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Sugestão de orientação:
1. Joceneide Cunha
2.
PORTO SEGURO
2022
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................03
1 OBJETIVOS.........................................................................................................................04
1.1 OBJETIVO GERAL...........................................................................................................04
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.............................................................................................04
2 JUSTIFICATIVA................................................................................................................05
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................................05
4 METODOLOGIA................................................................................................................06
5 CRONOGRAMA.................................................................................................................07
6. PROPOSTA DE PRODUTO.............................................................................................07
REFERÊNCIAS......................................................................................................................08
INTRODUÇÃO
Pensar um cristianismo que dialoga com os aspectos religiosos moçambicano é uma das
formas possíveis para se pensar outros cristianismo no Brasil, que não segrega, não exclui,
não coloniza, não suvalterniza os corpos, como una forma de combater o racismo religiosos
gerado a partir da hierarquização religiosa. Robinson Pacheco mostra que:
A partir desta analise, e tendo em vista que a Lei nº 10.639/2003 se apresenta como um
caminho de desconstrução do racismo epistêmico e religiosos nos espaços educacionais,
entendemos que esta Lei é uma forma de diminuir o racismo e a discriminação racial e seus
impactos. A legislação apresenta um enorme avanço na democratização dos currículos
escolares: “É tarefa da escola fazer com que a História seja contada a mais vozes, para que o
futuro seja escrito a mais mãos” (SANTOS, 2001, p.107).
Valorizando a cultura negra incluindo suas práticas e ritos religiosos, construindo uma
proposta educacional que apresenta novos olhares sobre os aspectos religiosos, principalmente
pensando na presença de estudantes adeptos das religiões afro-brasileiras nos espaços das
escolas públicas no Brasil. Assim, entender as relações religiosas contribuem para naturalizar
outras formas de se fazer religião, sem um olhar de superioridade imbricada na sociedade
através do cristianismo ocidental. Este desconforto partiu da percepção da superficialidade
com que as religiões africanas e afro-brasileiras nos materiais didáticos, e consequentemente,
nas aulas de história.
1 OBJETIVOS
1.1 OBJETIVO GERAL
2 JUSTIFICATIVA
Outro grupo de extrema importância para se pensar estas outras formas de ser cristão são
os moçambicanos convertidos. Este grupo são os responsáveis pelas Disputas e diálogos
entre o cristianismo e os aspectos culturais e religiosos tradicionais, os que fazem a ponte e
mostram que existe outras formas de ser cristão. Que não exclua suas vivências,
ancestralidade e tão pouco, os arranque dos seus lugares de origem.
Isso aponta para a necessidade de trazer para sociedade a discussão dos aspectos
religiosos em Moçambique, tendo como ponto de partida o Cristianismo Africano. A escolha
de Moçambique se deu pelo número de missionários que são enviados todos os anos, bem
como, pelo aumento significativo do abandono ou negação às práticas religiosas tradicionais.
Dessa forma, entende-se a importância de trabalhar essas questões em sala de aula, sendo a
escola um dos principais espaços de formação, e para desconstrução de uma sociedade
racista. Por isso ressalto a importância desta pesquisa, para a descolonização da mente e o
diálogo entres as religiões, não apenas em Moçambique, mas também no Brasil e a busca por
uma sociedade justa e livre para as múltiplas expressões de fé ou mesmo, para ausência dela.
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A religião é algo inerente do ser humano, estando presente em todas as culturas,
espalhada no mundo interior com várias roupagens diferentes. Para Rubens Alves (1984) a
religião é formada pelos símbolos utilizados pelos homens e uma vez que os homens não são
iguais, a religião também não é. Luís Tomás Domingos e Vicente Khapoya (2015) também
analisam a concepção de religiosidade não é a mesma para grupos diferentes, em África por
exemplo, a religiosidade “é um sistema de relações entre o mundo visível dos homens e o
mundo invisível regido pelo Criador e as potências que, sob nomes diversos, e todos sendo
manifestações deste Deus único, e todos eles são especializados nas diferentes funções”
(DOMINGOS, 2015, p. 167).
No trabalho de Cruz e Silva são desenvolvidas reflexões sobre os conflitos que cercou o
tripé religioso em Moçambique: religiões tradicionais, Igreja Católica e missões protestantes,
que ao se depararem com o poder católico desenvolveu estratégias que facilitaram o diálogo
com os nativos, como a agregação de alguns costumes e os idiomas tradicionais de cada grupo
com quem tiveram contato, bem como a valorização dos moçambicanos enquanto indivíduos
(CRUZ E SILVA, 2001). O que nos ajuda a pensar como essa relação se manteve durante e
depois da guerra civil em Moçambique. Assim como Achille Mbembe em seu livro África
Insubmissa: Cristianismo, Poder e Estado na Sociedade Pós-colonial, publicado em 2013
mostra as formas de resistências encontrada pelos africanos, para subverterem a hegemonia do
Estado Colonial e da igreja Católica e em seguida dos protestantes. autor nos ajudou a
entender por que a imposição total do cristianismo não ocorreu na África, mas se constituiu
como uma instalação violenta por ambas as partes, dessa forma se tornou possível entender a
forma ambígua que o cristianismo se manteve em Moçambique.
Também de estrema importância, o texto de Iracema Dulley que analisa em seu artigo,
A história sobre a “conversão” nas colônias portuguesas na África e a Trajetória de Jese
Chipenda, de 2015, as mudanças de comportamento dos convertidos nas missões a partir de
um convertido, contribuindo de forma mais ampla com sua análise no terceiro ponto. A autora
apresenta os conflitos que a conversão dos nativos causara no ceio da família tradicional e dos
grupos sociais dos indivíduos. Ela nos mostra, que esse também foi um dos motivos das
resistências, a busca dos missionários por uma mudança radical por parte de comunidades
inteiras, sem levar em consideração os costumes já existentes, que precisavam ser respeitados,
resultando em muitos conflitos internos nas comunidades tradicionais.
Pensar o mosaico religioso de Moçambique atualmente, é pensar o diálogo religioso, as
conceções feitas por aqueles que professam crenças diferentes mas que ao mesmo tempo,
conseguem coexistir e trocar experiências e práticas. Dessa forma, Ronilson Pacheco, em sua
obra Teologia Negra: O Sopro Antirracista do Espírito, publicado em 2019 vai apresentar
uma outra teologia, uma que se afasta da convencional e fundamentalista teologia que
violenta corpos negros, afastando estes sujeitos dos seus espaços, sejam eles físicos ou não.
Em sua obra, o autor vem apresentar um cristianismo que dialoga com outras religiões e que
não marginaliza seus adeptos.
Entretanto, estas discussões têm estado distantes dos espaços escolares. Pensando a
inserção desta temática nas aulas de história, uma vez que a história tradicional do Ocidente
continua possuindo influência nos currículos escolares. Tendo necessário tornar a sala de aula
um espaço de disputa de consciência história, proporcionando uma leitura do mundo presente
por parte dos estudantes, Isabel Barca (2006) enfatiza que o desenvolvimento desta
consciência histórica proporciona não apenas o conhecimento do passado (as práticas
religiosas na África antes e depois da escravidão), mas um entendimento do presente (o
racismo religioso e seu impacto para população negra) e pensar possibilidades de um futuro
mais justo.
Francisca Maria Nascimento Souza diz que, muitas das vezes o racismo não se
apresenta, nos espaços escolares, verbalmente explicito, o que não torna tais experiencias
agressivas para os estudantes negros (SOUZA, 2017), principalmente se tratando de aspectos
religiosos, que ainda é um tabu nas escolas públicas. Partindo desta premissa, estudar a
estrutura religiosa em um país africano possibilita não apenas o combate ao racismo religioso
como a aplicação da Lei. 10.639/2003, possibilitando um olhar mais amplo para
Moçambique, e rompendo com as barreiras que mantêm de pé o racismo religioso. Este
processo de descolonização nas salas de aula é visto por Paulo Freire (2015) como um
trabalho educativo de superação das ideologias coloniais que ainda prevalecem vivas em
nossa cultura.
4 METODOLOGIA
5 CRONOGRAMA
ETAPAS
Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mê Mê Mês Mês Mês
s s
Levantament X X X
o
bibliográfico
Cumpriment
o de créditos
Submissão X
ao Comitê de
Ética
Qualificação X
Coleta de X X
dados
Análise dos X X X
dados
Redação do X X
trabalho
Revisão e X X
redação final
Entrega da X
dissertação
Defesa da X
dissertação
6. PROPOSTA DE PRODUTO
REFERÊNCIAS
CRUZ E SILVA, Teresa. Igreja Protestante e consciência política no Sul de Moçambique: o caso da
Missão Suíça (1930-1974). MAPUTO: 2001.
DOMINGOS, Luíz Tomás. Religião Tradicional Africana. Brazilian Journal of Development. 2021.
KAMP, Linda Van de. Pentecostalismo brasileiro, “macumba” e mulheres urbanas em Moçambique.
In: ORO, A, P. RICKLI, J. STEIL, C, A. Transnacionalização religiosa: fluxos e redes. São Paulo:
Terceiro Nomes, 2012.
Pensar outras formas de ser cristão no Brasil, a partir de uma perspectiva de diálogo religiosos em
Moçambique.