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2 Métodos de Energia 13

U � Wa (�.��)
2
5F L 1 1
� Fu B + Fu c (�.��)
2EA 2 2
5FL
�⇒ � uB + uC (�.��)
EA

A Equação (�.��) possui � incógnitas, por este motivo não é possível


resolvê-la.

Importante!

Problemas submetidos a múltiplos carregamentos são uma limitação


importante no PCE.

2.5 Princípio das Forças Virtuais (PFV)

Mediante o Princípio das Forças Virtuais (PFV) é possível analisar um


sistema composto por qualquer número de vigas e barras sujeito a
múltiplos carregamentos.
Os deslocamentos podem ser determinados também em pontos onde
não atuam forças externas.
No PFV é necessário aplicar um sistema auxiliar que:

�. tem os mesmos vínculos do sistema original;


�. não tem nenhum dos carregamentos do sistema original;
(a)
�. está sujeito somente ao carregamento virtual (força ou momento
virtual).

O deslocamento a ser determinado deve ser compatível com o carrega-


mento virtual. Se for requerido um deslocamento de translação, será
(b)
necessário aplicar um carregamento virtual de translação, como visto na
Figura �.��. No entanto, se for requerido um deslocamento de rotação Figure 2.13: (a) Sistema real; (b) sistema
auxiliar para uma força virtual em C.
(inclinação angular), será necessário aplicar um momento virtual, como
visto na Figura �.��.
Após a aplicação do carregamento virtual, cria-se um deslocamento
virtual no ponto de aplicação, o qual gerará também um trabalho virtual,
δW a . O deslocamento virtual δu pode ser considerado como sendo
(a)
proporcional ao deslocamento real αu , pois o valor deste é arbitrário.
Temos, então:

δW a � F̄(δu) � F̄(αu) (�.��) (b)


Figure 2.14: (a) Sistema real; (b) sistema
Uma vez definido o trabalho virtual δW a , é necessário encontrar ex- auxiliar para um momento virtual em C.
pressões para representar a variação da energia de deformação devido
ao carregamento virtual δU .
2 Métodos de Energia 14

Variação da energia de deformação em barras

Um elemento de barra é submetido à um carregamento virtual axial N̄x ,


como mostrado na Figura �.��.
A deformação virtual será proporcional à deformação real. Partindo desta
premissa, temos:

Nx (x)
δε xx � αε xx � α (�.��)
E(x)A(x)

A variação da energia de deformação na barra δUbarra , será então:


Figure 2.15: Elemento de barra submetido
a um carregamento virtual.
∫ ∫
δUbarra � N̄x (x)δε xx dx � N̄x (x)αε xx dx (�.��)
∫x x
Nx (x)
� N̄x (x)α dx (�.��)
x E(x)A(x)

N̄x (x)Nx (x)
�⇒ δUbarra � α dx (�.��)
x E(x)A(x)

Exemplo 5: PFV em barras

Encontrar o deslocamento horizontal do ponto B u B da barra mostrada


na Figura �.��.
O primeiro passo é analisar o comportamento do esforço interno no
sistema real Nx (x) e no sistema virtual N̄x (x), como mostram as Figuras
�.�� e �.��, respectivamente. Estas funções devem ser substituídas na
expressão da variação de energia de deformação δUbarra .
A variação da energia de deformação δU , como mostrado na Equação Figure 2.16: Barra do Exemplo �.
(�.��), é:


N̄x (x)Nx (x)
δUbarra � α dx (�.�9)
E(x)A(x)
∫ ∫
x
LB L
α α
� F̄F dx + ✘ d✘
0.F✘ x (�.��)
EA 0 EA LB
α F̄FL B
� (�.��) Figure 2.17: Esforço interno normal no
EA
sistema real.

O trabalho da força virtual aplicada é:

δWa � F̄δu B � F̄(αu B ) (�.��)

Aplicando o Princípio do Trabalho Virtual (PTV):

Figure 2.18: Esforço interno normal no


sistema virtual.
2 Métodos de Energia 15

δW a � δUbarra (�.��)
α F̄FL B FL B
F̄(αu B ) � �⇒ u B � (�.��)
EA EA

Variação de energia de deformação em vigas

Sabe-se que:

d2 v M z (x)
� (�.��)
dx 2 E(x)I zz (x)
dθ M z (x) M z (x)
� �⇒ dθ � dx (�.��)
dx E(x)I zz (x) E(x)I zz (x)

O deslocamento virtual é proporcional ao deslocamento real:

δθz � αθz (�.��)

Para uma viga, temos:

∫ ∫
δUviga � M̄ z (x)δθz (x) � M̄ z (x)αθz (�.��)
∫x x
Mz dx
� M̄ z (x)α (�.�9)
x E(x)I zz (x)

M̄ z (x)M z (x)
�⇒ δUviga � α dx (�.��)
x E(x)I zz (x)

Exemplo 6: PFV em vigas

Para a viga da Figura, achar a rotação θzB do ponto B.


O esforço interno analisado no caso de vigas é o momento fletor. Este
momento interno deverá ser substituído na expressão da variação de
energia de deformação, Equação (�.��).
O momento fletor no sistema real M z (x) é mostrado na Figura �.�� e ele Figure 2.19: Viga do Exemplo �.
é representado pela função:

M z (x) � −F(L − x) (�.��)

O momento fletor no sistema virtual M̄ z (x) é mostrado na Figura �.�� e


ele é representado pela função constante:

M̄ z (x) � −M̄ zB (�.��)

A variação de energia de deformação é: Figure 2.20: Momento fletor interno no


sistema virtual.
2 Métodos de Energia 16

∫ L
M̄ z (x)M z (x)
δUviga � α dx (�.��)
E(x)I zz (x)
∫ ∫
0
L L
α α
� M̄ z (x)M z (x)dx � (− M̄ zB )(Fx − FL)d x
EI zz 0 EI zz 0
(�.��)
 �L �L 
� � 
α  x2 � � 
� � 
EI zz 
− M̄ F M̄ FLx (�.��)
2� � 
� zB + zB

 0 0

M̄ zB FL2
�α (�.��) Figure 2.21: Momento fletor interno no
2EI zz sistema real.

O trabalho da força aplicada é:

δW a � M̄ zB δθzB � M̄ zB (αθzB ) (�.��)

Aplicando o PTV:

δW a � δUviga (�.��)

M̄ zB FL2 FL2
M̄ zB (αθzB ) � α �⇒ θzB � (�.�9)
2EI zz 2EI zz

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