UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO DE RIBEIRÃO PRETO

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

RELATÓRIO TRABALHO FINAL DE FILOSOFIA

UMA ANÁLISE SOBRE AS BARREIRAS DOS ALUNOS COTISTAS NA
GRADUAÇÃO E NO MERCADO DE TRABALHO

CAMILA PERROUD
VINICIUS FERRI
YGOR DE ALMEIDA ZEN
RIBEIRÃO PRETO
2023
“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si
mesmo, os homens se educam entre si,
mediatizados pelo mundo.”
Paulo Freire
 RESUMO

O presente trabalho consiste em uma pesquisa quantitativa analisada

pelos membros do grupo, acompanhada de uma reflexão, feita pelo
membro do grupo que entrou por meio do sistema de cotas como uma
forma de trazermos uma análise qualitativa para o trabalho. Assim, com
essas duas ferramentas, podemos fazer uma análise mais profunda da
situação dos alunos e propor uma possível solução
 SUMÁRIO

Relatório 5
A pesquisa 18
Intervenção 18
 5

1 ANÁLISE QUALITATIVA SOMADA À ANÁLISE QUANTITATIVA

Existem duas barreiras principais no cenário de inserção no

mercado de trabalho para alunos que frequentaram escolas públicas no
ensino fundamental e médio. A primeira diz respeito à qualidade do
ensino, que, salvo algumas exceções, apresenta defasagem em
comparação ao ensino particular. A segunda está relacionada à
condição socioeconômica desses estudantes, que, via de regra, tende a
ser inferior à dos alunos das escolas particulares. Os reflexos dessas
barreiras durante a inserção no mercado são iminentes.

No que diz respeito à qualidade do ensino, os alunos podem

enfrentar dificuldades com alguns conteúdos, pois houve defasagem na
sua formação. Alguns assuntos e conteúdos são introduzidos pela
primeira vez no ensino superior para estudantes provenientes de
escolas públicas, o que pode resultar em notas mais baixas e ser objeto
de pré-julgamento por parte das empresas. De acordo com a pesquisa
realizada por nosso grupo, a transição do ensino fundamental e médio
para o ensino superior é mais desafiadora para os alunos oriundos de
escolas públicas do que para os alunos de escolas particulares.

No que se refere à condição socioeconômica, é fato que os alunos

do ensino público têm menos recursos financeiros. Conforme observado
em nossa pesquisa, esse grupo enfrenta dificuldades financeiras com
maior intensidade em comparação aos grupos da ampla concorrência.
Isso os leva, por exemplo, a buscar empregos que não estão
relacionados à área de sua graduação, apenas pelo fato de o salário ser
superior ao de um estágio em sua área. A longo prazo, isso resultará em
 6

menos experiência no setor e, consequentemente, em falta de boas

oportunidades.

É evidente que essas barreiras geram desigualdades no acesso a

oportunidades profissionais e impactam a trajetória de carreira dos
alunos provenientes de escolas públicas. É fundamental a
implementação de políticas de inclusão e igualdade de oportunidades
para mitigar essas disparidades e oferecer condições mais equitativas,
permitindo que todos os estudantes, independentemente de sua origem
escolar, possam competir em igualdade de condições no mercado de
trabalho.
 7

2 INTERVENÇÃO

Programa de Apoio e Mentoria para Alunos Cotistas

Diante das barreiras enfrentadas por alunos cotistas nos cenários de

inserção no mercado de trabalho e graduação, relacionadas à qualidade
do ensino público e à condição socioeconômica, propomos a criação de
um Programa de Apoio e Mentoria para Alunos Cotistas. Esse programa
visa oferecer suporte educacional personalizado para esses estudantes,
preencher lacunas de ensino e promover a igualdade de oportunidades.

Descrição do Programa:

Cursos Preparatórios: Alunos cotistas, prioritariamente, com bom

desempenho acadêmico e conhecimento aprofundado em determinadas
disciplinas serão selecionados para ministrar cursos preparatórios
específicos para as matérias em que se apresentam maiores
dificuldades.
Aulas de Reforço: Os estudantes cotistas selecionados também
oferecerão aulas de reforço durante as aulas, com o objetivo de auxiliar
os alunos a consolidar os conceitos e superar as dificuldades
encontradas.
Treinamento Pedagógico: Antes de assumirem suas funções como
instrutores, os alunos cotistas participarão de um programa de
treinamento pedagógico, fornecido pela universidade. Esse treinamento
abordará estratégias de ensino, didática, gestão de sala de aula e
métodos de apoio aos estudantes.
Supervisão e Acompanhamento: Haverá um sistema de supervisão e
acompanhamento por parte dos docentes da universidade, responsáveis
por orientar e apoiar os alunos cotistas instrutores. Essa supervisão
garantirá a qualidade do ensino oferecido e permitirá que os instrutores
recebam feedbacks e orientações para o aprimoramento contínuo.
Remuneração e Reconhecimento: Os alunos cotistas que atuarem como
instrutores receberão uma remuneração pela sua contribuição no
 8

programa. Isso visa valorizar seu trabalho e incentivar sua participação

ativa, reconhecendo a importância de sua experiência e conhecimento.

Benefícios do Programa:

Inclusão e igualdade dentro da sala de aula. O programa visa reduzir as

disparidades educacionais, proporcionando suporte personalizado aos
alunos cotistas e preenchendo as lacunas de ensino de base,
promovendo assim a igualdade de oportunidades no acesso ao mercado
de trabalho.
Desenvolvimento de Habilidades: Os alunos cotistas que atuarem como
instrutores terão a oportunidade de desenvolver habilidades de ensino,
liderança e comunicação, o que contribuirá para sua formação
acadêmica e profissional.

Conclusão:

O Programa de Apoio e Mentoria para Alunos Cotistas proposto combina

a ideia de alunos cotistas atuando como instrutores, auxiliando-os
financeiramente, com a proposta de ao mesmo tempo reduzir as lacunas
na formação dos estudantes cotistas que estão ingressando na
universidade. Ao oferecer suporte educacional personalizado e
promover a igualdade de oportunidades, esse programa tem o potencial
de criar um ambiente inclusivo de aprendizagem, permitindo que todos
os estudantes, possam competir em igualdade no mercado de trabalho.
 9

3 DESIGNAÇÃO DAS FUNÇÕES

Inicialmente, começamos discutindo com o Vinicius quais as

dificuldades por ele enfrentadas. Após isso, ele nos elencou em um
documento e, pensando que talvez fosse algo muito pessoal, a aluna
Camila sugeriu a implementação de uma pesquisa de campo. Por ela ter
conhecimento de pesquisa, criou o questionário e aplicou e, juntos,
realizamos a análise dos dados. Com os dados analisados, começamos
a construção da apresentação dividida igualmente entre os membros. O
relatório foi escrito em conjunto pelos alunos Ygor e Vinicius. A
intervenção foi pensada em conjunto após um amplo debate unindo as
análises quantitativas e qualitativas.