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Texto produzido por Marlon Batistello e Jean Vilaire Lemieux

FRONTEIRAS NA HISTÓRIA

Na historiografia tradicional, essa questão é tratada com muito leviandade. Como diz Erivaldo
Neves, “O tráfico interno de escravos no Brasil, ainda pouco estudado, é apresentado com
estimativas globais e genéricas, que não refletem particularidades regionais e locais deste
comércio. Faltam dados e comparações entre mercados e regiões importadoras ”. Assim, para
entender a participação desse comércio na evolução da presença da escravidão na região, seus
efeitos na economia e na população local, é importante tanto entender a questão local e fornecer
pontos de referência e comparação para estudo de outras regiões.
Ela entendia essa situação de forma muito limitada e sem levar em conta os riscos e as
complexidades desta importante atividade na região.
A historiografia mais recente identificou e dominou claramente os diferentes parâmetros que
envolvem esta questão do comércio nas províncias. Ela tem uma boa compreensão dos diferentes
métodos e estratégias de vendas. A rentabilidade e também o nível de complexidade desta situação.
Procura compreender a realidade de cada província, investigar sobre os métodos de registro destes
escravos e os dados, recolhidos e os que reforçam a importância do tráfico destes trabalhadores
como fator desestabilizante da escravatura nestas províncias, indicando a saída de centenas de
escravos no período estudado, além disso, nos cartórios locais temos registros de alguns escravos
vendidos fora das províncias. Isto foi em parte devido a natureza da fonte. As escrituras eram
geralmente lavradas pelos compradores da localidade de sua residência, ou seja, o ponto de destino
desses trabalhadores e na sua origem. Com o entendimento da historiografia recente sobre as
diferentes províncias da região sul do Brasil, compreendemos melhor o tráfico escravos na época
do século XIX.
Quanto ao tamanho do plantel de escravos nas propriedades de onde saíam a maioria dos escravos
vendidos após 1850, é importante ressaltar que a informação específica não foi fornecida no
contexto anteriormente citado. No entanto, é possível afirmar que o número de escravos nas
propriedades variava consideravelmente, desde pequenas propriedades com alguns escravos até
grandes fazendas com centenas ou até mesmos milhares de escravos, O tamanho de plantel está
relacionado à importância da mão de obra escrava na economia da época, a escravidão era a base
do sistema produtivo, especialmente na agricultura, e o tamanho do plantel de escravos
influenciava diretamente a capacidade de produção e a riqueza dos proprietários de terras. Além
disso, a disponibilidade de escravos também afetava o mercado de compra e venda de cativos.
Com relação ao gênero e à idade dos escravos vendidos, o trecho citado não fornece informações
específicas sobre esses aspectos. No entanto, é importante mencionar que a escravidão no Brasil
envolvia homens, mulheres e crianças, sendo que cada grupo desempenhava diferentes funções e
sofria distintos tipos de exploração, em relação à relação entre impostos sobre a exportação de
escravos e a arrecadação provincial, o trecho menciona a taxa de 32$000 réis sobre cada escravo
introduzido na província do Rio Grande do Sul. Essa taxa tinha como finalidade levantar recursos
para uso em projetos de colonização. Portanto, o imposto sobre a exportação de escravos servia
como fonte de receita para a província, contribuindo para financiar iniciativas relacionadas à
colonização e, possivelmente, também influenciando a movimentação de escravos na região.
Em resumo, a historiografia tradicional via a escravidão como um pilar econômico e social,
enquanto a historiografia mais recente analisa a escravidão de forma crítica, considerando seus
impactos negativos e a resistência dos cativos. O tamanho do plantel de escravos nas propriedades
variava, influenciando diretamente a economia e a riqueza dos proprietários de terras. Quanto à
relação entre impostos sobre a exportação de escravos e a arrecadação provincial, a taxa
mencionada tinha como objetivo levantar recursos para projetos de colonização, demonstrando
uma ligação entre a exportação de escravos e a arrecadação financeira da província.
No Brasil em 1850, durante o período da escravidão, os escravos vendidos eram em sua maioria
homens e mulheres jovens, embora a idade exata possa variar. A maioria dos escravos era africana,
trazida para o Brasil através do tráfico transatlântico de escravos, que durou vários seculos, os
africanos capturados e vendidos como escravos eram, muitas vezes, jovens adultos, entre 15 e 30
anos de idade, embora também houvesse indivíduos mais velhos e até mesmo crianças. Eles eram
trazidos para o Brasil em condições desumanas, sofrendo violência, maus-tratos e uma jornada
extremamente difícil durante a travessia do Atlântico, ao chegar ao Brasil, esses escravos eram
vendidos em leilões e feiras para proprietários de plantações, engenhos de açúcar, mineradoras e
outros setores que dependiam do trabalho escravo, a demanda por mão de obra escrava era alta, e
os proprietários muitas vezes buscavam escravos jovens e saudáveis, capazes de realizar trabalho
físico pesado.
As mulheres escravizadas também eram vendidas, sendo utilizadas principalmente como
trabalhadoras domésticas, amas de leite ou para a reprodução de escravos. A idade das mulheres
escravas vendidas variava, mas também eram preferidas as jovens em idade reprodutiva. É
importante ressaltar que essas são características gerais, e as circunstâncias individuais dos
escravos vendidos podem ter variado amplamente. Além disso, existiam diferenças regionais no
Brasil, e o perfil demográfico dos escravos pode ter apresentado algumas variações dependendo da
localidade.

Fonte. FRONTEIRAS NA HISTÓRIA


ATORES SOCIAIS E HISTORICIDADE NA
CONSTRUÇÃO DO BRASIL MERIDIONAL
(Séculos XVIII-XX) https://www.uffs.edu.br/institucional/reitoria/editora-uffs/repositorio-de-
e-books/fronteiras-na-historia-atores-sociais-e-historicidade-na-formacao-do-brasil-
meridional-seculos-xviii-xx-pdf

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