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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DA

FAZENDA DA COMARCA DO ESTADO ÕMEGA.

Processo Nº: ...

AMÁLIA, já qualificada nos autos da Ação de Mandado de Segurança que


move em desfavor do ESTADO ÓMEGA, também qualificado nos autos, vem,
respeitosamente, por sua procuradora que este subscreve, inconformado com a
sentença que denegou a segurança e com base no art. 14 da Lei 212.016/2009 c/c art.
1.009 do Código de Processo Civil, interpor o presente

RECURSO DE APELAÇÃO
apresentando seu inconformismo em face da respeitável sentença às fls. ...

Assim, vem dela apelar para o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado Õmega,
juntando as RAZÕES DAS APELAÇÕES em anexo.

Requer, respeitosamente, que seja intimada a parte apelada para que sejam
oferecidas contrarrazões e tão logo os autos remetidos à instância superior.

Termos em que pede deferimento.

Local..., data...

Advogado.../OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ÔMEGA

COLENDA CÂMARA,

EXCELENTÍSSIMOS DESEMBARGADORES.

PROCESSO Nº ....

APELANTE: AMÁLIA

APELADO: ESTADO ÕMEGA

ORIGEM: 1ª VARA DA FAZENDA DA COMARCAR DO ESTADO ÔMEGA

RAZÕES DA APELAÇÃO

I – PRELIMINARES

I.I DA TEMPESTIVIDADE.

O presente recurso é tempestivo vez que foi interposto no prazo de 15


(quinze) dias úteis conforme disposição do art. 1.003, § 5º do Código de Processo
Civil, resta tempestivo o recurso. Assim como junta o preparo em anexo,

I.II DO PREPARO

A apelante alega ser pobre na forma da lei, fazendo, aim, jus ao benefício da
justiça gratuita, com base no art. 98 e ssss, do CPC, bem como na Lei 1.060/50, razão
pela qual requer a liberação do recolhimento do preparo.

I.III DO CABIMENTO

É cabível o presente recurso em razão de a manifestação judicial guerreada


ser a sentença judicial denegatória de mandado de segurança, fato que se adequa ao
requisito do art. 14 da Lei 12.016 c/c art. 1.009, do CPC.
II – DOS FATOS

No início de 2016, Amália se inscreveu no concurso para Delegado de Polícia


do Estado Ômega, cujo edital previa a realização de prova escrita e de aptidão física
para os candidatos que tivessem sido aprovados na fase anterior.

O instrumento convocatório continha cláusula expressa no sentido de que tais


exames seriam agendados na mesma data para todos os candidatos, sem a possibilidade
de remarcação por circunstâncias pessoais do candidato. Após inúmeros percalços no
certame, que teve anulação da primeira prova escrita, em razão de fraude, além da
remarcação da segunda oportunidade de realização, foi finalmente divulgada a lista de
aprovados na fase preliminar e agendado o teste de aptidão física.

Amália obteve êxito na classificação na prova escrita, no entanto, estava


grávida de 32 (trinta e duas) semanas no momento em que seria realizado o teste físico e
precisava ficar em repouso diante da ordem médica, em decorrência de complicações na
gestação, de modo que não poderia realizá-lo.

Imediatamente após ter sido indeferido o pedido de remarcação do exame de


aptidão física pelo Presidente da Comissão do Concurso, Amália impetrou Mandado de
Segurança, com o objetivo de remarcar a prova de aptidão física, mediante a
apresentação dos argumentos jurídicos pertinentes.

Devidamente processado o Mandado de Segurança, com manifestação de


todas as partes e interessados, o Juízo de 1º grau, qual seja, a 1ª Vara da Fazenda
Pública da Comarca da Capital, que desde já denegou a ordem, sob o fundamento de
que se operou a decadência, na medida em que há questionamento de cláusula do edital,
divulgado em momento que antecedeu.

Opostos embargos de declaração da sentença, houve o desprovimento do


recurso por decisão publicada na última sexta-feira.

III- DO MÉRITO
Quanto ao mérito, com a devida vênia, equivocou-se o magistrado ao julgar
improcedentes os pedidos da apelada em sede de mandado de segunda.
Uma vez que não impugnação a clausula do edital, mas, sim a negativa do
pedido de remarcação do exame de aptidão física, pelo motivo de estar grávida
conforme os laudos em anexo.

O MM, afirma que o direito da impetrada decaiu, mas como preceitua a Lei
12.016/09 em seu art. 23, o direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á
decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato
impugnado. Como se extrai dos fatos, a última sexta houve a ciência da impetrante.

Violando o direito líquido e certo de obter o adiamento do exame em razão de


sua gravidez, sobretudo diante da proteção à maternidade e à família e ao
planejamento familiar, nos temos da Constituição Federal;

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o


trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do
Estado.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à
criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e
à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de
toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão.

De forma, e dever do estado prover a proteção a família e todo planejamento


familiar, assim com o direito líquido e certo, uma vez que obteve uma ótima
classificação, e somente solicita o adiamento diante dessa motivos apresentados.

Violando também o princípio da acessibilidade ao serviço público, por


culminar na impossibilidade de ingresso das grávidas, previsto no Art. 37, inciso I, da
CF/88;

Art. 37, inciso I - os cargos, empregos e funções públicas são


acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos
em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
Não observando ao princípio da isonomia, no sentido material, considerando a
necessidade de tratamento diferenciado daqueles que se apresentam em circunstâncias
diversas dos demais. Tratar os iguais de forma igual, e os desiguais na medida da sua
desigualdade, como estipula o Constituição Federal de 1988.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

[...]

Portanto, a reforma da decisão proferida, e posterior indeferimento do pedido


da embargada é a medida que se impõe.

V – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS.

Pelos fatos e fundamentos supramencionados, requer:

A) O recebimento da presente apelação, e que seja dado o


provimento do recurso para reformar a douta sentença;
B) A reforma da decisão proferida pelo juízo a quo, julgando
PROCEDENTE os pedidos formulados pela autora em em sede de Mandado de
Segurança nos autos nº ....

Nestes termos, pede deferimento.

Local..., data...

Advogado.../OAB...

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