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Religiões de Matrizes Africanas

UMBANDA:

A umbanda é uma religião monoteísta e afro-brasileira, surgida em 1908, fundada por Zélio Fernandinho
de Moraes. A palavra Umbanda pertence ao vocabulário quimbundo de Angola e significa “Arte de
Curar” e com 3 conceitos fundamentais: Luz, Caridade e Amor.

Há alguns símbolos que representam esta religião, dentre eles

Em seus ritos e rituais, tocam batuques e cantam cânticos sagrados, além de recebem incorporações por
meio de médiuns, que tem o poder de curar e modificar a vida das pessoas. Um de seus ritos é o
batismo, que é o ritual iniciático que introduz a pessoa dentro daquela fé. No caso do catolicismo, a
pessoa é batizada quando aceita os dogmas da igreja. Na religião evangélica, a pessoa é batizada quando
aceita Jesus na sua vida. E no caso da Umbanda, a pessoa é batizada quando aceita a atuação dos Orixás
e das Entidades na sua vida. Algumas pessoas dizem que o batismo na Umbanda é quando a pessoa é
apresentada para os Orixás. Orixás, assim, no sentido de irradiação de Deus, é como a confirmação da
vontade daquela pessoa de ser conduzida pela força dos Orixás, de ser conduzida pela espiritualidade
que atua na Egrégora da Umbanda. É por meio do batismo, é por meio da lavagem da coroa, que a
pessoa sacramenta a sua comunhão com o plano espiritual.E na Umbanda podem ser batizados tanto
crianças quanto adultos. Mas principalmente, pedem que a pessoa tenha discernimento sobre o ato que
é feito. No ato do batismo, o dirigente espiritual, o pai de santo, a mãe de santo vai chegar para a pessoa
e vai perguntar: “você está por sua livre e espontânea vontade para ser batizado nas bençãos de Olorum,
dos Orixás e das Entidades que atuam na Umbanda?”. A pessoa vai ter que ter o mínimo de
discernimento para compreender essas palavras, aceitar o batismo e fazer o juramento. “Eu juro pelo
nosso pai olorum, pelos orixás e pelas entidades aqui presentes a me comprometer com a umbanda,
respeitando os princípios que norteiam a nossa fé, respeitando as entidades, o meu pai de santo, os
meus padrinhos, etc…” Na Umbanda você pode ter padrinhos e madrinhas, tanto encarnados quanto
desencarnados. Com relação ao ritual do batismo, vai variar de terreiro para terreiro. Vai depender
muito da vertente de Umbanda que você segue ( se tem traços kardecistas, catolicas, etc).existem alguns
pontos que são senso comum. A pessoa que vai ser batizada precisa ter padrinhos, como eu falei
anteriormente. Ela precisa levar uma vela de batismo (que é a vela para Oxalá – de cor branca). Alguns
terreiros também pedem para levar uma fitinha branca, para amarrar na vela. Precisa de água pura, seja
água da cachoeira, do rio, do mar, da chuva… ou na falta dessas, água mineral. Aquela que a gente usa
para beber. E assim, como você vai usar água, você também precisa ter um alguidar( um recipiente
redondo, feito de barro, madeira, metal ou plástico em que o diâmetro da boca é superior ao do fundo e
que serve para, entre outras funções, lavar e amassar. ). Um para preparar e o outro para derramar a
água.

Nos terreiros, lugar sagrado desta religião, podemos citar a festa de Ogum, celebrada dia 23 de abril
( conhecido popularmente como São Jorge). Ogum é o orixá guerreiro que não abandona suas causas e
não foge do campo de batalha. Filho de Iemanjá e irmão de Exu e Oxóssi. A fé transformada em festa,
orações em forma de cantigas, o andor rodeado por médiuns ajoelhados, incorporados de santos
guerreiros...

Ogum, que sua luz, que sua energia revigorante e divina recaia sobre os filhos que creem na tua força,
com as bênçãos de nosso Pai Oxalá!
Ogunhê, Salve Ogum, Cavaleiro de Umbanda!
(Buscar: Música: Maria Bethânia e Zeca Pagodinho)

Os umbandistas acreditam em um único deus (OLORUM) que é o criador de tudo e de todos, além disso
reverenciam entidades superiores (ORIXÁS), sendo que o principal é Jesus (OXALÁ).
Antes do mundo ser conhecido como o conhecemos hoje, Olorum — ou o Senhor Supremo dos Nossos
Destinos Oludumaré — criou os primeiros Orixás (forças oriundas da natureza que guiam os seres
humanos em momentos de dificuldade), e deu a Oxalá o saco da criação (divindade da fé e da paz)
acompanhado da missão de criar o mundo.
A Umbanda não acredita em um céu ou num inferno, como nos cultos católico, judaico e muçulmano,
mas sim que há regiões umbralinas, onde o espírito é recolhido para purgar os seus crimes, e uma vez
arrependido dos mesmos, é então enviado a outras regiões onde possa evoluir espiritualmente. Após
um período, que varia conforme cada caso, ele pode então reencarnar, a fim de resgatar, suas faltas, e
progredir. A Umbanda acredita na reencarnação, onde através de sucessivas vidas em um mesmo ou
outro orbe, vamos evoluindo espiritualmente, ao mesmo tempo que colaboramos para o
aprimoramento de toda a criação divina.Na interpretação da Umbanda a morte do corpo físico não é o
fim da vida. Entende-se apenas como o fim de um ciclo, e este será encaminhado para uma esfera
espiritual condizente com seus atos e vibração emocional acumulada durante a passagem no corpo
físico.

CANDOMBLÉ:

O candomblé é uma religião de matriz africana que cultua os orixás. O termo candomblé vem já junção
das palavras “quimbundo candomblé” que significa “ dança com atabaques” mais “iorubá ilê” que
significa “casa”; sendo assim “casa da dança com atabaques”. Em seu entendimento, animais e plantas
possuem espiritualidade.

Reúne cerca de 3 milhões de adeptos no mundo, e no Brasil está o maior número de praticantes da
mesma. Seus rituais são realizados em terreiros, onde os sacerdotes possuem uma convivência com
forças da natureza e ancestrais.

Dentre seus simbolos podemos dizer que utilizam-se de formas geométricas ligadas a elementos dos
cultos afrobrasileiros. Uma das imagens mais utilizadas é a do Oxê de Xangô, o machado duplo que este
Orixá traz para suas lutas. Xangô é uma entidade (Orixá) considerado o mestre da sabedoria, gerando o
poder da política e justiça. Os crentes em sua existência recorrem à ela para resolver problemas
relacionados com documentos, estudos, trabalhos intelectuais e etc.

Para a realização de ritos são utilizados cantos, batuques de atabaque, oferendas de frutas, vegetais, uso
de colares com cores especificas que representem os orixás. Um exemplo é o rito de iniciação no
candomblé: o processo é cheio de regras, como só poder usar roupas brancas, sentar sempre no chão e
comer apenas com as mãos - inclusive no trabalho e por até três meses.Ingressar no candomblé é tarefa
que requer paciência, determinação e zero mimimi. Para se tornar filho de uma casa, o caminho é longo
e cheio de desafios. Uma prova de resistência, na qual estão estão incluídas muitas limitações, grandes
doses de esforço e o acesso a ensinamentos secretos, numa trajetória que se estende por meses,
podendo chegar a um ano. De um modo geral, as pessoas não pedem para ingressar no candomblé, mas
são convocadas, seja pela jogada de buzios ou até mesmo a manifestação do orixá lhe intimando. Na
primeira fase do rito,por exemplo, o filho de santo precisa, usar um colar de contas muito curto, que fica
agarrado ao pescoço e é conhecido como quelê. Enquanto esse adereço não for retirado, o novato só
poderá vestir roupas brancas, sentar no chão (nunca em cadeiras ou sofás) e comer com as mãos. Isso
em qualquer lugar, no terreiro, em casa ou no refeitório do trabalho. Geralmente,a cerimônia da “caída
de quelê” acontece três meses depois que termina todo o ritual de iniciação. E só então a rotina volta ao
normal.

Para o candomblé, o mundo foi criado, segundo a mitologia iorubá, por Olodumaré, também conhecido
como Olorum, é o deus supremo e inacessível. Ele criou o mundo e os orixás para governá-lo e servirem
de intermediários entre ele e os humanos. Olodumaré não aceita oferendas, pois como é o criador de
tudo tem poder sobre tudo e não há nada que ele não possua.

"Assim como os demais grupos africanos, os yorubás creem que a morte não representa o fim da vida
humana. Eles acreditam que seus antepassados vivem em espaços sagrados, denominados de nove céus,
e que eles retornam a terra, na mesma família como filho, neto ou bisneto. Essa criança receberá um
orúkọ (nome) referente ao fato: Bàbátúndé (o pai voltou), Ìyátúndé (a mãe voltou), Bàbájídé (o pai que
acordou e chegou), Ìyábọ̀ (a mãe retornou), Ọmọtúndé (a criança voltou de novo) entre outros." Além de
toda a importância da reencarnação, os yorubás também prestam culto aos ancestrais por acreditar na
força e proteção deles.

Dentre os festejos A Festa de Iemanjá é uma celebração religiosa em homenagem à orixá Iemanjá
ocorrida no seu dia, 2 de fevereiro, é a mais conhecida. Em Salvador, capital do estado brasileiro da
Bahia, é uma das mais populares e valorizadas do ano e atrai uma multidão imensa de fiéis e
admiradores às praias do Rio Vermelho.

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