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A Arte Carolíngia, Apontamentos da Internet

_junho de 2023

A arte carolíngia refere-se à arte do período de Carlos Magno, estendendo-se pelos


seus sucessores (entre 780 e 900 d.C.) e alargando a sua influência ao período
posterior da arte otoniana. Carlos Magno foi a figura política mais poderosa da Alta
Idade Média, pois seus exércitos assumiram o controle de extensos territórios ao norte
da Europa. Carlos foi responsável pela propagação do Cristianismo e pelo
ressurgimento da arte antiga. Após sua coroação, tornou-se grande patrono das artes.
Estes dois momentos da arte medieval são considerados os antecessores
do românico e bases da arte gótica.
Além de pautar por uma forte herança céltico-germânica, a arte carolíngia inspira-se
na arte romana da Antiguidade Clássica no chamado renascimento carolíngio,
resultando numa comunhão entre elementos clássicos e o característico espírito
emocional e conturbado da Idade Média.
A sua expressão arquitectónica vai incidir especialmente na
construção religiosa caracterizada por pinturas murais, pelo uso de mosaicos e baixos-
relevos surgindo também neste momento a igreja com cripta envolta
por deambulatório, tipologia que se irá desenvolver ao longo da Idade Média. Uma das
mais significativas construções deste período é a Catedral de Aachen na Alemanha.
As artes decorativas assumem também um lugar de relevo, especialmente no que diz
respeito à produção de marfins, joalharia e iluminura, esta última caracterizada por um
traço extremamente dinâmico, forte e liberto transmitindo energia rítmica.

Iluminuras
Carlos Magno encomendou diversos exemplares dos Evangelhos em latim, com
gloriosas iluminuras. Também enviou artistas a Ravena, onde podiam estudar
os murais e mosaicos cristãos primitivos e bizantinos. Carlos talvez tenha contratado
artistas gregos para trabalharem nas iluminuras dos Evangelhos. No sepulcro de
Carlos Magno foi encontrado o que hoje se chama o Evangeliário de Carlos Magno,
fruto de influência marcante da tradição pictoral romana.
A arte carolíngia tinha diversos centros monásticos por todo Império, chamados de
ateliês. A Escola da Corte de Carlos Magno (também chamada Escola Ada) produziu
os primeiros manuscritos, incluindo o Evagelário do Arcebispo Ebbons, o Evangeliário
de Godescalco (781–783); os Evangelhos de Lorsch (778–820); os Evangelhos de
Ada; os Evangelhos Soissons Gospels; e os Evangelhos da Coroação e o Evangelário
de Lindau. Eles iniciaram um revival do Classicismo romano, mas ainda mantinham as
tradições da arte merovíngia e da arte hiberno-saxónica. Mais tarde, na cidade
de Reims, formou-se uma nova escola de iluminuras, que produziu o Saltério de
Utrecht e o Bern Physiologus, um texto latino sobre animais.

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