Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Caruaru-PE
2023
JOÃO JOABSON SOBRAL LINS
202204196743
Caruaru-PE
2023
2
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................... 4
1.1 Tabela dos atendimentos realizados.................................................................... 5
2. DESENVOLVIMENTO...................................................................................... 6
2.1 Relato de caso: Triagem 1.................................................................................... 9
3. CONCLUSÃO..................................................................................................... 11
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 12
5. ANEXOS............................................................................................................. 13
3
1 INTRODUÇÃO
4
autêntica. Isso envolve prestar atenção às suas palavras, expressões emocionais e entonação
de voz, buscando captar o significado subjacente por trás de sua comunicação.
Portanto, durante essa fase de estágio observacional, é importante aproveitar ao
máximo a oportunidade de aprender com a experiência dos que estão conduzindo os
atendimentos e estar aberto para receber feedback e orientações na supervisão. Isso nos
ajudará a desenvolver uma base sólida para nossas futuras práticas clínicas.
TABELA DOS
ATENDIMENTOS SEXO IDADE
REALIZADOS
TRIAGEM 1 FEMININO 20
TRIAGEM 2 FEMININO 32
5
2 DESENVOLVIMENTO
6
É o estudo dos fenômenos, daquilo que aparece à consciência, a análise das
intencionalidades – central na fenomenologia – dos objetos que se apresentam. Surge como
uma ruptura dos predicamentos egocêntricos cartesianos e hobbesianos de pensar a estrutura
da consciência como interna e isolada dos “objetos externos” à essa consciência, sendo
considerada simplesmente inequívoca, pura e simples, tomada por uma ilusão ou uma caixa
fechada (SOKOLOWSKI, 2012). Em suma, a doutrina da intencionalidade pressupõe que
cada ação da consciência está direcionada de alguma maneira a um objeto. “A consciência é
essencialmente consciência ‘de’ algo ou de outrem.” (SOKOLOWSKI, 2012, p. 9). Em outras
palavras, a consciência está sempre voltada para algo fora de si mesma.
De maneira geral, a fenomenologia atém-se aos fenômenos como eles são em sua
intencionalidade e essência, “[...] o fenômeno é consciência enquanto fluxo temporal de
vivências, apresentando intencionalidade enquanto estrutura, ou seja, consciência de algo”
(LIMA, 2014, p. 12). Isso requer a suspensão de julgamentos por meio da epoché ou
suspensão fenomenológica, como denominada por Husserl.
Outrossim, o existencialismo, por sua vez, é um movimento filosófico que busca
compreender a condição humana partindo de sua essência. Dessa forma, a existência precede
a essência, não existe condições pré-estabelecidas para o indivíduo, esse – ao existir – torna-
se responsável por si mesmo e por sua forma de ser. A pessoa é livre para fazer escolhas,
porém essa condição gera angústia (SARTRE, 2014). A existência apresenta ao ser humano
uma constante demanda por escolhas, uma infinidade de possibilidades que se desdobram a
cada momento. Essa realidade proporciona a oportunidade de autodeterminação, permitindo
que o indivíduo construa e molde continuamente sua própria essência.
A abordagem Fenomenológico-Existencial, por sua vez, aponta para uma exploração
em direção à recuperação da autenticidade intrínseca da existência humana, explorando a
essência mais verdadeira de nossa condição. Essa essência diz respeito ao ser-ontológico que
des-cobre a sua condição de existir e aos desdobramentos do Dasein (ROEHE, 2006). Ela
considera a dimensão existencial do ser humano e busca compreender os fenômenos dessa
existência. Na terapia fenomenológico-existencial, a escuta e a fala são fundamentais para o
processo terapêutico, as quais permitem que as angústias e os conflitos do paciente em busca
de si mesmo possam emergir (FEIJOO, 2000).
Em outras palavras, sugere uma busca pela essência mais autêntica e verdadeira da
nossa própria condição de seres humanos. Essa essência diz respeito à forma de ser-no-mundo
à uma psicologia que leva em consideração a dimensão existencial do ser humano e busca
7
compreender os fenômenos dessa existência. O psicólogo atua com a escuta a partir da fala do
cliente, nesse sentido, facilita o emergir das angústias e conflitos do paciente em busca de si
mesmo (FEIJOO, 2000). A base da relação terapêutica na fenomenologia é a escuta e a fala. A
terapia fenomenológica-existencial “caracteriza-se pela crença de que a liberdade deve ser
assumida como possibilidade íntima, para que o processo psicoterápico ocorra de fato”
(FEIJOO, 2000, p. 16).
As psicoterapias fenomenológico-existenciais são uma hermenêutica existencial, não
trabalham diretamente com os sintomas do paciente, mas com os processos que mantêm o
sintoma funcionando, não estão ligadas a causalidade do sintoma, mas ao aqui-agora da
realidade de vivida pelo cliente. A existência no aqui-e-agora é o cliente em ação, é o sentido
que ele dá a sua vida. Trabalham o conceito de consciência enquanto produtora de sentido
(RIBEIRO, 2017).
Segundo Ribeiro (2017), “Esses modelos fornecem ao psicoterapeuta o caminho
mais curto para compreender, por meio da análise dos fenômenos, o processo que move o
cliente a seguir na condução de suas coisas” (p. 83). O cliente é percebido e visto como uma
totalidade embora ele não se apresente em sua completude.
Fazer psicoterapia fenomenológica é estudar o ser dentro do ser, é
colocar o personagem que somos dentro da vida que levamos, é descobrir a
realidade transfenomênica que nos cerca e nos dá sentido, é lidar com a
realidade criticamente, buscando nas partes as pistas que a totalidade lhe
imprime, é lembrar que as aparências não enganam, apenas não nos revelam
tudo, é acreditar que o contato com a realidade, por mais precário que possa
ser, é a única medida de verdade e de certeza que temos quando lidamos com
a realidade não como um fragmento isolado, mas como sinal e
apelo de totalidade. (RIBEIRO, 2017, p. 87)
8
2.1 Relato de caso: Triagem 1
Paciente: Athena
9
realizando acompanhamento de fisioterapia pélvica. Retomando sua queixa principal, Alice
questionou o motivo pelo qual sua sogra a tratava mal e como era a relação entre elas. De
forma geral, Athena nos disse que sua sogra simplesmente não gostava dela e que ela
atrapalhava a vida de todos, especialmente a de seu filho. Sua maior dificuldade e fonte de
ansiedade residia na sua incapacidade de responder aos insultos dirigidos a ela. Como
consequência, a única reação que ela conseguia expressar era uma crise de raiva, como
relatou.
Após esse relato de Athena, um momento de silêncio se estabeleceu na sala. Era um
momento necessário para assimilarmos a situação e processar a emoção que nos afligia.
Enquanto refletíamos, fomos surpreendidos por uma batida na porta, nos lembrando do tempo
limitado para a realização da triagem. Embora tenha causado uma pequena interrupção no
fluxo da sessão, Alice rapidamente retomou a condução, garantindo que a Athena tivesse
espaço para compartilhar qualquer outra informação relevante.
Dessa maneira, Alice retomou dizendo-lhe: “Você tem algo mais a acrescentar?”.
Athena nos olhou com lágrimas nos olhos e, com a voz trêmula, revelou que seu tio a abusou
sexualmente quando tinha 8 anos, juntamente com seu primo. A dor e o sofrimento evidentes
em suas palavras nos afetaram profundamente. Percebendo a fragilidade de Athena,
concedemos-lhe um momento para se recompor e se sentir confortável novamente. Ela nos
informou que, de certa forma, sentia-se aliviada em relação aos parentes que a abusaram, pois
eles estavam atualmente presos, o que representava uma espécie de justiça alcançada.
Nesse contexto sensível, Alice encaminhou a triagem para uma finalização mais
suave. Pediu a Athena que fornecesse seus dados básicos, como nome completo, idade e
horários disponíveis para agendar sua futura consulta. Esses detalhes práticos eram
necessários para garantir que ela recebesse o acompanhamento adequado. Percebemos que
ela, provavelmente tinha muito a nos dizer, mas infelizmente teríamos que despedir-nos dela.
Pude notar um certo alívio no semblante de Athena ao encerrar o atendimento. Foi um
momento carregado de emoções, que marcou tanto a nós, estagiários, quanto à paciente.
Despedimo-nos de Athena com cuidado e empatia, desejando-lhe o melhor em sua
jornada de tratamento. Ao sair da sala, ela parecia um pouco mais leve, como se um peso
tivesse sido retirado de seus ombros após compartilhar sua história conosco. Retornamos à
sala de espera, onde preenchemos a ficha de triagem e discutimos entre nós o impacto
profundo que aquele atendimento havia deixado em nossas mentes e corações. Foi uma
experiência que nos confrontou com a complexidade da psicologia clínica e com a
10
importância de oferecer um espaço seguro para que os indivíduos compartilhem suas dores
mais profundas.
3 CONCLUSÃO
11
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BORIS, Georges Daniel Janja Bloc. A (pouco conhecida) contribuição de Brentano para as
psicoterapias humanistas. Rev. abordagem gestalt., Goiânia, dez. 2011.
FEIJOO, Ana Maria Lopez Calvo de. A escuta e a fala em psicoterapia: uma proposta
fenomenológico-existencial. 2. ed. São Paulo: Vetor, 2000.
LIMA, Antonio Balbino Marçal (Org.). Ensaios sobre fenomenologia: Husserl, Heidegger e
Merleau-Ponty. Ilhéus: Editus, 2014.
12
5 ANEXOS
Ficha de campo
13
Previsão de término de prática:
13/06/2023
14
Ficha de supervisão
15
16
17