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Metodologia de Gestão para

Empreendimentos Populares

Manual do Of icinas do Pr ocesso


Educador Social Selet ivo
PRODUÇÃO AUTORAL
CANÔNICA, Rosangela
ZANOTTI, Erica
BORGES, Khin

3
APRESENTAÇÃO

Com base em revisão metodológica realizada entre setembro e dezembro de


2014, a equipe do Consulado da Mulher criou um novo método de trabalho com
empreendedoras populares que tem início no Processo de Seleção, passa por uma
série de oficinas que inclui os temas: empreendedorismo popular, gênero, modelo
de negócio e planejamento estratégico e plano de ação, até chegar à assessoria
dos empreendimentos por um período de 2 anos.
O processo de seleção inicia com a realização de parcerias com instituições
como escolas, igrejas, unidades básicas de saúde, CRAS e outros nas comunidades
do entorno das fábricas para que estes ajudem na divulgação.
As empreendedoras interessadas enviam a ficha de inscrição. Todas passam
por avaliação dos seguintes critérios: vulnerabilidade social, renda e tempo mínimo
de existência do negócio. As finalistas são convidadas para entrevista, de onde
saem as empreendedoras que seguirão para a fase de oficinas.
Realizadas as oficinas, todas as participantes devem apresentar o seu
planejamento estratégico e o plano de ação a uma banca empreendedora, que
dará feedbacks e dicas sobre como seguir com o negócio.
Passada esta fase as empreendedoras entram em assessoria e passam a ser
acompanhadas por um educador do Consulado da Mulher pelo período de dois
anos. Espera-se que após este processo elas estejam aptas a seguir empreendendo
e crescendo tanto quanto desejarem.
Esta proposta instrucional foi desenvolvida para facilitar a realização das
oficinas do período de seleção de empreendedoras, indicando um plano de ensino
básico. Enquanto educador sinta-se a vontade para usar da criatividade e adaptar
os conteúdos às suas necessidades e realidades pedagógicas.
Adicionalmente, sugerimos que os vídeos e possivelmente as histórias a serem
apresentadas nas oficinas sejam, sempre que possível, adaptadas ou trocadas
para outras mais próximas da realidade das pessoas que estão recebendo a
informação. Histórias de empreendedoras da cidade, região ou estado podem fazer
mais sentido para o grupo do que de mulheres de outras localidades / realidades.
Boas Oficinas!

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SUMÁRIO

PARTE 1 – SER EMPREENDEDORA, 9


Apresentação, 10
O que é ser empreendedora, 12
Características empreendedoras, 14
O perfil das pessoas empreendedoras, 17
Estabeleça seus objetivos, 18
Planejar, Planejar, Planejar, 18
Planeje a si próprio e amenize riscos, 18
Como planejar minha ideia de negócio?, 19
Formas associativas de empreender: cooperativismo
popular | colaboração solidária | empreendedorismo em
rede, 20
O que é cooperação?, 21
O que é empreendedorismo em rede de cooperação?, 22
O que é a Colaboração Solidária?, 24
PARTE 2 – MULHER, AUTONOMIA E TRABALHO, 27
O que é Gênero?, 28
Mulher e o trabalho, 30
Mulher e o dinheiro, 31
PARTE 3 – DESENHAR O SEU MODELO DE NEGÓCIO, 35
CANVAS e o modelo de negócio, 36
Como fazer o CANVAS, 37
Bloco das emoções, 39
Bloco da Razão, 42
Finalização do CANVAS, 44
PARTE 4 – PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, 47
O que é Planejamento Estratégico?, 48
Quais são os elementos de Planejamento Estratégico?, 50
Análise da Situação Atual, 52
Identidade do Empreendimento, 55
Resultados do Empreendimento, 57
Produtos e Serviços, 58
Fluxograma / Cadeia de Valor, 59
Análise de Mercado, 61
Avaliação, 64
Plano de Ação, 65
ANEXOS, 67
COMPLEMENTOS, 87
REFERÊNCIAS, 93

* Vídeos disponíveis em domínio público no site da Endeavor e YouTube.


** Para download utilizar aTube Catcher

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Parte 1
SER EMPREENDEDORA

Objetivo do Sensibilizar as participantes sobre o empre-


módulo: endedorismo como alternativa de trabalho
e renda. Conceituar de modo introdutório
noções básicas sobre o perfil empreendedor e
o desenvolvimento de competências pessoais
para tornar real o seu “projeto de vida”.

Carga
Horária: 2 aulas de 3 horas

Roteiro:

● O que é ser empreendedora


● Características empreendedoras
● O perfil das pessoas empreendedoras
● Empreendedorismo em rede: cooperativismo popular
● Projeto de vida

Preparação:

Quando agendar a oficina, peça para as participantes trazerem uma


foto (pode ser recorte, foto da foto, etc.) de uma empreendedora de
sucesso que elas admirem. No primeiro encontro elas devem estar
com a foto em mãos (papel ou celular).

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1a Sessão
Apresentação

Dinamica
Baú de viajante
Desenvolvimento: Dispor o grupo sentado em
círculo. Comece com a seguinte fala, tendo o
baú em mãos: “Na mala de um viajante há lugar
para muitas coisas... de tempo em tempo,
na viagem que se chama vida, precisamos Provocar as participantes a
Objetivo refletir sobre onde estão e o
decidir para onde vamos e o que de fato que querem para suas vidas.
queremos carregar em nossa mala, para assim
evitarmos itens desnecessários!” Em seguida, Um baú (ou caixa com tam-
pa de fácil abertura) dispor
anuncie que dentro do baú há vários itens que vários papéis que contenha
precisamos decidir levar ou não, e que, toda vez Material palavras-chave, como: felici-
dade, sonho, realização, ob-
que a música parar, alguém vai abri-lo e retirar Necessário
jetivo de vida, determinação,
um bilhete que contém uma palavra mágica. vitória, medo, coragem, pla-
no, desafio, criatividade, or-
Assim que a pessoa escolhida pelo baú ler a gulho, ameaça, ideia, desejo,
palavra mágica, deverá compartilhar com as etc. Música de fundo.
demais pessoas sentimentos e emoções que
vierem à tona. O importante é tentar traduzir Varia de acordo com a
disponibilidade do mediador
o que a palavra significa em sua vida, atual ou Tempo para a dinâmica, número
futura. Assim que a fala cessar, a música volta de pessoas e interesse do
grupo.
a tocar para que os demais possam passar
pela experiência.
Ao encerrar a atividade fazer uma breve reflexão sobre o fato de que, na vida
a felicidade só dependerá de nossas próprias escolhas, ou seja, daquilo que de
fato decidimos carregar em nossa mala durante nossa jornada!

PARA SE DONA RAIMUNDA DAS TAPIOCAS:


INSPIRAR: A INCRÍVEL MULTIPLICADORA
Ela já enfrentou as maiores dificuldades
por não ter dinheiro suficiente nem para
complementar a alimentação da família.
Trabalhadora incansável multiplicou valores
irrisórios com o próprio suor, melhorou de
vida e hoje dá palestras para pessoas que
desenvolvem projetos públicos sociais e
políticos, sem deixar de lado seu apurado
senso de economia e investimento.

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Começar o negócio com R$ 1 milhão se multiplicou. A família, que não
teria sido bem mais fácil, mas botava fé no negócio, passou a
Raimunda só tinha R$ 1. O que para acreditar. Ela, os filhos e o marido
muita gente é troco, para ela era montaram uma cozinha maior em
uma pequena fortuna. “Às vezes, casa para fazer as tapiocas. “Eu faço
eu tinha só o feijão, o arroz, não 350, 400, quase todo dia”, garante
tinha uma merenda para dar para Raimunda.
essas crianças comerem”,conta a Os valores ainda são pequenos. O
quituteira Raimunda Pereira. investimento que Raimunda fez no
Quando Raimunda se viu apenas começo (R$ 1,00) equivale hoje a
com R$ 1 na mão e muita necessidade três tapiocas menores. E foi assim,
em casa, resolveu apostar numa de moeda em moeda, de real em
receita que aprendeu com os pais. real, que ela conseguiu formar um
Com o dinheiro, comprou goma, pequeno patrimônio. Reformou a
que é a massa usada para fazer a casa onde mora e construiu outros
tapioca. Um vizinho deu os cocos. quatro imóveis para alugar, na
Ela preparou tudo. E com 25 periferia de Fortaleza. “Para mim
tapiocas começou um negócio. “Me é um castelo que eu tenho, é um
levantei de madrugada, caladinha, futuro para minha vida, um futuro
sozinha, quebrei uns coquinhos, fiz pros meus filhos mais tarde”, afirma
25 tapiocas e saí vendendo. Vendi ela.
tudinho”, lembra ela. Sete anos depois, Raimunda
Ela voltou para casa com menos sabe que deve manter o ritmo de
de R$ 10 e uma pergunta: O que trabalho. Levanta de madrugada,
fazer para esse dinheirinho render? todos os dias. ”A gente se levanta
“Primeiro eu tinha que comprar às 2h”, conta. Quando termina de
o material para trabalhar, porque fazer as centenas de tapiocas, ainda
se eu não comprasse, eu gastava tem fôlego para entregar o café da
o dinheiro todo em casa e como manhã. Ela vende nas ruas, de porta
era que eu ia trabalhar sem ter em porta. “O sabor do coco é muito
material?”, conta Raimunda. bom, bem macia, é ótima. Todo dia
A produção foi aumentando, as de manhã ela passa, já vem gritando
encomendas também. O primeiro e a gente já sabe que é ela e eu
grande cliente foi o dono da padaria compro”, aprova o cliente Sidnei da
do bairro, na periferia de Fortaleza. Silva.
“Comecei com dez tapiocas. Aí foi Histórias como a de Raimunda
aumentando. De dez passou para se refletem nas estatísticas. O
15, de 15 para 20, para 30, depois último levantamento feito no Brasil
passou para 50”, lembra ela. mostra que para cada homem que
“Ela deixa de manhã, a tarde passa começa um negócio, há também
cobrando e a gente paga. Nunca uma mulher. O país é o segundo
fiquei devendo, ela não deixa”, diz o no mundo em número de mulheres
dono da padaria Cristiano Marques. empreendedoras, atrás apenas da
Já não faltava mais comida em Hungria.
casa e Raimunda até pensou em No Ceará, a vida dessa mulher forte,
fazer uma pequena extravagância, batalhadora virou exemplo. Hoje,
comprar um vestido novo. “Quando Raimunda dá palestras, ensina como
eu cheguei na loja eu olhava para investir bem o dinheiro. Na plateia,
os tecidos, olhava para os vestidos médicas, psicólogas, assistentes
e fica pensando que não ia dar”, sociais que desenvolvem políticas
lembra ela. públicas no interior do Ceará.
Foi o espírito de empreendedora “A dificuldade, a humildade, a
que falou mais alto. “Andei em necessidade, que é demais. Você
muitas lojas, muitas. Não comprei passar fome de ter vontade de
o vestido, comprei foi as peças comer uma coisa e não ter o dinheiro
para eu trabalhar, forma para para comprar. Você saber poupar
fazer tapioca”, conta ela. Com os aquele dinheiro que você pegou,
novos equipamentos, a produção saber dividir aquele dinheiro que

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você conseguiu, é isso aí que me fez um só: “Tanto faz R$ 1 como R$ 1
isso”, explica Raimunda. milhão, você tem que saber valorizar
Raimunda não sabe mais onde as e usar”, ensina Raimunda.
tapiocas podem ajudá-la a chegar.
Para quem pensa em seguir o Fonte texto: Ideias e negócios
mesmo caminho, o conselho é (2008, web)

Dica Em um círculo de aprendizagem, divida a


Pedagógica: leitura do texto entre as pessoas presentes na
sessão. Inicie a reflexão a partir da história de
vida da Raimunda deixando que as pessoas
compartilhem suas visões, anote em tarjetas de
papel utilizando canetas hidrográficas coloridas
palavras chave que definem características
empreendedoras. Construa um painel visual
com todas as palavras-chave compartilhadas.
Se possível, deixe o painel visível durante todas
as oficinas.

O que é ser empreendedora


Padaria da Ana Ser empreendedora é ter atitude para transformar ideias
em realidade. Porém, é preciso saber que empreender não é
uma tarefa fácil, exige tempo, esforços e disciplina.

Não basta simplesmente abrir um espaço e achar que


o negócio prosperará sozinho. A cada dia surgirão desafios!
Tão importantes como aqueles que te motivaram a seguir
pelo caminho do empreendedorismo.

Ao conduzir um negócio, você precisará organizar suas atividades para


vender produtos ou serviços e isso não é um simples passa tempo. Afinal, é sua
fonte de geração de trabalho e renda! Seu sonho virando realidade!

Para começar a empreender o mais importante é se conhecer. Conhecer


principalmente seus pontos fortes. O que você já sabe fazer! O que você já fez no
passado e que pode te ajudar a ter viabilidade econômica?

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Dica Distribua folhas em branco e peça aos
Pedagógica: participantes que escrevam no alto da página a
frase: “NO QUE SOU BOM”. A seguir, provoque
o grupo a refletir ações simples que já realizaram,
no convívio com a família, com amigos, na
comunidade... Experiências do tipo “Nossa,
como isso é bom, porque você não faz para
vender?” “Puxa, como você é talentosa!” Enfim,
qualquer exemplo pequeno pode ser resgatado
e contribuirá para auto estima empreendedora.

A seguir, pense nos pontos que precisará desenvolver e em quem poderá


te ajudar. Pois você pode começar empreender sozinho, mas certamente não
conseguirá fazer tudo sozinho.

Dica Distribua novas folhas em branco e peça aos


Pedagógica: participantes que escrevam no alto da página a
frase: “NO QUE EU NÃO SOU BOM”. A seguir,
provoque o grupo a refletir ações que julgam não
conseguirem realizar sozinhos... Refletindo a
importância de que quanto mais se conhecerem,
mais chances terão de saber quando e onde
buscar ajuda.

Segundo Dornelas (2005), empreendedorismo é o envolvimento de pessoas


e processos que, em conjunto, levam a transformação de ideias em oportunidades.
E a perfeita implementação destas oportunidades leva à criação de negócios de
sucesso.

É possível afirmar que o empreendedorismo é a habilidade de construir algo de


pouco ou quase nada. E, tem a ver com comportamento e não com personalidade.

Ainda de acordo com Dornelas (2005), a palavra empreendedor (entrepreneur)


tem origem francesa e significa aquele que assume riscos e começa algo novo.

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Características empreendedoras

Dica Inicie uma discussão com o grupo refletindo o que


Pedagógica: consideram que as pessoas empreendedoras
têm como características, ou seja, o que as
diferenciam das demais e o que a motivam a
empreender. Deixem que compartilhem suas
ideias por alguns minutos. Após, divida o grupo
em equipes de trabalho. Distribua revistas,
tesouras, cola e canetinhas e peçam que elaborem
um cartaz com exemplos de comportamento
empreendedor. Ao finalizar a tarefa, cada equipe
apresenta o seu trabalho, argumentando sua
visão sobre o tema.

Pessoas empreendedoras possuem características comuns. Algumas


nascem com essas características, outras aprendem. O importante é que todos
nós podemos empreender, porque todos somos capazes de aprender. Como dizia
o educador Paulo Freire, “todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos
algumas coisas. Por isso aprendemos sempre.”

O empreendedorismo é um conjunto de comportamentos e hábitos que


podem ser adquiridos com capacitação adequada. Por isso, quem decide ser
empreendedora precisa aprender sempre!

Ser empreendedora exige determinadas características, que na visão de


Dornelas (2005) são:

● Ser visionária. Não enxergar apenas o presente: enxergar também o


futuro;
● Saber tomar decisões;
● Fazer a diferença;
● Saber explorar ao máximo as oportunidades;
● Ser determinada e dinâmica;
● Ser dedicada;
● Ser otimista e apaixonada pelo que faz;
● Ser independente e construir o próprio destino;
● Buscar sempre o próprio desenvolvimento econômico;
● Ser líder e formadora de equipes;
● Relacionar-se bem;
● Ser organizada;
● Planejar, planejar, planejar;
● Buscar sempre o conhecimento;

14
● Assumir riscos calculados;
● Criar valor para a sociedade;
De modo geral, empreendedoras de sucesso acumulam habilidades,
experiências, contatos, visão e capacidade de perseguir oportunidades com o
passar do tempo.

Uma boa dica é aprender com as experiências de outras empreendedoras que


atuam com aquilo que você está buscando. Faça contatos e busque informações
sobre desafios comuns, isso pode te ajudar a tomar decisões mais assertivas em
algum ponto que você precisa de ajuda.

Tenha sempre em mente que empreender não é fácil e que você irá precisar de:

1. Iniciativa: Busca constante por oportunidades de negócios. Esteja sempre


atenta ao que acontece na sua cidade, no seu bairro, na comunidade, enfim,
no mercado em que quer atuar. Não fique à espera que os outros venham
resolver os seus problemas. A iniciativa é a capacidade daquele que, tendo
um problema qualquer, age, “arregaça as mangas” e parte para a solução.

2. Ambição: Procure fazer sempre mais e melhor, nunca se contentando com


o que já atingiu. Não tentar progredir significa estagnar e você pode ter a
ambição de chegar um pouco mais além do que da última vez.

3. Perseverança, otimismo e determinação: Defina metas e consequente-


mente tentar atingi-las, sempre com um espírito positivo, sem se deixar abater
por algo que possa ocorrer mal. As dificuldades vão acontecer, porém não
desista perante situações desafiantes. Sinta-se determinada, entusiasmada e
crente para persistir até que as coisas comecem a funcionar adequadamente.

4. Coragem para correr riscos: Não tenha medo do fracasso e da rejeição,


você fará tudo o que for necessário para não fracassar, mas não deve ser
atormentada pelo medo paralisante do fracasso. Pessoas com medo do
fracasso preferem não correr o risco e então ficam paralisadas. Arriscar-se
faz parte do ato de empreender. Informa-se sempre antes de tomar decisões
complexas. Conte com ajuda de outras pessoas que possuem mais experiência
e aprenda a correr riscos calculados.

5. Capacidade de planejamento: Tenha a visão de onde está, aonde quer


chegar e o que é preciso fazer para alcançar seus objetivos. Crie planos de
ações e priorize-os dentro do negócio.

6. Exigência de qualidade e eficiência: Busque fazer o melhor, de forma


mais rápida e com menor custo benefício. Tenha vontade para atender ou
superar padrões de excelência. Desenvolva ou utilize procedimentos para
assegurar que o trabalho seja concluído a tempo e que atenda as expectativas
de qualidade desejada por clientes e consumidores.

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7. Rede de contatos: É importante interagir com a família, amigos, vizinhos e
outras pessoas da cidade, do bairro, da comunidade. Assim, você irá formar
bons contatos, divulgando seus produtos e/ou serviços.

8. Liderança: Você precisa ser líder do seu negócio. Ninguém fará a


caminhada empreendedora por você. Portanto, motive-se a cada dia e torne-
se comprometida com o seu projeto de vida. Se você trabalha em grupo, seja
uma liderança positiva, aquela que inspira as pessoas a serem igualmente
comprometidas com o negócio.

9. Autoconfiança, motivação e entusiasmo: Acredite em si mesma! A


crença em si fará você arriscar mais, ousar e realizar tarefas desafiadoras. A
motivação permitirá entusiasmar-se com suas ideias e projetos.

10. Criatividade: Busque pensar de modo diferente, crie o novo. Permita-se


ir mais longe, aposte no seu potencial criativo para diferenciar seu negócio no
mercado.

11. Trabalho em equipe: Acredite nos outros! Aprenda a trabalhar junto


a outras pessoas. Uma equipe forte, coesa, torna-se capaz de alcançar
resultados incríveis.

12. Conhecimentos técnicos: Busque constantemente adquirir conhe-


cimentos e habilidades técnicas. A qualidade de seus produtos e serviços
depende do seu comprometimento com a constante melhoria de processos,
produtos e serviços.

13. Decisão e responsabilidade: Não fique à espera que os outros decidam


por você. Tome decisões e aceite a responsabilidade que acarreta.

14. Flexibilidade e resiliência: Adapta-se às circunstâncias que o rodeiam,


pois se algo corre diferente do inicialmente previsto, você não deve desistir,
mas sim alterar os seus planos de modo a atingir os seus objetivos.

É raro encontrar todas essas características empreendedoras numa só


pessoa. Entretanto, elas devem ser exercitadas na pessoa empreendedora ou em
seus parceiros, para consolidar a viabilidade econômica do negócio.

Dica Peça as participantes pensarem a respeito da


Pedagógica: pessoa da foto que trouxeram. Elas devem
identificar quais das características acima
acreditam que esta pessoa tem. Peça para que
apresentem o resultado ao grupo. Feche com
a mensagem de que esse alguém será sua
inspiração nos momentos mais desafiadores.

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O perfil das pessoas empreendedoras

Sugestão de Título:
Vídeo: Sonho Grande | Leila Velez –
História de Beleza Natural
superação de
Leila Velez, do
Beleza Natural

Sinopse: Historia de superação de quatro pessoas, uma


empregada doméstica, uma cabeleireira e dois atendentes de
lanchonete, que viviam em uma favela do Rio de Janeiro e hoje
são donos de uma grande empresa.

Título:
Sodiê Doces | Sua História
Nossa História

Sinopse: Entrevista com a dona da Sodiê doces, que iniciou


como boia fria, foi empregada doméstica, começou a fazer
bolos, abriu uma pequena lojinha e hoje tem mais de 200 lojas
espalhadas pelo Brasil. Sugestão de passar os 10 primeiros
minutos.

Encerramento: Encerre a primeira sessão entregando a elas


o Quadro de Planejamento Pessoal, que está
no Anexo I desta apostila. Peça que tragam
preenchido na próxima sessão e que caso
precisem de ajuda no preenchimento podem
pedir aos familiares ou amigos.

17
2a Sessão
Estabeleça seus objetivos
Os objetivos funcionam como uma mola propulsora, e são capazes de
impulsionar o negócio e as pessoas que a ele se dedicam. Sem essa força
orientadora dificilmente a empreendedora se locomoverá na direção certa.

r?
Alice: Você pode me ajuda
Gato: Sim, pois não?
Alice: Para onde vai essa
estrada?
er ir?
Gato: Para onde você qu
Alice: Eu não sei, estou
perdida.
Gato: Para quem não sabe
para onde vai, qualquer
caminho serve
das Maravilhas
Lewis Carol - Alice no País

Dica Conte a história de “Alice no País das Maravilhas”


Pedagógica: ou reproduza a cena do filme em que Alice dialoga
com o Gato.
Reflita com o grupo sobre a falta de objetivos e
suas consequências, tanto na vida quanto nos
negócios.

Planejar, Planejar, Planejar


O planejamento analisa e seleciona alternativas para o negócio, determinando
objetivos e maneiras para alcançá-los. Por esses motivos, é importante decidir
antecipadamente o que fazer, de que maneira fazer, quando e quem deve fazer.

“Aonde irei, qual é o meu negócio, quais são os meus objetivos?”. Sem essas
respostas adequadas, não se pode planejar o futuro. É como andar na escuridão,
sem qualquer noção de direção. Sem planejamento sequer existem parâmetros
para medir e avaliar o próprio desempenho do negócio.

Planeje a si próprio e amenize riscos


Planejar é traçar caminhos para se chegar aos objetivos que estabelecemos.
É quando conseguimos organizar a nossa vida ao ponto de estabelecermos metas

18
para o nosso negócio, identificando e tirando proveito das oportunidades que
constantemente vão surgindo.

Oportunidades surgem no campo profissional como consequência do pessoal.


Desse modo, basta se conhecer, para se planejar. O autoconhecimento impulsiona
tudo àquilo que desejamos para nossa história de vida, e molda também a nossa
visão de negócio.

É muito importante que consigamos responder a determinadas questões


para que tenhamos a real definição dos nossos objetivos empreendedores.

Dica Peça para que cada empreendedora conte a


Pedagógica: resposta que deu para uma das questões do
Anexo I em ordem para que no final possam avaliar
em conjunto o que foi mencionado, se realmente
são objetivos, se realmente são oportunidades e
fraquezas. Faça uma reflexão conjunta.

Como planejar minha ideia de negócio?


O ato de planejar representa seriedade e profissionalismo. Em todo
planejamento é fundamental:

● Estabelecer objetivos;
● Prever atividades a serem realizadas para atingir os objetivos;
● Elaborar um cronograma de atividades;
● Determinar o grau de responsabilidade das pessoas envolvidas, incumbidas
em realizar as atividades.

Para que as ideias possam ser organizadas na etapa de planejamento, algumas


ferramentas são elaboradas e aplicadas, conforme a realidade que vivenciamos.

Veja a seguir, alguns exemplos de ferramentas utilizadas para planejamento:

Exemplo 1

O quê? Quando? Como? Quem?


(objetivo) (prazo) (de qual forma) (responsável)

Pesquisa de Jun Visitar comércio Maria


concorrentes local
Treinamento em Jul Curso específico Ana
panificação
Ampliar acesso a Ago a dez Distribuir Maria e Ana
mercados nossos produtos
no bairro

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Exemplo 2

OBJETIVO: Implementação de ponto comercial

Atividade jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Quem

Locação x Bia
da sala
Verificar x Paula
licenças
prefeitura
Comprar x Lia
móveis

Tais ferramentas, quando elaboradas e disponibilizadas de forma visível,


para constante consulta, possibilitam que não perdemos o foco daquilo que
desejamos e buscamos como estratégia de negócio, ou, até mesmo, de plano
individual quando as utilizamos para fins de planejamento de vida.

Dica Mencione que voltaremos a estes pontos


Pedagógica: quando estivermos construindo o planejamento
estratégico da empresa delas, em sessões
posteriores.

Formas associativas de empreender: cooperativismo


popular | colaboração solidária | empreendedorismo em
rede

Você Sabia? Historicamente os povos antigos já


praticavam formas associativas de
ajuda mútua. Partilhar aquilo que se
tinha disponível fazia parte da conduta
pela sobrevivência.
Fonte: Ceará em revista (2015)

Como os seres humanos viviam da caça, da pesca e da coleta, as atividades


laborais eram coletivas e de propriedade comum, ou seja, tudo aquilo que era
resultado dessas ações era dividido entre todos no povoado. Inclusive, a moradia
era partilhada de modo a garantir justo abrigo. Todos buscavam sobrevivência,
logo compartilhar as necessidades básicas era um dever comum.

20
Dica Inicie uma discussão com o grupo refletindo
Pedagógica: como é a sociedade hoje. Que alternativas há
para o mundo do trabalho? Há colaboração? As
pessoas se unem para buscar alternativas que
garantem o sustento de suas famílias?
Tempo: 5 min.

Dica Divida as participantes em grupos de trabalho


Pedagógica (máximo 4 pessoas) e distribua cartazes em
Complementar: branco, canetas hidrográficas, cola, tesoura e
revistas. Peça às participantes que desenvolvam
um cartaz sobre o entendimento da palavra
cooperação. Cada grupo deverá apresentar sua
visão de mundo.
Tempo: 15 min.

Dica Agora compartilhe uma imagem de pessoas


Pedagógica: conectadas em rede (impressa ou projetada).
Complementar: Peça as equipes que definam cooperativismo em
rede. Cada grupo deverá apresentar sua visão
de mundo, por meio de palavras-chave.
Tempo: 10 min.

O que é cooperação?
Cooperação é uma relação baseada na colaboração entre pessoas ou
organizações, no sentido de alcançar objetivos comuns. Assim sendo, é possível
afirmar que a cooperação é uma forma de ação que tem de ser praticada em grupo
por não existir meios de alguém se auto-cooperar, visto que, essa ação expressa
o agir coletivamente.

Existem na natureza muitos exemplos de cooperação – o trabalho diário das


formigas e das abelhas para se manterem vivas, são exemplos que nos surgem
de imediato quando pensamos em cooperação. Nós, os seres humanos, só
conseguimos ser bem sucedidos nas nossas relações sociais, em grande parte,
devido aos resultados da nossa ação enquanto grupo, ou seja, da nossa ação
cooperativa.

Ao pensarmos nas relações de trabalho entre empreendedoras será que isso


é possível?

21
O que é empreendedorismo em rede de cooperação?
A união entre pessoas, com interesses comuns, é um caminho para promover
o empreendedorismo em rede de cooperação. Assim, cada uma colabora com a
ideia de negócio da outra formando alianças empreendedoras que visa o bem de
todas.

Segundo Vasconcelos (2007), novos negócios são iniciados quando indivíduos


percebem oportunidades e se mobilizam para obter os recursos necessários para
implementá-las. Para acessar esses recursos, físicos ou não, os indivíduos entram
em contato com outros indivíduos, procurando ajuda com amigos, familiares,
colegas de trabalho e com outras pessoas fora de seu círculo de convivência social.
Esses contatos têm como objetivo não só obter os recursos econômicos para
iniciar o negócio como também buscar apoio para a ideia do negócio, conselhos e
informações e suporte social e emocional para a constituição do empreendimento.

Quando se trabalha o empreendedorismo em rende a interação entre os


envolvidos fortalece o enfrentamento das dificuldades comuns e a busca por
soluções em conjunto. Assim, ampliam-se também as oportunidades de negócio,
onde vários empreendimentos em sinergia podem alcançar melhores resultados
econômicos.

As redes de empreendedorismo são também caracterizadas pelos valores e


objetivos compartilhados, nela as pessoas se unem preservando sua autonomia,
porém com vontade de entrar e permanecer na rede formando multilideranças,
onde cada um assume uma parte da responsabilidade e todos trabalham por um
objetivo maior.

Martinelli e Joyal (2004, apud Galvão, s.n.d) comentam que, nas estruturas
de redes, todos os atores têm aproximadamente o mesmo poder, pois cada
um decide sobre a sua ação, e seu nível de responsabilidade é próximo, sendo,
portanto, corresponsabilidade sobre as ações do grupo como um todo. A rede
então é também um conjunto dinâmico de elementos, que mantém relações de
empoderamento entre si, onde, todos têm o mesmo grau de poder e ela existe
somente porque este poder é diluído entre os participantes.

Uma rede de cooperação entre empreendimentos surge pela união de


modelos de negócios que trabalham num mesmo segmento de produção, com
vistas a obter benefícios desta união, como redução de custos com poder de
barganha junto a fornecedores, acesso a maiores e melhores linhas de crédito,
criação de uma marca forte, facilidade da inserção no mercado, etc.

22
Dinamica
“A rede”
Desenvolvimento: em círculo, de pé e com
as mãos dadas, uma pessoa fica de fora. O
instrutor direciona os participantes para que
um passe por baixo do braço do outro, um
vire de costas, outro de lado, enfim, até que se
forme uma rede embaralhada. Então, chama
se a pessoa que ficou de fora e diz que eles Perceber a importância do
Objetivo próximo para a construção
tem dois minutos para desenrolar e voltar ao de um objetivo comum.
círculo, sem soltar as mãos.
A tendência é que a pessoa vá direcionando Material Um grupo de 6 ou mais pes-
soas.
cada individuo à girar novamente ou passar Necessário

por baixo do braço do outro, mas não


consiga desenrolar todo mundo no tempo 5 minutos
Tempo
determinado. Então, o instrutor diz “Pessoal,
se desenrolem” e rapidamente o círculo volta
ao que era antes.

Dinamica
Auxílio mútuo
Desenvolvimento: em círculo, de pé. É dado um
pirulito para cada participante e os seguintes
comandos: todos devem segurar o pirulito
com a mão direita, com o braço estendido.
Não pode ser dobrado, apenas levado para a
direita ou esquerda, mas sem dobrá-lo. A mão
esquerda fica livre. Primeiro solicita-se que Para reflexão da importância
Objetivo do próximo em nossa vida.
desembrulhem o pirulito, já na posição correta
(braço estendido, segurando o pirulito e de pé, Material Pirulito para cada partici-
em círculo). Para isso, pode-se utilizar a mão Necessário pante.
esquerda.
O mediador da dinâmica recolhe os papéis e em seguida, dá a seguinte orientação:
sem sair do lugar em que estão, todos devem chupar o pirulito! Aguardar até
que alguém tenha a iniciativa de imaginar como executar esta tarefa, que só há
uma: oferecer o pirulito para a pessoa ao lado!!! Assim, automaticamente, os
demais irão oferecer e todos poderão experimentar o pirulito. Todos se sentam.
Inicia-se uma breve reflexão de quanto precisamos uns dos outros para chegar
a um objetivo comum.

23
O que é a Colaboração Solidária?
De acordo com Mance (1999) a palavra colaboração deriva do verbo latino
collaborare, que significa trabalhar juntos. O termo solidário, por sua vez, deriva
da palavra solidu, significando algo forte, que dificilmente se deixa destruir por
uma força externa. Esse modo de pensar indica uma relação de responsabilidade
entre pessoas unidas por interesses comuns, de maneira tal que cada elemento
do grupo se sinta na obrigação moral de apoiar os demais. Colaboração Solidária
significa, portanto, trabalho e consumo compartilhados cujo vínculo recíproco entre
as pessoas advém, primeiramente, de um sentido moral de corresponsabilidade
pelo bem-viver de todos e de cada um em particular.

Dica Apresente um ou dois dos vídeos abaixo e realize


Pedagógica: uma pequena discussão em grupo, encerrando
o tema e também a sessão. Caso tenha alguma
rede organizada em sua unidade, convide-as
para participar de uma reunião e “ver com os
próprios olhos” como funciona.

Sugestão de Título:
Vídeo: O Valor da Iniciativa
Trabalho em
conjunto,
Cooperativismo
e Economia
Solidária

Sinopse: Vídeo que mostra a importância de tomar uma


iniciativa, mas principalmente como o trabalho fica mais eficiente
se feito em grupo. Sozinho o menino nunca teria atingido seu
objetivo, mas com a ajuda de outras pessoas, foi possível.

Título:
Globo Repórter: Vale
Europeu, 19/02/2016

Sinopse: Conta como funciona a economia no Vale Europeu


de Santa Catarina que está muito ligada à economia solidária.
A senhora que tem a pousada faz certos produtos e compra
outros das vizinhas, por exemplo.

24
Título:
Cooperativismo, economia
solidária.

Sinopse: Reportagens que contextualizam o cooperativismo


popular, evidenciando a integração entre produtores para a
melhoria na qualidade de vida.

Título:
Cidade Solidária: Consumo
Solidário “Cadeias Produtivas
na Economia Solidária”

Sinopse: Animação que apresenta a propostas de uma so-


ciedade onde prevalecem a autogestão e o bem viver, princípios
da Economia Solidária e do Comércio Justo e Solidário.

Lição de Assistir todo o filme “Alice no País das


Casa: Maravilhas” e trazer na próxima sessão os
entendimentos sobre o filme para uma pequena
discussão.

Encerramento: Encerre a segunda sessão fazendo com elas,


em sala de aula, o “Projeto de vida” que está
no Anexo II deste material. Dê tempo para que
elas possam pensar, e sugira que utilizem os
questionamentos feitos em casa, na sessão
anterior.

Peça para que cada uma traga um mini-espelho


na próxima oficina (tipo espelho de maquiagem).

25
Parte 2
MULHER, TRABALHO E AUTONOMIA

Objetivo do Mostrar para as empreendedoras que muitas das


módulo: diferenças apontadas entre homens e mulheres
não são natas, mas sim conceitos criados pela
sociedade para definir os papéis de cada um.
Falar sobre a importância da mulher ter a sua
independência financeira, de lidar com o dinheiro
e de ter autonomia.

Carga
Horária 1 aula de 3 horas

Roteiro:

● Questionamentos do cotidiano;
● Leitura de histórias e análise;
● A mulher e o trabalho;
● A mulher e o dinheiro;
● Eu mereço!

Preparação:

Realizar as leituras das histórias, identificar os principais conceitos


de gênero a serem discutidos, tanto para mulheres como para
homens.
Trazer alguns mini espelhos, caso elas tenham se esquecido.

27
Sessão Única
Iniciar a sessão com a discussão sobre o filme “Alice no país das maravilhas”.
Perguntar o que cada uma entendeu do filme e sobre o desfecho dele.

Dica Importante que o educador assista o filme para


Pedagógica: conduzir a discussão. O tema principal a tratar
é de como a Alice está buscando descobrir
sua essência, se descobrir e como ao final, ela
consegue se auto afirmar e, só volta a crescer
quando diz firmemente e com assertividade o
seu nome.

O que é Gênero?
A identidade biológica é definida pelo sexo

Quando vemos um bebê recém-nascido não temos dúvidas quanto ao seu


sexo pelo órgão genital - pênis ou vagina. Esta diferença a natureza se encarregou
de definir: macho ou fêmea.

Assim, somente pessoas do sexo feminino podem menstruar, engravidar,


amamentar, passar pela menopausa e as do sexo masculino podem produzir
espermatozoides. Este é um dado que, por mais que a ciência evolua, não pode
ser mudado.

A identidade de gênero é definida pela cultura


Desde o início da humanidade, homens e mulheres realizam trabalhos
diferentes e, muitas vezes, não são considerados iguais entre si, com os mesmos
direitos, deveres e com o mesmo valor. É isso que chamamos relações de gênero
e que, na maioria das vezes, atribuem às mulheres uma condição desigual em
relação aos homens.

Na maioria das sociedades do planeta, as mulheres recebem salários menores,


não são reconhecidas pelo trabalho doméstico, não têm controle e autonomia
sobre o seu próprio corpo, estão em poucos cargos de comando de empresas e
de governos.

Chamamos relações de gênero aquelas relações sociais entre homens e


mulheres que foram construídas ao longo da história.

28
Em cada lugar há uma relação
diferente entre homens e mulheres. Na
religião muçulmana, por exemplo, as
mulheres não podem mostrar em público
praticamente nenhuma parte de seu
corpo. Já no Brasil, as mulheres podem
vestir-se bem à vontade, principalmente
nas praias de nosso litoral.

Tradução: Outro exemplo: até a década de


“Tudo coberto menos os olhos. Que 1930, as mulheres não podiam votar
cultura de dominação masculina mais
cruel!” no Brasil. Hoje são reconhecidas como
“Nada coberto só os olhos. Que cultura eleitoras, mesmo que poucas consigam
de dominação masculina mais cruel!” alcançar cargos no mundo da política.

Dica Depois de explicar rapidamente a diferença de


Pedagógica: conceitos entre sexo e gênero inicie a oficina
dizendo que hoje vamos ler algumas historias e
depois conversar sobre elas.

Leitura
A Princesa Sabichona
Desenvolvimento: reunir as mulheres em
círculo. Contar a história e deixá-las imaginar.
Em seguida, passar o livro para que elas vejam
as ilustrações. Abrir uma roda de conversa
guiada pelas seguintes perguntas:
Discutir o “comportamento
O que essa princesa tinha de diferente das diferente” de uma princesa e
Objetivo questões acerca da obriga-
outras? O que ela gostava de fazer? Como ela toriedade do casamento para
se comportava? O que ela não queria fazer? a mulher.
Por quê? Como a história termina? Vocês
acham que é possível ser feliz para sempre
Tempo 20 a 30 minutos
sem se casar? Por quê?
Neste momento, é importante que o educador problematize a naturalização
do casamento como algo que pode ser vivido tanto por mulheres quanto por
homens ou não, se for uma escolha. Que quebre também o paradigma dos
comportamentos de delicadeza, dependência e obediência como características

29
das mulheres. É importante promover a reflexão das empreendedoras no
sentido de entender que podemos escolher e descobrir, experimentando, o que
gostamos de fazer e como queremos que nossa vida seja.

Leitura
Ceci tem pipi
Desenvolvimento: reunir as mulheres em
círculo. Contar a história. Abrir uma roda de
conversa guiada pelas seguintes perguntas:
Porque o Max achava que os “com pipi” são
mais fortes? O que a Ceci tinha de diferente
das outras meninas? O que ela não queria
fazer? Todas as meninas brincam de boneca Discutir masculinidades e
e desenham florzinha? Por quê? As meninas feminilidades. Porque os
homens são considerados
não são boas nos esportes? mais fortes, mais racio-
nais, melhores para as
Como a história termina? Vocês acham que a Objetivo matemáticas e exatas ou
para os esportes do que
mulher pode fazer tudo o que o homem faz se as mulheres. Apontar as
ela quiser? Por quê? E o homem, pode fazer diferenças que são físicas
e as que são só conceituais
tudo o que a mulher faz? Porque? (gênero).

Outra vez é importante direcionar para que


as empreendedoras entendam que sim, que Tempo 20 a 30 minutos
homens e mulheres são capazes de fazer as
mesmas atividades se eles quiserem, mas
que, geralmente, somos criados para ser mais
delicadas e eles mais fortes, mais emocionais
e eles mais racionais e assim por diante.

A mulher e o trabalho
Na nossa sociedade, homens e mulheres fazem trabalhos diferentes.
Normalmente os trabalhos de empregada doméstica, manicure, babá, professora
de escola e outros que têm a ver com o CUIDADO e CARINHO, são realizados por
mulheres. Enquanto os trabalhos de pedreiro, motorista, policial, ser político ou
pilotar um avião, que tem a ver com FORÇA e ESTRATÉGIA são realizados pelos
homens.

E quais destes trabalhos pagam melhor?

Em geral os pedreiros, motoristas, policiais, políticos ou pilotos de avião


ganham mais do que as faxineiras, manicures, babás e professoras de escola,

30
certo? Mas será que os homens são mais inteligentes que as mulheres? Ou mais
esforçados para ganhar mais?

A resposta é não! Fisicamente somos iguais em capacidades mentais. A


diferença normalmente está em como as mulheres e homens são criados. Você já
reparou que os adultos conversam com os bebês, mesmo dentro da barriga da
mãe, em tons de voz e jeitos diferentes para meninos e meninas? Esse tratamento
diferenciado vai se prolongar até a vida adulta. Os meninos ganham bolas e
carrinhos, e as meninas, bonecas e panelinhas. Desta forma, as crianças aprendem
que cada sexo deve ter um jeito de se comportar, falar, brincar e de socializar: “Isso
é coisa de menino”, “Isso é coisa de menina”. Faça um exercício de memória e volte
à sua infância... Você tinha os mesmos direitos e deveres que seus irmãos(ãs)? As
moças podiam sair sozinhas? Os rapazes podiam cuidar dos afazeres domésticos?

Dica Neste momento, entregue as empreendedoras


Pedagógica: uma folha sulfite em branco e lápis de cor e peça
para que desenhem coisas que elas não fazem
por ser mulher, mas que poderiam ou gostariam
de fazer. Caso tenha algum homem no grupo,
peça para que ele faça o mesmo, coisas que
poderia fazer, mas não faz porque é homem.

A mulher e o dinheiro
Geralmente, ao homem cabe o papel de ser provedor da família e trazer
“dinheiro para casa”. Mas precisa ser assim mesmo? Foi um papel que a sociedade
construiu ao longo do tempo e que pode ser mudado. A cada ano cresce o número
de desempregados. Homens que se viam chefes de família têm hoje que contar
com a renda de suas companheiras.

Muitos deles sentem-se humilhados, desvalorizados, e isso se agrava se


não conseguem encontrar um novo emprego, podendo, inclusive, desencadear
conflitos e violência doméstica.

E você sabia que mesmo trabalhando nos mesmos cargos que os homens,
as mulheres recebem, em média, 30% a menos que eles? Isso quer dizer que se
um homem que é juiz de futebol ganha por mês R$ 1.000,00, uma mulher que é
juíza de futebol, ganha por mês R$ 700,00, no máximo.

Além disso, tem ainda o trabalho doméstico. Um estudo realizado pela


Consultoria McKinsey em 2013 mostrou que em todos os níveis sociais, mesmo
aquelas mulheres que trabalham em empresa e são executivas, são as responsáveis
pela maior parte dos trabalhos de casa como lavar, passar, cozinhar limpar e
cuidar dos filhos. Estas coisas dão um trabalhão, não dão? E porque é que não
são remuneradas ou muitas vezes nem sequer valorizadas?

31
No Brasil, as donas de casa iniciaram a luta pelo direito à aposentadoria, mas
ainda não têm o seu trabalho reconhecido e não são remuneradas. Além disso,
muitas trabalhadoras que vivem de atividades informais em casa, como a venda
de artesanato e alimentos, não dão aos seus produtos o valor real, que inclui sua
valiosa mão-de-obra. Às vezes acham até que seu produto não vale nada, que nem
é tão bom assim.

Dica Faça uma rodada de conversa perguntando


Pedagógica: quem acha que o seu produto é muito bom e
por quê. Em seguida pergunte se ela vende o
produto pelo que acha que vale e se no valor que
ela ganha está embutida a mão de obra, se ela
acha que paga o trabalho que teve para fazer.

Sugestão de Título:
Vídeo: The Unfair Menu
Ilustração da
diferença salarial
entre homens e
mulheres

Sinopse: Um restaurante em São Paulo resolveu cobrar 30%


a mais dos homens em todos os pratos para mostrar que se
as mulheres, tendo o mesmo cargo, ganham menos, então na
verdade tudo custa mais caro para elas.

PARA SE SUMA, KAMLARI - NEPAL


INSPIRAR:
História: Suma. Bardiya, Nepal

Objetivo: Discutir o poder de


mudança que há dentro de cada
um@. E a possibilidade que cada
pessoa tem de ser protagonista de
sua própria história.

Desenvolvimento: reunir as mulheres que fez Suma mudar o rumo de


em círculo. Contar a história e passar história? Vocês acreditam no poder
as imagens sobre a história de Suma de mudança que tem em suas vidas?
(Anexo V). Abrir uma roda de conversa E na vida dos que estão à sua volta?
guiada pelas seguintes perguntas: Vocês acham que é possível “ser dona
de sua própria história”?
Como foi a infância de Suma? O
que impedia Suma de ser livre? O Tempo da atividade: 20 a 30 minutos

32
Você merece fazer aquilo que deseja, que acredita ser importante,
independente de ser homem ou mulher e das escolhas e limites que a sociedade
possa ter imposto para você. Você também merece ser remunerada de maneira
justa pelo trabalho que você realiza! Você merece ter o seu dinheiro e decidir quais
sonhos vai realizar com ele.

Mas isso só vai acontecer se você souber se dar o valor que tem! Sendo assim,
daqui em diante se alguém disser: “Nossa que bolo gostoso!” Você vai responder
“Obrigada, fiz com carinho” ou ainda “Obrigada, deu bastante trabalho” e não “Ah,
está mais ou menos” ou “Poderia estar melhor”.

Dica Encerre a sessão pedindo para que cada


Pedagógica: uma pegue o seu mini espelho e a folha onde
desenharam aquilo que gostariam de fazer mas
não podem por ser mulher. Dê 1 minuto para
que se observem em seguida peça para que,
olhando no espelho digam: eu posso fazer (tudo
o que está escrito na lista). Depois digam: eu sou
empreendedora e meu trabalho tem muito valor.

Encerramento: Peça para que como lição de casa elas revisem o


projeto de vida que fizeram na sessão anterior,
observando se gostariam de mudar alguma
coisa.
Peça também que tragam fotos de mulheres
“fazendo trabalho de homem” e homens
“fazendo trabalho de mulher”. Pode ser recorte,
impresso ou no celular.
Por último peça pra que tragam jornais e revistas
que tenham em casa que serão usados na
próxima sessão

33
Parte 3
DESENHAR O SEU MODELO DE NEGÓCIO

Objetivo do Auxiliar a empreendedora a visualizar o seu


módulo: negócio como um todo. Construir de maneira
clara e lúdica, o conteúdo das áreas mais
importantes para que o negócio funcione
ajudando a pensar de forma criativa e inovadora
sempre que possível.

Carga
Horária 3 aulas de 3 horas

Roteiro:

● CANVAS e o Modelo de Negócio;


● Como fazer o CANVAS;
● Bloco das emoções;
● Bloco da razão.

Preparação:

Traga uma tela para pintura e giz á óleo além de jornais, revistas,
cola, tesoura, canetas e canetinhas coloridas e post-its, para serem
usados ao longo da sessão.
Peça a ajuda de outros educadores / coordenadores para as
próximas sessões uma vez que cada empreendedora fará o seu
próprio CANVAS e precisarão de auxílio.

Dica Inicie entregando a tela e o giz á óleo para as


Pedagógica: empreendedoras e peça para que elas façam uma
arte bem bonita que lembre o empreendimento
delas.

35
1ª Sessão
CANVAS e o modelo de negócio
CANVAS é uma palavra usada por pintores e artistas para falar de um quadro
ou pintura. Neste exercício, a proposta é que vocês façam um quadro, uma pintura,
do negócio de vocês.
Todos nós sabemos que para que um quadro seja
vendido ele tem que ser bem bonito ou ter um estilo de
arte muito diferente, inovador. É com este pensamento
em mente que vocês vão pintar o quadro do negócio de
vocês!

Não existe um conceito definitivo sobre modelo


de negócio. O modelo tem a ver como a forma que o
empreendimento cria e entrega valor para o seu cliente.
Veja bem, é como se o cliente recebe valor e não um produto. É claro que este
valor é entregue através de um produto ou serviço, mas devemos dar a devida
importância ao valor (sensações, emoção, necessidade atendida, rapidez, etc.) que
aquele produto ou serviço entrega.

O objetivo de montar o modelo de negócio com todos os participantes do


empreendimento é que vocês possam ser livres para criar, ter novas ideias, errar e
acertar, dar vida ao seu empreendimento.

PARA SE QUITANDA SABOR CASEIRO


INSPIRAR:

As empreendedoras do Quitanda
Sabor Caseiro, que fica lá em Feira
Grande, no interior de Alagoas,
achavam que o negócio delas ia
muito bem, obrigada. Elas tinham
começado já faziam 3 anos, eram a
única lanchonete de pastel e coxinha
em frente à igreja, no miolinho do
povoado e todo mês elas levaram um
dinheirinho para casa. caseiro, de qualidade e muito barato;
Até que elas tiveram a oportunidade também tinham na ponta da língua
de utilizar o CANVAS para pensar no outras coisas a respeito do negócio.
seu modelo de negócio. Elas tinham Mas quando pararam para avaliar os
muita certeza de quem eram os custos que tinham e comparar com
seus clientes: o pessoal da vila que as receitas (dinheiro) que estavam
ia passar tempo na praça, quem ia recebendo elas tomaram um susto...
à missa ou outro evento na igreja e Não sabiam que era tanto gasto!
alguns homens que se reuniam em Foi então que elas resolveram refazer
frente à igreja para beber juntos; todos os preços dos produtos
sabiam muito bem qual o valor que e perceberam que não estavam
entregavam em seu produto: ele era tendo lucro nem prejuízo. O que elas

36
gastavam, ganhavam de volta, mas fez diferença para elas na retirada do
ninguém consegue sobreviver assim. fim do mês.
Então, aumentaram um pouquinho Ainda bem que elas tiveram a
os preços, nada que pesasse no bolso oportunidade de pensar juntas no seu
do cliente, mas uma quantidade que modelo de negócio!

Dica Conte a história e faça um momento de reflexão


Pedagógica: sobre a importância de utilizar esta ferramenta
para visualizar o negócio como um todo, começar
a entender com mais profundidade cada parte
dele para entender o que funciona e o que não
está tão bem.

Como fazer o CANVAS


Reúna todas as pessoas que fazem parte do seu empreendimento, mesmo
que alguém só dê uma mãozinha de vez em quando. O CANVAS funciona melhor
se discutido em grupo.

Utilize o quadro na página a seguir como referência para discussão de cada


um dos 9 pontos do negócio, conforme descrição a seguir:

1. Use sempre blocos adesivos coloridos (tipo post-it), jornais e revistas para
recorte, lápis de cor e canetinha colorida;

2. O CANVAS é uma ferramenta visual, por isso os desenhos e cores são


importantes para construir uma narrativa que ajude na compreensão;

3. Use técnicas que estimulem a discussão para gerar o máximo possível de


alternativas para o negócio;

4. Busque em cada bloco tentar criar modelos inovadores que possibilitem


vantagem competitiva.

5. Tenha em mente que qualquer ideia, sugestão ou informação deve ser


aceita e discutida entre o grupo para que o resultado seja o melhor possível.

37
Modelo de Negócios Elaborado para: Elaborado por: Data: Versão:

Parcerias-chave Atividades-chave Oferta de Valor Relacionamento Segmentos de


Clientes

Recursos-chave Canais

Estrutura de Custos Fontes de Receita

Dica Imprimir o quadro em tamanho A3 de arquivo da


Pedagógica: plataforma virtual ou utilizar uma folha sulfite A4
para cada uma das colunas e colar em um painel
maior depois. O tamanho do quadro (grande) é
importante para melhor visualização.

Sugestão de Título:
Vídeo: Papo Online #07 - Business
Modelo de Model Canvas - Parte II - com
Negócio Prof. Sergio Seloti.Jr

Sinopse: Vídeo aula explicativa sobre a importância do CANVAS


e como utilizar.

38
Título:
O Mapa do Modelo de
Negócio

Sinopse: Vídeo ilustrativo que mostra rapidamente de que se


trata cada bloco do CANVAS.

Dica É importante que os grupos ou empreendedoras


Pedagógica: discutam / pensem e respondam a cada uma
das perguntas colocadas nos blocos para que
possam definir com mais clareza os itens dos
blocos.

Bloco das emoções

1. Perfil de cliente ou segmento de cliente


O cliente é o motivo pelo qual o negócio existe. Sem eles nenhuma empresa
sobrevive, por isso este bloco deve ser o primeiro a ser preenchido.

Uma vez que definindo o perfil do seu cliente e em qual segmento ele está fica
mais fácil de visualizar todo o restante das informações do seu negócio.

● Para quem estou criando valor? (Mulher x Homem? Que idade? Que perfil
de consumo?);

● Posso agrupá-los e diferenciá-los entre si? (Mercado de massa? Um nicho


de mercado? Segmentado? Diversificado?);

● Quais as características de consumo? (compram mercadoria de luxo ou


compram pelo preço? Compram uma vez ao mês ou toda semana ou todos
os dias? Vão até o local de compra ou querem que entregue em casa? O que
querem ver no produto?)

● Qual necessidade destes clientes o meu produto atende? Que problema ele
resolve?

39
2. Proposta de Valor
É o motivo pelo qual os clientes escolhem uma empresa ou outra. Ela resolve
um problema ou satisfaz uma necessidade do consumidor. Deve ser o segundo
bloco a ser preenchido.

Definir valor vai muito além de definir produto ou serviços. É definir a razão
pela qual o cliente vai consumir estes produtos ou serviços.

● Quais problemas e necessidades, sentido pelos clientes, vamos resolver?


● Que valores entregamos aos nossos clientes?
● Quais benefícios você oferece aos seus clientes? (Produtos e serviços que
beneficiem seus clientes a nível funcional, financeiro ou emocional).

● O que torna a sua oferta única? Como se diferencia da concorrência?


● Porque o seu cliente voltaria a comprar de você?
Uma empresa pode entregar design, uma novidade ao mercado, um produto
que existe, mas que tem melhor desempenho, uma marca/status, um bom preço,
uma forma de o cliente reduzir custos, um produto que ajuda a reduzir risco,
ser acessível, conveniência / facilidade de uso, etc. São várias as possibilidades
de propostas de valor e você deve escolher a sua baseada no(s) segmento(s) de
cliente que definiu.

3. Canais
Nesta seção você vai pensar como a sua empresa se comunica e alcança o
segmento de clientes que definiu acima. Vamos pensar nas formas de comunicar,
distribuir e vender o produto.

Quanto mais curto e claro o caminho, melhor para sua empresa.

● Conhecimento: como aumentamos o conhecimento sobre o nosso


produto?

● Avaliação: como fazemos o cliente perceber a nossa proposta de valor?


● Compra: como o cliente faz para comprar o nosso produto? (loja, feira, site,
etc.)

● Entrega: como entregamos o produto ao cliente? E como entregamos o


valor proposto?

● Pós-venda: como fornecemos apoio ao cliente depois da venda?


Os canais podem ser diretos: equipe de vendas, lojas próprias, venda na
internet. Ou indiretos: lojas parceiras, atacado, etc.

40
4. Relacionamento com o cliente
Neste ponto você deve criar uma estratégia para se relacionar com o seu
segmento de clientes. Por exemplo, as operadoras de celulares, no começo,
utilizavam como estratégia doar o aparelho para que o cliente comprasse a linha.
Agora com o mercado tão cheio de celulares, eles não fazem mais isso, mudaram
a estratégia de relacionamento.

● Que tipo de relacionamento o nosso segmento de clientes espera que


tenhamos com eles?

O relacionamento pode ser por:

1) Assistência pessoal – contato direto com o representante;


2) Assistência personalizada – um representante só para aquele cliente;
3) Serviços automatizados – online;
4) Comunidades online;
5) Cocriação – você sugere que o seu cliente crie o produto junto com
você.

5. Fontes de Receita
É o dinheiro que uma empresa gera a partir da venda para o seu segmento de
cliente. A primeira coisa a saber é: que valor o seu cliente está realmente disposto
a pagar pelo seu produto?

● Quais são as minhas fontes de receita? Além da venda do produto, tem


outras?

● Quanto os meus clientes pagam por produtos como o meu?


● Como eles pagam? (Dinheiro? Cartão? À Vista ou a prazo? Etc.)

Dica Os primeiros 5 blocos do CANVAS do lado


Pedagógica: direito do quadro, que assim como o lado direito
do cérebro, trata das emoções. É recomendável
que na primeira sessão sejam preenchidas as
informações destes blocos e que os do lado
esquerdo fiquem para o próximo encontro.

Encerramento: Encerre a primeira sessão pedindo que as


empreendedoras selecionem 1 de seus produtos
para trabalhar no próximo encontro e que tragam
anotado em papel ou celular todos os custos que
tem com este produto.

41
2a Sessão
Bloco da Razão

Dica Os criadores do CANVAS sugerem que após


Pedagógica: falar das fontes de receita, sejam apresentadas
as formas de precificação de um produto.
Peça para que 3 empreendedoras se voluntariem
oferecendo os seus produtos como exemplo
e mostre em uma lousa, flip chart ou cartolina,
como calcular o preço do produto incluindo
todos os custos + o valor da mão de obra. Utilize
o material de precificação contido no manual de
educação financeira.

O cálculo de preços leva em conta:


1. Custo do trabalho: a hora de trabalho de uma pessoa foi fixada em R$
10,00; trabalhando 8 horas em um dia, ela terá uma remuneração de R$
80,00. Esse será o custo do trabalho;

2. Custo do processo: para produzir coxinha supõe-se que os gastos com


farinha, batata, temperos, frango, gás e embalagens foram de R$ 40,00;

3. Outros custos: levando em consideração que ela leva 8 horas para produzir
uma receita de coxinhas, a soma dos itens abaixo dá R$ 34,34

● Transporte: R$ 10,00 (para ir e voltar das compras de ingredientes);


● INSS/EI: R$ 1,00 (caso a pessoa seja uma empreendedora
individual (EI), ela pagará cerca de R$ 30,00 por mês, entre taxas e
INSS);

● Aluguel: R$ 16,67 (valor mensal dividido por 30 dias, já que as 100


coxinhas foram produzidas em 1 dia);

● Água/luz/telefone: R$ 6,67 por dia.

42
Somando-se os conjuntos de custos chega-se ao seguinte resultado:

Custo do trabalho:.. . . . . . . . R$80,00


Custos de processo:.. . . . . . . R$ 40,00
Outros custos:.. . . . . . . . . . R$ 34,34
Total de custos:.. . . R$ 154,34 (100 coxinhas)

Valor justo de uma coxinha . . . . R$ 1,54


Portanto, R$ 1,54 é o preço mínimo. Abaixo desse valor, o trabalho não seria
remunerado a R$ 10,00 por hora conforme foi estabelecido pelo empreendedor e
nenhum outro custo pode ser reduzido.

Se algum cliente se interessar pela compra de mil coxinhas, por exemplo, o


empreendedor sabe que R$ 1,54 é o mínimo a que pode chegar.

Mas e se o preço de mercado fosse R$ 1,00 por coxinha?


Estaríamos diante de um problema. Como se ajustar? Comprar uma máquina
que produza maior quantidade em menos tempo? Reduzir os custos dos produtos
ou do aluguel? Ou ainda, definir o nosso perfil de clientes como sendo um perfil
premium, que só compra coxinhas de muita qualidade, mesmo que o preço seja
maior e adequar a nossa estratégia de negócio para eles?

Caso a concorrência produza em quantidade, qualidade e preço que não


possam ser alcançados estaria inviabilizada a produção de coxinhas. A única saída
seria se pensar em outro produto para fazer e comercializar.

43
3a Sessão
Finalização do CANVAS

6. Recursos Principais
Os recursos principais podem ser físicos, financeiros, intelectuais ou humanos.
Tudo vai depender do seu modelo de negócio. Por exemplo, um fabricante de chip
de celular precisa de maquinário muito especifico, mas o criador do chip precisa de
recursos humanos especializados.

● Que recursos principais a nossa proposta de valor requer?


Físico: edifícios, máquinas, veículos, pontos de vendas, redes de
distribuição;
Intelectual: marcas, patentes, registros;
Humano: pessoas;
Financeiro: garantias financeiras, dinheiro, linha de crédito ou opção de
ações.

7. Atividades-Chave
São as ações mais importantes que uma empresa deve executar para
funcionar com sucesso. Necessárias para oferecer a proposta de valor, alcançar
mercados, manter o relacionamento com o cliente e gerar renda.

São diferentes para cada tipo de negócio. Para uma empresa de computador,
fazer a montagem do equipamento é uma atividade chave, para uma empresa de
consultoria, resolver problemas é mais importante, e assim por diante.

● Quais as atividades principais que a nossa proposta de valor requer?


● E as principais atividades para manter nossos canais de distribuição?
● E o relacionamento com o cliente?

8. Parcerias Principais
Descreve a rede de fornecedores e parceiros que o seu negócio precisa para
funcionar. Cada dia mais as parcerias vêm se tornando uma peça fundamental em
muitos modelos de negócio. As empresas criam alianças para otimizar, reduzir
risco ou adquirir recursos.

● Quem são os principais parceiros?

44
● Quem são os principais fornecedores?
● Que recursos principais estamos adquirindo dos parceiros?
● Que atividades-chave os parceiros executam?

9. Estrutura de Custo
São todos os custos envolvidos na operação de um modelo de negócios.
Custos para criar e oferecer valor, custos para manter o relacionamento com o
cliente, custo das atividades chave, etc.

● Quais são os custos mais importantes em nosso Modelo de Negócio?


● Que recursos principais são mais caros?
● Quais as atividades mais custosas?
Temos itens de custo fixo como salários, aluguéis e fábricas; e custos variáveis
como fornecedores, matéria-prima, impostos, embalagens, etc.

Impr ima o CANVAS Col oque o poster Desenhe o modelo


em um poster em uma parede de negocio

Encerramento: Encerre fotografando os quadros prontos e


pedindo para que cada empreendedora leve para
casa o seu CANVAS e coloque na parede, em um
lugar visível, próximo do seu local de produção.
Local onde ela posa visualizar sempre que
possível e inclusive alterar coisas que acreditar
serem importantes.

45
Parte 4
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Objetivo do Construir um Planejamento Estratégico junto


módulo: com a empreendedora para que ela possa
visualizar o seu negócio como um todo avaliando
a viabilidade e as melhores estratégias a curto,
médio e longo prazo para que ele seja bem
sucedido.

Carga
Horária 4 aulas de 4 horas

Roteiro:

● O que é Planejamento Estratégico?


● Quais elementos o compõe?
● Análise da Situação Atual;
● Histórico e valores do empreendimento;
● Cadeia de valores: entendendo o seu processo produtivo;
● Análise Econômico Financeira.

Preparação:

Traga jornais, revistas, cola, tesoura, canetas e canetinhas coloridas,


e post-its; para serem usados ao longo da sessão.
Peça para que as empreendedoras tragam o CANVAS feito nas
sessões anteriores e, para a que morar mais próximo do local da
oficina, que leve também uma bacia que será utilizada na dinâmica.
Imprima com tinta colorida as figuras do anexo III e traga para a aula.

47
1a Sessão
O que é Planejamento Estratégico?

Todos os dias nós temos ideias para melhorar nossas vidas. Exemplos
de outras pessoas, histórias transmitidas na mídia e uma mera conversa com
alguém podem nos motivar a melhorar. E então os desejos começam: desejamos
emagrecer, adquirir hábitos mais saudáveis, pagar um plano de saúde melhor,
poupar para velhice, empreender, comprar um carro novo, passar férias em algum
lugar lindo...
Algumas dessas ideias são muito fáceis de fazer acontecer, outras nem tanto.
Mas o fato é que a maior parte delas morre em segundos. Outras resistem por
horas. Algumas passam a habitar o fundo da nossa mente e de vez em quando
aparecem do nada em momentos de insatisfação “E se... Por que não... Não está
na hora...”.
Dá para imaginar isso na nossa vida quando nos lembramos daquela nossa
listinha de metas de ano novo. Quantas metas dela você cumpriu?

Se é assim na nossa vida, imagine em um empreendimento? A maior parte


do que pensamos muitas vezes não se torna realidade, por diversas razões.

“Planejar é estruturar um caminho entre o desejo e a ação. Isto vale para


qualquer coisa que não possa ser executada agora. Pessoas eficazes e bem
sucedidas repetem sistematicamente que a capacidade de priorizar e dizer não
para as distrações é um dos fatores chaves de seu sucesso”. (CASTELLO,D., 2013)
É isso o que queremos para o nosso negócio? Que ele vá por qualquer
caminho e chegue a qualquer lugar?

?
Alice: Você pode me ajudar
Gato: Sim, pois não?
Alice: Para onde vai essa
estrada?
r ir?
Gato: Para onde você que
Alice: Eu não sei , estou
perdida.
e
Gato: Para quem não sab
para onde vai, qua lqu er
caminho serve
das Maravilhas
Lewis Carol - Alice no País

Dica Conte novamente a história de “Alice no País das


Pedagógica: Maravilhas” ou reproduza a cena do filme em que
Alice dialoga com o Gato. Reflita com o grupo
sobre a falta de objetivos e suas consequências,
tanto na vida quanto nos negócios.

48
Dinamica
O barquinho
Desenvolvimento: Distribua uma folha de
papel dobradura para cada empreendedora.
A seguir, faça com elas barquinhos de papel.
Que cada empreendedora escreva o nome
do seu empreendimentos no barquinho.
Para reflexão da importância
Leve uma bacia com água e coloque os Objetivo de ter um objetivo.
barquinhos na água e comece a narrar o
texto a seguir, instigando a imaginação das
empreendedoras ao longo da narração. Material Bacia com água e folhas para
Necessário dobrar em formato de barco.
Pergunte: O que você faria para que o
barquinho possa chegar ao outro lado? (Ouvir
o que elas poderiam fazer: assoprar, empurrar com a mão, esperar o vento
soprar, puxar com uma linha?).

Guiá-lo com as mãos seria uma boa resposta. Dessa forma você tem o controle do
seu negócio, observa ele de perto e consegue ajudá-lo a superar os obstáculos.
Assoprar não permite que você controle o seu negócio, você o impulsiona, mas
sem uma direção definida. Esperar o vento soprar pode tanto levar o barco a
destinos indesejáveis como ele pode não sair do lugar caso não haja vento. E
puxar com uma linha pode proporcionar uma direção retilínea, mas que força a
passar por cima dos obstáculos forçadamente, sem planejamento ou mudança
de direção.

OBS: para dicas de como dobrar o papel para que fique em forma de barco,
verifique o complemento II no final do material

Suponhamos que você goste de viajar e que seu sonho é dar a volta no
mundo.

Você deve definir sua rota, prever tempestades e outros fenômenos sobre
os quais você não tem controle. Ao mesmo tempo, outros barcos podem ter o
mesmo sonho que o seu, os quais você deve conhecê-los e compará-los com o
seu barco, para descobrir o que ele tem de bom que deve ser alavancado e o que
precisa melhorar.

Todas essas análises vão desencadear ações em direção ao seu sonho.


Muito bem, acabamos de estruturar o Planejamento Estratégico da sua volta ao
mundo marítima.

49
Dica No momento em que estiver narrando a história
Pedagógica: utilize um quadro branco e uma cartolina para
trazer à realidade elementos da história. Assim,
se a história do barquinho de papel fosse a
história do seu negócio, se poderia dizer que dar
a volta ao mundo era o objetivo do barquinho, o
mar e o clima representam o cenário econômico
e situação do mercado, os outros barcos eram
os concorrentes e as tempestades e ilhas eram
os desafios e oportunidades da viagem.

Agora, bastaria dividir o sonho e a estratégia com a tripulação, alinhar as


responsabilidades das ações com cada um@, determinar metas, prazos e colocar
o barco na água. O Planejamento Estratégico é uma poderosa ferramenta para
uma empresa entender aonde quer chegar e colocar no papel o futuro do negócio.
Ele ajuda o empreendimento a escolher os melhores caminhos em termos de risco,
retorno e complexidade.

Quais são os elementos de Planejamento Estratégico?

Dinamica
Planejamento Estratégico:
A receita que dá certo
Desenvolvimento: Inicie descrevendo os
elementos do Planejamento Estratégico.
Bolo de Cenoura – O nome da receita é o
OBJETIVO ESTRATÉGICO ou a MISSÃO da
Apresentar e descrever
empresa em questão. É o porque dela existir Objetivo os elementos de um
e o caminho que deve trilhar. É necessário Planejamento Estratégico.
fazer entender que o resultado final, Ingredientes de plástico, sal,
Material
obrigatoriamente tem que ser este, se o bolo Necessário açúcar, farinha, frutas, le-
é de cenoura, de nada adiantará conseguirem gumes etc.

fazer um delicioso bolo de chocolate. Pode Tempo 30 min


ser bom, mas incompatível com o esperado.
Dica: Neste momento as empreendedoras devem ter um tempo para planejar e
discutir quais os ingredientes que vão em uma receita de bolo de cenoura.

50
Ingredientes – Os ingredientes são os recursos que o empreendimento
dispõe para a realização do objetivo. Como recursos entende-se pessoas do
empreendimento (habilidades e conhecimentos), fundo de investimento,
equipamentos e utensílios, espaço de produção/venda, fornecedores,
comunicação interna. Cada item, ou ingrediente, deve ser discutido para que
consigam entender como cada um contribui dentro do empreendimento. Será
que alguns ingredientes poderiam ser substituídos por outros? Essa pergunta é
uma oportunidade de abrir o leque para novas ideias e formas de concretizá-las.
Os ingredientes são parte fundamental do Planejamento Estratégico. Afinal de
contas, a escolha de ingredientes errados compromete toda execução da tarefa.

Dica: Agora, elas escolhem dentre os ingredientes de plástico ou papel


(complemento III), aquilo que devem usar para fazer a receita. É interessante ter
alguns ingredientes a mais e deixar faltar algum para a receita escolhida.

Modo de preparo – Como fazer condiz em como manipular os recursos, ou


ingredientes, de forma a extrair o seu melhor e, assim, garantir o melhor resultado.
Peça pra que elas digam tudo o que precisariam ter ali para desenvolver a receita
e quais os obstáculos naquele momento (não tem batedeira, liquidificador,
forno, etc). Peça para que elas pensem em planos B e C para estes obstáculos
colocados. Sugira que se organizem e façam um plano de ação onde vão distribuir
as tarefas para confecção do bolo.

Dica: Leve os desenhos dos equipamentos anexos ao material (anexo III) para
que as empreendedoras imaginem o processo de produção do bolo e onde deve
ir cada ingrediente.

Mão na massa – Traga uma foto de um bolo pronto e faça com elas uma reflexão
sobre todo o processo, comparando com o planejamento estratégico do
empreendimento delas.

Para toda empreendedora que deseja crescer, um dos primeiros passos


é entender como iniciar a montagem de um planejamento estratégico que
proporcione boas chances de sucesso ao negócio. Como o próprio significado da
palavra indica, planejar estratégias é uma arte que requer eficiência, informações
adequadas e conhecimento de mercado, para que as decisões tomadas estejam
bem casadas com a visão de futuro da empresa.

É aconselhável, para todas as situações, que o plano esteja traçado no


papel antes que seja colocado em ação. Portanto, o início de todo planejamento
estratégico passa por algumas definições simples, que serão apresentadas a
seguir.

51
Dica Ao falar de cada item do Planejamento Estra-
Pedagógica: tégico já vá parando para que elas possam ir
realizando os exercícios (Anexo IV) e construindo
o delas.

Análise da Situação Atual

Histórico do Empreendimento
Quando alguém pergunta a você: “Qual é a sua história?” ou então “Qual é a
história do seu empreendimento?”, estas perguntas são fáceis de responder? Ou
você leva um tempo para reconstruir as memórias e selecionar aquelas que melhor
representam a sua vida e a do empreendimento?

Pode-se dizer que a definição do histórico do empreendimento, ou seja,


conseguir definir “Quem somos?”, “Porque nasceu o empreendimento?” e “Qual
a sua vocação?”; é a etapa mais importante do Planejamento Estratégico. Afinal,
como definir aonde se quer chegar se não sabemos nem de onde partimos ou o
que temos?

Mas por que contar histórias ainda é vantajoso?

Contar a história do seu empreendimento pode ser até mesmo vantajoso,


do ponto de vista de atrair o mercado consumidor, além de poder despertar
inspiração de outras pessoas, porque as melhores histórias envolvem o público
de tal forma que é possível a ele se envolver em sua imaginação, concluir a história
em sua mente e mais importante, criar uma história na vida dele a partir da sua.

Pense em um livro favorito, escrito ou em gravuras, e o que aconteceu em


sua mente quando você leu. Sua imaginação provavelmente era transportada
para um lugar diferente, onde você era livre para imaginar o seu redor e como
os personagens agiram ou como eram na aparência física. Isso é o mesmo que
acontecerá com alguém ao ouvir ou ler a sua história. E pense bem, uma boa
história é algo que os consumidores querem ver mais.

52
Você Sabia? Em um estudo realizado pelo Yahoo! E BBDO com mais de
mil pessoas, descobriu-se que:

● 57% dos consumidores querem saber sobre a história e


detalhes peculiares de uma marca;

● 54% acreditam que é muito importante que as marcas


forneçam informações sobre “porque devemos nos
preocupar com eles”.

● 45% estão à procura de histórias interessantes sobre


marcas.

Vemos então um interesse por parte dos consumidores de


conhecer a historia por trás de uma marca e as pessoas
que fazem parte desta história.

Mas como contar a minha história?

Contar a história não é tão difícil quanto parece. Podemos seguir algumas
dicas:

● Saiba quem é você: Para que você conte uma história, você deve
primeiramente conhecer os personagens, o cenário e o contexto da história. Isso
quer dizer que você precisa conhecer a sua história. E acredito que ninguém melhor
do que você mesma não é?

● Capture memórias e organize-as: Reúna o máximo de informações


possíveis que você lembrar acerca de sua história. A partir daí, organize as
informações. Você pode criar uma linha de tempo real, com destaque para grandes
eventos, resultados e metas.

● Tente transmitir o que te inspirou a empreender: Explique por que a


atividade particular foi escolhida, as dificuldades enfrentadas no tempo e obstáculos
superados. Tempere o todo com histórias pessoais e citações. Faça a sua história
com a mesma paixão com que foi criado o empreendimento, isso vai criar uma
conexão emocional com os consumidores.

● Torne a história interessante: Falando de negócios... É importante que


monte uma história marcante e emocional. Coloque os pontos mais interessantes
e originais do seu empreendimento. Isso faz com que seja criada uma conexão
emocional do público com ele. E seja sempre muito verdadeira, as pessoas são
cativadas por histórias reais. Vamos usar um exemplo para que você entenda

53
melhor: “Uma empresa pode contar que o seu produto foi criado 120 anos atrás e
que o produto é muito bom”. Isso não causaria nenhum impacto ou interesse no
público. Porém, a empresa poderia fazer da seguinte forma: “Uma empresa vende
brigadeiros com mais de 15 sabores diferentes, e foram inventados pela Beatriz G.
uma confeiteira vinda de uma pequena cidade no interior”. Essa é uma história que
chama a atenção, ela conta quem é a personagem, o que ela fez e de onde veio.

Dica Distribua o quadrinho de preenchimento do


Pedagógica: “Histórico do empreendimento” (do comple-
mento III) e continue narrando o texto para um
momento de inspiração das empreendedoras.

Toda história tem um nome

A partir da história que você contou do seu empreendimento, se você já


não tinha, agora defina um nome. É importante que o seu cliente veja que a sua
empresa está se profissionalizando e que o nome dela traz consigo uma história.

Encerramento: Encerre sugerindo que elas aperfeiçoem o


nome dado ao empreendimento através de
observação. Que entre esta sessão e a próxima,
observem nomes de comércios por onde andam
e que anotem aqueles que gostam mais. Peça
para que tragam na próxima aula e apresentem
umas para as outras.

54
2a Sessão

Preparação:

Prepare-se para discutir com elas os nomes que trouxeram e ajudá-


las a chegar a um nome interessante para o seu empreendimento.

Identidade do Empreendimento
Imagine se você fosse convidada para entrar em um veículo que a levaria a
qualquer lugar. Como você se sentiria se não soubesse qual seria o veículo, o local,
o momento de chegada ao destino e nem as condições de viagem? Trazendo
para o mundo dos negócios... Você já trabalhou em algum lugar assim? Muitas
empresas são assim. Com o passar do tempo as donas, fundadoras e até mesmo
os funcionários esquecem ou não sabem o propósito da empresa existir, aonde ela
quer chegar e quando querem chegar. A empresa que fica dessa forma, quando
cresce e chega a uma situação de sucesso, não sabem o que fizeram para chegar
a isso. É triste, não é?

Então, já que agora você já sabe e definiu a história e do seu empreendimento,


lhe pergunto: Qual a missão do seu empreendimento? Qual a importância do nosso
negócio para o mercado? Afinal, aonde você quer chegar?

Definindo a Missão
Aliás, você sabe o que é missão?

Pode-se dizer que missão é a finalidade da sua existência, o porquê você


está aqui, o que pretende fazer e a quem se destina essa sua existência. No meio
empresarial, o significado de missão não diverge desse conceito.

Se o seu empreendimento não souber por que ele existe, não conseguirá
definir um Planejamento Estratégico de crescimento, porque os objetivos não serão
claros. A declaração da missão serve como base para a construção da estratégia
(com objetivos, indicadores e metas).

Uma boa definição de missão deve esclarecer o benefício gerado pela empresa
para o seu público-alvo. Em outras palavras:

55
“Uma empresa deve existir não para produzir o produto ou prestar o serviço
que consta em seu contrato social (regimento ou estatuto), mas sim, para levar o
benefício (serviço ou produto) ao seu público-alvo. Além disso, uma boa definição de
missão deve ser inspiradora e desafiadora, para que todas as pessoas envolvidas
no empreendimento estejam comprometidas em levar um benefício cada vez
melhor para um (maior) público-alvo.” (NAKAGAWA, M. Movimento Empreenda)
Veja alguns exemplos de missões de empresas brasileiras:

Magazine Luiza, Fundada por Luiza Trajano Donato:


Ser uma empresa competitiva, inovadora e ousada que
visa sempre o bem-estar comum.

Dudalina, fundada por Sônia Hess:


Criar produtos que encantem, envolvendo as pessoas
na magia do Universo Dudalina, para ser a empresa
brasileira de moda mais admirada.

Harald Chocolates e Coberturas


Fundamentada na tradição e na paixão pelo chocolate, a
Harald é uma marca associada com eventos de prazer,
que desenvolve produtos e serviços sinônimos de
excelência e que constrói sua liderança fortalecendo seu
comprometimento com a sustentabilidade e o bem-estar
da sociedade.

Friboi
Sermos os melhores naquilo que nos propusermos
a fazer, com foco absoluto em nossas atividades,
garantindo os melhores produtos e serviços aos clientes,
solidez aos fornecedores, rentabilidade aos acionistas
e a oportunidade de um futuro melhor a todos os
colaboradores.

Montando a Missão
Como já vimos, a missão deve responder ao que o empreendimento se
propõe a fazer, e para quem. O enunciado da missão é uma declaração concisa do
propósito e das responsabilidades da sua empresa perante os seus clientes:

● Por que a empresa existe?


● O que a empresa faz? Qual é o negócio da empresa?
● Para quem? Qual o perfil dos clientes da empresa?
● O que a companhia busca trazer para os seus clientes?

56
O objetivo da empresa é focar em clientes pontuais, ou na massa em geral?
Pensar sobre este assunto e saber precisamente a resposta para estas perguntas
pode fazer toda a diferença. Dentro do contexto da administração, é a missão
corporativa que determina o que a empresa vai ser.

Dica Distribua a folha com o quadrinho Identidade do


Pedagógica: Empreendimento (Anexo IV) para que a missão
seja montada.

Resultados do Empreendimento
Você lembra do Plano de negócio que elaborou com o CANVAS? Neste pedaço
do Planejamento Estratégico vamos usar muito as informações que você colocou
no painel.

Dica Faça uma breve recapitulação de como foi o


Pedagógica: processo de construção do CANVAS. Muitas
das informações usadas a seguir, virão do que
as empreendedoras colocaram no painel.

Agora você já sabe contar a sua história. Seu empreendimento tem uma
missão. Mas, você sabe dizer os resultados do seu empreendimento? No Canvas
aprendemos a observar de onde vêm as nossas receitas (aquilo que entra) e em
que temos despesas. No entanto, muitas vezes temos dificuldade de colocar
números e contabilizar estes resultados, não é mesmo? Mas como melhorar o
resultado da empresa se não se conhece os seus resultados? Como saber o que
fazer, ou, por onde começar? É necessário saber medir, para saber melhorar um
resultado.

Definindo os custos fixos


De uma maneira bem simples, podemos definir os custos fixos como
aqueles que não sofrem alterações influenciadas pelo quanto você produziu no
mês, por exemplo. Um exemplo clássico é o aluguel, que pode sofrer reajustes
em determinados momentos e ainda assim continuar pertencendo ao grupo
dos custos fixos, já que tais reajustes não estarão relacionados às oscilações na
produção do empreendimento.

Além do aluguel, são também classificados como custos fixos os serviços de


vigilância e segurança, gastos com telefonia, limpeza, manutenção e afins.

57
O que são custos variáveis?
Os custos variáveis, por sua vez, estão diretamente ligados à produção
do empreendimento, sofrendo alterações de um período para outro. O melhor
exemplo deste tipo de custo vem das matérias-primas: quanto mais se produz,
mais material é utilizado e, portanto, maior é o gasto.

Outros exemplos de custos variáveis são a mão-de-obra direta, comissões


e fretes de venda e insumos diretos.

Dica Distribua a folha com o quadrinho Resultados


Pedagógica: do Empreendimento (Anexo IV) para que
as empreendedoras preencham os seus
respectivos custos conforme a sua explicação.

Receitas do empreendimento
O empreendimento não vive só de custos, certo? Que bom! Então vamos
colocar no papel toda renda gerada no seu empreendimento, porque as receitas são
todos os recursos provenientes da venda de mercadorias ou de uma prestação de
serviços. Assim, quando você vende seus produtos, independente da quantidade
e quando você presta um serviço, seja servindo uma festa ou um café da manhã
ou da tarde, você está gerando receita.

Dica Peça para que façam um levantamento do


Pedagógica: que foi gerado de receita no último mês, por
exemplo, e que escrevam no quadrinho da folha
de Resultados do Empreendimento.

Produtos e Serviços
Como boa empreendedora você sabe muito bem os produtos que vende e os
serviços que oferece, não é mesmo? Você se lembra que no CANVAS definimos as
propostas de valor do seu empreendimento? Vamos resgatá-la agora.

A definição dos seus produtos e serviços é muito importante. Isso mostra


que você conhece o público-alvo ao que o seu empreendimento se destina. E
mais, é sempre imprescindível que se faça uma avaliação dos produtos que se
comercializa. Porque às vezes, pode ser que você venda algo que não te traz retorno
significativo e que não cative consumidores. Você conhece o produto “carro chefe”
do seu empreendimento? Tem algum produto que mudaria ou que retiraria?

58
Dica Converse com as empreendedoras sobre os
Pedagógica: produtos e serviços que oferecem. É importante
que elas avaliem os prós e contras em relação
a eles. Depois, auxilie-as no preenchimento do
quadrinho de Produtos e Serviços (Anexo IV).

Fluxograma / Cadeia de Valor


Quando você tem um evento para atender, normalmente você o planeja
anteriormente? Na sua mente, você imagina as tarefas que precisa desenvolver
para que o evento seja realizado?

Tudo o que fazemos no dia a dia poderia ser desenhado num fluxograma.
Até mesmo a sequência do nosso dia. Pense bem: você acorda, escova os dentes,
toma café, se arruma, vai trabalhar, almoça, trabalha de novo, toma um café da
tarde, vai embora para casa, janta e dorme novamente. Esse poderia ser o exemplo
de um dia normal.
Você concorda que nós temos uma sequência de tarefas que realizamos
todos os dias da mesma forma? Pelo menos, dormir e comer várias vezes ao dia
é um padrão, não é mesmo?

No seu empreendimento, pode haver uma série de tarefas que realiza


todos os dias como limpar o espaço de produção, produzir, embalar e distribuir
o alimento. E há aquelas tarefas que são muito importantes que vão garantir
a segurança do que produzimos como lavar as mãos. Vejamos um exemplo a
seguir.

Compra Guarda no
Vai ao mercado
ingredientes estoque

Separa os Limpa o espaço


ingredientes de produção

Separa os Inicia a Embala o


equipamentos produção produto

Entrega o Limpa a cozinha


produto

59
Este é um exemplo bem simples de fluxograma de processo (Anexo IV).
Dá para perceber que para que todas as etapas/tarefas sejam executadas são
necessários materiais ou equipamentos. Conhecer o seu processo é bom por
conta disso também. Você consegue perceber as suas necessidades e caso lhe
falte alguma coisa, pode se planejar e providenciar o que falta antes de iniciar o
processo. Você não vai querer lembrar-se de comprar o fermento do bolo no
momento em que já tenha batido a massa, ou vai?

Dica Utilizando a folha do Fluxograma de Processo


Pedagógica: (Anexo IV), monte junto com as empreendedoras
um fluxograma simples, por exemplo, de uma
receita de bolo. Oriente-as para que coloquem
todos os equipamentos e materiais necessários
em cada etapa.

60
3a Sessão
Análise de Mercado

Todo empreendimento está inserido em um ambiente que é chamado de


Mercado. O tal mercado é formado por: pessoas que compram e vendem produtos,
empresas que fabricam um produto ou realizam um serviço e algumas vezes por
distribuidores ou atravessadores que compram das empresas para vender às
pessoas.

1. Posicionamento Estratégico

Definir em que nicho estou inserida (alimentação, indústria, artesanato, etc);


como funciona este nicho? (tem muita concorrência, depende da economia ou de
outro fator; é primeira necessidade? Etc). O que eu ofereço neste mercado?Como
me posiciono? O que me diferencia?

2. Perfil do Consumidor

Levantado o perfil do Cliente no CANVAS, agora vamos comprovar se o que


acreditávamos ser verdade, realmente é através de uma pesquisa com os nossos
clientes.

Dica Divida as empreendedoras em grupo e dê


Pedagógica: 10 minutos para que elas possam criar uma
pesquisa de 5 perguntas para um negócio que
seja similar ao delas. Depois peça para que
apliquem a pesquisa umas com as outras e vão
tomando nota dos resultados. Então ajude-as a
entender como contabilizar estes resultados.
Ex: se 4 empreendedoras responderam a
pesquisa e 3 disseram que sim a uma pergunta,
então 75% dos respondentes acreditam que
sim.

61
Dica de O objetivo principal da pesquisa é o de coletar
Pesquisa: informações sobre seus resultados de vendas e
do quanto as pessoas conhecem e consumiriam
o seu produto.
A pesquisa primária também avalia o plano
de seus concorrentes, buscando lhe dar mais
informações sobre suas ações e movimentos
no mercado.
Algumas questões importantes ainda podem
ser incluídas nessa pesquisa, por exemplo:
1. Que fatores você considera ao comprar
este produto ou serviço?
2. O que você gostou e o que não gostou
sobre produtos ou serviços atuais existentes
no mercado?
3. Que áreas você sugere melhorar na
empresa?
4. Qual é o preço mais adequado para este
produto ou serviço?

3. Canais de vendas

Fazer uma análise dos meus canais de vendas levantados no CANVAS (quais
são, quantos são, são suficientes, eu domino todos eles, etc).

4. Concorrentes

Realizar uma análise completa da concorrência, verificar concorrentes


próximos (outra empreendedora que faça o mesmo que eu na minha rua), distantes
(bolo da padaria ou do mercado, diretos (os mesmos citados anteriormente) ou
indiretos (se a pessoa não encontra o suco que ela quer, o que pode consumir no
lugar? Uma água, um refrigerante? Uma bebida alcoólica, etc), estes produtos não
são iguais ao que você oferece mas são concorrentes indiretos.

Entender o que os concorrentes tem de melhor ou diferente e porque um


cliente poderia preferir comprar com eles do que com você.

Não esqueça de anotar tudo para poder analisar depois!

5. Matéria-prima e Fornecedores

Do que preciso para fazer o meu produto? Quem fornece para mim?

Avaliar quem são os seus fornecedores principais e como sua empresa


se relaciona com eles. Qual o poder de barganha? É fácil substituir algum dos
fornecedores? O padrão de qualidade do produto que eles entregam é bom?

62
6. Outros

Economia, tendências de consumo, tecnologia: podem auxiliar o meu negócio?


Existem outros fatores que podem ajudar ou atrapalhar?

Dica Imprimir as páginas do Anexo IV e entregar às


Pedagógica: empreendedoras para que possam ir montando
o seu planejamento estratégico.

63
4a Sessão
Avaliação
Com estas informações todas preenchidas e pensadas, agora é o momento de
começar a avaliar tudo o que foi levantado. Para avaliar, vamos utilizar uma técnica
chamada de matriz FOFA (Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças).
É um instrumento simples e valioso
de análise de negócio. Sua finalidade é
detectar pontos fortes e fracos de uma
empresa, com o objetivo de torná-la mais
eficiente e competitiva, corrigindo assim
suas deficiências (SEBRAE).

Sua utilização é muito simples.


Você vai olhar para tudo o que construiu,
desde o objetivo / missão da empresa,
até os custos e faturamento, análise
dos clientes, dos concorrentes, etc. e vai
analisar onde encaixar tudo isso.

Exemplo 1

Se você acredita que o objetivo da sua empresa está muito forte você vai
colocar nas Fortalezas. Se ele está forte, mas você acredita que ainda há muito que
desenvolver para ele se tornar realidade, pode colocá-lo nas Oportunidades.

Exemplo 2

Você chegou à conclusão de que um dos seus concorrentes tem o produto


com muito mais qualidade que o seu, e este é o diferencial deles você pode entender
isso como uma ameaça ao seu negócio ou como uma oportunidade para que você
encontre outro perfil de clientes ou melhore a qualidade do seu produto.

Dica Peça para a empreendedora fazer uma análise


Pedagógica: FOFA pessoal como lição de casa. Entregue
a ela o impresso do Anexo VI para colocar as
informações. O conteúdo do Complemento
I está direcionado para explicar a diferença
entre a FOFA do negócio e a pessoal e pode ser
entregue a empreendedora, caso necessário.

64
Plano de Ação
Esta é a ultima parte do seu planejamento estratégico!

Agora que você listou tudo o que é Fortaleza, Oportunidade, Fraqueza e


Ameaça, está na hora de pensar o que você pode fazer para melhorar aquilo que
considera ser Fraqueza e para minimizar o impacto negativo das Ameaças ao seu
negócio.

O objetivo desta parte do exercício é pegar cada uma das Fraquezas e


cada uma das Ameaças e criar uma ação correspondente. Em seguida, marcar o
responsável por cada ação e colocar um prazo para que seja realizada.

Exemplo do Plano de Ação de uma empreendedora em 2015

O QUE POR QUE COMO ONDE QUEM QUANDO

Fazer
cartões de Ampliar Encomen- Gráfica Jessica 15-08-2015
visita e divulgação dar
panfleto

Alugar Organi- Fazendo Meu bairro Silvia/Jes- 31-08-2015


cozinha zação da fundo de sica
produção reserva

Criar blog Aumentar Na internet Em casa Jessica 31-08-2015


para clientes
divulgação

Tirar carta Para fazer Da forma Auto escola Jessica Até


motorista entregas mais prática dezembro
2015

65
ANEXOS
ANEXO I

PLANEJAMENTO PESSOAL Minhas Respostas

Quais são os meus sonhos? Meus


desejos?

Aonde quero chegar?

Quais são os meus maiores


objetivos?

Como faço para alcançar o que


desejo?

O que fiz até agora que me ajudou a


chegar até aqui?

O que fiz até agora que vai me ajudar


a atingir meus objetivos futuros?

O que fiz até agora que me


atrapalhou para atingir os meus
objetivos?
Como posso mudar o que
estou fazendo e que está me
atrapalhando?
Com quem posso contar para me
auxiliar nessa caminhada?

Conheço meus pontos fortes, que


vão me auxiliar, e meus pontos
fracos, que podem me atrapalhar?

69
ANEXO II

Projeto de Vida
Relembrando o aprendizado compartilhado até o momento, estabeleça
alguns desafios que te impulsionem a superá-los nos próximos 6 meses (180 dias).
Assim, você estará firmando um compromisso com seu crescimento pessoal e
profissional.

O QUE VOU PARAR DE FAZER:


1. ______________________________________________________________________
2. ______________________________________________________________________
3. ______________________________________________________________________
4. ______________________________________________________________________
5. ______________________________________________________________________

O QUE VOU CONTINUAR A FAZER:


1. ______________________________________________________________________
2. ______________________________________________________________________
3. ______________________________________________________________________
4. ______________________________________________________________________
5. ______________________________________________________________________

O QUE VOU INICIAR:


1. ______________________________________________________________________
2. ______________________________________________________________________
3. ______________________________________________________________________
4. ______________________________________________________________________
5. ______________________________________________________________________

71
POTENCIAIS QUE RECONHEÇO EM MIM E QUE USAREI PARA VENCER
DESAFIOS:
1. ______________________________________________________________________
2. ______________________________________________________________________
3. ______________________________________________________________________
4. ______________________________________________________________________
5. ______________________________________________________________________

Quando escrevemos sobre nossos objetivos, sejam eles a curto, médio, ou


longo prazo, estabelecemos com nós mesmos um compromisso de torná-los
reais. Guarde esse exercício com muito carinho, provavelmente, muitas das coisas
que você escreveu irão realmente acontecer. Torná-los reais só depende de você!
Afinal de contas, o caminho é seu e ninguém poderá caminhar por você.
Uma boa jornada!

72
ANEXO III

Fermento
Água morna Biológico Óleo

Ovos Açúcar Creme de leite

Gemas Sal Canela

Açúcar refinado Farinha de trigo Açúcar mascavo

73
Baunilha Chocolate Manteiga

Cenoura ralada Fogão Liquidificador

Batedeira

74
Histórico do Empreendimento
Identidade do Empreendimento
Conte aqui a história do seu empreendimento.
Qual é o nome do seu empreendimento?
Quem faz parte dele?
Definição de Missão
1. Defina qual é o principal benefício que sua empresa leva
a seu público-alvo.
2. Defina qual é a principal vantagem (diferencial)
competitiva que distingue seu empreendimento da
concorrência.
3. Defina se há algum interesse especial que deveria estar
na missão da sua empresa.
4. Elabore uma frase curta que apresente o benefício, a
vantagem competitiva e o interesse da empreendedora.
ANEXO IV

75
Resultados do empreendimento
Produtos e Serviços
Cutos fixos do empreendimento:
Quais são os produtos que o seu empreendimento
produz?
Qual o produto que vende mais?
Custos variáveis do empreendimento:
Qual o produto que vende menos?
Receita gerada num período:
Quais os serviços prestados pelo seu empre-
endimento?

76
FLUXOGRAMA DE PROCESSO

77
Posicionamento Estratégico
Perfil do Consumidor
Qual a área do seu negócio? O nicho de mercado
em que está inserido? Espaço para apresentação do resultado da pes-
quisa realizada:
Como é este mercado?
O que eu ofereço neste mercado?
O que me diferencia?

78
Canais de Vendas Concorrentes
Fazer aqui uma análise dos canais levantados no Quem são os meus concorrentes diretos e indi-
CANVAS: retos?
Quais as vantagens competitivas que eles tem?
Porque alguns consumidores escolhem comprar
com eles?
O que eles entregam de melhor ou diferente?

79
Outros Fatores
Matéria-Prima e Fornecedores
Como a situação econômica do país pode se
A partir da lista de recursos necessários levantada relacionar com o seu empreendimento?
no CANVAS, liste aqui as principais matérias-prima
que você precisa para fazer o seu produto :
Quais são as tendências de consumo para o seu
nicho de mercado?
Quem são os seus fornecedores? Você depende só
deles ou poderia trocar? Como é seu relacionamento Você enfrenta algum tipo de barreira fiscal ou legal?
com eles? É possível barganhar por preço?
Você poderia usar a tecnologia para te ajudar com
o negócio? Como?

80
ANEXO V

Suma*
Bardiya, Nepal

[Imagem 1]

Os pais de Suma não a mandaram para a escola. Eles a mandaram trabalhar.


Por isso, Suma é chamada de “kamlari ”.

[Imagem 2] Ela compõe canções para lembrar que as suas lembranças são
reais. E, muitas vezes, com tanta tristeza ao seu redor, o que sai reflete tristeza.

Seus pais fizeram trabalho forçado, quando eram crianças. Kamlar e kamlari
eram como eram chamados. É assim que fazem as coisas por onde ela vive. É
assim que tem sido para os pobres. Era necessário que ela se submetesse a um
senhor, se não, como ela sobreviveria?

[Imagem 3] Esta era a casa de seu primeiro senhor. O pai e a mãe de Suma
a venderam para que ela tivesse um lugar onde morar, e comida suficiente para
comer. [Imagem 4] Ela tinha apenas seis anos de idade.

Fagundes Tharu, seu senhor, era senhorio e moleiro. Ele fazia Suma trabalhar
das 4h da manhã até de tarde da noite. [Imagem 5] Suma tinha que limpar a casa,
lavar a louça e ir para a floresta buscar lenha. [Imagem 6] Quando não cuidava de
cabras, Suma cuidava de crianças.

Para Suma as cabras eram mais boazinhas. As filhas zombavam dela, porque
suas roupas eram rasgadas. Elas provocavam Suma. Batiam nela.

[Imagem 7] Suma desejava que seus pais a pegassem de volta. Que a


deixassem ficar em casa e ir para a escola, como seu irmão. Mas quando ela
pensava o quanto seus pais eram pobres, e o quanto eles também ainda sofriam,
Suma se sentia enfraquecida. Ela não podia pedir por isto.

[Imagem 8] Esta era a casa de seu segundo senhor. Janak Malla usava

81
uniforme para trabalhar. Ele e a patroa eram muito duros. [Imagem 9] “Garota sem
sorte”, é como costumavam chamá-la. “Ei garota sem sorte, faça isso”, gritavam.
[Imagem 10] Eles faziam Suma dormir no galpão das cabras, vestindo trapos, e
comendo restos de seus pratos sujos.

[Imagem 11] Suma não pôde falar sobre tudo o que aconteceu naquele lugar,
mas ela nunca esquecera o que passara por lá. Foi neste lugar que começou a
escrever suas canções. Só as canções eram capazes de fazê-la suportar.

[Áudio: Canção de Suma 1]


“Egoísta foram minha mãe e meu pai
Eles deram à luz uma filha
Eles deram à luz uma filha
Meus irmãos vão à escola estudar
Enquanto eu sou escrava na casa de um senhor
É uma vida dura ser espancada todos os dias.”

[Imagem 12] Esta era a casa do seu terceiro senhor. Ela tinha 11 anos quando
chegou à casa de Chaitey Tharu. Ela era uma kamlari há cinco anos. Não era tão
ruim nesta casa. [Imagem 13] Na verdade, era ruim porque havia muito trabalho,
mas havia um inquilino na casa, um professor chamado Bimal Sir. [Imagem 14]
Ele mudou a sua vida. Bimal Sir convenceu seus mestres a matricula-la no curso
noturno. [Imagem 15] Suma e outras alunas se reuniam no final do dia de trabalho
e aprendiam a ler e escrever. Suma amava essa aula à noite. A aula era ministrada
por assistentes sociais, para meninas como Suma, kamlaris. [Imagem 16] Nestas
aulas também conversavam com os professores sobre o que era ser uma kamlari.
E quando falavam sobre isso, começavam a perceber que trabalho forçado era
escravidão. E não é?

[Imagem 17] As professoras da aula noturna foram bater de casa em casa.


“Olá somos de uma organização.... Uma menina trabalha aqui. Eu estou aqui
para levá-la”, elas queriam liberta-las. Uma professora, Sita-didi, disse ao senhor
de Suma, que ele violava a lei mantendo-a como kamlari. [Imagem 18] Ela falou
da lei contra o trabalho forçado, da lei sobre direitos infantis, da lei sobre direitos
trabalhistas e da lei contra violência doméstica e tráfico. Ela conversou com ele
sobre justiça e injustiça e exigiu que ele libertasse Suma. O mestre de Suma disse
que não. [Imagem 19] “Um acordo feito não poderia ser desfeito”, foi o que ele
disse. Sita-didi não desistiu. Ela continuou discutindo. Ela voltava dia após dia.
[Imagem 20] E ela acabou levando Suma para casa, com sua mãe e seu pai.

82
[Imagem 21] “Eu sou senhora da minha vida agora”, disse Suma. “Eu não
tenho patroa. Eu fui a última da família a fazer trabalho forçado. Depois de mim,
todos serão livres. [Imagem 22] Eu sinto como se tivesse poder, como se pudesse
fazer qualquer coisa. E eu tenho tantas coisas importantes a fazer”.

[Imagem 23] Dentro desta casa está uma menina como Suma. Longe de
seus pais, trabalhando dia à noite, querendo tanto ser livre. [Imagem 24] Suma e
outras mulheres e meninas foram até esta casa, à casa do senhor dela, para dizer:
“Sabemos que você tem uma kamlari trabalhando para você. Você deve libertá-la”.

[Imagem 25, 26 e 27 – durante a canção de Suma 2]

[Imagem 28] “Eu vi de onde vem a mudança. Ela vem como uma canção que
não dá pra segurar. De repente, é como um suspiro percorrendo seu corpo, e você
está cantando! E outros pegam a melodia e começam a cantar também. É uma
doce melodia ecoa para o mundo, e toca o coração de uma pessoa. E depois de
outra. E de outra”.

[Imagem 29] Para Suma não é suficiente estar livre. Ela usa a educação que
teve para garantir que todas as meninas possam ir para a escola.

A pratica de kamlari, tem sido proibida desde 2000.

*Conteúdo extraído do documentário “Girl Rising”


**as imagens mencionadas no texto estão no PowerPoint que acompanha o material.

83
ANEXO VI

85
COMPLEMENTOS
COMPLEMENTO I
Utilize com as participantes a análise SWOT/FOFA Pessoal e Profissional.
Analisando pontos fortes, oportunidades, pontos fracos e ameaças.

ANÁLISE PESSOAL ANÁLISE PROFISSIONAL

Pontos Pontos
fortes Oportunidades fortes Oportunidades

Pontos Pontos
fracos Ameaças fracos Ameaças

EU AMBIENTE EU AMBIENTE
EXTERNO EXTERNO

Distribua folhas em branco e peça as participantes que dividam a página em 4


partes. Em cada uma das partes, as palavras–chave das figuras acima devem ser
devidamente distribuídas, em cor de destaque.
Cada uma das partes deve seguir a seguinte lógica de análise:

Análise Pessoal
EU: avaliar pontos fortes e fracos da minha personalidade, habilidades e
conhecimentos: “no que realmente sou boa e me difere – pontos fortes” e “no que
não sou boa e que impede meu crescimento pessoal –fraquezas”.
AMBIENTE EXTERNO: avaliar a força que o mundo exerce sobre mim.
Oportunidades que vislumbro e ameaças que podem fazer com que as
oportunidades não se concretizem na minha vida.

Análise Profissional
EU: avaliar pontos fortes e fracos (características empreendedoras e
comportamentais) que percebo em mim e que ajudam ou impedem de tornar real
minha ideia de negócio.
AMBIENTE EXTERNO: avaliar a força que o mundo exerce sobre minha ideia
de negócio. Oportunidades que vislumbro e ameaças que podem fazer com que
as oportunidades não se concretizem na minha vida profissional.

89
COMPLEMENTO II

91
REFERÊNCIAS

ARAUJO, Liliane, Fazendo gênero: brincando com estereótipos e


desconstruindo preconceitos. Disponível em: http://portaldoprofessor.
m e c . g o v. b r /f i c h a Te c n i c a A u l a . h t m l ? p a g i n a = e s p a c o % 2 F v i su a l i z a r _
aula&aula=53697&secao=espaco&request_locale=es. Acesso em 26/04/2015.
CONSULADO DA MULHER, Educação em gênero, trabalho e renda: o exercício
da autonomia. 2007
DORNELAS, J.C.A., Empreendedorismo: Transformando Idéias em Negócios.
2ª Ed. Rio de Janeiro, RJ: Campus, 2005.
IASKIO, Emerson Leonardo Schimdt. O que é Economia Solidária?
Cooperativismo, economia solidária e inclusão social: métodos e abordagens.
Curitiba, PR: UFPR, 2007.
IDEIAS E NEGÓCIOS. Dona Raimunda das tapiocas: a incrível multiplicadora.
Disponível em: http://ideiasenegocios.blogspot.com.br/2008/01/dona-
ramunda-das-tapiocas-incrvel.html. Acesso em: 13/10/2012
GALVÃO, Franciani Fernandes. Empreendedorismo e redes de cooperação.
Universidade estadual do centro-oeste – UNICENTRO. s.n.d.
PORTAL DO COOPERATIVISMO POPULAR. Princípios básicos do
cooperativismo. Disponível em: http://www.cooperativismopopular.ufrj.br
Acesso em: 07/04/2015.
MANCE, Euclides André. A revolução das redes: a colaboração solidária como
alternativa pós-capitalista à globalização atual. 2ª Ed. Petrópolis, RJ: Vozes,
1999.
MCKINSEY&COMPANY, Women Matter 2013: Gender diversity in top
management: Moving corporate culture, moving boundaries. Disponível em:
http://www.mckinsey.com/features/women_matter . Acesso em 26/04/2015
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. A economia solidária. Disponível em:
http://portal.mte.gov.br/ecosolidaria/o-que-e-economia-solidaria.htm. Acesso
em: 08/04/2015.
OSTERWALDER, Alexander & PIGNEUR, Yves. Business Model Generation:
Inovação em Modelos de Negócios. Alta Books. Rio de Janeiro 2011.
SEBRAE. Matriz FOFA. http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/
Use-a-matriz-F.O.F.A.-para-corrigir-defici%C3%AAncias-e-melhorar-a-empresa.
Acesso em 12/06/2015
VASCONCELOS, Geraldo Magela Rodrigues de. Empreendedorismo e redes de
relacionamento. Artigo. XXXI Encontro ANPAD. Rio de Janeiro: 2007.

*As imagens desse material foram retiradas dos bancos de imagem freepik.com e pexels.com.

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