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Tecnologias Elétricas

Subestação de média tensão

Prof. Me. Alessandro Bogila / alessandro.bogila@facens.br

Sorocaba / SP
Estudo de Proteção – Coordenograma

As normas que devemos seguir para um estudo de proteção são:

• ABNT NBR 14039 – Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV


• PRODIST – Módulo 8
• REN 1000:2021 – ANEEL
• Normas regulamentadoras do ministério do trabalho e emprego

Normas das concessionárias, nesse caso vamos utilizar as GEDs da CPFL:

- GED 2855 - Fornecimento em Tensão Primária 15kV, 25kV e 34,5kV-Volume 1


- GED 2856 - Fornecimento em Tensão Primária 15kV, 25kV e 34,5kV-Volume 2-Tabelas
- GED 2858 - Fornecimento em Tensão Primária 15kV, 25kV e 34,5kV-Volume3-Anexos
- GED 2859 - Fornecimento em Tensão Primária 15kV, 25kV e 34,5kV-Volume 41.-Desenhos
- GED 2861 - Fornecimento em Tensão Primária 15kV, 25kV e 34,5kV-Volume 4.2 - Desenhos
Estudo de Proteção – Ponto de entrega da CPFL
Estudo de Proteção – Posto de transformação ao tempo
Estudo de Proteção – Posto de transformação ao tempo
Estudo de Proteção – Ponto de entrega da CPFL
Estudo de Proteção – Cabine Primária em Alvenaria
Estudo de Proteção – Cabine Primária em Alvenaria
Estudo de Proteção

Dados do proprietário

Demanda: 850 kW

23,1 kV / 220-127 V

23,1 kV / 220-127 V

23,1 kV / 220-127 V

Dados da concessionária
Estudo de Proteção

Ajustes do Alimentador
Estudo de Proteção – Transformador de potência
𝑆
A corrente nominal do transformador é dada por: 𝐼𝑁 = [𝐴]
𝑉𝐿 × 3

Sempre que for dimensionar a potência do transformador, nunca


ultrapassar 75% da carga máxima que o transformador suporta.
Transformador de potência – Dimensionamento

Cálculo da Potência do transformador, no caso de motores: A carga total é 𝐶𝑇 (𝑉𝐴)

σ 𝑃 𝑊 × 736
𝐶𝑇 = 𝑉𝐴
𝐸𝑓𝑖𝑐𝑖ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑀𝑜𝑡𝑜𝑟 × 𝐹𝑃

𝐶𝑇
𝑃𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜 = 𝑉𝐴
0,75

0,75 é fator de carregamento do transformador. Escolher o transformador maior ou igual a


potência do transformador 𝑃𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜 .
Transformador de potência – Dimensionamento

Cálculo da potência do Trafo através da demanda:

Cálculo da carga total: 𝐶𝑇 (𝑉𝐴), sendo a Demanda dada em [W].

𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎𝐴𝑡𝑢𝑎𝑙 × 𝐸𝑥𝑝𝑎𝑛𝑠ã𝑜
𝐶𝑇 = [𝑉𝐴]
𝐹𝑃𝑠𝑒𝑚 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒çã𝑜

𝐶𝑇
𝑃𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜 = 𝑉𝐴
0,75

0,75 é fator de carregamento do transformador. Escolher o transformador maior ou igual a


potência do transformador 𝑃𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜 .
Transformador de potência – Aterramento
Transformador de potência – Aterramento
Transformador de potência – Aterramento
Transformador de potência – Aterramento
Transformador de potência – Aterramento
Transformador de potência – Correção de FP
Transformador de potência – Fator K
Transformador de potência – Especificação Técnica
Estudo de Proteção – Região de operação
Estudo de Proteção – Coordenograma
𝑰𝒑𝒏 𝑰𝒑
Estudo de Proteção – Corrente de Magnetização

O cálculo da corrente de magnetização é dada da seguinte maneira:


𝑰𝑴𝒂𝒈𝒏𝒆𝒕𝒊𝒛𝒂çã𝒐 = 𝟖 × 𝑰𝑵 (Transformador a óleo)

𝑰𝑴𝒂𝒈𝒏𝒆𝒕𝒊𝒛𝒂çã𝒐 = 𝟏𝟐 × 𝑰𝑵 (Transformador a seco)


Estudo de Proteção – Transformador de potência

Exemplo 1: Dado um transformador à óleo de 300 kVA, alimentado pela


rede da concessionária de 23,1 kV, calcule a corrente de Magnetização do
transformador.
𝑆 300.103
𝐼𝑁 = = = 7,50 [𝐴]
𝑉× 3 23,1.103 × 3

𝑰𝑴𝒂𝒈𝒏𝒆𝒕𝒊𝒛𝒂çã𝒐 = 𝟖 × 𝑰𝑵 = 𝟖 × 𝟕, 𝟓𝟎 = 𝟔𝟎 𝑨

Exemplo 2: Dado um transformador à seco de 300 kVA, alimentado pela


rede da concessionária de 23,1 kV, calcule a corrente de Magnetização do
transformador.
𝑆 300.103
𝐼𝑁 = = = 7,50 [𝐴]
𝑉× 3 23,1.103 × 3

𝑰𝑴𝒂𝒈𝒏𝒆𝒕𝒊𝒛𝒂çã𝒐 = 𝟏𝟐 × 𝑰𝑵 = 𝟏𝟐 × 𝟕, 𝟓𝟎 = 𝟗𝟎 𝑨
Estudo de Proteção – Corrente inrush (Energização)

A corrente inrush (energização) é a corrente que surge no instante da energização


do transformador. O cálculo da corrente inrush é dada da seguinte maneira:

𝑰𝒊𝒏𝒓𝒖𝒔𝒉 = 𝑰𝑴𝒂𝒈𝒏𝒆𝒕𝒊𝒛𝒂çã𝒐𝑴𝒂𝒙 + ෍ 𝑰𝑵𝑻𝒓𝒂𝒇𝒐

Exemplo 3: Considere um cliente conectado a uma rede de 23,1 kV que possui os


seguintes transformadores, conforme a tabela abaixo:
Estudo de Proteção – Corrente inrush (Energização)

Resolução:

𝑆 750.103
𝐼𝑁𝑇𝑅𝐹1 = = = 18,74 [𝐴]
𝑉× 3 23,1.103 × 3
𝑰𝑴𝒂𝒈𝒏𝒆𝒕𝒊𝒛𝒂çã𝒐𝑻𝑹𝑭𝟏 = 𝟖 × 𝑰𝑵 = 𝟖 × 𝟏𝟖, 𝟕𝟒 = 𝟏𝟒𝟗, 𝟗𝟐 𝑨

𝑆 500.103
𝐼𝑁𝑇𝑅𝐹2 = = = 12,50 [𝐴]
𝑉× 3 23,1.103 × 3
𝑰𝑴𝒂𝒈𝒏𝒆𝒕𝒊𝒛𝒂çã𝒐𝑻𝑹𝑭𝟐 = 𝟏𝟐 × 𝑰𝑵 = 𝟏𝟐 × 𝟏𝟐, 𝟓𝟎 = 𝟏𝟓𝟎 𝑨

𝑆 112,5.103
𝐼𝑁𝑇𝑅𝐹3 = = = 2,81 [𝐴]
𝑉× 3 23,1.103 × 3
𝑰𝑴𝒂𝒈𝒏𝒆𝒕𝒊𝒛𝒂çã𝒐𝑻𝑹𝑭𝟑 = 𝟖 × 𝑰𝑵 = 𝟖 × 𝟏𝟖, 𝟕𝟒 = 𝟐𝟐, 𝟒𝟗 𝑨
Estudo de Proteção – Corrente inrush (Energização)

Resolução:

𝑆 300.103
𝐼𝑁𝑇𝑅𝐹4 = = = 8,13 [𝐴]
𝑉× 3 23,1.103 × 3
𝑰𝑴𝒂𝒈𝒏𝒆𝒕𝒊𝒛𝒂çã𝒐𝑻𝑹𝑭𝟒 = 𝟏𝟐 × 𝑰𝑵 = 𝟏𝟐 × 𝟖, 𝟏𝟑 = 𝟗𝟕, 𝟓𝟖 𝑨

𝑆 75.103
𝐼𝑁𝑇𝑅𝐹5 = = = 1,87 [𝐴]
𝑉× 3 23,1.103 × 3

𝑰𝑴𝒂𝒈𝒏𝒆𝒕𝒊𝒛𝒂çã𝒐𝑻𝑹𝑭𝟓 = 𝟖 × 𝑰𝑵 = 𝟖 × 𝟏, 𝟖𝟕 = 𝟏𝟒, 𝟗𝟔 𝑨

𝑰𝒊𝒏𝒓𝒖𝒔𝒉 = 𝑰𝑴𝒂𝒈𝒏𝒆𝒕𝒊𝒛𝒂çã𝒐𝑴𝒂𝒙 + ෍ 𝑰𝑵𝑻𝒓𝒂𝒇𝒐

𝑰𝒊𝒏𝒓𝒖𝒔𝒉 = 𝟏𝟓𝟎 + ෍(𝟏𝟖, 𝟕𝟒 + 𝟐, 𝟖𝟏 + 𝟖, 𝟏𝟑 + 𝟏, 𝟖𝟕)

𝑰𝒊𝒏𝒓𝒖𝒔𝒉 = 𝟏𝟖𝟏, 𝟓𝟓 𝑨
Estudo de Proteção – Corrente ANSI

A corrente ANSI é a corrente máxima que pode circular pelos enrolamentos do


transformador por um tempo limitado, que normalmente é de 2 segundos, sem que
o equipamento seja danificado.

𝑰𝑵
𝑰𝑨𝑵𝑺𝑰 = × 𝟏𝟎𝟎
𝒁%

Exemplo 4: Um transformador à óleo de 500 kVA, com impedância de 5%,


alimentado pela rede de 23,1 kV. Determine a corrente ANSI.

𝑆 500.103
𝐼𝑁 = = = 12,50 [𝐴]
𝑉× 3 23,1.103 × 3

12,50
𝐼𝐴𝑁𝑆𝐼 = × 100 = 250 𝐴
5
Estudo de Proteção – Corrente INANSI

Só existe corrente INANSI se o secundário do transformador estiver em estrela.


Estudo de Proteção – Corrente INANSI

Exemplo 5: Um transformador à óleo de 500 kVA, com impedância de 5%,


alimentado pela rede de 13,8 kV. Determine a corrente INANSI.

𝑆 500.103
𝐼𝑁 = = = 20,92 𝐴
𝑉× 3 13,8.103 × 3

20,92
𝐼𝐴𝑁𝑆𝐼 = × 100 = 418,37 𝐴
5

418,37
𝐼𝑁𝐴𝑁𝑆𝐼 = = 241,54 𝐴
3
Estudo de Proteção – Corrente de partida de fase [51]

A corrente de partida de fase refere-se a corrente de sobrecarga da fase, que é a


função 51 do padrão ANSI (American National Standards Institute).
𝑃
𝐼𝑁 = [𝐴]
𝑉 × 3 × cos(𝜙)

𝐼𝑝 = 1,05 × 𝐼𝑁 [𝐴]

Exemplo 6: A demanda contratada de um determinado cliente é de 700 kW. A rede


elétrica da concessionária é de 13,8/0,22 kV. Calcule a corrente de partida de fase
para configurar um relé de proteção ligado no primário do transformador.

𝑃 700.103
𝐼𝑁 = [𝐴] 𝐼𝑁 = = 31,83 𝐴
𝑉 × 3 × cos(𝜙) 13,8.103 × 3 × 0,92

𝐼𝑝 = 1,05 × 𝐼𝑁 [𝐴] 𝐼𝑝 = 1,05 × 31,83 = 33,42 𝐴


Estudo de Proteção – Corrente de partida de neutro [51N]

A corrente de partida de neutro é calculada através de um desbalanço de 20% da


corrente de partida da fase [51]. Esse desbalanço pode chegar até 50%
dependendo da concessionária.

𝐼𝑝𝑛 = 0,20 × 𝐼𝑝 [𝐴]

Exemplo 7: Calcule a corrente de partida de neutro [51N] para o Exemplo 6.

𝐼𝑝 = 1,05 × 31,83 = 33,42 𝐴

𝐼𝑝𝑛 = 0,20 × 𝐼𝑝 = 0,20 × 33,42 = 6,68 𝐴


Estudo de Proteção – Corrente de partida instantânea [50F]

A corrente de partida instantânea de fase refere-se a corrente de curto-circuito de


fase, que é a função 50F do padrão ANSI (American National Standards Institute),
que é obtida através da corrente inrush.

𝐼𝐼𝑁𝑆𝑇𝐴𝑁𝑇Â𝑁𝐸𝐴𝐹𝐴𝑆𝐸 = 1,05 × 𝐼𝐼𝑁𝑅𝑈𝑆𝐻 [𝐴]

Exemplo 8: Calcule a corrente instantânea de fase [50F] para uma corrente inrush
de fase 300 A.

𝐼𝐼𝑁𝑆𝑇𝐴𝑁𝑇Â𝑁𝐸𝐴𝐹𝐴𝑆𝐸 = 1,05 × 𝐼𝐼𝑁𝑅𝑈𝑆𝐻 [𝐴]

𝐼𝐼𝑁𝑆𝑇𝐴𝑁𝑇Â𝑁𝐸𝐴𝐹𝐴𝑆𝐸 = 1,05 × 300 = 315 A


Estudo de Proteção – Corrente de partida instantânea [50N]

A corrente de partida instantânea de neutro refere-se a corrente de curto-circuito de


neutro, que é a função 50N/GS do padrão ANSI (American National Standards
Institute), que é obtida através da corrente instantânea de fase.
𝐼𝐼𝑁𝑆𝑇𝐴𝑁𝑇Â𝑁𝐸𝐴𝑁𝐸𝑈𝑇𝑅𝑂 = 0,20 × 𝐼𝐼𝑁𝑆𝑇𝐴𝑁𝑇Â𝑁𝐸𝐴𝐹𝐴𝑆𝐸 [𝐴]

Exemplo 9: Calcule a corrente instantânea de neutro [50N/GS] para uma corrente


instantânea de fase 300 A.

𝐼𝐼𝑁𝑆𝑇𝐴𝑁𝑇Â𝑁𝐸𝐴𝑁𝐸𝑈𝑇𝑅𝑂 = 0,20 × 𝐼𝐼𝑁𝑆𝑇𝐴𝑁𝑇Â𝑁𝐸𝐴𝐹𝐴𝑆𝐸 [𝐴]

𝐼𝐼𝑁𝑆𝑇𝐴𝑁𝑇Â𝑁𝐸𝐴𝑁𝐸𝑈𝑇𝑅𝑂 = 0,20 × 300 = 60 A


Estudo de Proteção – Curvas de tempo x corrente IEC
Estudo de Proteção – Curvas IEC

Tempo de atuação da proteção: 𝒕𝒅 𝟏𝟎𝟎 𝑨 = 𝟎, 𝟎𝟒𝟗𝟖 𝒔


Estudo de Proteção – Curvas IEEE

Tempo de atuação da proteção: 𝒕𝒅 𝟏𝟎𝟎 𝑨 = 𝟎, 𝟎𝟑𝟕𝟗 𝒔


Estudo de Proteção – Curvas ANSI

Tempo de atuação da proteção: 𝒕𝒅 𝟏𝟎𝟎 𝑨 = 𝟎, 𝟎𝟑𝟖𝟐 𝒔


Estudo de Proteção – Dial de tempo IEC
Estudo de Proteção – Dial de tempo da IEC

O dial de tempo define o tempo de atuação para uma determinada corrente


circulante. Veja um exemplo para a curva IEC.

𝑘
𝑡 𝐼 = 𝛼 × 𝐷𝑇
𝐼
−1
𝐼𝑠

𝛼
𝐼
−1
𝐼𝑠
𝐷𝑇 = ×𝑡 𝐼
𝑘

𝑡 𝐼 = 0,1𝑠 + 𝐴𝑡𝑟𝑎𝑠𝑜

0,05𝑠 < 𝐴𝑡𝑟𝑎𝑠𝑜 < 0,1𝑠


Estudo de Proteção – Dial de tempo de Fase da IEC EI

Exemplo 10: Calcule o dial de tempo da fase para uma corrente circulante de
397,48 A e com uma corrente de partida de 40,58 A. Usar a curva IEC EI
(Extremamente Inverso).
𝛼
𝐼𝑖𝑛𝑟𝑢𝑠ℎ
−1
𝐼𝑝
𝐷𝑇𝐹𝑎𝑠𝑒 = × t(I) + 0,05
𝑘

2
397,48
−1
40,58
𝐷𝑇𝐹𝑎𝑠𝑒 = × 0,1 + 0,05 = 0,18 s
80

Dial de tempo de fase é: 0,18 s.

Dial de tempo de Neutro é: 0,1 s.

O Dial de tempo do Neutro é escolhido normalmente um valor aleatório e depois é


verificado no Coordenograma se está OK, um valor muito utilizado é 0,1 s.
Estudo de Proteção – Transformador de corrente (TC)

Um transformador de corrente (TC) é um equipamento que reproduz, no seu


circuito secundário, a corrente que circula em um enrolamento primário, com sua
posição vetorial substancialmente mantida, em uma proporção definida, conhecida
e adequada. Os transformadores de corrente são equipamentos utilizados para
medição e proteção em sistemas de média tensão, no caso de subestação de
média tensão. Por exemplo: TC 100:5, isso quer dizer que no primário são 100 A e
no secundário são 5 A. É comum também ter TC com secundário em 1 A.
Estudo de Proteção – Transformador de corrente (TC)

TC de Medição TC de Proteção
Estudo de Proteção – Transformador de corrente (TC)

Cálculo da relação de transformação: RTC

𝑰𝑷𝒓𝒊𝒎á𝒓𝒊𝒐
𝑹𝑻𝑪 =
𝑰𝒔𝒆𝒄𝒖𝒏𝒅á𝒓𝒊𝒐

𝑰𝑷𝒓𝒊𝒎á𝒓𝒊𝒐 = 𝑹𝑻𝑪 × 𝑰𝒔𝒆𝒄𝒖𝒏𝒅á𝒓𝒊𝒐


𝑰𝑷𝒓𝒊𝒎á𝒓𝒊𝒐
𝑰𝒔𝒆𝒄𝒖𝒏𝒅á𝒓𝒊𝒐 =
𝑹𝑻𝑪
Estudo de Proteção – Transformador de corrente (TC)

Exemplo 11: Calcule a corrente no primário para um TC com RTC igual a 120 e
com corrente de secundário de 2,50 A.

𝑰𝑷𝒓𝒊𝒎á𝒓𝒊𝒐 = 𝑹𝑻𝑪 × 𝑰𝒔𝒆𝒄𝒖𝒏𝒅á𝒓𝒊𝒐

𝑰𝑷𝒓𝒊𝒎á𝒓𝒊𝒐 = 𝟐, 𝟓𝟎 ×120

𝑰𝑷𝒓𝒊𝒎á𝒓𝒊𝒐 = 𝟑𝟎𝟎 𝑨
Estudo de Proteção – Transformador de corrente (TC)

Exemplo 12: Calcule a corrente no secundário para um TC com RTC igual a 60 e


com corrente de primário de 255 A.

𝑰𝑷𝒓𝒊𝒎á𝒓𝒊𝒐
𝑰𝒔𝒆𝒄𝒖𝒏𝒅á𝒓𝒊𝒐 =
𝑹𝑻𝑪
𝟐𝟓𝟓
𝑰𝒔𝒆𝒄𝒖𝒏𝒅á𝒓𝒊𝒐 = = 𝟒, 𝟐𝟓 𝑨
𝟔𝟎
Estudo de Proteção – TC

Tipos de TC:
Estudo de Proteção – TC
Estudo de Proteção – TC
Estudo de Proteção – TC

TC do tipo Barra
Estudo de Proteção – TC de Medição

TC de Medição:

0,6C25

0,6 é a precisão do TC em valores percentuais.


C é definição para TC de medição.
25 é a potência máxima no secundário do TC em VA.

No caso da potência no secundário do transformador for maior que 25 VA, não terá
mais a precisão de 0,6% de transformação de corrente entre primário e secundário.
Estudo de Proteção – TC de Proteção

TC de proteção:

10B100

10 é a precisão do TC em valores percentuais.


B é de baixa impedância para TC de proteção.
100 é a tensão máxima no secundário do TC sem que haja saturação.

No caso da tensão ultrapassar os 100 V no secundário do transformador, não


haverá precisão de até 10% na transformação.
Estudo de Proteção – Sensibilidade do TC

O dimensionamento do TC precisa obedecer dois critérios de dimensionamento.


Critério de sensibilidade: A menor corrente de partida de ajuste do relé deve ser
de no mínimo 10% a corrente nominal do TC de proteção. Deve escolher o TC com
o valor mais próximo do valor da corrente do TC.

Exemplo 13: Calcule a corrente do TC de proteção se a corrente mínima de ajuste


é de 30 A. 𝑰𝒑𝒎𝒊𝒏 𝟑𝟎
𝟎, 𝟏 × 𝑰𝑻𝑪 ≤ 𝑰𝒑𝒎𝒊𝒏 𝑰𝑻𝑪 ≤ 𝑰𝑻𝑪 ≤ = 𝟑𝟎𝟎 𝑨
𝟎, 𝟏 𝟎, 𝟏

TC de proteção escolhido:

TC 300:5 → RTC 60

A corrente do TC de proteção deve ser no máximo 300 A no primário.


Estudo de Proteção – Saturação

A tensão máxima no secundário do TC para uma determinada carga conectada não


pode ultrapassar a tensão de saturação do equipamento.

𝒁𝑪𝒂𝒓𝒈𝒂 = 𝒁𝑪𝒂𝒃𝒐 + 𝒁𝒓𝒆𝒍é + 𝒁𝑻𝑪


Estudo de Proteção – Saturação

Exemplo 14: Calcule a tensão no secundário do TC para verificar a saturação. O


TC utilizado é 300:5 RTC=60. Comprimento do cabo é 20 metros e Icc3F=10 kA.
Impedância do cabo de 4 mm² vale 4,70 Ω/km. Potência da carga do TC vale
0,4 VA.
10𝐵𝑉𝑆𝐴𝑇𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝐸𝑥. : 10𝐵100 0,4
𝑍𝑟𝑒𝑙é = = 0,016 Ω
5 2

𝑉𝑆𝐴𝑇𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 ≤ 𝑉𝑆𝐴𝑇𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑍𝑇𝐶 = 0,2 × 1 = 0,2 Ω


𝐼𝑐𝑐𝑀Á𝑋 4,7
𝑉𝑆𝐴𝑇𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 = × 𝑍𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑍𝐶𝑎𝑏𝑜 = × 20 = 0,094 Ω
𝑅𝑇𝐶 1000
𝑍𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 = 𝑍𝐶𝑎𝑏𝑜 + 𝑍𝑟𝑒𝑙é + 𝑍𝑇𝐶 𝑍𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 = 2 × 0,094 + 0,016 + 0,2 = 0,404 Ω

𝑍𝐶𝑎𝑏𝑜 = 𝑍𝐶𝑎𝑏𝑜(𝑚) × 𝐷𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 10.103


𝑉𝑆𝐴𝑇𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 = × 0,404 = 67,33 𝑉
60
𝑆𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎
𝑍𝑟𝑒𝑙é =
𝐼𝑇𝐶𝑆 2
𝑍𝑇𝐶 = 0,2 × 𝑍𝑏𝑢𝑟𝑑𝑒𝑛 𝑻𝑪: 𝟑𝟎𝟎: 𝟓 → 𝑹𝑻𝑪 𝟔𝟎 → 𝟏𝟎𝑩𝟏𝟎𝟎

𝑍𝑏𝑢𝑟𝑑𝑒𝑛 = 1 Ω
Dimensionamento de TC – ABNT NBR 6856:2015

Dimensionamento de TC pela nova norma


Dimensionamento de TC – ABNT NBR 6856:2015

Dimensionamento de TC pela nova norma

O fator limite de exatidão pode ser: 5, 10, 15,


20 0u 30 vezes a corrente nominal!
Dimensionamento de TC – ABNT NBR 6856:2015

Dimensionamento de TC pela nova norma


Dimensionamento de TC – ABNT NBR 6856:2015

Dimensionamento de TC pela nova norma


Dimensionamento de TC – ABNT NBR 6856:2015

Dimensionamento de TC pela nova norma


Dimensionamento de TC – ABNT NBR 6856:2015

Dimensionamento de TC pela nova norma


Dimensionamento de TC – ABNT NBR 6856:2015

O critério de sensibilidade e saturação do TC de proteção é calculado da seguinte forma:

𝑰𝑪𝑪𝟑𝑭 𝑰𝒑 𝟓𝟏𝑵
≤ 𝑰𝒑 𝑻𝑪 ≤
𝟐𝟎 𝟎, 𝟏
EXEMPLO 15:

Fonte: Mesh Engenharia, 2021.


Dimensionamento de TC – ABNT NBR 6856:2015

Para atender o critério de sensibilidade é necessário que:

𝑰𝒑 𝟓𝟏𝑵 𝟐𝟑, 𝟖 𝑰𝒑 𝑻𝑪 ≤ 𝟐𝟑𝟖 𝑨


𝑰𝒑 𝑻𝑪 ≤ 𝑰𝒑 𝑻𝑪 ≤
𝟎, 𝟏 𝟎, 𝟏

Pelo critério de curto-circuito temos que:

𝑰𝑪𝑪𝟑𝑭 𝟑𝟔𝟗𝟖 𝑰𝒑 𝑻𝑪 ≥ 𝟏𝟖𝟒, 𝟗𝟎 𝑨


𝑰𝒑 𝑻𝑪 ≥ 𝑰𝒑 𝑻𝑪 ≥
𝟐𝟎 𝟐𝟎
Logo para atender o critério de sensibilidade e de curto circuito devo garantir que:

𝟏𝟖𝟒, 𝟗𝟎 𝑨 ≤ 𝑰𝒑 𝑻𝑪 ≤ 𝟐𝟑𝟖 𝑨

Logo o TC que será adotado será um de 200:5A. É preciso verificar o critério de saturação
para esse TC adotado.
Dimensionamento de TC – ABNT NBR 6856:2015
Considerando um relé que tem 1,5 VA de potência do sensor.

𝑉𝑆𝐴𝑇𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 ≤ 𝑉𝑆𝐴𝑇𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙
1,5
𝐼𝑐𝑐𝑀Á𝑋 𝑍𝑟𝑒𝑙é = = 0,06 Ω
5 2
𝑉𝑆𝐴𝑇𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 = × 𝑍𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎
𝑅𝑇𝐶
4,7
𝑍𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 = 𝑍𝑟𝑒𝑙é + 𝑍𝐹𝑖𝑎çã𝑜 𝑍𝐹𝑖𝑎çã𝑜 = 2 × × 15 = 0,141 Ω
1000
𝑍𝐶𝑎𝑏𝑜 = 2 × 𝑍𝐶𝑎𝑏𝑜(𝑚) × 𝐷𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑍𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 = 0,06 + 0,141 = 0,201 Ω
𝑆𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎
𝑍𝑟𝑒𝑙é =
𝐼𝑇𝐶𝑆 2
𝑍𝑇𝐶 = 0,2 × 𝑍𝑏𝑢𝑟𝑑𝑒𝑛

Então será escolhido um TC 12,5P20 que tenha um Burden maior que a carga, cuja
Burden é 0,5 Ω.
Dimensionamento de TC – ABNT NBR 6856:2015

Dimensionamento da tensão de saturação do TC:

𝑅𝑇𝐶 = 0,2 × 𝑅𝐵𝑢𝑟𝑑𝑒𝑛 𝑋𝑇𝐶 = 0,2 × 𝑋𝐵𝑢𝑟𝑑𝑒𝑛


Dimensionamento de TC – ABNT NBR 6856:2015

Dimensionamento da tensão de saturação do TC:

2 2
𝑍𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑅𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 + 𝑅𝑇𝐶 + 𝑋𝑇𝐶

𝑍𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 0,201 + 0,2 × 0,45 2 + 0,218 × 0,2 2

𝑍𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 0,294 Ω

Cálculo da saturação do TC. Considerando a corrente de curto-circuito máxima de 3698 A.


𝐼𝑐𝑐𝑀Á𝑋 3698
𝑉𝑆𝐴𝑇𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 = × 𝑍𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑉𝑆𝐴𝑇𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 = × 0,294
𝑅𝑇𝐶 40

200
𝑅𝑇𝐶 = = 40 𝑉𝑆𝐴𝑇𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 = 27,18 𝑉
5
Dimensionamento de TC – ABNT NBR 6856:2015

Cálculo da nominal de saturação do TC.

𝑉𝑆𝐴𝑇𝑇𝐶 = 𝐼𝑠𝑒𝑐 × 𝑀 × 𝑍𝑏𝑢𝑟𝑑𝑒𝑛 𝑉𝑆𝐴𝑇𝑇𝐶 = 5 × 20 × 0,5 𝑉𝑆𝐴𝑇𝑇𝐶 = 50 𝑉

𝑽𝑺𝑨𝑻𝒄𝒂𝒍𝒄𝒖𝒍𝒂𝒐 = 𝟐𝟕, 𝟏𝟖 𝑽 < 𝑽𝑺𝑨𝑻𝒏𝒐𝒎𝒊𝒏𝒂𝒍 = 𝟓𝟎 𝑽

O TC utilizado não irá saturar para a pior condição de corrente de falta no sistema.
Portanto, o TC utilizado será:

𝑻𝑪 → 𝟐𝟎𝟎: 𝟓𝑨 → 𝟏𝟐, 𝟓𝑽𝑨 𝟏𝟎𝑷𝟐𝟎


Estudo de Proteção – Saturação dos TCs
Estudo de Proteção – Polaridade dos TCs

Aditiva

Subtrativa
Estudo de Proteção – Ligação do TC
Estudo de Proteção – Transformador de tensão (TP)

Transformador de Potencial (TP) é um equipamento usado principalmente para


sistemas de medição de tensão elétrica, sendo capaz de reduzir a tensão do
circuito para níveis compatíveis com a máxima suportável pelos instrumentos de
medição. Sua principal aplicação é na medição de tensões com valores elevados,
ou seja, em seu circuito primário é conectada a tensão a ser medida, sendo que no
secundário será reproduzida uma tensão reduzida e diretamente proporcional a do
primário.
Estudo de Proteção – TP

𝑽𝒑 𝑽𝒑
𝑹𝑻𝑷 = 𝑽𝒑 = 𝑽𝒔 × 𝑹𝑻𝑷 𝑽𝒔 =
𝑽𝒔 𝑹𝑻𝑷
𝑹: 𝑽𝒔 = 𝟒, 𝟐𝟒 𝑽

𝑹: 𝑽𝒑 = 𝟑𝟎𝟎 𝑽
Estudo de Proteção – TP

Grupo 1: Fase-Fase

Usar TPs separados


para medição, proteção
e alimentação de cargas A potência depende das cargas que
auxiliares. serão ligadas no TP.
Estudo de Proteção – Grupos de TPs
Estudo de Proteção – Ligação em estrela do TPs
Estudo de Proteção – Ligação Delta aberto do TP
Estudo de Proteção – Fechamento em série do TP
Estudo de Proteção – Fechamento em paralelo do TP
Estudo de Proteção – TP de Alimentação Auxiliar
Estudo de Proteção – TP de Proteção (Comando)
Estudo de Proteção – TP de Medição
Estudo de Proteção – Escolha do relé de proteção

A escolha do relé de proteção da subestação é muito importante, pois o relé de


proteção escolhido precisa aceitar a parametrização dos valores calculados. Caso
seja escolhido o relé de proteção após os cálculos, será necessário fazer
adaptações e atualização o Coordenograma. Uma dica importante seria escolher o
relé de proteção antes de iniciar os cálculos, assim já vai ajustando os valores
calculados.

https://www.pextron.com/index.php/pt-br/solucoes-01/coluna-3/cabines-primarias-03
Estudo de Proteção – Escolha do relé de proteção

A escolha do relé de proteção da subestação é muito importante, pois o relé de


proteção escolhido precisa aceitar a parametrização dos valores calculados. Caso
seja escolhido o relé de proteção após os cálculos, será necessário fazer
adaptações e atualização o Coordenograma. Uma dica importante seria escolher o
relé de proteção antes de iniciar os cálculos, assim já vai ajustando os valores
calculados.

https://new.siemens.com/br/pt/produtos/energia/protecao-sistemas-eletricos/reyrolle-
5/motor-protection-reyrolle-7sr57.html
Estudo de Proteção – Escolha do relé de proteção

A escolha do relé de proteção da subestação é muito importante, pois o relé de


proteção escolhido precisa aceitar a parametrização dos valores calculados. Caso
seja escolhido o relé de proteção após os cálculos, será necessário fazer
adaptações e atualização o Coordenograma. Uma dica importante seria escolher o
relé de proteção antes de iniciar os cálculos, assim já vai ajustando os valores
calculados.

https://www.se.com/br/pt/product-range/63300-rel%C3%A9s-de-prote%C3%A7%C3%A3o-vamp-11f/#overview
Estudo de Proteção – Escolha do relé de proteção

A escolha do relé de proteção da subestação é muito importante, pois o relé de


proteção escolhido precisa aceitar a parametrização dos valores calculados. Caso
seja escolhido o relé de proteção após os cálculos, será necessário fazer
adaptações e atualização o Coordenograma. Uma dica importante seria escolher o
relé de proteção antes de iniciar os cálculos, assim já vai ajustando os valores
calculados.

https://selinc.com/pt/products/751A/
Referências

1. MAMEDE FILHO, João. Instalações elétricas industriais/ de acordo com a norma


brasileira NBR 5419:2015. 9. ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 2017.

2. CREDER, Hélio. Instalações elétricas. 16. ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 2016.

3. MESH ENGENHARIA. Estudo de Proteção. Disponível em: https://meshengenharia.com.


Acesso em: 10/2020.

Obrigado.

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