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ÒÓTÁ
ÒRISÁ
Èsú na vida dos Iniciados...
A comunicação com a supremacia (Olodumare) dos
Orixás se dá através de Èsú, sem o qual não chegam os
nossos pedidos ao Orún.
Èsú é o responsável e designado por Olodumarè a prover e
a proteger a humanidade, seja no etéreo seja fisicamente,
desde que haja as devidas reverências e primazias
dedicadas a ele em nossa vida diária e em especial no
culto.
Quando por ventura nos esquecemos de Ésú a vida torna-
se mais adversa e conflitante, de certa forma não que Èsú
cause os danos, mas porque estamos só nas empreitadas e
vicissitudes que o destino nos impõem, e com Ésú tudo se
tornaria mais viável, há a promessa de os trâmites serem
assertivos.
Èsú é oriundo do panteão africano e uma das suas
peculiaridades é de justamente aproximarem os seres dos
orixás no aiyè, em geral quando somos levados de alguma
forma ao Terreiro, acredite, ali está a força de Èsú que
percebeu as dificuldades de um ser e o impulsionou a
buscar os orixás.
E como retribuímos esta boa ação de Èsú?
Reverenciando a ele em primeiro lugar, como paga e
gratidão.
O significado da palavra Èsú traduz-se em ‘ESFERA’,
apontando para sua característica de locomoção fácil e
sem embaraços, e o eterno movimento, Èsú não se aquieta
nunca, ele até comendo movimenta-se, daí ao estarmos em
um orô para o mesmo movimentarmos os pés para atrás e
embalarmos nossa mão direita.
Èsú recebe vários nomes ao qual denominamos ‘epítetos’,
que diferencia o mesmo orisá para assuntos diversos.
Acredita-se que o mesmo em desígnio de um título agirá
dentro da questão especifica daquele ser, em se tratando de
distinção de situações verificamos então o caminho do Ésú
ou com quem ele caminha para agir na vida do omorisá.
Percebe-se a vida de alguns filhos em desalinho com a
sociedade em que vive e com quem se relaciona a partir da
ausência de Èsú na vida dele.
As vezes é possível que um mesmo caminho de Ésú
atenda a mais de um orisá, porém devemos ordenar e
pautar a nossa espiritualidade no culto dos orixás
correlacionando o nosso Ésú com a nossa divindade ora
iniciada em nosso ori.
Assim como não há orixá sem folhas, não há culto sem
antemão darmos a parte de Èsú, daí sim, ele proverá,
abrirá e facultará o caminho, não só para o Terreiro, mas
em especial para aquele filho que respeitou as regras e os
dogmas impostos pelo criador do universo, que
convencionou que pagássemos tributos a Èsú para que a
vida fosse mais suave.
Èsú bem como os orixás em geral tem preferências por
alguns ‘habitat’, isso o torna característico e o nos faculta
a compreensão de sua necessidade e essência.
Ele habita no portal do orun onde recebe o titulo de
Onibodè orun, ele é o guia dos seres entre o aiyé e o orun,
ele assiste ao surgimento do ser ao sair das entranhas de
sua progenitora.
Èsú habita nas encruzilhadas e em especial nas oritás
(Encruzilhadas de T), ele corre nas estradas, ama as
‘Trilhas’ no intuito sempre de cortar caminho e chegar
mais rápido, arma-se no topo da montanha para destruir o
inimigo aqui embaixo e é quando recebe o título de
‘Sòròkè’.
10.Sòn sòn lamina que ostenta sobre a cabeça lembrando que a mesma
é afiada e dái ele não carregar fardos
12. Adò pequenas cabaças contendo fetiches, iyés (Pós torrados dos
bichos sacrificados) e talismãs
13.
Èsú e seus caminhos...
Contam os ítans que Ianguí foi o primeiro Èsú e que
multiplicou-se em inúmeros outros caminhos de Èsú, nos
apresentando desde então todos os outros Èsú’s que
conhecemos hoje no panteão africano e no Candomblé do
Brasil.
*ABAIXO OS ÈSÚS CULTUADOS NO BRASIL*
1. Ianguí – O primeiro Èsú que se dividiu nos demais
2. Egbáragbò – O guardião mais antigo do povo Egbá
3. Alakètú – O guardião do povo de Ketu, habita a
entrada do Igbò
4. Oná – O caminho que percorremos
5. Olonà – O dono do caminho que percorremos
6. Apalonà – O braço que auxilia caminho
7. Ijèlú – Aquele que tomou a casa expertamente
8. Akèsán – O que supervisiona tudo que pertence ao
Rei de uma cidade e responsável pelos tributos
9. Láàlú – O facultador e amante da dança
10. Odára – O propiciador diverte-se vendo o povo
comer
11. Gbantòlá – O que se agrada das Iyágbás e traz
riquezas
12. Alè odè – O Èsú da noite, e guardião da família
Kéréjébi
13. Lonà – Aquele que leva as coisas ruins e e traz
as coisas boas
14. Tírírí – Aquele que zela por quem vai a guerra
15. Elékún – O guardião do Agbò Odé, Èsú dos
caçadores
16. Lodè – O guardião da Realeza
17. Iyálodè – A guardiã da Rainha
18. Lojíkí – O que observa do pico
19. Sìgìdí – O Èsú que mexe com as mentes
humanas
20. L’òdò – O que habita as margens do rio
21. Iná – O que habita e promove o fogo
22. Òrò -
Èsú ------ Orisá
Ògún Tírírí, Lojíkí e Ianguí
Oxosse Lojíkí, Tírírí, Elèkún, Láàlú ou Lodè
Otín L`odò, Elèkún, Tirírí, Gbantòlá
Omolú Alè odè, Lojíkí, Ijèlú
Osaníyn Lojíkí, Tirírí e Ijèlú
Osumarè L’odò, Ijèlú
Iròkò Ijèlú, Láàlú e Lojíkí
Nanà L’odò, Ijèlú, Alè odè e Gbantòlá
Logun Elékún, Lodè, Láàlú e Lojíkí
Òsún Iyálodè, Lodè, L’odò e Gbantolá
L’obá Egbaragbò, L’odò e Gbantòlá
Iyewá L’odò, Lojíkí, Ijélú e Gbantòlá
Oyá L’odò, Gbantòlá e Egbaragbò
Iyemanjá L’odò, Gbantòlá, Egbaragbò
Ayrá Egbaragbò ou Láàlú
Sangò Egbaragbò, Odara, Órò
Osògíyón Láàlú, Odara e Ijèlú
Osalá’s velhos Láàlú, Ijèlú e Odara
Ibejí Dòú
Ajé Sàlúgá Órò
Oríkí Èsú Òrò
Èsú orò má ni kò
Àsé!
Oríkí Èsú Ijèlú
Èsù Ijelu, Èsù Ijelu, Èsù Ijelu o gbe yin o
Elegbeje ado
Èsù Ijelu, Èsù Ijelu,Èsù Ijelu o gbe yin o
Èsù Ijelu Latopa
Èsù Ijelu kenke
Latopa Èsù Ijelu kenke
Latopa Èsù Ijelu kenke
Asé eni dako Onilu o
Èsù Ijelu dako Onilu o
Asé!
Oríkí Èsú Láàlú
Èsù láàlú Òkírí òkò Èbìtà okùnrin
A bá ni w’óràn B’a ’o rí dá
Olópa Olódùmarè lailai
Ò sán sòkòtò pénpé
Oníbodè Olórun
Ò sùn nílé ina tì kùn
Èsù ló jí
Ògo kò jí
Ebora tí n jé Látopa
Ò bá elékún sunkún
K’érù ó ba elékún
Elékún n súnkún
Láàróyè n sun èjè
Láàróyè n fi gbogbo ara mí
Bí àjére
Èsù má se mí
Omo elòmíràn ni o se
Eni tí kò se ebo ni kí o se
Oriki Èsù Alaketu
Abimo tunmobi
Èsù Elekun mo be mi
Iwo lo bi lagbaja to fi dolori buruku
Iwo lo be tamodo to fi dolori ibi
Iwo lo be toun ti ko fi roju aiye re mo
Èsù Elekun mo be mi
Abimo tunmobi
Èsù Elekun orí mi mo je un ko oo
Èsù Elekun orí mi mo je un ko oo
Elo l'owo re Èsù Elekun
Okan l'owo Èsù Elekun
Ase
Oríkì Èsù L’odò
07 Lanças Ikó
21 Búzios gema
01 Punhado de lelekun
01 Punhado de bejerekun
01 Folha de Osibatá
07 Folhas de Ojuorô
01 Folha de Ogbó
07 Folhas de akòkò
07 Folhas de cansanção
07 Folhas de Urtiga
01 Mão de sal
01 Garrafa de Gin
01 Garrafa de Wisky
Mel
Fradinho torrado
01 Ovo
01 Pinto do dia
Pedaço de ouro
1 imã grande
01 Pedaço de enxofre
01 Pedra de carvão mineral
Pôr uma bacia com cachaça. Gin, Wisky e fumo de rolo desfiado, uma com
aluwá, uma com epò pupá (dendê), outra com cachaça e mel (melado se for
filho de Oxosse), uma com omieró de folhas de Èsú acima.
Acender uma vela com uma quartinha ao lado, e dar início a lavagem de
tudo que não se deteriora e nem dissolve-se nas bacias de asé acima citado
na seguinte ordem: Bebidas, cachaça e mel, omieró, dendê, aluwá
Otí: “Otí ní sakómó, saiyó gbé gbé otí ní saiyó gbé, otí ní sakómó”
Epò Pupá: “Ojú ojú olojá epò, ojú ojú olojá epò”
Omiéró: “Osaniyn mírò igbò bí ò, alá osaníyn mirò igbò alá omi”
“Awo awo a done ama dohan(bis), A done ama dohan, Esu igba
hana e”
Uma vez a massa estando em ponto macio, acomode uma parte dentro do
vaso de barro, e sobre a massa o Boneco de ferro ou o Boneco de madeira,
preencha com a massa restante até a borda, aperte bem, pois a massa
desidrata, após bem apertada e alisada a massa em cima com as mãos,
craveje de búzios restantes, finque as lanças Ikó de ferro queimado 6 em
circulo próximo a borda, e a maior ao lado da mão direita de Èsú.
Peça que o filho vá a rua buscar um okutá para Èsú, esse okutá será lavado
no otí e pedirá ao filho que passe a língua no okuta por 3 vezes, fim dos
quais será fincado na massa a frente do Èsú.
Otu zue
M’aje iku
Encantando Èsú...
Misture otí com álcool e wají e despeje o sobre o Èsú já emassado, ateie
fogo com uma vela, e entoe a seguinte cantiga:
Mojubá ojisé”
“Sòrò sòrò
Sòrò sòrò
Pámi pámi ò”
Concluída a matança, tempe com: Dendê, mel, iyó, otí, aluwá, afotin,
omitorô, e corte as partes sagradas dos bichos de pena e enfeite o Ojubó
Èsú: asas, pés, cauda, ori, pele do pescoço, e bastante pena sobre o
assentamento.
Fica arriado diante de Ésú e ele permanece com o orò sobre ele por no
mínimo 18hs e no máximo 24h.
Cantigas de Esú
MODUBÍS
Egba kose
E modé ko e ko
Oni l’oro
Modupé
Tiriri Lona
Esú Tiriri
Gbara un be be
Tiriri Lona
Esú Tiriri
4. Elegbara (bis
Esú ajo
A ma ma ke o
Elegbara
Esú ajo
A ma ma ke o
Laroye e e
5. Oke oke
Odará odará
Baba ebó
6. Esú oo
Esú olona
Mofori gbale
7. Gbara lojiki
Esú lobi wá
Ara legbe
8. Son son obé (bis
Laroye
9. Lagiri Esú ma na
Le le Lagiri
Ajê ma na
Lê lê lagiri
Firo ofe na
Fena jô
Lagiri
Ago nile
Esu o elegbara e
Esú egbaragbo
D‘ago l’ona o
Laroiye laroiye
Bara l’owi lo
Ago elebara
Ago elebara
ALUJA
Run go
laroye
S’ekete
Tiri jan
Awo awo
Oti
21. Lalu pe o
Lalu pe o
VAMUNHAS
Esú lona
Alaketu se já ketu re
Egbara ebó
Esú a ina ko
BRAVUN-HUNTO
Ada hunde
Eee
Mada hun
Ada hunde
Omi l’ade
M’aje iku
Otu zue
M’aje iku
SATÓ
34. E elegbara
Mojubá ojisé
AGUERÉS
Ke owo Odará
Ke owo Odará
Esú awo
E olo s’oro
E olo s’oro
L’ona
Odará sawe pe
E sawe pe
E sawe pe
L’ona
IJESÁ
Elegbara
Elegbara mi re re
Esú mojuba ré o
Esú ona a fo mi o
ajé k’odara
Gbara mi
Onile Esú
AGABÍ
48.Eringue ara we
Ara we ara we
Iyemonja esu o
Eleguado aiana
Eleguado aiana
NLÓ
( VAMUNHA)
E m’ina do
E m’ina do
Comidas Èsú
AZEITE DE DENDÊ
GENGIBRE RALADO
BAGRE SECO EM PÓ
PRÊA SECA EM PÓ
V. DUNDÚ
VII. XINXIM
11 obis
11 orogbos
01 litro de gim
iyo (sal)
“Exu te dou o dinheiro de odi pra que o transforme no dinheiro que preciso!”
01 alguidar
21 pimentas da costa
01 dendê
07 acaças brancos
07 acaças vermelhos
07 talos de mamona
07 ovos
07 carretéis brancos
“ “ pretos
“ “ vermelhos
07 doces pretos
Feijão fradinho
Milho de galinha
Feijão preto
mel
Como fazer
isso tem que ser feito longe de casa e em encruzilhada suja, que dificilmente
se voltaria a andar por lá.
Lendas de Èsú I
Lendas de Èsú II
Exu tomou domínio sobre as encruzilhadas, conta o oríkì que Exu não
tinha propriedade, não tinha riqueza e nem rio, muito menos profissão ou
um sentido para a vida. Mas um dia, Exu passou a frequentar a casa de
Oxalá, quando este modelava os corpos dos homens e das mulheres. Exu ia
todos os dias, e enquanto outros seres iam a casa de Oxalá, apreciavam suas
obras, traziam oferendas e partiam, Exu continuava lá, observando
atentamente o trabalho do mestre. Exu não perguntava. Exu prestava
atenção. Exu aprendeu tudo. Após 16 anos ajudando e observando, Oxalá
disse para ele postar-se na encruzilhada por onde passavam todos os que
vinham à sua casa. Oxalá pediu a Exu que não deixasse passar quem não
lhe trouxesse uma oferenda. E ele fez bem o seu trabalho e Oxalá decidiu
recompensá-lo: quem viesse à casa de Oxalá teria que pagar também
alguma coisa a Exu. Armado de um poderoso porrete chamado ogó – às
vezes em formas fálicas -, Exu afastava os indesejáveis. Exu fez da
encruzilhada a sua casa e ninguém mais podia passar por ali sem lhe pagar
um tributo.
(Reginaldo Prandi.)
Os deuses cada vez mais se indispunham uns com os outros e lutavam entre
si guerras assombrosas. Os descendentes dos deuses não pensavam mais
neles e os deuses se perguntavam o que poderiam fazer. Como ser
novamente alimentados pelos homens ? Os homens não faziam mais
oferendas e os deuses tinham fome. Sem a proteção dos deuses, a desgraça
tinha se abatido sobre a Terra e os homens viviam doentes, pobres,
infelizes.
Um dia Exu pegou a estrada e foi em busca de solução. Exu foi até Iemanjá
em busca de algo que pudesse recuperar a boa vontade dos homens.
Iemanjá lhe disse: "Nada conseguirás. Xapanã já tentou afligir os homens
com doenças, mas eles não vieram lhe oferecer sacrifícios".
Iemanjá disse: "Exu matará todos os homens, mas eles não lhe darão o que
comer. Xangô já lançou muitos raios e já matou muitos homens, mas eles
nem se preocupam com ele. Então é melhor que procures solução em outra
direção. Os homens não tem medo de morrer. Em vez de ameaçá-los com a
morte, mostra a eles alguma coisa que seja tão boa que eles sintam vontade
de tê-la. E que, para tanto, desejem continuar vivos".
Orungã lhe disse: "Eu sei por que vieste. Os dezesseis deuses tem fome. É
preciso dar aos homens alguma coisa de que eles gostem, alguma coisa que
os satisfaça.. Eu conheço algo que pode fazer isso. É uma grande coisa que
é feita com dezesseis caroços de dendê. Arranja os cocos da palmeira e
entenda seu significado. Assim poderás conquistar os homens".
Exu foi ao local onde havia palmeiras e conseguiu ganhar dos macacos
dezesseis cocos. Exu pensou e pensou, mas não atinava no que fazer com
eles. Os macacos então lhe disseram: "Exu, não sabes o que fazer com os
dezesseis cocos de palmeira? Vai andando pelo mundo e em cada lugar
pergunta o que significam esses cocos de palmeira. Deves ir a dezesseis
lugares para saber o que significam esses cocos de palmeira. Em cada um
desses lugares recolheras dezesseis odus. Recolherás dezesseis histórias,
dezesseis oráculos. Cada história tem a sua sabedorias, conselhos que
podem ajudar os homens. Vai juntando os odus e ao final de um ano terás
aprendido o suficiente. Aprenderás dezesseis vezes dezesseis odus. Então
volta para onde moram os deuses. Ensina aos homens o que terás aprendido
e os homens irão cuidar de Exu de novo".
Exu fez o que lhe foi dito e retornou ao Orun, o Céu dos Orixás. Exu
mostrou aos deuses os odus que havia aprendido e os deuses disseram:
"Isso é muito bom".
Lendas de Èsú IV
Ele deixaria a cidade e pediu a elas que vendessem sua cabra por vinte
búzios. Propôs que ficassem com a metade do lucro obtido. Iemanjá, Oiá e
Oxum concordaram e Exu partiu.
A cabra foi vendida por vinte búzios. Iemanjá, Oiá e Oxum puseram os dez
búzios de Exu a parte e começaram a dividir os dez búzios que lhe cabiam.
Iemanjá contou os búzios. Haviam três búzios para cada uma delas, mas
sobraria um. Não era possível dividir os dez em três partes iguais. Da
mesma forma Oiá e Oxum tentaram e não conseguiram dividir os búzios
por igual. Aí as três começaram a discutir sobre quem ficaria com a maior
parte.
Iemanjá disse: “É costume que os mais velhos fiquem com a maior porção.
Portanto, eu pegarei um búzio a mais”.
Elas deram a ele dez búzios e pediram para dividir os dez búzios delas de
modo eqüitativo. Exu deu três a Iemanjá, três a Oiá e tre a Oxum. O
décimo búzio ele segurou. Colocou-o num buraco no chão e cobriu com
terra. Exu disse que o búzio extra era para os antepassados, conforme o
costume que se seguia no Orun.
Toda vez que alguém recebe algo de bom, deve-se lembrar dos
antepassados. Dá-se uma parte das colheitas, dos banquetes e dos
sacrifícios aos Orixás, aos antepassados. Assim também com o dinheiro.
Este é o jeito como é feito no Céu. Assim também na terra deve ser.
Lendas Èsú V
Esu foi o único que ficou na casa de Oxalá ele permaneceu por lá durante
dezesseis anos. Esu prestava muita atenção na modelagem e aprendeu
como Oxalá modelava as mãos, os pés, a boca, os olhos, o pênis dos
homens, as mãos, os pés, a boca, os olhos, e a vagina das mulheres.
Durante dezesseis anos ali ficou auxiliando o velho Orixá.
Cada vez mais havia mais humanos para Osalá fazer. Osalá não queria
perder tempo recolhendo os presentes que todos lhe ofereciam. Osalá nem
tinha tempo para as visitas. Esu que tinha aprendido tudo, agora podia
ajudar Osalá. Era ele quem recebia as oferendas e as entregava a Osalá. Esu
executava bem o seu trabalho e Oxalá decidiu recompensá-lo. Assim, quem
viesse à casa de Osalá teria que pagar também alguma coisa a Esu.Esu
mantinha-se sempre a postos guardando a casa de Osalá. Armado de um
ogó, poderoso porrete, afastava os indesejáveis e punia quem tentasse
burlar sua vigilância. Esu trabalhava demais e fez sua casa ali na
encruzilhada. Ganhou uma rendosa profissão, ganhou seu lugar, e sua casa.
Esu ficou rico e poderoso. E ninguém pode mais passar pela encruzilhada
sem fazer uma paga a Esu.
Lendas de Èsú VI
Exu atrapalha-se com as palavras
Toda vez que Orunmilá vinha do Orum para ver as coisas do Aiê, era
interrogado pelos orixás, humanos e animais, ainda não fora determinado
qual o lugar para cada criatura e Orunmilá ocupou-se dessa tarefa.
E assim tem sido desde então, Exu vive a céu aberto, na passagem, ou na
trilha, ou nos campos, diferentemente das imagens dos outros orixás, que
são mantidas dentro das casas e dos templos, toda vez que os humanos
fazem uma imagem de Exu ela é mantida fora.