Sua sobrevivência, à custa de perseguições, massacres e de um
peculiar processo polarizado de evangelização onde, de um lado portugueses católicos e, do outro, os holandeses protestantes. História A tribo Potiguara é uma das diversas etnias indígenas que habitam o Brasil. Eles são originários da região Nordeste do país, especificamente do litoral que se estende do atual estado da Paraíba até o Rio Grande do Norte. Historicamente, os Potiguaras eram uma tribo guerreira que habitava a região costeira do Nordeste brasileiro. Eles possuíam uma cultura rica e desenvolvida, com crenças religiosas próprias e um sistema social bem estruturado. História Os Potiguara (termo tupi que significa comedores de camarão) fazem parte da família linguística Tupi Guarani e habitavam toda a costa da Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Maranhão. Estima-se que sua população chegava a cem mil pessoas, até a aparição dos portugueses, em 1500. No começo, os conflitos eram raros; mas, com o tempo, os indígenas sentiram o uso de suas terras ameaçado e reagiram com força. História Ao longo dos séculos XVI e XVII, os nativos resistiram ao projeto de colonização lusitano. Aliaram-se, primeiro, aos franceses; depois, aos holandeses. Quando estes foram expulsos do Brasil, em 1654, a retaliação veio, e grande parte de sua população sumiu do mapa, apesar da Lei Régia de 1548, determinando que se dessem aos índios bons tratos. Mesmo com leis que tentavam "garantir" o direito dos indígenas, na prática, eles estavam largados à própria sorte, mas se mantiveram, com alguma tranquilidade, no litoral norte da Paraíba, entre os rios Camaratuba e Mamanguape. História No início do século XX, quando viviam relativamente estabilizados em suas terras, mesmo sem a homologação das demarcações, o território potiguara foi, mais uma vez, usurpado por invasores. Primeiro, com a construção da Companhia de Tecidos Rio Tinto, da família de imigrantes suecos Lundgren, onde ocorreram grandes desmatamentos. Depois, na décadade 70, uma monocultura das usinas de álcool, invadiu e cercou o território deles. História Os potiguaras, então foram à luta pelos seus direitos. As armas, dessa vez, seriam a base de argumentos e convicções. Organizaram-se e buscaram reconhecimento. Em 1991, finalmente, a primeira demarcação da Terra Indígena Potiguara foi concluída, delimitando-se um território de 21.238 hectares. Próximo à barra do rio Guaju, na Vila do Sagi, no Rio Grande do Norte, a aldeia Trabanda, onde vivem 103 famílias, sequer teve seus 75 hectares de terras demarcados. O núcleo representa o último remanescente dos índios potiguaras no Estado, onde, quem nasce nele, é chamado de potiguar. Cultura da tribo
expressões culturais tradicionais (o ritual do toré, a língua tupi, as
pinturas corporais, produção de livros e vídeos, etc.). Cultura Os potiguaras desenvolvem agricultura de subsistência de culturas como o mandioca, inhame, milho, feijão, praticam a pesca artesanal, no mar e nos manguezais, e criam camarões.
Rituais, pinturas, tatuagens e artesanato ainda fazem
parte da cultura da aldeia indígena Potiguara.
O Toré é um ritual sagrado, dançado em três círculos
sobrepostos com as crianças no meio, para comemorar uma colheita, uma conquista, ou homenagens em dias de luto. Cultura A pintura deles é uma de suas expressões culturais mais representativas. Ela é usada durante o ritual do Toré, a mais pura tradução dos antepassados indígenas. O urucum reproduz o sangue vermelho e a força dos guerreiros. A semente é aberta, depois, com as próprias mãos, os nativos pintam o rosto. A cor preta do jenipapo evoca a Mãe Terra, fonte de energia. Cultura - aldeia A divisão mais simples existente entre os Potiguara compreende, de um lado, as pessoas que reconhecem a descendência de um antepassado indígena – os índios –, e as pessoas que não possuem sangue indígena. Cultura - aldeia No ponto mais central de algumas aldeias, há uma Igreja Católica e à sua frente, um cruzeiro.
Há geralmente uma mercearia, uma escola de ensino
básico mantida pela Prefeitura do Município em convênio com a Funai, campos de futebol e casa de farinha.
Na residência moram a família conjugal monogâmica,
um casal e os filhos solteiros. Há casos em que na mesma residência mora um outro casal, em se tratando de uma filha casada. Ex cultura do canibalismo Todos os índios do litoral praticavam o exo- canibalismo, comendo quem não fazia parte do grupo. Na região do Cariri paraibano, eles até praticavam o endo-canibilismo, comendo os próprios membros que já morreriam. Contexto atual Os Potiguaras do século 21 têm seus pés apoiados no presente, mas o movimento de resgate de sua cultura, tão expressiva no passado, é um passo fundamental para as atuais e futuras gerações reafirmarem sua identidade. As escolas indígenas vêm revolucionando esse processo. Hoje em dia A Reserva dos Potiguaras tem 33 757 hectares, repartidos em três áreas adjacentes, nos municípios de Baía da Traição, Rio Tinto e Marcação. Sua população é estimada em vinte mil pessoas, distribuídas em 32 aldeias e nas cidades de Baía da Traição, Marcação e Rio Tinto. Cada aldeia possui um cacique. A reserva, como um todo, é comandada por um Cacique Geral. Hoje em dia Desde 2002, as trinta e duas aldeias têm unidades de ensino fundamental com professores bilíngues. A língua Tupi, que até então aparecia de forma inconsciente, em palavras soltas e esparsas no meio de frases, em português, aos poucos, ressurge na boca do povo. As aulas, além da grade normal de qualquer escola no Brasil, ensinam gramática da língua tupi, história étnica e arte e cultura potiguara. Potiguara Fim.