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Marc Bloc – A sociedade feudal

 História feudal dividida em duas partes; essa divisão não simboliza uma
quebra, mas sim uma “alteração de orientação”;
 Meados do século XI – século de mudança/florescimento artístico
 A primeira idade feudal: variações regionais; traço marcante: queda na
curva demográfica; baixa densidade populacional; vastos terrenos
desocupados;
 Distribuição desigual; concentração populacional devido às tensões da
Alta Idade Média; exemplos: Limosino, famílias muito longe uma das
outras. Os homens poderiam até viver perto uns dos outros, como nas
aldeias francesas, devido à pressão dos chefes, mas ainda sim eram
separados por desertos. Atividade agrícola devorava o espaço;
 Insegurança; dificuldade de estabelecer relações, principalmente de
comunicação;
 Estradas sem manutenção, pontes quebradas, insegurança com o
trajeto. A forma mais rápida de se locomover era pelo mar, mas o
contato humano é inevitável, fazendo com que os homens “se
arriscassem” nas estradas à pé;
 Os reis da primeira idade feudal viajavam muito; impossível dominar um
território de “dentro de um palácio”;
 A vida clerical também influenciava essa movimentação/nomadismo:
caráter internacional, latim como língua comum, associações de
mosteiros, dispersão de patrimônios territoriais, reformas que
transformavam os lugares em centros de atração;
 Presença dos humildes nos caminhos por terra; aventurados, fugitivos; a
mentalidade católica incentivava a viagem como forma de alcançar a
salvação;
 Cada expedição era como uma “aventura” graças aos obstáculos das
estradas; “Não havia castelo, aldeia ou mosteiro que não tivesse a
esperança de receber algum dia a visita [...]” (p. 89);
 O fim do império carolíngio prejudicou as relações de comunicação no
Ocidente (cartas); os herdeiros alemães do Império eram
desorganizados;
 Existência de correntes de troca; Espanha muçulmana com destaque
nesse processo; comércio enfraquecido com o Oriente; balança
desfavorável: muitas importações (artigos de luxo e especiarias);
carência monetária; no entanto, também não pode-se tratar a primeira
idade feudal como uma economia fechada;
 Existência de mercados onde camponeses vendiam e compravam
materiais; trocas não eram inexistentes e, sim, irregulares, devido à uma
sociedade perturbada;
 O comércio não era a única forma de transporte de bens entre classes
sociais: presentes por reconhecimento, por ex, ou até mesmo o próprio
trabalho prestado ao senhor. O salário possuía um mínimo papel social;
a remuneração, na primeira idade feudal, não estava ligada a uma
quantia de dinheiro. Normalmente a remuneração era: abrigar e oferecer
uma casa e mesa ou dar uma porção de terra;
 A segunda idade feudal foi uma REVOLUÇÃO ECONÔMICA;
movimento de povoamento entre 1050 até 1250 que transformou a
Europa; aproximação de grupos humanos, fim dos espaços vazios,
surgimento de novas forças de poder: as burguesias urbanas, que
surgiram por meio do crescimento demográfico; aperfeiçoamento de
estradas, construção de pontes; atrelagem de animais;
 O crescimento do comércio com outras civilizações: o Mediterrâneo, que
antes era um polo comercial minúsculo e quase sem importância, se
transformou num grande centro urbano e comercial. As relações
Oriente-Ocidente mudam de natureza. Antes, o Ocidente era apenas
importador e se tornou exportador de manufaturados, principalmente de
tecidos.
 O crescimento populacional é a grande causa dessa revolução;
 O comércio aumenta os metais preciosos na Europa, expandindo as
possibilidades de pagamento, antes restritas;
 A segunda idade feudal foi uma atenuação das condições anteriores do
que um desaparecimento; a transformação econômica mudou os valores
sociais: a classe de artesãos e mercadores se torna essencial.

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