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Neste post vou explicar como se faz o planejamento expedito da terraplenagem de uma obra, sob o ponto de vista do
dimensionamento do histograma de equipamentos.
Roteiro da terraplenagem
O roteiro é o seguinte:
Pluviometria
Nosso exemplo é uma estrada que tem 450.000 m³ de terraplenagem no Estado de São Paulo. O prazo do serviço é seis meses,
trabalhando em um turno de dez horas por dia.
Uma informação indispensável é o regime de chuvas da região. A precipitação atmosférica mensal é mostrada no gráfico abaixo:
Nota-se que a época mais favorável a atividades de movimento de terra é de abril a setembro. No entanto, considerando que temos que
iniciar os serviços em janeiro, notamos que teremos 3 meses de chuvas e 3 de “seca”.
Horas trabalháveis
O importante para o planejador não é nem tanto o volume mensal, mas sim a quantidade de dias em que a precipitação diária excede a 5
mm de chuva, situação em que os serviços de campo são seriamente afetados e a operação é paralisada. Como não dispomos da tabela
de precipitação histórica por dia, adotemos como premissa que, nos meses chuvosos, as paralisações atingem 50% dos dias
disponíveis e, nos meses mais secos, 15%. Construtoras deveriam ter registros de obras passadas para balizar esses dados.
Em suma,
Horas possíveis (HP) (h) DM x T 310 280 310 300 310 300
Horas trabalháveis
Explicação: O mês de janeiro tem 31 dias, ou seja, um total possível de 310 horas de trabalho. Como 50% dos dias são de paralisação (5
domingos/feriados e 10 dias de chuva), as horas impraticáveis são 15 dias x 10 h/dia = 150 horas, sobrando então 160 horas
trabalháveis.
Dom + Feriados 5 4 4 4 6 7
(DF) (dias)
Dias de chuva 10 10 10 5 – –
(DC) (dias)
Explicação: Em janeiro, 50.000 m³ a serem produzidos em 160 horas trabalháveis implicam uma produtividade requerida de 313 m³/h.
Note que a premissa do planejador foi definir o volume desejado e deixar como incógnita o dimensionamento da patrulha de
equipamentos. O contrário também poderia ser feito: atribuir uma quantidade de patrulhas e inferir o volume mensal de terraplenagem.
Explicação: O trator de esteiras D8 tem uma lâmina de 4 m³ de capacidade nominal, mas só enche 80% dela (fator de carga). O tempo
de ciclo é proveniente de catálogo (depende da distância de empurramento) ou de observação de outras obras. O fator de eficiência
reflete quanto do tempo é efetivamente gasto em operação (pois há interrupções para o operador beber água/ir ao banheiro,
reabastecimento etc.). A produtividade então é 160 m³/h. Obs: equipamentos como motoniveladora, trator agrícola com grade e
caminhão-pipa poderiam ter sido incluídos, mas deixamos só os quatro acima para ilustrar o método.
Explicação: O trator de esteiras D8 tem produtividade de 160 m³/h, mas a obra precisa de 313 m³/h. O quociente 313/160 = 1,95 tratores,
que arredondamos para dois. Obs: poderíamos ter arredondado fevereiro para três, mas como em março cai para dois, optamos por
manter dois tratores mobilizados. O déficit de fevereiro pode ser compensado com aumento de jornada.
Histograma
A representação gráfica do dimensionamento é mostrada abaixo.
Histograma
Gostou? Recomendo o livro “Manual prático de escavação: terraplenagem e escavação de rocha”, de Hélio de Souza Ricardo.
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