Ao longo dos anos, a Educação de Jovens e Adultos sofreu diversas
alterações de acordo com as políticas públicas, criação e revogação de leis e
também de acordo com o cenário político de cada época. É notório que nem sempre se pensou o EJA de forma adequada, visando efetivamente a equidade de todos os educandos. Na reflexão fornecida fica claro que ao longo da trajetória do ensino de jovens e adultos a prioridade sempre foi responder as mudanças que operavam em ritmo crescente no país e no mundo e preparar os alunos para a formação profissional. Pensando em sala de aula, as práticas que devem caracterizar o ensino devem ser pensadas como defendia Paulo Freire, como um ato político e de conhecimento, valorizando a realidade em que os alunos estão inseridos para a partir daí organizar o ensino permeando um universo próprio, na qual os alunos se identifiquem e se sintam à vontade para atuar e participar. Em minhas práticas pedagógicas tento sempre buscar alternativas que possam unir a teoria com a prática e ao mesmo tempo buscar na comunidade escolar as respostas que o aluno suscita em sala. O artigo 205 diz que “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. A lei nem sempre consegue sair do papel, pensando em EJA, é necessário pensar também em formas de adequar o ensino a sua realidade, seu cotidiano e seus afazeres. A sala de aula deve estar preparada para encontrar alunos com realidades e dificuldade diversas, proporcionando uma educação efetiva para todos. Para finalizar, as funções reparadora, equalizadora e qualificadora do Ensino de Jovens e Adultos devem resgatar o direito à escolarização, ampliar a oferta de acesso e permanência aos que foram mais desfavorecidos no processo de escolarização e por fim promover aprendizagens permanentes. Ao professor cabe a importante função de oferecer um ensino de qualidade e contextualizada com a realidade do aluno, pensando em suas trajetórias humanas, como seres de direitos à vida, ao afeto, à educação, preparando-os para atuar democraticamente.