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GRUPO SER EDUCACIONAL


SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR DO PIAUÍ
FACULDADE UNINASSAU – UNIDADE PARNAÍBA
CURSO DE PSICOLOGIA

O COMPORTAMENTO DELITIVO E A INFLUENCIA DO AMBIENTE NA VISÃO


DE TEORIAS PSICOLÓGICAS

MATHEUS FEITOSA FERREIRA


WILLIAM LUSTOSA FOLHA DE ARAUJO OLIVEIRA

PARNAÍBA - PIAUI
2022
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MATHEUS FEITOSA FERREIRA


WILLIAM LUSTOSA FOLHA DE ARAUJO OLIVEIRA

O COMPORTAMENTO DELITIVO E A INFLUENCIA DO AMBIENTE NA VISÃO


DE TEORIAS PSICOLÓGICAS

Projeto de pesquisa apresentado ao curso de


Psicologia do Centro Educacional
UNINASSAU – Unidade Parnaíba, como um
dos requisitos necessários para a obtenção da
nota da disciplina de Trabalho de conclusão de
curso, sob a orientação da Profa. Dra. Bruna
de Jesus Lopes.

PARNAÍBA - PIAUI
2022
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SUMÁRIO

Nenhuma entrada de sumário foi encontrada.


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1. APRESENTAÇÃO GERAL
O Estágio Supervisionado II foi uma experiência que proporcionou a vivência do
exercício profissional em situações reais, de forma integrada aos conhecimentos estudados no
decorrer do curso de Psicologia, como aponta Del Prete, Del prete e Meyer (2007), tendo por
base os princípios éticos e legais da profissão, com supervisão da professora Ana Catarina
Correia Mesquita, todas as terças, das 15 às 19 horas, tendo como orientação a abordagem
Psicanalítica. A escolha por tal abordagem se deu a partir das concepções adquiridas sobre o
ser humano e seu funcionamento psicodinâmico e pulsional, (LIMA, 2010). Os horários de
atendimento foram disponibilizados e efetivados tendo em vista os melhores horários para
cada aluno, a fim de evitarem-se atrasos e faltas durante os atendimentos, bem como choques
de horário no uso das salas. O presente relatório de estágio é parte da disciplina de Estágio
Supervisionado II - do 9º Bloco, período 2022.1, que tem por objetivo contemplar todo o
aparato teórico e prático utilizado e aprendido no decorrer do mesmo, bem como conferir nota
para a graduação do curso de Psicologia. Ao todo, o estágio compreende 200 horas, com 120
horas de prática, 40 horas mínimas de supervisão, 20 horas para confecção de relatório e 20
horas para amostra dos relatórios, no formato banner.
A escolha da clínica psicoterápica surgiu como interesse devido o contato com a a fala
dos professores, sua experiência em atendimentos, bem como a vontade pessoal em
proporcionar aos clientes que a partir de suas ressignificações e singularidades, eles poderiam
ter um melhor ajustamento diante de um processo ou demanda pessoal, (POMPEIA;
SAPIENZA, 2011). Cada atendimento, acolhimento, triagem, supervisão e troca pessoal com
os companheiros de estágio foi crucial no fomento da formação profissional e na relação
crítico-reflexiva da profissão, (SANTOS; NÓBREGA 2017). Por intermédio desses
mecanismos o desenvolvimento da ética e postura profissional pôde ser complementado,
assim como a identidade profissional e as perspectivas sobre o funcionamento da
integralidade do ser humano, enquanto ser biopsicossócioespiritual, (RUDNICKI;
CARLOTTO 2007). Características simples acerca da marcação de horários, a falta de
pacientes e o retorno de outros, foram outros conhecimentos adquiridos sobre a prática
psicoterápica e suas nuances. Vale ressaltar que o acolhimento, empatia e respeito as
características pessoas de cada pessoa, foram fundamentais para que os clientes se sentissem
confortáveis a falar e expressarem-se no setting, (GONÇALVES, 2016).
O sentimento que estágio proporcionou foi o de maior responsabilidade, sendo ela
pessoal e profissional, (DIEGUEZ, 2019). O local de prática foi a clínica-escola, onde haviam
quatro salas de atendimento, para adultos e adolescentes, às quais contavam com poltronas,
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ar-condicionado e um relógio para controle da sessão, expressando um setting bem


organizado, o qual constitui, além das intervenções do terapeuta, um instrumento técnico que
influencia no sucesso da terapia, (FARATE, 2012). Para o atendimento infantil, havia
disponível apenas uma sala, o que em alguns momentos gerou choque de horários devido à
alta demanda por atendimentos de crianças. Apesar disso, a sala está composta por inúmeros
jogos, alguns incompletos, mas outros bem estruturados e de alta relevância para o
atendimento dos infantes, tendo em vista que a partir do brincar se revela o conteúdo
subjetivo e sentimental da criança, assim como suas experiências pessoais, (SILVA;
BARROSO, 2017). Para os momentos entre cada atendimento, havia a sala de grupo, para que
os estagiários pudessem fazer as evoluções de caso e trocar um pouco de experiência entre si.
Para marcação dos horários de cada cliente, guarda de frequências, pastas e avisos
acerca de faltas, havia a recepção da clínica-escola que contava com a presença de quatro
atendentes e uma diretora geral. Essa, por sua vez, estava encarregada se supervisionar as
atividades de cada umas das recepcionistas. Elas facilitaram em muito o trabalho realizado
pelos estagiários, apesar de que, em certas circunstâncias, haverem conflitos pela
desorganização que surgiu. Os estagiários também estavam amparados pela técnica
responsável pelas as atividades desenvolvidas por cada um, dentro do estágio supervisionado
de Psicologia. Dentro das atividades propostas pelo estágio estavam: atendimento clínico
continuado, plantão psicológico e a triagem. O atendimento clínico era o maior foco, sendo a
principal atividade almejada durante o curso, tendo em vista a percepção dos alunos enquanto
futuros profissionais que realizam a escuta terapêutica, (DIEGUEZ, 2019). O plantão
psicológico tinha a proposta de atender as demandas em situação de emergência, além de
proporcionar um bom acolhimento e escuta a quem buscava o mesmo, (TASSINARI, 2011).
Já a triagem tinha por finalidade acolher, avaliar e selecionar e encaminhar as demandas
daqueles que buscavam o atendimento psicológico, (AZEVEDO; BARBOSA, 2007).
Dentro dos atendimentos realizados na clínica-escola pode-se compreender um
universo de ideias e e concepções que apenas a prática pode proporcionar, pois o Estágio
Supervisionado é um aprender pela prática, um local onde se ensina, um espaço de
supervisão, discussão e construção dos casos clínicos, (MARCOS, 2011). Dessa forma, a
Psicanálise, dentro da clínica-escola é uma abordagem que visa a investigação sobre o
significado inconsciente das palavras, das ações, dos sonhos, das fantasias, dos conteúdos
recalcados, fundamentada nas associações livres, por meio das quais são validadas as
intervenções feitas pelo analista (DUNKER, 2011). Freud concebeu-a após um árduo e
complexo percurso, tendo seu início na compreensão das histerias, que são definidas
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como um dos tipos de neurose, (LAPLANCHE; PONTALIS, 1998). Nesse sentido, foi
postulado que o psiquismo reprime ou tenta manter no inconsciente as representações
traumáticas, memórias ou vivências e, nessa operação, são produzidas mudanças
perceptíveis, sejam elas físicas ou psicológicas, configurando o mecanismo que permite a
expressão do conteúdo inconsciente, (CONTE, 2004).
Após tais descobertas e o fracasso de Freud em acessar o inconsciente pela a hipnose,
ele constituiu o método da livre associação de ideias, meio pelo qual seria atingido com maior
facilidade os elementos que estavam em condições de liberar os afetos, as lembranças e as
representações, (HERRMANN, 2014). A partir disso, Freud salienta que o ato de escutar ao
paciente, que associa livremente, deve ocorrer de forma aberta e livre de todo tipo de pré-
concepções construídas em sua própria história, juntamente com a necessidade de desprender-
se das concepções teóricas ou ideais a respeito das formas corretas ou erradas do paciente em
conduzir seu processo, (FREUD, 1996). Com isso, deve-se buscar manter uma abertura ao
que pode emergir como algo novo e diferente, em cada relação em que se envolve, mantendo
sempre uma atenção flutuante, (KERN; LUZ, 2017). Tendo por base, tal abertura, Freud
concebeu que o psicanalista, ou aquele que atua na psicoterapia analítica deve embasar-se em
um tripé, contemplando a análise pessoal, a supervisão e o estudo teórico, fatores os quais
propiciam atualmente a formação de diversos alunos em Psicologia, (FREUD, 1976).
A Psicanálise na prática clínica apresenta modificações desde os trabalhos iniciais de
Freud, já que, muitos autores pós-freudianos contribuíram com acréscimos e reorganizações,
conforme as novas necessidades do ser humano, contextualizadas aos aspectos culturais,
(ZIMERMAN, 2004). Birman, (1994) afirma que a experiência psicanalítica possibilita
muitas formas de atender, desde que nesta diversidade sejam reconhecidas as condições
epistemológicas e éticas para a construção do espaço analítico, ou seja, uma abordagem
focada na fala, na escuta, e regulada pelo impacto da transferência. É importante salientar,
que a Psicanálise na clínica abarca tal diversidade, pois ela considera as diferentes formas em
que se apresenta o funcionamento psíquico para a escuta analítica, (KERN; LUZ, 2017).
Portanto, a Psicanálise clínica torna-se um poderoso método psicoterápico baseado na
investigação e na interpretação dos conteúdos manifestos, mecanismos de defesa, da
transferência e da energia pulsional, que percorre o aparelho psíquico, (LAPLANCHE;
PONTALIS, 1992).
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2. MARCO TEÓRICO

2.1 PSICANÁLISE
A teoria Psicanalítica, formulada por Sigmund Freud no início do século XX é uma
abordagem terapêutica que, através de diversos mecanismos, busca entender o sofrimento
psíquico dos pacientes que a buscam, sendo a partir desses que Freud pôde conceber os
conceitos ligados à constituição do psiquismo humano, (CELES, 2016). Dito isso, a
psicanálise esteve vinculada inicialmente aos estudos das psiconeuroses, mais
especificamente da histeria, na qual Freud pressupôs um diálogo entre o psíquico e o
somático, (AMORIM, 2010). Freud concluiu, por intermédio desses estudos, que além da
consciência havia outra lógica que operava na psiquê humana, onde alguns conteúdos
permaneciam não revelados ao sujeito: o inconsciente, (FREUD, 1996). Assim, para a
Psicanálise os conteúdos de ordem mental seriam considerados como conscientes ou
inconscientes, explicando as constantes “falhas de memória” e sintomas físicos sem
explicação fisiológica, tais achados permitiram a Freud criar duas teorias do aparelho
psíquico, a primeira e segunda tópicas, (LIMA, 2010).
Na primeira teoria do aparelho psíquico ou primeira tópica, Freud clivou a mente em
inconsciente, pré-consciente e consciente, onde o inconsciente, seria uma instância psíquica
em que o paciente sabe da existência, mas não sabe o seu conteúdo. O inconsciente não segue
uma lógica linear, mas atemporal e dialético, onde contrários coexistem, estruturando-se pela
fala e sendo a fonte da energia libidinal, (FREUD, 1987). O pré-consciente seria uma
instância independente, como as demais, responsável por armazenar as informações que não
estão na consciente naquele exato momento, mas podem ser acessadas sempre que necessário,
sem dificuldades, (ZIMERMAN, 2004). O consciente é, em primeiro lugar, um termo
puramente descritivo, que determina uma percepção mais imediatista e que remete ao seu
estado de atenção e vivências, ou seja, alguns elementos podem estar conscientes, por hora e
posteriormente sumirem da consciência, (CARLONI, 2016). Tal ideia apresenta que um
estado consciente é, caracteristicamente, muito transitório, tendo em vista, por exemplo,
vivências que são conscientes e após um momento não mais, embora assim possam tornarem-
se novamente, em certas condições que são facilmente ocasionadas, (FREUD, 1996).
Outro conceito de extrema importância, concebido nesse primeiro momento foi o de
energia libidinal, o qual, Freud aponta como a energia erótica que possibilita a vida, assim
como a energia que está na fronteira entre o psíquico e o somático, (FREUD, 2003). O criador
da Psicanálise salientou que utilizar-se desta energia para fins socialmente aceitos, resulta em
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sublimação, além de complementar que é a libido quem une os homens para fins reprodutivos,
(WINOGRAD, 2004). Em seguida, devido seu primeiro modelo não explicar alguns
fenômenos psíquicos, Freud desenvolve a segunda teoria do aparelho psíquico ou segunda
tópica, na qual ele dividiu a estrutura psíquica em id, ego e superego, (ZIMERMAN, 2004). O
id é a fonte de energia pulsional (libido), sendo ele inconsciente e regido pelo Princípio do
Prazer, já o ego faria a mediação entre os desejos do id, as impossibilidades da realidade
externa e as interdições do superego, (LIMA, 2010). Esse último está ligado ao Principio de
Realidade, por meio do qual o homem torna-se um ser civilizado e social, possuindo uma
parte consciente e outra inconsciente. Por fim, o superego, o qual é o herdeiro do complexo de
Édipo e introjeções morais dos pais, ele acusa os desejos do id, antes mesmo que cheguem à
consciência, (LAENDER, 2005).
As três instâncias são distintas, mas não são separadas, na verdade são
interdependentes em uma relação dialética, possuindo a mesma natureza e atuando em
conjunto, produzindo, na estrutura psíquica, uma síntese que compõem a subjetividade
humana, (CARLONI, 2016). Esse complexo mecanismo demonstra o valor da psicanálise
enquanto abordagem terapêutica, pois torna o homem um ser psicodinâmico, social e que tem
uma experiência pessoal atrelada ao seu contexto vivencial, (CELES, 2016). Portanto, a
definição do fazer clínico psicanalítico é a interpretação e muitos outros métodos, os quais são
percebidos através da atenção flutuante e da função-espelho, as quais implicam na ab-reação
daquilo que o paciente associa dentro do setting analítico, (SIMONI; BENETTI;
BITTENCOURT, 2018). Nessa escuta, o discurso do analisando é tomado na subjetividade do
analista, que por sua vez, traz à tona, aquilo que esta oculto aos ouvidos e percepções do
paciente, devido seus mecanismos de defesa (HERRMANN, 2006). Desse fazer clínico, a
interpretação vale-se do poder de modificação sobre o discurso individual para que se
ampliem as possibilidades de ressignificação do paciente, flexibilizando-lhe as próprias
defesas e significações, (HERRMANN, 2014).
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2.2 PSICANÁLISE E AUSÊNCIA PATERNA


A Psicologia, com ênfase na abordagem Psicanalítica, compreende o ser humano e
suas relações afetivas, explicitando ao analisando, de forma evidente, que o papel de tais
relações, principalmente as familiares, no processo de desenvolvimento cognitivo e social são
de suma importância devido o vínculo formado entre eles, o que permite a absorção do meio e
o surgimento de uma identidade (ROSSATO; SANTEIRO; BARBIERI, 2020). Compreender
essas relações interpessoais decorrentes do contexto familiar auxilia a Psicanálise clínica no
esclarecimento e na compreensão dos aspectos subjetivos e objetivos que orientam ou não um
ser humano (COSTA; OLIVEIRA, 2018). O papel da instituição familiar é uma peça
fundamental no decorrer do desenvolvimento de uma criança, pois são as experiências mais
significativas e iniciais, ou seja, um modelo para o infante seguir (PEREIRA-SILVA;
DESSEN, 2003). Dentre as mais diversas relações, a presença paterna torna-se a facilitadora
da passagem da criança do contexto familiar para o mundo social, já que, é através desse
vínculo estabelecido entre pai e filho, que a criança pode expressar suas emoções, receber
autoafirmação, explorar o meio e suas defesas pessoais, mecanismos tidos como fundamentais
para o convívio em sociedade (CORNEAU, 1991).
Para a Psicanálise, o pai é uma representação do princípio da realidade, ou seja, a lei e
a moral que proporcionam um campo favorável à evolução da racionalização, da
singularidade, da simbolização, dos processos criativos, do contato com o outro e até mesmo
da elaboração de uma imagem corporal (ALMEIDA, 2016). É através dessa vinculação com o
filho, que o pai proporciona a ele um bom desenvolvimento social e cognitivo, além de
auxilia-lo em seu processo de inclusão e adaptação às mais complexas demandas do meio
social, permitindo à criança ajustar-se subjetivamente ao meio (MAHLER, 1993). Entretanto,
quando há a ausência do pai, alguns conflitos podem surgir no desenvolvimento infantil, seja
no âmbito social ou cognitivo, influenciando, posteriormente, na manifestação de distúrbios
comportamentais (AOZANI, 2014). Salienta-se ainda, que essa ausência não precisa ser
necessariamente física, podendo ser também psicológica, sendo um ponto de partida para o
desenvolvimento de comportamentos de riscos, por exemplo, (BENCZIK, 2011). Pode-se
pensar que apesar das transformações psicossociais que a família sofreu, ainda é
imprescindível que o papel de cada membro seja exercido, e que a instituição familiar, a
primeira socialização do homem, ainda continua sendo a base de todo desenvolvimento
humano, (MUZA, 1998).
Os problemas comportamentais resultantes da ausência paterna, manifestam-se,
geralmente, quando a criança adentra no início da vida escolar e podem se manter ao longo
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dela, ocasionando também o risco potencial ao consumo de drogas, aumento da evasão


escolar, acarretando resultados negativos como o baixo desempenho escolar, relacionamentos
complicados e rasos com os pais, ansiedade, depressão, instabilidade emocional e dificuldade
em expressar seus comportamentos e problemas (CIA; WILLIAMS; AIELLO, 2005). É
importante reforçar ainda, que crianças que não são acompanhados pelo pai acabam tendo
questões relacionadas ao desenvolvimento sexual, dificuldades de perceberem limites e de
aprender regras de convivência social, manifestando tais características de diversas maneiras,
entre elas, uma maior tendência para o envolvimento com a delinquência na adolescência
(MUZA, 1998). Isso evidencia a dificuldade que o infans tem para internalizar boas relações,
a moralidade ou uma figura paterna, direcionando-a para qualquer figura masculina ao
entorno (AOZANI, 2014).
A ausência paterna é um fato constante no Brasil que ocorre por diferentes motivos,
podendo ser pela separação dos pais, abandono, a morte do genitor ou falta de afeto, que tem
a possibilidade de gerar uma carência emocional no filho, mesmo em casos em que ele esteja
presente, já que estas situações são percebidas de formas distintas por cada criança (EIZIRIK;
BERGMANN, 2004). Diversos mecanismo podem ser desenvolvidas para suprir a ausência
paternal, seja uma transferência, uma projeção, atitudes mais agressivas, isolamento afetivo,
as quais podem provocar consequências em seu desenvolvimento, (FELZENSZWALB,
2003). Dessa forma, a alienação paterna desestrutura a base segura de exploração do meio
que, segundo a teoria do apego, tal figura deveria proporcionar à criança (RAMIRES;
SCHENEIDER, 2010). Cabe mencionar que diante desse apego inseguro, a criança generaliza
o comportamento do pai ausente para a mãe e suas relações, tornando-se insegura
(ANDRADE; TRAPP, 2017). Por fim, a presença do pai é fundamental para os filhos,
tornando mais simples o alcance da autoafirmação, autodefesa e autonomia, bem como de
outros processos como os cognitivos, emocionais e sociais, tendo sempre em vista que o
contrário também é uma realidade (DAMIANI; COLOSSI, 2015).

3. ESTUDO DE CASO (DIÁLOGO TEORIA E PRÁTICA)

3.1 APRESENTAÇÃO DO CASO


• Dados do paciente: M. S.
• Idade: 6 anos
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• Sexo: Feminino
• Queixa principal: Comportamentos agressivos e ansiedade na ausência da mãe
• Hipótese diagnóstica: Ansiedade de Separação diante do abandono do pai.
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3.2 RELATO DO CASO E INTERVENÇÕES BASEADO NA PSICANÁLISE

1° Atendimento: Para o início do atendimento terapêutico foi realizada a Anamnese com a


mãe, pois por se tratar de uma criança, essa coleta de dados deve ser feita com um responsável
e posteriormente uma sessão lúdica com a criança (SCAGLIA; MISHIMA; BARBIERI,
2011). Ao falar sobre o período da gravidez, a mãe explanou que o pai não queria ter a filha,
além de provocar constantes discussões e crises de choro na esposa no período da gestação.
Ela salientou que ele também agredia verbalmente a bebê e ela até o nascimento de M.S.
Apesar da gravidez conturbada, a filha nasceu saudável, de parto normal. Segundo a mãe, M.
S. tem noites de sono tranquilas e elas dormem juntas, ela alimenta-se corretamente e
conviveu com o genitor até os 3 anos de idade. Na família não há nenhum caso de transtornos
mentais e M. S. só apresenta leves problemas de garganta. Após o abandono paterno, a mãe
passou a sustentar a casa e só está com a filha a noite. Durante o dia ela está na escola e os
avós e tios, que moram próximo cuidam dela, na ausência da mãe. A queixa apresentada,
segundo a mãe, a filha tem se tornado mandona e agressiva nas últimas semanas
(FELZENSZWALB, 2003). Frequentemente M. S. chorava com saudades de sua mãe, pois
além do forte vínculo com ela, ela acreditava que a mãe poderia não retornar (ANDRADE;
TRAPP, 2017). A mãe explicou que o divórcio foi conturbado e M.S. presenciou todo o
processo (EIZIRIK; BERGMANN, 2004). Além disso, mãe e filha descobriram sobre as
traições do pai em relação à mãe. M. S. era contra a separação, porém os pais prosseguiram e
seu pai levou seu irmão no processo. Foi relatado que o pai não tem contato nenhum com a
filha e ela o despreza, tem repulsa a ele. Decorrente disso, a mãe explicou que constantemente
a filha chama os tios e o avô de pai, assim como o seu namorado (AOZANI, 2014). Na escola
a M. S. é tranquila e estuda bastante, sendo uma das melhores alunas, ser bem comunicativa e
expressiva. Ela é sociável, gosta de conversar e é sempre aberta a brincar com outras pessoas.
Foi explicado que o pai chegou a pedir para ver a criança e ter direito ao fim de semana com
ela, mas não chegou a pegá-la e isso, segundo a mãe, gerou uma maior frustração na criança.
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2° Atendimento: Ao ver a sala repleta de brinquedos, M. S. se sentiu bastante à vontade e


interessada no que seria feito na sala. A ludoterapia é indicada no atendimento infantil, a fim
de proporcionar o aparecimento do mundo subjetivo da criança, a partir do brincar (SILVA;
BARROSO, 2017). Devido a grande quantidade de brinquedos, ela não sabia o que escolher,
então optou inicialmente por pintar com tinta guache. A menina pegou a cor laranja e
desenhou a si mesma em idade adulta. Ao interpretar o desenho da criança e perguntá-la sobre
a significação do mesmo, M. S. explicou que queria crescer, trabalhar e ter uma família com
um homem que não fosse igual seu pai. E essas emoções estavam contidas naquele desenho
(GOLDBERG; YUNES; FREITAS, 2005). Nesse momento, quando devolvida a reflexão
feita por ela acerca do pai (SIMONI; BENETTI; BITTENCOURT, 2018), a menina explanou
que não se sentia bem relação a ele, pois seu pai a abandonou e havia traído sua mãe
(RAMIRES; SCHENEIDER, 2010). Porém, após a interpretação de sua fala, a fim de que ela
percebesse e ressignificasse os conteúdos emocionais sobre seu genitor (HERRMANN,
2006), M. S. percebeu o que apesar de toda falta que ele causou, ele era seu pai e perdoá-lo
seria uma forma de ela sentir-se bem consigo mesma. Apesar de estar sentido tantas emoções,
ela se demonstrou bem tranquila ao falar dele e seguiu a desenhar. M. S. Quando começou a
brincar com o kit de odontologia, a menina falou que se sente humilhada na escola quando vê
os outros coleguinhas com seus pais e ela sem o seu, pois ela sentia falta dessa relação pai-
filha. Quando colocada para refletir sobre isso, ela explicou que esse era o motivo de chamar
os tios e o avô de pai, pois queria sentir o cuidado e o carinho que tal falta faz (RAMIRES;
SCHENEIDER, 2010). Com relação à ansiedade, M. S. falou que tem medo de que a mãe não
volte mais e a abandone assim como o pai fez por isso geralmente ela chora e manda
mensagens com emojis tristes, além de brigar com sua mãe por conta da demora, apesar de
entendê-la, ela sente medo de perder a única pessoa que está ao seu lado, (VIANNA, 2003).
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3º Atendimento: Nessa sessão M. S. chegou bastante animada, porém ela falou que não
gostaria de conversar, ela queria brincar um pouco e se divertir. Nesse momento foi percebido
certa resistência da criança (ZIMERMAN, 2004). Mantendo sua proposta, iniciaram as
brincadeiras, mas ao passo em que brincava, M. S. sempre comunicava algo. Isso denota o
caráter terapêutico da ludoterapia (MARTELLI et al. 2000). Durante esse processo ela
revelou que sentia-se um pouco zangada com o pai, pois ele não ajudava sua atual esposa em
casa. M. S. parecia estar buscando motivos para sentir raiva do pai, (LEANDER, 2005). Ela
ressaltou ainda, que essa era a única raiva que sentia em relação a ele, mas após um
questionamento (HERRMANN, 2006), ela revelou que se sentia culpada pelo abandono do
pai e talvez ela nunca descubra se isso é verdade ou não. Entretanto, enquanto brincava ela
revelou seu anseio em conversar com ele sobre esse assunto e questioná-lo sobre a verdade
(BRITO; FREIRE, 2015). Dando continuidade, ela revelou que durante a semana se sentiu
bastante ansiosa em relação à mãe e algumas promessas que ela havia lhe feito. Sempre que a
mãe de M. S. dizia que elas iriam para um certo lugar, seja daqui algumas semanas, dias ou
horas, a menina sentia palpitações fortes e ficava bastante tempo questionando sua mãe se já
era hora de ir (CASTILLO et al. 2000). Após a devolução acerca dessa ansiedade
(ZIMERMAN, 2004), ela reconheceu sua ansiedade e trabalhou algumas formas de enfrentá-
la e desviar seu foco para outra atividade, além de manter o controle da respiração. Ao fim da
sessão ela fez um desenho do estagiário, agradeceu e se despediu.

4º Atendimento: ao entrar na sala a criança já falou que não gostaria de falar muito e apenas
gostaria de brincar, expressando alta resistência em comunicar-se, (HERRMANN, 2006).
Decorrente disso ela pegou vários brinquedos e falou muito pouco enquanto brincava
(SILVA; BARROSO, 2017). Quando falava sobre algo analisável ela fugia dos
questionamentos e com uma leve regressão infantilizada expressava: “não quero falar sobre
isso” (OLIVEIRA, 2009). Sendo assim, fomos brincando por muito tempo até que ela revelou
que não estava se sentindo tão bem, pois havia falado algo à mãe de forma grosseira, mas não
disse o conteúdo expresso à mãe (ALMEIDA, 2003). Ao fim da sessão ela se despediu e
agradeceu por poder brincar com o estagiário. Aquilo havia sido significativo pra ela, que
posteriormente combinou que na sessão da semana que vem poderia brincar e conversar,
(HERRMANN, 2014).
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5° Atendimento: Como combinado na sessão anterior, nesse atendimento M. S. veio mais


aberta às conversas e brincadeiras (MIGLIAVACCA, 2008). A criança revelou que estava se
sentindo bem e menos ansiosa em relação às promessas da mãe. Ela também demonstrou que
soube como controlar um pouco mais os pensamentos e questionamentos que fazia a sua
genitora. Ao falar sobre o pai, M. S. explanou que se sentia tranquila em relação ao pai e que
se se sentia feliz por ele mesmo ele não convivendo com ela, pois ela entendia sua escolha e o
perdoava por tudo (POMPEIA; SAPIENZA, 2011). Após isso, foram realizadas algumas
brincadeiras e ela decidiu fazer desenhos na lousa, escolhendo alguns personagens infantis e
em seguida pediu o estagiário desenhar os mesmos desenhos que ela e os comparou
(GOLDBERG; YUNES; FREITAS, 2005). Durante as comparações, ela ria bastante e
decidiu fazer mais um desenho. No decorrer da sessão ela falou que se sentia menos ansiosa
em relação a mãe sair e deixá-la com os avós, mas que ainda ficava um pouco preocupada.
Ao refletir para M. S. sobre esse sentimento de ansiedade (HERRMANN, 2014), ela percebeu
que sua mãe sempre retornava e que ela estava generalizando o comportamento de abandono
do pai, na mãe (ANDRADE; TRAPP, 2017). M. S. percebeu também que não havia a
necessidade de chamar os tios de pai e que estaria tudo bem para ela se não chamasse, já que,
ela tem um pai, ele só não está com ela (SIMONI; BENETTI; BITTENCOURT, 2018). Ao
fim sua mãe entrou e M. S. saiu. Nessa conversa breve, sua mãe revelou que ela apresentou
melhoras e que está se saindo muito bem. Além disso, a genitora de M. S. tem seguido
algumas orientações para ajudar a filha, como sempre chegar no horário prometido, sempre
avisar que vai chegar em casa e conversado com ela sobre os imprevistos que podem ocorrer.
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6º Atendimento: Nessa sessão M. S. veio extremamente animada e entrou pensando em


desenhar (AXLINE, 1972). Enquanto desenhava, M. S. buscou falar sobre como se sentia em
relação às atividades que fazia na semana (SILVA; BARROSO, 2017). Ela explanou que
estava bem menos ansiosa diante dos imprevistos que a impediam de ir a piscina, ou que
atrasavam as chegadas de sua mãe, (HERRMANN, 2006). Quando devolvida a pergunta para
ela sobre como ela poderia lidar melhor com os imprevistos (ZIMERMAN, 2004), ela pensou
em firmar acordos com a mãe e anotar os dias de lazer, para que caso algum imprevisto
aconteça, ela compreenda e possa mudar a data para outro dia. M. S. falou que também tem
usado as técnicas de respiração e desviando sua energia para outras atividades, a fim de
dispersar seu foco (WILLHELM, 2015). Em seguida, ela foi a lousa e desenhou o Patrick
Estrela, de Bob Esponja, e lembrou-se do pai (ALMEIDA, 2003). M. S. disse que achava o
pai bonito e que gostava bastante dele (LIMA, 2010). Além disso ela riu ao comparar a
gordura de Patrick com a do pai. A criança falou que não tem ficado tão ansiosa quando a
mãe sai e consegue esperar ela chegar (ZIMERMAN, 2004). Ela relatou que as duas tem
realizado consensos para melhorarem juntas. Ao fim, ela saiu, agradeceu e foi embora.

3.3 FECHAMENTO DO CASO OU CONTINUIDADE


M. S. vinculou-se de forma surpreendente ao estagiário, além de ter evidenciado
melhoras em seu processo. Ela e sua mãe expressaram o desejo em continuar os atendimentos
e evoluir ainda mais o processo da criança. Dessa forma, os atendimentos ficarão em pausa
até o retorno dos estagiários em agosto. Esse acordo foi realizado antes da última supervisão,
por intermédio da comunicação da recepção da clínica e a mãe de M.S.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se então, que dentro das mais diversas vivências que foram proporcionadas
pelo estágio supervisionado II, pode-se compreender e trazer toda a teoria adquirida durante
os períodos vivenciados no curso de Psicologia, além do fato de apreender o quão
maravilhoso é o ser humano e toda a sua capacidade de ressignificar as mais traumáticas
vivências. Conectar-se com demandas que foram chegando no setting, através de triagens,
17

plantões e pacientes de psicoterapia, assim como poder vivenciar todas as características que
perpassam o processo de psicoterapia continuada, a ludoterapia e a própria vontade de
conhecer e iniciar cada terapia, foram experiências inimagináveis que serão levadas para os
futuros campos de trabalho. Ao lado da supervisora, cada dúvida, intervenção ou proposta era
uma oportunidade em melhorar enquanto profissional e desenvolver um olhar acurado acerca
do ser humano que se põe diante do terapeuta, a fim de ser ouvido e compreendido em cada
uma de suas esferas pessoais. Utilizar a Psicanálise em cada sessão, valendo-se dos
conhecimentos desenvolvidos por Freud e autores posteriores foi algo muito significativo,
pois muito se falava sobre sua não praticidade dentro do setting, o que comprovadamente não
se sustentou diante do feedback dos pacientes atendidos durante o decorrer desse estágio.
Muito do que os professores expressavam em sala se fez valer na prática, como por
exemplo, a ansiedade em querer saber como é o paciente e ele em querer saber como é o
terapeuta. Vale ressaltar, que também evidenciaram-se outras questões como faltas,
desistências, resistências, entre outros mecanismos de defesa, os quais, ao longo do processo
da psicoterapia, foram sendo “vencidos”, ressignificados, a fim da ab-reação do cliente. Essa
abordagem teórica tem a incrível capacidade de perceber tais processos, que outrora estavam
inconscientes e através das devolutivas daquele que inclina-se para ouvir trazer uma nova
perspectiva para quem o busca. A Psicologia torna-se um sonho realizado. Cada momento na
clínica-escola será um ponto de recordação para se fazer um melhor profissional. Pois, é
através daquilo que se aprende e da humildade em reconhecer que pouco sabe, que o
profissional em Psicologia se faz. Além disso, manter-se se atualizado sobre os mais novos
estudos, fazer a análise pessoal e estar em supervisão, são, sem dúvidas as peças fundamentais
para que esse profissional esteja apto para proporcionar a melhor escuta, o melhor
acolhimento e a melhor consideração aqueles que o buscam.
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