimultipolar

c) pluropolar

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d) multipolar

e) bélico-econômico

13. “Cansados do domínio americano do sistema financeiro global, cinco potências

emergentes vão lançar esta semana sua própria versão do Banco Mundial (Bird)

e Fundo Monetário Internacional (FMI). Brasil, Rússia, Índia, China e África do

Sul — o chamado grupo do Brics — estão buscando ‘alternativas à ordem mundial

existente’, segundo as palavras de Harold Trinkunas, diretor da Iniciativa Latino-A-

mericana do Brookings Institute […]”.


(O Globo, 14/07/2014. Banco de fomento do Brics é alternativa à ordem mundial existente,
dizem líderes e analistas. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/economia>. Acesso em:
19/09/2014).

A posição do Brics frente à Nova Ordem Mundial reflete, de certo modo, a polariza-

ção econômica que marcou o mundo após a Guerra Fria. Tal polarização reflete-se

na oposição entre:

a) o norte desenvolvido e o sul subdesenvolvido

b) o leste socialista e o oeste capitalista

c) as economias planificadas e as economias de mercado.

d) as potências industriais e as sociedades agrícolas.

e) os países imperialistas e as nações neocoloniais.

14. Em termos gerais, uma ordem geopolítica mundial representa:

“Alguma coisa

Está fora da ordem

Fora da nova ordem mundial”


(Caetano Veloso – Fora de Ordem)

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a) o contexto bélico do mundo.

b) a relação da diplomacia internacional.

c) a disposição de equilíbrio de forças entre países.

d) um conceito teórico sobre as soberanias ditatoriais.

e) a divisão do mundo entre desenvolvidos e subdesenvolvidos.

15. (UERJ/2009) G-20 adota linha dura para combater crise

Grupo anuncia maior controle para o sistema financeiro

Cercada de expectativas, a reunião do G-20, grupo que congrega os países mais

ricos e os principais emergentes do mundo, chegou ao fim, em Londres, com o

consenso da necessidade de combate aos paraísos fiscais e da criação de novas re-

gras de fiscalização para o sistema financeiro. Além disso, os líderes concordaram,

dentre várias medidas, em injetar US$ 1,1 trilhão na economia para debelar a crise.
Adaptado de http://zerohora.clicrbs.com.br

A passagem da década de 1980 para a de 1990 ficou marcada como um momento

histórico no qual se esgotou um arranjo geopolítico e teve início uma nova ordem

política internacional, cuja configuração mais clara ainda está em andamento.

Conforme se observa na notícia, essa nova geopolítica possui a seguinte caracte-

rística marcante:

a) diminuição dos fluxos internacionais de capital

b) aumento do número de polos de poder mundial

c) redução das desigualdades sociais entre o Norte e o Sul

d) crescimento da probabilidade de conflitos entre países centrais e periféricos

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16. (UNIFAL-MG) Para responder a questão, leia o fragmento abaixo.

Em 4 de outubro de 1957, quando os soviéticos colocaram em órbita o primeiro

satélite artificial – Sputnik-1, o mundo vivia sob tensão constante. [...]. Hoje, a

Guerra Fria não existe mais, mas o clima no espaço ainda está longe de refletir o

ambiente de interação globalizada que mudou a economia, a política e a ciência em

terra firme. Ao contrário do que acontece em outras áreas tecnológicas, o país que

quiser lançar satélites por conta própria hoje tem de aprender sozinho. Os ameri-

canos não querem que a tecnologia de lançadores de satélites que pode ser utili-

zada para lançar bombas caia na mão de determinados países, mesmo que sejam

amigos, [...]. Mesmo quando existe um projeto envolvendo vários países, como a

Estação Espacial Internacional, a colaboração se dá mais pela divisão do trabalho

do que pela transferência da tecnologia entre os países. [...]. Hoje, apenas EUA,

União Europeia, Rússia, China, Índia e Japão são capazes de colocar satélites em

órbita. Cada um aprendeu a fazê-lo sozinho.


GARCIA, Rafael. 50 anos depois do Sputnik, espaço ainda vê Guerra Fria. Folha de S. Paulo,
30/09/2007.

O fim da Guerra Fria entre os EUA e a URSS e o novo avanço do capitalismo com a

globalização mundial estabeleceram uma nova ordem geopolítica. Sobre esse as-

sunto é correto afirmar que:

a) houve a eliminação das fronteiras nacionais com a fusão de países em blocos

econômicos regionais e o surgimento do domínio das tecnologias de ponta pelos

novos países industrializados e subdesenvolvidos.

b) surgiram áreas de livre comércio como reservas de mercado para multinacio-

nais, disputas entre capitalismo e socialismo representadas por EUA pela União

Europeia.

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c) houve a divisão do mundo em Primeiro Mundo (países capitalistas desenvol-

vidos), Segundo Mundo (países socialistas) e Terceiro Mundo (países capitalistas

subdesenvolvidos e os de economia em transição do socialismo para o capitalismo).

d) surgiram blocos econômicos regionais; novos centros de poder – como o Japão

e a União Europeia – e tensões entre interesses políticos e econômicos dos países

desenvolvidos do Norte e subdesenvolvidos do Sul.

17. (UERJ/2013) A queda das torres do World Trade Center foi certamente a mais

abrangente experiência de catástrofe que se tem na História, inclusive por ter sido

acompanhada em cada aparelho de televisão, nos dois hemisférios do planeta.

Nunca houve algo assim. E sendo imagens tão dramáticas, não surpreende que

ainda causem forte impressão e tenham se convertido em ícones. Agora, elas re-

presentam uma guinada histórica?


ERIC HOBSBAWM (10/09/2011) – www.estadao.com.br

A guinada histórica colocada em questão pelo historiador Eric Hobsbawm associa-se

à seguinte repercussão internacional da queda das torres do World Trade Center:

a) concentração de atentados terroristas na Ásia Meridional

b) crescimento do movimento migratório de grupos islâmicos

c) intensificação da presença militar norte-americana no Oriente Médio

d) ampliação da competição econômica entre a União Europeia e os países árabes

18. Leia o trecho a seguir e responda ao que se pede:

“Essa forma de industrialização é a que nos interessa mais de perto por ter ocorrido

no Brasil. Trata-se de uma industrialização que, como o nome sugere, foi historica-

mente atrasada em relação à original e ocorreu em muitos países subdesenvolvidos

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[...]. Foi mais comum no século XX, embora, em alguns casos, tenha se iniciado de

forma tímida no fim do século XIX”.


Vesentini, José William. Geografia: o mundo em transição. São Paulo: Editora Ática, 2012. p.67.

A forma de industrialização a que o autor se refere é:

a) a do tipo clássica, caracterizada pelo predomínio das chamadas “indústrias de

chaminés”, hoje obsoletas.

b) a do tipo planificada, vista como a única forma de os países periféricos conse-

guirem se industrializar, sobre a forte proteção do Estado.

c) a do tipo tardia, realizada, em geral, com a presença predominante de capital

estrangeiro e empresas multinacionais.

d) a do tipo planificada, realizada em países socialistas e keynesianistas, procuran-

do articular o setor da indústria de base com o setor de bens de consumo.

e) a do tipo tardia, realizada graças à emancipação econômica apenas recente-

mente conquistada pelos países subdesenvolvidos.

19. A industrialização é considerada como um dos parâmetros necessários para a

modernização das transformações socioespaciais. Sobre esse processo, assinale o

que for correto:

a) Mesmo acontecendo em períodos históricos diferentes, a industrialização ocor-

reu da mesma forma em todos os países existentes.

b) A industrialização do tipo planificada foi algo recorrente nos países subdesen-

volvidos.

c) A industrialização do tipo clássica corroborou para profundas transformações no

espaço geográfico europeu dos séculos XVIII e XIX.

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d) A industrialização nos países periféricos ocorreu sem a manifestação do capital

estrangeiro, que não enxerga nesses países a possibilidade de investimentos.

20. Importância da indústria para o PIB cai a níveis dos anos 50

Desde 1955 a indústria brasileira não tinha uma participação tão baixa no PIB (Pro-

duto Interno Bruto) do país. Só entre 2004 e 2012, a porcentagem foi de 19,2%

para 13,3% – uma perda total de 30,8%. [...] Em 1947, primeiro ano em que há

dados, a participação da indústria no PIB brasileiro era de 11,3%.


(Revista Exame, 28/08/2013. Disponível em: http://exame.abril.com.br/)

Diante das informações expressas pelo texto acima, podemos concluir que:

a) A produção industrial do Brasil em 2012 foi igual ou menor a de 1955.

b) Há uma fuga de indústrias no território brasileiro.

c) O processo de terciarização da economia continua em expansão.

d) O PIB brasileiro não condiz com os níveis industriais do país.

21. (UECE) A respeito do “subdesenvolvimento” é correto afirmar que:

a) o subdesenvolvimento é uma situação socioeconômica caracterizada por depen-

dência econômica e grandes desigualdades sociais.

b) antes de serem países desenvolvidos, Inglaterra, França, Bélgica e Alemanha

passaram pelo subdesenvolvimento.

c) neste final de século, a principal contradição da ordem mundial é o conflito Leste

× Oeste, isto é, entre os países ricos e os países pobres.

d) as disparidades socioeconômicas entre os países surgem com as grandes nave-

gações (séculos XV e XVI), daí se formando os países subdesenvolvidos.

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22. (ENEM) Em 1999, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

elaborou o Relatório do Desenvolvimento Humano, do qual foi extraído o trecho

abaixo.

[…] Nos últimos anos da década de 1990, o quinto da população mundial que vive

nos países de renda mais elevada tinha: 86% do PIB mundial, enquanto o quinto de

menor renda, apenas 1%; 82% das exportações mundiais, enquanto o quinto de

menor renda, apenas 1%; 74% das linhas telefônicas mundiais, enquanto o quinto

de menor renda, apenas 1,5%; 93,3% das conexões com a lnternet, enquanto o

quinto de menor renda, apenas 0,2%. A distância da renda do quinto da população

mundial que vive nos países mais pobres – que era de 30 para 1, em 1960 – passou

para 60 para 1, em 1990, e chegou a 74 para 1, em 1997.

De acordo com esse trecho do relatório, o cenário do desenvolvimento humano

mundial, nas últimas décadas, foi caracterizado pela:

a) diminuição da disparidade entre as nações.

b) diminuição da marginalização de países pobres.

c) inclusão progressiva de países no sistema produtivo.

d) crescente concentração de renda, recursos e riqueza.

e) distribuição equitativa dos resultados das inovações tecnológicas.

23. “Essa questão é recorrente aos problemas relacionados à Divisão Internacional

do Trabalho, em que os países periféricos exportam matérias-primas e produtos

industrializados de baixa tecnologia e importam produtos tecnológicos ou sistemas

de tecnologia, geralmente vinculados à instalação de grandes empresas multina-

cionais.”

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A que característica dos países subdesenvolvidos faz referência o fragmento acima?

a) Dependência econômica

b) Problemas em infraestrutura

c) Baixos índices de industrialização

d) Dependência tecnológica

e) Problemas sociais

24. Uma das características mais expressivas e preocupantes do subdesenvolvi-

mento são os chamados problemas sociais, que resultam de processos históricos e

da dependência em relação aos países que detêm o domínio econômico. A respeito

dessa característica, avalie as questões abaixo:

I – Há cada vez mais capital sendo acumulado por cada vez menos pessoas,

tanto em termos de finanças quanto em termos de posses urbanas e rurais.

Tal fator é um agravo às condições de miséria, fome e baixa capacidade pro-

dutiva de uma dada região ou território.

II – Outro fator que agrava os problemas sociais é a grande disparidade econô-

mica atualmente existente. Os países subdesenvolvidos, por questões prin-

cipalmente políticas, não promovem uma distribuição de renda em suas eco-

nomias internas.

III – Os países subdesenvolvidos passaram por processos de industrialização e

urbanização tardios, ou seja, ocorreram apenas recentemente e fazem com

que os países pobres sofram com problemas urbanos que os países desen-

volvidos tiverem de enfrentar nos séculos XVIII, XIX e XX.

IV – Os problemas sociais nos países subdesenvolvidos são integralmente resul-

tados de políticas públicas ineficientes e da má gestão dos recursos finan-

ceiros por parte dos representantes da sociedade no Legislativo e Executivo.

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V – Os problemas relacionados com a industrialização e urbanização tardias nos


países subdesenvolvidos são amenizados pela grande capacidade financeira
que esses países possuem para emancipar suas realidades.

Estão corretas as alternativas


a) I, II e V.
b) II, IV e V.
c) I, II e III.
d) I, IV e V.
e) I, III, IV e V.

25. Emergentes deverão responder por 57% do PIB mundial até 2030
A participação dos países emergentes no PIB mundial passou de 38% em 2000
para 49% neste ano e deverá atingir 57% em 2030, segundo o estudo Perspecti-
vas sobre o Desenvolvimento Mundial 2010 – Deslocamento da Riqueza, publicado
pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta
quarta-feira (…).
FERNANDES, D. BBC Brasil, 16 jun. 2010. Disponível em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/
noticias/2010/06/100616_relatorioeconomia_df.shtml. Acesso em: 13 mar. 2015.

A expressão países emergentes caracteriza:


a) o grupo de países que fatalmente se tornarão desenvolvidos em um futuro pró-
ximo.
b) O conjunto de economias nacionais subdesenvolvidas com relativo grau de cres-
cimento econômico e social.
c) os Estados que possuem um forte poder de intervenção na economia, mas que
ainda precisam desenvolver os seus níveis de industrialização.

d) o agrupamento formalmente registrado de nações que possuem territórios com

grande potencial para exploração econômica.

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26. Um conjunto composto por algumas das economias em desenvolvimento, que

apresentaram melhorias nas suas economias ao longo dos últimos anos e combi-

nam uma grande atratividade para investidores estrangeiros. Esses países organi-

zaram-se informalmente por meio de uma sigla e, recentemente, criaram um ban-

co de ajuda monetária para países periféricos, em desafio claro ao Fundo Monetário

Internacional e ao Banco Mundial.

O texto acima se refere:

a) ao G-20 – grupo de países emergentes

b) ao Mercosul – bloco econômico formado por países em desenvolvimento

c) ao BRICS – composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul

d) ao MIST – formado por México, Indonésia, Coreia do Sul e Turquia

27. Em 2001, o economista Jim O´Neil, chefe de pesquisa em economia global do

grupo financeiro Goldman Sachs, realizou o estudo “Building Better Global Eco-

nomic Brics” (“Construindo uma melhor economomia global Brics”, em tradução

livre), em que se destacaram os países que compõem o bloco (Brasil, Rússia, Índia,

China e a África do Sul), devido ao papel de destaque que apresentam no cenário

mundial, por conta do rápido desenvolvimento de suas economias. De acordo com

a pesquisa, o potencial econômico desses países pode transformá-los nas quatro

economias dominantes do mundo, até 2050 (a avaliação foi feita antes do ingresso

da África do Sul no bloco). Entretanto, cada um deles apresenta uma trajetória dis-

tinta, podendo ser agrupados somente pelo termo “emergentes” […].


Adaptado de: DICYT. A força dos países emergentes na economia mundial. Disponível em:
<DICYT>. Acesso em: 13 mar. 2013.

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Sobre a relação entre os países do BRICS e o Brasil, podemos afirmar corretamente que:

a) O Brasil é o país social e economicamente mais desenvolvido do grupo.

b) A economia brasileira é altamente dependente da exportação de matérias-pri-

mas para os países do BRICS.

c) Em termos de efetividade, o Brasil foi o pioneiro, entre os países do BRICS, no

desenvolvimento industrial.

d) A China é a única parceira comercial de peso que o Brasil possui no BRICS atu-

almente.

28. Há dez anos, no dia 30 de novembro, criei o acrônimo Bric para descrever a

provável expansão vigorosa das economias do Brasil, Rússia, Índia e China. Com-

parada às minhas previsões na época, a história dos Brics se mostrou um sucesso

muito maior do que eu podia imaginar. No quadro mais otimista, sugeria que os

Brics chegariam talvez a representar coletivamente 14% do Produto Interno Bruto

(PIB) global, em relação aos seus então 8%. Na realidade, alcançaram cerca de

19%.

Há 10 anos, eu pensava que a China poderia se tornar tão grande quanto à Alema-

nha. No entanto, ela chegou ao dobro do tamanho da Alemanha e passou à frente

do Japão. O Brasil superou a Itália e é hoje a 7ª maior economia mundial, muito

mais do que eu calculara (na semana passada, divulgou-se que o Brasil passou a

Grã-Bretanha e já é a sexta economia do mundo) [...].

O’NEILL, Jim. 10 anos de Brics, muito para comemorar. Estadão, 01/01/12. Disponível em: esta-
dão.com.br

Com base no texto acima e em seus conhecimentos sobre o grupo dos Brics, julgue

as afirmações abaixo, assinalando V (para verdadeiro) ou F (para falso).

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a) O autor do texto, Jim O’Neill, foi o criador da expressão “BRIC” para designar o

grupo de países emergentes até então: Brasil, Rússia, Índia e China.

b) Pode-se afirmar que a participação acima do esperado dos Brics no PIB global se

deveu às sucessivas crises nos países desenvolvidos na década de 2000 associadas

ao crescimento econômico dos países emergentes.

c) Entre os BRICS, o país que apresentou as maiores taxas de crescimento nos

últimos anos foi a China, seguida pela Índia.

d) Quando o acrônico “BRIC” foi criado, não se imaginava que ele pudesse se

transformar em um agrupamento internacional formado pelos mais novos países

desenvolvidos do mundo.

e) No trecho “há 10 anos, eu pensava que a China poderia se tornar tão grande

quanto à Alemanha”, fica evidente que o autor não previa que a China se tornaria

a economia com o maior PIB do mundo, o que ocorreu em 2010.

29. (UERJ) Os líderes dos países que integram os Brics – Brasil, Rússia, Índia, Chi-

na e África do Sul – encerraram seu terceiro encontro com um comunicado em que

pedem conjunta e explicitamente, pela primeira vez, mudanças no Conselho de

Segurança das Nações Unidas. O texto defende reformas na ONU para aumentar a

representatividade na instituição, além de alterações no Fundo Monetário Interna-

cional e no Banco Mundial. Para os líderes dos Brics, a reforma da ONU é essencial,

pois não é mais possível manter as formas institucionais erguidas logo após a Se-

gunda Guerra Mundial.


(Adaptado de O Globo, 15/04/2011).

Uma das principais mudanças no contexto internacional contemporâneo que se re-

laciona com as reformas propostas pelos Brics está indicada em:

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a) afirmação da multipolaridade

b) proliferação de armas atômicas

c) hegemonia econômica dos EUA.

d) diversificação dos fluxos de capitais

30. “Os proletários nada têm a perder com ela [a revolução], a não ser as próprias

cadeias. E têm um mundo a ganhar. Proletários de todo os países, uni-vos.”


(Karl Marx e Friedrich Engels)

Neste trecho do Manifesto Comunista escrito há 150 anos, estão expressos alguns

dos fundamentos do socialismo científico, cujos princípios são:

a) internacionalismo e dialética idealista.

b) ditadura do proletariado e organização dos Sovietes.

c) corporativismo e materialismo dialético.

d) comunismo e nacional-socialismo.

e) materialismo histórico e luta de classes.

31. O texto abaixo, que aborda a questão da globalização, é referência para res-

ponder a questão subsequente.

“[...] uma minoria social privilegiada acumulou grande riqueza em prejuízo da

grande maioria da população. Essa nova ordem financeira internacional é nutrida

pela pobreza humana e pela destruição do meio ambiente. Ela gera o apartheid

social, estimula o racismo e os conflitos étnicos, solapa os direitos das mulheres e,

frequentemente, precipita países em confrontos destrutivos entre nacionalidades.

Além disso, as reformas – visto que são aplicadas simultaneamente em mais de

cem países – levam a uma globalização da pobreza, processo que aniquila a sub-

sistência humana e destrói a sociedade [...]”

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CHOSSUDOVSKY, Michel. A globalização da pobreza: impacto das reformas do FMI e Banco Mun-
dial. São Paulo: Moderna, 1999.p. 27.

Acerca da dinâmica dos mais diversos conceitos de espaço e sua correlação com a

globalização pode perceber que,

a) Os fenômenos relacionados à globalização no espaço geográfico mundial não

alteraram a dinâmica territorial das nações, afinal pode-se identificar que os con-

ceitos de soberania sobre o espaço vêm sendo alteradas pela dinâmica dos blocos

econômicos.

b) Com o processo de globalização, intensifica-se o desmatamento para a expan-

são das atividades agropecuárias, aumentando os problemas ambientais, entre os

quais estão, a diminuição da taxa de infiltração da água nos solos, a extinção de

espécies e a alteração do modo de vida das comunidades.

c) O fortalecimento dos estados nacionais, causado, entre outras razões, pelos

efeitos da globalização, democratiza do consumo e as eficiências regionais, além de

recrudescer, nos países desenvolvidos, conflitos étnicos e culturais.

d) A questão de uma melhor distribuição dos recursos materiais entre as nações

é de natureza econômica não perpassando questões de natureza política e ética e

preservando a paisagem natural dos mais diversos ambientes.

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e) Aviva-se a proteção às perspectivas de identidade cultural dentre os povos, fir-

mando, com eficácia os conceitos tradicionais de uma determinada cultura, traves-

tida de afetividade singular e de preceitos que identificam o indivíduo com o espaço

presentes no conceito de lugar.

32. Limites à globalização perversa

“A análise do fenômeno da globalização ficaria incompleta se, após reconhecer os

fatores que possibilitaram sua emergência, apenas nos detivéssemos na apreciação

dos seus aspectos atualmente dominantes, de que resultam tantos inconvenientes

para a maior parte da humanidade.”


(Por uma outra globalização; Milton Santos-6ªed.Rio de Janeiro: Record, 2001.pág.118.)

A partir do contexto de globalização proposto por Milton Santos, marque a opção

correta

a) A globalização garante o acesso de todos os povos ao consumo, ou seja, é vista

apenas como fábula no mundo contemporâneo.

b) O sistema econômico atual a globalização é constituída para satisfazer os inte-

resses da maioria.

c) Hoje vivemos uma fase de transição em que os acessos às tecnologias inibem

possibilidades.

d) A velocidade e o acesso às informações que circulam no mundo contemporâneo

acentuou profundas desigualdades sociais.

e) A globalização como perversidade se fundamenta como uma farsa ideológica,

visto que, melhorou as condições de vida de todos os povos.

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33. (MODELO ENEM) Sistema econômico que se caracteriza pela propriedade esta-

tal dos meios de produção, onde não existem classes sociais e a administração do

produto social é realizada por meio do planejamento centralizado. Essa seria uma

boa definição para o sistema socialista de produção e hoje em dia no mundo ele está

a) em expansão, pois o sucesso de sua aplicação na China incentivou os demais

povos do Sudeste Asiático a segui-lo.

b) em retração, pois limita-se hoje em dia apenas à Coreia do Norte e Cuba e sua

aplicação na China vem sendo descaracterizada.

c) crescendo na Europa Oriental em virtude do sucesso de sua aplicação na Albânia.

d) totalmente eliminado, pois seu fracasso na antiga URSS fez esmorecer o fervor

revolucionário de seus seguidores.

e) em expansão na América Central, em virtude do sucesso da revolução cubana.

34. “Durante quase trinta anos, desde o final da Segunda Guerra Mundial até 1973,

a economia capitalista mundial se desenvolveu a taxas historicamente altas, inédi-

tas para tão longo período.”


(Gorender, Jacob. “Estratégias dos Estados Nacionais diante do Processo de Globalização”. In:
Estudos Avançados. São Paulo: IEA-USP, Série Internacional, n.° 32, jun./2001. p. 2.)

Assinale a alternativa que apresenta característica do período assinalado no texto.

a) Durante este período há predomínio do sistema mercantilista/liberal, marcada

pela ascensão do Japão e da Alemanha à condição de nações centrais do sistema

econômico global.

b) Momento de forte desenvolvimento tecnológico, com ênfase para a indústria

química, naval e exploração de fontes energéticas, como o carvão vegetal.

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c) Predomínio da produção e do trabalho baseados no sistema toyotista-volvista,

com produção just in time e o foco na produtividade como concepção e execução

do trabalho.

d) Adoção do liberalismo como doutrina econômica, com a introdução da política

do bem-estar social nos países europeus e nos Estados Unidos.

e) Fase caracterizada pela antiga Divisão Internacional do Trabalho, segundo o

qual países periféricos coloniais exportavam matérias-primas e os países centrais,

produtos industriais.

35. Interprete as citações abaixo dos pensadores da ciência geográfica.

“O espaço se globaliza, mas não é mundial como um todo senão como metáfora.

Todos os lugares são mundiais mas não há um espaço mundial. Quem se globaliza

mesmo são as pessoas”

(Milton Santos, 1993).

A globalização é discutida, segundo as categorias tempo/espaço, no âmbito do

sistema-mundo, na pós-modernidade e à luz dos conceitos de nação, mercado

mundial e lugar. A obra de Milton Santos contribuiu para precisar o fenômeno da

globalização. Mas o autor queria mais. Ela chegou a propor uma outra globalização,

baseada na solidariedade, embora reconhecesse que ela dificilmente obteria êxito

no contexto neoliberal vigente. A partir da leitura da citação acima é possível de-

terminar que a globalização proposta por Santos é conhecida como

a) A globalização como fábula

b) A globalização como perversidade

c) A globalização como possibilidade

d) A globalização como cultura

e) A globalização como imposição

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36. “O capitalismo pode não ter inventado a cidade, mas indiscutivelmente inven-

tou a cidade grande.” SENE, E. & MOREIRA, J.C. Geografia geral e do Brasil: espaço

geográfico e globalização. São Paulo: Ed. Scipione, 1998. p.308.

Sobre o processo de urbanização referido no texto, é possível caracterizar que:

a) O forte processo de urbanização nas nações subdesenvolvidas ocorre, ainda no

século XVIII, com o aproveitamento das feitorias, que se configuravam como áreas

de escoamento da produção mercantilista.

b) A aglomeração urbana, verificada no início do capitalismo industrial, é provoca-

da pelo surgimento das primeiras fábricas, que além de oportunizar trabalho, ainda

garantiu o aumento da qualidade de vida, por representar melhorias na infraestru-

tura e na concentração de serviços básicos à população.

c) A partir da expansão das mais diversas relações comerciais e o poderio da in-

formação a nível global, desenvolveu-se uma nova relação de trabalho que motivou

os burgueses a se transferirem para as cidades em troca de salários, transforman-

do-os em proletários.

d) A junção espacial de diversas cidades constituiu-se a criação dos grandes con-

glomerados urbanos na Europa, sobretudo, no período pós 2ª Guerra Mundial, o

que tipifica este período como capitalismo comercial e monopolista.

e) Atualmente, é possível perceber o fortalecimento das grandes cidades em fun-

ção do fenômeno da descentralização industrial e da deseconomia de escala que

atingem pequenas e médias cidades do mundo subdesenvolvido.

37. A CRISE DO “PIIGS”

Seguindo a característica neoliberal de interdependência dos mercados financeiros,

em junho de 2010, tivemos uma queda generalizada nas bolsas de valores pelo

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mundo. Tudo isso devido ao anúncio do não cumprimento do pagamento das dívi-

das públicas de alguns países da União Europeia. Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e

Espanha, não puderam honrar seus compromissos

financeiros criando o grupo do PIIGS (Spain em in-

glês). A crise financeira mundial de 2008, ainda pro-

voca efeitos colaterais pelo mundo, e um deles, foi

exatamente o alto índice alcançado das dívidas pú-

blicas do grupo do PIIGS causando fuga de capitais e

queda nas bolsas. A crise financeira mundial fez com

que governos de todo o mundo agissem no sentido

de socorrer entidades financeiras em dificuldades

econômicas, então esses governos diminuíram os

impostos, aumentaram as linhas de créditos e intervieram diretamente na compra

de ações de bancos, seguradoras, montadoras de automóveis e outras empresas

em sérias dificuldades financeiras.


Disponível em https://www.editoraferreira.com.br/Medias/1/Media/Professores/ToqueDeMestre/
MarcioVasconcelos/Toq_27_Marcio_Vasconcelos.pdf – acesso em 02 de fevereiro de 2016.

Acerca das características do processo de industrialização é possível definir que os

países intitulados ’PIIGS”, à exceção da Itália, possuem:

a) Industrialização tardia, retardatária e lenta, típica dos países subdesenvolvidos

industrializados na segunda metade do século XX.

b) industrialização clássica ou original, típica dos países desenvolvidos capitalistas

da 1ª e 2ª revoluções industriais.

c) industrialização planificada, típica dos países socialistas que promoveram seu

processo de industrialização no final do século XIX e, durante todo século XX.

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d) industrialização por substituição de importações, típica dos países desenvolvi-

dos no período logo após a “Grande Depressão”, na década de 1920.

e) industrialização clássica ou original, típica dos países periféricos da Europa Me-

ridional e dos Tigres Asiáticos que se industrializaram durante a 3ª Revolução In-

dustrial.

38. Observe com atenção o organograma a seguir:

O organograma acima exibe duas versões distintas do sistema capitalista, plane-

jadas em diferentes épocas, intrínsecas à economia de mercado, contudo diferen-

ciadas por características marcadas por oposições conjuntas. Sobre elas, analise os

itens a seguir, assinalando a afirmação correta dentre elas.

a) O keynesianismo defende a ampla intervenção do Estado na economia, enquan-

to o neoliberalismo aceita uma intervenção mínima do Estado na economia.

b) O keynesianismo é favorável ao aumento de gastos públicos, enquanto o neoli-

beralismo estimula o Estado de bem-estar social.

c) O keynesianismo propõe a geração de empregos por intermédio da receita ape-

nas privada, enquanto o neoliberalismo defende a abertura econômica dos países.

d) O keynesianismo critica o pensamento econômicoclássico, enquanto o Neolibe-

ralismo aplica fielmente todos os princípios do liberalismo clássico.

e) O keynesianismo critica o princípio da “mão invisível”, enquanto o neoliberalis-

mo critica a privatização de estatais.

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39. “O que chamo de a mais nova divisão internacional do trabalho está dispos-

ta em quatro posições diferentes na economia informacional/global: produtores

de alto valor com base no trabalho informacional; produtores de grande volume

baseado no trabalho de mais baixo custo; produtores de matérias-primas que se

baseiam em recursos naturais; e os produtores redundantes, reduzidos ao trabalho

desvalorizado [...] A questão crucial é que estas posições diferentes não coincidem

com os países. São organizadas em redes e fluxos, utilizando a infraestrutura tec-

nológica da economia informacional [...]” (Manuel Castells, A sociedade em rede.)

Considerando as informações contidas no trecho e as alterações no espaço geográ-

fico a partir da revolução informacional, é correto afirmar que:

a) A nova divisão internacional do trabalho é uma reprodução da clássica divisão,

pois há espaços geográficos de alto valor informacional (países periféricos) e outros

de trabalho desvalorizado (países centrais).

b) O desenvolvimento tecnológico das últimas décadas agravou as desigualdades

internacionais, pois reorganizou os fluxos de capital e de pessoas, criando uma

rede hierarquizada e cristalizada, onde as matérias-primas, de uma forma geral,

são menos valorizadas que os produtos industrializados.

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c) As “cidades globais” Nova York, Montevidéu e Rio de Janeiro são espaços geo-

gráficos exclusivos dos produtores de alto valor do trabalho informacional, repre-

sentando, portanto, os ícones da nova divisão internacional do trabalho.

d) As quatro posições descritas no texto não ocorrem simultaneamente num mes-

mo país, visto que a nova divisão internacional do trabalho ocorre apenas entre

países ou nações, desprezando os agentes políticos e econômicos organizados em

sistemas de redes e fluxos.

e) Estão excluídos da nova divisão internacional do trabalho os países de economia

dependente, porque não são capazes de produzir tecnologia de ponta, o que os

impede de participar do sistema de redes e fluxos.

40. Observe a charge abaixo:

“Uma empresa multinacional é caracterizada por ter sua matriz em um determinado

país e atuar no mercado de outros países. As indústrias multinacionais, que invadi-

ram todas as partes do mundo especialmente a partir do final da Segunda Grande

Guerra, estão entre os principais responsáveis pela atual interligação dos polos

econômicos do mundo. O principal objetivo das empresas multinacionais é instalar

filiais em outros países com o intuito de obter máxima lucratividade. Entretanto, o

presidente eleito dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, defende uma

pauta antiglobalização, afirmando que esta é a fonte inexorável do desemprego

que atinge as zonas industriais do país. Evidente que tais assertivas transbordam

uma ameaça às grandes transnacionais estadunidenses, sobretudo, as do Vale do

Silício, marcadas por serem empresas globais.”

A partir da análise do texto e da charge acima e levando em consideração os fa-

tores determinantes para a construção de filiais em novos mercados por parte das

multinacionais, assinale a alternativa correta

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a) O objetivo das multinacionais é o de controlar a qualidade dos produtos desde


a produção até o consumidor final, que em geral, fica no mundo subdesenvolvido.
b) As empresas transnacionais lutam pela ampliação dos estoques próximos aos
locais de consumo, sobretudo, nas zonas industriais, otimizando a produção e for-
necendo a mercadoria no momento e quantidade certos.
c) As multinacionais não se apropriam da produção de bens manufaturados genu-
ínos de cada área de instalação e está, em grande escala, promovendo uma trans-
ferência tecnológica que configura o atual estágio da DIT.
d) As multinacionais têm como meta essencial a busca por isenção de impostos,
mercado consumidor, infraestrutura, matéria-prima, energia, leis ambientais mais
brandas e mão de obra barata, para assim, otimizar a produção maximizando lucro
e diminuindo custos.
e) Os fluxos de transição das multinacionais para países subdesenvolvidos se dão
em função do fenômeno conhecido como deseconomia de escala, caracterizada
pela redução dos custos de produção e da melhoria constante da mão de obra, que
se torna mais produtiva e menos dispendiosa nos centros industriais do mundo
desenvolvido.

41. Teoria clássica do comércio internacional


A teoria do comércio internacional surgiu da necessidade de explicação das trocas
internacionais. Remonta aos autores clássicos (com realce para os contributos de
Adam Smith e David Riccardo) o desenvolvimento de uma análise susceptível de
generalização a qualquer país, assim se contrapondo às concepções protecionistas
dos mercantilistas uma teoria do comércio internacional de validade universal.
Adam Smith (1776): Teoria das vantagens absolutas.
David Riccardo (1820): Teoria das vantagens comparativas ou relativas
Disponível em www.flavioebueno.blogspot.com – acesso em 02 de fevereiro de 2017 às
01h30min.

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A Teoria do Comércio internacional formulada pelos pensadores Adam Smith (pai

da economia clássica) e David Riccardo elaboram a linha ideológica de uma doutri-

na que pregava a não intervenção do Estado na Economia, conhecida como:

a) Mercantilismo

b) Liberalismo

c) Keynesianismo

d) Neoliberalismo

e) Social-Democracia.

42. Revolução Industrial

A primeira etapa da Revolução Industrial

Entre 1760 a 1860, a Revolução Industrial ficou limitada, primeiramente, à Ingla-

terra. Houve o aparecimento de indústrias de tecidos de algodão com o uso do tear

mecânico. Nessa época, o aprimoramento das máquinas a vapor contribuiu para a

continuação da Revolução.

A segunda etapa da Revolução Industrial

A segunda etapa ocorreu no período de 1860 a 1900. Ao contrário da primeira fase,

países como Estados Unidos da América, Alemanha, França, Rússia e Itália tam-

bém se industrializaram. O emprego do aço, a utilização da energia elétrica e dos

combustíveis derivados do petróleo, a invenção do motor a explosão e o desenvol-

vimento de produtos químicos foram as principais inovações desse período.

A terceira etapa da Revolução Industrial

Alguns historiadores têm considerado os avanços tecnológicos do século 20 e 21

como a terceira etapa da Revolução Industrial. O computador, o fax, a engenharia

genética, o celular são algumas das inovações dessa época.


Disponível em: <http://www.sohistoria.com.br/resumos/ revolucaoindustrial.php>. Acesso em:
02 de fev de 2017, com adaptações.

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Quanto à dinâmica da Revolução Industrial, é possível afirmar que

a) A Revolução Industrial é considerada uma revolução energética. A descoberta

de novas fontes de energia impulsionou e revolucionou a produção fabril e desen-

volveu as manufaturas.

b) Com o advento da terceira Revolução Industrial, a exploração da mão de obra

chega ao fim. O desenvolvimento tecnológico atual exige trabalhadores qualifica-

dos e bem remunerados.

c) A terceira Revolução representa o momento de eliminação das barreiras tecno-

lógicas entre os países. Eles se tornam equânimes, independentes do seu posicio-

namento geográfico.

d) O capital acumulado com a exploração das colônias americanas foi fundamen-

tal para que o Brasil promovesse a primeira Revolução Industrial, ainda no século

XVIII.

e) O Brasil, em função do seu posicionamento na divisão internacional do trabalho,

participou ativamente da dinâmica das três revoluções.

43. Durante quase trinta anos, desde o final da Segunda Guerra Mundial até 1973,

a economia capitalista mundial se desenvolveu a taxas historicamente altas, inédi-

tas para tão longo período.


(Gorender, Jacob. “Estratégias dos Estados Nacionais diante do Processo de Globalização”. In:
Estudos Avançados. São Paulo: IEA-USP, Série Internacional, n.° 32, jun./2001. p. 2.)

Assinale a alternativa que apresenta característica do período assinalado no texto.

a) Predomínio da ordem multipolar, com a ascensão do Japão e da Alemanha à

condição de nações centrais do sistema.

b) Forte desenvolvimento tecnológico, com ênfase para a indústria química, naval

e exploração de fontes energéticas, como o carvão.

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c) Predomínio da produção e do trabalho baseados no sistema toyotista-volvista,

com produção just in time e o foco na produtividade como concepção e execução

do trabalho.

d) Adoção do liberalismo como doutrina econômica, com a introdução da política

do bem-estar social nos países europeus e nos Estados Unidos.

e) Divisão Internacional do Trabalho, segundo a qual países periféricos coloniais

exportavam matérias-primas e os países centrais, produtos industriais.

44. Observe a imagem abaixo

O processo de industrialização verificado na fotografia acima revela a constituição

de uma linha de montagem no Brasil. Levando em consideração tais afirmações é

possível verificar que nos países subdesenvolvidos este tipo de industrialização é

nomeada como

a) Clássica ou Original

b) Planificada;

c) Tardia ou retardatária;

d) Rápida e recente;

e) Organizada e igualitária.

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45. Analise a charge a seguir e assinale a alternativa que melhor expressa seu

conteúdo.

(Adap. Pitte, 1998.)

a) O desemprego estrutural nos países ricos e o pleno emprego nos países pobres.

b) A mundialização da economia e a exploração do trabalho nos países pobres.

c) A divisão internacional e sexual do trabalho, decorrente do padrão produtivo

nos dias atuais.

d) O desemprego em países ricos e as condições de trabalho do setor terciário em

países pobres.

e) O desenvolvimento desigual entre os países e a exportação de manufaturados,

produzidos exclusivamente por mão de obra qualificada.

46. “Eu considero que esta história é a história de duas crianças que foram sepa-

radas. E que nunca mais se viram. Cada um deles teve filhos e esses filhos nunca

se viram. Mas um dia, uma ocasião foi dada a seus descendentes para se encontra-

rem. Esse encontro seria algo inexplicável. Sua alegria seria inestimável e nós nem

poderíamos qualificá-la. É alguma coisa extraordinária”.

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Disponível em http://www.revistaovies.com/estante/2013/07/atlantico-negro-na-rota-dos-ori-
xas/– acesso em 05 fev. 2016

O documentário “Atlântico Negro – Na Rota dos Orixás” vai buscar na África o além

do pouco que sabemos, desmistificando a imagem unilateral difundida de um con-

tinente bélico tomado por fome e pobreza. Pouco sabemos do cotidiano dos africa-

nos, personalizados no filme em grupos e comunidades locais do litoral do Benin,

de onde milhares de negros vieram escravizados para o Brasil. A partir da referên-

cia acima é possível inferir que

a) a obra expõe a primeira fase histórica do capitalismo, caracterizado pelo capita-

lismo comercial e que tinha como doutrina base o liberalismo econômico difundido

pelos pensadores Adam Smith e David Riccardo.

b) o comércio escravocrata é o elemento essencial que norteia o capitalismo finan-

ceiro, estruturado pelo comércio internacional promovido pelas empresas multina-

cionais, elementos da primeira fase do sistema pós feudalismo.

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c) a escravidão era o alicerce do sistema mercantilista, que necessitava de mão de

obra para a produção monocultural que abastecia o acúmulo de riquezas das gran-

des metrópoles expansionistas, fundamentado pelo pacto de não desenvolvimento

das colônias, e base estrutural do capitalismo comercial.

d) a estrutura comercial do período colonial é até a contemporaneidade o elemento

que dita as regras de trabalho do sistema capitalista, tópicos visualizados a partir

das desigualdades nas relações sociais e a descontinuidade territorial entre o país

colonizador e o país colonizado, além da destruição cultural e social entre coloni-

zados e colonizadores, a eliminação da autonomia do colonizado e a hegemonia

sempre reforçada do colonizador, características da doutrina conhecida como ke-

ynesianismo, que prega um Estado distante das relações econômicas.

e) o período referido faz parte da fase de capitalismo informacional, período em

que há reorganização das forças produtivas e econômicas e um processo civiliza-

tório mundial que ganham intensidade e expressam o atual ciclo de expansão do

capitalismo, onde a doutrina que norteava as diretrizes do sistema era o neolibe-

ralismo.

47. A história das teorias do comércio começa com a obra de Adam Smith, A Ri-

queza das Nações (1776), escrita contra a visão mercantilista. Esta via o comércio in-

ternacional como um jogo de soma zero, isto é, um ganha e o outro perde; e para

a riqueza da nação, a receita era exportar mais e importar menos. Essa ideia de

manter a balança sempre em superávit, reductio ad absurdum, significa a anulação

do comércio internacional, simplesmente porque se todos os países seguissem essa

lógica, resolvendo exportar, não haveria quem comprasse, não haveria mercado.

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Adam Smith procurou demonstrar que havia possibilidades de ganhos globais no

comércio internacional, não focando nos interesses dos Estados, e sim nas neces-

sidades dos agentes econômicos.


Disponível em https://jacielrodrigues.wordpress.com/2009/10/13/principais-teorias-de-comer-
cio-internacional/– acesso em 05 fev. 2016.

O crescimento dos países industrializados se pautava nas teorias de não interven-

ção do Estado na economia, a ideia da liberdade de mercado e de investimentos

do laissez faire (deixai fazer), onde a lei da oferta e procura deveriam regular a

economia. Caracterizados pelo autor e a obra supracitada, que revelam uma linha

argumentativa básica do sistema capitalista. Partindo deste pressuposto, é possível

afirmar que o texto referido faz alusão ao

a) Mercantilismo

b) Neoliberalismo

c) Keynesianismo

d) Liberalismo

e) Socialismo

48.

O planeta movido à internet é escravo da tecnologia

Transatlânticos no mar fazem cruzeiros

E pelos micros das multinacionais

Hoje tem conferências virtuais com os executivos estrangeiros

O e-mail é correio sem carteiros, tanto guarda mensagem como envia

Os robôs usam chip e bateria e vídeo game é brinquedo de pivete

E o planeta movido à internet é escravo da tecnologia

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Cibernética na prática e no papel deixa os seres online e ganham IBOPE

Com Word tem Palm e laptop e ainda mais PowerPoint e Excel

É possível quem mora em Israel pelo Messenger teclar com a Bahia

Se os autômatos ganharem rebeldia tenho medo que a máquina nos delete

O planeta movido à internet é escravo da tecnologia

Pra prever terremotos e tufões os sismógrafos têm números numa escala

E o trem-bala é veloz como uma bala numa linha arrastando dez vagões

No Japão e na China as construções já suportam tremor e ventania

Torre, ponte, edifício, rodovia são perfeitos do jeito da maquete

E o planeta movido à internet é escravo da tecnologia


Disponível em: < http://letras.mus.br/os-nonatos/985025/.> Acesso em:08 fev. 2016.

São elementos relacionados à revolução tecno-científica retratada na letra da mú-

sica supracitada

a) O papel assumido pela ciência e pelos laboratórios de pesquisa, com desenvol-

vimentos aplicados à indústria elétrica e química, a produção em massa de bens

padronizados e a organização ou administração científica do trabalho, além de pro-

cessos automatizados e a esteira de produção.

b) A ascensão de atividades que empregam a alta tecnologia e a robótica, uma

combinação aliada às novas técnicas com máquinas sofisticadas, fragmentação do

processo produtivo e terceirização, a fim de produzir mais com menos recursos e

menos mão de obra.

c) Um conjunto de doutrinas e práticas econômicas que vigoraram na Europa,

como acúmulo de riquezas e a constituição de um pacto de não desenvolvimento

das colônias, com objetivo de fortalecer o Estado e a burguesia na fase de o uso de

energias renováveis e do aço.

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d) A criação de um mercado de massas, principalmente e em primeiro lugar nos

EUA, com ganhos de produtividade sendo repassados aos salários. Por fim, houve

um grande aumento de escala das empresas, via processos de concentração e cen-

tralização de capital, gerando uma economia amplamente oligopolizada.

e) A racionalização da produção capitalista baseada em inovações técnicas e orga-

nizacionais que se articulam tendo em vista a produção e o consumo em massa das

nações desenvolvidas no final do século XIX e início do século XX.

49. O célere desenvolvimento das forças produtivas no capitalismo, a crescente

competitividade entre as empresas, a necessidade permanente de investimento

em produtividade e de criação de novas formas de dominação sobre os trabalha-

dores, em decorrência do acirramento da luta de classes, foram responsáveis pelo

surgimento de cada vez mais sofisticados sistemas de gerenciamento da produção,

importantes de serem estudadas pela possibilidade de se entender, mais profunda-

mente, a lógica de funcionamento do sistema capitalista.

Sobre o desenvolvimento do trabalho industrial e os modelos produtivos que o fun-

damentam estes períodos pode-se afirmar que

a) Para promover o melhor desempenho da produtividade da indústria durante a

Primeira Revolução Industrial, o trabalhador deveria conhecer todo processo de

produção, elementos que ajudam a caracterizar o Volvismo, primeira estruturação

cientifica do trabalho em nível industrial.

b) Operando num mercado de trabalho complexo, o taylorismo adequou sua estra-

tégia a dois fatores fundamentais: a internacionalização da produção e a democra-

tização da vida no trabalho. Os sindicatos têm posição extremamente forte. Assim,

o processo de inovações tem sido dirigido pela empresa, mas com participação ou

acordo dos sindicatos.

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c) O Toyotismo foi marcante na Segunda Revolução Industrial, fundamentando-se

como um modo de organização da produção capitalista que se desenvolveu a partir

da globalização do capitalismo, abalizado na mecanização flexível, multifunciona-

lização da mão de obra, implantação de sistemas de controle de qualidade total e

a produção just in time.

d) Idealizado pelo empresário estadunidense Henry Ford, o fordismo se estruturou

por ser um método caracterizado pela produção em série, sendo um aperfeiçoa-

mento do taylorismo, introduzindo as chamadas linhas de montagem, nas quais os

veículos a serem produzidos eram colocados em esteiras rolantes e cada operário

realizava uma etapa da produção, fazendo com que a produção necessitasse de

altos investimentos e grandes instalações.

e) O Toyotismo ou Administração científica é o modelo de administração desen-

volvido pelo engenheiro estadunidense Frederick Winslow Taylor, considerado o pai

da administração científica, e tem por objetivo resolver os problemas que resultam

das relações entre os patrões e os operários através da organização racional do

trabalho.

50. A globalização não é um fenômeno recente, seu desenvolvimento histórico ad-

quiriu características próprias e repercussões específicas no contexto social, político

e econômico. O seu avanço trouxe a percepção, cada vez mais presente, da amplia-

ção das relações sociais, concomitante ao de encolhimento do mundo. As causas de

tal percepção podem ser classificadas historicamente em três períodos históricos.

O século XV foi palco de conquistas e colonização, a constituição de rotas interna-

cionais marcou o primeiro período. O segundo período, caracterizado pelos grandes

eventos do século XVIII, como a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, en-

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sejou a globalização do capitalismo e das teorias econômicas, a formação do pro-

letariado e o incremento do comércio mundial. A “questão social” adquiriu os seus

contornos como expressão das condições de vida da classe trabalhadora na esfera

capitalista. O terceiro período, com inserção temporal no século XX, caracterizou-se

pela demanda substancial das indústrias por novas fontes de energia, a inovação

dos meios de transportes, o desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Ao mesmo

tempo em que as relações sociais se intensificaram, a sensação de “encolhimento”

do mundo se tornou ainda mais forte devido, principalmente, à facilidade e rapidez

das comunicações.
RAMALHO, Nélson Alves. Processos de globalização e problemas emergentes: implicações para o
Serviço Social contemporâneo. In: Revista Serviço Social e Sociedade. São Paulo: Cortez, 2012,
p. 345 a 368 (adaptado).

Com base no texto apresentado e os conhecimentos sobre o sistema econômico

capitalista e a globalização é possível concluir que:

a) A economia panificada foi a principal instância propulsora do atual processo de

globalização, já que sem a ação do Estado, na motivação do consumo o capital fica

impedido de promover a sua eficaz circulação.

b) A divisão internacional do trabalho instaurada no segundo período foi determi-

nante na inserção política e econômica dos países do Cone Sul, no cenário de pro-

tagonistas do sistema produtivo global.

c) O crescimento dos aglomerados urbanos e a distribuição mais equitativa de

renda caracterizaram o segundo período, no qual a população rural pauperizada

foi incluída no processo industrial e os monopólios perderam força, vide o caso do

milagre japonês e o fim dos zaibatsus.

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d) A capacidade de educação do conjunto totalitário da sociedade global, no ter-

ceiro período, é condicionante para que as economias dos países se apropriem do

processo de informação, elemento fundamental para a competitividade na esfera

planetária.

e) A terceira fase é caracterizada pelo surgimento da Aldeia Global, caracterizada

pela quebra de fronteiras que limitam a circulação do capital e que se baseia o pro-

cesso de construção de uma sociedade pautada no consumismo de produtos fun-

damentados pela obsolescência programada e perceptiva, que oferece uma falsa

sensação de satisfação ao consumir o supérfluo.

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GABARITO

1. ECCE

2. c

3. a

4. e

5. b

6. c

7. b

8. e

9. e

10. d

11. a

12. b

13. a

14. c

15. b

16. d

17. c

18. c

19. c

20. c

21. a

22. d

23. c

24. c

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25. b

26. c

27. d7

28. CCCEE

29. a

30. e

31. b

32. d

33. b

34. c

35. c

36. b

37. a

38. a

39. b

40. d

41. b

42. a

43. c

44. c

45. b

46. c

47. d

48. b

49. d

50. e

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QUESTÕES COMENTADAS

1. (UFPI) Sobre a economia globalizada, julgue os itens abaixo:

a) Homogeneizou as culturas e reduziu as discrepâncias econômicas entre os pa-

íses.

b) Integrou economias e possibilitou a difusão de hábitos dos lugares pelo mundo.

c) Deu visibilidade às minorias, a povos e culturas de recantos isolados do mundo.

d) Quase anulou a xenofobia e os conflitos étnicos e religiosos em todo o planeta.

ECCE

a) Errado. A cultura, em sua essência, continua heterogênea, e não houve redu-

ção das discrepâncias econômicas entre os países, em alguns países esse processo

se intensificou.

b) Certo. A economia globalizada possibilitou a integração de economias através

do aparato tecnológico desenvolvido e difundiu hábitos pelo mundo, por exemplo,

as redes de fast food.

c) Certo. Proporcionou através dos meios de comunicação maior visibilidade a cul-

turas locais.

d) Errado. Não houve redução significativa nos casos de xenofobia e nem diminuiu

os conflitos étnicos e religiosos, principalmente nos países africanos.

2. (ENEM/2009/PROVA CANCELADA) O índio do Xingu, que ainda acredita em Tupã,

assiste pela televisão a uma partida de futebol que acontece em Barcelona ou a

um show dos Rolling Stones na praia de Copacabana. Não obstante, não há que se

iludir: o índio não vive na mesma realidade em que um morador do Harlem ou de

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Hong Kong, uma vez que são distintas as relações dessas diferentes pessoas com a

realidade do mundo moderno; isso porque o homem é um ser cultural, que se apoia

nos valores da sua comunidade, que, de fato, são os seus.


GULLAR, F. Folha de S. Paulo. São Paulo: 19 out. 2008 (adaptado).

Ao comparar essas diferentes sociedades em seu contexto histórico, verifica-se que

a) Pessoas de diferentes lugares, por fazerem uso de tecnologias de vanguarda,

desfrutam da mesma realidade cultural.

b) O índio assiste do futebol ao show, mas não é capaz de entendê-los, porque não

pertencem à sua cultura.

c) Pessoas com culturas, valores e relações diversas têm, hoje em dia, acesso às

mesmas informações.

d) Os moradores do Harlem e de Hong Kong, devido à riqueza de sua História, têm

uma visão mais aprimorada da realidade.

e) A crença em Tupã revela um povo atrasado, enquanto os moradores do Harlem

e de Hong Kong, mais ricos, vivem de acordo com o presente.

Letra c.

O processo de globalização proporciona às pessoas, através dos meios de comuni-

cação, acesso à informação.

a) Errada. Apesar do processo de globalização, aspectos locais configuram a cul-

tura de um povo.

b) Errada. O índio entende o jogo de futebol e o show, pois através dos meios de

comunicação tem acesso a esses eventos.

d) Errada. Isso varia de acordo com a cultura e o contexto histórico de cada popu-

lação, havendo valores de conhecimento distintos.

e) Errada. São questões históricas e culturais, não havendo comparações entre

diferentes povos e culturas.

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3. (ENEM/2009) Entre as promessas contidas na ideologia do processo de globa-

lização da economia estava a dispersão da produção do conhecimento na esfera

global, expectativa que não se vem concretizando. Nesse cenário, os tecnopolos

aparecem como um centro de pesquisa e desenvolvimento de alta tecnologia que

conta com mão de obra altamente qualificada. Os impactos desse processo na

inserção dos países na economia global deram-se de forma hierarquizada e assi-

métrica. Mesmo no grupo em que se engendrou a reestruturação produtiva, houve

difusão desigual da mudança de paradigma tecnológico e organizacional. O peso

da assimetria projetou-se mais fortemente entre os países mais desenvolvidos e

aqueles em desenvolvimento.
BARROS, F. A. F. Concentração técnico-científica: uma tendência em expansão no mundo con-
temporâneo? Campinas: Inovação Uniemp, v. 3, n.1 jan./fev. 2007 (adaptado).

Diante das transformações ocorridas, é reconhecido que

a) A inovação tecnológica tem alcançado a cidade e o campo, incorporando a agri-

cultura, a indústria e os serviços, com maior destaque nos países desenvolvidos.

b) Os fluxos de informações, capitais, mercadorias e pessoas têm desacelerado,

obedecendo ao novo modelo fundamentado em capacidade tecnológica.

c) As novas tecnologias se difundem com equidade no espaço geográfico e entre

as populações que as incorporam em seu dia a dia.

d) Os tecnopolos, em tempos de globalização, ocupam os antigos centros de in-

dustrialização, concentrados em alguns países emergentes.

e) O crescimento econômico dos países em desenvolvimento, decorrente da dis-

persão da produção do conhecimento na esfera global, equipara-se ao dos países

desenvolvidos.

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Letra a.

O avanço tecnológico está presente em vários setores da economia, através dos

meios de comunicação e até na mecanização das atividades agrícolas. Os países

desenvolvidos se destacam nesse processo em virtude de maiores investimentos

em tecnologia.

b) Errada. Através do processo de globalização, os fluxos de informação, capitais,

mercadorias e pessoas têm acelerado em razão, principalmente, do avanço tecno-

lógico dos meios de comunicação.

c) Errada. Não, pois as tecnologias se difundem em graus diversos no espaço ge-

ográfico, dependendo da capacidade tecnológica de cada localidade.

d) Errada. Os tecnopolos são centros de pesquisas para o desenvolvimento de

inovações técnicas com a utilização de mão de obra altamente qualificada, e se

localizam, principalmente, em países desenvolvidos.

e) Errada. O crescimento econômico dos países em desenvolvimento não se com-

para com o processo utilizado pelos países desenvolvidos, pois são estruturas eco-

nômicas diferentes.

4. (UFAM) São características da Globalização:

a) A adoção do Toyotismo como modelo para a reorganização da produção, a res-

trição dos mercados e a valorização tecnológica.

b) O estabelecimento de redes comerciais, com valorização do capital mercantil e

o aumento do controle estatal na economia.

c) A adoção de políticas neoliberais, a desregulamentação da economia e diminui-

ção dos índices de robotização na indústria.

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d) A dinamização tecnológica com a garantia da ampliação de políticas sociais e

direitos trabalhistas.

e) A formação de blocos econômicos, a integração dos mercados e o avanço do

capital financeiro.

Letra e.

As formações de blocos econômicos facilitam a circulação de mercadorias, propor-

cionando maiores mercados consumidores e investimentos de capital financeiro

numa escala global.

a) Errada. No processo de produção globalizado não há a adoção do modelo Toyo-

tista de produção, nem a restrição dos mercados.

b) Errada. Não ocorre o aumento do controle estatal na economia.

c) Errada. Os índices de robotização na economia globalizada são elevadíssimos,

pois intensificam a produção e são mais viáveis economicamente.

d) Errada. As políticas sociais e direitos trabalhistas não são características da

economia globalizada.

5. (UFC) O processo de globalização tem, na atualidade, provocado grandes mu-

danças, tanto nas esferas econômica, financeira e política quanto na vida social e

cultural dos povos e das nações, em escala mundial. A esse respeito, é possível

afirmar, de modo correto, que:

a) A maioria das instituições financeiras globais tem sua sede localizada nos países

subdesenvolvidos.

b) O avanço das telecomunicações e da informática e o uso da internet são funda-

mentais para os fluxos financeiros mundiais.

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c) O Estado intervém na economia por meio de investimentos no setor industrial,

fortalecendo, assim, as empresas estatais.

d) As transformações políticas, econômicas, sociais e tecnológicas dão-se da mes-

ma forma nos países desenvolvidos e subdesenvolvidos.

e) Os blocos econômicos regionais são constituídos com o objetivo único de forma-

ção de alianças para defnder a autonomia política dos países-membros.

Letra b.

O aparato tecnológico é de fundamental importância para os serviços de telecomu-

nicação, transporte, investimentos, entre outros fatores essenciais para realização

eficaz das atividades econômicas em escala planetária.

a) Errada. As sedes das instituições financeiras globais estão localizadas em paí-

ses desenvolvidos, nos países em desenvolvimento há a presença de filiais de em-

presas transnacionais.

c) Errada. Na economia globalizada, o Estado, normalmente, não intervém no se-

tor industrial, ocorrendo muitas vezes a privatização de empresas estatais.

d) Errada. Os países desenvolvidos são os principais beneficiados, isso em razão

do desenvolvimento tecnológico desenvolvido por eles, restando aos países subde-

senvolvidos a dependência tecnológica.

e) Errada. A formação de blocos econômicos regionais não tem como objetivo úni-

co a formação de alianças para defender a autonomia política dos países-membros,

fatores que impulsionam a formação de blocos econômicos é criação de áreas de

livre circulação de mercadorias, pessoas e serviços.

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6. “A industrialização ampliou a divisão do trabalho dentro da unidade de produção

(a fábrica) e no interior da sociedade de cada país. Ao mesmo tempo, estabeleceu

a Divisão Internacional do Trabalho entre os países industriais e as regiões forne-

cedoras de produtos agrícolas e minerais”.


(LUCCI, E. A. et. al. Território e sociedade no mundo globalizado: Geografia Geral e do Brasil.
Ensino Médio. Editora Saraiva, 2005. p.56).

Assinale a alternativa que NÃO expressa uma característica da Divisão Internacio-

nal do Trabalho (DIT).

a) Os países desenvolvidos exportam produtos tecnológicos e os países subdesen-

volvidos exportam matérias-primas.

b) A formação da DIT está relacionada, principalmente, com os eventos ligados ao

colonialismo.

c) Conferências internacionais são anualmente realizadas para se definir qual tipo

de produto cada país produzirá no contexto do comércio internacional.

d) A Divisão Internacional do Trabalho envolve, entre outras questões, as relações

desiguais entre o norte desenvolvido e o sul subdesenvolvido nos campos político

e econômico.

Letra c.

Não há conferências internacionais para se definir o que cada país deve produzir,

salvo alguns pequenos acordos no âmbito da OMC e no contexto de determinados

blocos econômicos.

a) Certa. Na divisão internacional do trabalho, os países desenvolvidos sempre

foram os responsáveis por exportar os produtos industrializados com maior nível

tecnológico, enquanto os subdesenvolvidos fornecem matérias-primas e produtos

primários.

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b) Certa. A Divisão Internacional do Trabalho esteve, em sua formação, relacio-

nada com a colonização, quando as sociedades colonizadas forneciam produtos

primários para as metrópoles e recebiam produtos manufaturados.

d) Certa. A divisão norte-sul da economia política global é uma das expressões da

DIT.

7. A lógica da operação das empresas multinacionais ou globais no contexto da

Divisão Internacional é:

a) a inserção dessas no mundo desenvolvido, proporcionando uma maior demo-

cratização no acesso às novas tecnologias em todo o mundo.

b) a atualização do sistema internacional, quando os países subdesenvolvidos,

agora industrializados, também passam a exportar produtos industrializados.

c) a ampliação da política do pleno emprego que, a partir da segunda metade do

século XX, adquiriu uma dinâmica global.

d) o fortalecimento das leis ambientais e trabalhistas, principalmente naqueles

países onde essas indústrias se instalam, dinamizando assim o processo de distri-

buição de renda.

Letra b.

Os países subdesenvolvidos industrializaram-se, principalmente, em função das

multinacionais, tornando-se exportadores de manufaturas. Há, com isso, certa in-

versão ou atualização da DIT, haja vista que antes esses países só exportavam

matérias-primas.

a) Errada. A instalação de empresas estrangeiras não concede ao país o domínio

das tecnologias nelas produzidas, uma vez que as técnicas e os capitais são dire-

cionados para suas sedes localizadas em seus países de origem.

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c) Errada. A política do pleno emprego, bastante recorrente no auge da social-de-

mocracia de até meados do século XX, foi perdendo a força nos últimos anos em

função da consolidação do regime neoliberal em nível mundial.

d) Errada. A instalação de empresas estrangeiras está, quase sempre, relacionada

com o afrouxamento das leis trabalhistas e ambientais, a fim de garantir vantagens

a essas companhias internacionais.

8. (UESC) Nas últimas décadas, muitos países que tinham uma economia voltada

basicamente para o setor primário têm recebido em seus territórios filiais ou sub-

sidiárias de multinacionais, fato que vem modificando profundamente seus perfis

econômicos e suas funções dentro da atual divisão internacional do trabalho (DIT).

Com base nas informações do texto e nos conhecimentos sobre a DIT e suas impli-

cações, é correto afirmar:

a) A implantação das multinacionais, nos países periféricos, gerou grandes lucros,

porque o lucro era reinvestido no seu território, diversificando o processo produtivo.

b) A nova DIT não alterou as desigualdades no processo produtivo, mas possibi-

litou o dinamismo da economia de todos os países do Terceiro Mundo, devido à

interferência estatal.

c) Os países de industrialização clássica, como o Brasil, o México e a Argentina,

saíram mais fortalecidos que os demais países periféricos, porque os investimentos

externos produtivos priorizam esses mercados.

d) Essa nova Distribuição Internacional do Trabalho caracteriza-se pela mudança

do perfil econômico das nações periféricas e pela diminuição da dependência eco-

nômica dessas nações.

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e) Os países centrais, na nova Distribuição Internacional do Trabalho, fornecem

produtos e serviços com alto conteúdo tecnológico e os países periféricos, produtos

de primeira e segunda geração industrial.

Letra e.

Na atual Divisão Internacional do Trabalho, há uma maior dispersão das multinacio-

nais pelo mundo, inclusive em países periféricos. Mas isso não garantiu o desenvol-

vimento desses países e, tampouco, o fortalecimento de suas economias, haja vista

que se trata de nações com industrialização tardia. Houve, nos últimos anos, uma

reconfiguração da DIT, quando os países subdesenvolvidos passaram a exportar

também produtos industrializados, mas geralmente de primeira ou segunda gera-

ção industrial, enquanto as tecnologias mais avançadas permanecem em poder dos

países centrais.

9. Assinale qual dos fenômenos abaixo não representa uma consequência das atu-

ais condições da Divisão Internacional do Trabalho:

a) Intensificação da Globalização e dos meios tecnológicos.

b) Descentralização industrial e produtiva.

c) Expansão das grandes corporações para todo o mundo.

d) Enfraquecimento das leis ambientais em países periféricos.

e) Desconcentração das riquezas mundiais.

Letra e.

No atual momento da DIT, não se registra a desconcentração das riquezas mundiais,

uma vez que o poderio econômico continua pertencendo às nações do norte desen-

volvido de industrialização clássica, onde se localizam as sedes das empresas globais.

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10. (VEST Rio/ADAPTADA) Cortando fronteiras com capital e tecnologia, as mul-

tinacionais otimizam mercados, recursos naturais e políticos em escala mundial.

Uma nova forma de acumular lucros, uma nova divisão internacional do trabalho.

A nova divisão internacional do trabalho apresentada no texto tem como causa a

seguinte atuação das multinacionais:

a) importação de matérias-primas do 3º mundo

b) aplicação de capitais em atividades agropastoris nos países periféricos

c) exploração de novas fontes de energia

d) implantação de filiais em países de mão de obra barata

Letra d.

A atividade das multinacionais é a instalação de filiais ou fábricas em países peri-

féricos em busca de mão de obra farta e barata, além de um acesso mais facilitado

às matérias-primas nesses países.

a) Errada. As multinacionais não importam matérias-primas dos países subde-

senvolvidos, uma vez que elas já estão instaladas neles, portanto, não se trata de

importação, mas de uma compra comercial interna.

b) Errada. Apesar de existirem multinacionais que trabalhem na área agrícola, as

atividades agrárias de um país geralmente são realizadas por produtores nacionais.

c) Errada. As multinacionais não costumam apresentar grandes preocupações com

a utilização de formas alternativas de energia, sendo alvo geralmente de muitas

críticas de ambientalistas e instituições de proteção ao meio ambiente.

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11. (UFSM)

SENE, E. & MOREIRA, J.C. “O Espaço Geográfico: Geografia Geral e do Brasil”. São Paulo: Ed.
Scipione, 1998. p.42.

As letras A e B, na representação esquemática da Nova Divisão Internacional do

Trabalho, poderiam ser substituídas, respectivamente, por:

a) metrópoles e colônias.

b) países desenvolvidos e países subdesenvolvidos industrializados.

c) países subdesenvolvidos e países desenvolvidos.

d) países desenvolvidos e países subdesenvolvidos não industrializados.

e) países periféricos e países centrais.

Letra a.

Na lógica da Nova DIT, os países industrializados e desenvolvidos correspondem

à letra a, pois exportam produtos de alta tecnologia e industrializados, além de

capitais. A letra b corresponde aos países subdesenvolvidos, pois esses exportam

produtos industrializados (geralmente produzidos por multinacionais estrangeiras),

matérias-primas e capitais em forma de lucro gerado pelas empresas multinacio-

nais advindas de países desenvolvidos.

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12. A ordem mundial atual pode ser destacada pela consolidação dos Estados Uni-

dos como a grande potência militar e a presença desse país ao lado de outras lide-

ranças (UE e China) que se apresentam como grandes potências econômicas. Se

seguirmos essa linha de raciocínio, podemos dizer que vivemos em um mundo:

a) unipolar

b) unimultipolar

c) pluropolar

d) multipolar

e) bélico-econômico

Letra b.

O mundo, atualmente, é considerado como unimultipolar. Uni: potência militar

(Estados Unidos). Multi: potências econômicas: Estados Unidos, China e União Eu-

ropeia.

13. 13. “Cansados do domínio americano do sistema financeiro global, cinco po-

tências emergentes vão lançar esta semana sua própria versão do Banco Mundial

(Bird) e Fundo Monetário Internacional (FMI). Brasil, Rússia, Índia, China e África

do Sul — o chamado grupo do Brics — estão buscando ‘alternativas à ordem mun-

dial existente’, segundo as palavras de Harold Trinkunas, diretor da Iniciativa Lati-

no-Americana do Brookings Institute […]”.


(O Globo, 14/07/2014. Banco de fomento do Brics é alternativa à ordem mundial existente,
dizem líderes e analistas. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/economia>. Acesso em:
19/09/2014).

A posição do Brics frente à Nova Ordem Mundial reflete, de certo modo, a polariza-

ção econômica que marcou o mundo após a Guerra Fria. Tal polarização reflete-se

na oposição entre:

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a) o norte desenvolvido e o sul subdesenvolvido

b) o leste socialista e o oeste capitalista

c) as economias planificadas e as economias de mercado.

d) as potências industriais e as sociedades agrícolas.

e) os países imperialistas e as nações neocoloniais.

Letra a.

O BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) é um grupo de países emer-

gentes de passado subdesenvolvido recente que lidera parte dos países periféricos

do mundo e faz frente aos países desenvolvidos. Essa divisão veio em substituição

à polarização leste/oeste do mundo durante a Guerra Fria, sendo conhecida como

uma divisão entre o norte desenvolvido e o sul subdesenvolvido, embora alguns

países do sul sejam ricos (como a Austrália) e alguns do norte do planeta sejam

emergentes ou subdesenvolvidos (como a própria China).

14. Em termos gerais, uma ordem geopolítica mundial representa:

“Alguma coisa

Está fora da ordem

Fora da nova ordem mundial”


(Caetano Veloso – Fora de Ordem)

a) o contexto bélico do mundo.

b) a relação da diplomacia internacional.

c) a disposição de equilíbrio de forças entre países.

d) um conceito teórico sobre as soberanias ditatoriais.

e) a divisão do mundo entre desenvolvidos e subdesenvolvidos.

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Letra c.

Uma ordem mundial representa a realidade geopolítica de um determinado período

histórico ou até contemporâneo. Ela é a representação do equilíbrio de força entre

os diferentes países, sobretudo as principais potências econômicas ou bélicas mun-

diais.

15. (UERJ/2009) G-20 adota linha dura para combater crise

Grupo anuncia maior controle para o sistema financeiro

Cercada de expectativas, a reunião do G-20, grupo que congrega os países mais

ricos e os principais emergentes do mundo, chegou ao fim, em Londres, com o

consenso da necessidade de combate aos paraísos fiscais e da criação de novas re-

gras de fiscalização para o sistema financeiro. Além disso, os líderes concordaram,

dentre várias medidas, em injetar US$ 1,1 trilhão na economia para debelar a crise.
Adaptado de http://zerohora.clicrbs.com.br

A passagem da década de 1980 para a de 1990 ficou marcada como um momento

histórico no qual se esgotou um arranjo geopolítico e teve início uma nova ordem

política internacional, cuja configuração mais clara ainda está em andamento.

Conforme se observa na notícia, essa nova geopolítica possui a seguinte caracte-

rística marcante:

a) diminuição dos fluxos internacionais de capital

b) aumento do número de polos de poder mundial

c) redução das desigualdades sociais entre o Norte e o Sul

d) crescimento da probabilidade de conflitos entre países centrais e periféricos

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Letra b.

A emergência de uma Nova Ordem Mundial após a Guerra Fria possibilitou o des-

locamento da centralidade do poder armamentista das nações para o poder eco-

nômico. Tal configuração permitiu a participação de mais países nos panoramas

principais do cenário internacional, embora a maior parte da renda ainda esteja

concentrada nas mãos de algumas poucas potências internacionais.

16. (UNIFAL-MG) Para responder a questão, leia o fragmento abaixo.

Em 4 de outubro de 1957, quando os soviéticos colocaram em órbita o primeiro

satélite artificial – Sputnik-1, o mundo vivia sob tensão constante. [...]. Hoje, a

Guerra Fria não existe mais, mas o clima no espaço ainda está longe de refletir o

ambiente de interação globalizada que mudou a economia, a política e a ciência em

terra firme. Ao contrário do que acontece em outras áreas tecnológicas, o país que

quiser lançar satélites por conta própria hoje tem de aprender sozinho. Os ameri-

canos não querem que a tecnologia de lançadores de satélites que pode ser utili-

zada para lançar bombas caia na mão de determinados países, mesmo que sejam

amigos, [...]. Mesmo quando existe um projeto envolvendo vários países, como a

Estação Espacial Internacional, a colaboração se dá mais pela divisão do trabalho

do que pela transferência da tecnologia entre os países. [...]. Hoje, apenas EUA,

União Europeia, Rússia, China, Índia e Japão são capazes de colocar satélites em

órbita. Cada um aprendeu a fazê-lo sozinho.


GARCIA, Rafael. 50 anos depois do Sputnik, espaço ainda vê Guerra Fria. Folha de S. Paulo,
30/09/2007.

O fim da Guerra Fria entre os EUA e a URSS e o novo avanço do capitalismo com a

globalização mundial estabeleceram uma nova ordem geopolítica. Sobre esse as-

sunto é correto afirmar que:

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a) houve a eliminação das fronteiras nacionais com a fusão de países em blocos

econômicos regionais e o surgimento do domínio das tecnologias de ponta pelos

novos países industrializados e subdesenvolvidos.

b) surgiram áreas de livre comércio como reservas de mercado para multinacio-

nais, disputas entre capitalismo e socialismo representadas por EUA pela União

Europeia.

c) houve a divisão do mundo em Primeiro Mundo (países capitalistas desenvol-

vidos), Segundo Mundo (países socialistas) e Terceiro Mundo (países capitalistas

subdesenvolvidos e os de economia em transição do socialismo para o capitalismo).

d) surgiram blocos econômicos regionais; novos centros de poder – como o Japão

e a União Europeia – e tensões entre interesses políticos e econômicos dos países

desenvolvidos do Norte e subdesenvolvidos do Sul.

Letra d.

O surgimento dos blocos econômicos regionais tornou-se generalizado em todo o

mundo, além disso, Japão e União Europeia (e, mais recentemente, a China) des-

pontaram-se como centros políticos e econômicos de poder. Além disso, a nova

divisão internacional evidencia, sob o crivo econômico, a distinção entre os países

do Norte desenvolvido e do Sul subdesenvolvido.

a) Errada. Houve a ampliação da criação de blocos econômicos pelo mundo, mas

isso não representou a eliminação das fronteiras nacionais.

b) Errada. Não existe, na Nova Ordem Mundial, a realização de disputas entre

capitalismo e socialismo, além do mais, EUA e União Europeia são representantes

apenas do sistema capitalista.

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c) Errada. A divisão em primeiro, segundo e terceiro mundo data da ordem mun-

dial durante a Guerra Fria. Na Nova Ordem Mundial, essa divisão não é mais utiliza-

da, sendo substituída pela divisão entre Norte desenvolvido e Sul subdesenvolvido.

17. (UERJ/2013) A queda das torres do World Trade Center foi certamente a mais

abrangente experiência de catástrofe que se tem na História, inclusive por ter sido

acompanhada em cada aparelho de televisão, nos dois hemisférios do planeta.

Nunca houve algo assim. E sendo imagens tão dramáticas, não surpreende que

ainda causem forte impressão e tenham se convertido em ícones. Agora, elas re-

presentam uma guinada histórica?


ERIC HOBSBAWM (10/09/2011) – www.estadao.com.br

A guinada histórica colocada em questão pelo historiador Eric Hobsbawm associa-se

à seguinte repercussão internacional da queda das torres do World Trade Center:

a) concentração de atentados terroristas na Ásia Meridional

b) crescimento do movimento migratório de grupos islâmicos

c) intensificação da presença militar norte-americana no Oriente Médio

d) ampliação da competição econômica entre a União Europeia e os países árabes

Letra c.

A guinada histórica a que o texto se refere está relacionada ao contexto geopolítico

internacional após os atentados de 11 de Setembro de 2011, em que houve uma

intensificação das ações militares norte-americanas no Oriente Médio. Tal ação é

representada pelas Guerras do Afeganistão e do Iraque e pela luta contra a organi-

zação terrorista Al-Qaeda.

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18. Leia o trecho a seguir e responda ao que se pede:

“Essa forma de industrialização é a que nos interessa mais de perto por ter

ocorrido no Brasil. Trata-se de uma industrialização que, como o nome sugere, foi

historicamente atrasada em relação à original e ocorreu em muitos países subde-

senvolvidos [...]. Foi mais comum no século XX, embora, em alguns casos, tenha

se iniciado de forma tímida no fim do século XIX”.


Vesentini, José William. Geografia: o mundo em transição. São Paulo: Editora Ática, 2012. p.67.

A forma de industrialização a que o autor se refere é:

a) a do tipo clássica, caracterizada pelo predomínio das chamadas “indústrias de

chaminés”, hoje obsoletas.

b) a do tipo planificada, vista como a única forma de os países periféricos conse-

guirem se industrializar, sobre a forte proteção do Estado.

c) a do tipo tardia, realizada, em geral, com a presença predominante de capital

estrangeiro e empresas multinacionais.

d) a do tipo planificada, realizada em países socialistas e keynesianistas, procuran-

do articular o setor da indústria de base com o setor de bens de consumo.

e) a do tipo tardia, realizada graças à emancipação econômica apenas recente-

mente conquistada pelos países subdesenvolvidos.

Letra c.

O trecho selecionado na questão relata o processo de industrialização dos países

subdesenvolvidos, caracterizado pela grande dependência econômica para com o

capital externo, principalmente de países estrangeiros. Em geral, a industrialização

desses países marcou-se pela predominante presença de multinacionais, com me-

nor contribuição de empresas locais.

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19. 19. A industrialização é considerada como um dos parâmetros necessários para

a modernização das transformações socioespaciais. Sobre esse processo, assinale

o que for correto:

a) Mesmo acontecendo em períodos históricos diferentes, a industrialização ocor-

reu da mesma forma em todos os países existentes.

b) A industrialização do tipo planificada foi algo recorrente nos países subdesen-

volvidos.

c) A industrialização do tipo clássica corroborou para profundas transformações no

espaço geográfico europeu dos séculos XVIII e XIX.

d) A industrialização nos países periféricos ocorreu sem a manifestação do capital

estrangeiro, que não enxerga nesses países a possibilidade de investimentos.

Letra c.

A industrialização clássica foi típica de países desenvolvidos, com destaque para os

europeus, como Inglaterra e França.

a) Errada. A industrialização ocorre de formas diferentes conforme os locais e os

períodos históricos de sua manifestação.

b) Errada. A industrialização do tipo planificada ocorreu nos antigos países de eco-

nomia socialista ou centrada no poder do Estado.

d) Errada. O processo de industrialização dos países subdesenvolvidos ocorreu

diretamente influenciado pela intervenção das empresas multinacionais.

20. Importância da indústria para o PIB cai a níveis dos anos 50

Desde 1955 a indústria brasileira não tinha uma participação tão baixa no PIB (Pro-

duto Interno Bruto) do país. Só entre 2004 e 2012, a porcentagem foi de 19,2%

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para 13,3% – uma perda total de 30,8%. [...] Em 1947, primeiro ano em que há

dados, a participação da indústria no PIB brasileiro era de 11,3%.


(Revista Exame, 28/08/2013. Disponível em: http://exame.abril.com.br/)

Diante das informações expressas pelo texto acima, podemos concluir que:

a) A produção industrial do Brasil em 2012 foi igual ou menor a de 1955.

b) Há uma fuga de indústrias no território brasileiro.

c) O processo de terciarização da economia continua em expansão.

d) O PIB brasileiro não condiz com os níveis industriais do país.

Letra c.

A matéria apresentada pela Revista Exame demonstra um dado proporcional, ou

seja, o nível de produção industrial em relação ao valor total do PIB. Por isso, como

o PIB está quase sempre em crescimento, os valores atuais são bem maiores que

os de 1955, não sendo possível dizer que a industrialização do país diminuiu atu-

almente, mas sim que a participação do poder das indústrias sobre a produção de

riquezas no país. Isso é fruto do atual processo de terciarização da economia, em

que o setor terciário (comércio e serviços) vem exercendo um papel mais prepon-

derante na geração de renda e empregos.

21. (UECE) A respeito do “subdesenvolvimento” é correto afirmar que:

a) o subdesenvolvimento é uma situação socioeconômica caracterizada por depen-

dência econômica e grandes desigualdades sociais.

b) antes de serem países desenvolvidos, Inglaterra, França, Bélgica e Alemanha

passaram pelo subdesenvolvimento.

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c) neste final de século, a principal contradição da ordem mundial é o conflito Leste

× Oeste, isto é, entre os países ricos e os países pobres.

d) as disparidades socioeconômicas entre os países surgem com as grandes nave-

gações (séculos XV e XVI), daí se formando os países subdesenvolvidos.

Letra a.

O subdesenvolvimento é caracterizado pela dependência econômica dos países de

economias periféricas, que apresentam grandes índices de desigualdades sociais.

b) Errada. Por estarem entre os pioneiros do processo de Revolução Industrial,

esses países sempre foram considerados desenvolvidos.

c) Errada. A divisão mundial entre países pobres e ricos não é polarizada entre

leste e oeste, mas entre norte e sul.

d) Errada. O subdesenvolvimento não nasceu imediatamente após as grandes

navegações, mas podemos dizer que esse foi apenas um dos fatores que influen-

ciaram a condição de dependência econômica de vários países.

22. (ENEM) Em 1999, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento


elaborou o Relatório do Desenvolvimento Humano, do qual foi extraído o trecho

abaixo.

[…] Nos últimos anos da década de 1990, o quinto da população mundial que vive

nos países de renda mais elevada tinha: 86% do PIB mundial, enquanto o quinto de

menor renda, apenas 1%; 82% das exportações mundiais, enquanto o quinto de

menor renda, apenas 1%; 74% das linhas telefônicas mundiais, enquanto o quinto

de menor renda, apenas 1,5%; 93,3% das conexões com a lnternet, enquanto o

quinto de menor renda, apenas 0,2%. A distância da renda do quinto da população

mundial que vive nos países mais pobres – que era de 30 para 1, em 1960 – passou

para 60 para 1, em 1990, e chegou a 74 para 1, em 1997.

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De acordo com esse trecho do relatório, o cenário do desenvolvimento humano

mundial, nas últimas décadas, foi caracterizado pela:

a) diminuição da disparidade entre as nações.

b) diminuição da marginalização de países pobres.

c) inclusão progressiva de países no sistema produtivo.

d) crescente concentração de renda, recursos e riqueza.

e) distribuição equitativa dos resultados das inovações tecnológicas.

Letra d.

No texto fica nítido que a população dos países considerados desenvolvidos, ao final

da década de 1990, eram detentores da maior parte do PIB, das exportações mun-

diais, do número de linhas telefônicas, do acesso à internet e às novas tecnologias,

entre outros fatores. Isso vem deflagrando o aumento da concentração de renda,

recursos e riqueza.

23. “Essa questão é recorrente aos problemas relacionados à Divisão Internacional

do Trabalho, em que os países periféricos exportam matérias-primas e produtos in-

dustrializados de baixa tecnologia e importam produtos tecnológicos ou sistemas de

tecnologia, geralmente vinculados à instalação de grandes empresas multinacionais.”

A que característica dos países subdesenvolvidos faz referência o fragmento acima?

a) Dependência econômica

b) Problemas em infraestrutura

c) Baixos índices de industrialização

d) Dependência tecnológica

e) Problemas sociais

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Letra c.

Dependência tecnológica: os baixos índices de industrialização e a excessiva de-

pendência econômica em relação à exportação de produtos primários propiciam

também a elevação da dependência tecnológica.

24. Uma das características mais expressivas e preocupantes do subdesenvolvi-

mento são os chamados problemas sociais, que resultam de processos históricos e

da dependência em relação aos países que detêm o domínio econômico. A respeito

dessa característica, avalie as questões abaixo:

I – Há cada vez mais capital sendo acumulado por cada vez menos pessoas,

tanto em termos de finanças quanto em termos de posses urbanas e rurais.

Tal fator é um agravo às condições de miséria, fome e baixa capacidade pro-

dutiva de uma dada região ou território.

II – Outro fator que agrava os problemas sociais é a grande disparidade econô-

mica atualmente existente. Os países subdesenvolvidos, por questões prin-

cipalmente políticas, não promovem uma distribuição de renda em suas eco-

nomias internas.

III – Os países subdesenvolvidos passaram por processos de industrialização e

urbanização tardios, ou seja, ocorreram apenas recentemente e fazem com

que os países pobres sofram com problemas urbanos que os países desen-

volvidos tiverem de enfrentar nos séculos XVIII, XIX e XX.

IV – Os problemas sociais nos países subdesenvolvidos são integralmente resul-

tados de políticas públicas ineficientes e da má gestão dos recursos finan-

ceiros por parte dos representantes da sociedade no Legislativo e Executivo.

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V – Os problemas relacionados com a industrialização e urbanização tardias nos

países subdesenvolvidos são amenizados pela grande capacidade financeira

que esses países possuem para emancipar suas realidades.

Estão corretas as alternativas

a) I, II e V.

b) II, IV e V.

c) I, II e III.

d) I, IV e V.

e) I, III, IV e V.

Letra c.

Os problemas sociais nos países subdesenvolvidos podem ser, em parte, resultado

de políticas públicas ineficientes e má gestão dos recursos financeiros por parte

dos representantes da sociedade no Legislativo e Executivo. Os problemas relacio-

nados com a industrialização e urbanização tardias nos países subdesenvolvidos

são agravados pela reduzida capacidade financeira que esses países possuem para

emancipar suas realidades.

25. Emergentes deverão responder por 57% do PIB mundial até 2030

A participação dos países emergentes no PIB mundial passou de 38% em 2000

para 49% neste ano e deverá atingir 57% em 2030, segundo o estudo Perspecti-

vas sobre o Desenvolvimento Mundial 2010 – Deslocamento da Riqueza, publicado

pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta

quarta-feira (…).
FERNANDES, D. BBC Brasil, 16 jun. 2010. Disponível em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noti-
cias/2010/06/100616_relatorioeconomia_df.shtml. Acesso em: 13 mar. 2015.

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A expressão países emergentes caracteriza:

a) o grupo de países que fatalmente se tornarão desenvolvidos em um futuro pró-

ximo.

b) O conjunto de economias nacionais subdesenvolvidas com relativo grau de cres-

cimento econômico e social.

c) os Estados que possuem um forte poder de intervenção na economia, mas que

ainda precisam desenvolver os seus níveis de industrialização.

d) o agrupamento formalmente registrado de nações que possuem territórios com

grande potencial para exploração econômica.

Letra b.

Os países emergentes ou em desenvolvimento são aqueles que, mesmo subdesen-

volvidos, possuem economias relativamente dinâmicas, com certo grau de cresci-

mento socioeconômico que possibilita seu destaque perante os demais países perifé-

ricos. Eles não necessariamente se tornarão países desenvolvidos, mas apresentam

consideráveis potencialidades para crescer em termos de renda e economia.

26. Um conjunto composto por algumas das economias em desenvolvimento, que

apresentaram melhorias nas suas economias ao longo dos últimos anos e combi-

nam uma grande atratividade para investidores estrangeiros. Esses países organi-

zaram-se informalmente por meio de uma sigla e, recentemente, criaram um ban-

co de ajuda monetária para países periféricos, em desafio claro ao Fundo Monetário

Internacional e ao Banco Mundial.

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O texto acima se refere:

a) ao G-20 – grupo de países emergentes

b) ao Mercosul – bloco econômico formado por países em desenvolvimento

c) ao BRICS – composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul

d) ao MIST – formado por México, Indonésia, Coreia do Sul e Turquia

Letra c.

Os países emergentes organizaram-se em vários agrupamentos informais, dentre

os quais os exemplos mais evidentes são o G-20 e o BRICS. Esse último, no entan-

to, vem ampliando sua frente diplomática e criou um fundo monetário, chamado de

Banco do BRICS.

27. Em 2001, o economista Jim O´Neil, chefe de pesquisa em economia global do

grupo financeiro Goldman Sachs, realizou o estudo “Building Better Global Eco-

nomic Brics” (“Construindo uma melhor economomia global Brics”, em tradução

livre), em que se destacaram os países que compõem o bloco (Brasil, Rússia, Índia,

China e a África do Sul), devido ao papel de destaque que apresentam no cenário

mundial, por conta do rápido desenvolvimento de suas economias. De acordo com

a pesquisa, o potencial econômico desses países pode transformá-los nas quatro

economias dominantes do mundo, até 2050 (a avaliação foi feita antes do ingresso

da África do Sul no bloco). Entretanto, cada um deles apresenta uma trajetória dis-

tinta, podendo ser agrupados somente pelo termo “emergentes” […].


Adaptado de: DICYT. A força dos países emergentes na economia mundial. Disponível em:

<DICYT>. Acesso em: 13 mar. 2013.

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Sobre a relação entre os países do BRICS e o Brasil, podemos afirmar corretamente que:

a) O Brasil é o país social e economicamente mais desenvolvido do grupo.

b) A economia brasileira é altamente dependente da exportação de matérias-pri-

mas para os países do BRICS.

c) Em termos de efetividade, o Brasil foi o pioneiro, entre os países do BRICS, no

desenvolvimento industrial.

d) A China é a única parceira comercial de peso que o Brasil possui no BRICS atu-

almente.

Letra d.

A China é a grande parceira comercial do Brasil em termos de exportações e impor-

tações, em contraste aos demais países do acrônimo citado.

a) Errada. O país economicamente mais desenvolvido do BRICS é a China.

b) Errada. O Brasil não exporta grandes volumes de matérias-primas aos países

do BRICS, exceto a China.

c) Errada. Dos países que formam o BRICS, o que primeiro se industrializou foi a

Rússia.

28. Há dez anos, no dia 30 de novembro, criei o acrônimo Bric para descrever a

provável expansão vigorosa das economias do Brasil, Rússia, Índia e China. Com-

parada às minhas previsões na época, a história dos Brics se mostrou um sucesso

muito maior do que eu podia imaginar. No quadro mais otimista, sugeria que os

Brics chegariam talvez a representar coletivamente 14% do Produto Interno Bruto

(PIB) global, em relação aos seus então 8%. Na realidade, alcançaram cerca de

19%.

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Há 10 anos, eu pensava que a China poderia se tornar tão grande quanto à Alema-

nha. No entanto, ela chegou ao dobro do tamanho da Alemanha e passou à frente

do Japão. O Brasil superou a Itália e é hoje a 7ª maior economia mundial, muito

mais do que eu calculara (na semana passada, divulgou-se que o Brasil passou a

Grã-Bretanha e já é a sexta economia do mundo) [...].


O’NEILL, Jim. 10 anos de Brics, muito para comemorar. Estadão, 01/01/12. Disponível em: esta-
dão.com.br

Com base no texto acima e em seus conhecimentos sobre o grupo dos Brics, julgue

as afirmações abaixo, assinalando V (para verdadeiro) ou F (para falso).

a) O autor do texto, Jim O’Neill, foi o criador da expressão “BRIC” para designar o

grupo de países emergentes até então: Brasil, Rússia, Índia e China.

b) Pode-se afirmar que a participação acima do esperado dos Brics no PIB global se

deveu às sucessivas crises nos países desenvolvidos na década de 2000 associadas

ao crescimento econômico dos países emergentes.

c) Entre os BRICS, o país que apresentou as maiores taxas de crescimento nos

últimos anos foi a China, seguida pela Índia.

d) Quando o acrônico “BRIC” foi criado, não se imaginava que ele pudesse se

transformar em um agrupamento internacional formado pelos mais novos países

desenvolvidos do mundo.

e) No trecho “há 10 anos, eu pensava que a China poderia se tornar tão grande

quanto à Alemanha”, fica evidente que o autor não previa que a China se tornaria

a economia com o maior PIB do mundo, o que ocorreu em 2010.

CCCEE

a) Certa. A expressão “BRIC” foi criada pelo economista norte-americano Jim

O’Neill, no início dos anos 2000.

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b) Certa. As crises de 2001 e 2008/09 foram responsáveis pelo baixo crescimento

e até regressão das economias de alguns países desenvolvidos, o que contribuiu

significativamente para o aumento da participação das nações emergentes.

c) Certa. A China vem registrando sucessivas taxas de crescimento superiores a

9% ao ano, seguida pela Índia, cujo crescimento oscila entre 6 e 7% ao ano.

d) Errada. Inicialmente criado apenas como um termo econômico, os BRIC pas-

saram a se tornar um organismo internacional a partir de 2006. Entretanto, ao

contrário do que a alternativa afirma, essas nações emergentes não podem ser

consideradas ainda como países desenvolvidos.

e) Errada. A China não se tornou a economia com o maior PIB do mundo, pois

ainda se encontra muito atrás dos Estados Unidos.

29. (UERJ) Os líderes dos países que integram os Brics – Brasil, Rússia, Índia, Chi-

na e África do Sul – encerraram seu terceiro encontro com um comunicado em que

pedem conjunta e explicitamente, pela primeira vez, mudanças no Conselho de

Segurança das Nações Unidas. O texto defende reformas na ONU para aumentar a

representatividade na instituição, além de alterações no Fundo Monetário Interna-

cional e no Banco Mundial. Para os líderes dos Brics, a reforma da ONU é essencial,

pois não é mais possível manter as formas institucionais erguidas logo após a Se-

gunda Guerra Mundial.


(Adaptado de O Globo, 15/04/2011).

Uma das principais mudanças no contexto internacional contemporâneo que se re-

laciona com as reformas propostas pelos Brics está indicada em:

a) afirmação da multipolaridade

b) proliferação de armas atômicas

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c) hegemonia econômica dos EUA.

d) diversificação dos fluxos de capitais

Letra a.

A criação da ONU em 1945 aconteceu após a Segunda Guerra Mundial e assinalou

um contexto histórico que demarcaria o início da polarização entre EUA e URSS. O

argumento dos países dos Brics é que, desde então, muitas alterações aconteceram

nas ordens econômicas e políticas internacionais, em sinal claro da atual condição

de multipolaridade a qual perpassa as relações internacionais. Portanto, a alterna-

tiva correta é a letra a.

30. “Os proletários nada têm a perder com ela [a revolução], a não ser as próprias

cadeias. E têm um mundo a ganhar. Proletários de todo os países, uni-vos.”

(Karl Marx e Friedrich Engels)

Neste trecho do Manifesto Comunista escrito há 150 anos, estão expressos alguns

dos fundamentos do socialismo científico, cujos princípios são:

a) internacionalismo e dialética idealista.

b) ditadura do proletariado e organização dos Sovietes.

c) corporativismo e materialismo dialético.

d) comunismo e nacional-socialismo.

e) materialismo histórico e luta de classes.

Letra e.

Ao conclamar os trabalhadores para a luta, o socialismo científico reafirma a trans-

formação das condições materiais de nossa sociedade (materialismo histórico) por

meio de uma luta de classes em que os trabalhadores deveriam impor seus inte-

resses através de uma revolução liderada por eles mesmos.

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31. (MODELO ENEM) Sistema econômico que se caracteriza pela propriedade esta-

tal dos meios de produção, onde não existem classes sociais e a administração do

produto social é realizada por meio do planejamento centralizado. Essa seria uma

boa definição para o sistema socialista de produção e hoje em dia no mundo ele está

a) em expansão, pois o sucesso de sua aplicação na China incentivou os demais

povos do Sudeste Asiático a segui-lo.

b) em retração, pois limita-se hoje em dia apenas à Coreia do Norte e Cuba e sua

aplicação na China vem sendo descaracterizada.

c) crescendo na Europa Oriental em virtude do sucesso de sua aplicação na Albânia.

d) totalmente eliminado, pois seu fracasso na antiga URSS fez esmorecer o fervor

revolucionário de seus seguidores.

e) em expansão na América Central, em virtude do sucesso da revolução cubana.

Letra b.

A aplicação do sistema socialista resume-se, hoje em dia, tão somente à Coreia do

Norte e Cuba, assim mesmo sem apresentar um total rigor dogmático. Na China,

o governo se diz socialista, determina um planejamento centralizado, controla de

forma autoritária o país, mas está desvirtuando a aplicação econômica do sistema.

Tal situação deve-se ao fracasso que o sistema econômico experimentou na década

de 1980 na antiga URSS e seus países satélites.

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