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Quilombo do Cafundó

A Comunidade Quilombola do Cafundó existe oficialmente desde pelo menos 1888,


quando o casal Joaquim Congo e Ricarda possivelmente herdaram as terras do seu
senhor após ganharem a alforria do mesmo. Desde então, até hoje as terras são
habitadas por seus descendentes. Está localizada na área rural de Salto de
Pirapora, a 12 km do centro

A Comunidade Quilombola do Cafundó teve destaque no final dos anos 70 devido


ao fato de que praticamente todas as pessoas falarem algumas expressões
derivadas do Banto, conhecidas por cupópia, que significa conversa. Atualmente
recebe visitantes através de agendamento prévio e tem desenvolvido atividades
turísticas que auxiliam na preservação histórico-cultural da comunidade.
O local possui uma excelente infraestrutura receptiva e conta com centro de
visitantes, loja de artesanato, pousada, restaurante, área de plantio de hortifruti
orgânico, Capela de Santa Cruz e o Centro da Memória.

Idioma
Cupópia, é o seu segundo idioma falado a ser falado lá, é um dialeto africano vindo
da Angola e apesar de não ser mais falado lá, o Quilombo do Cafundó manteve este
idioma.
Democracia
com o passar do tempo as terras começaram a serem perdidas por serem
ocupadas por grileiros e ficando com apenas a via de casa
O Cafundó foi reconhecido através da fundação Instituto de Terras do Estado de
São Paulo o ITESP como comunidade quilombola em 1999.

Incra - Instituto Nacional de Colonização e reforma Agrária


Responsável pela execução da reforma agrária, mas ele também é o órgão
responsável pelo gerenciamento da malha fundiária e pela regulação dos territórios
quilombolas.
Em 2005 o Cafundó foi uma das comunidades que quando o Presidente Lula
assinou o decreto de desapropriação do Estado de São Paulo, apenas o Cafundó e
a comunidade de Brotas receberam.
Em 2010 eles correram novamente até o INCRA e acabaram descobrindo que
estava tudo em pastas arquivadas mesmo eles correndo atrás eles descobriram
que algumas áreas não estavam dentro do processo. Mesmo assim eles ocuparam
a área e começaram a chamar a imprensa e há pressionar o INCRA e no ITESP
(Instituto de Terras do Estado de São Paulo) até eles darem a intitulação da área
Apenas em 2012 eles conseguiram a concessão de uso e quase perderam isso por
não saberem como funcionava esse processo
Terras
A terra recebida por eles possuía 218 hectares que foram divididos em 4 glebas.
Mas com o tempo essas terras foram desapropriadas, griladas e invadidas por
fazendeiros deixando apenas uma pequena porcentagem para os legítimos donos.
As terras eram alvo de invasores desde 1970 causando conflitos e morte entre
ambas as partes, em 1972 Otavio Caetano iniciou uma ação para reconquistar as
terras. E só em 1976 a comunidade teve reconhecimento de posses de 21 hectares
(o que não é suficiente para os moradores).
Educação
Antigamente o acesso a escola, para as crianças era muito difícil, além delas terem
que ir até muito longe para pegar o ônibus. Quando chovia nessas terras, o ônibus
muitas vezes acabava entalando, então essas crianças ficavam para poder ajudar
na agricultura. Já hoje o governo disponibiliza os materiais necessários para as
crianças.
Saúde
Eles possuem um antigo conhecimento com cura, terras, passadas de geração,
mesmo assim não há um médico na comunidade.
Já agora eles não tem tanto problema em relação à saúde já que eles tem plano de
saúde. Mas quando o caso é um pouco grave eles vão até a cidade, em alguns
casos o governo INCRA deixa de fazer os acompanhamentos
● E a Vacinação?

Religião
No Quilombo do Cafundó possui uma capela de extrema importância (suas crenças
são: católico, candomblé, umbanda e Quimbanda), eles possuem fotos antigas dos
falecidos na comunidade.
Festa da Santa Cruz
Uma tradição de mais de 150 anos, que simboliza a manutenção da cultura local e a
possibilidade de sustentabilidade para uma comunidade que luta contra invasores.

A Capela da Santa Cruz é a construção mais antiga da comunidade. Ela já teve as


paredes e o telhado reformados, mas a posição dela e do altar sempre foi no
mesmo local.
Conforme conta Antônio, a capela foi construída pelo fazendeiro que era dono do
local para a catequização dos escravos. “Dentro da capela dá para a gente perceber
toda essa mistura que tem do catolicismo com as religiões de matriz africana.”
Todo ano é realizada a Festa da Santa Cruz no dia 31 de maio. A tradição é mantida
na comunidade desde a época da abolição.
Abayomi
Também conhecida como amuleto da sorte, a boneca era feita de pedaços de
panos, como saias. Era considerada também um laço entre mães e filhas que eram
separadas, assim muitas conseguem se reencontrar.
Jongo
O jongo era usado como canto de trabalho e dança, mas, sobretudo, era uma
mensagem codificada para que os negros pudessem se comunicar.

Através do Jongo os quilombolas contam sua história, e também atraem a o povo


adolescente.

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