O filme "Meu Tio" critica a modernidade retratando o contraste entre a vida no subúrbio antigo onde vive o Sr. Holut e a casa moderna e funcional da família Pichard. A casa dos Pichard representa a arquitetura cinza e sem vida da época, enquanto o Sr. Holut tem dificuldades em se adaptar ao estilo de vida moderno. No final, o filme mostra como a modernidade tornou a sociedade sem graça e focada apenas na produção.
O filme "Meu Tio" critica a modernidade retratando o contraste entre a vida no subúrbio antigo onde vive o Sr. Holut e a casa moderna e funcional da família Pichard. A casa dos Pichard representa a arquitetura cinza e sem vida da época, enquanto o Sr. Holut tem dificuldades em se adaptar ao estilo de vida moderno. No final, o filme mostra como a modernidade tornou a sociedade sem graça e focada apenas na produção.
O filme "Meu Tio" critica a modernidade retratando o contraste entre a vida no subúrbio antigo onde vive o Sr. Holut e a casa moderna e funcional da família Pichard. A casa dos Pichard representa a arquitetura cinza e sem vida da época, enquanto o Sr. Holut tem dificuldades em se adaptar ao estilo de vida moderno. No final, o filme mostra como a modernidade tornou a sociedade sem graça e focada apenas na produção.
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III FRANCISCA MARIZA DE CARVALHO
TEXTO SOBRE O FILME “MEU TIO” (MON ONCLE), DE JACQUES TATI
Profª. Drª. Anna Cristina Andrade Ferreira
PAU DOS FERROS – RN 2020
TEXTO SOBRE O FILME “MEU TIO” (MON ONCLE), DE JACQUES TATI O filme “Meu tio” (Mon Oncle), do cineasta francês Jacques Tati, é uma comédia que aborda o cotidiano de uma França no contexto de pós-guerra. Jacques Tati mostra o forte contraste existente entre o padrão de vida em um subúrbio velho e pobre de Paris, onde mora Monsieur Holut, e o cenário marcado pela modernidade que envolvia a Europa neste período, onde mora a família da irmã do Sr. Holut, o sobrinho e o cunhado. Faz-se evidente a crítica que o filme busca fazer sobre a modernidade, que é retratada através do modo de vida destes personagens e também pela arquitetura e decoração, para as quais o filme chama atenção. De início, já faz-se notório este contraste existente entre os dois estilos de vida, retratando a desordem existente no antigo subúrbio, com cachorros se divertindo nas ruas, a interação de pessoas numa feira, onde se localiza o prédio que reside o Sr. Holut (Figura 01), uma construção simplória, antiga, repleta de esquadrias desarmonizadas, estruturas fora de padrão, e em contrapartida a isso, é retratado o centro urbano em que a modernidade se faz presente, mostrando o padrão perfeito de automóveis, todos na mesma velocidade e ordem. Figura 01. Casa do Sr. Holut
Fonte: Vaz (2014)
Na arquitetura, vê-se todos os prédios seguindo as mesmas características de construção, com a utilização de concreto, fachadas abertas, envoltas por vidros, estruturas metálicas. Torna-se até mesmo confundível uma escola, com uma empresa ou uma residência. É neste ambiente representado de forma cinza e sem vida que se implanta a casa da família Pichard, uma residência de alto padrão, que segue as características da arquitetura moderna, como é conferida na Figura 02. Figura 02. Casa da família Pichard.
Fonte: Helm (2012)
Feita de concreto e metal, as fachadas da residência possuem vidro, com um jardim com pouca vegetação, e uma passarela que orienta exatamente o caminho por onde as pessoas devem percorrer para alcançar a casa. Além disto, a casa possui diversas funções automáticas, que invés de gerar facilidades no dia-a-dia das pessoas, tendem a produzir bastante ruído. Os móveis são escolhidos de acordo com as cores e o design, porém, além da estética não oferecem conforto para os hóspedes. É notório então que tais elementos da casa são apenas de aparência. Isso também é demonstrado através do chafariz no jardim, o qual é acionado somente com a visita de pessoas, e de acordo com seu nível social. No geral, a casa é mostrada apenas para ser apreciada e não para ser habitada e usufruída de forma confortável por pessoas. Gerard Pichard, sobrinho do Sr. Holut tem a vida compartilhada entre ambos ambientes, e é perceptível que a criança demonstra mais alegria com a convivência no subúrbio, juntamente com meninos pelas ruas, sem tanta formalidade, como é conferida em sua casa. Além disso, o Sr. Holut também não consegue se encaixar no padrão exigido pela casa e nem muito menos pela cidade moderna. O mesmo, busca soluções rápida, improvisadas e sem tanta formalidade, em diversas cenas, para resolver os problemas que lhe surgem tanto na casa, como na cidade, o que torna o filme bastante cômico. Neste entendimento, o filme termina mostrando os avanços da modernidade, ao som de picaretas e ruídos produzidos pela indústria, ao passo que até as pessoas da vila mais humilde estão se adaptando ao modo de vida moderno, produzindo uma sociedade sem vida e chata, onde se preza a funcionalidade e a produção.
REFERÊNCIAS
(TATI, Jacques. Meu Tio (Mon Oncle). França, 1958)