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Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

Instituto de Engenharias e Desenvolvimento Sustentável – IEDS


Curso de Engenharia de Energias

Disciplina: Laboratório De Circuitos Elétricos


Professor: Jairo Lima Do Nascimento Data da prática: 05/06/2023
Discente: Jorge Carmon Diogo Bie Matrícula: 2014105723

PRÁTICA 8: COMPENSAÇÃO REATIVA

1. INTRODUÇÃO

O Sistema Elétrico de Potência (SEP), para cumprir sua finalidade de garantir o


suprimento de energia com qualidade e confiabilidade, requer a execução de um amplo e
complexo conjunto de atividades. Tais atividades englobam tarefas de Expansão e de
Operação, que incluem desde a elaboração de planos que visam garantir a operação futura
do SEP, até atividades de tempo real, executadas nos centros de controle.

Na relação das tarefas de controle, há aquelas referentes ao controle de tensão das


barras do sistema. Esta grandeza deve ser controlada de tal forma a ser mantida dentro
dos limites pré-especificados em [ONS-02], para a malha da Rede Básica. Na realidade,
tal controle deve ser visto dentro do contexto do controle de potência reativa, visando não
apenas manter o módulo da tensão dentro de uma faixa recomendada, mas também
minimizar o fluxo de reativo pela rede. Dentre os equipamentos usados no controle de
tensão/potência reativa, encontram-se os bancos shunt capacitivos.

2. OBJETIVOS DO EXPERIMENTO

a) Determinar a potência complexa de cargas tipicamente indutivas e capacitivas;

b) Realizar compensação de reativos.

3. METODOLOGIA

É basicamente a montagem de cada circuito sugerido pelo roteiro da prática e


posteriormente se fazer os experimentos assim como a coleta dos dados. Através de
cálculos matemáticos, obter dados para o preenchimento completo das tabelas.
E sempre lembrando que tanto na energização quanto na desenergização do
circuito, a variação da tensão aplicada deve ser feita de forma compassada, sem variações
bruscas. Sempre que for necessário alterar a configuração do circuito, o controle de tensão
da fonte deve ser primeiro zerado e, em seguida, a chave deve ser desligada.

3.1 materiais utilizados

a) Fonte de alimentação: variador de tensão CA (Variac) monofásico;

b) Banco de resistores (9 x 39 Ω);

c) Banco de indutores (9 x 300 mH);

d) Bancos de capacitores: (3 x 30 µF), (3 x 15 µF) e/ou (3 x 5 µF);

e) 3 multímetros digitais;

f) Osciloscópio;

g) Ponta de prova de tensão para osciloscópio;

h) Ponta de prova de corrente para osciloscópio;

i) Cabos de conexão.

3.2 Procedimento experimental

Montou-se o circuito da Figura 1 com o banco capacitivo desabilitado e fonte de


tensão ajustada para 50 V. Onde na Figura 1, L representa a associação em paralelo de
indutores, R a associação de resistores em paralelo e C a associação em paralelo de
capacitores.
Posterior a esse processo, deu-se a continuidade com o processo. Onde
inicialmente considerou-se a condição de carga tipicamente indutiva da Tabela 1
(3R//9L). Foram medidos o valor da corrente do circuito It, utilizando o multímetro na
função de amperímetro. Através das fórmulas repassadas pelo professor calculou-se a
potência aparente SL.
Utilizou-se o osciloscópio para determinar: a potência ativa P, o fator de potência
FP e a potência reativa indutiva QL e posterior a isso determinou-se a potência complexa
SL. Preencheu-se a Tabela 1 com os dados dos passos 3 a 6. Em seguida notou-se que o
banco capacitivo deve ser conectado em paralelo com a carga tipicamente indutiva para
correção do fator de potência.
Onde para que isso fosse necessário determinar a potência reativa QC e a
capacitância C do banco capacitivo que devia ser conectado para elevar o fator de
potência para 0,92 atrasado. Findo esse processo, foi calculado a nova potência complexa
ST esperada após a conexão do banco capacitivo. Com tais resultados, preencheu-se a
Tabela 2 com os valores obtidos nos passos 8 e 9.
Utilizando os valores de capacitância disponíveis, montou-se um banco de
capacitores com valor nominal CEQ que fosse o mais próximo possível do valor
calculado no passo 8. Em seguida, conectou-se o banco capacitivo com valor nominal
CEQ em paralelo com a carga tipicamente indutiva (3R//9L). Depois disso, mediu-se o
valor da corrente do circuito It, utilizando o multímetro na função de amperímetro. Onde
foi calculada a potência aparente SL.
Foi utilizado o osciloscópio para determinar: a potência ativa P, o fator de
potência FP e a potência reativa indutiva QT. Com isso, através dos cálculos determinou-
se a potência complexa ST com base nos valores medidos.
Determinou-se também a contribuição reativa (QC) do banco capacitivo na
potência reativa total. O que possibilitou o preencimento da Preencha a Tabela 3 com os
dados dos passos 13 a 17. Em seguida foi feita a comparação da potência complexa
calculada no passo 9 e o valor obtido no passo 16 e sugeriu-se que se comentasse sobre.
E para finalizar os experimentos, partindo da situação inicial (carga 3R//9L), conectou-
se os capacitores do banco capacitivo (30µF) (um a um) em paralelo com a carga e
preencheu-se a Tabela 4. Onde o intuito era comparar os módulos de QC e QL para
determinar se o fator de potência é atrasado ou adiantado em cada caso.
Observou-se que, se for considerado que as perdas elétricas nos capacitores são
praticamente desprezíveis, a potência reativa QC se torna igual à potência aparente SC
de cada capacitor. Logo, a potência reativa QC pode ser obtida pelo produto da tensão
pela corrente eficaz no capacitor (IC).

Figura 1: Circuito com cargas em paralelo para ensaios em laboratório.

Fonte: O roteiro.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Resultados

A Tabela 1, apresentaram-se os resultados encontrados por meio das medições


realizadas a partir do sistema da Figura 2, conforme a recomendação do própio roteiro do
laboratório disponibilizado pelo professor.

Tabela 1 – Determinação da potência complexa SL da carga


tipicamente indutiva.

Associação // V(V) It (A) SL(VA) FP P(W) QL(var) SL(VA)


3R//9L 40 3,41 114,98 0,82 94,5 65,5 94,5 + j65,5

Fonte: O autor.

A Tabela 2, consiste nos valores determinados por meio de cálculos seguindo as


bases teóricas presentes na literatura, mas com o auxílio do professor, foi possível ter
acesso as fórmulas necessárias para a execuçao dos mesmos, conforme detalhados nos
procedimentos anteriores. Visando encontrar o valor para capacitância em µF que
permita que seja realizado a correção da compensação de reativos por meio da adição de
capacitores ao sistema inicial, e assim garantir que o novo fator de potência do circuito
seja igual ou maior que 0,92. Conforme orienta a regulação do setor elétrico brasileiro
referente ao sistema interligado nacional.

Tabela 2 – Valores calculados para capacitância C e a potência reativa


capacitiva QC para elevar o FP para 0,92 atrasado.

QC (var) 40,25
C (µF) 59,32 x 10^6
ST (PT+ jQT) 94,5 + j40,25

Fonte: O autor.
Assim utilizando os 4 capacitores de 30 µF em paralelo para atingir o valor
aproximado realizamos as seguintes medidas demonstradas na tabela 3 e que validam que
o experimento foi realizado de maneira eficaz e eficiente pois mesmo com os diversos
fatores que influenciam na precisão dos experimentos, as medidas feitas com a composição
dos capacitores atingiu o valor de FPD esperado de 0,92.

Tabela 3 – Dados da carga tipicamente indutiva em paralelo com banco


capacitivo.

CEQ It
Associação // V(V) ST(VA) FP P(W) QT(var) ST(VA) QC(var)
(µF) (A)
(3R//9L)//CEQ 40 60 3,11 102,71 0,92 96,7 41,9 96,7 + j41,9 41,9

Fonte: O autor.

Assim, com o intuito de verificar o comportamento do ST e do fator de potência


quando vai se realizando a compensação de reativos de forma prática incluindo os
capacitores sem um cálculo direto. observe a tabela 4 para verificar os dados obtidos
durante o experimento.

Tabela 4 - Comportamento da potência complexa total ST e do fator de potência


total FP durante a compensação de reativos.

Num. de
It IC ST QT FP
capac. V(V) P(W) QL(var) QC(var) ST(VA)
(A) (A) (VA) (adiant. /atras.)
(30µF) (var)

1 142,54 0,94
3,72 0,3 131 17,6 73,4 17,6 131-j56,2
62 (Atrasada)
2 139,08 0,956
3,62 1 133 33,7 74,8 33,7 133-j40,7
40 80 (Atrasada)
3 139,38 0,983
3,56 1,39 137 52 77,1 52 137-j25,7
97 (Atrasada)
4 139,43 0,997
3,57 1,85 139 70 75,0 70 139-j11,0
45 (Atrasada)
5 141,65 0,995
3,56 2,29 141 87,7 75,7 87,7 141-j13,6
43 (Adiantada)

Fonte: O autor.
4.2 Discussões

Através da prática, possibilitou-se observar que, devido à severidade que os


efeitos comentados poderão assumir, é inadmissível conceber que um capacitor
dimensionado para funcionamento em circuitos convencionais possa suportar as
condições adversas impostas pelas harmônicas. Entretanto, conhecendo os níveis e ordem
das harmônicas que o capacitor deverá suportar, é possível estabelecer um estudo para o
seu correto dimensionamento.

Tal capacitor tenderá a ter seu projeto sobredimensionamento, a fim de suportar,


além da contingência normal de funcionamento da frequência fundamental, todos os
esforços eletromecânicos adicionais causados pelas harmônicas Invariavelmente, o
“reforço” dos capacitores leva a um aumento no seu tamanho com a reavaliação de todas
as suas características de projeto, repercutindo em acréscimos de custos e, possivelmente,
prazos de entrega.

Porém, paralelamente, tais inconvenientes são justificáveis em função dos


benefícios obtidos com o aumento de vida útil alcançado, se comparados com capacitores
convencionais. Aconselha-se, em função da problemática que circuitos com harmônicos
podem assumir, fazer um criterioso estudo de características, dando ao fabricante de
capacitores os subsídios necessários para o correto dimensionamento de seu
equipamento.

5. QUESTIONÁRIO

A. Explicar o que acontece com a corrente total do circuito IT e com a corrente


no capacitor IC ao serem introduzidos os capacitores em paralelo com a carga tipicamente
indutiva.

A corrente total deverá diminuir com o aumento da carga, e a corrente do


capacitor deverá ser maior.

B. Analisar o que acontece com as potências aparente |ST| e ativa P durante a


compensação.

Elas permanecem aproximadamente iguais, pois são equivalentes de acordo


com o circuito montado.
C. Analisar o comportamento da potência complexa ST e do fator de potência
total FPT do circuito. O fator de potência da carga tipicamente indutiva sofre alteração
durante a compensação? Por quê?

Não, porque esta compensação tem o objetivo de manter os valores


preestabelecidos e mantê-los em equilíbrio.

6. CONCLUSÃO
Por meio desta prática, foi possível se observar mais uma vez, que o capacitor
funciona como uma bateria, ou seja, armazena carga por um determinado instante de
tempo, quanto na energização, assim como na desenergização. Enquanto que nos circuitos
resistivos e indutivos, o processo são o oposto disto. No mais, foi uma prática de grande
valia, pois serviu para enfatizar mais os conhecimentos teóricos, adquiridos em sala.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LEÃO, Ruth. P. S. Compensação reativa. (Roteiro de aula prática). UFC:


Fortaleza, 20??.

FERNANDES, Sthefania. Máxima Transferência De Potência. 2022.


EMBARCADOS. Disponível em: https://embarcados.com.br/maxima-transferencia-de-
potencia/. Acesso em: 10/06/2022.

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