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A história da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro tem início na criação da Escola

Superior de Agricultura e Medicina Veterinária (ESAMV), em 20 de outubro de 1910, por meio


de assinatura de decreto presidencial de número 8.319 que também formulava as bases do
ensino agropecuário no Brasil. Herdeira de uma instituição eminentemente agrária, a UFRRJ
diversificou sua identidade ao longo de sua história e hoje oferece cursos em todas as áreas do
conhecimento, com presença em quatro municípios do estado do Rio de Janeiro – Seropédica,
Nova Iguaçu, Três Rios e Campos dos Goytacazes.
A ESAMV se torna instituição estratégica no recém-criado Ministério da Agricultura
Indústria e Comércio, mas a instalação da Escola, que só ocorreria três anos depois de sua
criação. Então, em 1913, um prédio nobre – o antigo palácio do Duque de Saxe, localizado no
bairro do Maracanã, Rio de Janeiro – foi a primeira sede daquela instituição que se
transformaria da atual UFRRJ. Contudo, a ESAMV foi fechada pouco tempo depois, em 1915
com alegação de falta de verbas e por pressão de forças políticas de São Paulo. (OTRANTO,
2009)
A partir daí, a ESAMV passa por uma série de metamorfoses institucionais e
peregrinações por diferentes sedes. A sobrevivência da Escola foi garantida pelo Decreto
12.012, de 20 de março de 1916, que a fundiu às Escolas Médias ou Teórico-Práticas de
Pinheiro e da Bahia. Essa instituição de ensino teve como sede a cidade de Pinheiro – hoje
Pinheiral, localizado no interior do Estado do Rio de Janeiro. Naquele mesmo ano, foi formada
a primeira turma de engenheiros agrônomos, com apenas dois alunos. Já em 1917,
diplomaram-se os primeiros quatro médicos veterinários formados pela Escola.
Com o distanciamento da capital federal a escola fica sem seu prestígio e perde um
número considerável de alunos, diante das dificuldades, o Ministério da Agricultura articula a
transferência para o Horto Botânico, localizado na Alameda São Boaventura, cidade de Niterói.
Em 1920, mais uma mudança em sua base estrutural educacional que, além de
Agronomia e Veterinária, a instituição ganhava mais o curso de Química Industrial. A Escola
permanece na sede niteroiense por oito anos. Um período que foi importante para a
consolidação da ESAMV. Mais uma transferência acontece em 1927, para o outro lado da baía,
a instituição era instalada num edifício do Ministério da Agricultura de forma improvisada, na
Avenida Pasteur 404, Praia Vermelha. (OTRANTO, 2009)
A chamada “Era Vargas” acarreta novas mudanças e mais prestígio para a ESAMV. Em
fevereiro de 1934, o Decreto 23.857 dividiu a Escola em três instituições: Escola Nacional de
Agronomia (ENA), Escola Nacional de Veterinária (ENV) e Escola Nacional de Química, em
março do mesmo ano, a ENA e a ENV tiveram regulamento comum aprovado e se tornaram
estabelecimentos-padrão para o ensino agronômico do país, assim todos os cursos passaram a
seguir obrigatoriamente os currículos aprovados pela ESAMV se tornando assim, a instituição
de ensino mais importante do Ministério da Agricultura.
Em 1938, o Decreto-Lei 982 alterou novamente o quadro institucional: enquanto a ENA
passou a integrar o recém-criado Centro Nacional de Ensino e Pesquisas Agronômicas (CNEPA),
a ENV subordinou-se diretamente ao ministro do Estado. No mesmo ano, acontece o marco de
nossa Instituição, se decidiu pela construção de um novo campus. O local escolhido para a
nova sede foi o Km 47 da antiga Estrada Rio-São Paulo, área que então pertencia ao município
de Itaguaí. No entanto, levou quase dez anos para a inauguração, em 1947, com a
transferência definitiva concluída no ano seguinte.
A primeira denominação como universidade ocorreu em 1943. Em 30 de dezembro, o
Decreto-Lei 6.155 reorganizava o CNEPA e criava a Universidade Rural. A instituição reunia a
ENA e a ENV; os cursos de Aperfeiçoamento, Especialização e Extensão; e os serviços Escolar e
de Desportos. Um ano depois, o novo regimento do CNEPA unificou os novos cursos de
Aperfeiçoamento, Especialização e Extensão, além de criar o Conselho Universitário (Consu).
Em 1963, ela vai mudar de nome mais uma vez: passa a ser a Universidade Federal
Rural do Brasil. Na ocasião, sua estrutura era composta pelos seguintes setores: as escolas
nacionais de Agronomia e de Veterinária; as escolas de Engenharia Florestal, Educação Técnica
e Educação Familiar; além dos cursos de nível médio dos colégios técnicos de Economia
Doméstica e Agrícola (Escola Ildefonso Simões Lopes). (OTRANTO, 2009)
Cinco anos depois, em 1967 que se adotou a atual denominação: Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro pelo decreto 60.731, de 19 de maio. Outras transformações
aconteceram pelo mesmo decreto, como a transferência para o Ministério da Educação.
A década de 1960 marcou grandes expansões na Universidade. Em 1966, foi criado o
curso superior de Química. Em 1968, as escolas de Agronomia e Veterinária se transformaram
em cursos de graduação. Em 1969, foram iniciados os cursos de Licenciatura em História
Natural, Engenharia Química e Ciências Agrícolas. Já na década seguinte, em 1970, surgem
mais cinco graduações: Geologia, Zootecnia, Administração de Empresas, Economia e Ciências
Contábeis. Em 1976, foram iniciadas as licenciaturas em Educação Física, Matemática e Física.
O primeiro curso noturno, Administração de Empresas, é implementado em 1990, no ano
seguinte, teve início a graduação em Engenharia de Alimentos. (PAULA, 2012)
É na virada do século que a UFRRJ vai se transformar por completo, não só no número
de cursos, mas no perfil que, antes era ligada aos cursos das agrárias e após o Programa de
Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), instituído
em 2007 pelo Decreto nº 6.096, foram criados cursos durante o processo. Em 2009, Belas
Artes, Ciências Sociais, Direito e Letras; em 2010, Comunicação Social/Jornalismo, Engenharia
de Materiais, Farmácia, Psicologia e Relações Internacionais. Também foram inaugurados dois
novos câmpus: Nova Iguaçu e Três Rios.
Com novas graduações a UFRRJ se torna plural atendendo uma gama maior de
demandas do território da Baixada Fluminense, transformando em um local mais diverso
culturalmente e se colocando como um centro para refletir o entorno e contribuir para o
conhecimento da população.

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