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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

Disciplina: História Contemporânea; “O longo século XIX”


Prof. Me. Wagner Cabral da Costa

Aluno: Márcio André Costa Sampaio

APONTAMENTO DO TEXTO: A História da Arte, capítulo 25, A Revolução


Permanente, de Ernst Gombrich

São Luís

2021
“Aquilo a que chamei a ruptura na tradição, a qual marca o período da Grande
Revolução na França, iria mudar toda a situação em que os artistas viviam e
trabalhavam. Academias e exposições, críticos e entendidos, tinham-se empenhado ao
máximo para introduzir uma distinção entre Arte com A maiúsculo e o mero exercício
de um ofício, fosse ele o de pintor ou de construtor.” (P.1)

“Agora, os alicerces em que a arte assentara durante toda a sua existência estavam
sendo abalados de outro lado. A Revolução Industrial começou a destruir as próprias
tradições do sólido artesanato; o trabalho manual cedia lugar à produção mecânica, a
oficina à fábrica” (P.1)

“A quantidade de construção feita no século XIX foi provavelmente maior do que em


todos os períodos anteriores somados.” (P.1)

“Seria injusto supor que não houve arquitetos talentosos no século XIX. Houve, sem
dúvida. Mas a situação de sua arte era toda contra eles. Quanto mais
conscienciosamente estudavam para imitar estilos passados, menos provável era que
seus projetos fossem adaptados às finalidades a que se destinavam.” (P.1)

“Alguns arquitetos do século XIX conseguiram encontrar um meio-termo entre essas


duas desagradáveis alternativas e criar obras que não são contrafações do antigo nem
meras invenções grotescas.” (P.1)

“A ruptura na tradição abrira-lhes um campo ilimitado de opções. Incumbia ao artista


plástico decidir se queria pintar paisagens ou cenas dramáticas do passado, se preferia
temas inspirados em Milton ou nos clássicos, se adotava a maneira comedida da
ressurreição clássica de David ou a maneira fantástica dos mestres românticos. Mas,
quanto mais ampla se tornava a gama de opções, menos provável era que o gosto do
artista coincidisse com o do público.” (P.2)

“...Paris tornara-se a capital artística da Europa no século XIX, tal como Florença tinha
sido no século XV e Roma no século XVII. Artistas de todo o mundo afluíam a Paris
para estudar com os grandes mestres e, sobretudo, para se juntar ao debate sobre a
natureza da arte que nunca terminava nos cafés de Montmartre, onde a nova concepção
de arte era laboriosamente preparada.” (P.3)

“A revolução seguinte envolveu principalmente as convenções que governam a


temática. Nas academias, ainda era preponderante a ideia de que pinturas dignas devem
representar personagens dignas, e de que trabalhadores e camponeses fornecem temas
adequados somente para as cenas de gente, na tradição dos mestres holandeses.” (P.4)

“A terceira onda de revolução na França (após a primeira onda de Delacroix e a segunda


onda de Courbet) foi iniciada por Edouard Manet (1832-83) e seus amigos. Esses
artistas levaram muito a sério o programa de Courbet. Procuraram convenções na
pintura que se tinham tornado cediças e destituídas de significado. Concluíram que toda
a pretensão da arte tradicional de que descobrira o modo de representar a natureza, tal
como a vemos, se baseava numa concepção errônea.” (P.8)

“Os estudantes de arte nas academias eram treinados desde o começo para basear seus
quadros na interação de luz e sombra.” (P.9)

“Vimos ao longo desta história da arte como todos somos propensos a julgar pinturas
mais pelo que sabemos do que pelo que vemos.” (P.9)

“Os grandes artistas de períodos subsequentes tinham feito descoberta sobre descoberta,
o que lhes permitiu criar um quadro convincente do mundo visível, mas nenhum deles
desafiara seriamente a convicção de que cada objeto na natureza tem sua forma e cor
fixadas definitivamente e reconhecíveis com facilidade numa pintura.” (P.10)

“Eles descobriram que, se olharmos a natureza ao ar livre, não vemos objetos


individuais, cada um com sua cor própria, mas uma brilhante mistura de matizes que se
combinam em nossos olhos ou, melhor dizendo, em nossa mente.” (P.10)

“Algum tempo depois, o próprio grupo de amigos aceitou o nome de impressionistas e


como tal passaram a ser conhecidos desde então.” (P.13)

“Os pintores desse jovem grupo de impressionistas aplicaram seus novos princípios não
só à paisagem, mas a qualquer cena da vida real.” (P.14)

“Levou algum tempo até o público aprender que para apreciar um quadro impressionista
tem que recuar alguns metros e desfrutar o milagre de ver essas manchas intrigantes
organizarem-se de súbito e ganharem vida ante os nossos olhos. Realizar esse milagre e
transferir a experiência visual do pintor para o espectador era a verdadeira finalidade
dos impressionistas”. (P.15)

“Pois, embora a batalha fosse acirrada e tão dura para os artistas envolvidos, o triunfo
final do impressionismo foi completo.” (P.18)
“Alguns desses jovens rebeldes, pelo menos, notadamente Monet e Renoir, viveram o
tempo bastante para gozarem os frutos dessa vitória e tornarem-se famosos e respeitados
em toda a Europa. Presenciaram o ingresso de suas obras em coleções públicas e a sua
conversão em bens cobiçados pelos ricos.” (P.18)

“Talvez essa vitória não tivesse sido tão rápida nem tão completa se não fosse por dois
aliados que ajudaram as pessoas do século XIX a verem o mundo com olhos diferentes.
Um desses aliados foi a fotografia.” (P.18)

“O segundo aliado que os impressionistas encontraram em sua busca afoita de novos


motivos e novos esquemas de cor foi a cromotipia japonesa.” (P.18)

“Artistas de todo o mundo entraram em contato com o impressionismo em Paris e


levaram de volta consigo as novas descobertas, assim como a nova atitude do artista
(Auguste Rodin) como rebelde contra os preconceitos e convenções do mundo
burguês”. (P.21)

Em suma, no capitulo revolução permanente, percebemos uma quebra de


paradigmas na antiga tradição. Em um ambiente que respirava a Revolução Industrial,
as tradições do sólido artesanato se esfarelavam ocasionado pela produção mecânica. A
arquitetura sofreu uma mudança brusca devido a essas transformações. Percebemos uma
referência do texto do Marshall, “tudo que é solido desmancha no ar”, ou seja, tudo é
feito para ser desfeito no momento da Revolução Industrial. Nota-se o desenrolar da arte
no século XIX e de como Paris tornara-se a capital artística da Europa no século XIX,
tal como Florença tinha sido no século XV e Roma no século XVII.

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