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O PAPEL DA ESCOLA NA SOCIEDADE

Marcia Cardoso Ferreira Carvalho¹

1. INTRODUÇÃO

A instituição escolar é uma organização hierárquica que inicia o processo de socialização do


indivíduo, com o acesso a educação e a inserção do mesmo em sociedade. É notável que a escola
tem um papel importante na sociedade, contudo, é relevante que a escola esteja munida de
competência, para que cumpra o seu dever nas organizações sociais que são desenvolver
competências. Dessa forma, o objetivo desse artigo é apresentar o papel que a escola tem em
relação à sociedade.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A perspectiva funcionalista, associada a teóricos como Émile Durkheim, argumenta que a


escola desempenha um papel fundamental na socialização e na transmissão de conhecimentos e
valores para a próxima geração. Através da educação, a escola contribui para a coesão social, a
estabilidade e a reprodução das normas e valores dominantes da sociedade.

Durkheim, É. (1898).

A educação desempenha um papel crucial na formação dos indivíduos, preparando-os para


assumir papéis e responsabilidades na sociedade. A escola é um espaço estruturado e
institucionalizado onde os alunos têm a oportunidade de aprender e adquirir conhecimentos em
diferentes áreas, como ciências, humanidades, matemática e linguagem. Através do currículo
escolar, os alunos são expostos a uma ampla gama de conhecimentos que são considerados
importantes para a sociedade em geral.

Além da transmissão de conhecimentos, a escola também é responsável por inculcar valores e


normas sociais nos alunos. Por meio de programas educacionais e práticas pedagógicas, a escola
promove a internalização de valores como respeito, tolerância, cooperação e responsabilidade.
Esses valores são considerados essenciais para a coesão social e o funcionamento harmonioso da
sociedade.

Ao reproduzir as normas e valores dominantes, a escola desempenha um papel importante na


manutenção da estabilidade social. Ao fornecer uma base comum de conhecimentos e valores para
todos os alunos, independentemente de sua origem social ou cultural, a escola contribui para a
criação de uma identidade coletiva e para a coesão entre os membros da sociedade. Isso ajuda a
garantir a continuidade das estruturas sociais existentes e a preservação das normas e valores que
são considerados importantes para o funcionamento da sociedade.

1 Nome dos acadêmicos


2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (Código da Turma) – Prática do Módulo I - dd/mm/aa
2

Por outro lado, a perspectiva do conflito, associada a teóricos como Karl Marx e Max Weber,
analisam as tensões e desigualdades de poder existentes na relação entre a escola e a sociedade.
Essa abordagem destaca que a estrutura educacional reflete e reproduz as desigualdades sociais,
mantendo e legitimando as hierarquias existentes. Conflitos podem surgir quando os interesses e
valores da sociedade entram em contradição com os objetivos e práticas da escola.

Marx, K., & Engels, F. (1848). E Weber, M. (1922).

Segundo a perspectiva do conflito, a estrutura educacional é influenciada pelas relações de


poder presentes na sociedade. A escola, como uma instituição controlada pelas elites dominantes,
tende a perpetuar as desigualdades sociais, uma vez que reflete os interesses e valores dessas elites.
Isso se manifesta em diversas formas, como o acesso desigual à educação, a distribuição desigual
de recursos educacionais e a reprodução das hierarquias de classe, gênero e raça/etnia.

As desigualdades de poder se refletem na estrutura escolar, desde o currículo até as práticas


pedagógicas. O currículo muitas vezes reflete os conhecimentos e perspectivas dominantes,
excluindo vozes e experiências de grupos marginalizados. Além disso, as práticas pedagógicas
podem reproduzir estereótipos e preconceitos, reforçando assim as desigualdades existentes na
sociedade.

Conflitos podem surgir quando os interesses e valores da sociedade entram em contradição


com os objetivos e práticas da escola. Grupos marginalizados e movimentos sociais podem
contestar e resistir às práticas educacionais opressivas, reivindicando uma educação mais inclusiva
e equitativa. Por exemplo, movimentos feministas têm lutado por uma educação que combata a
discriminação de gênero e promova a igualdade de oportunidades.

Adicionalmente, a teoria crítica, influenciada por pensadores como Theodor Adorno e


Jürgen Habermas, examina os conflitos entre a escola e a sociedade a partir de uma perspectiva
crítica das estruturas de poder e das ideologias dominantes. Essa abordagem enfatiza que a escola
pode reproduzir desigualdades e perpetuar formas de opressão, como discriminação de gênero,
raça/etnia e classe social. Conflitos surgem quando os estudantes e os grupos marginalizados
contestam e resistem às práticas educacionais opressivas.

Adorno, T. W. (1970) E Habermas, J. (1971)


A teoria crítica argumenta que a estrutura educacional e as práticas pedagógicas podem
refletir e reforçar as desigualdades sociais existentes. Por exemplo, a escola pode apresentar
currículos e materiais didáticos que negligenciam ou marginalizam certos grupos sociais,
reproduzindo assim estereótipos e preconceitos. Além disso, as relações de poder presentes na
escola podem favorecer determinados grupos e privilegiar certas formas de conhecimento,
silenciando vozes e experiências diversas.

Conflitos surgem quando estudantes e grupos marginalizados contestam e resistem às


práticas educacionais opressivas. Movimentos sociais e organizações estudantis têm lutado por
uma educação mais inclusiva, que valorize a diversidade e combata a discriminação. Por meio de
protestos, manifestações e ações de conscientização, esses grupos questionam as estruturas de
poder presentes na escola e reivindicam mudanças que promovam a igualdade de oportunidades e a
justiça social.
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A teoria crítica também destaca a importância da conscientização e da educação crítica.


Por meio de uma abordagem reflexiva e questionadora, os estudantes são incentivados a examinar
criticamente as estruturas de poder e as ideologias dominantes presentes na sociedade e na escola.
Eles são encorajados a desenvolver habilidades de pensamento crítico, análise e resistência às
formas de opressão.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A escola desempenha um papel central na sociedade, influenciando a formação das novas


gerações e desempenhando funções essenciais, como a socialização e a transmissão de
conhecimentos e valores. No entanto, essa função não ocorre de maneira neutra ou isenta de
conflitos. A partir das diferentes perspectivas teóricas exploradas, fica evidente que a escola pode
tanto reproduzir as desigualdades sociais existentes quanto ser um espaço de contestação e
transformação.
Para construir uma sociedade mais justa e igualitária, é essencial que a escola esteja atenta
às desigualdades estruturais e busque promover a inclusão, a diversidade e a equidade. As políticas
educacionais devem ser desenvolvidas com o objetivo de superar as barreiras que impedem o
acesso igualitário à educação e de valorizar a diversidade de saberes e experiências dos estudantes.
Em última análise, compreender o papel da escola na sociedade é fundamental para a
reflexão crítica e para a busca de transformações educacionais que promovam uma sociedade mais
justa, inclusiva e igualitária para todos os indivíduos.

4. REFERÊNCIAS

Durkheim, É. (1898). "Education as a Socializing Factor." In É. Durkheim, Emile Durkheim:


Selected Writings. Cambridge University Press.

Marx, K., & Engels, F. (1848). The Communist Manifesto. Disponível em:
https://www.marxists.org/archive/marx/works/1848/communist-manifesto/index.htm

Weber, M. (1922). Economy and Society: An Outline of Interpretive Sociology. University of


California Press.

Adorno, T. W. (1970). The Authoritarian Personality. Harper & Row.

Habermas, J. (1971). Toward a Rational Society. Beacon Press.

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