Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
As Escrituras nos exortam repetidas vezes a abraçar o que é conhecido como "a
doutrina da imitação de Cristo". Paulo é um grande disseminador dessa ideia, como
vemos em suas palavras: "Peço-lhes, portanto, que sejam meus imitadores" (1Co
4.11). "Queridos irmãos, sigam o meu exemplo e observem aqueles que vivem de
acordo com o padrão que lhes mostramos" (Fp 3.17). "Sede meus imitadores, como
também eu o sou de Cristo." (1Co 11.1).
Como SIB, desejamos acima de tudo ser uma representação viva dos anseios
apostólicos. Queremos ter as mesmas ambições, desejos, esperanças e expectativas
do saudoso apostolo. Para isso, examinaremos brevemente essa passagem em
Filipenses, na qual Paulo revela suas elevadas ambições em duas dimensões de sua
espiritualidade: sua relação com Cristo (a verticalidade da espiritualidade) e suas
ambições em relação à igreja (a horizontalidade da espiritualidade). Nosso
objetivo aqui é identificar essas ambições e aplicá-las em nossos corações, pedindo
ao Espírito de Deus que substitua nossas ambições pecaminosas por ambições
espirituais santas, assim como as do apóstolo da Graça. Queremos ambicionar o
mesmo que Paulo!
Introdução: A verticalidade da ambição de Paulo
“Minha ardente expectativa e esperança” v.20a
É esse tipo de ambição que está por trás das grandes conquistas humanas, o
impulso por trás das descobertas científicas, o fogo que alimenta os ganhadores do
Prêmio Nobel, a verdadeira motivação por trás das revoluções políticas, a obsessão
pela excelência artística, ou seja, a ambição pelo prestígio humano, a busca
incessante pela glória humana.
No entanto, Paulo está munido de uma ambição que segue uma direção oposta a
tudo isso. Ele é impulsionado por uma ambição descentralizada. Uma ambição
voltada para a glória de outro, a distinção de outro, a fama de outro, o prestígio de
outro. É uma expectativa ardente e uma esperança de que Cristo seja glorificado,
tanto em sua vida como em sua morte. Trata-se de uma ambição resgatada,
reordenada e santificada para desejar ardentemente a Cristo sobre todas as coisas.
A principal ambição de Paulo é a glorificação de Cristo:
(v.20-21)
Minha ardente expectativa e esperança é que em nada serei envergonhado, mas que,
com toda a ousadia, como sempre, também agora, Cristo será engrandecido no meu
corpo, quer pela vida, quer pela morte. Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é
lucro.
Cristo glorificado é a principal ambição de Paulo. Ele deseja que isso aconteça,
quer pela vida, quer pela morte. Sua missão, em sua vida e em sua morte, é
magnificar a Cristo - mostrar que Cristo é sublime, glorificar a Cristo e revelar Sua
grandeza. Essa é sua ambição fervorosa. Mas como isso se manifesta? A resposta
está no versículo 21.
Esse é o nível de ambição pela glória de Cristo que precisamos cultivar. É um nível
de ambição em que, mesmo que a morte nos tire tudo o que amamos, ainda
consideramos isso como lucro se isso for o meio para desfrutar eternamente do
Filho de Deus.
Assim, a questão que Paulo coloca é que tanto a vida quanto a morte, para o
cristão, são atos de adoração - tanto a vida quanto a morte exaltam e magnificam a
Cristo, revelando e expressando Sua grandeza - quando são fruto de uma
experiência interna de considerar Cristo como lucro. Cristo é louvado na morte
quando O valorizamos mais do que a própria vida. E Cristo é mais glorificado em
nossa vida quando encontramos nossa satisfação Nele acima de qualquer outra
coisa desta vida.
O ponto comum entre viver e morrer é que Cristo é o tesouro supremo que
possuímos, independentemente de estarmos vivos ou mortos. Cristo é louvado ao
ser desejado. Ele é magnificado como um tesouro glorioso quando se torna a nossa
maior fonte de prazer!
Aplicação:
Em seu devocional clássico, "A Vida de Deus na Alma Humana", Henry Scougal
descreve a vida daqueles que fizeram da glória de Cristo sua santa ambição:
O fato de todos vocês terem vindo para nossa igreja, para caminhar conosco, é
porque desejam algo a mais, algo além de shows com cantores famosos em
estádios lotados com 50 mil jovens. E eu digo a vocês que esse algo a mais é a
glória do bendito Cristo, somente isso. Essa mesma glória que esses ministérios
neopentecostais estavam privando vocês, oferecendo outras ambições acima dela:
prestígio ministerial, prosperidade financeira, uma catarse sentimental,
visibilidade, satisfação na performance pseudo-religiosa. Dando, assim, um outro
propósito ao evangelho que não este: encontrar satisfação somente em Cristo.
Paulo, em seguida, revela sua ambição que o faz manter vivo neste mundo. Ele
abre seu coração sobre a razão pela qual ainda não está com Cristo. Ele revela sua
ambição existencial como ser humano aqui na terra. Ele chegou à conclusão de que
"permanecer com todos vocês" resultará em "algum trabalho frutífero".
Aplicação 2:
Alguns aqui foram feridos por instituições que se dizem igreja de diversas formas
quando o assunto é o serviço a Deus. Feridos por um trabalho quase escravo,
feridos pelas pressões de resultados, pelas metas, pelos ativismos desenfreados, por
eventos vazios e sem noção que sobrecarregava a sua agenda.
Hoje, pode ser que seja difícil pensar sobre servir a Deus numa comunidade local
depois de tanta pancada. Talvez esse medo te paralise e te deixe apático quanto a
esse tópico. Sabemos também, que a raiz desse problema era o estado do coração
nesse serviço, um coração misturado de desejos de agradar a Deus e ao mesmo
temo servir a um império pessoal, seja o seu próprio, seja ao do Aluízio.
No entanto, uma vez saciados pela glória de Cristo, que vocês desejem saciar a
outros com essa mesma glória, que vocês redescubram o privilégio de serem
cooperadores da alegria de outros. Vocês eram cooperadores da idolatria. Paulo,
agora, te chama para ser cooperador da alegria que se encontra em Cristo. É a
alegria em Deus que será o combustível para fazer vocês literalmente “entregar as
vossas vidas como sacrifício vivo” como Paulo fez em favor das igrejas da Ásia.
Mas não entenda entregar as vossas vidas da maneira doentia e idolátrica como se
entende “consagração na Videira”. Até porque, aqui cremos, que cuidar do lar,
discipular os filhos, amar a esposa é “entregar a vida em favor da igreja”.
Essa era a ambição de Paulo: “Mas, por causa de vocês, é mais necessário que eu
continue a viver. E, convencido disto, estou certo de que ficarei e permanecerei
com todos vocês, para que progridam e tenham alegria na fé.”
Agora, a questão que se resta é: que “trabalho frutífero” você pode ambicionar aqui
na SIB? Quero oferecer pelo menos 6 ambições de “trabalho frutífero” aqui.