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Introducao

A energia elétrica na empresa caminhos de ferro de Moçambique (CFM), provem de uma


Centra Elétrica de Geradores a Diesel sob gestão da direção de engenharia de empresa, através
do departamento de Eletricidade, subordinado ao serviço de manutenção portuária. Esta
direção, no âmbito da descentralização dos serviços operativos, pretende montar uma nova
unidade de produção para reparação e manutenção de Ar Condicionado do tipo Slip, na
empresa. Esta unidade será localizada dentro do recinto ferro-portuária, nas proximidades das
oficinas gerais, uma unidade de produção vocacionada para a reparação e manutenção de
vagões para locomotivas e outros serviços afins.

A nova unidade, ocupara uma área coberta de dois mil quadrados e outra descoberta de
setecentos e cinquenta metros quadrados, destinados para a oficina de reparação dos aparelhos
de ar condicionado e arqueamento de viaturas, de acordo com a planta de arquitetura do
anteprojeto.
Para a realização deste projeto Elétrico Industrial, foi necessário a aplicação de alguns fatores
de projeto. São eles:

 Fator de Demanda
 Fator de Carga
 Fator de Perda
 Fator de simultaneidade
 Fator de Utilização

1) Fator de Demanda (Fd) É a relação entre a demanda máxima (D.máx.) do sistema e a


carga total conectada (P.inst.) (potência Instalada).

2) Fator de Carga (Fc) É a razão entre a demanda média, durante um intervalo de tempo
e a demanda máxima registrada no mesmo período.

3) Fator de Perda (Fpr) É a relação entre a perda de potência na demanda média e a perda
de potência na demanda máxima, ou seja, o fator perda de energia do sistema.

4) Fator de simultaneidade (Fs) É a relação entre a demanda máxima do grupo de


aparelho pela soma das demandas individuais dos aparelhos do mesmo grupo.
5) Fator de Utilização (Fu) É o fator aplicado a potência nominal do aparelho para se
obter a potência média absorvida pelo mesmo nas condições de utilização.
Constituição da indústria

Esta indústria a seguir dimensionada é constituída por motores do grupo 1 de 75CV, os motores
do grupo 2 de 30CV e os motores do grupo 3 de 50CV, a iluminação da administração e
subestação é composta por 50 lâmpadas incandescentes de 100W e a Fábrica de 160 lâmpadas
fluorescentes de 40W, o total de TUG é de 54 tomadas com 200VA cada.

A seguir será dimensionado as demandas dos Quadros CCM1, CCM2, QDL e QDF e a
potência necessária do transformador da Subestação, os motores são IV pólos. O total de
circuitos de Iluminação e tomadas no QDFL é de 25circuitos, sendo 9 circuitos de tomadas e
10 circuitos de iluminação fluorescente e 5 circuitos de iluminação incandescente. O QDFL
está sendo alimentado pelo CCM1 e o CCM’s alimentados pelo QDG.

Cálculo de Demanda de Iluminação

No quadro de Luz e Tomadas QDFL, temos:

 210 lâmpadas incandescente de 100W.


 54 Tomadas TUG de 200VA

Divisão dos circuitos para realizar o equilíbrio nas fases:

 Lâmpadas Incandescentes = 15 circuitos


 Tomadas monofásicas = 9 circuitos

Número de dispositivos por circuito:

 Incandescentes = 10 lâmpadas incandescentes por circuito


 Tomadas = 6 tomadas por circuito

Corrente por circuito de iluminação incandescente (IFI):

𝑁(𝑙𝑎𝑚𝑝) × 𝑃𝑛
𝐷𝑖𝑙𝑢𝑚 =
1000

210 × 100
𝐷𝑖𝑙𝑢𝑚 =
1000

𝐷𝑖𝑙𝑢𝑚 = 21𝐾𝑉𝐴
𝐷(𝑖𝑙𝑚) = √3 × 𝑈 × 𝐼

21𝐾𝑉𝐴
𝐼(𝑖𝑙𝑢𝑚) =
220

𝐼(𝑖𝑙𝑢𝑚) = 95,45𝐴

𝐼(𝑖𝑙𝑢𝑚)
𝑁(𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖)

95,45𝐴
= 6,36𝐴
15

Teremos 15 circuitos de iluminação protegidos com Disjuntores parciais de 10A cada


circuito.

Corrente por circuito de tomadas (IFT)

𝑁 𝑃(𝑡𝑜𝑚)
𝐼(𝑡𝑜𝑚𝑎𝑑𝑎𝑠) = ×( )
𝑈 𝐹𝑝

54 200
𝐼(𝑡𝑜𝑚𝑎𝑑𝑎𝑠) = ×( )
220 0.8

𝐼(𝑡𝑜𝑚𝑎𝑑𝑎𝑠) = 0.24 × 250

𝐼(𝑡𝑜𝑚𝑎𝑑𝑎𝑠) = 60𝐴

𝐼(𝑖𝑙𝑢𝑚)
𝑁(𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖)

60𝐴
= 10𝐴
6

Teremos 6 circuitos de Tomadas de uso geral TUG protegidos com Disjuntores parciais
de 16A cada circuito.
Determinando o número de circuitos reserva no QDFL:

Determinado o valor da corrente dos circuitos reserva:

∑ 𝐼(𝑓𝑎𝑠𝑒)
𝐼(𝑐𝑖𝑟𝑐. 𝑅𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣) =
𝑁° 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑟𝑐. 𝑛𝑎 𝑓𝑎𝑠𝑒

(Maior valor de corrente na fase)

41,8𝐴
𝐼(𝑐𝑖𝑟𝑐. 𝑅𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣) =
7

𝐼(𝑐𝑖𝑟𝑐. 𝑅𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣) = 5,97𝐴

Por uma questão de escolha: utilizaremos 6 circuitos reserva.

Assim temos que a potência do QDFL será:

𝑆 = √3 × 𝑈 × 𝐼

𝑆 = √3 × 380 × 53,74

𝑆 = 35,37𝐾𝑉𝐴

𝑃 = 𝑆 × 𝐹𝑝

𝑃 = 35,37 × 0,9

𝑃 = 31,83𝐾𝑊

Dimensionar o disjuntor geral do QDFL

𝑷
𝑰(𝑸𝑫𝑭𝑳) =
√𝟑 × 𝑼

35,37𝐾𝑉𝐴
𝑰(𝑸𝑫𝑭𝑳) =
√𝟑 × 𝟑𝟖𝟎

𝑰(𝑸𝑫𝑭𝑳) = 𝟓𝟑. 𝟕𝟒𝑨

O valor comercial do disjuntor será: 62A


Cálculo de Demanda dos Motores

1) Os motores do grupo 1 está sendo alimentado pelo Centro de Controle de Motores


1 – CCM1, assim temos:

Onde:

P1=75CV Nm=10 motores η =0,93, tabela motores Fp=0,88, tabela motores Fu=0,87, tabela
de Fator de utilização. Fs=0,65 , tabela de Fator de Simultaneidade.

𝑃1(𝑐𝑣) × 736
𝐷1 = 𝑁°𝑚 × × 𝐹𝑢 × 𝐹𝑠
𝜇 × 𝐹𝑝

75 × 736
𝐷1 = 10 × × 0,87 × 0,65
0,93 × 0,88

𝐷1 = 381,42𝐾𝑉𝐴

A demanda do CCM1 é 381,42KVA

Nota = Este Quadro também está alimentando o QDFL.

Disjuntores reserva Quadro de Distribuição: CCM 1

𝑃(𝑊)
𝐼𝐿 =
√3 × 𝑈 × 𝜇 × 𝐹𝑝

(75 × 736 𝑊)
𝐼𝐿 =
√3 × 380 × 0,93 × 0,88

𝐼𝐿 = 102,47A (Corrente do Motor)

A corrente do disjuntor 𝑰𝑫 = 𝟏𝟔𝟎𝑨 térmico ajustado a 𝑰𝑫 = 𝟏𝟏𝟎𝑨

381,42𝐾𝑉𝐴
CCM1=381,42𝐾𝑉𝐴 para 10 circuitos logo temos: = 38,142𝐾𝑉𝐴 por cada circuito.
10

Considerando que o CCM está alimentando também o QDFL (S=32,96KVA)

𝑪𝑪𝑴𝟏 = 𝑪𝑪𝑴𝟏 + 𝑪𝒊𝒓𝒄. 𝒓𝒆𝒔𝒆𝒓𝒗 + 𝑸𝑫𝑭𝑳

𝑪𝑪𝑴𝟏 = 𝟑𝟖𝟏, 𝟒𝟐 + 𝟑 × 𝟑𝟖, 𝟏𝟖 + 𝟑𝟓, 𝟑𝟕𝑲𝑽𝑨

𝑪𝑪𝑴𝟏 = 𝟓𝟑𝟏, 𝟑𝟑𝑲𝑽𝑨


𝐷(𝑉𝐴)
𝑰𝑪𝑪𝑴𝟏 =
√3 × 𝑈

531,33𝐾𝑉𝐴
𝑰𝑪𝑪𝑴𝟏 =
√3 × 380

𝑰𝑪𝑪𝑴𝟏 = 𝟖𝟎𝟕, 𝟐𝟕𝑨

Corrente do disjuntor 𝑰(𝑫) = 𝟏𝟐𝟓𝟎𝑨 térmico ajustado 𝑰(𝑫) = 𝟖𝟏𝟎𝑨

2) Os motores do grupo 2 e grupo 3 estão sendo alimentado pelo Centro de Controle de


Motores 2 – CCM2, assim temos:

Onde:

P2=30CV Nm=10 motores η =0,91, tabela motores Fp=0,84, tabela motores Fu=0,85, tabela
de Fator de utilização. Fs=0,65 , tabela de Fator de Simultaneidade.

𝑃1(𝑐𝑣) × 736
𝐷2 = 𝑁°𝑚 × × 𝐹𝑢 × 𝐹𝑠
𝜇 × 𝐹𝑝

30 × 736
𝐷2 = 10 × × 0,85 × 0,65
0,91 × 0,84

𝐷2 = 159.59𝐾𝑉𝐴

Motores do grupo 3:

Onde: P3=50CV Nm=5 motores η =0,924 tabela motores Fp=0,86, tabela motores Fu=0,87
tabela de Fator de utilização. Fs=0,70 tabela de Fator de Simultaneidade.

𝑃1(𝑐𝑣) × 736
𝐷3 = 𝑁°𝑚 × × 𝐹𝑢 × 𝐹𝑠
𝜇 × 𝐹𝑝

50 × 736
𝐷3 = 5 × × 0,87 × 0,70
0,924 × 0,86

𝐷3 = 141,01𝐾𝑉𝐴
A demanda Total do CCM2 é:

𝐷𝑇 = 𝐷2 + 𝐷3

𝐷𝑇 = 159,59 + 141,01

𝐷𝑇 = 300,61𝐾𝑉𝐴

A demanda do CCM2 é 300,61KVA

Especificação dos Disjuntores de Proteção

Disjuntores reserva Quadro de Distribuição: CCM2

𝑃(𝑊)
𝑰𝑳 =
√3 × 𝑈 × 𝜇 × 𝐹𝑝

(30 × 736 𝑊)
𝑰𝑳 =
√3 × 380 × 0,91 × 0,84

𝑰𝑳 = 49,31A (Corrente do Motor de 30CV)

A corrente do disjuntor 𝑰𝑫 = 𝟔𝟑𝑨 térmico ajustado a 𝑰𝑫 = 𝟓𝟎𝑨

𝑷(𝑾)
𝑰𝑳 =
√𝟑 × 𝑼 × 𝝁 × 𝑭𝒑

(50 × 736 𝑾)
𝑰𝑳 =
√𝟑 × 380 × 0,924 × 0,80

𝑰𝑳 = 70,36A (Corrente do Motor de 50CV)

A corrente do disjuntor 𝑰𝑫 = 𝟗𝟎𝑨 térmico ajustado a 𝑰𝑫 = 𝟕𝟐𝑨

𝟑𝟎𝟎,𝟔𝟏𝑲𝑽𝑨
CCM2=𝟑𝟎𝟎, 𝟔𝟏𝑲𝑽𝑨 para 10 circuitos logo temos: = 30,06𝐾𝑉𝐴 por cada circuito.
10

Disjuntores reserva Quadro de Distribuição: CCM2 Disjuntor reserva: 4 disjuntores

𝐶𝐶𝑀2 = 𝐶𝐶𝑀1 + 4 × 𝐶𝑖𝑟𝑐. 𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣

𝐶𝐶𝑀2 = 300,61𝐾𝑉𝐴 + 4 × 20,04𝐾𝑉𝐴

𝐼𝐶𝐶𝑀2 = 380,77𝐾𝑉𝐴

𝐷(𝑉𝐴)
𝐼𝐶𝐶𝑀2 =
√3 × 𝑈
380,77𝐾𝑉𝐴
𝐼𝐶𝐶𝑀2 =
√3 × 380

𝐼𝐶𝐶𝑀2 = 578,52𝐴

A corrente do disjuntor 𝑰(𝑫) = 𝟔𝟑𝟎𝟎𝑨 térmico ajustado a 𝑰(𝑫) = 𝟓𝟖𝟎𝑨

Demanda Total da Indústria

Demanda Total no QDF (Quadro de Distribuição Geral)

𝑫𝑻 = 𝑫𝑪𝑪𝑴𝟏 + 𝑫𝑪𝑪𝑴𝟐

𝑫𝑻 = 𝟓𝟑𝟏, 𝟑𝟑𝑲𝑽𝑨 + 𝟑𝟖𝟎, 𝟕𝟕𝑲𝑽𝑨

𝑫𝑻 = 𝟗𝟏𝟐, 𝟏𝑲𝑽𝑨

𝑷(𝑽𝑨)
𝑰𝑸𝑫𝑮 =
√𝟑 × 𝑼

𝟗𝟏𝟐, 𝟏𝑲𝑽𝑨
𝑰𝑸𝑫𝑮 =
√𝟑 × 𝟑𝟖𝟎

𝑰𝑸𝑫𝑮 = 𝟏𝟑𝟖𝟓. 𝟕𝟗𝑨

A corrente do disjuntor 𝑰(𝑫) = 𝟏𝟔𝟎𝟎𝑨 térmico ajustado a 𝑰(𝑫) = 𝟏𝟒𝟎𝟎𝑨

Será considerado dois circuitos reservas (trifásicos) com potência máxima de 50kVA por
circuito.

O transformador necessário deverá ter uma potência maior que 912,1kVA,


assim comercialmente temos o transformador com 1000kVA.
Distribuição das correntes dos circuitos com a implementação dos circuitos reservas

Circuitos de iluminação e tomadas do uso geral TUG


Distribuição das correntes dos circuitos com a implementação dos circuitos reservas

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