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A) PARTE TEÓRICA
5-1
ID
D
G +
VDS
- IS -
VGS
+
S
A polarização (CC) das fontes de tensão VDS e VGS é aquela normalmente utilizada
numa situação onde se busca a amplificação do sinal de tensão (CA) aplicado ao "gate" e
extraído no dreno.
É importante citar que, numa aplicação onde se deseja a amplificação, alguns
resistores são empregados no circuito da Fig.2, para que se tenha uma polarização
adequada.
A seta da porta G no diagrama da Fig.2 simboliza o fato de termos um efeito de
diodo (porta p+ e canal n).
Num JFET de canal P, deve-se inverter o sentido desta seta, bem como das
tensões e correntes vistas na Fig.2.
Observando a estrutura do JFET da Fig.1 nota-se que temos um dispositivo
unipolar, ao contrário do transistor bipolar de junção visto na experiência anterior. As
correntes no JFET são realizadas basicamente apenas pelos portadores majoritários;
elétrons no dispositivo de canal N e lacunas no de canal P.
Os transistores JFET mais comuns atualmente são de silício. Entretanto, deve-se
observar que elementos mais rápidos tem sido recentemente fabricados usando arseneto
de gálio. Estes últimos estão sendo largamente utilizados em receptores LNA ("low-noise
amplifier") de TV-satélite (também devido ao seu baixo ruído), na faixa de 3,7 a 4,2 Ghz.
A característica de saída ID x VDS de um JFET - canal N típico pode ser vista na
Fig.3.
5-2
Fig.3 - Característica de saída ID x VDS típica de um JFET - canal N.
5-3
G Cgd D
+
+
2
V
I DS = I DSS 1 - GS (1)
VP
∆ id V 2
gm = = g m0 1- GS = - ( I DSS I DS )1/ 2
∆ v gs Vp Vp (3)
onde gm0 é o valor de gm para VGS = 0, e vale:
5-4
2 I DSS
g m0 = -
Vp (4)
4 - Modelamento SPICE
Alguns parâmetros são introduzidos no SPICE ("Simulation Program with
Integrated Circuit Emphasis") no sentido de provocar um melhor casamento dos resultados
práticos com aqueles obtidos na teoria clássica.
S
x=L D
0 x G
5-5
S x = L′ D
G
0 x
L′
λ =
L V DS
[V ]
-1
(5)
Finalmente, deve-se frisar que este parâmetro estabelece uma condutância finita e
constante no circuito de dreno do JFET, na região de saturação.
5-6
O efeito resultante é a diminuição da condutância real g do canal. Deste modo, a
condutância efetiva gef é tal que tem-se a relação
1 1
= + rS + rD
g ef g
(6)
g
g ef =
1+ (r S + r D) g
(7)
V GS = V GS apl. - Vs (8)
dI D
g m ( ef ) =
dV GS apl A
dI D
g m (ef) = (9)
d(V GS + V S )
ou seja
1
g m (ef) = (10)
dV GS / dI D + dV S / dI D
5-7
gm
g m (ef) =
1+ r S g m (11)
rD
IGD
+ -
VGD +
G ID VDS
VGS -
IGS
+ -
rS
0 para V GS - V T0 ≤ 0
ID = β (V GS - V T0 )2 (1 + λ V DS ) para 0 < V GS - V T0 ≤ V DS (12)
β V DS [2(V GS - V T0 ) - V DS ] (1 + λ V DS ) para 0 < V DS < V GS - V T0
5-8
Algumas observações importantes sobre as relações (12):
dI D
= βλ (V GS - V T0 ) ≈ λ I D
2
g D,SAT ≡
dV DS (13)
5-9
V T0 = V P - φ 0 (14)
onde o potencial de construção (de barreira) φ0 (ou PB) tem valor "default" de 0,75 [V] no
SPICE. Se o valor de Vp de um JFET é bem maior do que φ0 pode-se muitas vezes
aproximar VT0 ≅ Vp.
Pode-se mostrar ainda que vale a relação
β = I DSS
2
VP (15)
I D,SAT = β (V GS - V P )
2
(16)
d I D,SAT
gm = = 2 β (V GS - V P ) (17)
dV GS
Observando esta relação (17), bem com como as relações (3) e (4), nota-se que
gm está relacionada diretamente com VGS. Entretanto, depende da raiz quadrada da
corrente principal IDS de polarização. Tal fato é muito importante em circuitos de AGC
(automatic gain control) nos amplificadores com JFET.
Para completar esta secção devemos observar os diodos no modelo da Fig.6. É
interessante notar que o SPICE coloca dois diodos no modelo do JFET; também não
coloca uma resistência de porta neste modelo. Sabe-se que, em operação normal de
amplificador, o JFET constuma ser polarizado perto de VGS = 0, mas ligeiramente negativo.
As junções destes dois diodos estão reversas, e o JFET possui então uma alta resistência
de entrada, o que o torna atrativo para muitas aplicações que requerem uma alta
impedância de entrada. Pode-se mesmo dizer que ele não necessita de correntes na
entrada, diferentemente do transistor bipolar. Tais correntes no JFET são dadas por:
5-10
KT
- I S + V GD GMIN para V GD ≤ - 5
q
I GD = (18)
KT
I S ( eqV GD / KT - 1) + V GD GMIN para V GD > - 5
q
qV GS / KT KT
I S ( e - 1) + V GS GMIN para V GS > - 5
q
I GS = (19)
KT
- I S + V GS GMIN para V GS ≤ - 5
q
5-11
a) Capacitância de depleção.
A relação válida é
C GX (0)
C GX = para V GX < FCx φ 0 (20)
V GX
1 -
φ0
b) Capacitância de Armazenamento
Para tensão VGS (ou VGD) maior do que o limiar FC x φ0 , os diodos (ver Fig.6)
podem conduzir apreciavelmente e deve-se utilizar a relação
C GX (0) V
C GX = F 3 + GX para V GX > FCx φ 0 (21)
F2 2 φ0
1+m
F 2 = (1 - FC ) (22)
F 3 = 1 - FC(1 + m) (23)
5-12
4.f - Modelo Incremental SPICE de Pequenos Sinais
Para finalizar esta secção, a Fig.8 ilustra o modelo incremental empregado no
SPICE.
CGD
gGD rD
G D
gGS
CGS gm × VGS gDS
rS
q qV GX / KT 5KT
KT I S e + GMIN para V GX > -
q
g GX = (24)
I 5KT
- S + GMIN para V GX ≤ -
V GX q
onde x é S ou D.
5-13
B) PARTE EXPERIMENTAL
TABELA 1
D ID
G +
VDS VDD
-
-
VGG VGS S
+
5-14
Obtenha a relação I D x V GS , como na Fig.7, em forma gráfica. Determine os
parâmetros SPICE: IDSS , β e VT0 e comente.
B.3 - Meça as capacitâncias CGS e CGD para tensões reversas variando de 0 até -5 [V ].
Coloque na Tabela 2.
B.4 - Polarize adequadamente o JFET utilizado nos ensaios, e avalie o circuito da Fig.B.2
quanto à polarização projetada. Verifique o ganho de tensão GV = vs / ve para f =1
[kHz], senoidal. Escolha um valor do capacitor eletrolítico CS adequado. Por quê?
Há ganho de tensão? E de corrente? E de potência? Comente sobre as conclusões.
5-15
VDD = 12 [V]
RD
+
D
50 [Ω] vs
G
+
RS
Gerador CS
de 50 [Ω]
B.5 - Altere agora o circuito da fig.B.2 e monte o amplificador sintonizado. Para isto,
substitua o resistor RD por uma combinação LC paralela (L = 180 µH e C = 330 pF).
Verifique o comportamento de Gv(f) em função da frequência, em torno da
frequência central fc. Compare o ganho de tensão Gv na sintonia, com aquele obtido
no circuito anterior. Comente e explique.
B.6 - Simule no SPICE a obtenção da curva do item B.1. Ajuste os parâmetros do JFET
para uma situação real, de acordo com os valores que você levantou no lab. (IDSS, β,
VT0, etc).
B.7 - Faça a simulação no SPICE das curvas Id × Vds , para Vgs = cte. Para isso, use o
arquivo CURVFETN.CIR semelhante ao dado abaixo: coloque os parâmetros
medidos no Lab. Após rodar, peça no Probe ID(J1).
Obs: Para uma melhor visão perto da origem, faça um DC SWEEP mais fino (0 a 1 V),
com incrementos também mais finos (.01 V, por ex.).
* * * CURVFETN.CIR * * *
5-16
* * * CURVAS Id × Vds em função de Vgs para JFET Canal N * * *
* * * EXP. 5 de EE-617 * * *
Vdd 2 0 DC 6 V
Vgg 1 0 DC 0V
J1 2 1 0 BF245A
.DC Vdd 0 12 .1 Vgg 0 -.8 -.2
.TEMP 27
.MODEL BF245A NJF (VTO = -1.8 LAMBDA=.01 BETA=1E-4 PB=.7 RS=30
CGD=4.3pF CGS=3.2pF)
.OP
.PROBE
.END.
Faça os comentários sobre as curvas obtidas. Compare e comente.
B.8 - Simule no SPICE o circuito da Fig.B.2 usado em nossa Experiência. Crie um arquivo
adequado para análise da resposta AC (Magnitude e Fase) semelhante ao realizado
no experimento anterior para transistores bipolares. Varie a frequência, de tal modo
que se possa ver eventuais cortes nas baixas e nas altas. Comente. Compare os
resultados da simulação com aqueles obtidos no laboratório.
Obs1: Para melhor visualização da curva de ganho de tensão no Probe do SPICE, peça
um comando com “mais” do que 10 pontos por década, ou seja:
•AC DEC 10 Fi Khz Fs KHz
aumentar
Obs2: Ajuste as frequências inferior (Fi) e superior (Fs) da varredura como julgar melhor.
REFERÊNCIAS:
"Semicondutor Device Modeling with SPICE", Paolo Antognetti e Giuseppe Massobrio,
1988, McGraw-Hill Book Company.
"Eletrônica Aplicada" , Darcy Domingues Novo, Vol.1 e 2, 1973, Livros Técnicos e
Científicos Editora S.A.
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