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Fisiologia. Material de apoio. Prof. Fernando Pacheco Montero.

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Diferenças entre os tipos de fibras musculares

EDUCACAO-FISICA

O corpo humano é formado por mais de 600 músculos esqueléticos que permite ao
homem ser capaz de se movimentar rapidamente, reagir a estímulos em velocidade,
gerar potência durante um chute ou um soco e suportar horas de exercício físico, como
uma prova de maratona ou iron man.

A massa muscular do corpo humano é composta por dois tipos principais de fibras
musculares que são as vermelhas e as brancas. As fibras vermelhas são também
chamadas de Tipo I ou de contração lenta e as brancas de Tipo II ou de contração
rápida. A classificação das fibras foi feita por pesquisadores através das suas
características contráteis e metabólicas.

De forma resumida você pode ver as diferenças entre os dois tipos de fibra:

FIBRAS DE CONTRAÇÃO LENTA (Tipo I)


- Sistema de energia utilizado: AERÓBICO;
- Contração muscular lenta;
- Capacidade oxidativa (utiliza o oxigênio como principal fonte de energia);
- Coloração: Vermelha (devido ao grande número de mioglobina e mitocôndrias);
- São altamente resistentes à fadiga;
- São mais apropriadas para exercícios de longa duração;
- Predomina em atividade aeróbicas de longa duração como natação, corrida.

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FIBRAS DE CONTRAÇÃO RÁPIDA (Tipo II)


- Sistema de energia utilizado: ANAERÓBICO;
- Alta capacidade para contrair rapidamente (a velocidade de contração e tensão gerada
é 3 a 5 vezes maior comparada às fibras lentas);
- Capacidade glicolítica (utiliza a fosfocreatina e glicose);
- Coloração: Branca;
- Fadigam rapidamente;
- Gera movimentos rápidos e poderosos;
- Predomina em atividades anaeróbicas que exigem paradas bruscas, arranques com
mudança de ritmo, saltos. Ex.: basquete, futebol, tiros de até 200 metros, musculação,
entre outros.

Os dois tipos estão presentes em todos os grupos musculares do organismo, no entanto,


há o predomínio de um tipo sobre o outro dependendo do músculo e de fatores
genéticos. Durante uma partida de futebol, por exemplo, ambos os tipos de fibra
contribuem para a execução do movimento, o que difere é o número de unidades
motoras (junção de inúmeras fibras musculares) de cada tipo que serão recrutadas.

No caso, do atleta precisa dar um arranque para não deixar a bola sair ou saltar para
cabecear, as fibras rápidas (tipo II) é que serão enfatizadas pela musculatura envolvida
no movimento. Mas, nem por isso, as fibras tipo I ficaram inativas nesse momento.
Homens, mulheres e crianças possuem 45% a 55% de fibras de contração lenta nos
músculos de membros inferiores e superiores. Não há diferenças sexuais, porém a
distribuição das fibras varia de indivíduo para indivíduo.

No atletismo, por exemplo, é fácil perceber a diferença. Atletas que correm longas
distâncias possuem predominantemente fibras de contração lenta (90% a 95% no
músculo gastrocnêmio, popular panturrilha) e os velocistas fibras de contração rápida.
Já os atletas que competem em provas de meio-distância possuem percentuais
aproximadamente iguais dos dois tipos de fibra.

O principal factor que influencia nessa variação do tipo de fibra muscular entre cada
indivíduo é a genética, porém o treinamento físico é capaz de modificar até certo ponto
a predominância de cada tipo de fibra muscular. Isso é possível, porque além desses
dois tipo, a fibra Tipo II possui uma subdivisão, chamada de fibra intermediária ou Tipo
II a que possuem características oxidativas e glicolíticas.

O treinamento físico aeróbico é capaz de estimular a capacidade oxidativa desse tipo de


fibra, promovendo ao indivíduo um maior número de fibras capazes de resistir à fadiga,
ou seja, as fibras II a adquirem maior característica do Tipo I. A ênfase no treinamento
anaeróbico, por outro lado, como treinos de força, estimula a capacidade glicolítica,
gerando maior força e potência muscular, porém se tornando menos resistente à fadiga.
Apesar de o treinamento físico promover considerável modificação nas fibras
musculares, a genética é o principal fator determinante no tipo de fibra que cada pessoa
possui.

Por isso, principalmente no ambiente de academias costuma-se dizer que quem nasceu
lagartixa jamais será crocodilo, elucidando o fato de algumas pessoas treinarem, mas
atingirem um platô no ganho de massa muscular (hipertrofia muscular) em determinado
momento. Factores hormonais, neurais, nutricionais e ambientais também influenciam

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no desempenho de cada pessoa. O importante é saber que seu corpo é único e sempre
terá respostas diferentes ao treinamento em comparação ao de outra pessoa. A variação
na distribuição e número de fibras musculares é apenas uma das diversas diferenças no
organismo de cada um.

Referências:
MCARDLE, W.; KATCH, F.; KATCH, V. L. Fisiologia do Exercício: Energia,
Nutrição e Desempenho Humano. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2003.
FOX. E, KETEYIAN, S. J.; FOSS, M. L. Bases Fisiológicas do Exercício e do Esporte.
Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 1998.

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