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Arquitetura e Urbanismo
ACR020 - Arquitetura e Cidade do Neoclassicismo ao Funcionalismo
2020/2
Arquitetura: o inacreditável
Louis Isadore Kahn
Belo Horizonte
2021
1
Sumário
- Introdução 3
- A vida 4
- O contexto 6
- Os princípios 7
- As Obras 11
- Instituto Salk de Estudos Biológicos 11
- Galeria de Arte na Universidade de Yale 19
- A Influência 29
- Referências Bibliográficas 31
3
Introdução
A vida
O fim de sua vida se deu em 1974, aos 73 anos, deixando suas escritas e
projetos como um grande legado.
Fig 02 - Tabela cronológica das principais obras de Kahn. (diagrama de CHANG, 2014)
6
O contexto
Os princípios
(...) começou com um homem sob uma árvore, um homem que não se
sabia professor, e que se pôs a discutir sobre o que havia compreendido
com alguns outros que não se sabiam estudantes. Estes se puseram a
refletir sobre o que havia ocorrido entre eles e sobre o efeito benéfico
daquele homem. Desejaram, então, que seus filhos também o escutassem
e, assim, se erigiram espaços e surgiu a primeira escola.1
1
Louis Kahn in WURMAN, What will be has ever been, p.84. Retirado do texto de CAMPOMORI, A
ordem do tempo em Louis I. Kahn, p. 14.
8
Para Kahn,
A luz, por sua vez, não seria para ele meramente o meio que nos permite
reconhecer fisicamente os objetos, que os torna visíveis. É, muito mais que isso, a
fonte original que contém todas as leis da natureza, sejam elas conhecidas ou não
pelo homem (CAMPOMORI).
É possível perceber que a luz faz parte da composição arquitetônica, sendo
de suma importância para a materialidade da obra. Assim, a arquitetura -o desenho-
2
Texto original: "I began by putting up a diagram calling the desire to be/to express silence; the other,
light. And the movement of silence to light, light to silence, has many thresholds; many, many, many
thresholds; and each threshold is actually a singularity. Each one of us has a threshold at which the
meeting of light and silence lodges."
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busca o momento preciso em que a natureza atua e se faz presente, quando ela
cumpre seu papel, o que dá sentido à ideia de Kahn de que a matéria é luz
extinguida.
“O sol não conheceu toda sua magnitude até o momento em que encontrou
o flanco de um edifício”.3
3
Retirado do texto de CAMPOMORI, A ordem do tempo em Louis I. Kahn, p. 19.
10
4
Texto original: “(...) being made of what it appears to be made of”.
11
As Obras
Ele [Salk] disse: “Há uma coisa que eu gostaria de poder fazer. Eu gostaria
de convidar Picasso ao laboratório.” (KAHN, Louis Isadore, Conversa com
Estudantes, 2002. p.28)
Fig 03 - Planta de implantação do Instituto Salk de Estudos Biológicos. O Oceano Pacífico está à
esquerda da imagem.
Fig 08 - “Salk Institute Courtyard”, croqui perspectivado de Luis Barragán. Barragan Foundation.
5
Texto original: The “River of Life” water feature represents the constant trickle of discoveries spilling
into the greater body of knowledge, symbolized by the Pacific Ocean beyond. The sun sets along the
axis of the “River of Life” twice a year: the spring and fall equinoxes.
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É claro que o que ele [Salk] estava querendo dizer é que, na ciência, no
que se refere à dimensão, há essa vontade, mesmo na menor coisa viva,
de ser ela mesma. O micróbio quer ser um micróbio, a rosa quer ser uma
rosa e o homem quer ser um homem para expressar uma certa tendência,
uma certa atitude, um certo quê que se move em uma direção, e não em
outra, manipulando a natureza para que ela forneça os instrumentos que
tornem isso possível. O maravilhoso desejo de expressar foi sentido por
Salk, o cientista. (KAHN, Louis Isadore, Conversa com Estudantes, 2002.
p.28-29)
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Além disso, talvez o elemento principal deste edifício, seria o conceito de Luz
e Silêncio. Kahn enxerga a grandiosidade da luz ao passo que esta fornece a
materialidade da obra, transforma-a em uma verdadeiro fruto da natureza. Já o
silêncio pode ser percebido quando o homem interpreta o espaço e o incorpora,
aliado à pouca ornamentação nas materialidades do local, gerando vazios nos quais
a arquitetura é protagonista. Assim, convertendo o ambiente em uma atmosfera
destinada à pesquisa e à ciência definido pelo próprio homem.
Em suma, Kahn atendeu aos pedidos de Salk seguindo todos seus preceitos.
No entanto, é notória uma contradição: a ideia de monumentalidade explorada pelo
edifício aparenta, em certos momentos, reduzir o desejo de acolhimento solicitado
pelo cientista. O pátio central amplo e sem vegetação, somado a ausência de locais
para repouso acarreta em um tipo de ocupação efêmera, de forma que o encontro
gerado nessa região é momentâneo, tornando a praça pouco convidativa. Aliado a
isso, a localização do Instituto (Califórnia) também é um ponto desfavorável à
permanência quando somada à esplanada central sem verde, haja visto o clima da
região. O uso de materiais robustos também agrega para essa noção de ambiente
pouco acolhedor, mas o emprego da madeira em alguns pontos reduz
demasiadamente essa sensação. Apesar disso, o emprego de preceitos como Luz e
Silêncio, por exemplo, foram excelentemente explorados na materialização do local.
O edifício, por ainda hoje ser utilizado, demonstra o sucesso do arquiteto em
conceber uma obra que adivinha o amanhã.
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Fig 15 - Vista aérea e localização dos edifícios do complexo da Galeria de Arte na Universidade de
Yale: em rosa, o Edifício de Kahn; em laranja a Antiga Galeria; em amarelo, Street Hall. (diagrama
dos autores)
Fig 16 - Imagem da união entre a construção de Kahn e a Old Gallery - à esquerda e direita,
respectivamente . (Fotografia por Samuel Ludwig)
Fig 17 e 18 - Imagens da fachada vedada e entrada envidraçada. (Fotografia por Samuel Ludwig)
21
Fig 19 e 20 - Imagens das fachadas envidraçadas. (Fotografia por Samuel Ludwig e autor
desconhecido, respectivamente)
Fig. 22 - Planta do primeiro pavimento da Yale Art Gallery, com a representação rebatida do sistema
de lajes e com destaque à divisão modular em rosa.
“Um bom edifício é aquele que o cliente não pode destruir pelo mau uso
dos espaços. Quase todas as divisões espaciais devem ser móveis, de
modo que quando o espaço for solicitado para funções outras ou diversas,
elas podem ser reorganizadas para atender às necessidades sem arruinar
o conjunto.” 7
6
COOPER, The Architect Speaks – 2 (entrevista para um jornal estudantil de Yale). Retirado do
texto de CAMPOMORI, A ordem do tempo em Louis I. Kahn, p. 94.
7
Retirado do texto de CAMPOMORI, A ordem do tempo em Louis I. Kahn, p. 14.
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Fig 26 e 27 - Imagens com destaque à estrutura teto de laje de concreto tetraédrico à esquerda e ao
amplo vão à direita. (Fotografias por Xavier de Jauréguiberry)
25
Fig 28 e 29 - Imagens com destaque à estrutura triangular do teto circunscrita no cilindro à esquerda
e à escada também triangular à direita. (Fotografias por autor desconhecido e Xavier de
Jauréguiberry, respectivamente)
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8
Interpretação de Loud, Patricia Cummings e Michael P. Mezzatesta. The Art Museums of Louis I.
Kahn. Durham, NC: Publicado por Duke University Press em associação com the Duke University
Museum of Art, 1989.
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A Influência
Referências Bibliográficas
BANHAM, Reyner. The new brutalism. Architectural Review, London, dec. 1955.
BANHAM, Reyner. The New Brutalism. Stuttgart: Karl Kramer Verlag. 1966, p.23-24.
KAHN, Louis e PUSHKAREV, Boris. Order and Form. Perspecta 3, 1955, p.51.
32
LATOUR, Alessandra. Louis I. Kahn: writings, lectures, interviews. New York: Rizzoli;
1991.
WISEMAN, C. Louis I. Kahn: Beyond Time and Style: A Life in Architecture. New
York: W.W. Norton, 2007.