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ILUSTRÍSSIMO SENHOR DIRETOR DO DEPARTAMENTO ESTADUAL DE

TRÂNSITO – JARI/SP

DEFESA PARA CANCELAMENTO DA PENALIDADE

PLACA: FRM-6184
PENALIDADE: 5A8825076

I – PRELIMINARMENTE

DO EFEITO SUSPENSIVO DA PONTUAÇÃO

Tendo em vista que a presente infração é objeto de


recurso, os pontos correspondentes devem permanecer suspensos até o
julgamento não podendo estes serem computados para fim de instauração de
processo administrativo de suspensão conforme dispõe o artigo 5º, da
Deliberação nº 163.
DA TEMPESTIVIDADE

Note-se que a tempestividade será formulada


conforme dispõe o artigo 282, parágrafo 4º do Código de Trânsito Brasileiro,
todavia não será excludente da apreciação das preliminares e do mérito por parte
desta E. Junta julgadora.

II – DOS FATOS

No dia 13 de outubro de 2019, aproximadamente às


05horas e 16/ 17minutos., foram impostas as recorrentes referidas
penalidades, foi imposta pelo I. órgão de trânsito penalidade ao requerente, por
ter supostamente transitado em velocidade superior à máxima permitida em
mais de 50%, o que de fato aconteceu. Porém, o veículo estava em posse de
meu esposo que estava a socorrer seu pai VALDIR BARBOSA DE SOUZA.

Como relatado, meu esposo estava a socorrer sua pai,


sendo obrigado a infringir a norma de trânsito uma vez que ponderado a bem de
maior valor, no caso a vida do Sr.Valdir, conforme provas que junto em anexo.

Respeitar a norma de trânsito exigida no local seria


colocar em risco a vida do Sr.Valdir, sendo inexigível do condutor, em especial
pela forte pressão e preocupação com a situação que precisava conduzir.

Por tais razões que o Código de Trânsito Brasileiro


confere prioridade e livre circulação aos veículos em estado de urgência:

Art.29. O trânsito de veículos nas


vias terrestres abertas à circulação
obedecerá às seguintes normas:
(...)
VII – os veículos destinados a
socorro de incêndio e salvamento,
os de polícia, os de fiscalização e
operação de trânsito e as
ambulâncias, além de prioridade
de trânsito, gozam de livre
circulação, estacionamento e
parada, quando em serviço de
urgência (...).

Nestes casos, a ilicitude do fato dever ser


afastada, conforme precedentes sobre o tema:

APELAÇÃO – ANULATÓRIA – MULTA DE


TRÂNSITO – Ambulância do Município de
Santa Lúcia que fora autuada por transitar em
velocidade superior à máxima permitida para
determinada via – Comprovada a prestação
de serviços de emergência no momento da
infração – Descaracterizada a ilicitude do
ato, nos termos do artigo 29, inciso VII, do
Código de Trânsito Brasileiro – Sentença
de improcedência ratificada (art. 252, RITJSP)
– Recurso não provido. (TJ-SP
00001997720158260040 SP 0000199-
77.2015.8.26.0040, Relator: Ponte Neto, Data
de Julgamento: 25/10/2017, 8ºCâmara de
Direito Público, Data de Publicação:
25/10/2017)

A doutrina ao tratar sobre o tema, esclarece


sobre a excludente de culpabilidade no caso de estado de necessidade
justificante:

a-) Estado de necessidade justificante –


configura-se quando o bem ou interesse
sacrificado for de menor valor. Nessa hipótese,
a ação de salvaguarda será considerada lícita,
justificada, portanto, afastando sua criminalidade,
desde que tenha sido indispensável para a
conservação do bem mais valioso.
(BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de
direito penal: parte geral 1.24 ed.Saraiva,
2018.Versão ebook p.p.9731)

E no presente caso, enquadra-se perfeitamente o


estado de necessidade justificante, uma vez que ao infringir referida regra de
trânsito nenhuma vida foi colocada em risco, o que ocorreria no caso fosse
obrigado a transitar no limite permitido, colocando a vida do Sr.Valdir Barbosa
de Souza em risco.

I – DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

Diante de tais circunstâncias, fica perfeitamente


caracterizada a inobservância à lei. O princípio da legalidade é a base de todos
os demais princípios, uma vez que instrui, limita e vincula as atividades
administrativas, conforme refere Hely Lopes Meirelles:

“A legalidade, como princípio


de administração (CF, art.37, caput), significa que o
administrador público está, em toda a sua atividade
funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às
exigências do bem comum, e deles não se pode
afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido
e expor-se a responsabilidade disciplinar, civil e
criminal, conforme o caso.
A eficácia de toda atividade
administrativa está condicionada ao atendimento da
Lei e do Direito. É o que diz o inc. I do parágrafo
único do art.2º da lei 9.784/99. Com isso, fica
evidente que, além da atuação conforme à lei, a
legalidade significa, igualmente, a observância dos
princípios administrativos.

Na administração Pública não


há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na
administração particular é lícito fazer tudo que a lei
não proíbe, na Administração Pública só é permitido
fazer o que a lei autoriza. A lei para o particular
significa ‘poder fazer assim’; para o administrador
público significa ‘deve fazer assim’. “(in Direito
Administrativo Brasileiro, Editora Malheiros, 27ª ed.,
p. 86,

No mesmo sentido, leciona


Diógenes
Gasparini:
“O Princípio da legalidade
significa estar a Administração Pública, em toda sua
atividade, presa aos mandamentos da lei, deles não
se podendo afastar, sob pena de invalidade do ato e
responsabilidade do seu autor. Qualquer ação
estatal sem o correspondente calço legal ou que
exceda o âmbito demarcado pela lei, é injurídica e
expõe à anulação. Seu campo de ação, como se vê,
é bem menor que o do particular. De fato, este pode
fazer tudo que a lei permite e tudo o que a lei não
proíbe; a aquela só pode fazer o que a lei autoriza e,
ainda assim, quando e como autoriza. Vale dizer, se
a lei nada dispuser, não pode a Administração
Pública agir, salvo em situação excepcional (grande
perturbação da ordem, guerra)” (in GASPARINI,
Diógenes, Direito Administrativo, Ed.Saraiva, SP,
1989, p.06)

Portanto, uma vez demonstrado o descumprimento ao


devido processo legal e ao princípio da legalidade, tem-se por inequívoco o
direito à nulidade do Auto de Infração.

DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto REQUER:

1. Seja recebido o presente Recurso, pois atende a


todos os requisitor de sua admissibilidade de acordo com a Res.299/08
do CONTRAN;
2. Seja julgado PROCEDENTE o presente recurso, e por
via de consequência o cancelamento da penalidade imposta, conforme
preceitua o art.281, inciso I do CTB, sendo anulada a pontuação;

3. Seja a decisão devidamente motivada, nos termos do


Art.37 da Constituição Federal e Lei 9.784/00;

4. Caso o presente recurso não seja julgado em 30


dias, requer desde já, o efeito suspensivo nos termos do Art.285, §3º do CTB.

Termos em que,
Pedem deferimento.

São Paulo, 20 de maio 2020.


di
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