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Nome: Juliana Tamires Cunha Morgado dos Santos

Resenha: SCHWARZ, Roberto. “As ideias fora do lugar”. Novos estudos Cebrap3.
Janeiro de 1973, p.150-161

O texto aponta que, os intelectuais liberais do Brasil pós-independência


tentavam utilizar ideias vindas da Europa no país, porém quando estas eram transpostas
para o Brasil elas não eram cabais com o que a realidade brasileira vivenciava.
O liberalismo econômico e os iluministas da Europa durante a modernidade
pregavam a universalidade, autonomia e a individualidade usavam estas expressões na
Europa para encobrir a exploração de mão de obra fabril que estava ocorrendo naquele
momento, isto não se aplicaria ao Brasil que ainda vivia o escravismo.
Ele atribui a independência brasileira a influencias externas. Em alguns
momentos o texto deixa a impressão de que o Brasil teria acatado estas ideias sem
questionar e pensar que, o contexto que o país vivenciava era diferenciado do momento
dos países europeus. Visto que, Europa tinha os motivos para criar os preceitos
iluministas e justifica-los, por que ela passou pelo feudalismo e estava batalhando por
formas de se livrar dos privilégios feudais. Já que o Brasil e os europeus tinham um
passado diferente, não fazia sentido os Brasileiros incorporarem e aplicarem as ideias
da burguesia estas no Brasil.
Além disso, o Brasil teria recebido de forma passiva as concepções iluministas
por supor que a Europa teria uma “superioridade” intelectual, o reconhecimento dessa
superioridade geraria nos brasileiros um sentimento de “favor” para com os Europeus.
O autor começa a citar diversos exemplos de que tomávamos o modo de viver do
europeu “sem filtro” e cita casos de casas que trocaram seu papel de parede,
dispensaram o cozinheiro escravo brasileiro e trouxeram cozinheiro francês.
Para o autor esta incorporação do modo de vida Europeu é um problema para os
literatos, por que podem acreditar que estão escrevendo sobre a cultura brasileira e seu
modo de viver e na realidade não é isso que está sendo feito. Inclusive é necessário estar
atento ao vocabulário, por que os literatos deste período podem ter utilizados palavras
europeias que não sabiam o significado e atribuírem sentido a elas em contexto
brasileiro.
Resenha: FRANCO, Maria Silvia Carvalho. “A ideias estão no lugar” [entrevista]
Cadernos de Debate-Historia do Brasil, São Paulo,núm.1,1976,p.61-64.

Para a autora as ideias liberais vindas da Europa não foram disseminadas no


Brasil da forma com que chegaram, elas foram sendo adequada a realidade econômica
brasileira.
A autora faz a critica que na historiografia brasileira encontra-se colônia e
metrópole em situação de oposição, quase sempre colocando a colônia como atraso e
outras características pejorativas e a metrópole como oposto.
Segundo ela esse binarismo produz o pensamento de que para ocorrer uma
transformação no país subsenvolvido/atrasado/colonizado é necessário que ocorra uma
mudança no país desenvolvido/avançado/metrópole. Neste caso, os países que tiveram
em sua história uma colonização sempre estariam em relação de dependência em todas
as esferas (econômicas, politicas, sociais etc.) mesmo depois da independência politica.
Não raro, essa divisão binaria possibilita a reflexão de que o predomínio do sistema
capitalista e suas mazelas seriam culpa dos países do norte desenvolvidos.
Entendemos que a autora não concorda com o raciocínio acima, por que ela
reflete que tanto a Europa quanto o Brasil estão vivenciando o sistema capitalista,
portanto, os dois tem como base a intenção de lucro. A essência (o lucro), portanto,
seria o objetivo das duas localizações, porém, o processo interno é diferenciado.

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