Módulo 5 Fígado e Vesícula Biliar

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Fígado e Vesícula Biliar
M.V. Msc. Paulo Henrique de Souza Garcia

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FÍGADO:
•ANATOMIA
Anatomia
• Limites Anatômicos:
• extremidade cranial do fígado começa no nível do 6 EIC
• estendendo-se caudalmente até o 11 EIC; sendo o processo
caudado do lobo caudado a porção mais caudal do fígado (em
contato com o rim direito)
• Podendo haver variação, conforme a conformação torácica do
animal
Anatomia
rim direito
omento
coração
fígado
vesícula biliar
diafragma
Anatomia
• Lobulação (quatro lobos e quatro sublobos e dois processos):

• lobo esquerdo (sublobo medial e lateral)
• lobo quadrado (parcialmente fundido)
• lobo direito (sublobo medial e lateral)
• lobo caudado (processo caudado e papilar)
Anatomia
1. Lobo lateral esquerdo
2. Lobo medial esquerdo
3. Lobo quadrado
4. Lobo medial direito
5. Lobo lateral direito
6. Processo caudado
7. Processo papilar
8. Vesícula biliar
9. Veia cava caudal
10. Veia porta
11. Artéria hepática
12. Linfonodos hepáticos
Vascularização
• Único órgão com sistema de dupla circulação, com

suprimento da veia porta e da artéria hepática
• Veia porta: 2/3 da vascularização
• Artéria hepática: 1/3 da vascularização
• A drenagem do fígado é realizada pelas veias hepáticas,

que são tributárias da veia cava caudal
Vascularização
Nyland, 2015
Anatomia Ultrassonográfica
• Localização:
• Referências Anatômicas:
• Diafragma
• Ligamento/ gordura falciforme
• Rim direito
• Estômago
• Dimensões:
• Avaliação subjetiva:
• Rebordo costal
• Distancia entre estômago e diafragma
• Localização do rim direito
• Arredondamento das margens
• Variação de conformação torácica:

• Animais de tórax profundo parecem <
• Superfície e margens:
• Definidas
• Afiladas
• Regulares
• Ecogenicidade:
• Relação com outros órgãos:
• Hipoecogênico, em relação ao baço
• Discretamente hiperecogênico ou com a mesma ecogenicidade em
relação ao rim direito
• Variações da normalidade: espécie, raça e peso
• Variações sutis podem ser de difícil identificação
• Ecotextura:
• Homogênea, porem “grosseira” em relação ao baço
• Vascularização:
• Artéria hepática e seus ramos – de difícil visibilização
• Ramos portais – paredes hiperecogênica
• Veias hepáticas paredes finas pouco visibilizadas ( leito venoso)
• Vias Biliares:
• Intra-hepáticas – não visibilizadas em animais sadios
• Extra-hepáticas – ducto cístico e colédoco
L.M.E. L.L.E.
L.Q. L.M.E.
L.M.D
L.L.D.
P.C.
L.F.
VP
VCC
AO
Nyland, 1995
FÍGADO:
•TÉCNICA DE EXAME
Protocolo de exame
• Equipamento: aparelho e transdutores

Protocolo de exame
 Preparo do paciente:
◦ Jejum
◦ Antifisético (dimeticona)
◦ Tricotomia
◦ Gel
◦ Posicionamento do paciente
Protocolo de exame
• Planos de varredura:
• Transversais
• Sagitais
• Janelas:
• Subxifoide
• Subcostal
• Intercostal
Protocolo de exame – planos sagitais

Protocolo de exame – planos transversais

Técnica de varredura
Fígado Normal
Fígado Normal
Fígado Normal
Fígado Normal
Fígado Normal
Alterações hepáticas
•Focais: sensível e baixa especificidade

•Difusas: pouca sensibilidade
Alterações focais
• Anecogênicas: cistos, abscessos, hematomas e neoplasia
• Hipoecogênicas: abscessos, hematomas, neoplasia e hiperplasia
• Hiperecogênicas: hiperplasia, fibrose /nódulo de regeneração,

linfoma, calcificação e neoplasias
• heterogêneas: abscessos, hematomas, hiperplasia e neoplasias

Alterações focais - cistos
• Cistos
Múltiplos ou únicos,
congênitos ou
adquiridos e presentes
no parênquima ou
trato biliar
Alterações focais - Cistos

Pluto SRD, 10 anos

Pluto SRD, 10 anos

Pluto SRD, 10 anos

Pluto SRD, 10 anos

Pluto SRD, 10 anos

Pluto SRD, 10 anos
Alterações focais - Abscessos
- Raros em pequenos animais

- Associados a outras condições
predisponentes como doença
biliar, pancreatite, esteróides,
corpos estranhos perfurantes,
torção lobar e neoplasia
hepática




Alterações focais – Nódulos Hipoecogênicos
- único: hiperplasia nodular ou neoplasia

- múltiplos: cirrose, metástases
Alterações focais – Hiperplasia nodular Benígna
• De aparência variada, podendo ser isoecogênico ao parênquima,

hipoegoênico, discretamente hiperecogênico ou heterogêneo.
• Pode ocorrer em até 70% dos cães idosos
• O diagnóstico precoce pode ocorrer em cães entre 6 e 8 anos
• Ocorre em todos os cães acima dos 14 anos
Nyland, 2015
Alterações focais – Hiperplasia nodular Benigna


 Nódulo de regeneração / hiplerplasia








Alterações focais – Nódulos Hiperecogênicos
 Nódulo de regeneração / hiplerplasia

Carcinoma hepatocelular
Carcinoma hepatocelular



Alterações focais – Nódulos Heterogêneos







Alterações Difusas
Alterações difusas
• Parâmetros a serem avaliados:

• Dimensões
• Contornos
• Ecogenicidade
• Ecotextura
• Vascularização
• Penetração do feixe sonoro
• Hipoecogênicas: hepatite aguda, necrose, congestão passiva,

leucemia e linfoma
• Hiperecogênicas: lipidose hepática (gatos) ou esteatose, diabetes e
hepatopatia por esteróides – apresentam atenuação da
penetração do feixe sonoro
hepatite crônica, linfoma, colangiohepatite crônica e hepatites
tóxicas – sem atenuação (fígado brilhante)
• Hepatite aguda:
• Hepatomeglia
• Redução de ecogenicidade
• Evidenciação dos vasos portais
Alterações difusas – Hepatite aguda

Dama: Boxer F. 06 anos


Alterações difusas – Congestão passiva
• ICCD
• Doença pericárdica, pulmonar,
• dirofilariose, neoplasia cardíaca
• Insuficiência renal
• Super hidratação
• hérnia ou ruptura diafragmática
• Achados ultrassonográficos:
• Hepatomegalia
• Redução da ecogenicidade
• Dilatação dos vasos hepáticos
Alterações difusas – Congestão

Nino, felino, macho, 5 anos apresentando hérnia diafragmática

Branca, SRD, fêmea, apresentando Insuficiência cardíaca direita

Grande, SRD F., 09 anos

Grande, SRD F., 09 anos
• Aumento da ecogenicidade, com atenuação da penetração

do feixe sonoro:
• Ocorre comumente em casos de:
• lipidose hepática (gatos) ou esteatose
• diabetes Mellitus
• hepatopatia por esteróides
Talita, Felino, 03 anos

Ming, Poodle, M,. 9 anos - hipeadrenocorticisto
Coragem, SRD, M.
Obesidade
Leonidas, SRD, M, 13 anos Diabético
Aumento difuso da ecogenicidade hepática - Fígado “brilhante”
• Visualizado em epsódio de:

• hepatite tóxica (alimentar ou medicamentosa);
• Colangiohepatite crônica
• Linfoma
• Hepatite crônica

Clarencia, poodle, F. 16 anos. Leucocitose em tratamento para Erlichia




Paloma, cadela, SRD, 09 anos, epilética, tratando com fenobarbital

Roger, SRD, 14 anos – linfoma

Roger, SRD, 14 anos - linfoma

Roger, SRD, 14 anos - linfoma
Cirrose hepática
• Hepatíte Crônica -
• Hepatomegalia
com aumento
difuso da
ecogenicidade
Cirrose hepática
• Contornos irregulares
• Dimensões reduzidas
• Hiperecogênico
• Heterogêneo
• Vasos portais não
visibilizados
Cirrose hepática
Cirrose hepática
Cirrose hepática
Cirrose hepática
Vesícula Biliar
Anatomia
• Faz parte do sistema biliar, juntamente com o ducto cístico e os

ductos biliares intra e extra hepáticos
• Localizada no 7º EIC, entre os lobos quadrado e medial direito
• Formato variável, dependendo do corte
Arredondada – corte transversal
Ovalada ou piriforme – corte longitudinal
• Espessura da parede: até 1mm
• Ao ultrassom: parede fina e ecogênica, com conteúdo anecogênico
e homogêneo. Presença de reforço acústico posterior
• Transdutor de alta frequência (maior resolução)
• Planos de varredura: cortes longitudinal e transversal, nas janela

subxifóide e intercostal no 7º EIC (paraesternal)
Sistema Biliar
Sistema Biliar
Pennink e D’Anjou: 2015

Anatomia ultrassonográfica
Anomalias congênitas
• Achados comuns no gato e rara em cão

• Vesícula bilobada – parcialmente dividida por um
septo longitudinal
• Vesícula duplicada – completa divisão do órgão
• Duplicação de ducto
Pennink e D’Anjou: 2015

Alterações Biliares
Lama Biliar
• Conteúdo mais ecogênico, presença de material

ecogênico denso (ou ecodenso) no interior da VB
• Comumente encontrada em cães idosos, sedentários,
obesos e endocrinopatas
• A presença de lama biliar também é indicativo de estase
biliar
• Cuidado com lama biliar em gatos: pode indicar um
aumento das enzimas hepáticas e bilirrubina total
Lama Biliar
Lama Biliar
Lama Biliar
Lama Biliar
Lama Biliar
Lama Biliar
Fonte: MV Aline Feitosa

Irregularidade da parede – animal idoso

Colecistite
• Inflamação da vesícula biliar

• A prevalência de colecistite aguda e crônica em cães não foi
definida
• Principal achado ultrassonográfico é o edema de parede da VB,
causando espessamento desta
• Podemos ter ou não a presença de colelitíase e lama biliar
• Sensibilidade dolorosa aumentada durante a avaliação dessa
região (sinal de Murphy positivo) – em Medicina
• Nos processos crônicos podemos encontrar uma parede
espessada com mineralizações e pólipos
Colecistite
Colecistite
Colecistite
Colecistite
Colecistite
Colecistite crônica
Cuidado!!!
• A presença de líquido livre ao redor da vesícula biliar pode
ser confundida com um espessamento da parede
• Hipoalbuminemia, insuficiência cardíaca direita e choque

anafilático – edema de parede
Colangiohepatite
• É a segunda forma mais comum de doença hepática em gatos

• Em sua forma aguda, o fígado pode apresentar-se com
ecogenicidade mantida ou reduzida. Podemos encontrar
também um espessamento da parede da VB, presença de lama
biliar, colelitíase e dilatação de ducto cístico
• Em casos crônicos, visualizamos aumento de ecogenicidade
hepática, espessamento de parede da VB, lama biliar e
distensão e dilatação de vias biliares
Colangiohepatite
Pompom Fêmea SRD 03 anos
Colangiohepatite
Colangiohepatite
Colangiohepatite
Colangiohepatite
Paçoca: Tríade Felina





Alterações Biliares II
Cálculos
• São ocasionalmente encontrados em cães e gatos

• Geralmente não apresentam sintomatologia clínica
• Em alguns casos podem resultar em obstrução intraluminal de
vias biliares (menos comum)
• A colelitíase está frequentemente associada à colangiohepatite
em gatos
• Estrutura hiperecogênica, produtora de sombra acústica
posterior e móveis, na maioria das vezes
Cálculos
Cálculos
Cálculos
Cálculos
Cálculos
Cálculo cístico
Cálculo cístico
Cálculo cístico
Mucocele
• Importante causa de doença hepatobiliar em cães. Rara em gatos
• Etiologia desconhecida. Atenção com cães portadores de HAC
• A mucocele de vesícula biliar é uma afecção caracterizada por
acúmulo progressivo de muco biliar gelatinoso e espesso que
distende o lúmen vesical
• A mucocele pode levar a obstrução biliar e ruptura da parede
vesical
• Sinais clínicos: dor abdominal, inapetência, febre, vômitos e
icterícia ou pacientes assintomáticos
• Ao ultrassom: acúmulo de material ecogênico, organizado, imóvel,
formando estrias que se estendem do centro à periferia do lúmen
(aspecto de kiwi ou estriado ou estrela)
Mucocele
Mucocele
Mucocele
Mucocele
Belinha Poodle F., 13 anos
Mucocele
Nyland, 2002
Mucocele
Mucocele
Mucocele
Mucocele
MV. Esp. Vanessa Matos Pires

Mucocele

Mucocele

Mucocele

Mucocele

Necrose Biliar
Fonte: MV Esp. Luciana Cáfaro

Necrose Biliar
Fonte: MV Luciana Cáfaro

Necrose Biliar
Fonte: MV. Luciana Cáfaro

Necrose Biliar
Fonte: MV. Luciana Cáfaro

Ruptura de Vesícula Biliar
Nyland, 2015
Obstrução biliar
• Ultrassonografia é o melhor exame para diagnóstico de obstrução extra-

hepática
• Ducto biliar comum: <3mm em cães e <5mm em gatos
• Difícil diagnóstico em fase inicial:
• 24h – dilatação vesical
• 48h – dilatação de ducto cístico e colédoco
• 5 -7 dias – dilatação de ductos intra-hepáticos
• O fígado, trato biliar, pâncreas intestino delgado – investigar causa
Obstrução biliar
Obstrução biliar
Obstrução biliar
Mexerica: SRD, M. 13 anos
Imagens cedidas por: MV Msc. Guilherme Chaves, PUC Betim

Obstrução biliar

Obstrução biliar

Obstrução biliar
Fonte: M.V. Esp. Aline Pedrosa

Obstrução biliar
Romão gato SRD 15 anos
Obstrução biliar
Obstrução biliar
Obstrução biliar
Obstrução biliar

Obstrução biliar

Obstrução biliar

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Fígado e Vesícula Biliar

M.V. Msc. Paulo Henrique de Souza Garcia

• Lobulação (quatro lobos e quatro sublobos e dois processos):

• Único órgão com sistema de dupla circulação, com

• Veia porta: 2/3 da vascularização

• Artéria hepática: 1/3 da vascularização

• A drenagem do fígado é realizada pelas veias hepáticas,

• Variação de conformação torácica:

• Variações da normalidade: espécie, raça e peso

• Variações sutis podem ser de difícil identificação

• Equipamento: aparelho e transdutores

Protocolo de exame – planos sagitais

Protocolo de exame – planos transversais

•Focais: sensível e baixa especificidade

• Anecogênicas: cistos, abscessos, hematomas e neoplasia

• Hipoecogênicas: abscessos, hematomas, neoplasia e hiperplasia

• Hiperecogênicas: hiperplasia, fibrose /nódulo de regeneração,

• heterogêneas: abscessos, hematomas, hiperplasia e neoplasias

Alterações focais - cistos

Alterações focais - Cistos

Alterações focais - Cistos

Alterações focais - Cistos

Alterações focais - Cistos

Alterações focais - Cistos

Alterações focais - Cistos

Alterações focais - Abscessos

- Raros em pequenos animais

Alterações focais - Abscessos

Alterações focais - Abscessos

Alterações focais - Abscessos

Alterações focais - Abscessos

Alterações focais – Nódulos Hipoecogênicos

- único: hiperplasia nodular ou neoplasia

Alterações focais – Hiperplasia nodular Benígna

• De aparência variada, podendo ser isoecogênico ao parênquima,

Alterações focais – Hiperplasia nodular Benigna

Alterações focais – Hiperplasia nodular Benigna

Alterações focais – Hiperplasia nodular Benigna

 Nódulo de regeneração / hiplerplasia

Alterações focais – Nódulos Hipoecogênicos

Alterações focais – Nódulos Hipoecogênicos

Alterações focais – Nódulos Hipoecogênicos

Alterações focais – Nódulos Hipoecogênicos

Alterações focais – Nódulos Hipoecogênicos

Alterações focais – Nódulos Hipoecogênicos

Alterações focais – Nódulos Hipoecogênicos

Alterações focais – Nódulos Hiperecogênicos

 Nódulo de regeneração / hiplerplasia

Alterações focais – Nódulos Hiperecogênicos

Alterações focais – Nódulos Hiperecogênicos

Alterações focais – Nódulos Hiperecogênicos

Alterações focais – Nódulos Hiperecogênicos

Alterações focais – Nódulos Hiperecogênicos

Alterações focais – Nódulos Heterogêneos

Alterações focais – Nódulos Heterogêneos

Alterações focais – Nódulos Heterogêneos

Alterações focais – Nódulos Heterogêneos

Alterações focais – Nódulos Heterogêneos

Alterações focais – Nódulos Heterogêneos

Alterações focais – Nódulos Heterogêneos

• Parâmetros a serem avaliados: