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As Ambições Apostólicas

Reordenando as ambições do coração


calibrando-as com a glória de Cristo.
Filipenses 1.20-26

Filipenses 1.20-26 Minha ardente expectativa e esperança é que em nada serei


envergonhado, mas que, com toda a ousadia, como sempre, também agora, Cristo
será engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte. Porque para mim
o viver é Cristo, e o morrer é lucro.  Entretanto, se eu continuar vivendo, poderei
ainda fazer algum trabalho frutífero. Assim, não sei o que devo escolher. Estou
cercado pelos dois lados, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é
incomparavelmente melhor.  Mas, por causa de vocês, é mais necessário que eu
continue a viver. E, convencido disto, estou certo de que ficarei e permanecerei com
todos vocês, para que progridam e tenham alegria na fé. Desse modo, vocês terão
mais motivo para se gloriarem em Cristo Jesus por minha causa, pela minha
presença, de novo, no meio de vocês.

As Escrituras nos exortam repetidas vezes a abraçar o que é conhecido como "a
doutrina da imitação de Cristo". Paulo é um grande disseminador dessa ideia, como
vemos em suas palavras: "Peço-lhes, portanto, que sejam meus imitadores" (1Co
4.11). "Queridos irmãos, sigam o meu exemplo e observem aqueles que vivem de
acordo com o padrão que lhes mostramos" (Fp 3.17). "Sede meus imitadores, como
também eu o sou de Cristo." (1Co 11.1).

Como SIB, desejamos acima de tudo ser uma representação viva dos anseios
apostólicos. Queremos ter as mesmas ambições, desejos, esperanças e expectativas
do saudoso apostolo. Para isso, examinaremos brevemente essa passagem em
Filipenses, na qual Paulo revela suas elevadas ambições em duas dimensões de sua
espiritualidade: sua relação com Cristo (a verticalidade da espiritualidade) e suas
ambições em relação à igreja (a horizontalidade da espiritualidade). Nosso
objetivo aqui é identificar essas ambições e aplicá-las em nossos corações, pedindo
ao Espírito de Deus que substitua nossas ambições pecaminosas por ambições
espirituais santas, assim como as do apóstolo da Graça. Queremos ambicionar o
mesmo que Paulo!
Introdução: A verticalidade da ambição de Paulo
“Minha ardente expectativa e esperança” v.20a

Observe a expressão "ardente expectativa e esperança". O significado dessa


expressão revela que o que Paulo está prestes a dizer são valores que o consomem
interiormente, é a sua paixão fervorosa! São ambições e desejos que o movem
intensamente. No entanto, veremos que esse desejo do Apóstolo é contrário aos
anseios naturais do coração humano. John Adams, o segundo presidente dos
Estados Unidos da América, captou de forma brilhante a ambição do coração
humano.
"Todos nós temos uma paixão natural por sermos distintos,
somos profundamente impulsionados pelo desejo de sermos
vistos, ouvidos, comentados, aprovados e respeitados. Queremos
ser os primeiros onde quer que estejamos, sermos únicos,
exclusivos."

É esse tipo de ambição que está por trás das grandes conquistas humanas, o
impulso por trás das descobertas científicas, o fogo que alimenta os ganhadores do
Prêmio Nobel, a verdadeira motivação por trás das revoluções políticas, a obsessão
pela excelência artística, ou seja, a ambição pelo prestígio humano, a busca
incessante pela glória humana.

No entanto, Paulo está munido de uma ambição que segue uma direção oposta a
tudo isso. Ele é impulsionado por uma ambição descentralizada. Uma ambição
voltada para a glória de outro, a distinção de outro, a fama de outro, o prestígio de
outro. É uma expectativa ardente e uma esperança de que Cristo seja glorificado,
tanto em sua vida como em sua morte. Trata-se de uma ambição resgatada,
reordenada e santificada para desejar ardentemente a Cristo sobre todas as coisas.
A principal ambição de Paulo é a glorificação de Cristo:
(v.20-21)

Minha ardente expectativa e esperança é que em nada serei envergonhado, mas que,
com toda a ousadia, como sempre, também agora, Cristo será engrandecido no meu
corpo, quer pela vida, quer pela morte. Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é
lucro.

Cristo glorificado é a principal ambição de Paulo. Ele deseja que isso aconteça,
quer pela vida, quer pela morte. Sua missão, em sua vida e em sua morte, é
magnificar a Cristo - mostrar que Cristo é sublime, glorificar a Cristo e revelar Sua
grandeza. Essa é sua ambição fervorosa. Mas como isso se manifesta? A resposta
está no versículo 21.

Observe como "viver" e "morrer" no versículo 21 correspondem a "vida" e "morte"


no versículo 20. A conexão entre os dois versículos é que o versículo 21 revela a
base para magnificar a Cristo tanto na vida quanto na morte. Para Paulo, Cristo só
é engrandecido quando “o viver é Cristo” e quando “o morrer é lucro.” Agora, o
que significa isso na prática?

O que significa glorificar Cristo na morte?

Significa que Cristo só será exaltado em minha morte se eu considerar a morte


como lucro. Se você deseja glorificar a Deus em sua morte, deve encarar a morte
como um benefício. Isso implica que Cristo deve ser sua recompensa, seu tesouro,
sua fonte de prazer. Ele deve ser uma satisfação tão profunda que, quando a morte
levar tudo o que você ama, mas lhe concede mais de Cristo, você considere isso
como ganho. É quando você encontra contentamento em Cristo mesmo diante
morte, que Ele é glorificado em sua morte.

Esse é o nível de ambição pela glória de Cristo que precisamos cultivar. É um nível
de ambição em que, mesmo que a morte nos tire tudo o que amamos, ainda
consideramos isso como lucro se isso for o meio para desfrutar eternamente do
Filho de Deus.

O que significa glorificar Cristo na vida?

Segundo Paulo, glorificamos a Cristo em nossa vida quando O experimentamos


como nosso tesouro supremo. É isso que ele quer dizer no versículo 21 quando
declara: "Para mim, viver é Cristo". Temos conhecimento disso porque em
Filipenses 3:8, Paulo diz: "Considero tudo como perda, comparado com a suprema
grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem perdi todas as
coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar a Cristo". Portanto, Cristo
é glorificado em nossa vida quando consideramos todas as conquistas da vida
como perda diante da glória de Cristo.

Assim, a questão que Paulo coloca é que tanto a vida quanto a morte, para o
cristão, são atos de adoração - tanto a vida quanto a morte exaltam e magnificam a
Cristo, revelando e expressando Sua grandeza - quando são fruto de uma
experiência interna de considerar Cristo como lucro. Cristo é louvado na morte
quando O valorizamos mais do que a própria vida. E Cristo é mais glorificado em
nossa vida quando encontramos nossa satisfação Nele acima de qualquer outra
coisa desta vida.

O ponto comum entre viver e morrer é que Cristo é o tesouro supremo que
possuímos, independentemente de estarmos vivos ou mortos. Cristo é louvado ao
ser desejado. Ele é magnificado como um tesouro glorioso quando se torna a nossa
maior fonte de prazer!

Aplicação:

Portanto, essa é a ambição de Paulo: magnificá-Lo! E essa é a ambição da nossa


igreja. Essa é a paixão que nos impulsiona em tudo que fazemos. É isso que nos
move aqui. Essa é a pedra angular sobre a qual construímos tudo, como igreja, aqui
na SIB. A ambição pela glória de Cristo é a mãe de todas as nossas outras
ambições. Todo desejo de servir o corpo de Cristo surge desse abençoado desejo
de espalhar esse doce deleite no Tesouro Supremo.

Em seu devocional clássico, "A Vida de Deus na Alma Humana", Henry Scougal
descreve a vida daqueles que fizeram da glória de Cristo sua santa ambição:

"Aquele que, com uma ambição generosa e santa, levanta seus


olhos para aquela beleza e bondade não criada e aí fixa seus
afetos, é de uma estirpe de espírito diferente, de um
temperamento mais excelente e heroico do que o restante do
mundo."

Que Cristo seja a nossa ambição mais profunda e intensa!

O fato de todos vocês terem vindo para nossa igreja, para caminhar conosco, é
porque desejam algo a mais, algo além de shows com cantores famosos em
estádios lotados com 50 mil jovens. E eu digo a vocês que esse algo a mais é a
glória do bendito Cristo, somente isso. Essa mesma glória que esses ministérios
neopentecostais estavam privando vocês, oferecendo outras ambições acima dela:
prestígio ministerial, prosperidade financeira, uma catarse sentimental,
visibilidade, satisfação na performance pseudo-religiosa. Dando, assim, um outro
propósito ao evangelho que não este: encontrar satisfação somente em Cristo.

Portanto, tenham a mesma ambição de Paulo, que encontrou maior prazer em


Cristo em sua vida do que em todas as suas conquistas como judeu. Que encontrou
maior prazer em Cristo na morte, considerando-a como lucro.

A glória de Cristo é a sua ambição? Deixe essa pergunta ecoar em seu


envolvimento aqui na igreja, começando pelo curso de membresia, passando pela
sua devoção pessoal, pela sua presença assídua nos cultos (os cultos da manhã e da
noite na SIB são diferentes, não são iguais). Como está sua dieta espiritual? Cristo,
o tesouro supremo, é verdadeiramente a sua ambição?

3. A ambição de ser cooperador da alegria do povo de Deus. A


horizontalidade da ambição de Paulo. (v.22-26)

Entretanto, se eu continuar vivendo, poderei ainda fazer algum trabalho frutífero.


Assim, não sei o que devo escolher. Estou cercado pelos dois lados, tendo o desejo de
partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. Mas, por causa de
vocês, é mais necessário que eu continue a viver. E, convencido disto, estou certo de
que ficarei e permanecerei com todos vocês, para que progridam e tenham alegria na
fé. Desse modo, vocês terão mais motivo para se gloriarem em Cristo Jesus por minha
causa, pela minha presença, de novo, no meio de vocês.

Paulo, em seguida, revela sua ambição que o faz manter vivo neste mundo. Ele
abre seu coração sobre a razão pela qual ainda não está com Cristo. Ele revela sua
ambição existencial como ser humano aqui na terra. Ele chegou à conclusão de que
"permanecer com todos vocês" resultará em "algum trabalho frutífero".

Esse "trabalho frutífero" significa em sua essência ser um colaborador da alegria


dos irmãos de alguma forma. A essência do serviço cristão é fazer com que o povo
de Deus "progrida e se alegre na fé". Essa era a profunda ambição de Paulo, além
da ambição pela glória de Cristo, que o levou a fazer tanto pela fé cristã. Sua
missão, naquele momento, era espalhar a alegria que derivava de sua paixão pela
supremacia de Cristo sobre todas as coisas; derramando tudo isso sobre o povo de
Deus que se encontrava na Ásia menor. Da mesma forma, somos chamados por
Deus a termos a mesma ambição de Paulo: Enxergar a vida com o único propósito
de ajudar outros a chegarem a plena alegria em Cristo Jesus. Era assim que Paulo
via sua vida. Se não fosse isso, para Paulo, não haveria mais razão de existir. Será
que partilhamos de tal visão? Será que é nesses termos que definimos “propósito
de vida”?
Somos chamados para sermos colaboradores da alegria dos eleitos. Estamos vivos
hoje com o propósito abençoado de fazer com que os santos "progridam, se
alegrem na fé e se gloriem em Cristo".

Paulo via seu ministério como colaborador da alegria da igreja. Em 2 Coríntios


1:24, ele diz: "...somos colaboradores da alegria de vocês.” Quero convidá-los a
enxergar a vida da mesma maneira. Você pode ter o mesmíssimo privilégio de
dizer as mesmas palavras de Paulo quando se referir ao seu serviço na igreja local:
sou um colaborador da alegria dos meus irmãos.

Aplicação 2:

Alguns aqui foram feridos por instituições que se dizem igreja de diversas formas
quando o assunto é o serviço a Deus. Feridos por um trabalho quase escravo,
feridos pelas pressões de resultados, pelas metas, pelos ativismos desenfreados, por
eventos vazios e sem noção que sobrecarregava a sua agenda.

Hoje, pode ser que seja difícil pensar sobre servir a Deus numa comunidade local
depois de tanta pancada. Talvez esse medo te paralise e te deixe apático quanto a
esse tópico. Sabemos também, que a raiz desse problema era o estado do coração
nesse serviço, um coração misturado de desejos de agradar a Deus e ao mesmo
temo servir a um império pessoal, seja o seu próprio, seja ao do Aluízio.

No entanto, uma vez saciados pela glória de Cristo, que vocês desejem saciar a
outros com essa mesma glória, que vocês redescubram o privilégio de serem
cooperadores da alegria de outros. Vocês eram cooperadores da idolatria. Paulo,
agora, te chama para ser cooperador da alegria que se encontra em Cristo. É a
alegria em Deus que será o combustível para fazer vocês literalmente “entregar as
vossas vidas como sacrifício vivo” como Paulo fez em favor das igrejas da Ásia.
Mas não entenda entregar as vossas vidas da maneira doentia e idolátrica como se
entende “consagração na Videira”. Até porque, aqui cremos, que cuidar do lar,
discipular os filhos, amar a esposa é “entregar a vida em favor da igreja”.

Essa era a ambição de Paulo: “Mas, por causa de vocês, é mais necessário que eu
continue a viver.  E, convencido disto, estou certo de que ficarei e permanecerei
com todos vocês, para que progridam e tenham alegria na fé.”

Agora, a questão que se resta é: que “trabalho frutífero” você pode ambicionar aqui
na SIB? Quero oferecer pelo menos 6 ambições de “trabalho frutífero” aqui.

(Destrinchar aqui conforme conversado no telefone com o pastor Leandro: A


questão da membresia da igreja: Somos todos sacerdotes? Os níveis do ministério
da palavra.)

1. Aconselhamento Bíblico (Discipulado) – Vida na Vida.


2. TeoKids
3. Escola Bíblica Dominical
4. Time de Mídia da Igreja
5. Ministério de Música.
6. Ministério Pastoral

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