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REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO
PRINCÍPIOS DA (PARA) ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Classificação para fins didáticos

1) Basilares ou Básicos
- Supremacia do Interesse Público sobre o interesse particular
- Indisponibilidade do interesse público pela própria Administração Pública
Legalidade e Supremacia do Interesse Público (Di Pietro)

2) Constitucionais expressos
- Legalidade - Moralidade
- Publicidade -
Impessoalidade - Eficiência

3) Constitucionais implícitos
Alguns são explicitados na legislação infraconstitucional.
REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO -
PRINCÍPIOS DA (PARA) ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Constitucionais expressos no artigo 37
- Legalidade
- Impessoalidade
- Moralidade
- Publicidade
- Eficiência

“Implícitos” - abordados neste slide


- Juridicidade
- Autotutela
- Princípio da Inafastabilidade da Prestação Jurisdicional
- Princípio do Controle Judicial dos Atos Administrativos
- Controle da Administração Pública
- Segurança Jurídica
- Boa fé
SUPREMACIA DO INTERESSE INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO
PÚBLICO SOBRE O INTERESSE PELA PRÓPRIA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PARTICULAR

LEGALIDADE IMPESSOALIDADE MORALIDADE PUBLICIDADE EFICIÊNCIA

Finalidade Motivação Razoabilidade Proporcionalidade Ampla Defesa

Contraditório Segurança Jurídica Interesse Público Autotutela Boa-fé

Continuidade Controle ou tutela Hierarquia Igualdade Tipicidade

Subsidiariedade Participação Transparência Devido processo legal

Presunção de legalidade, legitimidade e veracidade Responsabilidade

Proteção à Confiança Legítima JURIDICIDADE

Controle judicial dos atos administrativos Inafastabilidade da prestação jurisdicional


PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Carta Magna - 1215
Os artigos principais da Carta Magna, para a Era Moderna, são:
a) nenhum “homem livre” poderia ser preso sem julgamento;
b) a instituição do habeas-corpus;
c) o princípio da presunção de inocência;
d) para pagar impostos era necessário haver representação (no taxation
without representation)
1) Idade Média – época das monarquias absolutas. Servos e Vassalos.
Estado de Polícia: direito ilimitado de administrar. estruturado sobre os
princípios:
a) - quod regi placuit lex est (o que o rei decidiu, é lei)
b) - the king can do no wrong (o rei não erra)
c) - le roi ne peut mal faire (o rei não pode errar)
2) O Rei não podia ser submetido aos Tribunais – base para a teoria da
irresponsabilidade do Estado.
3) Alguns afirmam que o Direito Administrativo é produto exclusivo da
situação gerada pela Revolução Francesa (1789 - 1799) só existindo nos
países que adotam os princípios por ela defendidos.
Principio da LEGALIDADE
Art. 5º
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei;

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a


coisa julgada;

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;


CONTROLE DE LEGALIDADE

1) Princípio da Autotutela
2) Princípio do controle da Administração Pública pelo Poder
Judiciário
3) Princípio da Juridicidade
4) Irregularidade, Anulabilidade, Nulidade e Inexistência
CONTROLE DE LEGALIDADE
Princípio da Juridicidade (trecho de ementa do STJ)
A expressão legalidade, que durante a primeira fase do Estado de Direito
dominava a avaliação da validez dos atos administrativos, perdeu, desde os anos
iniciais da década de 50 do século XX, a sua primazia.

Hoje, o sentido de Estado Democrático de Direito não se rege mais pela simples
legalidade, que assumiu a feição de legalismo.

O Estado contemporâneo submete-se à juridicidade, que abrange, além das regras


positivas, os princípios jurídicos da justiça, da razoabilidade e da
proporcionalidade. Desse modo, os conceitos abertos ou indeterminados não
fornecem mais base jurídica suficiente para afastar a incidência de direitos subjetivos
fundamentais.
Controle pelo Poder Judiciário
O Poder Judiciário verifica a juridicidade dos atos administrativos, declarando a sua
nulidade, se for esse o caso.

Juridicidade = conformação do ato com o sistema


jurídico, com todas as regras e princípios

Declaração de nulidade - a anulação do ato administrativo


produz efeitos ex tunc
Princípio da Autotutela
Art. 53, da Lei nº 9.784 e Súmula 473, do STF

SÚMULA 473. A administração pode anular seus próprios atos, quando


eivados de vícios que os tornam ilegais, porque dêles não se originam
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.

Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados
de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Constituição Federal
Art. 5ºXXXV - - a lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

Princípio da Inafastabilidade da Prestação Jurisdicional


Princípio do Controle Judicial dos Atos Administrativos
Sistemas de Jurisdição

Sistema Francês
ou sistema dual, sistema duplo, sistema do contencioso administrativo

X
Sistema Inglês
ou sistema uno, ou sistema único
LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999.
CAPÍTULO XIV
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO

Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando


eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos.
Anulação
efeitos ex tunc - Administração Pública e Poder Judiciário
- Legalidade (Juridicidade)

Revogação
efeitos ex nunc - Administração Pública - Mérito
Administrativo
STF - Súmula 473

A ADMINISTRAÇÃO PODE ANULAR SEUS PRÓPRIOS ATOS,


QUANDO EIVADOS DE VÍCIOS QUE OS TORNAM ILEGAIS,
PORQUE DELES NÃO SE ORIGINAM DIREITOS; OU REVOGÁ-
LOS, POR MOTIVO DE CONVENIÊNCIA OU OPORTUNIDADE,
RESPEITADOS OS DIREITOS ADQUIRIDOS, E RESSALVADA, EM
TODOS OS CASOS, A APRECIAÇÃO JUDICIAL.

Data de Aprovação Sessão Plenária de 03/12/1969 Fonte de Publicação


DJ de 10/12/1969,
LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999.

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que


decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos,
contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-
se-á da percepção do primeiro pagamento.
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade
administrativa que importe impugnação à validade do ato.
--x--x--

Prazo decadencial - prazo 5 anos - efeitos favoráveis - boa-fé


Contagem do prazo - primeiro pagamento - efeito patrimoniais contínuos
Exercício do direito de anular - qualquer medida que importe impugnação
LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999.

Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao


interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem
defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria
Administração.
--x--x--

Convalidação - ato posterior atribui valor ao ato viciado (ato anulável)


Requisitos - decisão - ausência de lesão ao interesse público e prejuízo a
terceiros
Artigo 54 da Lei 9.784/99
Legalidade e Supremacia do Interesse Público
x Segurança Jurídica e Boa-Fé

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que


decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos,
contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência


contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.

§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de


autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato.
Controle da Administração Pública
O Poder Judiciário verifica a juridicidade dos atos administrativos, declarando a sua nulidade,
se for esse o caso.

A Administração Pública também exerce o (auto)controle de juridicidade e de mérito

Juridicidade = conformação do ato com o sistema


jurídico, com todas as regras e princípios

Declaração de nulidade - a anulação do ato administrativo


produz efeitos ex tunc
Constituição Federal
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
e, também, ao seguinte:

Lei n. 9.784/99
Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal

Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da


legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade,
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e
eficiência.
Artigo 54, da Lei 9.784/99
Legalidade e Supremacia do Interesse Público x
Segurança Jurídica, Boa-Fé

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos


administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que
foram praticados, salvo comprovada má-fé.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de
decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida
de autoridade administrativa que importe impugnação à validade
do ato.
Princípio da Autotutela
Art. 53, da Lei nº 9.784 e Súmula 473, do STF

SÚMULA 473. A administração pode anular seus próprios atos, quando


eivados de vícios que os tornam ilegais, porque dêles não se originam
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.

Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados
de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
SÚMULAS VINCULANTES

SÚMULA VINCULANTE 3
Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando
da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada
a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

SÚMULA VINCULANTE 5
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.

SÚMULA VINCULANTE 13
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau,
inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção,
chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função
gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a
Constituição Federal.
SÚMULA VINCULANTE 13

A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral


ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante
ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção,
chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de
confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública
direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante
designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

1) Relacionado ao princípio da finalidade, conforme Hely Lopes


2) Decorrente do princípio republicano
3) Dois sentidos:
a) a Administração Pública (o Estado exercendo a função
administrativa) é impessoal
b) os administrados são impessoais para a Administração
Pública
4) Veda a pessoalização das relações jurídicas administrativas, a
promoção pessoa dos agentes públicos (com recursos públicos)
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

5) Princípio da isonomia aplicado à Administração Pública

Art. 37, § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela
não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal
de autoridades ou servidores públicos.
PRINCÍPIO DA MORALIDADE
PRINCÍPIO DA MORALIDADE
1) Evolução. Religião. Filosofia. Direito.
2) Diferente da “moral comum” ou da moral individual
3) A moral administrativa corresponde a uma conduta (comissiva ou omissiva) que
respeite a justiça - conduta justa - conforme o sistema jurídico vigente
4) Dar a cada um o que é seu. Reconhecer a cada um o seu direito. Conforme o
sistema jurídico vigente.
5) Ética, honestidade, retidão, lealdade, boa fé, justiça, probidade da Administração
Pública e dos seus agentes públicos
6) Na CF/88 não há a palavra “imoralidade” ou “imoral”, há improbidade (ofensa à
moralidade administrativa)
7) O ato imoral é nulo (ou juridicamente inexistente, se ferir frontalmente o sistema
jurídico)
8) O controle da juridicidade (p. da autotutela e p. do controle da Adm. Pública pelo
PJ) abrange a moralidade administrativa
9) O ato imoral é injurídico, ainda que seja legal (em sentido estrito).
PRINCÍPIO DA MORALIDADE
10)Constituição Alemã - https://www.btg-bestellservice.de/pdf/80208000.pdf
11) Lei Fundamental da República Federal da Alemanha de 23 de maio de 1949
12)Artigo 1 [Dignidade da pessoa humana – Direitos humanos – Vinculação jurídica
dos direitos fundamentais] (1) A dignidade da pessoa humana é intangível.
Respeitá-la e protegê-la é obrigação de todo o poder público. (2) O povo alemão
reconhece, por isto, os direitos invioláveis e inalienáveis da pessoa humana como
fundamento de toda comunidade humana, da paz e da justiça no mundo. (3) Os
direitos fundamentais, discriminados a seguir, constituem direitos diretamente
aplicáveis e vinculam os poderes legislativo, executivo e judiciário.
13)Artigo 2 [Direitos de liberdade] (1) Todos têm o direito ao livre desenvolvimento
da sua personalidade, desde que não violem os direitos de outros e não atentem
contra a ordem constitucional ou a lei moral. (2) Todos têm o direito à vida e à
integridade física. A liberdade da pessoa é inviolável. Estes direitos só podem ser
restringidos em virtude de lei.
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

1) Publicidade efetiva dos atos da administração pública - república - res


pública
2) Publicidade Efetiva (quanto ao meio e tempo) dá conhecimento ao
povo (titular do poder) e marca a vigência dos atos e normas
3) Publicidade em meio oficial, por afixação, comunicação individual,
“sitio” eletrônico, jornal de grande circulação, diário oficial (físico ou
virtual)
4) Exceções:
a) atos relacionados à segurança do Estado ou da sociedade
b) aspectos da vida privada, da intimidade e privacidade das pessoas
(especialmente crianças e adolescentes)
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
5) A publicidade da Administração Pública deve ter caráter informativo,
educativo ou de orientação social (“A publicidade dos atos, programas,
obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou de orientação social …”)
6) Ausência de publicidade - ato inválido - anulável ou nulo - convalidação
possível em alguns casos
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Exemplo dos riscos da “ampla” publicidade:

https://canaltech.com.br/seguranca/hacker-tenta-contaminar-suprimento-de-agua-
de-cidade-nos-eua-178693/
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
1) Inserido na CF/88 pela EC-19/1998 - Reforma Administrativa
2) Corresponde ao modelo de Administração Gerencial (Evolução: Administração
Patrimonial, Administração burocrática e Administração gerencial)
3) Abrange Eficácia e Efetividade da Administração Pública e dos agentes públicos
4) Controle de resultados. Otimização. Economicidade. Racionalidade e Inteligência na
utilização dos recursos públicos. Eficaz utilização para se alcançar a finalidade pública
com efetividade.
5) CF/88 - Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: ...II - comprovar a
legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal,
bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
6) Concursos Públicos e Licitações Públicas - Avaliação Periódica de Servidores -
Exemplos
7) Direito Fundamental à boa administração
Exemplo - Ponderação

STJ - Princípio da segurança jurídica assegura direito de servidores sem concurso a ficar no cargo na
Assembléia Legislativa da PB - RMS 25652
O STJ assegurou o direito a 12 servidores de permanecer em seus respectivos cargos na Assembléia Legislativa do
Estado da Paraíba e, entre os já aposentados, o de preservar suas aposentadorias. A decisão unânime é da Quinta
Turma, que, sob a relatoria do ministro Napoleão Nunes Maia Filho, entendeu que a efetivação dos servidores sem
concurso foi, sem dúvida, ilegal, mas o transcorrer de quase 20 anos sem que a administração se manifestasse tornou
a situação irreversível, impondo a prevalência do princípio da segurança jurídica.
Porém, não é menos certo que o poder-dever da administração de invalidar seus próprios atos encontra limite
temporal no princípio da segurança jurídica, pela evidente razão de que os administrados não podem ficar
indefinidamente sujeitos à instabilidade originada do poder de autotutela do Estado.
Em seu voto, o ministro afirma ainda que a singularidade do caso impõe a prevalência do princípio da segurança
jurídica na ponderação dos valores em questão (legalidade e segurança), não se podendo fechar os olhos à realidade
e aplicar a norma jurídica como se incidisse em ambiente de absoluta abstração.
Princípio da Publicidade - Exemplo

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO


PÚBLICO. PRAZO PARA POSSE. COMUNICAÇÃO POR DIÁRIO
OFICIAL DA UNIÃO.
A comunicação da nomeação do candidato aprovado em concurso público única
e exclusivamente por meio de Diário Oficial da União, no caso concreto, não
atingiu o seu objetivo e não atendeu aos princípios da publicidade e da
razoabilidade.
Segurança parcialmente concedida.

(MS 16.603/DF, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, Rel. p/ Acórdão


Ministro CESAR ASFOR ROCHA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
24/08/2011, DJe 02/12/2011)
Princípio da Publicidade - Razoabilidade - Eficiência - Exemplo
ADMINISTRATIVO. PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. AGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA
SOCIAL. PRAZO PARA REALIZAÇÃO DA PERÍCIA MÉDICA DOS SEGURADOS. FIXAÇÃO DE
PRAZO DE ATÉ 15 DIAS. RAZOABILIDADE. CELEBRAÇÃO DE CONVÊNIO COM O SUS.
POSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA. AMPLA DIVULGAÇÃO DO PRAZO NAS
DEPENDÊNCIAS POR INFORMES LEGÍVEIS E VISÍVEIS E POR DISPOSITIVOS DE INFORMAÇÃO
FACILITADORES DA INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE.
DIREITO À INFORMAÇÃO.
1. Na origem, o Ministério Público Federal propôs ação civil pública contra o INSS para que, em síntese, a
autarquia fosse condenada à realização da perícia médica dos segurados no prazo máximo de 15 (quinze)
dias relativamente à Agência da Previdência Social de São Bernardo do Campo, a qual está demorando, em
média, 5 (cinco) meses para o atendimento pericial.

2. O STF tem decidido que, ante a demora do Poder competente, o Poder Judiciário poderá determinar,
em caráter excepcional, a implementação de políticas públicas de interesse social - principalmente
nos casos que visem a resguardar a supremacia da dignidade humana -, sem que isso configure
invasão da discricionariedade ou afronta à reserva do possível. Precedentes.
Princípio da Publicidade - Razoabilidade - Eficiência - Exemplo
3. Diante da ausência de previsão legal, coaduna-se com a razoabilidade e a eficiência a fixação do
prazo de até 15 (quinze) dias para que a agência realize a perícia médica dos segurados por ela atendidos. O
parâmetro baseia-se na Lei 8.213/1991, a qual estabelece o prazo de 15 (quinze) dias para início do
recebimento de benefícios previdenciários de aposentadoria por invalidez (art. 43) e auxílio-doença (art.
60), bem como o prazo de 15 (quinze) dias para a empresa que dispor de serviço médico, próprio ou
conveniado, realizar a perícia do empregado para fins de abono de falta (art.
60, § 4º).

4. O Decreto 8.691/2016 veio a alterar o Regulamento da Previdência Social - RPS, para prever a
possibilidade de o INSS celebrar convênio com órgãos e entidades públicas integrantes do SUS para a
realização de perícia médica, além de outras medidas tendentes a agilizar os trabalhos periciais.

5. Em razão do princípio da publicidade, a Administração deve dar a mais ampla divulgação possível de seus
atos aos administrados, sendo o sigilo admitido em poucas situações. Ademais, o gênero direito à
informação corresponde a uma garantia fundamental da pessoa humana, sendo assegurado "a todos o
acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional" (art.
5º, XIV, da Constituição da República).
Princípio da Publicidade - Razoabilidade - Eficiência - Exemplo

6. A Agência da Previdência Social deverá dar publicidade e informar que a perícia médica será realizada
em até 15 (quinze) dias, mediante informes com dizeres precisos, a serem fixados em suas dependências,
em locais visíveis e com letras de tamanho legível, bem como por dispositivos facilitadores da informação às
pessoas com deficiência, a exemplo dos deficientes visuais, nos termos da Lei Brasileira de Inclusão da
Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015).

Recurso especial do INSS improvido. (REsp 1586142/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS,
SEGUNDA TURMA, julgado em 05/04/2016, DJe 18/04/2016)
Constituição Federal - artigos
Art. 5º

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido


processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com
os meios e recursos a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios
ilícitos;
Constituição Federal - artigos

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou


ameaça a direito;

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico


perfeito e a coisa julgada;

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;


Constituição Federal - artigos

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
e, também, ao seguinte

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos


públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela
não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos.
LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999.
Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal.
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da
Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da
União, quando no desempenho de função administrativa.
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da
Administração indireta;
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade,
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e
eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros,
os critérios de:
………………...
LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999.
CAPÍTULO XIV
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram
efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da
percepção do primeiro pagamento.
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade
administrativa que importe impugnação à validade do ato.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem
prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados
pela própria Administração.
QUESTÕES
1. (OAB/RJ 32 CESPE/2007)
De acordo com o princípio da publicidade administrativa,
A) não se admite qualquer espécie de sigilo no exercício de funções
administrativas.
B) só existem atos administrativos escritos e sua eficácia é sempre
condicionada à publicação no Diário Oficial.
C) o ato administrativo deve ser sempre publicado em sítio do órgão
ou entidade pública na Internet.
D) pode haver sigilo de informações administrativas quando tal for
imprescindível à segurança do Estado e da sociedade.
2.(UEPA NÍVEL MÉDIO AGENTE ADMINISTRATIVO
CESPE/2007)

São princípios básicos da administração pública:

A)legalidade, moralidade, eficiência e razoabilidade.


B)legalidade, moralidade, publicidade e proporcionalidade.
C)razoabilidade e proporcionalidade, apenas.
D)legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
3. (FUNDAC/PB ADVOGADO CESPE/2008)

Os princípios fundamentais da administração pública previstos de forma


expressa na Constituição Federal não incluem o da

A) moralidade.
B) publicidade.
C) legalidade.
D) proporcionalidade.
4 Com relação aos princípios constitucionais da Administração Pública é
CORRETO afirmar:

a. O da legalidade comporta exceção no caso de ato discricionário.


b. O desvio de finalidade implica em ofensa ao da publicidade.
c. A inobservância ao da proporcionalidade, acarreta também ofensa ao
da razoabilidade.
d. Os princípios administrativos aplicam-se apenas às esferas Estaduais
do Poder Executivo.
5. Os princípios informativos do Direito Administrativo:

a. Ficam restritos àqueles expressamente previstos na Constituição


Federal.
b. Consistem no conjunto de proposições que embasa um sistema e lhe
garante a validade.
c. Ficam restritos àqueles expressamente previstos na Constituição
Federal e nas Constituições Estaduais.
d. São normas previstas em regulamentos da Presidência da República
sobre ética na Administração Pública.
e. São regras estabelecidas na legislação para as quais estão previstas
sanções de natureza administrativa.
6. Prova: FCC - 2004 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista Judiciário - Área
Administrativa - Aristóteles Júnior teve reconhecido determinado direito com
base em interpretação de certa norma administrativa, adotada em caráter
uniforme para toda a Administração. Posteriormente, visando melhor
atendimento de sua finalidade, o Poder Público modificou referida
interpretação, em caráter normativo, de forma retroativa, afetando a situação de
Aristóteles, que já se encontrava consolidada na vigência da anterior orientação.
A situação narrada afrontou o denominado:

a. eficiência.
b. impessoalidade.
c. publicidade.
d. razoabilidade.
e. segurança jurídica.
7 - CESPE - 2014 - TJ-CE - Técnico Judiciário - Área Administrativa
Com relação aos princípios que fundamentam a administração pública,
assinale a opção correta:
a. A publicidade marca o início da produção dos efeitos do ato administrativo e,
em determinados casos, obriga ao administrado seu cumprimento.
b. Pelo da autotutela, a administração pode, a qualquer tempo, anular os atos
eivados de vício de ilegalidade.
c. O regime jurídico-administrativo compreende o conjunto de regras e
princípios que norteia a atuação do poder público e o coloca numa posição
privilegiada.
d. A necessidade da continuidade do serviço público é demonstrada, no texto
constitucional, quando assegura ao servidor público o exercício irrestrito do
direito de greve.
e. O princípio da motivação dos atos administrativos, que impõe ao
administrador o dever de indicar os pressupostos de fato e de direito que
8 - FCC - 2008 - TRF - 5ª REGIÃO - Técnico Judiciário - Área
Administrativa. Os princípios informativos do Direito Administrativo:

a. Ficam restritos àqueles expressamente previstos na Constituição


Federal.
b. Consistem no conjunto de proposições que embasa um sistema e lhe
garante a validade.
c. Ficam restritos àqueles expressamente previstos na Constituição Federal
e nas Constituições Estaduais.
d. São normas previstas em regulamentos da Presidência da República
sobre ética na Administração Pública.
e. São regras estabelecidas na legislação para as quais estão previstas
sanções de natureza administrativa.
9 - (TRE – GO CESPE 2009 TÉCNICO JUDICIÁRIO) Segundo Maria
Sylvia Di Pietro, "os órgãos da administração pública são estruturados de
forma a criar uma relação de coordenação e subordinação entre eles,
cada qual com suas atribuições previstas em lei." Direito Administrativo.
16.ª edição, São Paulo: Atlas, p. 74 (com adaptações). O trecho acima
corresponde ao princípio do(a)

a. Hierarquia.
b. Autotutela.
c. Especialidade.
d. Controle ou tutela.
10- (FCC - 2014 - TCE-RS - Auditor Público Externo) Os princípios que
regem a Administração pública
a) são aqueles que constam expressamente do texto legal, não se
reconhecendo princípios implícitos, aplicando-se tanto à Administração direta
quanto à indireta.
b) podem ser expressos ou implícitos, os primeiros aplicando-se
prioritariamente em relação aos segundos, ambos se dirigindo apenas à
Administração direta.
c) são prevalentes em relação às leis que regem a Administração pública, em
razão de seu conteúdo ser mais relevante.
d) dirigem-se indistintamente à Administração direta e às autarquias,
aplicando-se seja quando forem expressos, seja quando implícitos.
e) aplicam-se à Administração direta, indireta e aos contratados em regular
licitação, seja quando forem expressos, seja quando implícitos.
11) Assinale a opção correta com relação aos princípios que regem a
administração pública.

a) Não ofende o princípio da moralidade administrativa a nomeação de servidora


pública do Poder Executivo para cargo em comissão em tribunal de justiça no qual
o vice- presidente seja parente da nomeada.
b) A administração pública pode, sob a invocação do princípio da isonomia,
estender benefício ilegalmente concedido a um grupo de servidores a outro grupo
que esteja em situação idêntica.
c) Ato administrativo não pode restringir, em razão da idade do candidato, inscrição
em concurso para cargo público.
d) O Poder Judiciário pode dispensar a realização de exame psicotécnico em
concurso para investidura em cargo público, por ofensa ao princípio da
razoabilidade, ainda quando tal exigência esteja prevista em lei.
12) A Lei Complementar n.o 1.025, de 7 de dezembro de 2007, do estado de São
Paulo, ao criar a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de
São Paulo (ARSESP), dispôs que essa agência, no desempenho de suas
atividades, deveria obedecer, entre outras, às diretrizes de “adequação entre
meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida
superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público”
(art. 2.º, III) e de “indicação dos pressupostos de fato e de direito que
determinem as suas decisões” (art. 2.º, V). Tais diretrizes dizem respeito aos
seguintes princípios:

a) eficiência e devido processo legal.


b) razoabilidade e objetividade.
c) proporcionalidade e motivação.
d) legalidade e formalidade.
13) Sobre os princípios da Administração Pública, é correto afirmar que:

a) segundo o princípio da legalidade, a Administração Pública pode, por meio de


simples ato administrativo, criar obrigações ou impor vedações, desde que a lei não
as proíba.
b) é conseqüência do princípio da impessoalidade a regra do parágrafo 1.º, do artigo
37 da CF, que proíbe a publicidade de atos de governo que se caracterizem como
promoção pessoal do administrador.
c) os princípios da moralidade, da razoabilidade e da eficiência necessitam de
regulamentação legal para que sejam aplicáveis a casos concretos.
d) o princípio da publicidade veda em qualquer hipótese seja atribuído sigilo aos
atos praticados pela Administração Pública.
14) Considere os princípios constitucionais do Direito Administrativo, analise
as afirmações a seguir e assinale a alternativa correta.

I - Pelo princípio da finalidade a atividade administrativa deve orientar-se para


atender o interesse público.
II - Pelo princípio da publicidade, todos os atos da administração pública devem ser
levados ao conhecimento da população.
III - Pelo princípio da legalidade presume-se legítimo todo ato administrativo
enquanto não for revogado ou declarado nulo.
IV - O princípio da impessoalidade funda-se no postulado da isonomia.
a) Apenas I e IV estão corretas.
b) Apenas II, III e IV estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas as afirmações estão corretas
15) Além dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência, expressamente citados no art. 37, caput da
Constituição Federal, é também orientador do Direito Administrativo o
princípio da:

a) livre iniciativa.
b) autonomia da vontade.
c) conservação dos negócios jurídicos.
d) informalidade.
e) participação
16) Em relação aos princípios fundamentais do Direito Administrativo,
assinale a opção CORRETA.

a) O interesse privado se sobrepõe em relação ao interesse público.


b) Os atos administrativos são insusceptíveis de controle judicial.
c) A Administração prescinde de justificar seus atos.
d) O princípio da legalidade, segundo o qual o agente público deve atuar de acordo
com o que a lei determina, é incompatível com a discricionariedade administrativa.
e) Os princípios do direito administrativo constantes na Constituição da República
são aplicáveis aos três níveis de governo da Federação.
17) Acerca dos princípios que regem a administração pública, assinale a opção
correta.

a) Ao deliberar pela prática ou não de ato vinculado, o servidor deve observar o


princípio da supremacia do interesse público, sob pena de se caracterizar o desvio de
finalidade, se o ato favorecer particular específico.
b) Ao ser promulgada, a CF inovou ao incluir o princípio da eficiência entre os
princípios que regem a administração pública.
c) Em decorrência dos princípios da impessoalidade e da boa-fé, reconhecem-se como
válidos os atos praticados por agente de fato, ainda que este tivesse ciência do ilícito
praticado.
d) O princípio da presunção de legalidade gera para o prejudicado o ônus de provar a
ilegalidade do ato administrativo, tendo em vista a natureza jure et de jure da presunção
formada.
e) A despeito de não ser positivado na legislação brasileira, o princípio da segurança
jurídica reconhecidamente aplica-se no âmbito do direito administrativo.
18) O conceito de eficiência na atuação da Administração
a) restou consagrado como princípio constitucional, a partir da edição da Emenda
Constitucional nº 19, de 1998, que trata da reforma administrativa pautada pelo
modelo gerencial.
b) corresponde ao dever de atendimento ao cidadão, com economia de recursos
humanos e materiais, afastando, para a sua consecução, os demais princípios
aplicáveis à Administração Pública.
c) foi introduzido a partir da reforma administrativa consolidada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998, dependendo, para sua implementação, da celebração
de contratos de gestão para o estabelecimento de metas e indicadores de resultado.
d) determina que sejam estabelecidos, de acordo com contratos de gestão firmados
pelas entidades integrantes da Administração direta e indireta, indicadores e metas
de melhoria de redução de gastos.
e) somente pode ser exigido em relação às entidades públicas que atuam no
domínio econômico, em regime de competição com a iniciativa privada
19) Pelo princípio do devido processo legal:

a) permite-se à Administração Pública que proceda contra certa pessoa quando


diretamente à decisão que repute cabível
b) são assegurados o contraditório e a ampla defesa aos administrados
c) é assegurada a não desapropriação de seus bens
d) todas as respostas estão corretas
20) É possível encontrar posições jurídicas que entendem ser indissociáveis os
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Entretanto, também há a
compreensão que os distingue, afirmando que a razoabilidade está
sedimentada na criação norte-americana do devido processo legal substantivo
e que a proporcionalidade é extraída da jurisprudência alemã, que dissociou o
conceito em três sub-elementos constitutivos. Assinale a alternativa que
apresenta, corretamente, esses três sub-elementos.

a) Adequação – necessidade – proporcionalidade em sentido estrito.


b) Adequação – ponderação – razoabilidade em sentido estrito.
c) Efetividade – necessidade – proporcionalidade em sentido estrito.
d) Efetividade – necessidade – proporcionalidade em sentido estrito.
e) Ponderação – necessidade – razoabilidade em sentido estrito.
21) De acordo com o princípio da publicidade administrativa.

a) não se admite qualquer espécie de sigilo no exercício de funções administrativas.


b) só existem atos administrativos escritos e sua eficácia é sempre condicionada à
publicação no Diário Oficial.
c) O ato administrativo deve ser sempre publicado em sítio do órgão ou entidade
pública na Internet
d) pode haver sigilo de informações administrativas quando tal for imprescindível à
segurança do Estado e da sociedade.
22) No que se refere ao regime jurídico administrativo, assinale a opção
correta:

a) A autotutela administrativa compreende tanto o controle de legalidade ou


legitimidade quanto o controle de mérito.
b) A motivação deve ser apresentada concomitantemente à prática do ato
administrativo.
c) De acordo com o princípio da publicidade, que tem origem constitucional, os
atos administrativos devem ser publicados em diário oficial.
d) No Brasil, ao contrário do que ocorre nos países de origem anglo-saxão, o
costume não é fonte do direito administrativo.
e) A criação de órgão público deve ser feita, necessariamente, por lei; a extinção de
órgão, entretanto, dado não implicar aumento de despesa, pode ser realizada
mediante decreto.
23) (2014 - CONSULPLAN - Administrador) Os princípios que norteiam a administração
pública são regras básicas que servem de interpretação das demais normas jurídicas. Em relação
aos princípios que norteiam a administração pública, é correto afirmar que o

A) Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Privado é considerado um subprincípio, e se


refere à indisponibilidade dos bens públicos de uso comum do povo em contratos junto a
particulares.
B) Princípio da Motivação e o Princípio da Publicidade podem ser mitigados, tornando-se, portanto,
prescindíveis nos atos discricionários, justamente em respeito à margem de conveniência e
discricionariedade do administrador.
C) Princípio da Impessoalidade, totalmente desvinculado do Princípio da Legalidade, condiciona
muitas vezes a utilização de costumes políticos, ainda meramente regionais, desde que, com isso,
haja uma redução dos gastos públicos.
D) Princípio da Legalidade pode ser considerado como específico do Estado de Direito, uma vez que
o qualifica e dá identidade própria. Consagrando-se, assim, a ideia de que a administração pública
só pode ser exercida na conformidade da lei.
24) (2016 - CESPE / CEBRASPE - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Serviço Social)

Assinale a opção correta a respeito dos princípios da administração pública.

A) O princípio da eficiência deve ser aplicado prioritariamente, em detrimento do


princípio da legalidade, em caso de incompatibilidade na aplicação de ambos.
B) Os institutos do impedimento e da suspeição no âmbito do direito administrativo são
importantes corolários do princípio da impessoalidade.
C) A administração deve, em caso de incompatibilidade, dar preferência à aplicação do
princípio da supremacia do interesse público em detrimento do princípio da legalidade.
D) A publicidade, princípio basilar da administração pública, não pode sofrer restrições.
E) A ofensa ao princípio da moralidade pressupõe afronta também ao princípio da
legalidade.
25) CESGRANRIO - 2008 - ANP - Especialista em Regulação - Direito
A respeito de princípios de Administração Pública, são feitas as afirmações a seguir.
I - São considerados como princípios constitucionais expressos da Administração Pública, dentre
outros, aqueles mencionados no caput do art. 37 da Constituição Federal em vigor.
II - Os princípios constitucionais expressos da Administração Pública são apenas aqueles listados no
caput do art. 37 da Carta Política de 1988.
III - Existem outros princípios constitucionais, previstos em leis específicas, que devem ser observados
na Administração Pública Federal.
IV- Pode ser considerado como princípio constitucional da Administração Pública, implicitamente, o
direito à motivação, previsto no inciso X, do art. 93 da Constituição Federal em vigor.
É(São) verdadeira(s) APENAS a(s) assertiva(s)

a. I
b. I e III
c. I e IV
d. II e III
e. II e IV
26) CESPE - 2014 - TJ-CE - Técnico Judiciário - Área Administrativa
Com relação aos princípios que fundamentam a administração pública, assinale a opção
correta:
a. A publicidade marca o início da produção dos efeitos do ato administrativo e, em
determinados casos, obriga ao administrado seu cumprimento.
b. Pelo princípio da autotutela, a administração pode, a qualquer tempo, anular os atos eivados
de vício de ilegalidade.
c. O regime jurídico-administrativo compreende o conjunto de regras e princípios que norteia
a atuação do poder público e o coloca numa posição privilegiada.
d. A necessidade da continuidade do serviço público é demonstrada, no texto constitucional,
quando assegura ao servidor público o exercício irrestrito do direito de greve.
e. O princípio da motivação dos atos administrativos, que impõe ao administrador o dever de
indicar os pressupostos de fato e de direito que determinam a prática do ato, não possui
fundamento constitucional.
27) (TRE – GO CESPE 2009 TÉCNICO JUDICÁRIO) Segundo Maria Sylvia Di Pietro, "os
órgãos da administração pública são estruturados de forma a criar uma relação de
coordenação e subordinação entre eles, cada qual com suas atribuições previstas em
lei." Direito Administrativo. 16.ª edição, São Paulo: Atlas, p. 74 (com adaptações). O trecho
acima corresponde ao princípio do(a)

a. Hierarquia.
b. Autotutela.
c. Especialidade.
d. Controle ou tutela.
28) (FCC - 2014 - TCE-RS - Auditor Público Externo) Os princípios que regem a
Administração pública

a) são aqueles que constam expressamente do texto legal, não se reconhecendo princípios
implícitos, aplicando-se tanto à Administração direta quanto à indireta.
b) podem ser expressos ou implícitos, os primeiros aplicando-se prioritariamente em relação
aos segundos, ambos se dirigindo apenas à Administração direta.
c) são prevalentes em relação às leis que regem a Administração pública, em razão de seu
conteúdo ser mais relevante.
d) dirigem-se indistintamente à Administração direta e às autarquias, aplicando-se seja quando
forem expressos, seja quando implícitos.
e) aplicam-se à Administração direta, indireta e aos contratados em regular licitação, seja
quando forem expressos, seja quando implícitos.
29) (TRE-PA/2011 – FGV – Técnico Judiciário – Segurança Judiciária) De acordo com a
Constituição Federal de 1988, a Administração Pública obedecerá aos seguintes princípios:

a) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.


b) legalidade, impessoalidade, moralidade, probidade e externalidade.
c) legitimidade, impessoalidade, moralidade, probidade e externalidade.
d) razoabilidade, proporcionalidade, improbidade e personalismo.
e) discricionariedade, ponderação, isenção e separação de poderes.
30) PROCURADOR - 2007 - PG-DF - ESAF
No que tange aos princípios expressos e implícitos consagrados no Direito Administrativo
brasileiro, está correto asseverar que:

a) à luz do Princípio da Motivação, a validade do ato administrativo independe do caráter prévio ou


da concomitância da motivação pela autoridade que o proferiu com relação ao momento da
prática do próprio ato.
b) o denominado interesse secundário do Estado, na lição de Celso Antônio Bandeira de Mello, não
se insere na categoria dos interesses públicos propriamente ditos.
c) na esfera administrativa, o sigilo, como exceção ao princípio da publicidade, é inadmissível ante a
existência de preceito constitucional expresso que veda sua adoção pela Administração Pública.
d) o Princípio da Finalidade prescreve que a Administração Pública detém a faculdade de alvejar a
finalidade normativa, isto porque o princípio em questão é inerente ao princípio da legalidade.
e) em face da sistemática constitucional do Estado brasileiro, regido que é pelo fundamento do
Estado Democrático de Direito, a plenitude da vigência do princípio da legalidade (art. 37, caput,
da CF) não pode sofrer constrição provisória e excepcional.
31) OAB - 2010 - 2

Em determinado procedimento administrativo disciplinar, a Administração federal impôs, ao


servidor, a pena de advertência, tendo em vista a comprovação de ato de improbidade.
Inconformado, o servidor recorre, vindo a Administração, após lhe conferir o direito de
manifestação, a lhe impor a pena de demissão, nos termos da Lei nº 8112/90 e da Lei 9784/98.
Com base no fragmento acima, é correto afirmar que a Administração Federal

(A) agiu em desrespeito aos princípios da eficiência e da instrumentalidade, autorizativos da


reforma em prejuízo do recorrente, desde que não imponha pena grave.
(B) agiu em respeito aos princípios da legalidade e autotutela, autorizativos da reforma em
prejuízo do recorrente.
(C) não observou o princípio da dignidade da pessoa humana, trazendo equivocada reforma em
prejuízo do recorrente.
(D) não observou o princípio do devido processo legal, trazendo equivocada reforma em prejuízo
do recorrente.
32) OAB - 2010 - 3
O prefeito de um determinado município resolve, por decreto municipal, alterar unilateralmente as vias de
transporte de ônibus municipais, modificando o que estava previsto nos contratos de concessão pública de
transportes municipais válidos por vinte anos. O objetivo do prefeito foi favorecer duas empresas
concessionárias específicas, com que mantém ligações políticas e familiares, ao lhes conceder os trajetos e
linhas mais rentáveis. As demais três empresas concessionárias que também exploram os serviços de
transporte de ônibus no município por meio de contratos de concessão sentem-se prejudicadas. Na qualidade
de advogado dessas últimas três empresas, qual deve ser a providência tomada?
(A) Ingressar com ação judicial, com pedido de liminar para que o Poder Judiciário exerça o controle do ato
administrativo expedido pelo prefeito e decrete a sua nulidade ou suspensão imediata, já que eivado de vício e
nulidade, por configurar ato fraudulento e atentatório aos princípios que regem a Administração Pública.
(B) Ingressar com ação judicial, com pedido de indenização em face do Município pelos prejuízos de ordem
financeira causados.
(C) Nenhuma medida merece ser tomada na hipótese, tendo em vista que um dos poderes conferidos à
Administração Pública nos contratos de concessão é a modificação unilateral das suas cláusulas.
(D) Ingressar com ação judicial, com pedido para que os benefícios concedidos às duas primeiras empresas
também sejam extensivos às três empresas clientes.
33) X - OAB
Cristina, cidadã brasileira comprometida com a boa administração, descobre que determinada obra pública
em sua cidade foi realizada em desacordo com as normas que regem as licitações públicas, com vistas a
beneficiar um particular amigo do prefeito. De posse de cópias do processo administrativo que comprovam a
situação, pretende ingressar com medida judicial para a proteção do patrimônio público. Para combater tal
situação, Cristina deverá

A) ingressar com ação civil pública, que é o meio apto a sanar a lesividade ao patrimônio público.
B) propor ação penal privada subsidiária da pública para condenar o prefeito e o particular beneficiado e
reparar os prejuízos causados aos cofres públicos.
C) impetrar mandado de segurança coletivo para amparar direito liquido e certo seu e de todos os cidadãos
aos princípios da legalidade e moralidade.
D) ingressar com ação popular apta a proteger o patrimônio público indevidamente lesado.
Direito Administrativo

José Carlos Machado Júnior


josecarlosmachadojunior@gmail.com

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