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MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

Planejamento e Controle de Obras

Aula 7

Gerenciamento de custo

TC QEM/FC GIUSEPPE MICELI JUNIOR – D.Sc.


O que é o BDI?
• ‘É a taxa de mark- up utilizada para a
formação do preço de venda de serviços de
engenharia, sendo aplicado no ramo da
construção civil brasileira desde meados da
década de 1970 ’ (Freires e Plamplona,
2005)
– MARK- UP – Da forma que é utilizado nas estimativas para a
construção, esse percentual inclui overhead (gastos gerais), lucro e
outros custos indiretos (AACEI – The Association for the
Advancement of Cost Engineering International)

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O que é o BDI?
• Acórdão 2622/2013
– Na composição do BDI, devem ser considerados
somente os custos alocados aos contratos de obras
públicas com base em critérios de rateio ou em
estimativas ou aproximações, como:
• Administração central
• Riscos
• Seguros
• Garantias
• Despesas financeiras
• Remuneração da empresa contratada
• Tributos sobre faturamento

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Benefícios e Despesas Indiretas

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DECRETO Nº 7.983, DE 8 DE
ABRIL DE 2013
Art. 9o O preço global de referência será o resultante do custo global
de referência acrescido do valor correspondente ao BDI, que deverá
evidenciar em sua composição, no mínimo:
I - taxa de rateio da administração central;
II - percentuais de tributos incidentes sobre o preço do serviço,
excluídos aqueles de natureza direta e personalística que oneram o
contratado;
III - taxa de risco, seguro e garantia do empreendimento; e
IV - taxa de lucro.

FONTE:http://www.planalto.gov.br – Texto da Lei


Benefícios e Despesas Indiretas
- A análise dos componentes da taxa de BDI de obras
públicas está dividida em três grupos:
- (i) custos indiretos, compreendendo: taxas de rateio da
administração central, riscos, seguros, garantias e
despesas financeiras;
- (ii) remuneração da empresa contratada; e
- (iii) tributos incidentes sobre o faturamento

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Benefícios e Despesas Indiretas
- IRPJ E CSLL (Contribuição Social sobre Lucro de
Pessoa Jurídica) não constam do orçamento-base da
licitação porque dependem da situação financeira da
empresa.
- Ainda se a empresa não tiver lucro, receberá por impostos que não
precisou recolher.

- Recomendação TCU (Súmula 254):


- “Existem tributos que, por sua natureza, não repercutem
economicamente, isto é, não transferem para terceiros o seu
encargo financeiro, oneram pessoalmente os contribuintes, são
tributos diretos.”

- Mas isso não se aplica às empresas licitantes. Elas


podem destacar o IRPJ e a CSLL em suas propostas
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Benefícios e Despesas Indiretas
- IRPJ E CSLL
- AC 1591/2008 - Plenário:
- “A indicação em destacado na composição do BDI do imposto de
renda pessoa jurídica e da contribuição social sobre o lucro líquido
não acarreta, por si só, prejuízos ao erário, pois é legítimo que as
empresas considerem esses tributos quando do cálculo da equação
econômico-financeira de sua proposta.”

- Discriminar no edital.

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BDI: Premissas básicas
• BDI não está totalmente consolidado, sendo alvo de
polêmica e diversas metodologias
• Base a ser adotada: interpretação do TCU, do Instituto de
Engenharia-IE, e do Instituto Brasileiro de Engenharia de
Custos -IBEC
• Jurisprudência do TCU:
– Revista do TCU, 088 de Jun 2001
– Decisão nº 1332/02
– Acórdão 325/2007, Acórdão 818/2007, Acórdão
2369/2011entre outros.
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Considerações e Metodologia
• Preço Venda = Custo Direto x (1 + BDI / 100)
• BDI: o que não for enquadrado como CUSTO DIRETO
• CUSTO DIRETO: é resultado dos custos unitários
dos serviços necessários para a construção da
edificação mais os custos da infra-estrutura

• Custo Unitário dos Serviços


– Administração Local Não devem ser expressos
em VERBA e devem
– Canteiro de Obras e Acampamento constar explicitamente do
orçamento analítico em
– Mobilização e Desmobilização ítem exclusivo!
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Itens do BDI conforme Acórdão TCU 325/2007
• Garantia
➢ Art. 56 da Lei nº 8.666: Exigência de garantia como parte
das cautelas que a Administração Pública pode tomar para
assegurar o sucesso da contratação.
➢ Mas... Exigência de garantia deve estar no edital (5% →
máx 10% do valor do contrato)
➢ Faixa de variação de referência (TCU)
▪ Segundo operadores de seguro, prêmio pela garantia varia de
0,45% a 4,0% aa sobre valor da apólice
✓ 0,0225% a 0,2% aa p/ garantias de 5% do valor do contrato
✓ 0,045% a 0,4% aa p/ garantia de 10% do valor contratado.
▪ O % atribuível à garantia depende do prazo de execução da obra,
da classificação de risco da empresa e da negociação do prêmio
com a seguradora.
➢ Min. 0,00 - Max 0,42% - DOM
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Itens do BDI conforme Acórdão TCU 325/2007
• Riscos
➢ Para Instituto de Engenharia: taxa aplicada para cobrir
eventuais incertezas decorrentes de omissão de serviços,
quantitativos não realistas ou insuficientes, projetos mal
feitos ou indefinidos, especificações deficientes,
inexistência de sondagem do terreno, etc.

➢ Mas... Para TCU, no contrato administrativo, a obra é


pactuada pelos quantitativos do projeto e os custos
unitários estabelecidos. Quaisquer alterações dependerão
de repactuação do contrato, a ser aprovada pela Adm, não
incorrendo o executor em riscos de quantitativos.

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Itens do BDI conforme Acórdão TCU 325/2007
• Riscos
➢ Mas... existem ocorrências não previstas em projetos e que
podem repercutir no custo da obra e deverão ser arcadas
pelo contratado.
▪ Ex: perdas excessivas de material (devido a quebra ou retrabalho),
perdas de eficiência de mão-de-obra, greves, condições climáticas
atípicas, dentre outros.

➢ Para TCU, a taxa de riscos é um % sobre o custo direto da


obra que representa uma margem de reserva e não pode
ser muito significativa → Mín 0 a Máx 2%

➢ RISCO (min. 0,00 - max 2,05%) - DOM

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Itens do BDI conforme Acórdão TCU 325/2007
• Despesas Financeiras
➢ Gastos relacionados ao custo de capital decorrente da
necessidade de financiamento
➢ Em obras públicas, paga-se apenas pelos serviços já
realizados e dispõe de 30 dias para pagar. Logo, deve-se
analisar o custo de oportunidade do capital.
➢ Base: Taxa SELIC (reflete o custo do dinheiro p/ empréstimos
bancários com base na remuneração de títulos públicos.)
▪ Março/17: 0,892% am
▪ Min. 0,00 - Máx 1,20% (DOM)

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Itens do BDI conforme Acórdão TCU 325/2007
• Administração Central
➢ Custo da estrutura administrativa (pessoal, instalações
físicas, veículos e equipamentos, despesas correntes,
serviços de terceiros e outras despesas)→ em que
proporção este custo é apropriado como despesa em uma
obra.
➢ Uma empresa com maior número de obras poderá
praticar uma taxa de administração central inferior à
empresa do mesmo porte com apenas um canteiro.

➢ TCU: Mínimo Máximo Média


0,00% 8,00% 4,00%
➢ Mín. 0,11 - Máx 8,03% (DOM)
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Itens do BDI conforme Acórdão TCU 325/2007
• Lucro
➢ Secretaria de Governo e Gestão Estratégica de SP: 7,2%
➢ SICRO-2 (2003): 5,0% de lucro líquido
➢ TCU sugere que entre 7,0% e 8,5% de lucro estaria
perfeitamente adequada aos valores atualmente
praticados no mercado da construção civil, mas destaca
que não há previsão legal para que essa seja fixada ou
limitada.

➢ Mín. 3,83 – Máx 5% (DOM)

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Benefícios e Despesas Indiretas

• PV - (imposto)*PV= PC
•PV= PC/(1-imposto) despesas
administração financeiras
garantia riscos central lucro

BDI = ((1+Ga+Ri+AC)*(1+DF)*(1+LC))
1-(CO+PIS+ISS)

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Itens do BDI conforme Acórdão TCU 325/2007
• Contribuição Previdenciária s/ Receita Bruta
➢ Medidas Provisórias (MP) 601/2012 e 612/2013
➢ Novo tributo incidente sobre o faturamento (receita
bruta) p/ substituir temporariamente a contribuição
previdenciária patronal de 20% sobre a folha de
pagamento de algumas atividades econômicas,
incluindo as do setor de construção civil, cujo
percentual sobre a receita bruta poderá ser incluído no
BDI de obras públicas durante a sua vigência legal.
➢ 2% aplicado sobre o valor da receita bruta
➢ 2% sobre o preço total das obras

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Itens que poderão compor o BDI conforme
Acórdão 325/2007 - TCU - de 15/03/07
% sobre o
COMPOSIÇÃO DO BDI - ITENS
custo
GARANTIA (min. 0,00 - max 0,42%) (GA) 0,21
Gastos relacionados ao
RISCO (min. 0,00 - max 2,05%) (Ri) 0,97
Incide
custo desobre
capital
DESPESAS FINANCEIRAS (min. 0,00 - max 1,20%) Preço de Custo
decorrente da
0,59
necessidade de
(DF)
ADMINISTRAÇÃO CENTRAL (min. 0,11 - max 8,03%) financiamento
4,07
(AC)
LUCRO (min. 3,83 - max 5,00%) (LC) Imposto federal para 5,0 (**)
Seguridade Social
CONFINS (3,00%) (CO) Imposto federal 3,0 (*)
para
Imposto municipal sobre serviços
PIS (0,65%) (PIS) Incide sobre Preço
Integração Social de
(Seguro
de natureza0,65 (*)
qualquer
Vendadesemprego e 406/68
-Decreto Lei abono)p/ obras
ISSQN (5,00%) (ISS) 5,0 (*)
- Varia de 2 a 5%

Total BDI: 21,69

(*) Recolhidos pela Unidade Gestora antes do pagamento da NF 19

(**) LUCRO máximo (DOM)= 5,0%


Acórdãos do TCU
• TCU - Acórdão 325/2007 – Plenário
– 9.1.2. os itens Administração Local, Instalação
de Canteiro e Acampamento e Mobilização e
Desmobilização devem constar na planilha
orçamentária e não no BDI;
– Objetivo: 1. Transparência do orçamento
2. Facilidade do Gerenciamento de Aditivos
3. Diminuir risco de cobrança de valores em
duplicidade
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Itens que poderão compor o BDI conforme
Acórdão 325/2007 - TCU - de 15/03/07
COMPOSIÇÃO DO BDI - ITENS Mínimo Máximo Média
GARANTIA (GA) 0 0,42 0,21
RISCO (Ri) 0 2,05 0,97
DESPESAS FINANCEIRAS (DF) 0 1,20 0,59
ADMINISTRAÇÃO CENTRAL (AC) 0,11 8,03 4,07
LUCRO (LC) 3,83 5,00 5,0
CONFINS (CO) 3,0 3,0 3,0
PIS (PIS) 3,0 3,0 0,65
ISSQN (5,00%) (ISS) 2,00 5,00 3,62

Total BDI: 16,36 28,87 22,61

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O que se considera como ...
• Administração Local • Canteiro de Obras
• Chefia da obra – engenheiro • Preparação do terreno para
• Segurança do Trabalho instalação do canteiro;
• Produção – mestre de obra • Tapume, cerca ou muro de
Consumos de energia, proteção e guarita de controle
telefone fixo e móvel ; de entrada do canteiro.
• Consumo de água • Construção do escritório
• - Pequeno porte:0,65 m³/m² técnico e administrativo da
• - Médio porte:0,45 m³/m² obra
• - Grande Porte:0,35 m³/m² • Placas da obra.
• Gestão da qualidade e • Iluminação provisória
produtividade;
• ART, etc.

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Jurisprudência - Acordãos do TCU
TC-006.754/2007-4
• Mobilização e desmobilização: providências e operações da
empreiteria para transportar pessoal e equipamentos até o
local da obra e, ao final, retorná-los para o ponto de origem.

• Como os gastos com mobilização e desmobilização só são


significativos para construção de estradas, barragens e outras
obras que exigem a utilização de grande quantidade de
equipamentos e são executadas em locais distantes de
centros urbanos, esses gastos podem ser considerados
desprezíveis na elaboração de orçamentos de edificações
localizadas no perímetro urbano, principalmente se no
mesmo município da sede da construtora.
O que se considera como ...
Mobilização e Desmobilização Como lançar estes custos?
• Transporte, carga e descarga de materiais para a
montagem do canteiro de obra.
• Preços compostos
analiticamente;
• Montagem de desmontagem de equipamentos
fixos de obra. • Custo mensal ou horário de
• Transporte, hospedagem, alimentação e despesas mão de obra administrativa ou
diversas do pessoal próprio ou contratado para a técnica;.
preparação da infra-estrutura operacional da obra. • Verba (pouco indicado e
• Aluguel horário de equipamentos especiais para
“não aceito” pelo TCU);
carga e descarga de materiais ou equipamentos
pesados que compõe a instalação • pelo TCU);

24
Acórdãos do TCU
• TCU - Acórdão 325/2007 – Plenário
– 9.1.3. o gestor público deve exigir dos licitantes o
detalhamento da composição do BDI e dos
respectivos percentuais praticados;

25
Acórdãos do TCU
• TCU - Acórdão 036.076/2011- 2
– 24. Trata- se da obrigatoriedade de inclusão nos
editais de licitação de composições de custos
unitários de serviços e do detalhamento do BDI,
com a devida discriminação de cada
componente de custos;

26
Orientações para elaboração de planilhas
orçamentárias - TCU

FONTE:http://www.planalto.gov.br – Texto da Lei


Benefícios e Despesas Indiretas

BDI = ((1+Ga+Ri+AC)*(1+DF)*(1+LC))
1-(CO+PIS+ISS)

BDI = ((1+0,05+0,01)*(1+0,01)*(1+0,08))=23,86%
1-(0,0065+0,03+0,03)

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Benefícios e Despesas Indiretas

BDI = ((1+Ga+Ri+AC)*(1+DF)*(1+LC))
1-(CO+PIS+ISS)

BDI = ((1+0,05+0,01)*(1+0,01)*(1+0,08))=26,57%
1-(0,0065+0,03+0,03+0,02)

29/63
Valores Médios do BDI conforme Acórdão
2622/2013 - TCU

30
Valores Médios do BDI conforme Acórdão
2622/2013 - TCU

31
Acórdão 2622/2013 - TCU

32
Considerações sobre o BDI
• Nem toda obra tem o mesmo BDI
• O BDI não tem limite superior
– Acórdão 2369/2011 do TCU
• Faixas referenciais e não limites absolutos a serem cumpridos
• Orientações destinam-se a administradores públicos, e não a
particulares.
• Não se propugna a análise isolada do BDI de um orçamento,
menos ainda de seus componentes individualmente

33
Considerações sobre o BDI
• Acórdão 2369/2011 do TCU

– Não se admite a impugnação da taxa de BDI consagrada em processo


licitatório sem que esteja demonstrado que os demais componentes dos
preços finais estejam superestimados, resultando em preços unitários
dissociados do padrão de mercado.

– As empresas proponentes de um certame licitatório devem


apresentar a composição do BDI de acordo com as suas
peculiaridades, não sendo exigível sua submissão às faixas referenciais
indicadas pelo tribunal. (...) Não cumpre ao TCU estipular percentuais
fixos para cada item que compõe a taxa de BDI, ignorando as
peculiaridades da estrutura gerencial de cada empresa que contrata
com a Administração Pública
34
Considerações sobre o BDI
• Numa concorrência, 2 empresas
proponentes não necessariamente chegam
a um mesmo BDI
• Quanto mais detalhada a planilha
orçamentária (+ serviços incluídos!), reduz-
se o BDI.

35
Considerações sobre o BDI
• BDI Diferenciado
– Deve ser aplicado apenas no caso em que um
ou mais materiais (ou equipamentos) a serem
incorporados à obra sejam a tal ponto
específicos e financeiramente relevantes que a
atitude natural do gestor seria a sua aquisição
em licitação distinta, porém esta se mostra
inviável.

36
Considerações sobre o BDI
• BDI Diferenciado
– A tese que fundamenta a adequação do uso de
um BDI inferior para essas parcelas baseia-se no
fato de que a futura contratada assemelha-se,
nesses casos, a mera intermediadora na
aquisição do objeto.
– De fato, a composição de BDI específico para isso
levaria a componentes com montantes inferiores
aos usualmente praticados, como seria o caso do
ISS e da Taxa de Riscos.
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Encargos Sociais e Riscos do Trabalho

• Encargos obrigatórios adicionados aos


salários dos trabalhadores
• Exigidos pelas Leis trabalhistas ou
resultante de Acordos Sindicais
• 3 níveis:
– Encargos Básicos e Obrigatórios
– Encargos Incidentes e Reincidentes
– Encargos Complementares
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Encargos Sociais e Riscos do Trabalho
para mensalista
GRUPOS DISCRIMINAÇÃO %
GRUPO A ENCARGOS SOCIAIS BÁSICOS

A.1 INSS 20,00


A.2 FGTS 8,50

A.3 Salário Educação 2,50


A.4 Serviço Social da Indústria - SESI 1,50
A.5 SENAI 1,00

A.6 SEBRAI 0,60

A.7 INCRA 0,20

A.8 Seguro contra Adidente de Trabalho - SAT 3,00

TOTAL DE ENCARGOS DO GRUPO A 37,30


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Encargos Sociais e Riscos do Trabalho
para mensalista

GRUPOS DISCRIMINAÇÃO %
GRUPO B ENCARGOS QUE RECEBEM A INCIDÊNCIA DE “A”

B.1 Repousos semanais e feriados (*)


B.2 Auxílio-enfermidade (*)
B.3 Licença-Paternidade (*)
B.4 13º Salário 8,22
B.5 Faltas justificadas (*)
TOTAL DE ENCARGOS DO GRUPO B 8,22

(*) para trabalhadores horistas

40
Encargos Sociais e Riscos do Trabalho
para mensalista

GRUPOS DISCRIMINAÇÃO %
GRUPO C ENCARGOS QUE NÃO RECEBEM A INCIDÊNCIA DE “A”
C.1 Depósito por despedida injusta 4,60
C.2 Férias (indenizadas) 10,93
C.3 Aviso-Prévio (indenizado) 10,20

TOTAL DE ENCARGOS DO GRUPO C 25,73

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Encargos Sociais e Riscos do Trabalho
para mensalista

GRUPOS DISCRIMINAÇÃO %

GRUPO D ENCARGOS QUE NÃO RECEBEM A INCIDÊNCIA DE “A”

D.1 Reincidênciua de “A” sobre “B” 3,15


D.2 Reincidência do FGTS sobre o Aviso-Prévio 0,87
TOTAL DE ENCARGOS DO GRUPO D 4,02

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Encargos Sociais e Riscos do Trabalho
para mensalista
GRUPOS DISCRIMINAÇÃO %
GRUPO E ENCARGOS COMPLEMENTARES
E.1 Vale - transporte 7,93
E.2 Refeição mínima 6,60

E.3 Refeição - almoço 27,87


E.4 EPI - Equipamento de Proteção Individual 5,00
E.5 Ferramentais manuais 2,00

TOTAL DE ENCARGOS DO GRUPO E 49,40

Percentagem total de Encargos Sociais 124,67

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ASPECTOS RELEVANTES DA NOROM

Encargos Sociais:
1. Inclusos nos preços SINAPI
2. Cálculo conforme Anexo J.

3. Hora extra: no mínimo 50% maior do valor da


hora normal (CF)

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ASPECTOS RELEVANTES DA NOROM

Honorários:
1. Verificar CREA
2. Na falta de informações, consulta ao Anexo N.

45/63
PRINCIPAIS VERIFICAÇÕES DA DOM

Aprovação de orçamentos:
1. Aprovado sem restrições;
2. Aprovado com restrições;
3. Não aprovado.

46/63
Orçamento

1. Atenção quanto à comparação:


• Orçamento x Projeto
• Orçamento x Especificação
• Orçamento x Tabelas (Esquadrias, Materiais Ele /
Hidrossanitários)
2. Atenção quanto à legislação (NOROM).

47/63
Desbalanceamento

• Nada obriga o construtor a distribuir o BDI


linearmente. Ele pode, mantendo o preço de venda
calculado, atribuir BDI diferente para cada item da
planilha, de acordo com sua conveniência. Este é o
processo de desbalanceamento da planilha!

48/63
Exemplo: Desbalanceamento
Serviço Unidade Quantidade Custo Custo
unitário total
Escavação m3 10 10,00 100,00

Forma m2 70 20,00 1.400,00

Armação kg 500 5,00 2.500,00

Concreto m3 5 200,00 1.000,00

Custo total 5.000,00

• O preço de venda foi calculado em $ 7.000,00.


Logo, o BDI é de 40%.

49/63
Exemplo: Desbalanceamento
Serviço Unidade Quantidade Custo Custo
unitário total
Escavação m3 10 14,00 140,00

Forma m2 70 28,00 1.960,00

Armação kg 500 7,00 3.500,00

Concreto m3 5 280,00 1.400,00

Preço total de venda 7.000,00

• O preço de venda foi calculado em $ 7.000,00.


Logo, o BDI é de 40%.

50/63
Exemplo: Desbalanceamento
• Mas... O BDI não precisa ser aplicado linearmente sobre os
custos diretos! O construtor pode aumentar o preço dos
serviços que ocorrem no início da obra. Ele pode aumentar
o aumento de uns itens com o decréscimo de outros.
Serviço Unidade Quantidade Custo Custo
unitário total
Escavação m3 10 20,00 200,00

Forma m2 70 28,00 1.960,00

Armação kg 500 7,00 3.500,00

Concreto m3 5 200,00 1.340,00

Preço total de venda 7.000,00 51/63


Razões para Desbalanceamento
• Preços mais altos para serviços que ocorrem mais
cedo → capital de giro
• Quantidades mal dimensionadas
• Quantidades que vão crescer ou descrescer
• O desbalanceamento possui efeitos contrários em
quem contrata e em quem executa a obra. Por isto,
LDO (2010) determinou variação máxima de 20% no
preço SINAPI → combater desbalanceamento!

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Orientações para elaboração de planilhas
orçamentárias - TCU

FONTE:http://www.planalto.gov.br – Texto da Lei


LDO 2003
Dispõe sobre as diretrizes para a elaboração e execução da Lei Orçamentária.

• Sinapi é citado, pela primeira vez, como fonte de


referência de preços.

– Artigo 93: “Os custos unitários de materiais e serviços de obras


executados com recursos dos orçamentos da União não
poderão ser superiores a 30% àqueles constantes do Sistema
Nacional de Pesquisas de Custos e Índices da Construção Civil
(Sinapi), mantido pela Caixa Econômica Federal. (...) e somente
em condições especiais, devidamente justificadas, os custos
poderão superar o limite estipulado.”

– Para isso, foi necessário que a Caixa Econômica Federal se


comprometesse a ampliar os tipos de empreendimentos
abrangidos pelo sistema, a fim de contemplar os principais tipos
de obras públicas contratadas.

FONTE:http://www.planalto.gov.br – Texto da Lei


LDO 2004
• Muda a forma como o Sinapi será adotado.

– Art.101: “Os custos unitários de materiais e serviços de obras


executadas com recursos dos orçamentos da União não
poderão ser superiores à mediana daqueles constantes do
Sinapi (...) e os custos somente poderão ultrapassar o limite
fixado em condições especiais devidamente justificativas em
relatório técnico cirscunstanciado e aprovados por autoridade
competente, sem prejuízo da avaliação dos órgãos de controle
interno e externo”

• LDO de 2005 mantém as mesmas regras de 2004 com


relação ao Sinapi.

FONTE:http://www.planalto.gov.br – Texto da Lei


LDO 2006
• Acrescenta que as informações do Sinapi devem ser
disponibilizadas na Internet
• Casos não abrangidos no sistema poderão ser
formulados através do Custo Unitário Básico – CUB.

• LDO de 2007 mantém as mesmas regras de 2006 com


relação ao Sinapi.
• LDO de 2008 acrescenta (Art 115) que a inclusão de
dados no Sinapi deve ser feita até o mês de junho e que
a Fundação Nacional de Saúde pode utilizar sistema de
custos próprio, baseado em coletas regionais periódicas,
os quais devem ser informados à Caixa Econômica
Federal para inclusão no Sinapi.
FONTE:http://www.planalto.gov.br – Texto da Lei
LDO 2009
• Art. 109: “O custo global de obras e serviços executados
com recursos e orçamentos da União será obtido a partir de
custos unitários de insumos ou serviços iguais ou menores
que a mediana de seus correspondentes no Sinapi”.
• “Nos casos em que o SINAPI não oferecer custos unitários
de insumos ou serviços, poderão ser adotados aqueles
disponíveis em tabela de referência formalmente aprovada
por órgão ou entidade da administração pública federal,
incorporando-se às composições de custos dessas tabelas,
sempre que possível, os custos de insumos constantes do
SINAPI”. Além disso, o órgão que aprovar a tabela de
custos unitários deve divulgar na Internet e encaminhar à
Caixa Econômica.

FONTE:http://www.planalto.gov.br – Texto da Lei


LDO 2009
• Art 109: “Deve constar no projeto básico a anotação de
responsabilidade técnica e declaração expressa do autor
das planilhas orçamentárias, quanto à compatibilidade dos
quantitativos e dos custos constantes de referidas planilhas
com os quantitativos do projeto de engenharia e os custos
do SINAPI.
• (...) a diferença percentual entre o valor global do contrato e
o obtido a partir dos custos unitários do SINAPI não poderá
ser reduzida, em favor do contratado, em decorrência de
aditamentos que modifiquem a planilha orçamentária”.

FONTE:http://www.planalto.gov.br – Texto da Lei


- Lei N° 12.017, de 12 de agosto de 2009.
LDO 2010
• Acrescenta o SICRO como base para obras e serviços
rodoviários
• Art. 112. O custo global de obras e serviços contratados e
executados com recursos dos orçamentos da União será
obtido a partir de custos unitários de insumos ou serviços
menores ou iguais à mediana de seus correspondentes no
Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da
Construção Civil – SINAPI, mantido e divulgado, na internet,
pela Caixa Econômica Federal, e, no caso de obras e serviços
rodoviários, à tabela do Sistema de Custos de Obras
Rodoviárias – SICRO.
– § 1º Em obras cujo valor total contratado não supere o limite para
Tomada de Preços, será admitida variação máxima de 20% (vinte
por cento) sobre os custos unitários de que trata o caput deste
artigo, por item, desde que o custo global orçado fique abaixo do
custo global calculado pela mediana do SINAPI.
FONTE:http://www.planalto.gov.br – Texto da Lei
A LDO 2010 estabelece nova restrição relativa aos
custos unitários:

§ 1o Em obras cujo valor total contratado não supere o


limite para Tomada de Preços, será admitida variação
máxima de 20% (vinte por cento) sobre os custos unitários
de que trata o caput deste artigo, por item, desde que o
custo global orçado fique abaixo do custo global
calculado pela mediana do SINAPI.
Note que esta variação de 20% só será permitida para obras
e serviços de engenharia com valores até R$ 1.500.000,00
(art. 23, I – b, Lei 8.666/93). Acima deste limite, esta variação
nos custos unitários NÃO SERÁ PERMITIDA!
A LDO 2010 estabelece nova restrição relativa aos
custos unitários:
§ 1o Em obras cujo valor total contratado não supere o
limite para Tomada de Preços, será admitida variação
máxima de 20% (vinte por cento) sobre os custos unitários
de que trata o caput deste artigo, por item, desde que o
custo global orçado fique abaixo do custo global
calculado pela mediana do SINAPI.

Mas a limitação quanto ao preço global


continua!
LDO 2010 - Lei N° 12.017, de 12 de agosto de 2009.

• § 2º Nos casos em que o SINAPI e o SICRO não oferecerem


custos unitários de insumos ou serviços, poderão ser adotados
aqueles disponíveis em tabela de referência formalmente
aprovada por órgão ou entidade da administração pública
federal, incorporando-se às composições de custos dessas
tabelas, sempre que possível, os custos de insumos constantes
do SINAPI e do SICRO.

• § 3º Somente em condições especiais, devidamente


justificadas em relatório técnico circunstanciado, elaborado
por profissional habilitado e aprovado pelo órgão gestor dos
recursos ou seu mandatário, poderão os respectivos custos
unitários exceder limite fixado no caput e § 1º deste artigo,
sem prejuízo da avaliação dos órgãos de controle.

FONTE:http://www.planalto.gov.br – Texto da Lei


SINAPI é referência única??

Não, outras referenciadas formalmente aprovadas (EMOP, SICRO2 etc.)


também podem ser utilizadas.

§ 2o Nos casos em que o SINAPI e o SICRO não oferecerem custos


unitários de insumos ou serviços, poderão ser adotados aqueles
disponíveis em tabela de referência formalmente aprovada por
órgão ou entidade da administração pública federal, incorporando-se
às composições de custos dessas tabelas, sempre que possível, os
custos de insumos constantes do SINAPI e do SICRO.
Mas o SINAPI e SICRO (este nas condições do caput) são preferenciais!!
Para o uso de composições de outra referência, ainda que aprovada
formalmente, estas composições não deverão ser encontrada naqueles.

Futuramente, podem até incorporar-se a estes sistemas.


E se o insumo mais vantajoso à Administração Pública
não for o mais barato??

Desde que justificadamente, o custo global poderá ser


excedido.

§ 3o Somente em condições especiais, devidamente justificadas


em relatório técnico circunstanciado, elaborado por profissional
habilitado e aprovado pelo órgão gestor dos recursos ou seu
mandatário, poderão os respectivos custos unitários exceder limite
fixado no caput e § 1o deste artigo, sem prejuízo da avaliação dos
órgãos de controle interno e externo.

No nosso caso, esta justificativa deve ser


aprovada pela DOM
LDO 2011

FONTE:http://www.planalto.gov.br – Texto da Lei


Quem responderá ao TCU e demais órgãos de controle pelo
orçamento inadequado?

A LDO considera o autor da planilha orçamentária tão


responsável quanto o parecerista pelas irregularidades que
eventualmente forem observadas!

§ 5o Deverá constar do projeto básico a que se refere o


art. 6o, inciso IX, da Lei no 8.666, de 1993, inclusive de
suas eventuais alterações, a anotação de responsabilidade
técnica e declaração expressa do autor das planilhas
orçamentárias, quanto à compatibilidade dos
quantitativos e dos custos constantes de referidas
planilhas com os quantitativos do projeto de engenharia e
os custos do SINAPI, nos termos deste artigo.
LDO 2011
Acrescenta a necessidade de evidenciação da
composição do BDI, a qual deve constar no
mínimo taxa de rateio da administração central,
percentuais de tributos incidentes sobre o preço
do serviço, excluídos aqueles de natureza direta
e personalística que oneram o contratado, taxa
de risco, seguro e garantia do empreendimento e
taxa de lucro.

FONTE:http://www.planalto.gov.br – Texto da Lei


LDO 2012

• Artigo 125: “Entende-se por composições de custos unitários


correspondentes aquelas que apresentem descrição
semelhante a do serviço a ser executado, com discriminação
dos insumos empregados, quantitativos e coeficientes
aplicados”.

FONTE:http://www.planalto.gov.br – Texto da Lei


LDO 2013

• Artigo 102: § 6o No caso de adoção do regime de empreitada


por preço global:
• I - na formação do preço que constará das propostas dos licitantes,
poderão ser utilizados custos unitários diferentes daqueles fixados
no caput, desde que o preço global orçado e o de cada uma das etapas
previstas no cronograma físico-financeiro do contrato, observado o § 7o,
fique igual ou abaixo do valor calculado a partir do sistema de referência
utilizado;
• III - as alterações contratuais sob alegação de falhas ou omissões em
qualquer das peças, orçamentos, plantas, especificações, memoriais e
estudos técnicos preliminares do projeto não poderão ultrapassar, no seu
conjunto, 10% do valor total do contrato, computando-se esse percentual
para verificação do limite do § 1º do art. 65 da Lei no 8.666, de 1993;

FONTE:http://www.planalto.gov.br – Texto da Lei


DECRETO Nº 7.983, DE 8 DE
ABRIL DE 2013
• Art. 3o O custo global de referência de obras e serviços de engenharia,
exceto os serviços e obras de infraestrutura de transporte, será obtido a
partir das composições dos custos unitários previstas no projeto que integra
o edital de licitação, menores ou iguais à mediana de seus correspondentes
nos custos unitários de referência do Sistema Nacional de Pesquisa de
Custos e Índices da Construção Civil - Sinapi, excetuados os itens
caracterizados como montagem industrial ou que não possam ser
considerados como de construção civil.
• Art. 4o O custo global de referência dos serviços e obras de infraestrutura
de transportes será obtido a partir das composições dos custos unitários
previstas no projeto que integra o edital de licitação, menores ou iguais aos
seus correspondentes nos custos unitários de referência do Sistema de
Custos Referenciais de Obras - Sicro, cuja manutenção e divulgação caberá
ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT,
excetuados os itens caracterizados como montagem industrial ou que não
possam ser considerados como de infraestrutura de transporte
FONTE:http://www.planalto.gov.br – Texto da Lei
DECRETO Nº 7.983, DE 8 DE
ABRIL DE 2013
• Art. 10. A anotação de responsabilidade técnica pelas planilhas
orçamentárias deverá constar do projeto que integrar o edital de licitação,
inclusive de suas eventuais alterações.
• Art. 13. Em caso de adoção dos regimes de empreitada por preço global e
de empreitada integral, deverão ser observadas as seguintes disposições
para formação e aceitabilidade dos preços:
• I - na formação do preço que constará das propostas dos licitantes, poderão
ser utilizados custos unitários diferentes daqueles obtidos a partir dos
sistemas de custos de referência previstos neste Decreto, desde que o
preço global orçado e o de cada uma das etapas previstas no cronograma
físico-financeiro do contrato, observado o art. 9o, fiquem iguais ou abaixo
dos preços de referência da administração pública obtidos na forma do
Capítulo II, assegurado aos órgãos de controle o acesso irrestrito a essas
informações; e

FONTE:http://www.planalto.gov.br – Texto da Lei
Reajustamento
• Pn= In*Po/Io
▪ Pn= preço no mês desejado
▪ Po= preço relativo à proposta inicial
▪ In= índice do mês desejado para atualização
▪ Io= índice do mês da proposta inicial

• FGV: Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), Índice


de Custo da Construção (ICC) por capitais, Índice Nacional de
Custo de Obras Específicas (edificações, pavimentação,
terraplanagem, portuárias e outras)

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