UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS

FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA

DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA I

PROFESSOR: JHONY TIAGO TELEKEN
TURMA: 2022.1

EXPERIMENTO IV

Propriedades Coligativas
(Abaixamento do Ponto de Congelamento)

INTRODUÇÃO

Nesta aula prática, vamos estudar os efeitos sobre as propriedades de um líquido

puro quando uma quantidade pequena de soluto é adicionado. Quando a mistura formada
é uma solução ideal, a variação dessas propriedades só depende da quantidade do
solvente, e não da natureza química do soluto. Tais propriedades, denominadas
propriedades coligativas, incluem a elevação do ponto de ebulição, a diminuição do
ponto de congelamento e a pressão osmótica. Por exemplo, água a 1 atm entra em
ebulição a 100 ºC e solidifica a 0 ºC. Porém se adicionarmos uma pequena de soluto,
ela passa a congelar abaixo de 0°C e ferver acima de 100 °C.
O estado em que um líquido e um vapor ou um líquido e um sólido estão em
equilíbrio é determinado quando o potencial químico de cada fase for iguala. O potencial
químico de uma substância pura é igual à sua energia de Gibbs molar. Vamos admitir
primeiramente que um soluto b esteja diluído em um solvente a e que temos uma solução
ideal. Sabemos que a energia de Gibbs quantifica o intercâmbio entre a estabilidade de
uma fase em termos de energia, por um lado, e o aumento da aleatoriedade, por outro.
Podemos comparar esses efeitos para o caso de um líquido puro versus o caso de uma
solução ideal diluída, à qual uma pequena quantidade de soluto foi adicionada. Como
todas as interações intermoleculares são iguais, as interações em termos de energia em
uma solução diluída são idênticas às de um líquido puro; assim, as interações em termos
de energia não afetarão as trocas entre o líquido e o vapor no ponto de ebulição ou entre
o líquido e o sólido no ponto de congelamento. Por outro lado, a entropia de um líquido
diluído é maior do que a de um líquido puro, pois a presença de soluto fornece muitas
mais configurações possíveis. O efeito da entropia torna-se mais importante com o
aumento da temperatura. Uma vez que a diferença de entropia entre o vapor e o
líquido diluído foi reduzida em relação àquela do vapor e do líquido puro, necessita-
se de uma temperatura mais alta para que a fase vapor, mais entrópica, possa
equilibrar, em termos da energia, a solução líquida diluída e o ponto de ebulição de
a aumenta. Analogamente, necessita-se de uma temperatura mais baixa para se equilibrar
o aumento de entropia do líquido diluído tem prol da estabilidade em termos de energia
de um sólido e, assim, o ponto de congelamento baixa.
Para pequenas quantidades de b (solução ideal), a elevação do ponto de ebulição
e o abaixamento do ponto de congelamento do solvente a, para uma determinada fração
molar de b pode ser estimado através das equações (1) e (2), respectivamente.
2
𝑅𝑇𝑒𝑏 (1)
𝑇 − 𝑇𝑒𝑏 = 𝑥
∆𝐻𝑣𝑎𝑝,𝑇𝑒𝑏 𝑏
𝑅𝑇𝑓2 (2)
𝑇 − 𝑇𝑓 = 𝑥
∆𝐻𝑓𝑢𝑠,𝑇𝑓 𝑏
Na quais, T é a temperatura de ebulição ou de congelamento do solvente para uma
determinada fração molar de b (𝑥𝑏 = 𝑛𝑏 /(𝑛𝑎 + 𝑛𝑏 )) adicionada; R é a constante dos
gases; ∆𝐻𝑣𝑎𝑝,𝑇𝑒𝑏 é o calor latente de vaporização e 𝑇𝑒𝑏 é a temperatura de ebulição do
solvente puro; ∆𝐻𝑓𝑢𝑠,𝑇𝑓 é o calor latente de fusão e 𝑇𝑓 é a temperatura de fusão do solvente

puro.

OBJETIVOS

Avaliar o efeito da adição de soluto (NaCl) sobre o abaixamento do ponto de

congelamento da água. Para isso serão utilizadas diferentes concentrações de sal e
medidas da evolução da temperatura de uma suspensão de gelo e água.

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS UTILIZADOS

• Balança semi-analítica
• Bastão de vidro
• Espátula
• Béquer (100ml)
• Gelo
• Sal (NaCl)
• Pera
• Pipeta graduada
• Cronômetro
• Termômetro

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Experimento 1:
• Preparar uma suspenção com 100g de gelo triturado e 25g de água no recipiente
de isopor;
• Realizar a leitura da temperatura inicial do sistema.
• Adicionar de 10 g de NaCl à mistura e acompanhar a evolução da temperatura do
sistema com o auxílio do termômetro (tempo máximo de 180 s).
• Adicionar novamente 10 g de NaCl a mistura e acompanhar a evolução da
temperatura.
• Repetir o procedimento anterior por mais duas vezes (duas novas adições de 10 g
de soluto).

Experimento 2:
• Preparar uma suspenção com 100g de gelo triturado e 25g de água no recipiente
de isopor;
• Realizar a leitura da temperatura inicial do sistema.
• Adicionar de 20 g de NaCl à mistura e acompanhar a evolução da temperatura do
sistema com o auxílio do termômetro (tempo máximo de 180 s).
• Adicionar novamente 20 g de NaCl a mistura e acompanhar a evolução da
temperatura.

Experimento 3:
• Preparar uma suspenção com 100g de gelo triturado e 25g de água no recipiente
de isopor;
• Realizar a leitura da temperatura inicial do sistema.
• Adicionar de 40 g de NaCl à mistura e acompanhar a evolução da temperatura do
sistema com o auxílio do termômetro (tempo máximo de 180 s).
Experimento 4:
• Preparar soluções salinas com concentração de 10%, 14%, 18%, 20% e 23% em
massa de NaCl.
• Acondicionar a solução nos tubos de ensaio e submeter ao processo resfriamento
em banho de etanol/gelo. Importante, mantenha o sistema sob agitação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Efeito da quantidade de soluto na temperatura mínima da mistura refrigerante

a. Montar os gráficos de Temperatura (ºC) vs Tempo (s) dos experimentos

Experimento 1, 2 e 3. Cada adição de sal deve representar uma curva do gráfico.
Discutir o comportamento. Existe um valor limite da massa de NaCl além do qual
a temperatura não diminui mais? Adições sucessivas de sal interferiram no
comportamento das curvas? A adição de sal interferiu na quantidade água no
estado sólido que permaneceu na mistura? Porque isso acontece?

Efeito da concentração de NaCl na temperatura de congelação da água

a. Construir as curvas de resfriamento Temperatura (°C) x Tempo (s), para as cinco

soluções de NaCl. Discuta o comportamento da curva.
b. Identificar a temperatura de início do congelamento da água para cada solução de
NaCl.
c. Construir a curva de variação de temperatura de congelamento da água com a
concentração de NaCl na solução, temperatura (ºC) x Concentração de NaCl %
em massa. Discuta o comportamento observado.