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01 Compreensao e Interpretacao de Textos
01 Compreensao e Interpretacao de Textos
INTRODUÇÃO
O título já nos dá uma boa dica sobre o tema principal do texto e, durante a leitura,
tiramos a prova de que ele realmente gira em torno da confiança (com ênfase na
desconfiança e no que ela pode acarretar). Sempre sugiro que o candidato destaque
o que entender como fundamental para a compreensão/interpretação: o tema, as
ideias principais, verbos, conectivos. Vamos destacar juntos?
Confiar e desconfiar
Desconfiar é bom e não custa nada − é o que diz o senso comum, valorizando tanto a
cautela como a usura. Mas eu acho que desconfiar custa, sim, e às vezes custa
demais.A desconfiança costuma ficar bem no meio do caminho da aventura, da
iniciativa, da descoberta, atravancando a passagem e impedindo − quem sabe? −
uma experiência essencial.
Por desconfiar deixamos de arriscar, permitindo que a prudência nos imobilize; por
cautela, calamo-nos, não damos o passo, desviamos o olhar. Depois, ficamos
ruminando sobre o que teremos perdido, por não ousar.
O senso comum também diz que é melhor nos arrependermos do que fizemos do
que lamentarmos o que deixamos de fazer. Como se vê, a sabedoria popular
também hesita, e se contradiz. Mas nesse capítulo da desconfiança eu
arrisco: quando confiar é mais perigoso e mais difícil, parece-me valer a pena. Falo
da confiança marcada pela positividade, pela esperança, pelo crédito, não pela mera
credulidade. Mesmo quando o confiante se vê malogrado, a confiança terá valido o
tempo que durou, a qualidade da aposta que perdeu. O desconfiado pode até contar
vantagem, cantando alto: − Eu não falei? Mas ao dizer isso, com os pés chumbados
no chão da cautela temerosa, o desconfiado lembra apenas a estátua do navegante
que foi ao mar e voltou consagrado. As estátuas, como se sabe, não viajam nunca,
apenas podem celebrar os grandes e ousados descobridores.
“Confiar, desconfiando” é outra pérola do senso comum. Não gosto dessa
orientação conciliatória, que manda ganhar abraçando ambas as opções. Confie,
quando for esse o verdadeiro e radical desafio.
B) Reduzir
Enquanto alguns candidatos “viajam” (extrapolam) com frequência, outros têm a
mania de reduzir o conteúdo do texto a um aspecto, a uma única ideia das várias
abordadas pelo autor. A redução ou particularização indevida ocorre quando nos
apegamos a um único elemento verdadeiro do texto e deixamos de lado muitos
outros, necessários para a compreensão correta do conjunto.
Vamos contar uma rápida "historinha" para que a ideia de redução fique bem fixada
na cabeça de todos, ok?
Historinha: Sabem quando convivemos com alguém, sempre fazemos tudo certo,
mas aí erramos uma vez e a pessoa se apega àquele erro e só fala nele, nele, nele...?
A criatura basicamente esquece tudo de bom que fizemos antes, nos reduz ao erro
que comentemos. (Que raiva! rs...) A ideia é por aí... Reduzir é limitar o conteúdo do
texto a um único aspecto, quando existem vários outros.
No texto “Confiar e desconfiar” o autor enfatiza que desconfiar pode ser ruim para o
indivíduo e apresenta argumentos a fim de convencer o leitor sobre esse ponto de
vista. Entretanto, não podemos reduzir o texto apenas a esse ponto, quando estão
presentes outros elementos como “a confiança nem sempre nos leva ao sucesso”.
Podemos afirmar que no texto “Confiar e desconfiar” o autor preza a cautela como
direcionamento para uma boa vida? NÃO!! De jeito nenhum!! De onde saiu essa
ideia??
Gente, o texto inteiro fala sobre confiar, ousar e indica que a desconfiança (cautela)
pode impedir/travar experiências essenciais para o indivíduo, então como vamos
afirmar que o autor preza a cautela? Infelizmente, quem erra questões como essa,
geralmente leu rapidamente o texto ou "olhou por cima" pedaços soltos do texto na
hora de responder. Vejam como:
Confiar e desconfiar
Desconfiar é bom e não custa nada − é o que diz o senso comum, valorizando tanto a
cautela como a usura. Mas eu acho que desconfiar custa, sim, e às vezes custa
demais. A desconfiança costuma ficar bem no meio do caminho da aventura, da
iniciativa, da descoberta, atravancando a passagem e impedindo − quem sabe? −
uma experiência essencial.
(...)
No primeiro parágrafo, o autor começa falando sobre o senso comum e cita:
“Desconfiar é bom e não custa nada − é o que diz o senso comum, valorizando tanto
a cautela como a usura.” Entretanto, quem leu um pouco mais, no mesmo parágrafo,
já observou a posição do autor no trecho: “Mas eu acho que desconfiar custa, sim, e
às vezes custa demais. A desconfiança costuma ficar bem no meio do caminho da
aventura, da iniciativa, da descoberta, atravancando a passagem e impedindo −
quem sabe? − uma experiência essencial.”
Estão vendo o perigo de ler apenas pedaços aleatórios do texto? O ENEM sabe dessa
mania, por isso, recorrentemente, cria pegadinhas, utilizando, nos comandos das
OPERADORES ARGUMENTATIVOS
Apresentaremos algumas dicas rápidas que, com certeza, melhorarão o seu índice
de acertos nas questões de compreensão e de interpretação textual. Entenda como
os segredinhos de ouro para "lacrar" esse tipo de questão, vamos lá!
1) Tenha o hábito de ler! Quem lê muito, além de escrever bem, ganha experiência
para interpretar com mais facilidade! A leitura amplia nosso vocabulário, arma
importante, pois muitas vezes “esbarramos” em palavras que desconhecemos e que
podem dificultar (mas não inviabilizar!) a compreensão do texto.
2) Caso esbarre numa dessas palavras desconhecidas, tente descobrir o significado
com base no contexto, sem desespero, a interpretação do texto não está “perdida”
por causa de uma palavra mais complicada.
3) Leia o texto inteiro! Nada de ler pedaços aleatórios apenas ao buscar a resposta
das assertivas! Já falamos sobre isso, mas não custa enfatizar, pois é muito
importante a leitura atenta e completa do texto alvo das questões. O texto é um
“todo significativo” e assim deve ser lido e visualizado.
4) Destaque os pontos importantes do texto para facilitar a busca por respostas.
Caso queira, anote palavras-chave nas laterais de cada parágrafo.
5) Preste atenção no comando da questão! Observando dúvidas de alguns alunos,
percebo que, às vezes, o problema é apenas interpretar o próprio enunciado. Muitos
erros podem ser evitados se ficarmos atentos ao comando da questão.
CUIDADO com expressões como:
“não é correto afirmar que” - procure a alternativa errada.
“o autor não defende que” - pede a ideia contrária a do autor.
“assinale a incorreta” - é isso mesmo, assinale a alternativa incorreta, rs... (Mencionei
esta, mesmo sendo simples, porque tem hora que parece que esse "in" de incorreta