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Eletrônica Digital
Sistemas Combinacionais
Teoria básica, exercícios e guias de aulas práticas
MINAS GERAIS
Departamento de
Engenharia de Materiais
Fontes:
1.1 – Introdução
Os circuitos eletrônicos são a essência de diversos equipamentos e dispositivos hoje em dia, como TVs de
alta definição, sistemas de som, aparelhos de telefonia celular, circuitos de automação residencial e industrial e
outros. De acordo com a sua natureza, os circuitos eletrônicos são classificados pelos engenheiros em circuitos
analógicos e digitais. Um equipamento utiliza circuitos digitais se são confirmadas as seguintes condições
(TOKHEIM, 2013):
- possui um display de sete segmentos e/ou alfanumérico (contendo letras e/ou números) – ver as Figuras
1.1a e 1.1b;
- possui memória ou pode armazenar informações;
- pode ser programado, como por exemplo a TV digital (Figura 1.2).
Catodo ou Anodo
Ponto
Ponto
c decimal
decimal
Catodo ou Anodo
(a) (b)
Figura 1.1 – (a) Display de sete segmentos. Fonte http://fritzing.org/projects/led-verde. (b) Aspecto de um display
alfanumérico. Fonte: https://www.electrofun.pt/display/kit-display-quad-alfanumerico-i2c-4-digitos-0-54-amarelo.
x S y x S y
x x y y x y y
S S
(digital) x S S
(analógico)
(digital)
(digital) (analógico)
(analógico)
x x
x x x x
y t y t
y y t t
y y t t
t t
t t t t
(a) (b)
Figura 1.3 – Característica de: (a) sinais digitais e (b) sinais analógicos. Profa. Fernanda Gusmão de Lima Kastensmidt.
Notas de aulas de Sistemas Digitais. UFRGS. Fonte: http://www.inf.ufrgs.br/~fglima/aula1.pdf.
Sistema BINÁRIO
O sistema binário é a forma mais simples de um sistema digital, utilizado por máquinas com circuitos digitais
para interpretar informações e executar ações. É por meio dessa linguagem que o computador exibe e processa textos,
números e imagens, por exemplo. “O computador não interpreta letras e dígitos, como os humanos. Ele só lê sinais
elétricos na sua forma mais simples: sem corrente ou com corrente, representados respectivamente pelos números 0 e
1”, explica o engenheiro de software Eugeni Dodonov.
Todos os comandos e dados processados pelo equipamento são formados por sequências desses algarismos. O
branco puro na tela, por exemplo, equivale a 11111111 em código binário e o número 8, para o computador, é 1000. A
primeira contagem binária de que se tem registro é do século 3 a.C., feita por um matemático indiano. Desde então, o
sistema jamais deixou de ser estudado, mas só em 1937 foi usado pela primeira vez, da maneira que vemos hoje, nos
circuitos digitais.
Fonte: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-e-o-sistema-binario/
Se fizermos uma comparação, veremos que os sistemas digitais apresentam muitas vantagens em relação
aos sistemas analógicos. Estas vantagens, listadas a seguir, servem de motivação para a migração da tecnologia
analógica para a digital, nas mais diversas áreas (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
1. É mais simples projetar sistemas digitais, pois os circuitos utilizados nos mesmos são circuitos de chaveamento.
Nestes circuitos os valores exatos de tensão ou corrente não são levados em conta, mas apenas a faixa em que
ocorrem, entre os limites ALTO (HIGH) ou BAIXO (LOW).
2. A informação (memória) é armazenada com mais facilidade nos circuitos digitais, em razão da habilidade de
dispositivos e circuitos especiais (Figura 1.4). Estes circuitos guardam (ou salvam) a informação digital e a
mantém por um tempo necessário, utilizando técnicas de armazenamento de massa em um espaço físico
relativamente pequeno. Nos sistemas analógicos, a capacidade de armazenamento de dados, é extremamente
limitada e complexa. Uma questão importante é como preservar a memória digital - por exemplo, muitas fotos se
perdem em aparelhos celulares...
CEFET-MG − Eletrônica Digital 5 Sistemas Combinacionais
Figura 1.4 – Chips de memória em foto ilustrativa.
Fonte: http://seurobo.blogspot.com/2014/10/como-funciona-memoria-ram.html
3. Nos sistemas digitais a precisão e exatidão são mantidas com mais facilidade em todo o sistema, ou seja, após a
digitalização do sinal, não ocorre a sua degradação com o seu processamento. Nos sistemas analógicos há uma tendência de
ocorrer distorção nos valores de tensão e corrente. Estas distorções podem ser causadas, por exemplo, pelos efeitos da
variação na umidade, na temperatura e na tolerância dos componentes dos circuitos. Nos instrumentos de medida digitais,
são vistas diversas vantagens, como nos amperímetros e osciloscópios desta categoria. Os osciloscópios digitais (ver a Figura
1.5) oferecem a possibilidade de documentação, análise, e comparação de formas de onda com muito mais eficiência. Além
disso, apresentam imagens bastante nítidas e estáveis, com cores variadas.
4. Em sistemas digitais as operações podem ser programadas. O seu projeto fica então bastante viável, pois a sua operação
é controlada por um conjunto de instruções armazenadas, denominado programa. A Figura 1.6 mostra o uso de um
microcontrolador para armazenar a informação de um sensor indutivo no formato digital. A programação em sistemas
analógicos também é possível, mas limitada e com muito menos recursos.
Ruído
v (V)
Nível ALTO
Nível BAIXO
(a) (b)
Figura 1.7 – (a) Exemplo de ruído em um sinal de onda quadrada. (b) Faixas de detecção de níveis alto e baixo.
6. A fabricação de CIs (circuitos integrados ou chips, Figura 1.8) digitais é mais viável do que a de CIs analógicos. Estes
últimos são relativamente complexos pois demandam dispositivos que apresentam inviabilidade em sua integração (inclusive
econômica), como resistores de precisão, capacitores de alto valor, indutores e transformadores etc. Os CIs digitais podem,
ao contrário, ser fabricados com o uso de mais dispositivos internos.
Encapsulamento
Chip Plástico
Pinos ou
terminais
Figura 1.8 – Vista em corte de um tipo de encapsulamento de CI, mostrando o chip
interno com as conexões aos pinos de entrada e saída (FLOYD, 2007).
Exemplo 1.1 – A Figura 1.9 mostra as principais tecnologias de fabricação de circuitos integrados digitais:
(1) as de prateleira ou “off-the-shelf” (disponível no mercado); (2) as de CIs customizados, conhecidos como
ASICs (Application Specific Integrated Circuits), ou seja, circuitos integrados de aplicação específica e (3) as de
lógica programável (FPGAs).
A principal vantagem dos sistemas digitais consiste em sua capacidade para operar com sinais elétricos que tenham
sido degradados por ruídos. Pelo fato de as saídas serem discretas, uma ligeira variação numa entrada continua a ser
interpretada corretamente, como se verifica na Figura 1.10. Nos circuitos analógicos, um ligeiro erro na entrada provoca um
erro na saída.
Figura 1.10 – (a) Sinal digital sem ruídos e (b) com ruídos.
+ 180 V Vmax
0V
- 180 V
Um conversor A/D transforma um sinal analógico, contínuo no tempo, em um sinal digital, discreto no tempo,
quantizado dentro de um número finito de valores inteiros, determinado pela resolução característica do conversor em
bits (8, 10, 12, 16 etc.). A Figura 1.12a mostra um sinal analógico de temperatura de um processo ao longo das 24 h do
dia e a Figura 1.12b apresenta a sua “digitalização”, após a etapa de conversão A/D.
Nota-se, com a conversão A/D, a representação de sua variação contínua em pontos discretos, em intervalos
definidos. Este processo é denominado de amostragem.
Sinal contínuo
(a)
Tmax
Sinal
“discretizado”
(b)
Figura 1.12 – Exemplo de conversão A/D de um sinal analógico. (a) Sinal analógico (contínuo). (b) Sinal
digital, discretizado pela amostragem em intervalos discretos ao longo do tempo (FLOYD, 2007).
1
Emprega-se o termo transdutor na identificação do elemento que converte a informação “sentida” pelo sensor em um sinal
detectável (elétrico, mecânico, óptico etc.). Transdutor engloba o sensor o que torna possível a medição de determinada
grandeza.
Exemplo 1.2 – Em um conversor A/D de 8 bits, o sinal de entrada é transformado em intervalos com os
valores discretos compreendidos entre 0 e 255, ou seja, 256 valores. O número de valores em função do número
de bits é dado por (1.1) – é a contagem que podemos efetuar no sistema binário.
Com N bits o maior valor representado é 2N - 1, ou seja, podemos contar em decimal representado em binário
até o número 2N - 1.
Exemplo 1.4 – Com N bits, quantos estados podem ser representados? Resposta: 2N estados (ver a Figura
1.14, com 1, 2 e 3 bits).
0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 1
Pode ser 0 ou 1 0 0 0 1 1 0 1 1
1 0 0 1 0 1 1 1 0 1 1 1
Figura 1.14 – Com N bits podem ser representados 2N estados diferentes.
For 30 years 8-bit processors have been the workhorses of embedded applications. You no doubt interact
with dozens of 8-bitters daily and probably don’t even know it. They are all around us but as the electronics in
our world becomes more sophisticated 8-bit processors are becoming less and less able to keep up. To be sure,
there will be 8-bitters used for many years – there are after all a few 4-bit processors that are still being used in
some applications. But the time for 8-bit processors is passing as new 32-bit processors shrink to sizes that are
comparable while offering an order of magnitude more performance, and advanced features that 8-bitters can
only dream of.
Source: https://blogs.synopsys.com/configurablethoughts/2012/12/when-8-bits-is-not-enough/
Exemplo 1.6 – O sinal a ser convertido por um conversor A/D dificilmente se acomoda diretamente à sua
faixa de tensão de entrada. Ele precisa ser transformado adequadamente para isso.
Em geral a tensão de entrada de um conversor A/D é definida como a tensão de alimentação do conversor (+ 3,3 ou 5
V, por exemplo). Para realizar essa adaptação muitas vezes é necessário realizar um condicionamento do sinal, tipicamente
com auxílio de circuitos analógicos passivos ou ativos. A Figura 1.16 mostra a etapa de conversão A/D (CAD) de um sinal
de áudio de um microfone, que é condicionado para a faixa de um sinal do processamento digital (computador).
Condicionamento de um sinal
Após o condicionamento do sinal existe um elemento na entrada do conversor A/D que realiza uma
amostragem periódica do sinal analógico e o mantém estável até que o conversor propriamente dito possa
convertê-lo para um código digital. Trata-se de um circuito de Sample & Hold (S/H), visto na Figura 1.18.
Figura 1.18 – Circuito Sample & Hold simplificado (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
2
Fonte: https://www.hbm.com/pt/7339/o-que-e-um-condicionador-de-sinal-funcoes/
v(t)
ventrada
Vsaida
0 t
Figura 1.19 – Saída de um circuito Sample & Hold quando estimulada por um sinal contínuo.
Fonte: https://www.embarcados.com.br/conversor-a-d/
Exemplo 1.7 – Conversor A/D de 2 bits (FAMBRINI, 2015). Este exemplo mostra que quanto mais bits o
conversor A/D tiver, maior será a sua resolução. Seja o sinal analógico variando de 0 a 5 volts na entrada de um
conversor A/D de 2 bits (veja a Figura 1.20). Neste conversor A/D são possíveis então 4 intervalos de amostragem
(2N, N = 2 bits). Estes intervalos são definidos pelos instantes t1 a t5: 00, 01, 10 e 11 (Tabela 1.2).
v
5,00 V
vin (sinal analógico)
3,75 V
vo (sinal digital)
2,50 V
1,25 V
0V t
t1 t2 t3 t4 t5
Instantes de amostragem
Figura 1.20 – tensão de entrada e de saída de um conversor A/D de 2 bits (FAMBRINI, 2015).
00 01 10 11
Na Figura 1.20, temos 4 intervalos de amostragem para o sinal analógico, o qual varia de 0 a 5 V. Cada
intervalo vale 5/4 = 1,25 V. No instante t1 o sinal de amostragem é de 0 V (intervalo 00). O circuito de sample &
hold armazena este sinal no capacitor Ch, o qual é transmitido à entrada do conversor A/D.
v
5,000 V
vin (sinal analógico) 4,375 V
3,750 V
3,125 V
2,500 V
vo (sinal digital) 1,875 V
1,250 V
0,625 V
0V t
t1 t3 t5 t7 t8 t9
t2 t4 t6
Instantes de amostragem
Figura 1.21 – tensão de entrada e de saída de um conversor A/D de 3 bits (FAMBRINI, 2015).
Temos agora 8 intervalos de amostragem, identificados de 000 a 111 (eixo vertical da curva v t). Cada
intervalo tem uma resolução de 625 mV (da razão 5V / 8 intervalos de amostragem).
Codificadores e decodificadores
9 em código binário,
usado para
armazenamento
e/ou cálculo
Figura 1.22 – Codificação e decodificação de um número decimal em uma calculadora (FLOYD, 2007).
Existem diversas ferramentas, gratuitas e online por exemplo, para a simulação de circuitos elétricos e
eletrônicos em computadores e no telefone celular. Para o estudo de circuitos digitais, o uso de simuladores irá
proporcionar:
- resultados rápidos para os diversos tópicos em estudo e
- evitar montagens complicadas devido principalmente à dificuldade de se encontrar componentes caros e
de difícil acesso.
Além disso, a simulação de circuitos traz outras vantagens como:
- não se corre o risco de ocasionar danos aos circuitos e/ou componentes;
- se obtém uma melhor fixação do conteúdo estudado em sala de aula e
- abre caminho para o desenvolvimento de novos projetos.
As ferramentas computacionais disponíveis para simulação de circuitos digitais proporcionam um
detalhado e rico ambiente para a simulação de qualquer circuito lógico. Elas contêm, em sua maioria, uma
excelente interface gráfica e amigável, proporcionando ao usuário uma interação rápida e eficiente com as técnicas
digitais.
Dentre os principais softwares disponíveis, podemos citar:
▪ Multisim (National Instruments) – simulador que possui instrumentos reais de bancadas de laboratório,
como osciloscópios, multímetros, analisadores lógicos, componentes virtuais em 3D e etc. (veja a Figura
1.23).
Figura 1.23 – Aspecto do ambiente de trabalho do software Multisim. Fonte: [1] ______ Simuladores de circuitos.
Disponível em: <http://blogmasterwalkershop.com.br/eletronica/simuladores-de-circuito/> Acesso em 20 jun 2019.
▪ Proteus (Isis) (Labcenter Electronics) – simulador de circuitos robusto que possui uma vasta biblioteca
de componentes. Possui integração direta com o software Ares, que permite projetar placas de circuito
impresso (PCB). Site: https://www.labcenter.com/
▪ Fritzing – Software para desenvolvimento de projetos de eletrônica, voltado para atender a todos
os interessados em eletrônica de qualquer nível. Basta montar um circuito em protoboard, que
é 3D e a partir dele uma placa em circuito impresso. Inclui o microcontrolador Arduino.
Disponível para download em: http://fritzing.org/download/.
1.3 – Conceituar comunicação serial e paralela de dados. Citar algumas vantagens e desvantagens de cada.
1.6 – Seja o esquema da Figura 1.24, para um processo de controle de temperatura, digital. Que tipo de processo
é realizado no bloco 1? E no bloco 2?
Figura 1.24 – Processo de controle de temperatura com processamento digital (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
1.8 – Na Figura 1.25, que tipo de sinal indica a linha contínua? E os pontos indicados sobre a curva T h?
Figura 1.25 – Curva: Temperatura 0C horas do dia (h) (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
APRENDENDO...
A Figura 1.26 mostra um sistema digital, como um computador (PC), utilizado para monitorar
um processo físico. Obviamente percebe-se as diferenças entre a natureza digital do computador e a natureza
analógica das variáveis deste processo. O diagrama apresentado mostra os cinco elementos envolvidos quando
um PC monitora uma variável física seguramente analógica (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011):
Figura 1.26 – Conversores analógico-digital (ADC) e digital-analógico (DAC), usados para interfacear um PC
com o mundo analógico, de modo que monitore uma variável física (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
A variável física geralmente é uma grandeza não elétrica. Um transdutor é um dispositivo que converte a energia de
uma natureza para outra, por exemplo, uma variável física em elétrica. Exemplos mais comuns: sensores de temperatura (veja
a Figura 1.27), fotocélulas, fotodiodos, medidores de vazão, transdutores de pressão e tacômetros.
Sinal
convertido
Termopar (sensor
de temperatura)
SENSOR TRANSDUTOR
Energia ou sinal Energia ou sinal
de ENTRADA de SAÍDA
O sinal de saída do transdutor é uma tensão ou corrente analógica proporcional à variável física monitorada. Seja esta
variável a temperatura da água de um tanque, a qual está em uma faixa de 80 a 150 graus Celsius, por exemplo. Sendo
utilizado nesta situação um sensor de temperatura cujo circuito converte a mesma para uma faixa de 800 a 1500 mV, ocorre
então uma relação diretamente proporcional - a cada variação de 1 oC ocorre uma variação de 10 mV na saída do transdutor.
A saída elétrica analógica do transdutor é a entrada analógica do ADC, o qual converte essa entrada analógica em
saída digital. O número de bits de sua saída representa o valor da entrada analógica. O ADC, na Figura 1.26, poderia ser
usado na conversão dos valores analógicos de 800 a 1500 mV para valores binários na faixa de 010100002 (80 graus Celsius)
a 100101102 (150 graus Celsius). A saída binária do ADC é proporcional à sua tensão de entrada analógica.
3. Computador (PC)
A temperatura da água do tanque, representada digitalmente, é transmitida do ADC para o PC, onde é
armazenado o seu valor digital. No PC se processam as instruções do programa ou software, o qual realiza o controle da
temperatura dentro de determinadas especificações de projeto.
A digital do PC é conectada a um DAC, onde é convertida em tensão ou corrente analógica proporcional. O PC pode
gerar uma saída digital em uma faixa a ser convertida pelo DAC para a faixa de tensão de 0 a 12 V, por exemplo, para acionar
um relé.
5. Atuador
O sinal analógico na saída do DAC é, geralmente, conectado a algum dispositivo ou circuito que serve como atuador
para controlar a variável física. Este atuador, no exemplo de controle de temperatura da água, poderia ser uma válvula
controlada eletricamente para regular o fluxo de água quente para o tanque em função da tensão analógica do DAC. A
velocidade deste fluxo poderia variar proporcionalmente a essa tensão analógica: com 0 V não ocorreria fluxo de água e com
10 V ocorreria o seu fluxo máximo.
O sistema de numeração decimal é o primeiro que aprendemos e utilizamos no nosso dia-a-dia. Ele utiliza
a base 10, ou seja, 10 algarismos (símbolos) diferentes para representar todos os números. Estes símbolos são os
algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9.
O sistema decimal é posicional, isto é, a posição do algarismo no número formado modifica o seu valor.
Portanto, um número no sistema decimal pode ser representado pela soma de cada um de seus dígitos multiplicado
pelo seu respectivo peso (potência de 10).
Para números inteiros: o expoente da potência de 10 é positivo → 104, 103, 102, ...
Para números não inteiros ou fracionários: o expoente da potência de 10 é negativo → 10-1, 10-2, ...
Exemplo 2.1 – O número decimal 2015 é escrito na base 10 como 201510. Ele pode ser representado com as
casas de unidade, dezena, centena e milhar.
2 0 1 5
milhar centena dezena unidade
201510 = 2 x 103 + 0 x 102 + 1 x 1
2 0 1 5
milhar centena dezena unidade
201510 = 2 x 103 + 0 x 102 + 1 x 101 + 5 x 100
Exemplo 2.2 – Expressar o número decimal 254,31 como uma soma dos valores de cada dígito.
254,3110 = 2 102 + 5 101 + 4 100 + 3 10-1 + 2 10-2
Em resumo:
A contagem no sistema decimal é feita de forma posicional, levando em conta que este possui 10 algarismos
ou símbolos. Assim, os números são agrupados em uma sequência de 10 em 10: unidades, dezenas, centenas,
milhares etc., seguindo os passos:
- inicia-se a partir do 0 (zero), utilizando-se todos os símbolos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9;
- reinicia-se a contagem, após o 9, com a unidade recomeçando em zero e a dezena recebendo um
incremento: ... 9, 10, 11, 12, 13 ... 19, 20... (ver a Figura 2.2).
Esta regra vale para as demais posições, como por exemplo, uma contagem de 0 até 29, como visto
graficamente abaixo. Assim, tem-se a sequência 0, 1, 2, 3, ..., 9, 10, 11, 12, 13 ... 19, 20, 21, 22, ..., 29.
- Quando se atinge o número 99, por exemplo, a unidade recomeça em zero e a dezena tem um incremento,
passando de 9 para zero e tem-se o avanço para a centena. Logo, tem-se 99 → 100.
O sistema binário de numeração possui apenas dois algarismos: 0 (zero) e 1 (um). No sistema binário
também se emprega o conceito de valor posicional, com a diferença de que se utiliza a potência de 2. Logo, a base
do sistema binário é o número 2.
No número binário 1101012 a seguir, cada algarismo ocupa uma posição, com o seu respectivo peso. Cada
algarismo neste número é denominado de bit (binary digit).
1 25 + 1 24 + 0 23 + 1 22 + 0 21 + 1 20
- O bit mais à direita ocupa a posição cujo peso é 20. Ele é denominado de bit menos significativo (LSB, de least
significant bit).
- O bit mais à esquerda ocupa a posição cujo peso é 25, sendo denominado de bit mais significativo (MSB, de
most significant bit).
Na sequência a seguir, n é o número de bits a partir da vírgula binária. Os bits situados à esquerda da vírgula
binária possuem pesos que são potências positivas de dois. Nos bits situados à direita da vírgula binária os pesos
são potências negativas de dois (sendo denominados também de pesos fracionários).
A Tabela 2.1 mostra alguns exemplos de potências de dois e os seus pesos decimais equivalentes para: um
número binário inteiro de 8 bits e um número binário fracionário de 6 bits (FLOYD, 2007).
Exemplo 2.3 – Quais são as possíveis combinações em binário com números de 2 bits?
Solução:
Com n = 2, são possíveis 22 ou 4 combinações. São elas: 00, 01, 10 e 11.
Com n bits o maior valor representado na série é 2n – 1, ou seja, podemos contar em decimal representado
em binário até o número 2n – 1.
Continuando o exemplo 2.4, com n bits se constrói uma tabela de dados de 2n linhas. Esta tabela é
denominada Tabela-verdade, utilizada em Lógica para determinar se a sua fórmula ou equação de um
sistema é válido. Seja um sistema digital de 3 bits, cujas variáveis de entrada são A, B e C e S é a sua
variável de saída. Para este sistema, o nível lógico de S é alto (1) somente quando duas variáveis de
entrada apresentam nível lógico alto (1).
A tabela-verdade deste sistema (Tabela 2.2) é obtida preenchendo-se as colunas A, B e C a partir
do bit menos significativo (coluna C, mais à direita). O preenchimento é feito alternando-se zeros (0s) e
uns (1s), de um em um, para a coluna A, de dois em dois para a coluna B de quatro em quatro para a
coluna A. Tal procedimento garante que todas as suas linhas da tabela serão diferentes ou distintas.
O sistema octal foi uma das primeiras alternativas ao sistema binário, no sentido de torná-lo mais compacto
no uso da programação em linguagem de máquina (endereçamento de memória). Suas características são:
- Base: 8, equivalente à quantidade de símbolos.
- Elementos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
A representação de qualquer digito no sistema octal é realizada com o uso de três dígitos binários, variando
de 000 a 111, como mostra a Tabela 2.3.
A contagem em octal é simples: após o uso de todos os dígitos octais na primeira série (0 a 7) –
lembre-se de que os dígitos 8 e 9 não são utilizados. Inicia-se a série seguinte com repetição dos dígitos
octais com a adição de um (1) ao dígito à sua esquerda:
0, 1, 2, ..., 6, 7, 10, 11, 12, ..., 15, 16, 17, 20, 21, ... (ver a Tabela 2.4).
Vírgula hexadecimal
A Tabela 2.5 mostra a representação de números decimais de 0 a 15 nos sistemas decimal, binário
e hexadecimal. Os sistemas digitais, em sua maioria, processam dados binários agrupados múltiplos de
quatro bits. O sistema hexadecimal se mostra então muito conveniente pois cada um de seus dígitos ou
caracteres representa um número binário de 4 bits, simplificando muito a sua escrita. Nesta tabela, vê-
se, por exemplo, o número 14 em decimal, representado como:
0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, A, B, C, D, E, F,
10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 1A, 1B, 1C, 1D, 1E, 1F,
20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 2A, 2B, 2C, 2D, 2E, 2F,
30, 31...
As conversões entre as bases numéricas são utilizadas em muitos casos na área de computação.
Isso se explica porque os seres humanos estão habituados com o uso da base decimal (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6,
7, 8, 9, 10 , 11, 12, ..., 2500, ... 1 106...), mas no ambiente da tecnologia digital (dispositivos eletrônicos
como computadores, celulares etc.) é utilizada a base numérica binária (0 ou 1). Esta base é denominada
de “baixo nível”, onde os números binários são representados através de pulsos elétricos. O termo “baixo
nível” ou linguagem de máquina representa uma linguagem não compreensível para nós, seres humanos.
A base decimal seria classificada para nós como de “alto nível”, assim como uma linguagem de
programação que utiliza termos compreensíveis em sua biblioteca de comandos, ou seja, longe do código
de máquina e mais próximo à linguagem humana.
Mas o que vem a ser uma linguagem de programação? Basicamente, uma linguagem de
programação é o conjunto de métodos utilizados para passar instruções às máquinas, através de
compiladores que transcrevem o código fonte para comandos de máquina (binário). Estes comandos são
então compilados e executados pelos processadores do computador (SCUDERO, 2017).
Seja o código para se escrever na tela do computador a mensagem “Hello, world” ou “Olá, mundo”
(SCUDERO, 2017). Em Assembly (baixo nível), o código é mostrado na Figura 2.3a. Em Python, o código é
apresentado na Figura 2.3b.
Serão apresentadas neste item as conversões de base entre os sistemas decimal, binário,
octal e hexadecimal, estes dois últimos muito utilizados pela facilidade de representação de dados binários.
(a)
(b)
Figura 2.3 – (a) Código em Assembly e (b) código em Python (SCUDERO, 2017).
Regra: multiplicar cada bit pelo seu valor de posição e somar os resultados. Para converter os
números binários 11012 e 11112 para decimal (X10), veja os procedimentos nas Figuras 2.4a e 2.4b.
Binário 1 1 1 1
Valor de posição 23 2 2
2 1
20
Cálculo 1 23 = 8 12 =42
12 =0
1
1 20 = 1
Valor final 8 + 4 + 2 + 1 = 15 (em decimal)
(b)
Figura 2.4 – Conversão de (a) 11012 e 11112 para a base decimal, X10.
onde:
D d D = dividendo
D = divisor
r q q = quociente
r = resto
Figura 2.5 – Ilustração da regra da divisão entre dois números.
D = q·d (2.1)
D = r + q·d (2.2)
Exemplo 2.7 – Para o número decimal 43, a sua transformação em binário é vista na Figura 2.6. A
divisão se encerra quando o quociente é igual a 1.
- Observações:
LSB
1) Quando o dividendo for ímpar, ao dividi-lo por 2, o
resto será considerado 1, para que o dividendo seja um
número inteiro.
Na Figura 2.6, a divisão 43/2 é igual a 21,5. Logo, MSB
escreve-se r = 1 e q = 21.
2) Para dividendos pares, a regra é simples: o resto sempre
será 0 (zero), como se verifica nas divisões 10/2 e 2/2. Figura 2.6 – Conversão de 4310 para X2.
Na conversão 4310 para binário, o número transformado é composto pelo último quociente
(algarismo mais significativo, MSB) e todos os restos, até o algarismo menos significativo (LSB), na
ordem inversa às divisões.
Portanto, 4310 = 1010112.
Solução:
A Figura 2.7 mostra as divisões sucessivas por 2 do número 715, até obtermos q = 1. O resultado é: 71510
= 10110010112.
757 2
1 357 2
LSB 1 178 2
0 89 2
1 44 2
0 22 2
0 11 2
1 5 2
1 2 2
0 1
MSB
A conversão deve ser realizada por partes. Para a parte inteira, deve-se realizar divisões sucessivas do
número na base 10 por 2, até encontrarmos um quociente igual a 1. O número inteiro convertido consiste do
quociente, MSB, seguido pelos restos, na ordem inversa de sua obtenção.
A parte fracionária será convertida através de sua multiplicação sucessiva por 2, isolando-se, a cada
multiplicação, a parte inteira do resultado, até encontrarmos uma fração nula. Em alguns casos não será possível
obter-se um resultado exato. Tem-se, então, uma aproximação em termos de número de casas após a vírgula
desejadas.
7 2
1 3 2
LSB 1 1
MSB
Figura 2.8.
Para a conversão da parte fracionária decimal 0,3125 para binário, multiplica-se 0,3125 por 2 a
cada parte fracionária resultante do produto até que o produto seja 0 ou até que o número desejado de
casas decimais seja alcançado. Os dígitos de carry, ou carries, gerados pela multiplicação formarão o
número binário. O primeiro carry gerado é o MSB e o último é o LSB, conforme mostrado a seguir
(FLOYD, 2007) na Figura 2.9.
OCTAL → BINÁRIO
A conversão octal para binário é obtida transformando cada número octal no seu correspondente binário,
como mostra a Tabela 2.7. Este método também pode ser utilizado na conversão binário para octal.
BINÁRIO → OCTAL
Regra: aplicar o processo inverso ao utilizado na conversão de octal para binário. Separar o número em binário em
grupos de 3 bits a partir da direita, e efetuar a conversão de cada grupo de bits diretamente para o sistema octal.
BINÁRIO → HEXADECIMAL
Para a conversão de um número hexadecimal em binário, faz-se a conversão dígito a dígito de hexadecimal em binário,
partindo da direita para a esquerda, em grupos de 4 bits. Ao último grupo à esquerda, se necessário, completamos com zero(s).
Exemplo 2.12 – Sejam os seguintes números em binário. Converta-os para a base hexadecimal.
Solução:
- Separa-se os bits em grupos de 4 bits;
- Cada grupo de 4 bits é convertido ao seu equivalente em hexadecimal:
- Agrupa-se os caracteres da base hexadecimal e obtém-se o número desejado.
a) 11001010010101112 b) 1111110001011010012
C A 5 7 3 F 1 6 9
HEXADECIMAL → BINÁRIO
Para converter um número de hexadecimal para binário, o processo é inverso, sendo que substituímos cada
símbolo hexadecimal pelos quatro bits correspondentes.
Exemplo 2.13 – Determinar os números binários correspondentes aos números hexadecimais (FLOYD, 2007):
a) 10A416 b) CF8E16 c) 974216
Solução:
No item (a), considera-se o MSB precedido de três zeros, para a formação de um grupo
de 4 bits, se necessário.
A conversão de números octais em decimais se obtém pela soma dos dígitos do número octal multiplicados
pela base 8, elevada à sua posição na coluna, começando em 0 (zero), da direita para a esquerda.
3 3 1
3 82 3 81 1 80
192 24 1
192 + 24 + 1 = 21710
Regra: o número octal se obtém dividindo-se o número decimal sucessivamente por 8. Resulta então um
número formado a partir dos restos de cada divisão, da última para a primeira, como mostra a Figura 2.10 –
exemplo de conversão dos números 21710 e 3710 para octal. Resultados: 21710 = 3318 e 3710 = 458.
Figura 2.10 – Conversão de números decimais para octal – divisões sucessivas por 8.
A conversão de números hexadecimais para a base decimal é realizada pela soma dos dígitos do número
hexadecimal multiplicados pela base 16, elevada à sua posição na coluna, iniciando em 0 (zero), da direita para a
esquerda. Como exemplo, realiza-se a conversão do número 10A16 para Y10, como mostrado a seguir.
1 0 A
1 162 0 16 1
10 160
16 0 10
256 + 0 + 10 = 26610
A conversão de números da base decimal para a base hexadecimal é idêntica à conversão de decimal para
binário, exceto que as divisões sucessivas são realizadas pelo número 16, base dos hexadecimais. A Figura 2.11
mostra um exemplo de conversão dos números 22310 e 7610 para hexadecimal.
Resultados:
Figura 2.11 – Conversão de números decimais para hexadecimal – divisões sucessivas por 16.
Graficamente, a Figura 2.12 resume as regras de conversão entre as bases decimal (D), binária (B), octal
(O) e hexadecimal (H). Não se preocupe em decorar esta regra, ela deve ser consultada sempre. O importante é
entender o algoritmo de cada processo de conversão.
Figura 2.12 – Resumo dos algoritmos das conversões entre as bases numéricas (DIAGO, MOREIRA e HORTA, 2011).
A Eletrônica Digital trabalha com vários códigos numéricos, utilizados em função de demandas específicas.
Podemos definir códigos numéricos como aqueles que operam, em sua composição, somente com valores
numéricos. Dentre os diversos códigos numéricos existentes em sistemas digitais, podemos citar:
Este código, que significa decimal codificado em binário, é um sistema para a codificação de números
decimais, de 0 a 9, em binários de quatro bits, de 0000 a 1001, como mostra a Tabela 2.8. Os valores 8421 são
respectivamente os valores de 2 elevado ao valor de sua posição (3,2,1,0), ou seja, 20 a 23.
Ilustrando a aplicação deste código, seja um número decimal, por exemplo, 874. Cada dígito deste número
é convertido no equivalente binário (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011):
Neste número, vimos que cada dígito decimal foi convertido no equivalente binário puro. Segundo o código
BCD, sempre se utiliza 4 bits para cada dígito; portanto, o este código representa cada dígito de um número
decimal por um número binário de 4 bits. Como os números que constituem o sistema decimal variam de 0 a 9,
evidentemente, são usados apenas os números binários de 4 bits, entre 0000 e 1001. Assim, não são em BCD os
números 1010, 1011, 1100, 1101, 1110 e 1111, ou seja, são usados somente 10 dos 16 possíveis grupos de 4 bits.
Se um desses números de 4 bits ‘proibidos ou inválidos’ surgir alguma vez em um dispositivo operando em BCD,
pode-se diagnosticar um erro em sua operação.
O código Gray constitui um sistema de código binário onde, na sequência de um número para outro ocorre
a variação de apenas um bit. Esta alteração de um único bit é a sua marca característica, e a sua contribuição para
os sistemas digitais é a minimização da ocorrência de erros. No código Gray não existem pesos associados às
posições dos bits; logo, ele não é um código aritmético.
Exemplo 2.15 (FLOYD, 2007) – A Figura 2.13 mostra um esquema simplificado de um mecanismo
codificador de posição de eixo (encoder) de 3 bits. Um encoder é, portanto, um dispositivo/sensor eletro-mecânico
que transforma a variável posição (ângulo, por exemplo) em sinal elétrico digital. Com os encoders podemos
medir distâncias, ângulos, números de rotações, monitorar velocidades, posicionamentos e rotacionar braços
robóticos, dentre outras funções.
Os três anéis do encoder na Figura 2.13 são segmentados em oito setores. Quanto mais setores forem
utilizados, maior será a precisão do posicionamento representada. Em cada anel um setor é fixado a uma tensão
de nível alto (1 binário) ou a uma tensão de nível baixo (0 binário). O setor colorido na figura indica 1 e o branco
indica 0. Os oito setores se movimentam sob três escovas e produzem uma saída binária de 3 bits, indicando a
posição do eixo, à medida que ele gira no sentido anti-horário ao longo dos 360º.
Os setores na Figura 2.13a estão dispostos de forma a produzir um padrão binário direto,
gerando na passagem das escovas a sequência 000 até 111. As escovas nos setores coloridos produzem a saída
lógica 1 e nos setores brancos, a saída lógica 0. Se uma escova estiver um pouco deslocada das outras na transição
de um setor para outro, podem ocorrer erros de medida de posição. Seja a mudança das escovas do setor
Os códigos alfanuméricos são aqueles que representam dados como números, caracteres alfabéticos (letras),
símbolos matemáticos e sinais de pontuação, dentre outros. Através destes códigos, de fácil interpretação, os
dados são processados por computadores.
Código ASCII
O código ASCII é um código alfanumérico aceito universalmente e usado na maioria dos computadores
e outros equipamentos eletrônicos, publicado em 1967. A maioria dos teclados de computadores é
padronizada com o código ASCII (FLOYD, 2007). A abreviação ASCII vem de American Standard Code for
Information Interchange ou Código padrão Americano para o Intercâmbio de Informações. Ao digitarmos uma
letra ou um número no teclado, um código ASC II correspondente é enviado ao computador. O ASCII possui
128 caracteres e símbolos, os quais são representados por um código de 7 bits, como mostrado a seguir, para
alguns caracteres como símbolos gráficos no teclado – ver a Tabela 2.10.
Curiosidades
Um byte pode ser interpretado como um caractere (letra, dígito, sinal de pontuação, etc.). Essa
interpretação tem por base a tabela ASCII, Por razões históricas, a tabela ASCII usa apenas bytes cujo primeiro
!"#$%&'()*+,-./
0123456789
:;<=>?@[\]^_`{|}~
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
a) 1001102 b) 110101102
c) 11,112 d) 10100002
e) 0111102 f) 0110011001101012
a) 7810 b) 10210
c) 21510 d) 1688310
e) 4310 f) 0,062510
a) 148 b) 1538
c) 5578 d) 7778
e) 10248 f) 20638
2.11 − Quantos dígitos hexadecimais são necessários para representar números decimais até 20000?
2.12 − Para representar os números decimais de 1 até 1.000.000, quantos dígitos hexadecimais são necessários?
a) 47 b) 57 c) 125
3.1 – Introdução
Dielectric
Substrate
2nd
Bond
A importância da integração está no baixo custo e alto desempenho, além do tamanho reduzido dos
circuitos, aliado à alta confiabilidade e estabilidade de funcionamento. Uma vez que os componentes são formados
ao invés de montados, a resistência mecânica destes permitiu montagens cada vez mais robustas a choques e
impactos mecânicos, permitindo a concepção de portabilidade dos dispositivos eletrônicos.
No processo de formação do chip, é fundamental que todos os componentes sejam implantados nas regiões
apropriadas da pastilha. É necessário que a isolação seja perfeita, quando for o caso. Isto é obtido por um processo
chamado difusão, que se dá entre os componentes formados e as camadas com o material dopado com fósforo, e
separadas por um material dopado com boro, e assim por diante.
Após sucessivas interconexões, por boro e fósforo, os componentes formados ainda são interconectados
externamente por uma camada extremamente fina de alumínio, depositada sobre a superfície e isolada por uma
camada de dióxido de silício.
A escala de integração miniaturizou os componentes eletrônicos de tal forma que os circuitos integrados
possuem o equivalente a milhares de componentes em sua constituição interna.
O circuito integrado, para ter funcionalidade e ser conectado a outros circuitos, apresenta ligações do seu chip
para os pinos externos, conforme mostra a Figura 3.2.
Com o desenvolvimento tecnológico, foi criado séries de circuitos integrados formando então as Famílias
Lógicas. Desta forma, os CIs de cada família possuem as mesmas especificações como por exemplo níveis
máximo e mínimo de tensão, nível de integração, retardo de propagação, clock máximo etc. Segundo ROMA
(2014), as principais famílias lógicas estão mostradas na Tabela 3.2.
Figura 3.3 – Comparação da Famílias Lógicas DTL e TTL (JR e SCHNEIDER, 2012).
De acordo com Jr. E Schneider (2012), a família ECL (Lógica de Emissores acoplados) utiliza nos circuitos
o acoplamento direto entre emissores dos transistores conforme mostra a Figura 3.4. Esse fato faz com que os
transistores não trabalhem na região de saturação e traz como consequência, um menor tempo de resposta, ou seja,
uma velocidade de trabalho alta. De fato, dentre as famílias lógicas aqui estudadas, é a que permite a maior
velocidade de comutação (1,55 ns).
A família MOS (Lógica de transistores MOS-FET) é formada a partir de transistores MOSFETs, que são
transistores de efeito de campo, construídos a partir da tecnologia MOS (semicondutor de óxido metálico). Ilustra-
se na Figura 3.5 estes transistores (JR e SCHNEIDER, 2012).
A família lógica TTL é identificada pela série 54 ou 74. A série 54 é destinada para aplicações militares e
a 74 para aplicações padrão como por exemplos nas áreas de ensino, pesquisa projetos de circuitos digitais dentre
outros. Além disso é composta por letras que podem ser: L / LS / S / H. Isto é usado para identificar diferentes
características como velocidade versus dissipação de potência e tipo dos transistores utilizados na fabricação. Esta
distinção é mostrada na Tabela 3.3. A família LS é a mais utilizada.
Os CIs da família TTL trabalham com níveis de tensão contínua que variam entre 0 e 5V. Para o correto
funcionamento do circuito a tensão de entrada deve estar entre 0 e 0,8V para representar o nível lógico baixo
(Low, representando pelo binário 0) e entre 2V e 5V para representar o nível lógico alto (High, representando pelo
binário 1). Isto é ilustrado na Figura 3.6.
t t
Níveis de saída Níveis de entrada
Figura 3.6 – Níveis de tensão TTL (JR e SCHNEIDER, 2012).
Ao ser aplicada uma tensão na entrada entre 0 e 0,8V o circuito integrado envia para a saída um nível de
tensão variando entre 0 a 0,5V. A tensão máxima de entrada interpretada pela porta lógica como nível lógico
baixo, representado por VIL, é de 0,8V. O nível tensão VOL de 0,5V é a tensão máxima de saída fornecida pela
porta lógica quando a saída se encontra no nível lógico baixo. Para representar o nível lógico alto na entrada do
CI, deve ser aplicada uma tensão de no mínio 2V, chamada VIH. Quando é aplicado este nível de tensão, a saída
do circuito responde com a tensão mínima de 2,5V, denominada de VOH. A partir de 2 V até 5V, o circuito também
entende com nível lógico alto, conforme mostrado na Figura 3.6. Observa-se nesta figura existe uma faixa de
tensão entre 0,8V e 2V na qual o componente TTL não reconhece os níveis lógicos alto e baixo, a qual deve ser
evitada.
Exemplo 3.1 – A Figura 3.7 mostra a ligação da saída de uma porta lógica AND (U5A) às 4 entradas de
outras portas lógicas. Considere que a corrente na saída da porta U5A seja de 400 A quando o circuito enviar
nível lógico alto e que cada circuito mostrado precise de 100 A para interpretar corretamente esse sinal. O Fan-
400 𝜇𝐴
out da porta U5A, é, portanto, de = 4, ou seja, ela pode ser ligada a até 4 entradas.
100 𝜇𝐴
100 A
400 A 100 A
100 A
100 A
3.2 – Tabela-verdade
Tabela-verdade é a resposta de um circuito digital em função dos níveis lógicos presentes na entrada do
circuito. A Figura 3.8a mostra exemplos de tabelas-verdade para circuitos lógicos com 2, 3 e 4 entradas.
3.3 – Funções lógicas AND, OR, NOT, NAND, NOR, XOR e XNOR
Em meados do século XIX o matemático inglês George Boole desenvolveu um sistema de análise lógica,
a qual foi usada nos sistemas computacionais, proposto por Claude Elwood, somente na metade do século XX.
George Boole foi considerado um dos pais da computação mesmo não existindo os computadores em sua época.
Segundo Baranauskas (2012), os circuitos digitais (presentes em computadores, processadores de dados, sistemas
de controle, codificadores, decodificadores etc.) empregam um pequeno grupo de circuitos lógicos básicos, que
são conhecidos como portas E (AND), OU (OR), e NÃO (NOT). Com a utilização adequada dessas portas é
possível implementar todas as expressões geradas pela álgebra de Boole, as quais serão apresentadas a seguir.
A função E ou AND realiza a conjunção booleana (multiplicação) de duas ou mais variáveis booleanas.
Esta função pode ser comparada ao circuito elétrico mostrado na Figura 3.9, que mostra um circuito elétrico série
constituído de duas chaves A e B e uma lâmpada.
Figura 3.9 – Circuito elétrico série: analogia com a função lógica AND de 2 entradas (BARANAUSKAS, 2012).
Nesta condição a lâmpada ficará ligada. Esta situação é mostrada na Figura 3.10.
Figura 3.11 – Uma das condições para a lâmpada desligar (BARANAUSKAS, 2012).
Todas as combinações das entradas A e B para a função AND com o respectivo valor lógico da saída podem
ser expressos na Tabela 3.5.
Para identificar a expressão S = A and B será adotada a seguinte representação: S = A.B = AB, onde é lido
A e B. Esta função é análoga a uma multiplicação (basta o leitor fazer a multiplicação dos valores lógicos de A e
B que o resultado será o mostrado na Tabela 3.5). Desta forma, para a lâmpada ligar (ilustrado pela saída S) a
condição necessária é que as entradas A e B tenham nível lógico alto (1). Em qualquer outra combinação das
entradas a lâmpada ficará desligada (S = 0).
O circuito digital que implementa a função lógica AND é chamado de porta lógica AND ou porta lógica E.
Sua representação é mostrada na Figura 3.12. A saída será S somente se ambas as entradas A e B forem iguais a
1; nos demais casos, a saída S será 0.
A
S
B
Figura 3.12 – Porta AND de duas entradas.
De acordo com Baranauskas (2012) é possível estender o conceito de uma porta E para um número qualquer
de variáveis de entrada. Nesse caso, temos uma porta E com N entradas e somente uma saída S a qual será 1 se e
somente se as N entradas forem iguais a 1; nos demais casos, a saída será 0.
Exemplo 3.2 – Suponha uma porta lógica AND de 4 entradas dada pela equação lógica S = A.B.C.D (Figura
3.13, símbolo). Neste caso sua tabela-verdade é dada pela Tabela 3.6. A saída S será nível lógico alto 1 somente
quando as entradas A, B, C e D forem para nível lógico alto (1), nos demais casos a saída S será sempre nível
lógico baixo (0).
A
B
C S
D
S = ABCD
Figura 3.13 – Porta AND com quatro entradas.
EF 3.1 – Desenhar um circuito lógico utilizando portas AND de 2 entradas, para a função lógica S = ABCDE.
EF 3.2 – Determinar a forma de onda de saída em S na porta AND abaixo, para as 3 entradas x, y e z apresentadas.
A função OU executa a soma (disjunção) booleana de duas ou mais variáveis binárias, ou seja, a saída
vai para nível lógico alto sempre que uma das entradas for para nível lógico alto. Esta função pode ser
comparada ao circuito mostrado na Figura 3.14.
Conforme foi usado para explicar a função AND, serão adotadas as convenções:
chave aberta = nível lógico 0;
chave fechada = nível lógico 1;
lâmpada apagada = nível lógico 0 e
lâmpada acesa = nível lógico 1.
A condição para a lâmpada ligar ocorre quando a chave A OU a chave B estiver fechada, ou seja, basta
apenas uma das chaves fechadas. Todas as combinações são mostradas nas Figuras 3.15a – d.
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3.15 – Funcionamento da função lógica OU (BARANAUSKAS, 2012).
O circuito lógico da função OU é a porta lógica OU (OR). Sua a saída será 1 se A OU B forem 1 (basta
apenas uma das entradas em 1). O símbolo da porta OU e sua tabela-verdade são mostrados na Figura 3.16.
A
S
B
Figura 3.16 – Símbolo e tabela verdade da porta OU (OR).
De acordo com Baranauskas (2012), “[...] é possível estender o conceito de uma porta OU para um número
qualquer de variáveis de entrada”. Nesse caso, temos uma porta OU com N entradas e somente uma saída. A saída
terá nível lógico baixo (0) se e somente se as N entradas tiverem nível lógico baixo; nos demais casos, a saída terá
nível lógico alto (1). Como exemplo considere uma porta OU de 4 entradas, ou seja, S = A + B + C + D, como
mostra a Figura 3.17. Para a saída S ir para o nível lógico alto, basta uma das entradas A, B, C e D estar em nível
lógico alto.
Figura 3.17 – Porta OU com quatro entradas e sua tabela-verdade (BARANAUSKAS, 2012).
A função NOT pode ser comparada ao circuito elétrico análogo, ilustrado na Figura 3.18. Considerando as
mesmas convenções adotadas anteriormente, temos que quando a chave A estiver aberta passará corrente elétrica
pela lâmpada e ela ligará. Fechando a chave A, a lâmpada será desligada pois estará em curto e não passará
corrente por ela. Com isso temos que o estado lógico da lâmpada é o oposto da chave A, ou seja, se A = 1, S = 0
e se A = 0, S = 1.
Para representar a expressão lógica S = não A ou NOT A será adotado a seguinte simbologia: S = A ou
S = A′ , onde S é lido como S = não A ou S = A “barrado”. Para a função lógica não (NOT) a sua tabela-verdade
é mostrada na Tabela 3.8.
O circuito digital que implementa a função lógica NOT é a porta lógica NOT ou inversor, cujo símbolo é
mostrado na Figura 3.19. O inversor executa a tabela verdade da função NÃO. Se a entrada for 0, a saída será 1;
se a entrada for 1, a saída será 0.
NOT A S
A S 0 1
1 0
A função NAND executa a lógica inversa da função AND, ou seja, apresenta nível baixo quando todas as
entradas estiverem em nível lógico alto e nível alto nas demais condições. Isto é expresso pela seguinte equação
lógica: S = AB. Sua tabela verdade é apresentada pela Tabela 3.9.
Para implementar esta função basta acrescentar na saída da porta AND um inversor, como mostra a Figura 3.20a
ou usar diretamente a porta lógica NAND (Figura 3.20b). Ela também pode ter mais de uma entrada, onde a saída será
0 se e somente se as N entradas forem iguais a 1; nos demais casos, a saída será 1 (BARANAUSKAS, 2012). Como
exemplo considere a porta lógica de 3 entradas mostrada na Figura 3.21.
(a) (b)
Figura 3.20 – Porta lógica NAND (BARANAUSKAS, 2012).
A função NOR executa a lógica inversa da função OR, através da associação de uma porta OR com uma
porta NOT, conectada à sua saída, como mostra a Figura 3.22a. Esta porta pode ser desenhada como mostra a
Figura 3.22b.
(a) (b)
Figura 3.22 – (a) Porta lógica NOR: conexão de uma porta OR com uma
porta NOT em cascata. (b) Porta NOR redesenhada (BARANAUSKAS, 2012).
A função NOR é expressa por S = A + B e a sua tabela-verdade é dada pela Tabela 3.10, onde se observa
que a saída S terá nível 1 se e somente se as entradas A e B forem iguais a 0; e nos demais casos, terá nível 0.
A função OU EXCLUSIVO ou EXOR apresenta nível lógico alto sempre que as entradas A e B forem
diferentes. A sua função lógica, para duas entradas A e B é dada por S = A B . O símbolo desta porta é
apresentado na Figura 3.23 e sua tabela verdade é vista na Tabela 3.11.
Na equação lógica S = A B , o símbolo representa a função EXOR. Analisando a sua tabela verdade
pode-se concluir que a saída S também pode ser escrita como em (3.1), a qual mostra os estados lógicos dos sinais
A e B para a saída S assumir o valor lógico 1: A = 0 e B = 1 ou A = 1 e B = 0.
S=AB + AB (3.1)
O circuito digital que implementa a função EXOR em (3.1) é chamado de porta lógica EXOR, a qual é
mostrada na Figura 3.24. Este circuito é montado a partir das portas lógicas AND, OR e NOT.
S =A B
Figura 3.24 – Porta lógica OU Exclusivo (EXOR), construída com portas AND, NOT e OR (BARANAUSKAS, 2012).
Exemplo 3.3 – A Figura 3.25 mostra a resposta X de uma porta EXOR aos sinais A e B aplicados em suas
entradas (formas de digitais variantes no tempo).
A função lógica Exclusive NOR (EX-NOR) implementa a lógica inversa da função EXOR, ou seja, a saída
S vai para nível lógico alto sempre que as entradas A e B forem iguais. É conhecida por isto como função
coincidência. Isto é ilustrado na tabela verdade apresentada na Tabela 3.12.
Esta função é expressa pela equação lógica S = A B, onde temos a função EXOR negada (invertida).
Analisando a tabela verdade pode-se concluir que a saída S também pode ser escrita através de (3.2).
S = A B + AB (3.2)
A expressão (3.2) mostra a condição na qual a função vai para nível lógico 1, ou seja, quando tivermos:
A = 0 e B = 0 OU A = 1 e B = 1.
A porta lógica EX-NOR tem o seu símbolo apresentado na Figura 3.26, para duas entradas.
Figura 3.26 – Porta lógica Exclusive NOR ou EX-NOR (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
A equação de saída da função lógica EXOR, para duas entradas A e B, S = A B + AB, também pode ser
implementada por portas AND, NOT e OR como mostra a Figura 3.27.
Figura 3.27 – Função lógica EX-NOR obtida a partir de S = A B + AB (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
A Tabela 3.13 mostra, de forma resumida, os postulados e as identidades utilizados na Álgebra Booleana,
bem como os Teoremas de DeMorgan, que serão explorados com maior profundidade no capítulo 4.
̅=0
A=1→A 1+0=0 1+1=1 1 . 0=0 1 . 1=1
A+0=A A+1=1 A . 0=0 A . 1=A
̿=A
A A+A=A ̅=1
A+ A A . A=A ̅=0
A . A
PROPRIEDADES
Comutativa A+B=B+A (1) A.B = B.A (2)
A + ( B + C) = ( A + B) + C = A + B + C
Associativa
A.( B.C) = ( A.B).C = A.B.C
Distributiva A.(B + C) = A.B + A.C
Identidades Auxiliares
__
x + x.y = x (1) x + x .y = x + y (2) (A + B).(A + C) = A + BC (3)
Teoremas de DeMorgan
̅̅̅̅̅̅ ̅+B
A .B = A ̅ (1) ̅̅̅̅̅̅̅
A+B= A ̅ .B
̅ (2)
3.3.8 – Construção de circuitos lógicos através da universalidade das portas NAND e NOR
Todas as expressões booleanas são formadas e implementadas por combinações das funções AND, OR e
NOT. Entretanto sabe-se que qualquer circuito digital pode ser implementado utilizando-se apenas portas NAND
e NOR de 2 entradas, desde que sejam feitas as combinações apropriadas. Com isso pode-se dizer que estas portas
lógicas são universais. Estas configurações são mostradas nas Figuras 3.28 e 3.29.
Figura 3.28 – Universalidade das portas NAND de 2 entradas (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
Figura 3.29 – Universalidade das portas NOR de 2 entradas (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
O circuito da Figura 3.29b implementa a função lógica da porta OR, pois temos uma porta NOR
de duas entradas A e B conectada a uma porta NOR de 2 entradas, a qual exerce a função inversora. Esta
ação resulta na expressão x = ̅̅̅̅̅̅̅
A + B = A + B.
Pelo Teorema de DeMorgan, o circuito lógico mostrado na Figura 3.29c implementa uma porta
lógica AND, pois a expressão de saída é
x = ̅̅̅̅̅̅̅
̅+B
A ̿ .B
̅= A ̿ = A .B
A partir dos circuitos mostrados nas Figuras 3.28 e 3.29 pode-se concluir que qualquer circuito
digital pode ser implementado utilizando apenas portas NAND ou NOR de duas entradas.
Qualquer circuito lógico pode ser descrito usando as funções lógicas descritas no item 3.3.
Considere o circuito mostrado na Figura 3.30. A expressão para a saída de uma porta AND como a da
Figura 3.30a é escrita assim: A B. Esta saída é conectada em uma entrada da porta OR onde a outra
entrada é a variável lógica C. A porta OR opera sobre as entradas de modo que a saída é uma soma lógica
delas. Assim, podemos expressar a saída da porta OR como x = A · B + C (essa expressão final poderia
ser escrita como x = C + A · B, visto que não importa qual termo da soma lógica é escrito primeiro).
Ocasionalmente, pode haver alguma confusão em determinar qual operação deve ser realizada
primeiro em uma expressão. A expressão A · B + C pode ser interpretada de duas maneiras diferentes:
Figura 3.30 – (a) Circuito lógico e suas expressões booleanas; (b) circuito lógico
com expressão que requer parênteses (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
Para evitar essa confusão, deve ficar entendido que se uma expressão tiver operações AND e OR,
a operação AND é realizada primeiro, a menos que existam parênteses na expressão. Nesse caso, a
operação dentro dos parênteses é realizada primeiro. Essa regra para determinar a ordem das operações
é a mesma usada na álgebra convencional (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
Para ilustrar mais as operações lógicas e a sua escrita, consideremos o circuito da Figura 3.30b. A
expressão para a saída da porta OR é simplesmente A + B. Essa saída é usada como uma entrada da
porta AND onde a outra entrada é C. Assim, expressamos a saída da porta AND desta figura como x =
(A + B) · C. Observe que, nesse caso, o uso dos parênteses indica que a operação OR entre A e B é
realizada antes e, a seguir, a operação AND com C. Sem os parênteses, a expressão seria interpretada
incorretamente, visto que A + B · C significaria uma operação OR de A com o produto lógico B · C.
Para um circuito contendo INVERSORES, a saída do bloco inversor será o valor da entrada com
uma barra conforme mostra a Figura 3.31a. Nesta figura a porta OR recebe A ̅ juntamente com B, de
forma que a saída será x = A ̅ + B, ou seja, primeiro deve ser feita a inversão lógica em A e depois a
operação OR com a variável B. No circuito da Figura 3.31b primeiro será feita a operação lógica A + B
e depois o resultado será invertido.
(a)
(b)
Figura 3.31 – Circuito lógico com inversores (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
Na Figura 3.32a é apresentado mais um exemplo contemplando o que foi mostrado anteriormente.
O leitor deve observar o circuito com atenção e verificar o uso dos parênteses nas expressões logicas.
(b)
Figura 3.32 – (a) e (b) Outros exemplos de obtenção de expressão lógica de saída (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
Com a obtenção da expressão lógica de saída do circuito, é possível verificar o resultado da saída para
qualquer combinação das variáveis de entrada. Por exemplo, considere o circuito mostrado na Figura 3.32a, onde
sua saída é
________
x = ABC A + D
Suponha que desejamos saber o valor da saída x para a seguinte situação: A = 0, B = C = D = 1. Utilizando
a álgebra de Boole chega-se ao seguinte resultado (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011):
Com mais um exemplo, vamos determinar a saída do circuito da Figura 3.32b, considerando A = B = 0 e C
= D = E = 1.
De acordo com TOCCI (2011), as regras a seguir têm de ser obedecidas quando avaliamos uma expressão
booleana:
3.1 − Defina o que é circuito integrado e cite três exemplos de dispositivos que os utiliza.
3.2 − Explique a vantagem em utilizar CIs em placas de circuitos eletrônicos ao invés de usar circuitos montados
discretamente.
Figura 1 – Formas de onda aplicadas a uma porta OU de 3 entradas (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
3.5 − Repetir o exercício 3.4 considerando A = 0 e mantendo as entradas B e C conforme mostra a Figura 1.
Troque a porta OR por uma porta AND e mostre a forma de onda da saída x.
b) O que ocorre caso A seja mantido em nível lógico alto? Mostre as formas de onda para estes dois casos.
Solução:
3.7 − Suponha que você tenha uma porta de duas entradas de função desconhecida, que pode ser uma porta OR ou uma
porta AND. Qual combinação de níveis de entrada você colocaria nas entradas da porta para determinar seu tipo?
3.9 − Determine a expressão de saída S dos circuitos das Figura 3, 4 e 5 (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011):
Figura 3.
Figura 4.
Figura 5.
c) Altere o circuito para um outro que utilize apenas portas NAND e depois com NOR.
3.14 (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011) − Determine a forma de onda da saída do circuito da Figura 9.
4.1 – Introdução
Neste capítulo estudaremos a Álgebra Booleana e suas aplicações em Sistemas Digitais. A construção de
um circuito digital tem como base a análise matemática de um problema lógico, o que é realizado através das
propriedades e teoremas da Álgebra de Boole.
Um filósofo e matemático britânico, George Boole (Figura 4.1),
escreveu um texto, em 1854, Uma investigação das leis do pensamento,
em que descrevia o modo como se toma decisões lógicas com base em
circunstâncias verdadeiras ou falsas. George Boole (1815-1864) é
considerado um dos fundadores da Ciência da Computação, apesar de não
existirem em seus dias os computadores. É reconhecido também como o
“pai” da era da informação. Sem ele não teríamos computadores,
smartphones, tablets, a internet... tal a importância da álgebra booleana
nestes dispositivos e sistemas.
Pela lógica booleana, pode se descrever uma situação do mundo real
através de uma equação, com um resultado lógico, cujas variáveis só
podem assumir um dentre dois valores possíveis: [V, F] (verdadeiro ou
Figura 4.1 – George Boole, filósofo
falso), [H, L] (high and low) ou ainda [0, 1] (algarismos do sistema
e matemático britânico.
binário).
A álgebra booleana utiliza símbolos e operadores, como A, B e C, para descrever as mais diversas situações
e circunstâncias do nosso dia-a-dia, com seus possíveis estados. A saída de uma expressão lógica (designada por
S, por exemplo) pode ser a porta está fechada, o botão está pressionado ou o nível do combustível está baixo, o
motor está desligado etc.
As expressões lógicas têm como principal utilidade descrever a relação entre as saídas do circuito lógico
(as decisões ou respostas) e as entradas (as circunstâncias). Através do estudo de circuitos lógicos básicos,
denominados de portas lógicas, serão construídos outros circuitos lógicos mais complexos. Com o uso apropriado
da álgebra booleana, pode-se simplificar a expressão booleana e obter circuitos digitais mais simples, com menos
portas lógicas e/ou menos conexões (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
A Figura 4.1 mostra os teoremas booleanos para uma variável lógica (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
O teorema (1) diz que caso seja feita a operação lógica AND de uma variável x com o nível lógico 0 o resultado
sempre será 0, pois como a AND é uma multiplicação convencional o resultado da multiplicação de qualquer
valor com 0 sempre será nível lógico baixo.
O teorema (2) também é óbvio se fizermos a comparação com multiplicação convencional.
O teorema (3) pode ser verificado com o teste de cada caso, ou seja, caso x = 0, 0.0 = 0 ou caso x = 1, 1.1
= 1. Com isso, x.x = x.
No teorema (4) sempre ocorrerá a multiplicação de x com 0, logo o resultado sempre será 0. Suponha x =
1. Com isso, x̅ = 0, logo 1.0 = 0.
O teorema (5) é simples, visto que 0 somado a qualquer valor não afeta este valor, tanto na adição
convencional como na operação lógica OR.
O teorema (6) diz que, se for realizada uma operação OR de qualquer variável com 1, o resultado sempre
será 1. Verificamos isso para os dois valores de x: 0 + 1 = 1 e 1 + 1 = 1. De modo equivalente, podemos lembrar
que a saída de uma porta OR será 1 se quaisquer das entradas for 1, independentemente do valor das outras
entradas.
O teorema (7) pode ser provado pelo teste dos dois valores de x: 0 + 0 = 0 e 1 + 1 = 1. O teorema (8) pode
ser provado de maneira parecida ou podemos argumentar que em qualquer instante x ou x̅ tem de ser nível 1, de
modo que faremos uma operação OR entre 0 e 1 que sempre resultará em 1.
Figura 4.3 – Teoremas booleanos para duas variáveis (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
De acordo com TOCCI (2011), os teoremas (9) e (10) são chamados de leis comutativas, as quais mostram
que a ordem em que as variáveis aparecem nas operações OR e AND não importa, o resultado é o mesmo. Os
teoremas (11) e (12) são as leis associativas, que dizem que podemos agrupar as variáveis em expressões AND
ou OR como desejarmos.
A lei distributiva, no teorema (13), que diz que uma expressão pode ser expandida multiplicando-se termo
a termo, assim como na álgebra convencional. Esse teorema também indica que podemos fatorar (colocar em
evidência termos comuns) uma expressão, ou seja, se tivermos uma soma de dois (ou mais) termos e cada um
tiver uma variável em comum, ela poderá ser colocada em evidência, como na álgebra convencional.
Tabela 4.1 − Demonstração dos teoremas (14) e (15) (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
x y xy x + xy
0 0 0 0
0 1 0 0
1 0 0 1
1 1 1 1
Todos estes teoremas podem ser utilizados na simplificação de circuitos lógicos onde o resultado na maioria
das vezes será um circuito menos complexo e mais fácil de ser analisado e montado.
Outros Teoremas muito importantes são os Teoremas de DeMorgan, dados por (16) e (17):
O teorema (16) mostra que uma se uma soma OR de duas variáveis for invertida o resultado equivale a
realizar a multiplicação destas variáveis invertidas. Já o teorema (17) mostra que se uma operação AND de duas
variáveis for invertida o resultado é equivalente a fazer uma operação OR com as variáveis invertidas.
Embora esses teoremas tenham sido apresentados em termos das variáveis únicas x e y, são igualmente
válidos para situações em que x e/ou y são expressões com mais de uma variável. Por exemplo, vamos aplicá-los
na expressão a seguir (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011):
Com o uso do teorema (16), considera-se AB como x e C como y. O resultado obtido pode passar por outra
̅ invertido. Através do teorema (17), obtém-se:
simplificação, pois temos um produto AB
Os teoremas de DeMorgan são válidos também para mais de duas variáveis, como, por exemplo, para as
expressões vistas a seguir (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011):
̅̅̅̅
AB + ̅̅̅̅
CD + ̅EF
̅̅̅ = AB + CD + EF
Exemplo 4.2 – Observando o teorema (16) percebe-se que uma porta NOR é idêntica a uma porta AND com
as entradas invertidas conforme mostra a Figura 4.4.
Figura 4.4 – Implicação do teorema de DeMorgan (16) (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
Exemplo 4.3 – Analisando o teorema (17) percebe-se que uma porta NAND é idêntica a uma porta NOR
com as entradas invertidas conforme mostra a Figura 4.5.
Figura 4.5 – Implicação do teorema de DeMorgan (17) (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
Nesta seção serão mostrados dois exemplos do uso dos teoremas booleanos na simplificação de circuitos
lógicos (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
Solução: esta expressão pode ser expandida com o uso do teorema (13). A expressão pode-se reescrita como:
̅A+ A
z= A ̅ B + BA + BB
Resumo do capítulo:
gera
Expressão lógica circuito lógico
Circuito simplificado
O circuito e otimizado
não é o Simplificar (álgebra
mais booleana, por ex.)
simples?
EF 4.2 (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011) − Simplifique a expressão a seguir, com os teoremas (13b), (3) e (4):
EF 4.5 – Encontre a expressão de S no circuito lógico da Figura 4.6, utilizando os teoremas de DeMorgan (TOCCI,
WIDMER e MOSS, 2011).
A
B S
C
C
Figura 4.8.
4.2 − Simplifique a seguinte expressão usando os teoremas (13a), (8) e (6) (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011):
4.3 (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011) − Simplificar cada uma das seguintes expressões:
4.6 − Use o teorema de DeMorgan para simplificar a expressão de saída do circuito da Figura 1
Figura 1.
4.7 – Dados os circuitos lógicos (Figuras 2 e 3), obter a expressão de S de cada um e simplificar a mesma,
aplicando os teoremas booleanos e os postulados de DeMorgan.
Figura 2.
Figura 3.
4.9 – Determinar a forma de onda de saída final X para o circuito mostrado na Figura 4, de acordo com as formas
de onda das entradas A, B e C. Adaptado de (FLOYD, 2007).
4.10 − Reduza o circuito lógico da Figura 5 a uma forma mínima. Adaptado de (FLOYD, 2007).
5.1 – Introdução
O Mapa de Karnaugh (ou mapa K) é uma ferramenta de auxílio à minimização de funções booleanas. O
próprio nome mapa vem do fato dele ser um mapeamento biunívoco a partir de uma tabela-verdade. Usado
adequadamente, resulta em uma expressão de soma-de-produtos ou de produto-de-somas mais simples possível,
conhecida como expressão mínima (FLOYD, 2007).
A Figura 5.1 mostra um exemplo de tabela-verdade, um sistema de três variáveis lógicas A, B e C, onde a
expressão lógica de cada linha pode ser localizada em um mapa de Karnaugh. O elemento “1” localizado na
primeira célula do mapa K, logo à direita da tabela, representa a combinação lógica 𝐴̅ 𝐵̅ 𝐶̅ . Tal combinação
correspondente à primeira linha da tabela, onde as variáveis lógicas A, B e C têm nível lógico igual a 0 (zero).
Todas as combinações desta tabela-verdade estão representadas no mapa K mais à direita na Figura 1 (confira os
estados lógicos das variáveis em cada célula).
__ __ __
A BC
1
Em uma outra definição, TOCCI et al. descrevem o mapa de Karnaugh como um método gráfico usado
para simplificar uma equação lógica ou para converter uma tabela-verdade no circuito lógico correspondente,
de maneira metódica, simples e rápida. Embora um mapa de Karnaugh possa ser usado em problemas que
envolvem qualquer número de variáveis de entrada, sua utilidade prática está limitada a cinco ou seis variáveis.
O uso desta ferramenta é realizado manualmente em problemas com até quatro entradas, pois resolver problemas
com cinco ou seis entradas é extremamente complicado. Para estes casos, recomenda-se solucioná-los com um
programa de computador (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
Antes de se proceder a simplificação de uma expressão booleana com o mapa K, é necessário preencher as
suas células corretamente, com os 1’s originados da coluna da variável de saída da tabela-verdade. O número N
de células em um Mapa K é dado pela expressão (5.1), onde n é o número de variáveis.
N = 2n (5.1)
Exemplo 5.1 − Seja a função lógica 𝑌 = 𝐴̅ 𝐵 + 𝐴 𝐵̅ + 𝐴𝐵, obtida da Tabela 5.1. Represente esta expressão
booleana no mapa de Karnaugh.
Neste exemplo, têm-se duas variáveis lógicas, A e B (n = 2). Então teremos 4 células (N = 2 n = 22). Na
̅) e a segunda, o estado lógico 1 (A). O mesmo
primeira linha do mapa K, a variável A possui o estado lógico 0 (A
princípio se observa nas colunas identificadas por 𝐵̅ e 𝐵. A única célula não preenchida representa a primeira
linha da Tabela 5.1, onde A = 0 e B = 0. Pode-se escrever 0 (zero) nesta célula também.
Fonte: Digital Electronics: Principles, Devices and Applications. Anil K. Maini. ISBN: 978-0-470-03214-5. Copyright © 2000-
2015 by John Wiley & Sons, Inc., or related companies. All rights reserved.
Exemplo 5.2 − Uma função lógica de três variáveis é dada por 𝑌 = 𝐴̅𝐵̅𝐶̅ + 𝐴̅𝐵𝐶̅ + 𝐴𝐵̅𝐶̅ + 𝐴𝐵𝐶̅ . Esta
função foi obtida da 4ª coluna da Tabela 5.2. Qual é a sua representação através do mapa de Karnaugh?
Tabela 5.2 – Tabela-verdade do Exemplo 5.2. Solução: o mapa K para 3 variáveis lógicas é
A B C Y apresentado abaixo:
0 0 0 1
0 0 1 0 BC BC BC BC
0 1 0 1 1 0 0 1
A
0 1 1 0
1 0 0 1 A 1 0 0 1
1 0 1 0
Fonte: Digital Electronics: Principles, Devices and Applications. Anil K.
1 1 0 1 Maini. ISBN: 978-0-470-03214-5. Copyright © 2000-2015 by John Wiley
1 1 1 0 & Sons, Inc., or related companies. All rights reserved.
Y=A̅B̅CD + A ̅ B C̅ D
̅ + A B C̅ D
+ A B C D + A B C̅ D ̅B
̅ + A ̅ C̅ D
Solução
A simplificação de uma expressão booleana através do mapa K é baseada nas seguintes regras e
considerações:
Quando maior o bloco de 1’s obtido, maior é o número de variáveis eliminadas e mais simplificada ficará
a expressão final, que é a soma das expressões lógicas de cada bloco. Assim:
Exemplo 5.4 − Na Figura 5.4, são apresentados agrupamentos de pares de 1’s para uma expressão booleana
X (pares de 1’s). Verificar a eliminação de uma variável (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
Figura 5.4 – Agrupamentos de pares de 1’s adjacentes - Exemplo 5.4 (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
Figura 5.5 – Agrupamentos de quatro 1’s (quadras ou quartetos) – Ex. 5.5 (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
Exemplo 5.6 − Na Figura 5.6, são apresentados quatro agrupamentos de oito 1’s - oitavas ou octetos
(TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011). Verificar a eliminação de três variáveis.
Figura 5.6 – Agrupamentos de oitavas e eliminação de três variáveis (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
Uma regra básica do mapa K é utilizar o MENOR número de grupamentos, com o maior número de 1’s
possível. Os grupos ESSENCIAIS com pares de 1’s. Usar mais grupos de 1’s não permite otimizar o processo de
simplificação, pelo contrário, provoca um atraso por serem necessárias ações de simplificação utilizando álgebra
booleana.
q1 = AD
Nesta figura, os grupos essenciais são formados pelos CD CD CD CD
seguintes quartetos:
- q1, resultando em A̅ D, formado pelas células 2, 3, 6 e 7 e AB 1 1
- q2, resultando em BD ̅ , formado pelas células 5, 8, 9 e 12.
AB 1 1 1 1 q3 = AB
Um terceiro quarteto (q3), não essencial, é formado
pelas células 5, 6, 7, e 8. A sua função lógica é q3 = A̅ B. AB 1 1 q2 = BD
Utilizando-se os três quartetos, obtém-se a função
lógica do mapa K da Figura 5.7, dada por (5.2). AB
̅D + BD
Y3q = A ̅B
̅ + A (5.2)
̅ (B + D) + B D
Y3q = A ̅ (5.3)
Para B = 1, em (5.3):
̅ (1 + D) + 1 D
Y3q = A ̅+D
̅= A ̅
Se forem utilizados somente os quartetos ou grupamentos essenciais q1 e q2, a função lógica obtida será
dada por (5.4).
̅D + BD
Y2q = A ̅ (5.4)
̅D +1D
Y2q = A ̅= D ̅
̅ + DA (5.5)
̅, obtém-se:
̅ e y= A
Usando a identidade 𝑥 + 𝑥̅ 𝑦 = 𝑥 + 𝑦 em (5.5) e fazendo x = D
̅= D
̅ + DA
x + x̅𝑦 = D ̅
̅+A
Isto prova a equivalência entre as equações (5.2) e (5.4). Esta equivalência pode ser provada também através
de uma tabela-verdade, verificando-se todos os estados lógicos possíveis das variáveis A, B e D. Tal tabela terá
23 = 8 linhas. Comparando o resultado lógico das funções Y2q e Y3q na Tabela 5.3 (duas últimas colunas) comprova-
se novamente que estas são equivalentes.
AB
C 00 01 11 10
0 0 1 1 1
1 1 1 1 0
Figura 5.8.
EF 5.2 − No mapa K da Figura 5.9 ocorre um enlace de somente uma célula ou quadrado contendo um bit igual
1, ou seja, não adjacente a qualquer outro 1. Encontre a expressão lógica resultante.
̅B
Resposta: X = A ̅CD
̅ + ACD + BD.
Figura 5.9 – Mapa K com uma célula com um bit 1, isolada (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
EF 5.3 − Qual é a função lógica resultante do mapa de Karnaugh da Figura 5.10? Resposta: X = B
̅ + C̅D.
S1 ?
S1
?
S2 S2 ?
?
S3
? S3 ?
(a) (b)
Figura 5.11 – (a) e (b): mapas de Karnaugh com quatro variáveis (FLOYD, 2007).
EF 5.6 − Um processo de controle de nível de um tanque (Figura 5.13) apresenta uma variável VENTRADA, a qual
controla a vazão da válvula de entrada do mesmo, em função de 4 variáveis lógicas: sensores de nível alto (LH) e
de nível baixo (LL); sensores de temperatura alta (TH) e baixa (TC).
LH
TH
VENTRADA
TC
Figura 5.14 – Mapa K relativo ao esquema Figura 5.15 – Circuito lógico: verificação com
da Figura 5.13 (FLOYD, 2007). o mapa K da Figura 5.14 (FLOYD, 2007).
Nos estudos anteriores, discutimos as portas lógicas em combinações simples, de modo individual. Foram
apresentadas implementações de soma-de-produtos, uma das formas básicas da lógica combinacional (a outra é o
produto-das-somas).
Seja uma conexão de portas lógicas para produzir uma saída especificada em função de certas combinações
das variáveis de entrada. Tal conexão resulta em um circuito denominado circuito lógico combinacional (FLOYD,
2007). Na lógica combinacional, a saída do circuito apresenta um nível lógico dependente durante todo o tempo
da combinação dos níveis lógicos das entradas. É importante salientar que um circuito combinacional não possui
a característica de memória, portanto o seu sinal de saída depende apenas e exclusivamente dos valores atuais dos
sinais das entradas (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011). A partir deste item o veremos o projeto, funcionamento
e análise de defeito de diversos circuitos lógicos combinacionais.
Seja um projeto de um circuito digital para a automação de um sistema de segurança de uma casa − veja,
como exemplo, a Figura 5.16, com o uso de sensores magnéticos. Através deste circuito, devem ser monitoradas
3 portas, A, B e C. O sistema deve possuir duas saídas, acionadas nas situações:
- sinal de saída luminoso (AL): lâmpada (L) em nível alto quando pelo menos uma das portas estiver aberta e
- sinal de alarme sonoro (AS): acionado em nível alto quando pelo menos duas portas forem abertas.
Figura 5.16 – Sistema de segurança residencial com sensores magnéticos em portas e janelas.
Fonte: https://www.tudoforte.com.br/kit-de-alarmes/kit-alarme-sem-fio-ecp-essencial-8-sensores.
O projeto do circuito lógico para o sinal de alarme luminoso (AL) tem como base a Tabela 5.4. O sinal AL
possui nível lógico alto quando pelo menos uma das portas da casa está aberta,
AL = A B C + A B C + A B C + A B C + A B C + A B C + ABC (5.6)
q3
AB
C
1 1 1
1 1 1 1
q1
q2
Figura 5.17 – Mapa K para o sistema de alarme residencial – saída SL.
AL = A + B + C (5.7)
Para definir os estados lógicos do sinal de alarme sonoro AS, foi acrescentada uma coluna na Tabela 5.4,
resultando na Tabela 5.5. Este sinal possui nível lógico alto quando pelo menos duas portas da casa estão abertas –
ver linhas 4, 6, 7 e 8.
A função booleana de AS é dada por (5.8), que simplificada através do mapa K da Figura 5.18, resulta na
equação (5.9).
AB
AB
C
1 1 1
1 1 1 1
Figura 5.18 – Mapa K para o sistema de alarme residencial – saída AS.
AS = A B C + A B C + A B C + ABC (5.8)
AS = AB + AC + BC (5.9)
A Figura 5.19 mostra o circuito lógico que contém as funções dadas em (5.7) e (5.9), o qual pode ser
montado facilmente em protoboard. Os diodos LED D1 e D2 são usados para indicar o nível alto das variáveis de
saída AL e AS.
Pino 8 – 7432:
AL = A + B + C
VCC VCC
7408
7432
GND GND
R1
R1
D1
Pino 6 – 7432: D2
GND (Terra) AS = AB + AC + BC
Figura 5.19 – Circuito digital para a automação residencial: monitoramento das portas de uma casa.
A Figura 5.20 apresenta uma conexão de quatro computadores de uma empresa X a uma impressora, através
de um circuito de controle digital (LOURENÇO, CRUZ, et al., 2007).
D
C Circuito de
B Controle
A
Digital
Adm
SA
Com
SB
EC
SC
CM
SD
Figura 5.20 – Esquema geral do circuito digital de controle de acesso a uma impressora.
O circuito lógico executa uma função lógica de acordo com as seguintes prioridades de acesso à impressora:
1ª - computador do setor administrativo (Adm);
2ª - computador do setor de compras (Com);
3ª - computador da engenharia clínica (EC);
4ª - computador da central de medicamentos (D).
As variáveis de entrada do circuito lógico, com nível lógico “1”, indicam solicitação de um setor à
impressora. Estas variáveis são, de acordo com a Figura 5.20:
A: computador do setor Adm;
B: computador do setor Com;
C: computador do setor EC e
D: computador do setor CM.
Operação do circuito
Para que qualquer um dos computadores desta empresa seja ligado à impressora, o seu sinal lógico deve
estar em nível lógico alto ou “1”. Por exemplo, para o computador do Setor Adm solicitando impressão, A = 1.
SA = A ̅B
SB = A ̅B
SC = A ̅C ̅B
SD = A ̅ C̅ D
O display de 7 segmentos de LED tem o seu aspecto apresentado na Figura 5.21a e o seu aspecto real na Figura
5.21b. Cada traço apresentado neste dispositivo corresponde a um diodo LED que deve ser aceso/acionado. Veja na
Figura 5.21c os números de 0 a 9 e os possíveis símbolos que podem ser formados (alfanuméricos).
Para formar, por exemplo, o número 7 no display, deverão ser acionados em 5 V os segmentos a, b e c. Um
display deste tipo pode perder o seu uso funcional caso algum dos segmentos deixe de funcionar. Se o segmento
g for danificado, por exemplo, quais números não serão indicados?
A configuração anodo comum (Figura 5.22) apresenta todos os segmentos ou diodos com o seu terminal
de anodo ligados em comum, recebendo + 5 V. O resistor R é ligado em série com a fonte, para dimensionar a
anodo (A)
ou catodo (K)
A ou K
(a) (b)
(c)
Figura 5.21 – (a) e (b) Aspecto e pinagem do display de 7 segmentos. (c) Formação de números e símbolos.
a b ... g
a b ... g
Catodo comum
R
Cada segmento do display será
GND acionado com a conexão do seu
terminal de catodo ao Terra (gnd) GND
Nesta configuração, Figura 5.23, os diodos LED do display de 7 segmentos têm os seus catodos
interconectados. Cada LED é acionado com um sinal de + 5 V em seu terminal de anodo. O terminal de catodo
de cada segmento é conectado ao terra (GND) via resistor R de limitação de corrente. O segmento a do display
da Figura 5.18 é acionado com a conexão do seu terminal de anodo à fonte de + 5 V.
A Figura 5.24 mostra o diagrama para a decodificação do código BCD (4 bits) para o acionamento dos
segmentos a até g de um display de 7 segmentos. Destaca-se nesta figura a formação do número 4 em decimal,
que em BCD é 0100 (veja o acionamento das chaves S1 a S4). O bloco decodificador geralmente é um circuito
7-segment
Decoder block display
Demultiplexer S1 a
A b
8
S2 c
B
4 BCD
BCD/8421
to
d
Input S3
C 7-segment e
(0100) 2 decoder
S4 f
D
1
g
220
0V
A tabela-verdade para números binários de 4 bits é apresentada na Tabela 5.8. O código BCD representa
os números decimais de 0 a 9 em 4 bits. Do número 10 ao 15 este código não é válido.
Fonte: https://www.electronics-tutorials.ws/combination/comb_6.html.
Na Tabela 5.9 veem-se os estados lógicos para os segmentos do display (a até g) em função dos estados
das variáveis de entrada do decodificador BCD para display de 7 segmentos. A última coluna mostra o aspecto
do número apresentado para um display (0 a 9). O número 210, na terceira linha desta tabela, em binário 00102, é
visualizado no display com os segmentos a, b, d, e, e g acionados.
Fonte: https://www.electronics-tutorials.ws/combination/comb_6.html
Para efeito de ilustração, são apresentadas seguir as expressões para os diodos LED display dos segmentos
a e b, simplificadas através do mapa de Karnaugh.
Segmento a:
̅B
𝐚=A ̅ C̅ D ̅B
̅+A ̅CD ̅B
̅+A ̅CD+A ̅ B C̅ D
̅BCD
+A ̅BCD+AB
̅+A ̅ C̅ D
̅ +A̅B̅ C̅ D
̅C +A
Expressão simplificada: 𝐚 = A ̅BD+A
̅B ̅ C̅.
̅D+AB
Segmento b:
̅B
𝐛=A ̅ C̅ D
̅+A ̅B
̅ C̅ D + A
̅B̅CD
̅+ A ̅B
̅CD
+A̅ B C̅ D ̅BCD+AB
̅+ A ̅ C̅ D
̅+AB ̅ C̅ D
̅B
Expressão simplificada: 𝐛 = A ̅ C̅ + A
̅ +B ̅ C̅ D ̅CD
̅+A
um display de 7 segmentos
Outro decodificador BCD 8421 é o CI CD4511, para displays catodo comum. Este CI utiliza a tecnologia CMOS
(Complementary Metal-Oxide-Semiconductor). Um esquema básico de seu uso no acionamento de um display de 7
segmentos é visto na Figura 5.27 (DIAGO, MOREIRA e HORTA, 2011).
Este exemplo mostra o acionamento de um display de 7 segmentos através do circuito integrado CD4511,
decodificador BCD-8421 para 7 segmentos. O esquema o acionamento é apresentado na Figura 5.28, onde os
sinais do código BCD são obtidos através da porta paralela de um PC.
Catodo comum
7 resistores
150
DECODIFICADOR
DB 25
4511
0V
0V
+ 5V
3
Fonte: http://eletronicaparaartistas.com.br/experimento-35-extra-usando-displays-de-7-segmentos/
S1 S1 A A CI 7447
CI 7447
S2 Circuito B B
S2 Circuito
Circuito
C Decodificador/driver
Decodificador/driver
Decodificador/driver
Decodificador/driver
S3 S3 Lógico C
Lógico
Lógico BCD
BCD para
paradisplay
de de
display
D D para
BCD
BCD paradisplay
display
de7 7segmentos
de7 7segmentossegmentos
segmentos
A Tabela 5.10 mostra os estados das saídas A, B, C e D do circuito lógico, aplicadas ao decodificador BCD
para 7 segmentos. Desenhar o circuito lógico resultante, onde as variáveis de entrada são S1, S2 e S3 e as de saída
são A, B, C e D. Tomar como ponto de partida a função lógica obtida para o bit mais significativo do código
BCD, a variável lógica A, que, de acordo com esta tabela, pode ser escrita como A = S1.S2.S3.
A S1
COMPARADOR S2
DIGITAL
B S3
Para sinais de 1 bit apenas, a Tabela 5.11 mostra os resultados possíveis das entre os dois números
A e B, resultando nos sinais de saída S1, S2 e S3, em (5.10). De acordo com esta tabela-verdade, são
obtidas as seguintes funções lógicas:
S1 = 1, se A > B
S2 = 1, se A = B (5.10)
S3 = 1, se A < B
Na Figura 5.32 é apresentado o circuito digital deste comparador, em conformidade com as equações em
(5.10). A Figura 5.33 mostra o aspecto da montagem deste circuito em um protoboard. São utilizados diodos LED
para verificação dos estados lógicos dos sinais de saída e chaves para se alterar os estados lógicos de entrada, de
acordo com a Tabela 5.11.
Figura 5.33 – Circuito comparador digital de dois sinais de um bit – montagem em protoboard.
Fonte: http://www.futureworkss.com/tecnologicos/electronica/software/SimuladorDigital_095.zip
Alguns circuitos lógicos apresentam situações de saída irrelevantes ou que nunca irão ocorrer
para determinadas condições de entrada. Estas situações de saída são denominadas também don’t
care. A saída, nestas situações pode apresentar um nível ALTO ou BAIXO (TOCCI, WIDMER e
MOSS, 2011). A tabela-verdade da Figura 5.34a ilustra este caso. Para as condições A, B, C = 0, 1,
1 e A, B, C = 1, 0, 0 a saída z recebe o conteúdo x, representando uma condição de irrelevância ou
don’t-care.
Na simplificação da função booleana nestas situações pode-se então escolher a saída x como 0 ou
1, a fim de simplificar o circuito o máximo possível. Voltando à tabela-verdade da Figura 5.34a, o seu
mapa K é apresentado na Figura 5.34b, onde um x é inserido nos quadrados A ̅BC e AB̅C̅. A solução
utilizando os algoritmos do mapa K é alterar o x no quadrado AB ̅C̅ para 1 e o x no quadrado A̅BC
para 0, pois essa estratégia produz um quarteto que permite encontrar z = A (Figura 5.34c).
A Tabela 5.12 apresenta as possibilidades de saída de um circuito lógico com três variáveis de entrada A,
B e C. Qual é a expressão de saída simplificada?
A B C S
0 0 0 1
0 0 1 X
0 1 0 0
0 1 1 1
1 0 0 X
1 0 1 1
1 1 0 X
1 1 1 X
A Figura 5.35a mostra o mapa K correspondente à Tabela 5.11. Somente o último x do mapa K (célula AB)
é considerado com nível lógico 0. Os outros x são considerados com nível lógico 1. A função S simplificada é
obtida pelos dois grupamentos obtidos na Figura 5.35b:
(a) (b)
Figura 5.35 – (a) Mapa K correspondente à Tabela 5.11. (b) Menor número de grupamentos obtidos.
Exemplo 5.10 − A Figura 5.36a mostra o esquema de um sistema de elevador, com os componentes
mecânicos e elétricos. Neste exemplo será construído um circuito lógico para o controle da porta de um elevador.
Este circuito lógico terá a função de controlar o acionamento da porta de um elevador em um prédio de 3
andares. O circuito tem 4 variáveis de entrada e uma de saída, representadas na tabela-verdade da Figura 5.36b.
(a) (b)
Figura 5.36 – (a) Esquema de um elevador. Fonte: https://www.grambell.com.br/modernizacao/.
(b) Diagrama de bloco do circuito do elevador e tabela-verdade, para o Exemplo 5.10.
M, que indica quando o elevador está se movendo (M = 1) e quando está parado (M = 0);
F1, F2 e F3: indicadoras de andar, apresentando nível alto apenas quando o elevador está no respectivo
andar. Caso mais de uma entrada esteja em nível alto, a saída ABRIR é irrelevante (don’t care);
ABRIR (saída): nível lógico 1, usada para um comando para abrir a porta do elevador.
- O elevador não pode estar em mais de um andar ao mesmo tempo. Assim, a variável ABRIR recebe nível
lógico 1 somente quando o elevador está parado (M = 0) e com uma das entradas relativas aos andares em nível
ALTO em um dado momento (ver novamente a tabela-verdade, acima).
- Todos os casos desta tabela em que mais de uma entrada (F1, F2 ou F3) ocorre em nível 1 são considerados
condições de irrelevância. A variável ABRIR recebe o conteúdo X, para 8 (oito) linhas desta tabela-verdade.
- Para que M = 1 (elevador se move), ABRIR recebe obrigatoriamente o nível lógico 0 (zero) - a porta do
elevador não pode abrir nesse caso.
- Temos também na tabela-verdade ABRIR = 0 com M = 0 e F1 = F2 = F3 = 0 – 1ª linha, elevador parado e
não alinhado com qualquer andar. Assim a porta deve se manter fechada.
A Figura 5.37a apresenta o mapa de Karnaugh para este sistema, preenchido com os estados lógicos 1, 0 e
X (irrelevante).
(a)
(b)
Figura 5.37 – (a) Mapa K correspondente à tabela-verdade da Figura 5.36b. (b) Mapa K com preenchimento
adequado das condições de irrelevância (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011).
Observando esse mapa, na Figura 5.37a, encontramos três 1s e oito condições de irrelevância. Podemos
obter quatro quadras se alterarmos 4 células de irrelevância para o conteúdo lógico 1, como mostra a Figura 5.37b.
Às quatro células com X da metade do mapa K para baixo – linhas MF1 e MF1 ̅̅̅ – foram atribuídas o conteúdo
lógico 0. Assim, obtém-se três quadras ou quartetos contendo 1s e a expressão para a saída ABRIR simplificada
– esta é a melhor solução, em (5.11).
̅ (F1 + F2 + F3 )
ABRIR = M (5.11)
5.5.1 – Multiplexadores
Os multiplexadores ou MUX são circuitos que permitem selecionar um dos diversos sinais de entrada,
transferindo-o para a saída, conforme um sinal (“senha”) de seleção ou endereço (veja a Figura 5.38).
I0
Canais de I1
informação Y
de entrada I2 MUX
... Saída da informação
In multiplexada
...
Entradas de seleção Definem qual canal
S0 a Sm de entrada será
(endereçamento) conectado à saída
O número de entradas de um MUX como o da Figura 5.39 é encontrado em função das variáveis de seleção,
através de (5.12), onde: n = variáveis de entrada e m = variáveis de seleção.
n = 2m (5.12)
I0
I1
I2
MUX Y
I3
…
In
S1 S2 … Sm
Figura 5.39 – Esquema básico de um multiplexador com n entradas e m variáveis de seleção ou controle.
Para um MUX de 4 variáveis de entrada, n = 4. Então, utilizando (5.12), teremos n = 4, igual a 2 2. Logo, 4
= 2 = 2m e m = 2. Teremos 2 variáveis de seleção.
2
Exemplo 5.12 − Existem CIs dedicados à função de multiplexação. O circuito integrado MUX 74HC157,
com quatro seletores/multiplexadores de dados de 2 entradas é apresentado na Figura 5.40 (FLOYD, 2007).
Figura 5.40 – Aspecto e pinagem do CI 74HC157: 4 seletores/MUX de dados de 2 entradas (FLOYD, 2007).
A Figura 5.41 apresenta o esquema do multiplexador de 2 canais (entradas), que é a célula básica de um
multiplexador de n canais. O sinal de saída S, do seu circuito lógico, é obtido também de sua tabela-verdade − ver
a tabela de 2 colunas e a tabela expandida, de 4 colunas, nesta figura. Quando o sinal de seleção (A) é 0, a saída
S recebe o conteúdo lógico de I0; quando é 1, recebe o conteúdo lógico de I1.
Multiplex 2 x 1 A I0 I1 S
0 0 0 0
A S 0 0 1 0
Io
S 0 I0 0 1 0 1
1 I1 0 1 1 1
I1
1 0 0 0
A 1 0 1 1
1 1 0 0
1 1 1 1
Mapa de
Karnaugh
__
S = A.I0 + A.I1
A Figura 5.41 mostra também o mapa K do MUX 2 1, com base nas linhas da sua tabela expandida.
Existem 4 células deste mapa com o conteúdo 1 e 4 com o conteúdo 0. Estão destacadas duas duplas, e obtém-se
facilmente a simplificação da sua expressão booleana, que é a equação (5.13).
̅.I0 + A.I1
S=A (5.13)
Circuito MUX 4 1
O circuito MUX 4 1 possui quatro variáveis de entrada, I0, I1, I2 e I3 e duas variáveis de controle ou de
seleção, A e B, como mostra a Figura 5.42.
I0
I1 MUX S
I2 41
I3
A B
Figura 5.42 – MUX 4 1 – Esquema básico.
O MUX 4 1 é descrito em mais detalhes na Figura 5.43. Na Figura 5.43a é apresentada a tabela-verdade
de suas variáveis de seleção, A e B. A terceira variável desta tabela é a variável de saída do multiplexador, dada
por S. Na Figura 5.43b é visto o circuito interno do bloco 4 1, no qual se comprova a sua equação booleana.
(b)
(a)
Figura 5.43 – (a) Circuito MUX 4 1 – esquema básico e tabela-verdade. (b) Circuito
interno do bloco 4 1 e equação booleana resultante de saída (S).
Por exemplo, para a 1ª linha da tabela-verdade, com A = B = 0, a saída S recebe somente o conteúdo lógico
da entrada I0. Assim, obtém-se
̅B
S=A ̅ BI1 + AB
̅I0 + A ̅I2 + ABI3
(a) (b)
Figura 5.44 – (a) Circuito MUX 4 1 – esquema básico e tabela-verdade. (b) Formas de onda.
a) A expressão booleana de Y é obtida facilmente pela análise do circuito da Figura 5.44a. Ela é escrita como uma
soma de produtos, como (5.14).
Y = D0 . ̅̅̅
S0 . S̅1 + D1 . S0 . S̅1 + D2 . S̅̅̅0 . S1 + D3 . S0 . S1 (5.14)
b) A tabela-verdade deste circuito é mostrada pela Tabela 5.13. Saída Y entrada selecionada (D0 a D3).
Circuito MUX 8 1
O circuito MUX de 8 canais de entrada é apresentado na Figura 5.45a, onde temos 3 variáveis de seleção,
A, B e C.
Número de entradas = 8 → 23 = 2m
m = 3 → 3 variáveis de seleção
A sua tabela-verdade, na Figura 5.45b, apresenta, em sua primeira linha, a variável de saída S recebendo o
conteúdo lógico de E0, quando tivermos a entrada A = B = C = 0. A expressão de saída deste MUX é vista
parcialmente por (5.15), obtida de sua tabela-verdade.
̅B
S=A ̅ C̅ E0 + A
̅B ̅ B C̅ E2 + ⋯ + A B C E7
̅ C E1 + A (5.15)
Os multiplexadores podem ser encontrados prontos em CIs comerciais, mas o número de entradas
disponíveis é limitado. Para um MUX com maior número de canais de entrada, basta projetar a associação
conveniente de vários MUX de forma a ampliar o número de canais de entrada ou o número de canais de saída.
Este tipo de associação é utilizado quando se necessita selecionar informações digitais de vários bits
simultaneamente. Para isto, vasta utilizar um MUX com um número de canais de entrada igual ao número de
informações a serem multiplexadas, sendo o número de MUX igual ao número de bits destas informações.
A Figura 5.46 mostra esta topologia, onde são possíveis 12 entradas E11
(4 para cada bloco), para a obtenção de uma informação de saída com 3 E21
E31 S1
bits. A sua tabela-verdade é descrita abaixo (Tabela 5.14), para o MUX 1
E41
(primeiro bloco) – . O segundo e o terceiro blocos apresentam uma tabela-
verdade similar a esta.
E12
Tabela 5.14 – Tabela-verdade para o MUX 1 da Figura 5.46. E22
E11 E21 E31 E41
S2
A B S1 E32
E42
X 0 0 E11
X 0 1 E21
X 1 0 E31 E13
E23
X 1 1 E41 S3
E33
E43
As variáveis de controle ou endereço, A e B, são comuns aos 3
blocos, utilizadas para a seleção dos bits de entrada para as respectivas
saídas: A B
Saída S1: recebe um dos bits das entradas E11 a E41; Figura 5.46 – Associação em
Saída S2: recebe um dos bits das entradas E12 a E42; paralelo de MUX 4 1.
Saída S3: recebe um dos bits das entradas E13 a E43.
Operação do circuito:
Para AB = 01, qual é a informação que é disponível nos MUX 1, 2 e 3?
Esta associação é uma ampliação da capacidade dos canais de entrada. Consiste em uma variação da
associação paralela pois, para ampliar a capacidade de canais de entrada, basta multiplexar os circuitos MUX de
entrada através de um MUX de saída. A Figura 5.47 mostra a formação de um MUX 4 1 a partir de 3 blocos
MUX 2 1.
MUX 1
D0
MUX Y0 B Y0
1 0 D0
D1 1 D1
MUX 2
B MUX Y B Y1
3 0 D2
D2 1 D3
MUX
MUX 3
2 Y1
D3 A Y
0 Y0
1 Y1
B A
Figura 5.47 – Esquema de um MUX 4 1 a partir de 3 blocos MUX 2 1.
Exemplo 5.15 − MUX 16 1 a partir da associação em série de 4 blocos de MUX 4 1 (Figura 5.48).
E1
S1
E2
MUX1
E3
E4
E5
E6
S2
MUX2
E7
E8
MUX5 S5
E9
E10
S3
MUX3
E11
E12
E13
E14 S4
E15 MUX4
E16
X1 X2 X3 X4
Figura 5.48 – Esquema de um MUX 16 1 a partir de 4 blocos MUX 4 1.
A base para encontrar este endereço é um MUX 4 1 e a tabela-verdade das suas variáveis de seleção
(Figura 5.49). No MUX 16 1 da Figura 5.48 o sinal E7 é o terceiro do MUX2. A sua saída é o sinal S2, que
receberá o sinal E7 com X1X2 = 10, de acordo com a tabela-verdade abaixo (3ª linha, AB = 10). O sinal S2 será
visualizado no MUX5 com X1X2 = 01, pois é a sua segunda variável de entrada. Logo, X1X2X3X4 deve ser 1001.
A B S
0 0 E1
0 1 E2
1 0 E3
1 1 E4
Figura 5.49.
EF 5.9 – A Figura 5.50 mostra um esquema como opção de projeto de um MUX 2 1, com o uso de portas
NAND de 2 entradas (CI 7400). Completar as ligações pendentes neste esquema.
Figura 5.50 – MUX 2 1, utilizando somente portas NAND universais de 2 entradas (CI 7400).
a) Qual é o endereço de 4 bits em X1X2X3X4 para que o sinal E12 seja transmitido à saída S5?
b) Se as entradas X3 e X4 forem ligadas permanentemente em nível alto (+ 5V), o que ocorre com o funcionamento
deste multiplexador?
EF 5.11 – Seja o MUX 16 1 (Figura 5.51), construído a partir da associação de 3 blocos de MUX 8 1.
D0 MUX 1 B C D Y0
D1
0 0 0 D0
D2
D3 MUX Y0 0 0 1 D1
D4 1 0 1 0 D2
D5 0 1 1 D3
D6
1 0 0 D4
D7
MUX 1 0 1 D5
3 Y 1 1 0 D6
MUX 3
1 1 1 D7 A Y
D8 0 Y0
D9 MUX 2 B C D Y1
D10 1 Y1
0 0 0 D8
D11 MUX Y1
0 0 1 D9
D12 2
D13 0 1 0 D10
D14 0 1 1 D11
D15 1 0 0 D12
1 0 1 D13
1 1 0 D14
1 1 1 D15
B C D A
Figura 5.51 – MUX 16 1 a partir de blocos de MUX 8 1.
b) Qual é o endereço em ABCD para que a entrada D4 seja transmitida à saída Y? Justifique.
Introdução
O circuito demultiplexador ou DEMUX é um circuito digital que recebe uma fonte de dados e a distribui
seletivamente para um dos N canais de saída, como mostra a Figura 5.52. Em outras palavras, através da(s)
entrada(s) de seleção, é direcionada a uma de suas saídas a informação contida em uma única entrada
(LOURENÇO, CRUZ, et al., 2007).
I0
I1
Entrada de I2 Canais de
informação I3 saída de
(multiplexada) ... informação
DEMUX
IN-1
As Figuras 5.53 e 5.54 mostram a aplicação de circuitos MUX e DEMUX em sistemas de transmissão e
recepção de dados, como, por exemplo, uma rede de computadores (conexão à internet). A aplicação do MUX se
verifica na disponibilidade, muitas vezes, de apenas um canal de comunicação para a transmissão de informações
de fontes diferentes. O DEMUX realiza então a recepção de várias informações em intervalos de tempo diferentes
através de um único canal de comunicação e as envia diferentes sistemas digitais.
Signal 1 Signal 1
Transmission
Signal 2 Signal 2
Channel
. MUX DEMUX .
. .
. .
Signal n Signal n
Fiber Fiber
optical optical
MUX DEMUX
Figura 5.55 – Transmissão de dados: ilustração de uma aplicação básica de multiplexação/demultiplexação (FLOYD, 2007).
Exemplo 5.17 (FLOYD, 2007) − A Figura 5.56 mostra o esquema para a simulação de um sistema de
transmissão de dados, com a saída de um MUX 4 1 conectada a um DEMUX 1 8. Foi utilizado o software
Multisim. Dados de entrada: D1 a D4. Dados de saída: S1 a S4.
Figura 5.56 – Transmissão de dados com MUX e DEMUX – esquema para simulação com o Multisim.
A Figura 5.57 mostra o menor DEMUX, de apenas 2 canais de saída, que pode ser montado com
dispositivos lógicos simples: 2 portas AND e uma inversora (NOT). Os dados na entrada E são transmitidos a
uma das saídas (D0 ou D1) através de um bit da variável de seleção ou controle (A).
Um DEMUX de dois canais ou saídas (n = 2) precisa de apenas uma variável de seleção (m = 1), pela regra
m
n = 2 . Pela análise da tabela-verdade na Figura 5.57, o conteúdo da entrada (E) vai para a saída D0 quando a
variável A = 0 e vai para a saída D1 quando A = 1. Logo, as saídas deste DEMUX são vistas em (5.16) e (5.17).
̅ .E
𝐷0 = A (5.16)
𝐷0 = A . E (5.17)
DEMUX 1 4
Este DEMUX apresenta 2 canais de entrada, A e B, como mostra a Figura 5.58. As suas variáveis de saída
são D0, D1, D2 e D3. Para a transmissão da entrada E à saída D0, basta que AB seja igual a 00 (primeira linha da
tabela-verdade deste DEMUX).
D0
D0
D1
E D1
D2
D3 E
D2
A B D3
A B D0 D1 D2 D3 A B
0 0 E 0 0 0
0 1 0 E 0 0 D0 = A B E D2 = E A B
1 0 0 0 E 0
1 1 0 0 0 E D1 = A B E D3 = E A B
Figura 5.58 – Esquema e tabela-verdade de um DEMUX 1 4.
Exemplo 5.18 (FLOYD, 2007) − Seja o circuito DEMUX 1 4, Figura 5.59a. Verificar para qual terminal
de saída será encaminhado o sinal de entrada, de acordo com os sinais de controle: S0S1 = 01 e S0S1 = 11.
Para S0S1 = 01, o sinal E estará no terminal D2 = E. S̅̅̅0 . S1 = E. 0̅. 1 = E. Esta situação é visível na Figura
5.59b, no intervalo em que S0 = 0 e S1 = 1. Nota-se neste intervalo que somente a variável D2 está em nível alto.
A análise é similar para S0S1 = 11, o que possibilita somente o terminal de saída D3 = E. S0 . S1 a receber o
conteúdo da entrada E. A forma de onda do sinal D3 apresenta nivel alto em 2 intervalos, onde S0 e S1 têm nível
alto (Figura 5.59b).
EF 5.12 – A Figura 5.60 apresenta um esquema de um DEMUX 1 8, com o uso de 3 variáveis de controle.
Verificar a sua tabela-verdade para responder às seguintes questões:
EF 5.13 – Através da associação em série de blocos DEMUX é possível ampliar o seu número de saídas, como se
observa na Figura 5.61 – formação de um DEMUX 1 4, com o uso de blocos DEMUX 1 2.
a) Explicar o funcionamento deste DEMUX.
b) Para o endereço AB = 11, o que ocorre com este DEMUX?
EF 5.14 – Para um demultiplexador de 4 canais como o da Figura 5.61, desenhar na Figura 5.62 as formas de onda
de dos sinais de saída D0, D1, D2 e D3, considerando as formas de onda dos sinais E (entrada de dados) e de
controle, S0 e S1.
E
S0
S1
D0
D1
D2
D3
Figura 5.62.
Sistema DEMUX 1 x 16
4 variáveis de seleção
B C D Bloco 1 x 8
Figura 5.63 – (a) DEMUX 1 8 a partir da associação de 3 DEMUX 1 4.
5.1 – Efetuar a simplificação das seguintes expressões, utilizando o mapa de Karnaugh. Em seguida desenhar o
circuito lógico simplificado para S.
__ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __
a) S = A BC D + A BC D + A BC D + A BC D + A BC D + A BC D + ABC D + ABCD
__ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __
b) S = M N P Q + M N PQ + M NP Q + M NPQ + M N P Q +
__ __ __ __ __
+ M N PQ + MN P Q + MN P Q + MNP Q + MNPQ
Pinagens de CIs
5.2 – Obter um circuito lógico simplificado para a expressão lógica S através do mapa de Karnaugh (ver a Figura
1). Desenhar na Figura 2 o seu esquema prático com os CIs 7404, 7408 e 7432.
̅B
S=A ̅ C̅ D ̅B
̅+A ̅ C̅ D + A
̅B̅CD ̅ B C̅ D + 𝐴 B
̅+A ̅ C̅ Pinagens
̅ +AB
D ̅ C̅ D de 7404
CIs digitais
+ V CC 5V
Pinagens de7404
CIs digitais 7408 7400
7404
GND GND GND
Figura 2.
Sb = ? Sc = ?
Sa = ?
5.4 – Para cada item desta questão, é fornecida a expressão lógica (S) simplificada. Preencher, para cada mapa de
Karnaugh (Figuras 4, 5, 6 e 7) os ‘1s’ correspondentes a cada termo de S.
̅B
(b) S = A ̅ C̅ D ̅CD
̅+ A ̅ + B C̅ + A
̅ C̅
(a) S = B + AC + A
Figura 4.
Figura 5.
Figura 6. Figura 7.
5.5 – A Figura 8 mostra a representação de um sistema digital de 4 variáveis através do mapa de Karnaugh, com
duas quadras preenchidas. As células não preenchidas têm conteúdo binário zero (0).
a) Obter a expressão de saída deste sistema digital.
b) Desenhar o circuito lógico correspondente à expressão do item C C
(a), utilizando somente portas NAND de 2 entradas. B
1 1 1 1
c) Quantos CIs 7404 serão necessários? Ver abaixo a pinagem A
deste circuito integrado.
B
1 1 1 1
A
B
D D D
Figura 9.
5.7 – Dada a Tabela-verdade indicada na Tabela 1, obter a correspondente expressão booleana e construir o seu
circuito lógico.
Pede-se projetar um circuito lógico para o controle deste ar-condicionado, utilizando como ferramenta de
simplificação o mapa de Karnaugh. A variável de saída S deverá receber um sinal de nível lógico alto (‘1’, para
o estado ligado) em qualquer uma das circunstâncias dadas abaixo:
1. A temperatura ultrapassa 78oF, horário do dia está entre 8h e 17h e não é final de semana;
2. A umidade excede 85% e é final de semana;
3. A umidade excede 85%, a temperatura ultrapassa 78º F, e é um dia semanal.
a) A partir da Tabela 3, simplifique a expressão de saída S através do mapa de Karnaugh (Figura 11).
5.12 – Para um circuito multiplex de 32 entradas de dados, qual é o número de variáveis de controle necessárias?
5.14 – Para o projeto de um MUX de 8 canais, quantos blocos de MUX de 2 canais são necessários? Desenhar
o diagrama de blocos completo e descrever a sua operação.
5.15 – Seja o MUX de 16 canais (Figura 12), formado a partir de blocos MUX de 8 canais. Descrever as ligações
efetuadas e a operação deste multiplex.
Figura 12.
5.18 – Desenhar o esquema de um circuito demux de 8 saídas, obtido a partir de circuitos demux de 4 saídas
(expandido).
Figura 14.
Figura 15.
5.20 – Para a ampliação dos canais de saída de um demux, basta ligar as saídas de blocos demux às entradas de
outros blocos demux. Deseja-se obter um demux de 16 canais utilizando circuitos demux de 4 canais. Utilizando
como base o esquema da Figura 15, completar as ligações pendentes e identificar os pinos de entrada (E) e os de
controle (A, B, C e D).
6.1 – Introdução
Os equipamentos eletrônicos, em sua maioria, incluem algum circuito oscilador ou temporizador. A forma
de onda pulsada destes circuitos pode ser quadrada, senoidal, triangular ou dente-de-serra. Para os sistemas
digitais, é utilizada exclusivamente a forma de onda quadrada.
As principais aplicações dos osciladores são – ver Tabela 6.1 (PETRY, 2012):
Neste capítulo será estudado um circuito integrado (CI) muito utilizado em sistemas analógicos e digitais,
o CI 555 (BRAGA, 2015).
O CI 555 (Figura 6.1a) é utilizado em muitas aplicações, principalmente como temporizador. Este
dispositivo foi projetado em 1970 por Hans R. Camenzind, sendo comercializado pela Signetics em 1971 (que
mais tarde foi incorporada pela Philips).
Nomes comerciais: SE555 (invólucro metálico) e NE555 (invólucro DIP, 8 pinos). É também apelidado
"The IC Time Machine"5 ("A Máquina do Tempo num Chip"). A sua pinagem é representada na Figura 6.1b. A
alimentação do CI, conectado em protoboard, é apresentada na Figura 6.2 – fixação do CI 555 em protoboard.
Pela sua simplicidade de uso, baixo custo e estabilidade, este CI continua sendo muito utilizado no mundo
inteiro. Para se ter ideia, a empresa SAMSUNG (Coreia) fabrica aproximadamente 1 bilhão de unidades de CIs
555 por ano.
4 O sinal de clock é um sinal digital que forma uma onda periódica e estabelece os eventos devem acontecer no hardware. A sua frequência
ou taxa é o número de ciclos/segundo. Fonte: http://www.facom.ufms.br/~lianaduenha/sites/default/files/part07a.pdf
5 Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/CI_555
A pinagem deste CI é descrita na Tabela 6.1. A Figura 6.3 mostra o seu diagrama de blocos, onde estão
destacados 3 resistores R de 5 k (daí o nome 555), vistos no diagrama interno, Figura 6.4. Tem-se, além disso,
2 AOPs (amplificadores operacionais comparadores), um FF (flip-flop) e 2 transistores.
O CI 555 possui três modos de operação, de acordo com o pulso produzido em sua saída, como mostra a
Tabela 6.2.
1) Quando v2 (disparo, sinal de TRIGGER) é ligeiramente menor que + VCC/3, o comparador (1) tem saída alta e
reseta o FF (Q = 0), cortando o transistor.
+ Vcc
Descarga
++ VCC Disparador,pino
Disparador, (trigger)
pino22 (trigger)
CC
Disparador, pino 2 (trigger)
Limiar + VCC ++VVCC
CC 33
+ VCC Disparador, pino 2 (trigger)
Controle ++22VVCC 3+ VCC 3
CC 3
+ 2Vcc/3 S Q
+ VCC00 + 22VCC
Disparador, pino 3+ VCC 3
(trigger)
Limiar,
Limiar,pino
pino66
+ 2VCC 3
0
0 + VCC
Limiar, pino36
R Q
+ Vcc/3 Saída 0
0 + 2VCCLimiar,
3 pino
Saída,
Saída,
pino 6
pino33
0
0
Disparador
(trigger) 0
0 Saída,pino
Limiar, pino6 3
Reativador 0
0 Saída, pino 3
RESET
Terra
00 Saída, pino 3
Figura 6.6 – Modo de operação MONOESTÁVEL. Figura 6.7 – Formas de onda do CI 555
em operação monoestável.
O tempo de carga do capacitor depende da constante de tempo RC, a qual controla a largura do pulso de
saída. Através de (6.1) podemos calcular a largura deste pulso, em segundos (ver a Figura 6.8).
W = 1,1 RC (6.1)
t
555
t = 1,1 x RC
Exemplo 6.1 – A Figura 6.9 mostra o esquema de um circuito monoestável prático com o CI 555. O seu
leiaute de montagem em matriz de contatos (probotoard) é visto na Figura 6.10.
No modo de operação astável, a saída do CI 555 nunca fica estável em nenhum dos dois estados possíveis.
Logo, é produzido um trem de pulsos com uma determinada frequência, projetada de acordo com componentes
externos ligados ao CI (dois resistores e um capacitor). O sinal de clock gerado é apresentado na Figura 6.11.
Impulso
de trigger Não é necessário
Saída
Astável
Período T
A Figura 6.12 mostra o diagrama interno do CI 555 e as conexões externas para este modo de operação. O
diagrama simplificado para o modo astável é apresentado na Figura 6.13a. As formas de onda no capacitor (pino
2) e de saída (pino 3) são apresentadas na Figura 6.13b.
6
5
+ 2VCC/3
Saída (vo)
+ VCC/3
(a) (b)
Figura 6.13 – (a) Diagrama interno simplificado e ligações em modo astável. (b) Formas de onda.
Com Q = 0 no FF (Figura 6.13a), o transistor corta e o capacitor se carrega via (RA + RB) – ver a curva vC(t)
apresentada na Figura 6.13b, no intervalo Thigh. O sinal de saída (pino 3) estará em nível alto, i. e., Q = 1 no FF.
O intervalo de tempo em que o sinal de saída está em nível alto é dado por (6.2) – veja novamente na Figura
6.13b, o intervalo Thigh.
Quando a tensão no capacitor supera a tensão no pino 5 o comparador de cima tem saída em nível alto e então
̅ = 0 no pino 3). Com isto o transistor satura e o capacitor se descarrega via RB (o pino 7 é
seta o FF (Q = 1 e Q
aterrado).
1 1 1, 44
f = = (6.5)
T 0, 7( RA + 2 RB )C ( RA + 2 RB )C
1 1
Cálculo da frequência do sinal de saída: f = = 320 Hz.
T 0, 7(7,5k + 2 7,5k )0, 2
15V
15V
vo (pino 3)
10 V vC (pino 2)
10V
10V
5V
5V
5V
Ton Toff
0V
0V
0s
0s 1ms
1ms 2ms
2ms 3ms
3ms 4ms
4ms 5ms
5ms 6ms
6ms 7ms
7ms 8ms
8ms 9ms
9ms 10ms
10ms 11ms
11ms 12ms
12ms 13ms
13ms 14ms 15ms
V(U3:OUTPUT)
V(RB:2)
V(U3:OUTPUT) V(RB:2) Time Time (ms)
T = Ton + Toff
Ciclo de Trabalho (D), ou duty cicle, é a relação entre a largura do pulso e o período T, definida por (6.5). O
fator D pode ser calculado também por (6.6), em função de RA e RB.
Na Figura 6.16a é apresentada uma topologia em modo astável e na Figura 6.16b as formas de onda medidas
em simulação na saída do CI (pino 3) e no capacitor.
(a)
(b)
Figura 6.16 – (a) Circuito astável com o CI 555. (b) Formas de onda: vo e vc (capacitor).
Fonte: http://www.projetostecnologicos.com/Componentes/CIsAnalogicos/555/555.html
Em modo biestável, a saída fica estável em um dos dois estados possíveis – Figura 6.17. A mudança
de estado ocorre na aplicação de um sinal na entrada de “trigger” ou de “RESET”.
̅̅̅̅̅̅̅̅̅, leva a
A Figura 6.18 mostra o esquema do CI 555 no modo biestável. O pino 4, equivalente ao CLEAR
saída (pino 3) ao nível baixo (LOW); deve ser acionado com uma tensão abaixo de 0,4 V.
Entrada
de trigger
Entrada
de RESET
Saída
Biestável
temporização
5k 7
6
Limiar + Descarga
Controle -
2 Vcc / 3 5 S Q
5k FF
3
R Q Saída
Vcc / 3 +
4
-
Disparador 2
(Trigger) Reativador
5k
(RESET)
Terra 1
Para o modo de operação Normal, ligar o pino 4 em + Vcc (para evitar a possibilidade de reinicializações
indesejadas).
As well as the one shot 555 Monostable configuration, we can also produce a Bistable (two stable
states) device with the operation and output of the 555 Bistable being similar to the transistorised one we look
at previously in the Bistable Multivibrators tutorial.
The 555 Bistable is one of the simplest circuits we can build using the 555 timer oscillator chip. This
bistable configuration does not use any RC timing network to produce an output waveform so no equations
are required to calculate the time period of the circuit. Consider the Bistable 555 Timer circuit in Figure 6.19.
Figura 6.20 – Esquema do 555 operando como biestável: indicação de variação de luminosidade.
Quando a luz do ambiente for apagada, a resistência no LDR ficará muito alta (bem maior que os 10k ohms
que ligam o pino 2 ao negativo da fonte). Nesta situação a tensão no resistor do pino 2 cai para menos de 3V, o
que dispara o temporizador, mudando o nível do pino 3 (OUT) para nível lógico ALTO, acionando o diodo LED.
Depois que a luz for acesa, o LED continuará aceso e só apagará se houver um reset (apertando o botão,
que ligará o pino RESET ao polo negativo, ou seja, tensão 0V). O diodo LED neste circuito representa uma carga.
Pode ser substituído por outro circuito ou dispositivo, como por exemplo, um relé (chave elétrica) para acionar
qualquer dispositivo (um alarme, um motor etc.).
O bom funcionamento do circuito depende da luminosidade do ambiente. Os LDRs de 5mm e 7mm
apresentam sensibilidades diferentes à luz. Normalmente o LDR de 7mm é mais sensível. O diodo LED só
acenderá com uma escuridão maior e o seu brilho pode ser alterado através da variação de sua resistência em série.
O desenho no protoboard, na Figura 6.21 mostra um resistor de 47k no lugar do potenciômetro. Pode ser utilizado
um potenciômetro de 100k para ajustar a sensibilidade se necessário.
Material necessário:
Fonte
CC
555
9V
6.1 – As Figuras 1a e 1b mostram o aspecto, a pinagem (DIP 8) e o diagrama interno (simplificado) do CI 555.
Descreva a função de cada pino.
(a) (b)
Figura 1. (a) Aspecto e pinagem do CI 555. (b) Diagrama interno.
Fonte: http://mundoprojetado.com.br/ci-555-o-que-e-e-como-funciona/
6.2 – A Figura 2 mostra o sinal de saída (pino 3) do CI 555 (MALVINO e BATES, 2016).
6.3 – Projetar um sistema (calcular os valores de R e C) onde o CI 555 seja utilizado na operação monoestável,
com largura do pulso para 2 horas (temporizador para manter uma carga ligada por um certo tempo).
6.4 – Projetar um sistema que utilize o CI 555 para monitorar três cargas (uma TV, uma lâmpada e um aparelho
de som), operando por 2 horas cada um, em modo cíclico.
6.5 – Seja o circuito da Figura 3, onde o CI 555 opera no modo astável. As formas de onda nos pinos 6 e 2 são
apresentadas com suas amplitudes na Figura 4. Pede-se:
6.6 – Projetar um sistema utilizando o CI 555 operando de modo astável, onde o período do sinal de saída seja de
10 segundos.
6.7 – Seja o circuito da Figura 5, a qual mostra uma aplicação do CI 555 (verificar as conexões).
Figura 5.
ANEXO I
GUIAS DE
AULAS PRÁTICAS
a) Completar as ligações pendentes no esquema da Figura 1.1 para se obter a função lógica S = A.B.
A +5V
S
B
Tabela 1.1.
A B S R1 R2 Verificação
7408
0 0 0
0 1 0 da tabela-verdade
da função AND.
1 0 0
1 1 1
A B S
R3
0 0
S = A.B 0 1
A B LED1
1 0
Símbolo, tabela-verdade 1 1
e função lógica GND
Figura 1.1 – Circuito para verificação da função AND.
b) Montar no módulo didático o circuito lógico com base no esquema completo da Figura 1.1.
c) Preencher a Tabela 1.1 de acordo com os estados das chaves A e B do módulo didático e do LED ligado à
saída da porta AND utilizada do CI 7408.
* Para esta montagem e as seguintes, efetuadas no módulo didático do laboratório, devem ser observadas as
convenções para os estados das saídas e entradas dos blocos lógicos:
+5V
A
S
B Tabela 1.2
R1 R2 Verificação
A B S
7432
7408
da tabela-verdade
0 0 0 da função OU.
0 1 1
1 0 1 A B S
1 1 1 R3 0 0
0 1
S=A+B A B LED1 1 0
Símbolo, tabela- 1 1
verdade e função GND
lógica Figura 1.2 – Circuito para verificação da função OU.
A +5V
S
B
Tabela 1.3
A B S Verificação da
R1 R2
0 0 1
7400
tabela-verdade da
0 1 1 função NAND.
1 0 1
1 1 0 A B S
0 0
R3 0 1
S = ̅̅̅̅̅̅
A .B 1 0
A B LED1 1 1
Símbolo, tabela-
verdade e função GND
lógica Figura 1.3 – Circuito para verificação da função NAND.
Montagem 4 – Porta EX-NOR de 2 entradas (ou bloco coincidência). CIs: 7486 e 7404.
EXERCÍCIO EXTRA: mostrar que os circuitos lógicos 1 e 2 são equivalentes, ou seja, S1 = S2.
B
C A
C
A B C
+5V
VCC VCC
7408
7432
GND GND
R1
R1
LED2
Figura 2.1.
Um depósito pode armazenar quatro tipos de produtos químicos (A, B, C e D). Devido à natureza dos
produtos torna-se perigoso armazenar num mesmo depósito os produtos B e C, a menos que o produto A esteja
presente. O mesmo ocorre com os produtos C e D.
Projetar um circuito lógico para identificar por um alarme sonoro (S = 1) a presença de uma combinação
perigosa no depósito. Utilizar a Tabela 2.2 para verificar a combinação das variáveis de entrada e saída.
Tabela 2.2 – Controle de materiais.
A B C D S
(alarme) Simplificação e circuito lógico:
3.1 – Introdução
Como parte de um sistema de monitoramento funcional de aeronaves, é necessário um circuito para indicar
o estado do trem de aterrissagem antes do pouso, como mostra a Figura 3.1 (FLOYD, 2007).
O LED verde (LED 2) liga se os três trens de aterrissagem estiverem adequadamente estendidos quando a
chave de redução de velocidade for ativada em preparação para a aterrissagem.
O LED laranja (LED 1) liga se algum dos trens de aterrissagem não for adequadamente estendido antes da
aterrissagem. Quando o trem de aterrissagem está estendido, o seu sensor produz uma tensão de nível BAIXO.
Quando o trem de aterrissagem está retraído, o seu sensor produz uma tensão de nível ALTO.
Figura 3.1 – Esquema do circuito lógico para ativação do pouso de um avião (FLOYD, 2007).
No espaço da Figura 3.2 deverá ser redesenhado o esquema do circuito lógico da Figura 1, com portas
lógicas de 2 entradas. Neste esquema os diodos LED 1 e 2 devem ser ativados em nível alto.
Tabela 3.1 – Tabela-verdade do Circuito digital para monitoramento de trens de pouso de um avião.
Entradas (sensores) Saída 1 Saída 2
S1 S2 S3 N (não aterrisar) A (aterrisagem ok)
0 0 0
0 0 1
0 1 0
0 1 1
1 0 0
1 0 1
1 1 0
1 1 1
3.2.1 – Montar o circuito lógico deste sistema, com portas lógicas de 2 entradas e verificar a sua operação,
preenchendo a Tabela 3.1. Consultar as pinagens dos CIs através da Figura 3.3.
3.2.2 – A Figura 3.4 mostra a equivalência entre blocos lógicos. Explicar como se pode obter um bloco lógico
equivalente a uma porta OU.
Referências Bibliográficas
[1] FLOYD, T. Sistemas Digitais: fundamentos e aplicações. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. ISBN 978-
85-7780-107-7.
4.1 – Introdução
Em uma planta de um processo químico, uma substância química na forma líquida é usada para
um processo industrial (Figura 4.1). Esta substância é armazenada em três tanques diferentes, A, B e C.
Um sensor de nível em cada tanque produz uma tensão de nível ALTO, quando o nível do líquido cai
abaixo de um ponto especificado (nível mínimo). Exemplo: A = 0, nível acima do mínimo; A = 1, nível
abaixo do mínimo. Veja os estados lógicos possíveis para as variáveis A, B e C na tabela-verdade da
Tabela 4.1.
Circuito
Circuito S Indicador de
Lógico
lógico nível baixo
Tabela 4.1.
A B C S
0 0 0
0 0 1
0 1 0
0 1 1
1 0 0
1 0 1
1 1 0
1 1 1
O objetivo desta aula é projetar um circuito de controle digital onde a variável de saída S indique
quando o nível em pelo menos dois tanques se encontra abaixo do nível mínimo.
AB
C 00 01 11 10
1
Expressão de saída: S =
Figura 4.2.
4.2 − COMENTÁRIOS
4.3 − PROJETO
5.1 – INTRODUÇÃO
A função básica de um comparador é comparar as magnitudes de dois números binários para determinar
a relação comparativa entre eles.
Na Figura 5.1 têm-se o diagrama de blocos e a tabela-verdade de um comparador digital de 1 bit. Desta
tabela se obtém as funções lógicas nas saídas S1, S2 e S3.
S1 S2 S3
A B
A>B A=B A<B
S1S1 A > B → AB
AA 0 0 0 1 0
COMPARADOR
DIGITAL
S2S2 0 1 0 0 1 A= B → AB
BB S3S3
1 0 1 0 0 A < B → AB
1 1 0 1 0
A Figura 5.2 apresenta o esquema para a montagem de um comparador CI 7404 – Função NOT
digital de 1 bit.
A B
5.2 – MONTAGEM
a) EFETUAR A MONTAGEM do circuito da Figura 5.2 em protoboard e verificar
o seu funcionamento.
b) Criar e descrever em poucas palavras um processo onde este circuito possa
ser utilizado.
A Figura 5.3 apresenta o esquema para se obter um circuito que compara a magnitude de duas palavras, A
e B, de dois bits cada uma (entradas). As saídas do circuito têm seus estados lógicos de acordo com as entradas,
como mostra a Tabela 5.1.
Figura 5.3 – Esquema para um circuito do comparador digital de dois números de 2 bits.
A1 A0 B1 B0
A>B
A=B
A<B
Figura 5.4 – Esquema para um circuito do comparador digital de dois números de 2 bits.
6.1 – Introdução
1) Efetuar a montagem e verificar o funcionamento do multiplexador 2 x 1 (Figura 6.1) com o uso de portas
NAND universais (CI 7400). Utilizar como base para a montagem o circuito da Figura 6.2.
MUX 2 x 1
I0
S
I1
A
MUX de 4 canais a partir
Figurade
6.1blocos MUXbásico
– Esquema 2 x 1.do
Base: Figuras 15 e 16.
MUX 2 x 1.
Usar somente portas NAND universais (7400).
a) Como ficaria o circuito de um MUX 2 x 1 com o uso exclusivo de portas lógicas NOR de 2 entradas? Desenhe a seguir o
esquema do circuito.
b) O circuito da Figura 6.4 usa três multiplexadores de duas entradas (TOCCI, WIDMER e MOSS, 2011). Qual
é a função desempenhada por esse circuito?
7.1 – INTRODUÇÃO
Em um processo industrial são acionados 4 motores elétricos, cujas potências estão indicadas na Tabela
7.1. Estes motores são alimentados pelo mesmo quadro de comando, conforme ilustra a Figura 7.1. O disjuntor
geral do quadro foi dimensionado para uma demanda máxima, em regime contínuo, de 400 HP
Disjuntor
Rede
CA
D
K1 K2 K3 K4
Circuito S
Lógico M1 M2 M3 M4
Figura 7.1.
a) Projetar o circuito lógico para o desligamento do disjuntor, caso a demanda máxima seja ultrapassada.
Montar o circuito lógico obtido no item anterior. Utilizar a sua saída S para escrever o número 4 em um
display de 7 segmentos (ver a Figura 7.2), na situação de sobrecarga (Ptotal > 400 HP).
Adaptador do kit
A
0V 1
B
0V 2
C
S D
4
0V 8 Display 2 do kit
Levar a saída S do circuito lógico ao pino 4 do adaptador do display 2 do kit de Sistemas Digitais, como
indicado na Figura 7.2. Os outros pinos (1, 2 e 8) devem ficar sem conexão.
Com S = 1 será indicado o número 4 no display. Os quatro displays do modo indicarão 0400, como mostra
a Figura 7.3. Esta indicação comprova que foi ultrapassada a potência de 400 HP no quadro de motores.
COMENTÁRIOS:
Fonte: http://www.dpi.inpe.br/~carlos/Academicos/Cursos/ArqComp/aula_5bn1.html
Mapas de Karnaugh
Tabela-verdade:
A B f
0 0 m0
0 1 m1
1 0 m2
1 1 m3
Exemplo de transferência direta de uma tabela-verdade para um mapa de Karnaugh (FLOYD, 2007):
Bibliografia
BARANAUSKAS, J. A. Departamento de Computação e Matemática - USP - Campus Ribeirão Preto. Teaching
Material - Funções Lógicas e Portas Lógicas, 2012.
Disponivel em: http://dcm.ffclrp.usp.br/~augusto/teaching/aba/AB-Funcoes-Logicas-Portas-Logicas.pdf. Acesso
em: 23 mai. 2019.
BOYLESTAD, R. L.; NASHELSKY, L. Dispositivos Eletrônicos e Teoria de Circuitos. 8ª. ed. São Paulo:
Pearson Prentice-Hall, 2004.
DIAGO, R.; MOREIRA, V.; HORTA, E. Eletrônica: eletrônica digital. São Paulo: Fundação Padre Anchieta,
2011.
FAMBRINI, F. Microcontroladores PIC - Aula 4: conversores AD e PWM, São Paulo, 27 jun. 2015. Disponivel
em: <https://pt.slideshare.net/ffambrini/aula-4-conversor-ad-e-pwm>. Acesso em: 27 junho 2015.
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