Você está na página 1de 2

A RESILIÇÃO

A expressão “resilir” deriva do latim “resilire”, que significa “voltar atrás”.


Designa-se resilição o modo de extinção dos contratos por vontade de um ou
dos demais contratantes, não tendo como causa o inadimplemento (total ou
parcial). Distinguem-se duas modalidades de resilição:

I - Distrato: trata-se de resilição bilateral em que a dissolução do vínculo dá-se


por consenso entre as partes. Tem natureza de negócio jurídico, onde as partes
acordam a extinção do contrato anteriormente celebrado3.

Para ORLANDO GOMES, há, ainda, a chamada resilição convencional, também


de natureza bilateral, que se daria quando no próprio contrato fosse
estabelecida a possibilidade de uma ou de ambas as partes resilir o negócio.

II - Resilição unilateral: por ser o contrato um negócio jurídico bilateral e ter


como essência o acordo de ao menos duas vontades, não se poderia, portanto,
admitir-se a figura da resilição unilateral. Entretanto, tal modalidade de
dissolução é prevista no Código Civil brasileiro4, e, segundo entendimento
doutrinário, trata-se de direito potestativo do contratante. A possibilidade de
resilir unilateralmente o contrato varia de acordo com a natureza do negócio. A
resilição unilateral se verifica nos seguintes contratos:

a) Nos contratos por tempo indeterminado – não presume o legislador a


perpetuidade do negócio, razão pela qual se justifica sua dissolução por
vontade de apenas uma das partes; b) Nos contratos de execução continuada
ou periódica;

c) Nos contratos cuja execução não se tenha iniciado;


d) Nos contratos onde o elemento confiança prospera – quebrada a confiança,
não é possível a permanência do negócio; Ex: mandato, comodato e depósito.

e) Quando admitido o direito de arrependimento. O exercício do direito de


arrependimento por um dos contratantes importa na resilição unilateral do
contrato.

Você também pode gostar